"As coisas encobertas pertencem ao nosso Deus, mas as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos todas as palavras desta lei."
Deuteronômio 29:29

Estudos Bíblicos > Ensinos de Jesus
  1. As Escrituras
  2. A Salvação
  3. A Santificação
  4. O Espírito Santo
  5. A Oração
  6. O Perdão
  7. O Dinheiro
  8. Sua Volta
  9. A Morte
  10. A Ressurreição
  11. O Juízo
  12. A Lei
  13. O Sábado
  14. A Igreja
  15. Os Profetas
  16. O Batismo
  17. O Cuidado com o Corpo
  18. Ritos e Tradições
Nro Ensinos de Jesus > AS ESCRITURAS Passagem
1.1 De acordo com Jesus, o que pode ser encontrado nas Escrituras? Jo.5:39; Comentário
1.2 Que repreensão severa Jesus fez aos líderes religiosos em Seu tempo? Mt.22:29; Comentário
1.3 Qual era a Bíblia que Jesus usava? Mt.5:17; Mt.7:12 Comentário
1.4 Quem levou os profetas a escrever o livro sagrado? 2Pe.1:21; Comentário
1.5 Segundo Jesus, qual é a fonte da verdade? Jo.17:17; Comentário
1.6 Quais são os benefícios trazidos pelo estudo da Bíblia? 2Tm.3:15-17; Comentário
1.7 Quais são os tipos de solo apresentados na parábola? O que eles significam? Mt.13:3-23;
1.8 Por quanto tempo a Palavra de Deus teria validade? Mt.24:35; Is.40:8 Comentário
1.9 Sobre quem Cristo pronunciou uma benção especial? Lc.11:28; Comentário
Nro Ensinos de Jesus > A SALVAÇÃO Passagem
2.1 Qual é a situação da natureza humana após o pecado? Gn.6:5; Sl.51:5; Mt.15:19; Comentário
2.2 Que plano Deus estabeleceu para salvar o ser humano da morte eterna? Jo.3:16; Comentário
2.3 Como Jesus definiu Sua missão? Jo.12:47; Comentário
2.4 O que Jesus fez por nós na cruz? Jo.10:15; 1Pe.2:24 Comentário
2.5 O que Jesus ensinou sobre a alegria no Céu quando um pecador é salvo? Lc.15:4-7; Comentário
2.6 A salvação depende de nossas obras? Ef.2:8-9; Gl.2:16 Comentário
2.7 Como o ser humano pode alcançar a salvação? At.16:31; 1Jo.5:11-12 Comentário
2.8 Se somos salvos somente pela graça, qual o valor das obras na vida cristã? Ef.2:10; Tg.2:17 Comentário
Nro Ensinos de Jesus > A SANTIFICAÇÃO Passagem
3.1 Que oração Jesus fez pelos discípulos? Jo.17:17; Comentário
3.2 De acordo com Paulo, qual é a vontade de Deus para Seus filhos? 1Ts.4:3; Comentário
3.3 Que metáfora Jesus usou para falar de santificação? Jo.15:5; Jo.15:7 Comentário
3.4 Por que precisamos da santificação? Hb.12:14; Comentário
3.5 Como Paulo chama os membros da igreja, a quem ele dirige suas cartas? Rm.1:7; Fp.1:1 Comentário
3.6 De quem é a obra de santificar? 1Ts.5:23; Comentário
3.7 Como Paulo enfatizou aos cristãos de Roma sua obrigação total para com Deus? Rm.12:1-2; Comentário
3.8 Qual o conselho que o apóstolo Pedro nos dá? 2Pe.3:18; Comentário
Nro Ensinos de Jesus > O ESPÍRITO SANTO Passagem
4.1 Que promessa Jesus fez aos discípulos? Jo.14:16-17; Comentário
4.2 Quando Jesus cumpriu Sua promessa de enviar o Espírito Santo? Jo.7:39; Jo.20:22; At.2:4; Comentário
4.3 Qual seria a obra do Espírito Santo? Jo.14:26; Jo.16:8; Jo.16:13; Comentário
4.4 Qual a disposição de Deus em dar-nos Seu Espírito? Lc.11:13; Comentário
4.5 A quem Deus concede exclusivamente Seu Espírito? At.5:32; Comentário
4.6 Segundo Jesus, para qual pecado não há perdão? Mt.12:31-32; Comentário
Nro Ensinos de Jesus > A ORAÇÃO Passagem
5.1 Que pedido os discípulos fizeram a Jesus? Lc.11:1; Comentário
5.2 Que oração Jesus ensinou aos discípulos? Lc.11:2-4; Comentário
5.3 Que tipo de oração Jesus ensinou no Sermão do Monte? Mt.6:5-8; Comentário
5.4 Que promessa maravilhosa Jesus fez com relação às nossas petições? Mt.21:22; Comentário
Nro Ensinos de Jesus > O PERDÃO Passagem
6.1 Em que situação se encontra o ser humano? Rm.3:10; Rm.3:23 Comentário
6.2 Que oração Davi fez depois de haver pecado contra Deus? Sl.51:1-2; Sl.51:10 Comentário
6.3 Quem somente pode perdoar pecados? Sl.130:4; Mc.2:7 Comentário
6.4 Só Jesus perdoa ou o ser humano também pode perdoar? Jo.20:23; Ef.4:32 Comentário
6.5 O que é necessário, segundo a Bíblia, para se alcançar a remissão dos pecados? At.2:38; Comentário
6.6 Depois de arrependido, o que o pecador deve fazer? 1Jo.1:9; Comentário
6.7 Que condição Jesus apresentou para o perdão de nossos pecados? Mt.6:12; Comentário
6.8 Quantas vezes devo perdoar a quem me ofende? Mt.18:21-22; Comentário
Nro Ensinos de Jesus > O DINHEIRO Passagem
7.1 Cristo aprovou a devolução do dízimo? Mt.23:23; Comentário
7.2 Qual é o primeiro exemplo na Bíblia de alguém devolvendo o dízimo? Gn.14:20; Comentário
7.3 Como o dízimo era usado em Israel? Nm.18:21; Comentário
7.4 O que Paulo afirma sobre o sustento do ministério evangélico? 1Co.9:13-14; Comentário
7.5 Além do dízimo, o que mais devemos trazer ao Senhor? Sl.96:8; Ml.3:8 Comentário
7.6 Para Jesus, qual é a essência da verdadeira oferta? Lc.21:1-4; Comentário
7.7 Que sentimento devemos ter ao entregar os dízimos e as ofertas? 2Co.9:7; Comentário
Nro Ensinos de Jesus > SUA VOLTA Passagem
8.1 Antes de Sua partida, que promessa Jesus fez aos discípulos? Jo.14:1-3; Comentário
8.2 Jesus ensinou que Sua volta seria um evento secreto? Mt.24:27; Ap.1:7 Comentário
8.3 Quem acompanhará Jesus em Sua volta? Mt.25:31; Comentário
8.4 Qual será um dos objetivos da volta de Jesus? Mt.16:27; Ap.22:12 Comentário
8.5 O que acontecerá com os justos que estiverem vivos? 1Co.15:51-53; Comentário
8.6 O que acontecerá com os ímpios que estiverem vivos? 2Ts.2:8; Comentário
8.7 O que acontecerá com os justos que estiverem mortos? 1Ts.4:15-16; Comentário
8.8 O que acontecerá com os ímpios que estiverem mortos? Jo.5:28-29; Ap.20:5 Comentário
8.9 Que sinais preditos por Jesus indicariam Sua vinda? Lc.21:25-26; Comentário
8.10 Que sinal Pedro apontou a respeito da volta de Jesus? 2Pe.3:3-4; Comentário
Nro Ensinos de Jesus > A MORTE Passagem
9.1 A que Jesus comparou a morte de Lázaro? Jo.11:11-13; Comentário
9.2 Segundo a Bíblia, o ser humano é mortal ou imortal? Ez.18:4; Ez.18:20 Comentário
9.3 Quando os salvos receberão o dom da imortalidade? 1Co.15:51-54; Comentário
9.4 Como a Bíblia descreve o estado dos mortos? Sl.6:5; Ec.9:5 Comentário
9.5 Como Deus formou o ser humano? Gn.2:7; Comentário
9.6 O que acontece na morte do ser humano? Gn.3:19; Sl.146:4; Ec.12:7; Comentário
Nro Ensinos de Jesus > A RESSURREIÇÃO Passagem
10.1 O que Jesus ensinou sobre a ressurreição? Jo.5:28-29; Comentário
10.2 Quando ocorrerá a primeira ressurreição e quem ressuscitará nela? 1Ts.4:16; Comentário
10.3 O que acontecerá com os justos que estiverem vivos? 1Ts.4:17; Comentário
10.4 Que transformação extraordinária acontecerá com os salvos no momento da volta de Jesus? 1Co.15:51-54; Comentário
10.5 Quando ocorrerá a segunda ressurreição e quem ressuscitará nela? Ap.20:5-6; Comentário
10.6 O que acontecerá com os ímpios que ressuscitarem? Ap.20:7-10; Comentário
10.7 O que acontecerá a este planeta após a destruição dos ímpios? Ap.21:1-4; Comentário
Nro Ensinos de Jesus > O JUÍZO Passagem
11.1 Quantos deverão enfrentar o juízo divino? 2Co.5:10; Comentário
11.2 Por quais coisas as pessoas serão julgadas? Ec.12:13-14; Mt.12:36-37 Comentário
11.3 Qual será a norma usada por Deus no juízo? Ec.12:13; Tg.1:25; Tg.2:10-12; Comentário
11.4 Que visão o profeta Daniel teve com relação ao juízo divino? Dn.7:9-10; Comentário
11.5 Que visão o profeta João teve com relação ao juízo? Ap.20:11-12; Comentário
11.6 Como João descreve o juízo que os ímpios receberão? Ap.20:7-9; Comentário
11.7 Que forte apelo o apóstolo Pedro faz a nós? 2Pe.3:7; 2Pe.3:11-13 Comentário
Nro Ensinos de Jesus > A LEI Passagem
12.1 O que Cristo ensinou a respeito da lei? Mt.5:17-18; Comentário
12.2 Cristo guardou a Lei? Jo.15:10; Comentário
12.3 Como a lei de Deus chegou à humanidade de forma escrita? Ex.31:18; Comentário
12.4 O que Jesus ensinou sobre a obediência aos mandamentos? Jo.14:15; Jo.14:21
