1.1 | Em Apocalipse 14 João emprega uma figura de linguagem em que ele antecipa certos acontecimentos. Encontramos aqui uma estrutura proléptica, na qual primeiro é descrito o grupo dos 144 mil (Ap.14:1-5), para então serem mencionadas as três mensagens angélicas responsáveis pela origem deste grupo (Ap.14:6-12). Tanto a proclamação das mensagens quanto a formação do grupo são descritas como ocorrendo no período final da história humana, que antecede a segunda vinda de Cristo e o juízo final (Ap.14:14-20). Nesta lição aprenderemos sobre três urgentes mensagens que precisam ser dadas ao mundo antes do regresso de Jesus a esta terra. Veremos quem estes anjos representam e qual o significado de cada mensagem! Em Ap.14:6-12 há três solenes mensagens de Deus para os habitantes da Terra, designadas especialmente para o "tempo do fim" (Dn.12:4). João viu três anjos voando pelo meio do céu. O primeiro tinha um evangelho eterno para ser pregado a todo o mundo. Este evangelho é chamado de "evangelho eterno" porque ele não muda. É o mesmo evangelho da graça de Deus que foi pregado a Adão (Gn.3:15), ao povo de Israel (Hb.4:1-2), aos gentios (Rm.1:16) e que deve ser proclamado em todo o mundo (Mt.24:14). Isto significa que nas dispensações do Antigo e do Novo Testamento, o método de salvação é o mesmo, a salvação pela graça, mediante a fé em Jesus (Ef.2:8). O segundo anjo trazia a mensagem de advertência: "Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição" (Ap.14:8). Em seguida o terceiro anjo adverte contra a adoração da besta e a sua imagem (Ap.14:9). Vejamos estas mensagens com mais detalhes. |
1.2 | A proclamação do "evangelho eterno" a todo o mundo envolve a importante mensagem de advertência da chegada da hora do juízo de Deus. O juízo mencionado neste verso se iniciou em 1844, como tipificado pelo Dia da Expiação ou purificação do santuário terrestre (Lv.16:1-34; Dn.8:14; Hb.9:23). Para os israelitas o Dia da Expiação é um dia de acerto de contas, de juízo, e qualquer um que não afligisse a alma e não confessasse seus pecados, era banido do arraial (Lv.23:29)."Temer a Deus" significa ir a Ele em reverência e respeito. Exprime a ideia de lealdade e obediência. Provérbios apontam o "o temor do SENHOR" como sendo "o princípio da sabedoria" (Pv.9:10). Esta mensagem de juízo é acompanhada de um forte apelo e chamado ao arrependimento, antes que venha a ira futura. Homens, mulheres e crianças de todas as nações são chamados a adorar "aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas". Somente Deus, o Criador, pode ser adorado. A adoração a Deus é colocada em contraste com a adoração à besta (Ap.13:8; Ap.13:12). A linguagem empregada nesta solene advertência é uma símile à do quarto mandamento: "Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou" (Ex.20:8-11). Antes de Cristo encerrar Sua obra de mediação no Santuário Celestial e retornar a esta Terra, todos são chamados a adorar a Deus, "aquele que fez o céu e a terra, e o mar, e as fontes das águas". O mandamento do sábado é um constante lembrete de que Deus é o Criador e que nossa adoração deve ser dedicada somente a Ele. |
1.3 | Após a ascensão Jesus iniciou Seu ministério sacerdotal no Santuário Celestial. Lá Ele exerce Sua função de mediador junto ao Pai, advogado e juiz (1Tm.2:5; 1Jo.2:1). Ele aplica em favor dos crentes os méritos de Seu precioso sangue, oferecendo reconciliação e perdão. Após o tempo especificado na profecia de Dn.8:14, Jesus deu início ao processo de purificação do santuário, o que corresponde ao juízo que ocorre antes de Sua Segunda Vinda (Hb.9:23). Todos nós compareceremos perante o tribunal de Cristo para sermos julgados. Unicamente os méritos do sangue de Jesus podem nos absolver e nos salvar. |
1.4 | O juízo de Deus será estabelecido segundo a verdade que recebemos de Sua Palavra (Rm.2:2). Todas as obras serão trazidas a juízo, mesmo as encobertas, boas ou más. A salvação é unicamente pela graça (Ef.2:8), mas o homem será julgado por suas obras e pelos motivos do seu coração (Ap.22:12). As obras não salvam, mas testificam a fé de quem as pratica (Tg.2:26). Os Dez Mandamentos são o padrão moral pelo qual Deus julgará todas as coisas. |
1.5 | O quarto mandamento da santa Lei de Deus, que requer a observância do sábado, revela a razão para O adorarmos: "porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou" (Ex.20:8-11). Por esta razão Deus disse: "Lembra-te do dia de sábado para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus" (Ex.20:8-11). |