12.5 Se a lei de Deus não foi abolida, qual é sua função? Gl.3:24; Rm.3:20; Rm.7:7; Comentário
12.6 Qual será a norma usada por Deus em Seu juízo? Tg.2:10-12; Comentário
12.7 A salvação humana depende da Lei? Ef.2:8-9; Comentário
Nro Ensinos de Jesus > O SÁBADO Passagem
13.1 Como Jesus engrandeceu a lei? Mt.5:21-22; Mt.5:27-28 Comentário
13.2 Quantos são os mandamentos da lei? Dt.4:13; Comentário
13.3 O que Jesus disse acerca do quarto mandamento da lei? Mc.2:27-28; Comentário
13.4 Por que devemos descansar no sábado? Gn.2:1-3; Ex.20:8-11; Ex.16:23; Ex.31:12-13; Ez.20:12; Ez.20:20; Ne.9:14; Ne.10:31; Ne.13:15-21; Is.66:23-24 Comentário
13.5 O sábado foi observado no Novo Testamento? Lc.4:16; Lc.4:31; Lc.23:54-56; At.16:13; At.17:2; At.18:4
13.6 Jesus alguma vez transgrediu o sábado? Mc.3:2-5; Comentário
13.7 Que profecia em Daniel envolve a lei de Deus? Dn.7:25; Dn.8:12 Comentário
13.8 Segundo o Apocalipse, quais seriam as características da igreja remanescente de Deus? Ap.12:17; Ap.14:12 Comentário
Nro Ensinos de Jesus > A IGREJA Passagem
14.1 Quem é o fundador da igreja cristã? Mt.16:16; Mt.16:18 Comentário
14.2 Quem é o apóstolo Paulo reconhece como o fundamento da igreja? Ef.2:19-21; Comentário
14.3 Qual é o grande desejo de Cristo para Sua igreja? Ef.5:27; Comentário
14.4 Quais são as características bíblicas da igreja verdadeira? Ap.12:17; Ap.14:12; Ap.12:17; Ap.19:10; Dn.8:14; Ap.14:6-12; Mt.24:14; 1Tm.3:15; At.2:42; Comentário
14.5 Leia os textos abaixo e descubra o que eles falam sobre a igreja invísivel de Deus. Jo.10:16; Ap.18:4; At.17:30; Comentário
Nro Ensinos de Jesus > OS PROFETAS Passagem
15.1 A que Jesus comparou os falsos profetas? Mt.7:15; Comentário
15.2 O que Joel profetizou sobre os dias finais da história humana? Jl.2:28-32; Comentário
15.3 Quais são as duas características da igreja verdadeira? Ap.12:17; Ap.19:10 Comentário
15.4 Quais são os testes bíblicos para um verdadeiro profeta? Is.8:20; Mt.7:20; Je.28:9; Sl.32:8; Os.12:13; Comentário
Nro Ensinos de Jesus > O BATISMO Passagem
16.1 Que circunstâncias envolveram o batismo de Jesus? Mt.3:13-17; Comentário
16.2 Jesus via o batismo como condição para a salvação? Mc.16:16; Jo.3:5 Comentário
16.3 Em nome de quem as pessoas devem ser batizadas? Mt.28:19-20; Comentário
16.4 Por que algumas pessoas foram batizadas apenas em nome de Jesus? At.2:38; At.8:16; At.10:48; At.19:5 Comentário
16.5 Qual a forma correta de se ministrar o batismo: por aspersão, infusão ou imersão? Mt.3:16; At.8:36-38 Comentário
16.6 Qual o simbolismo do batismo segundo as Escrituras? Rm.6:3-6; Cl.2:12 Comentário
16.7 A partir de qual idade pode-se receber o batismo? At.22:16; Comentário
16.8 O que acontece com uma pessoa após seu batismo? 2Co.5:17; Gl.3:27 Comentário
Nro Ensinos de Jesus > O CUIDADO COM O CORPO Passagem
17.1 O que Jesus deseja para cada um de nós? Jo.10:10; Comentário
17.2 O que Paulo ensinou sobre o cuidado com nosso corpo? 1Co.6:19-20; Comentário
17.3 Segundo a Bíblia, que princípio básico deve dirigir a vida do cristão? 1Co.10:31; Comentário
17.4 Qual foi a alimentação que Deus ofereceu ao ser humano assim que o criou? Gn.1:29; Gn.2:9 Comentário
17.5 Por que, segundo a Bíblia, não devemos usar bebidas alcoólicas ou qualquer substância que prejudique o corpo? Pv.20:1; 1Co.3:16-17 Comentário
17.6 O que Jesus deseja para cada um de Seus filhos? Ex.15:26; 3Jo.1:2 Comentário
Nro Ensinos de Jesus > RITOS E TRADIÇÕES Passagem
18.1 Qual era o costume dos tempos bíblicos para com as crianças? Ex.13:1-2; Comentário
18.2 Maria, mãe de Jesus, seguiu esse costume? Lc.2:22-23;
18.3 Qual o significado da dedicação de crianças? Sl.127:3; Is.8:18 Comentário
18.4 O que Jesus fez para dar início a Seu ministério público? Mt.3:13-17;
18.5 Que ordem Cristo deu à Sua igreja? Mt.28:19-20; Comentário
18.6 O que o batismo significa? Rm.6:4-6; Comentário
18.7 O que Jesus instituiu no lugar da Páscoa? Jo.13:4-5; Jo.13:15 Comentário
18.8 O que Cristo disse sobre o casamento? Mt.19:4-6; Comentário
18.9 Que funções Jesus designou para os discípulos? Mc.3:14; Comentário
18.10 Qual é o conselho de Tiago? Tg.5:14; Comentário
Pergunta O grande conflito > Comentários
1.1 Jesus chamou os escritos sagrados de Sua época de “Escrituras” (Mt.21:42). Elas também podem ser chamadas de “escritura da verdade” (Dn.10:21); “palavras de vida” (At.7:38, ARC); “Santas Escrituras” (Rm.1:2, ARC); “sagradas letras” (2Tm.3:15); ou ainda “palavra de Deus” (Ef.6:17). Popularmente, é conhecida como Bíblia Sagrada. Escrita em um período superior a 1.500 anos, por cerca de 40 escritores que viveram em épocas e circunstâncias diferentes, é a fonte de verdade e o manual de Deus para nós. Hoje aprenderemos mais sobre o livro sagrado.
No fim da história deste mundo, todo ser humano receberá ou a vida eterna ou a morte eterna. Para nos ajudar a fazer a escolha certa, Deus deixou um manual, um guia prático: a Bíblia. Nela encontramos todas as orientações necessárias para tomar posse da vida eterna.
1.2 Jesus era um profundo conhecedor das Escrituras. Desde sua infância, tinha afinidade com os ensinos sagrados. Com 12 anos de idade, já discutia no templo com os doutores da lei (Lc.2:42; Lc.2:46). Quando tentado por Satanás, no deserto, demonstrou Seu conhecimento da Palavra ao responder: “Está escrito” (Lc.4:4; Lc.4:8).
A Bíblia de Jesus
Nos dias de Cristo, ainda não existiam os livros que compõem o Novo Testamento. Os primeiros escritos a serem produzidos foram as cartas de Paulo, cerca de 20 anos após a morte de Jesus.
1.3 A expressão “Lei” era usada para designar os cinco livros escritos por Moisés, também chamados de Pentateuco. Já “profetas” é uma referência aos demais livros. Ao todo, o Antigo Testamento é composto de 39 livros.
1.4 A Bíblia foi produzida por cerca de 40 escritores inspirados pelo Espírito Santo. Por isso, Deus é seu Autor. Foi Ele quem escolheu e inspirou esses homens santos para registrarem as histórias, ensinos e conselhos que deveriam ser preservados para as gerações futuras. Ele não só inspirou os profetas. Jesus disse que Ele também nos conduziria à toda verdade (Jo.16:13) e nos faria lembrar das coisas ensinadas por Jesus (Jo.14:26). Logo, Ele é o autor das Escrituras e também o Professor.
As línguas originais da Bíblia
O Antigo Testamento foi quase todo escrito em hebraico, e o Novo Testamento, em grego. A língua hebraica foi a língua dos hebreus ou israelitas. Já o grego do Novo Testamento é chamado de koinê, que significa “língua comum do povo”.
Há ainda uma terceira língua na Bíblia, o aramaico. Era a língua dos arameus, que viviam principalmente na Mesopotâmia e na Síria. Foi adotada pelos assírios, babilônios e persas, além de ser falada no tempo de Cristo. No Antigo Testamento, encontramos o aramaico na expressão “Jegar-Saaduta” (Gn.31:47), em Je.10:11, nos trechos de Ed.4:8 a Ed.6:18, Ed.7:12-16 e Ed.7:22-26 e em Dn.2:4 a Dn.7:28.
Divisão da Bíblia em capítulos e versículos
A divisão em capítulos, usada nas edições modernas da Bíblia, tem sido atribuída a Stephen Langton, arcebispo de Cantuária e professor da Universidade de Paris, falecido em 1228. Já a divisão em versículos numerados foi feita por Robert Estienne, famoso impressor francês do século 16. Ele fez a separação numérica dos versículos do Antigo Testamento em 1548, e do Novo Testamento, em 1551.
1.5 Jesus foi claro em estabelecer a Palavra de Deus como norma ou padrão da verdade. Muitos segmentos religiosos e filosóficos têm outras fontes como norma de verdade. Os budistas acreditam nos ensinos de Buda. Os muçulmanos acreditam no Alcorão; os espíritas kardecistas, nos escritos de Alan Kardec. Os mórmons creem nos escritos de Joseph Smith. No entanto, o cristianismo, para ser autêntico, deve lançar mão somente da Bíblia como única autoridade e norma de fé e prática.
1.6 O salmista Davi comparou a Palavra de Deus a uma lâmpada (Sl.119:105). A luz da Palavra de Deus afasta a escuridão do mal e do pecado.
Como as pessoas recebem a Palavra de Deus
Jesus ensinou por meio de muitas parábolas. Na parábola do semeador (Mt.13:3-23), Ele apresenta uma semente como símbolo dos princípios do reino de Deus colocados no coração humano. Os tipos de solo da parábola representam a disposição do coração em aceitar e assimilar esses princípios na vida.
1.8 Alguns creem que o Antigo Testamento perdeu seu valor. Contudo, os evangelhos revelam que Jesus recorria constantemente às Escrituras do Antigo Testamento como investidas de autoridade máxima. Quando tentado pelo diabo a aliviar Sua fome, Jesus resistiu, citando Dt.8:3: “Não só de pão viverá o homem”. Assim, a Palavra de Deus permanece para sempre!
1.9 Promessa semelhante é feita em Ap.1:3: “Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas”. Não basta apenas ouvir as orientações da Bíblia. Precisamos, pela graça de Deus, obedecer ao que está revelado e, então, alcançaremos a verdadeira felicidade.
Conclusão
Devemos aceitar as Santas Escrituras como a infalível revelação de Deus. Nenhum cristão crescerá em graça sem o hábito da leitura e a obediência aos ensinos do livro de Deus.
2.1 Jesus veio a este mundo com uma missão clara: buscar e salvar o que se havia perdido (Lc.19:10). Ele veio resgatar a humanidade da morte eterna. Em Seu nascimento, o anjo havia dito a José: “e Lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt.1:21). Em Sua apresentação no templo, cerca de 40 dias após Seu nascimento, o piedoso Simeão declarou: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o Teu servo, porque os meus olhos já viram a Tua salvação” (Lc.2:29-30). A grande missão de Jesus é salvar.
A Bíblia informa que todos pecaram (Rm.5:12), e, sendo o salário do pecado a morte (Rm.6:23), o destino certo de todo ser humano seria esse. Entretanto, para que tivéssemos uma segunda chance, Jesus interveio. Ele Se dispôs a morrer em nosso lugar e, dessa maneira, salvar-nos da condenação do pecado e nos garantir o direito à vida eterna.
Jesus ensinou que o coração humano é corrupto e está cheio de morte, adultério, prostituição, etc. O pecado estabeleceu uma separação entre a criatura e seu Criador (Is.59:2). Para vencer esse abismo, Jesus deveria vir ao mundo, tornando-Se o elo entre Deus e a humanidade (Jo.14:6). Por Sua divindade, Jesus liga-Se a Deus, e, por Sua humanidade, liga-Se a nós.
2.2 “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher” (Gl.4:4). Jesus veio assumir os pecados do ser humano e morrer em seu lugar. Esse não foi um plano tardio, pois Deus não foi pego de surpresa pelo pecado. Antes mesmo que a humanidade fosse criada, um plano havia sido elaborado caso ela caísse. Por isso, a Bíblia ensina que Jesus, o Cordeiro de Deus, foi morto antes mesmo da fundação do mundo (1Pe.1:19-20; Ap.13:8).
2.3 Jesus veio a este mundo porque a humanidade precisava ser salva da morte eterna. Foi um ato de amor maravilhoso. Deixar as cortes celestiais e toda a Sua glória, assumir nossa frágil natureza e morrer numa rude cruz – tudo Ele fez por amor. Se isso não sensibilizar nosso coração, nada mais o fará.
2.4 Até mesmo a eternidade será insuficiente para agradecermos a Jesus tudo o que fez por nós. Assumindo nossa culpa, teve que morrer nossa morte. Impressiona mais ainda o fato de Jesus fazer isso mesmo sabendo que muitos não reconheceriam esse sacrifício. Quantas pessoas vivem hoje como se não houvesse a história da cruz! Você já parou para pensar nisso? Em Cristo, porém, temos profunda união com Deus. Por Sua vida justa e morte substitutiva, somos justificados e aceitos pelo Pai.
2.5 Com Jesus, a história sempre tem um final feliz. Mesmo sem fazer esforço, apenas balindo em desespero, a ovelha foi salva. Essa parábola nos ensina que Jesus é o Pastor que sempre vem. Em nosso desespero, quando clamamos por socorro, Ele virá ao nosso encontro. Curará nossas feridas, nos colocará nos ombros e nos levará em segurança para casa.
Outro ensino da parábola é que há festa no Céu quando um filho ou filha volta para o lar. Essa alegria foi sentida por Jesus. O profeta Isaías declara: “Ele [Jesus] verá o fruto do penoso trabalho de Sua alma e ficará satisfeito” (Is.53:11).
2.6 Somos salvos pela graça de Deus independentemente das boas obras, ou seja, de nossas boas ações. Essa salvação é recebida pela fé em Cristo como o prometido “Cordeiro de Deus”. Isso é fé na justiça de Cristo que nos é imputada, fé em Seus méritos, plenamente suficientes para nos perdoar e salvar. Paulo confessou: “longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl.6:14).
2.7 A Bíblia estabelece um claro contraste entre o verdadeiro e o falso caminho da salvação. Paulo declara: “Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça” (Rm.4:4-5). Essa é a questão crucial – ninguém precisa de obras para ser justificado. Devemos apenas crer e confiar em Cristo.
2.8 Há dois erros muito comuns atualmente. O primeiro é acreditar que nossas obras podem, de alguma forma, contribuir para nossa salvação. A Bíblia ensina que aquele que procura se tornar santo pelas próprias obras está tentando o impossível (Je.13:23; Is.64:6).
O erro oposto, e não menos perigoso, é achar que a crença em Cristo nos isenta da observância da lei de Deus e das exigências do evangelho. Somos salvos pela graça, mas os que não estiverem em Cristo serão julgados pelas obras (Mt.12:36; Mt.16:27; Ap.20:12). Na cena do “Grande Julgamento”, Jesus deixou claro que os salvos praticavam boas obras. Ou seja, o resultado natural de ser salvo por Jesus é a prática de boas obras (Mt.25:37-40). Jesus deixou claro que, quando estamos ligados a Ele, será impossível não dar frutos (Jo.15:5; Jo.15:8).
3.1 Jesus foi reconhecido como o “Santo de Deus” (Jo.6:69; Lc.1:35; Lc.4:34). Ninguém podia apontar um único pecado nEle (Jo.8:46). João escreveu que Jesus Se manifestou para tirar os pecados do mundo e que “nEle não há pecado” (1Jo.3:5, NVI). A Bíblia é clara em ensinar: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb.12:14). Como alcançar essa santidade?
Em nossa última lição, aprendemos que a Bíblia apresenta a salvação em três tempos: passado, presente e futuro. O que Jesus fez por nós na cruz, no passado, foi trazer a justificação, que nos liberta da penalidade do pecado. O que Jesus faz por nós no presente é a obra da santificação, que nos liberta do poder do pecado. O que Jesus fará por nós no futuro é chamado de glorificação, quando finalmente seremos livres da presença do pecado. Hoje vamos aprender mais sobre a santificação.
Quando estudamos a Palavra de Deus, a verdade, o Espírito Santo atua no coração e nos ajuda a purificar tudo que não é santificado. É o Espírito que nos convence do pecado e nos transforma à imagem e semelhança de Cristo. Isso é santificação.
3.2 O sentido básico de santificar é “colocar à parte”, “separar”, como ilustrado pelo sétimo dia da criação. Quando Deus separou o sábado dos outros dias, Ele abençoou e santificou, isto é, separou dos outros seis dias (Gn.2:1-3; Ex.20:8-11).
3.3 Assim como os ramos precisam estar unidos à videira para sobreviver e frutificar, o crente precisa estar unido a Cristo. Separados dEle, não temos vida. Essa união acontece, na prática, quando passamos tempo em oração e em estudo de Sua palavra. Neste exato momento, enquanto estuda a Bíblia, você está conectado à Videira.
3.4 Ser “santo” é ser separado do mundo para Deus. Logo, a santificação não é uma simples melhora do nosso comportamento moral ou boas ações sociais. A santificação bíblica é viver os princípios do reino de Deus motivado pela operação constante do Espírito Santo em nós. Essa operação tem por objetivo a honra e glória de Deus (1Co.6:19-20).
3.5 Os crentes dessas igrejas são tratados como “santos” porque estão “em Cristo” e não por haverem alcançado um estado de ausência de pecado. Se justificação é aquilo que Deus faz por nós, santificação é aquilo que Deus faz em nós. Na justificação, Deus nos considera justos; por outro lado, na santificação, Ele nos torna justos. Embora não exista nenhum mérito humano nessa obra, a santificação exige de cada pessoa uma entrega completa e diária à vontade de Deus e o afastamento de hábitos e atitudes que levam à prática do pecado.
3.6 A fim de capacitar a pessoa para a experiência da santificação, Deus concede Seu Espírito. Agora, cheios do Espírito, não andamos mais “segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm.8:4). À medida que caminhamos, nossa fé aumenta e nossa transformação progride. Desse modo, obtemos novas vitórias sobre os poderes das trevas.
3.7 O simples conhecimento da verdade não é suficiente para o desenvolvimento do caráter. Com o conhecimento deve vir a obediência. Saber o que é certo e não praticar não nos fará crescer em santidade. Quando aceitamos a Cristo como Salvador e Senhor e submetemos nossa vontade à dEle, então crescemos em graça.
O desenvolvimento do caráter envolve dois elementos: (1) a escolha consciente de fazer o que é correto de acordo com a luz recebida e (2) a obediência à consciência. Logo, a vontade do cristão desempenha um papel importante na santificação. Antes da conversão, nossa vontade estava mais sujeita a influência de Satanás, entretanto, ao aceitarmos Cristo como Senhor e Salvador, devemos conscientemente entregar e submeter nossa vontade egoísta à vontade de Cristo e de Seu Espírito.