1.6 | O segundo anjo anuncia a queda de Babilônia. Esta é a primeira vez que João emprega o nome Babilônia no Apocalipse. Esta cidade foi fundada por Ninrode e desde o seu início ela foi símbolo de descrença no Deus verdadeiro e desafio à Sua vontade (Gn.11:4-11). Todo projeto da construção da cidade estava em direto desafio à promessa de Deus de que Ele jamais voltaria a destruir o mundo por um dilúvio. Eles desejavam ser conhecidos pelo nome Babilu, que significa "porta dos deuses". Mas Deus enviou-lhes confusão, e jamais concluíram o projeto. Deus chamou aquele lugar de "Babel" ou "Babilônia", que significa confusão. Até hoje Babilônia tem simbolizado apostasia, arrogância, confusão e salvação pelas obras. Duas cidades antigas, Jerusalém e Babilônia, são colocadas em contraste nas Escrituras desde o Gênesis. Salém, significa paz (Gn.14:18), e Babel significa confusão (Gn.11:9). Jerusalém tornou-se o centro do governo terrestre de Deus. Babilônia, tornou-se o centro do governo de Satanás. Na Bíblia estas duas cidades representam dois reinos espirituais. Assim como Babilônia caiu ante o Império Medo-Persa, pelo desvio das águas do rio Eufrates, a Babilônia Mística também cairá da mesma forma (Ap.14:8; Ap.16:12; Ap.18:2). |
1.7 | O termo Babilônia é muito abrangente e representa o papado em aliança política e religiosa com os reis da Terra. Representa todas as corporações e movimentos religiosos que têm se desviado da verdade, desafiado a autoridade divina e seduzido as pessoas com o vinho de sua prostituição. "A grande Babilônia" descrita neste verso designa, em sentido especial, as religiões apóstatas unidas no fim do tempo, numa tríplice aliança: (1) papado; (2) protestantismo apostatado; (3) espiritismo. Esta profecia da queda de Babilônia encontra o seu cumprimento no abandono do cristianismo em geral da pureza e simplicidade do evangelho. |
1.8 | O terceiro anjo adverte contra a adoração da besta e de sua imagem: "Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira" (Ap.14:9-10). Vimos nas lições anteriores que a besta que surge do mar é o papado, e a besta que surge da terra, os Estados Unidos da América do Norte. Esta nação protestante irá render um ato de homenagem ao papado, ao buscar levar os cristãos a santificarem o domingo em lugar do sábado. Todos aqueles que aceitarem esta imposição terão recebido a marca ou selo da besta. |
1.9 | "O Espírito da verdade" nos "guia a toda a verdade" (Jo.16:13). Desta maneira o povo remanescente de Deus é selado pelo Espírito Santo na verdade, da qual faz parte todos os mandamentos, inclusive o quarto que requer a observância do sábado. Encontra-se neste mandamento todas as características de um selo (Ex.20:8-11): (1) O nome do legislador - "Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus". (2) Função - "porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há". (3) Domínio - "os céus e a terra, o mar". Se o sábado do sétimo dia é um sinal entre Deus e Seu povo (Ez.20:12; Ez.20:20), o sinal da besta é outro dia da semana em contraposição ao selo de Deus. O selo de Deus, ou o sinal de Seu poder criador, é o sábado do sétimo dia (Gn.2:1-3; Ex.20:8-11; Ap.14:6-7). Desta forma, o sinal da besta é o domingo, que foi instituído pela igreja romana como um dia de guarda e representa esta apostasia universal. |
1.10 | Em um momento crítico da história, quando "a grande Babilónia" prevalecer sobre o Estado para impor a obrigatoriedade da observância do domingo por meio de decretos e leis civis, o povo remanescente de Deus permanecerá leal aos mandamentos divinos. Como resultado da solene advertência das três mensagens angélicas, surgirá um remanescente fiel a Deus. Eles são "os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus" (Ap.14:12). Por causa do pecado nos tornamos totalmente impossibilitados de alcançar o padrão de justiça divina (Rm.8:7), porém, mediante a graça de Jesus e Sua obra recriadora (2Co.5:17), o homem é restaurado à imagem divina e habilitado a ser fiel e obediente a Deus (Fp.2:13). Portanto, o povo remanescente é caracterizado por sua fé inabalável em Jesus, perseverança e obediência aos Seus mandamentos.CONCLUSÃO Hoje aprendemos que Deus tem uma mensagem de advertência muito especial para cada um de nós. Bondosamente Deus nos oferece Sua graça salvadora através do "Evangelho Eterno" de Jesus. Cristo está no Santuário Celestial intercedendo e removendo os pecados de Seu povo, "pois é chegada a hora do seu juízo". Ao aceitarmos Jesus como Salvador, aceitamos também os Seus mandamentos, inclusive o quarto que requer a observância do sábado como dia santo e de adoração. Deus nos adverte contra a adoração da besta e da imagem da besta, que ocorre por meio da santificação do domingo. Agora é o momento de você dizer: "Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js.24:15). |