3.8 O crescimento não é automático, quer físico, quer espiritual. Ambos requerem alimento, bebida e exercício. Isso significa que devemos manter comunhão com Cristo, por meio da oração e da leitura da Bíblia, para nos alimentarmos (Jo.6:56). Precisamos ainda exercitar nossa fé, testemunhando de Cristo a outros (Lc.8:38-39). Esse é o caminho para o crescimento espiritual e a santificação.
Santificação não deve ser confundida com impecabilidade. A natureza carnal com a qual nascemos só nos será arrancada na glorificação, no momento da volta de Jesus. Pecamos porque somos pecadores. Essa é a tendência natural de todo ser humano. Logo, a verdadeira santidade só pode ser alcançada pela perseverança em estar ao lado de Cristo. Desse modo, a vida sem pecado de Jesus nos é atribuída como um presente, e somos salvos por Seus merecimentos.
4.1 Jesus foi concebido pelo Espírito Santo (Mt.1:18), batizado com o Espírito (Mc.1:9-10), conduzido pelo Espírito (Lc.4:1) e executou Seus milagres por meio do Espírito (Mt.12:28). Esses são alguns exemplos de que a missão de Jesus e a missão do Espírito Santo eram totalmente interdependentes. Depois da ascensão de Jesus, o Espírito Santo veio à Terra para estar com os fiéis até que Jesus voltasse novamente (Jo.14:1-3; Jo.14:16). Hoje aprenderemos mais sobre o Espírito Santo.
A Bíblia revela que o Espírito Santo é uma Pessoa, e não uma força ou poder impessoal (At.15:28). Possui os mesmos atributos da Divindade, pois é Deus (At.5:3-4). No Antigo Testamento, Ele é descrito participando na criação da Terra (Gn.1:2), agindo no coração humano (Gn.6:3) e habilitando certos indivíduos para tarefas especiais (Jz.6:34). Também foi prometido para os últimos dias (Jl.2:28; At.2:15-17).
A notícia da partida de Jesus trouxe incerteza ao coração dos discípulos. Eles ainda não compreendiam como ela ocorreria. Depois de anos na companhia do Mestre, não aceitavam a ideia de Sua ausência. Jesus, porém, não os deixaria órfãos. Ele fez a promessa de enviar “outro Consolador”, o Espírito Santo. A expressão “outro”, usada por Jesus, indica alguém igual a Ele. O Espírito não só estaria com os discípulos, mas habitaria neles. Cheios do Espírito, estariam seguros para os grandes desafios que os aguardavam.
4.2 A plenitude do Espírito Santo não poderia ser concedida a não ser depois que Jesus tivesse completado Sua missão. Sua morte na cruz e ressurreição ao terceiro dia faziam parte do plano da salvação. Faltava ainda mais um passo – o Pai aceitar o sacrifício do Filho em favor do ser humano pecador. Quando o sacrifício vicário (ou substitutivo) de Jesus foi aceito por Deus, Jesus foi glorificado, e o Espírito, enviado à Terra. Pedro afirmou: “Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis” (At.2:33).
4.3 O Espírito, o Consolador, seria enviado para ensinar toda a verdade e nos fazer lembrar do que Jesus havia ensinado. Ele não somente apresenta a verdade sobre Cristo, mas traz a própria presença de Cristo. Dessa maneira, tanto o Pai quanto o Filho fazem morada no coração daquele que crê (Jo.14:23). Assim, a única forma pela qual podemos permanecer em Cristo é por meio do Espírito.
4.4 O Espírito Santo é a maior dádiva que o Céu pode conceder aos seres humanos. Devemos orar com tanto fervor pela descida do Espírito Santo como os discípulos oraram no dia de Pentecostes. Se eles necessitaram fazer isso naquele tempo, hoje precisamos muito mais. O grande desejo do Senhor é nos dar Seu Espírito, pois é por meio do Espírito que Deus habita em nós (1Co.3:16).
4.5 O Espírito Santo é dado a todo seguidor de Cristo quando o coração é inteiramente entregue para Sua habitação. Paulo escreveu a ordem: “Enchei-vos do Espírito” (Ef.5:18), e essa ordem também é uma promessa de seu cumprimento. Se buscarmos colocar nossa vida em harmonia com a vontade de Deus, se nos humilharmos e confessarmos nossa dependência, o Espírito virá em resposta às nossas orações.
4.6 Jesus ensinou que uma das funções do Espírito seria convencer os homens do pecado (Jo.16:8-9). O arrependimento ou tristeza pelo pecado só pode ocorrer pela ação do Espírito no coração. Logo, o pecado contra o Espírito Santo é a recusa persistente de atender a Seus convites para o arrependimento. Deus sempre está disposto a aceitar o arrependimento, pois “é rico em perdoar” (Is.55:7), mas o próprio ser humano, pela dureza do coração e apego ao pecado, se coloca fora do alcance da graça de Deus.
Após a ascensão de Cristo, os discípulos esperavam ansiosos pelo cumprimento de Sua promessa de enviar o Espírito. Ao transpor as portas celestiais, Jesus foi entronizado em meio à adoração dos anjos (Sl.24:7-10). Tão logo essa cerimônia foi concluída, o Espírito Santo desceu sobre os discípulos como prova da autoridade de Jesus como Sacerdote e Rei, e todo o poder no Céu e na Terra lhe foi dado.
Jesus não fechou o reservatório do Céu depois de derramar Seu Espírito no Pentecostes. Temos, hoje, o privilégio de sermos batizados com o mesmo poder. O Céu está repleto dos tesouros de Sua graça, e os que vão a Deus com fé podem reivindicar tudo o que Ele prometeu.
5.1 Jesus era um homem de oração. Ele gostava de buscar um local solitário para esses momentos agradáveis de comunhão com o Pai (Mc.6:46; Lc.5:16). Às vezes, passava a noite toda orando (Lc.6:12). Também gostava de orar pelos discípulos (Jo.17:8-9). Ele orou, inclusive, por todos nós (Jo.17:20).
Sendo Jesus nosso exemplo em todas as coisas, devemos orar como Ele orava. Considerando que o Filho de Deus sentia a necessidade de orar, quanto mais devemos nós, fracos e pecadores mortais que somos, sentir a necessidade de constante oração!
As orações de Cristo e Seu hábito de comunhão com Deus impressionavam muito os discípulos. Certa ocasião, eles O encontraram concentrado, em oração. Parecendo inconsciente da presença deles, continuou orando em alta voz. O coração dos discípulos foi tocado profundamente.
Os discípulos sentiram a necessidade de orar. Então, Jesus passou a ensinar sobre como deveriam orar. Instruiu-os a apresentar suas necessidades cotidianas a Deus e lançar sobre Ele todas as suas preocupações. A certeza que Jesus lhes deu, de que suas petições seriam ouvidas, constitui também uma realidade para nós hoje.
5.2 Correspondendo ao pedido, Cristo proferiu a “oração do Senhor”, tal como a dera no Sermão do Monte (Mt.6:9-13). Essa é uma oração-modelo e apresenta elementos que devem estar presentes em todas as nossas orações. Devemos nos aproximar de Deus com ações de graças, falar de nossas necessidades, confessar os pecados que cometemos e rogar por misericórdia, em harmonia com Sua promessa.
5.3 A oração secreta só deve ser ouvida por Jesus. Devemos formar o hábito de ter um lugar tranquilo para esses momentos de comunhão. Ao orarmos, devemos abrir nosso coração a Deus como a um amigo, falando de nossas vitórias e derrotas, perdas e ganhos, alegrias e tristezas. Lembre-se: Deus não é um Pai que deseja ouvir somente boas notícias de Seus filhos, sem Se interessar por seus problemas. O Senhor deseja que falemos de tudo o que acontece em nossa vida. A promessa de Jesus é: “teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mt.6:18).
5.4 É maravilhoso saber que Deus Se inclina de Seu trono para ouvir o clamor do oprimido. Foi com essa certeza que Davi e Daniel desenvolveram o hábito de orar três vezes ao dia (Sl.55:17; Dn.6:10). Eles viam em cada dificuldade um chamado à oração. Devemos fazer o mesmo.
Condições para a oração ser atendida: Há certas condições sob as quais podemos esperar que Deus ouça nossas orações. Vamos examinar algumas delas.
Primeira condição: Sentir a necessidade de auxílio (Mt.7:7-8)
Os que reconhecem sua necessidade e anelam por Deus podem estar certos de que serão satisfeitos. O coração tem de estar aberto à influência do Espírito; do contrário, a bênção de Deus não pode ser obtida. Somos tão carentes do cuidado de Deus como um bebê é carente da atenção e cuidado dos pais.
Segunda condição: Orar com fé (Mc.11:24)
Jesus elogiou muitos que foram curados por sua fé (Lc.18:42) e criticou a falta de fé até mesmo dos discípulos (Lc.8:25). Tiago ensinou que, quando pedimos sem fé, seremos como as ondas do mar, impelidas e agitadas pelo vento (Tg.1:6). De fato, a Bíblia é clara em ensinar que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb.11:6). Por isso, também devemos orar com fé.
Terceira condição: Obedecer aos mandamentos (Jo.15:7)
Todas as dádivas são prometidas sob a condição de obediência. Quem desobedece à lei tem sua oração recusada pelo Céu (Pv.28:9). Deus tem um Céu cheio de bênçãos para aqueles que cooperarem com Ele. Todos quantos Lhe são obedientes podem pedir o cumprimento de Suas promessas. O apóstolo João ensinou: “E aquilo que pedimos dEle recebemos, porque guardamos os Seus mandamentos” (1Jo.3:22).
Quarta condição: Perdoar os que nos ofendem (Mc.11:25-26)
Jesus ensinou na oração-modelo: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mt.6:12). Se esperamos que nossas orações sejam atendidas, devemos perdoar aos outros do mesmo modo e na mesma medida em que esperamos ser perdoados.
Quinta condição: Pedir segunda a vontade divina (Mt.26:42)
O apóstolo João ensinou esta mesma verdade: “E esta é a confiança que temos para com Ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve” (1Jo.5:14). Somos tão falíveis que, às vezes, pedimos coisas que não seriam uma benção. Deus, contudo, é tão bondoso, que só atende o que sabe ser para nosso benefício.
Sexta condição: Perseverar e não esmorecer (Lc.18:1-7)
A perseverança na oração também é uma condição para que ela seja atendida. Devemos orar sempre se quisermos crescer na fé e na experiência. Paulo aconselhou: “Perseverai na oração, vigiando com ações de graças” (Cl.4:2).
Sétima condição: Orar em nome de Jesus (Jo.14:13)
Orar em nome de Jesus é mais do que simplesmente mencionar-Lhe o nome no começo e fim da oração. É orar segundo o sentimento e o espírito de Jesus, ao mesmo tempo em que cremos em Suas promessas e descansamos em Sua graça. Cristo mesmo declarou: “Tudo quanto pedirdes em Meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo.14:13).
6.1 Jesus praticou o perdão de modo abrangente em Seu ministério terrestre. Ele disse dezenas de vezes: “Estão perdoados os teus pecados” (Mt.9:2; Lc.5:20). Mesmo na hora da morte, sofrendo os tormentos da crucifixão, Sua oração foi: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc.23:34).
Assim como precisa do oxigênio para respirar, o ser humano depende do perdão de Deus. Precisamos dele a cada instante. Como, porém, o perdão divino pode ser alcançado? E quando ofendo alguém ou sou ofendido – a quem devo pedir perdão? Neste estudo, encontraremos respostas.
Como alguém pode ser justo diante de Deus? É unicamente por meio de Cristo que alcançamos harmonia com Deus. Mas como devemos chegar a Cristo? Muitos fazem hoje a mesma pergunta que a multidão fez no dia de Pentecostes quando, convencida do pecado, clamou: “Que faremos?” (At.2:37). A resposta de Pedro foi: “Arrependei-vos” (At.2:38). Noutra ocasião, disse: “Arrependei-vos [...] e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados” (At.3:19).
6.2 A oração de Davi, depois do maior erro da sua vida, ilustra a natureza da verdadeira tristeza pelo pecado. Seu arrependimento foi sincero e profundo. Ele não fez nenhum empenho por atenuar a culpa. Não foi o desejo de escapar ao juízo que lhe inspirou a oração. Davi reconheceu a enormidade de sua transgressão, viu a contaminação de seu ser e sentiu nojo do pecado. Não suplicava unicamente o perdão, mas também um coração puro. Desejava a alegria da santidade e estar, mais uma vez, em harmonia com Deus.
6.3 Nenhum ser humano tem o poder de perdoar pecados. Somente Deus, por meio de Cristo, aquele que nunca pecou, pode nos conceder perdão e paz de espírito. O ensino de que algum ser humano tem poder de perdoar pecados não está em harmonia com a Bíblia. Nenhuma ação humana é capaz de conseguir perdão. Somente Deus, em Jesus Cristo, pode perdoar nossos pecados. Por isso, devemos nos aproximar dEle com o coração verdadeiramente arrependido.
6.4 O perdão tem duas dimensões. Se é verdade que todo pecado deve ser confessado a Deus (dimensão vertical), também é verdade que devemos buscar o perdão quando ofendemos alguém (dimensão horizontal). Jesus mesmo ensinou: “Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe” (Lc.17:3-4).
6.5 O arrependimento é a primeira condição para o perdão. Contudo, muitos não vão a Cristo porque ainda não se sentem arrependidos. O arrependimento não é produzido por um exercício mental, mas somente quando se permite a atuação do Espírito Santo no coração, nos convencendo dos erros e da necessidade de mudança. Assim como não podemos alcançar perdão sem Cristo, também não podemos nos arrepender sem que o Espírito Santo nos convença do pecado.
6.6 Uma vez arrependidos, devemos apresentar a Deus nossa confissão de modo claro e específico. Se fizermos isso, seremos lavados por Jesus, e Seu sangue nos purificará de toda injustiça. Somente Ele pode realizar essa obra. Cristo derramou Seu sangue precioso para nos purificar, porque não pode haver remissão de pecados sem derramamento de sangue (Hb.9:22).
6.7 Após terminar a oração-modelo, Jesus ainda declarou: “Se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mt.6:15). Quem não está disposto a exercer misericórdia para com os que lhe ofendem não pode obter misericórdia de Deus. É egoísmo humano desejar o perdão divino sem estar disposto a oferecer o perdão às outras pessoas.
6.8 Os mestres antigos limitavam o exercício do perdão a três ofensas, no máximo. Pedro, que professava seguir os ensinos de Cristo, ampliou-o até sete, número que indica perfeição. Cristo, porém, ensinou que nunca devemos nos cansar de perdoar. Não “até sete”, Ele disse, “mas até setenta vezes sete”, ou seja, devemos perdoar aqueles que nos ofendem tantas vezes quanto Deus nos perdoa.
Somente Jesus tem o poder de perdoar nossos pecados. Por isso, podemos nos aproximar dEle com confiança, para recebermos o alívio de que tanto precisamos. Contudo, muitos esperam merecer a graça e o perdão de Deus, tentando fazer boas ações. Não reconhecem sua pecaminosidade e incapacidade. Somente quando descobrimos que não possuímos nada que nos qualifica para o Céu, o Espírito cria em nós um desejo de mudança.
7.1 Jesus falou amplamente sobre o amor ao dinheiro em Seus ensinos. Depois do tema “reino de Deus”, o Mestre falou mais sobre dinheiro do que de qualquer outro assunto. Para Cristo, as riquezas podem sufocar a espiritualidade, tornando-se um deus rival, que costuma enfeitiçar seus adoradores. Sendo que o dinheiro é parte do nosso dia a dia, como podemos viver sem fazer dele um ídolo? Jesus ensinou duas maneiras práticas e sistemáticas: os atos de dizimar e de ofertar.
O ato de dizimar – A palavra dízimo significa “décima parte”. Ele é santo e pertence ao Senhor (Lv.27:30). Ao devolvermos a Deus o dízimo das nossas rendas, reconhecemos que todas as coisas pertencem a Ele e participamos do cumprimento da missão de pregar o evangelho a todo mundo (Sl.24:1; Ag.2:8; Mt.24:14). Dizimar é um ato de adoração e honra a Deus. A Bíblia diz em Pv.3:9: “Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda”.
Jesus aprovou a devolução do dízimo, mas ressaltou que esse ato deve ser feito com amor e justiça, sem hipocrisia. Em Lc.18:10-14, Jesus contou a história do fariseu que se orgulhava de devolver o dízimo, enquanto desprezava o pobre publicano. O fariseu foi reprovado por Jesus, pois sua motivação e suas ações eram erradas. O verdadeiro sentimento que deve nos mover na devolução do dízimo é a dependência total de Deus, sabendo que nada temos e que tudo pertence a Ele.
7.2 Abraão entregou a Melquisedeque o dízimo de tudo o que possuía. Melquisedeque era rei de Salém e “sacerdote do Deus Altíssimo”. Esse foi um ato de reconhecimento da soberania divina. Em Dt.14:22-23, a Bíblia diz: “Certamente darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que ano após ano se recolhe do campo. E, perante o Senhor, teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o Seu nome, comerás os dízimos do teu cereal, do teu vinho, do teu azeite e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer o Senhor, teu Deus, todos os dias.”
7.3 Quando lemos Nm.2:1-34, descobrimos que a tribo de Levi não recebeu herança, porque Deus separou essa tribo para o serviço religioso em tempo integral (Nm.1:53). Deus era a sua herança. Aquele que proveria suas necessidades (Dt.18:2). A tribo de Levi passou, então, a sobreviver dos dízimos do povo de Israel.
7.4 Assim como ocorria com a tribo de Levi, os pastores e obreiros que trabalham em tempo integral na obra da pregação do evangelho também devem viver dos dízimos. Deus deu orientação especial quanto a isso. Ele não quer que Sua obra seja prejudicada por falta de recursos. A parte que Deus reservou para Si não deve ser desviada para outro propósito. O ato de ofertar – Assim como o dízimo deve ser levado para a igreja, as ofertas voluntárias também devem ser conduzidas à presença de Deus. O dízimo reflete nossa fidelidade a Deus.
7.5 As ofertas expressam nossa gratidão por tudo o que Ele nos dá. O dízimo é um percentual definido (10%). As ofertas são proporcionais às bênçãos divinas, segundo o valor que o doador tiver proposto em seu coração (Dt.16:17; 2Co.9:7).
7.6 Dar uma oferta a Deus não é reflexo automático de nossa entrega a Ele. Tanto a viúva pobre quanto homens ricos deram ofertas voluntárias para manter os serviços do templo. Então, qual foi a diferença entre eles? Os ricos deram o que lhes sobrava e o fizeram somente por formalismo religioso. A viúva pobre, apesar de ter dado apenas duas moedas, deu tudo o que possuía. Para Deus, não é a quantia dada que importa, mas o nível de entrega ao Senhor que torna a oferta aceitável diante dEle. A dádiva da viúva estava firmada na certeza de que Deus proveria todas as suas necessidades. Sua oferta vinha do íntimo de seu ser. Para ela, pouco importava o que sobraria. Na verdade, ela não entregou tudo o que tinha. Entregou tudo o que ela era. Isso é sacrifício.
7.7 Tudo o que temos e somos vem das mãos bondosas de Deus. Como deveríamos ser gratos pelas bênçãos que recebemos! Essa mesma gratidão deve ser demonstrada por meio de nossas ofertas, com alegria no coração (2Co.8:5).
Deus faz uma linda promessa aos fiéis nos dízimos e nas ofertas: abrir as “janelas do Céu” e derramar “bênçãos sem medida” (Ml.3:10). Ao contrário do que ocorreu no dilúvio, em que as “janelas do céu” derramaram o juízo divino (Gn.7:11), Deus tem derramado um “dilúvio de bênçãos” sobre justos e até mesmo injustos (Mt.5:45). Porém, é certo que a fidelidade a Deus é um exercício espiritual que traz mais benefícios ao doador. E Deus ainda derrama outras bênçãos! Você deseja isso? Então, seja fiel na devolução dos dízimos e das ofertas.
8.1 Jesus voltará em glória e majestade! Essa tem sido a bem-aventurada, feliz esperança dos crentes ao longo de milênios. Enoque, o sétimo depois de Adão, já aguardava esse evento (Jd.1:14). Jó, o primeiro livro da Bíblia a ser escrito, registra as seguintes palavras: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim Se levantará sobre a terra” (Jó.19:25). Servos de Deus como Abraão (Hb.11:8-10), Davi (Sl.50:2-4), Isaías (Is.25:8-9) e Habacuque (Hc.3:1-13) nutriam a mesma esperança. De fato, a segunda vinda de Cristo é o clímax do evangelho e do plano da salvação.
Antes de subir ao Céu, Jesus confortou os discípulos com a promessa de Seu retorno. A segunda vinda de Jesus é a nota tônica das Sagradas Escrituras. Esse glorioso acontecimento é mencionado 300 vezes no Novo Testamento e mais de 1.500 vezes em toda a Bíblia. Toda informação foi dada para que não restasse dúvidas sobre a importância e proximidade do evento.
8.2 Não há nada de secreto no retorno de Jesus a este mundo. Será um evento literal, visível e audível. Quarenta dias após a ressurreição, quando Cristo retornava ao Céu, anjos declararam aos discípulos: “Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como O vistes subir” (At.1:11). Se, antes de subir, Jesus era um ser pessoal, que podia ser visto (Jo.20:16) e tocado (Jo.20:27), que comeu peixe e mel (Lc.24:42-43), tudo isso indica que Sua vinda será tão literal e pessoal quanto foi Sua partida.
8.3 Milhares de anjos servem a Deus de dia e de noite. Na visão de Daniel sobre o trono de Deus, o profeta descreve que “milhares de milhares O serviam” (Dn.7:10). Todos esses seres celestiais, comissionados por Deus para ajudar na salvação da humanidade (Hb.1:13-14), virão com Jesus naquele dia. Eles terão a missão de reunir as famílias separadas pela morte (Mt.24:31). Pais reencontrarão os filhos, filhos abraçarão os pais, cônjuges reencontrarão seus amados, irmão encontrará irmão e, por toda a eternidade, as pessoas viverão unidas e felizes.
8.4 Alguns ensinam que a recompensa – salvação ou perdição – ocorre assim que a pessoa morre. Esse ensino, porém, não é apoiado pela Bíblia. Na cena do grande julgamento descrita por Jesus é ensinado claramente que a recompensa só será dada no dia de Sua vinda (Mt.25:31-46).
O segundo advento de Cristo afetará as duas grandes divisões da humanidade – aqueles que aceitaram a Jesus e a salvação por Ele oferecida estarão de um lado, e aqueles que a rejeitaram, de outro.
8.5 Um grupo de salvos não provará a morte. Eles são descritos em Ap.7:1-17 e Ap.14:1-20. São chamados de 144 mil. Receberam o selo de Deus na fronte (testa); passaram pela grande tribulação (Dn.12:1; Ap.7:13-14), na qual ocorrerá a “angústia de Jacó” (Je.30:5-7), lavaram suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro e por fim serão glorificados, ou seja, em um momento, num abrir e fechar de olhos, desaparecerão todos os vestígios do pecado, e eles receberão um corpo incorruptível e imortal.
8.6 Muitos ímpios morrerão durante os eventos finais da história. Porém, aqueles que estiverem vivos por ocasião da segunda vinda morrerão com o esplendor de Cristo e todos os fenômenos que ocorrerão. Em seu desespero, tentarão se esconder nas cavernas e nas rochas das montanhas. Eles dirão aos montes e rochedos: “Caí sobre nós e escondei-nos da face dAquele que Se assenta no trono e da ira do Cordeiro” (Ap.6:16). Contudo, essa é a primeira morte, porém ainda resta para eles uma segunda – a morte eterna (Ap.21:8).
8.7 Jesus comparou a morte a um sono (Lc.8:52; Jo.11:11). O Apocalipse chama de bem-aventurados os que morrem no Senhor (Ap.14:13). Na volta de Cristo, é hora de eles despertarem. Paulo declara que Jesus descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão. Eles saem dos túmulos transformados, ou seja, com um corpo incorruptível e imortal. Nunca mais sentirão as dores ou consequências do pecado.
8.8 Os ímpios mortos não ressuscitarão na volta de Jesus, porém, apenas mil anos depois dela. Essa é chamada a segunda ressurreição, assinalada pela condenação. Eles ressuscitarão da mesma forma que desceram à sepultura, serão enganados por Satanás e tentarão invadir a cidade santa, a Nova Jerusalém, que desceu do Céu. Quando, porém, marcharem pela superfície da terra, descerá fogo dos céus e os destruirá para sempre (Ap.20:7-9).
8.9 Os mesmos eventos preditos por Jesus: um grande terremoto, sinais no sol, na lua e nas estrelas – aparecem na descrição que o Apocalipse faz da abertura do sexto selo (ver Ap.6:12-13). Esses eventos já foram presenciados na história: (a) o grande terremoto de Lisboa, Portugal (1º de novembro de 1755); (b) o sol escuro e a lua vermelha como sangue (19 de maio de 1780); e (c) a queda das estrelas (13 de novembro de 1833). Tudo isso nos indica faltar somente a abertura do sétimo e último selo, que é a própria volta de Jesus (Ap.8:1).
8.10 O próprio ceticismo e a incredulidade de nossos dias são sinais da proximidade da volta de Jesus. Jesus alertou que as pessoas estariam comendo, bebendo, casando e dando-se em casamento, sem qualquer preocupação com o fim, assim como foi nos dias de Noé (Mt.24:38-39). A despeito das muitas advertências da Bíblia, muitos ainda vivem como se Jesus, de fato, não fosse voltar.
Somos advertidos de que Jesus virá como ladrão, ou seja, em uma hora em que não se espera (Mt.24:43-44; 2Pe.3:10). Ninguém julgue estar isento do perigo de ser apanhado de surpresa.
Só existe uma saída: estar prontos. Isso só acontecerá quando a volta de Jesus for a grande prioridade de nossa vida. Quanto tempo você tem dedicado ao preparo para esse evento? Em sua escala de valores, em que lugar está o reino de Deus? Nas 24 horas que Deus te dá a cada dia, quanto tempo você está reservando para a leitura da Bíblia e a oração? As respostas a essas perguntas ajudarão você a conhecer suas prioridades.
9.1 Jesus sentiu a dor da morte ao perder Seu amigo Lázaro, a quem muito amava (Jo.11:35-36). Ele Se viu diversas vezes diante da morte. Por Seu poder e ordem, trouxe Lázaro de volta à vida. Também ressuscitou o filho da viúva de Naim e a filha de Jairo. Ele mesmo provou a morte, mas ressuscitou ao terceiro dia. Por isso, Jesus tem todas as respostas a respeito desse tema intrigante. Nesta lição, aprenderemos o que a Bíblia ensina sobre o estado dos mortos.
Jesus comparou a morte a um sono. O apóstolo Paulo fez o mesmo (1Co.15:6; 1Ts.4:13-14). Quando dormimos, talvez sete ou oito horas durante a noite, não percebemos a passagem do tempo. Assim acontece com os que morrem. Fecham seus olhos e os abrem na ressurreição, como se apenas um instante tivesse se passado. Jesus mesmo declarou: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a Sua voz e sairão” (Jo.5:28). Os salvos, na ressurreição da vida, e os perdidos, na ressurreição do juízo.
Mortalidade ou imortalidade
Muitos creem na doutrina da imortalidade da alma. O que essa doutrina ensina? Dois pontos básicos: (a) a alma existe de modo independente do corpo; (b) após a morte do corpo, a alma permanece viva. Nesse segundo ponto, há divergências de pensamentos:
(1) Alguns creem que, se a pessoa foi boa, sua alma vai para o paraíso e recebe a recompensa. Se não foi tão boa assim, deve ir para o purgatório, para ser purificada e assim ter direito ao Céu. Se foi tremendamente má, vai direto ao inferno, que seria um lugar de tormentos eternos.
(2) Outros creem que, logo após a morte, a alma vai ao encontro de Deus e recebe, de imediato, a recompensa da vida eterna.
(3) Ainda há os que creem que, após a morte física, a alma se reconfigura em outro ser, o que é conhecido como doutrina da reencarnação.
Vejamos se a Bíblia apoia esses pontos de vista.
9.2 O pensamento de que o homem é imortal foi a primeira mentira de Satanás (Gn.3:4). Desde o Éden, essa mentira tem sido pregada em nosso planeta. Paulo é claro ao afirmar que somente Deus possui a imortalidade (1Tm.1:17; 1Tm.6:16). Porém, há grande esperança de um dia sermos imortais, conforme Jesus prometeu (Jo.3:16; Jo.5:24). Desse modo, a imortalidade não é inerente ao ser humano, mas um dom de Deus.
9.3 A imortalidade será concedida somente no dia da volta de Jesus. O que dizer, então, do relato bíblico do ladrão na cruz (ver Lc.23:42-43)? Ele não teria ido para o Céu no mesmo dia de sua morte? Não foi isso que Jesus prometeu? De fato, não. Em primeiro lugar, Jesus não foi para o Céu naquele dia (sexta-feira), Ele subiu após Sua ressurreição (Jo.20:17). Em segundo lugar, Jesus foi claro em afirmar que os salvos só receberão sua recompensa no dia de Sua vinda (Mt.16:27; Ap.22:12).
9.4 Não há consciência na morte. Se isso é verdade, não há qualquer possibilidade de vida independente após a morte. Logo, a teoria de que a alma sai do corpo para continuar sua existência não tem apoio bíblico. Sendo assim, como podemos entender a parábola do rico e Lázaro (Lc.16:19-31)? Ela não ensina que a recompensa vem depois da morte? De fato, não. Na parábola, Cristo mostra que cada pessoa decide seu destino eterno nesta vida. Não será concedida uma nova oportunidade. Essa era uma parábola conhecida dos ouvintes de Cristo. Ele Se aproximou deles em seu próprio terreno para ensinar que o pobre que confia em Deus terá sua recompensa, ao passo que o rico, que não confia em Deus, perderá a vida eterna.
9.5 Na formação do ser humano, Deus uniu o pó da terra ao fôlego de vida, e o homem passou a ser “alma vivente”. O melhor sinônimo para “alma vivente” é “pessoa”. Cada pessoa é uma alma. Alguns pensam que cada pessoa tem uma alma, mas isso é incorreto. Nós não temos uma alma, nós somos uma alma.
9.6 Na morte, acontece o processo inverso ao da criação. Na formação do homem, Deus uniu o pó da terra (corpo) ao fôlego de vida (espírito, consciência, razão), e o homem passou a ser alma vivente. Na morte, esses elementos se separam, e nenhum existe por si. Logo, a consciência ou razão não pode estar ativa nem viva sem o corpo, e este não pode existir sozinho. Ambos são interdependentes. Justamente por isso, Deus é claro em condenar a prática da consulta aos mortos, pois não são eles que respondem, mas “espíritos de demônios operadores de sinais” (Ap.16:14; Is.8:19).
Se, por ocasião da morte, uma alma ou um espírito consciente deixasse imediatamente o corpo, indo para o Céu, para o inferno ou mesmo se reencarnando, que seria, então, dos que morreram e já ressuscitaram? Teriam qualquer coisa a nos contar? Na Bíblia há vários casos de pessoas que ressuscitaram: o filho da viúva de Sarepta (1Rs.17:1-24), o filho da sunamita (2Rs.4:1-27), o filho da viúva de Naim (Lc.7:11), a filha de Jairo (Lc.8:41), Lázaro (Jo.11:1), Tabita ou Dorcas (At.9:36) e Êutico (At.20:9)
A pergunta é: a alma dessas pessoas foi imediatamente para o Céu ou para o inferno? Relataram algo das coisas gloriosas do Céu ou dos horrores do inferno? Não existe registro de terem dito palavra alguma, pelo simples fato de a morte ser um estado de inconsciência. Conforme as palavras de Cristo, é um sono.
10.1 Jesus morreu, mas ressuscitou e vive! Essa é a verdade gloriosa do cristianismo. A sepultura de Jesus está vazia. Graças à Sua ressurreição, todo aquele que O aceita como Salvador, mesmo que morra, um dia será ressuscitado.
“Ressurreição” é o termo que usamos para indicar o retorno à vida. Existem diferentes teorias sobre o que ocorre após a morte. Como veremos, todos os que dormem o sono da morte um dia ressurgirão para receber sua recompensa.
Salvos e perdidos um dia ressuscitarão. Paulo afirmou que essa mesma verdade: “Tendo esperança em Deus, como também estes a têm, de que haverá ressurreição, tanto de justos como de injustos” (At.24:15). Jesus não ensinou que existe recompensa na hora da morte, mas na hora da ressurreição (Lc.14:14).
10.2 Paulo é claro em enfatizar quando será essa ressurreição: “Ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus.” A primeira ressurreição ocorrerá no momento da volta de Cristo. Todos os justos mortos, desde Abel até o último justo que morrer antes do fechamento da porta da graça (Mt.25:10; Ap.22:11), ressuscitarão para a vida eterna.
10.3 Os justos que ressuscitarem se unirão aos salvos que não passarão pela morte, e todos subirão ao encontro de Jesus, nas nuvens. Esse texto nos mostra, mais uma vez, que ninguém vai para o Céu imediatamente após a morte, mas somente na volta de Jesus.
10.4 Paulo diz que os justos mortos ressuscitarão glorificados, e os justos vivos serão transformados; ou seja, desaparecerão todos os defeitos físicos ou mentais. Todos possuirão o eterno vigor da juventude. O ser humano foi criado à semelhança de Deus, não somente no caráter, mas na forma e no aspecto. O pecado desfigurou e quase apagou a imagem divina, mas Cristo veio para restaurá-la. Ele nos dará um corpo de glória (ver Fp.3:21).
10.5 Mil anos após a volta de Cristo, acontecerá a segunda ressurreição. Os ímpios de todas as eras ressuscitarão. O número deles é como “a areia do mar” (Ap.20:8). A Bíblia nos informa que a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, descerá dos céus (Ap.21:10) e pousará sobre o Monte das Oliveiras, que se partirá em dois, formando, assim, um grande vale (Zc.14:3-4). Irão se cumprir as palavras do profeta: “Assim diz o Senhor: Voltarei para Sião e habitarei no meio de Jerusalém; Jerusalém chamar-se-á a cidade fiel, e o monte do Senhor dos Exércitos, monte santo” (Zc.8:3).
10.6 Satanás enganará mais uma vez a todos os ímpios que ressuscitarem. Já os enganou levando-os à perdição; no momento final, os enganará levando-os a pensar que poderão tomar a cidade santa pela força. Marcharão pela superfície da terra e sitiarão a Nova Jerusalém. Nesse momento, Deus executará aquilo que a Bíblia chama de Sua “obra estranha” (Is.28:21). Deus nunca desejou que o ser humano morresse (Ez.18:23). Ele tem próprio de que todos se salvem, mas não pode forçar ninguém a segui-Lo. Cada ser humano tem que fazer sua escolha.
Quando os ímpios estiverem marchando em direção à cidade para atacá-la, Deus enviará fogo dos céus e destruirá todos. O diabo, a besta, o falso profeta e todos os perdidos serão destruídos completamente, não restando “nem raiz nem ramo” (Ml.4:1).
10.7 O mesmo fogo que destruirá o mal purificará este planeta para ser a eterna morada dos salvos. Deus fará novas todas as coisas. Tudo o que o ser humano perdeu no Éden será devolvido. O rio da vida, a árvore da vida e a vida eterna.
Façamos um resumo dos eventos futuros:
(1) Jesus voltará em poder e glória (Ap.1:7).
(2) Os mortos em Cristo (justos) ressuscitarão (1Ts.4:16).
(3) Os justos vivos serão transformados (1Ts.4:17).
(4) Os ímpios vivos serão mortos na volta de Jesus (2Ts.2:8; Ap.6:15-17).
(5) Os salvos irão para o Céu e reinarão com Cristo mil anos, enquanto Satanás permanecerá preso na Terra (Ap.20:6).
(6) Após os mil anos, Satanás será solto e enganará a todos os ímpios que ressuscitarem, levando-os a pensar que podem atacar a cidade santa (Ap.20:7-9).
(7) Quando cercarem a cidade santa, Deus enviará fogo dos céus e consumirá a todos (Ap.20:10); a Terra será a morada eterna dos salvos (Is.65:17-25; Ap.21:1).

Como podemos conciliar a ideia de um Deus de amor com essa terrível destruição? Primeiramente, devemos entender que a graça divina é oferecida a todos (Jo.3:16); e tudo o que precisa ser feito para a salvação do homem, Jesus fez na cruz (1Pe.2:24). Hoje, Ele apela a cada um de nós: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” (Ap.3:20).
Jesus deixou claro que o lago de fogo não foi preparado para nós (Mt.25:41). Porém, todo aquele que não abandona a vida de pecado e não aceita a Cristo como seu salvador pessoal, um dia terá o mesmo fim que o pecado e seu originador.
11.1 Jesus falou sobre um dia de juízo. Ele disse aos fariseus: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo” (Mt.12:36). Paulo declarou: “Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça” (At.17:31). O primeiro anjo de Apocalipse 14 anuncia em grande voz: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo” (Ap.14:7). O tema do juízo é recorrente na Bíblia e está conectado à obra de salvação realizada por Deus.
O juízo revela aos seres celestiais quem, dentre os mortos, está salvo, sendo digno de acordar na primeira ressurreição (Ap.20:6). Também revela quem, dentre os vivos, permanece em Cristo, preparado para a glorificação e transladação (1Co.15:52-54; 1Ts.4:16-17). Também vindica a justiça de Deus em salvar os que creem em Jesus e destruir os que rejeitaram a graça salvadora (Mt.25:41).
11.2 Paulo declara que cada um receberá segundo o “bem ou mal que tiver feito por meio do corpo” (2Co.5:10). Para que as obras sejam analisadas, deve haver um registro preciso no Céu. É isso que a Bíblia informa. Ela fala de livros de registros (Ap.20:12): do livro da vida (Fp.4:3; Ap.21:27), do livro de memórias dos justos (Ml.3:16) e também de um livro em que se registram as ações dos ímpios (1Co.4:5). O próprio Jesus ensinou: “Porque o Filho do Homem há de vir na glória de Seu Pai, […] então, retribuirá a cada um conforme as suas obras” (Mt.16:27).
11.3 A fim de estar pronto para o juízo, é necessário que o ser humano guarde a lei de Deus. A lei será a norma no juízo. Por isso, Paulo declarou: “Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rm.2:13). Jesus Cristo, respondendo à pergunta do jovem rico sobre como alcançar a vida eterna, afirmou: “Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mt.19:17). Tempos depois, João, o discípulo amado, exortou: “Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os Seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade” (1Jo.2:4).
Um tribunal e as fases do juízo
Assim como um tribunal se assenta para juízo nos julgamentos atuais, o mesmo acontecerá no julgamento divino. Nesse julgamento, Deus é o Juiz (Sl.7:11), Jesus é o Advogado (1Jo.2:1), Satanás é o acusador (Ap.12:10), as testemunhas são os anjos (Ap.20:12), o réu é o pecador (At.17:31) e o código moral é a lei de Deus (Tg.2:10-12). O juízo de Deus está dividido em três fases:
a) Primeira fase: juízo pré-advento ou investigativo
Essa fase do juízo diz respeito ao povo de Deus, começando pelos primeiros habitantes da Terra e chegando até os que estiverem vivos quando o Senhor vier. Aqueles que não aceitaram a Cristo como Salvador não serão julgados nessa fase. Foi isso que Jesus declarou: Quem não crê no Filho “já está julgado” (Jo.3:18), ou seja, condenado.
11.4 No capítulo 7, Daniel viu o juízo sendo iniciado no Céu; no capítulo 8, ele ouviu que o juízo começaria depois que se passassem 2.300 “tardes e manhãs” (Dn.8:14). Uma “tarde e manhã” equivale a um dia (ver Gn.1:5; Gn.1:8; Gn.1:13), logo 2.300 tardes e manhãs equivalem a 2.300 dias. Em se tratando de profecia, devemos aplicar o princípio dia-ano de interpretação profética, em que cada dia profético equivale a um ano literal, quando aplicável (ver Nm.14:34; Ez.4:6-7). Assim, o juízo deveria começar no santuário celestial após 2.300 anos literais.
O período de 2.300 teria início com a ordem para “restaurar e para edificar Jerusalém” (Dn.9:25). Essa ordem entrou em vigor no ano 457 a.C. (Ed.6:14; Ed.7:7-12). Se viajarmos 2.300 anos, a partir de 457 a.C., alcançaremos o ano de 1844. O juízo no santuário terrestre era realizado sempre no décimo dia do sétimo mês. Fazendo uma transposição dessa data para nosso calendário, chegamos ao dia 22 de outubro de 1844. A partir daí, começaria o juízo no santuário celestial. O juízo investigativo terminará com a saída de Jesus do santuário celestial (Dn.12:1), o que significa o fim de Sua intercessão e da oportunidade de salvação (Ap.15:8; Ap.22:11).
11.5 b) Segunda fase: juízo comprobatório
Esse julgamento se refere àqueles que não têm seus nomes no livro da vida (Ap.20:15). Ele ocorre durante mil anos, após a volta de Cristo (Ap.20:5). Não significa que ainda exista esperança de salvação. Será um julgamento para demonstrar a justiça de Deus e se verificar o motivo da perdição dos ímpios.
11.6 c) Terceira fase: juízo executivo
A terceira e última fase é chamada de juízo executivo, pois se trata da aplicação da sentença aos impenitentes. O fogo divino destruirá pecado e pecadores. Nada sobrará (Ml.4:1). O mesmo fogo que destruirá os ímpios purificará este planeta, que será a eterna morada dos remidos (Ap.21:1-3).
11.7 O profeta Daniel nos apresenta uma informação preciosa: O juízo divino é realizado a favor dos santos (ver Dn.7:18; Dn.7:22; Dn.7:27). Se o juízo é a nosso favor, não precisamos temer, a não ser que nosso caso ainda não esteja nas mãos do Advogado Jesus (ver 1Jo.2:1). Entregue seu caso agora nas mãos de Jesus. Ele nunca perdeu nem perderá uma causa. Você será um vitorioso se estiver ligado a Ele.
12.1 Jesus, nosso abnegado Redentor, em Sua peregrinação na Terra, foi uma representação viva do caráter da lei de Deus. Ele não veio para mudar a lei, mas para exaltá-la e torna-la gloriosa (Is.42:21; Mt.5:21-22; Mt.5:27-28). A lei é a expressão da vontade de Deus com respeito à conduta moral da humanidade e é tão eterna quanto o próprio Deus.
Jesus citou várias vezes “a Lei e os Profetas”. O que isso significava para Jesus? A “Lei”, em sentido geral, são os escritos de Moisés – os cinco primeiros livros da Bíblia -, com destaque para os dez mandamentos, entendidos como a lei moral. Os “Profetas” representam o restante dos livros do Antigo Testamento. Jesus chamava o Antigo Testamento de “a Lei e os Profetas”, embora também exista a divisão em três partes: “Lei, Profetas e Salmos” (Lc.24:44).
12.2 Pecado é a transgressão da lei (1Jo.3:4). Se Cristo tivesse cometido um único pecado, não poderia ser nosso Salvador (ver Rm.5:19). Por Sua própria obediência à lei, Cristo deu testemunho do caráter imutável da mesma. Ele também provou que a lei pode ser obedecida por meio de Sua graça.
12.3 Os israelitas ficaram 430 anos como escravos no Egito (ver Ex.12:40; Gl.3:17). Durante esse tempo, não tinham liberdade para cultuar o Deus verdadeiro. Logo, todas as tradições religiosas e mandamentos do Senhor foram sendo esquecidos. Com a libertação de Seu povo, Deus queria começar uma nova experiência. Assim, mediante a entrega da lei escrita, Deus fazia uma aliança com Seu povo.
12.5 Assim como um espelho mostra a sujeira que está no rosto, a lei mostra nosso pecado. Como o espelho, ela não pode nos limpar nem tem essa função. Sua função é apontar nossos defeitos e nossa necessidade de ir a Cristo em busca de perdão.
12.6 Os dez mandamentos constituem a base da aliança entre Deus e Seu povo. São a norma de Seu julgamento. Todos serão julgados segundo a lei (2Co.5:10). Sendo assim, como ficará o caso dos que viveram antes de a lei ser dada a Moisés?
Muitos pensam que os dez mandamentos passaram a existir após a entrega no monte Sinai. Isso, porém, não é verdade. A lei de Deus é eterna como Ele próprio. Desde a criação do mundo, vemos a lei de forma implícita. Ainda no Gênesis, primeiro livro da Bíblia, vemos alusões ao primeiro e segundo mandamentos (Gn.35:1-4); ao quarto (Gn.2:1-3); ao quinto (Gn.18:19); ao sexto (Gn.4:1-8); ao sétimo (Gn.39:7-9; Gn.19:1-10); ao oitavo (Gn.4:1-11); ao nono (Gn.12:11-13; Gn.20:1-10); e ao décimo (Gn.27:1-46).
12.7 Nossa salvação é obtida inteiramente pela graça, não por obras (ou boas ações). No entanto, seu fruto é a obediência aos mandamentos. Essa obediência desenvolve o caráter cristão e resulta em uma sensação de bem-estar. É uma evidência de nosso amor ao Senhor e de nossa atenção aos semelhantes. Concluímos que não somos salvos por guardar a lei, mas salvos para guardar a lei. Só pode obedecer à lei de Deus aquele que um dia foi salvo por Jesus.
Davi declarou: “Os que amam a Tua lei desfrutam paz, e nada há que os faça tropeçar” (Sl.119:165, NVI). A lei de Deus é um guia para a felicidade e proteção da humanidade. Viver de acordo com seus princípios proporciona paz e segurança. Nossa obediência a Deus é uma expressão de nosso amor e gratidão pela grande salvação oferecida na cruz do calvário.
13.1 Jesus ensinou que nosso amor a Ele seria demonstrado por meio da obediência à lei. Ele disse: “Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos” (Jo.14:15). A lei de Deus está hoje em vigência como sempre esteve, pois é tão eterna quanto a próprio Deus. Contudo, uma profecia no Antigo Testamento previu uma tentativa de mudança da lei de Deus, comprometendo todo o Seu governo. Aprenderemos mais sobre a lei neste estudo.
Isaías havia profetizado que a missão de Cristo seria “engrandecer a lei e fazê-la gloriosa” (Is.42:21). Por Sua obediência e ensino, Jesus deixou claro que os mandamentos divinos são eternos. No Sermão do Monte, Ele ampliou o sentido da lei, dizendo: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás [...]. Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento” (Mt.5:21-22).
13.2 Você pode ler todos os dez mandamentos em Ex.20:3-17 e Dt.5:7-21. Certa ocasião, um intérprete da lei, testando Jesus, perguntou: “Mestre, qual é o grande mandamento na lei?” A resposta de Jesus foi: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Jesus, então, concluiu: “ Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt.22:36-40). Com isso, Jesus mostrou que os quatro primeiros mandamentos contêm nosso dever para com Deus, e os últimos seis, nosso dever para com o próximo.
13.3 Após seis dias criando o mundo, Deus descansou no sétimo e instituiu o sábado para todas as pessoas, como um memorial da criação (Gn.2:1-3). O sábado é um dia para descanso, adoração e ministério, em harmonia com o ensino e a prática de Jesus. O sábado é um dia para estabelecer comunhão com Deus e uns com os outros. É um sinal perpétuo da eterna aliança de Deus com Seu povo. A prazerosa observância desse tempo sagrado, de um pôr do sol a outro, é uma celebração dos atos criadores e redentores de Deus.
13.4 a) Porque Deus descansou nele, abençoou esse dia e o santificou (Gn.2:1-3).
b) Porque Deus ordenou que o santificássemos (Ex.20:8-11).
c) O maná que Deus providenciava no deserto, do primeiro ao sexto dia da semana, mostra a santidade do sábado (Ex.16:23).
d) É um memorial eterno entre Deus e Seu povo (Ex.31:12-13; Ez.20:12; Ez.20:20).
e) O sábado era guardado nos dias de Neemias (Ne.9:14; Ne.10:31; Ne.13:15-21).
f) O sábado será observado na nova Terra (Is.66:23-24).
13.6 Se Jesus tivesse quebrado algum mandamento, Ele não poderia ser nosso Salvador. Pelo contrário, precisaria de um salvador, assim como nós. Ainda que, acusado de quebrar o sábado (Jo.5:18), na visão de alguns religiosos, Jesus, na verdade, mostrou o verdadeiro sentido do sábado. A Bíblia registra oito episódios de controvérsia, envolvendo o sábado, em que Jesus demonstrou o significado desse dia para o ser humano:
a) os discípulos colhendo espigas (Mt.12:1-8);
b) Jesus cura um homem com a mão ressequida (Mt.12:9-15);
c) a cura de um homem com espírito imundo (Mc.1:21-28);
d) a cura de uma mulher enferma havia 18 anos (Lc.13:10-17);
e) cura de um homem hidrópico (Lc.14:1-6);
f) cura de um enfermo na tanque de Betesda (Jo.5:1-15);
g) cura de um cego de nascença (Jo.9:1-14); e
h) o problema da circuncisão (Jo.7:22-24).

Não há nessas passagens nenhum indício de que Jesus estivesse questionando a validade do dia de descanso bíblico. De fato, Ele estava apresentando o uso correto desse dia. Jesus entrou em atrito com os líderes religiosos de Sua época por causa da maneira legalista de interpretarem o quarto mandamento. Eles criaram centenas de leis sobre o que deveria ou não ser feito no sábado. Para eles, andar mais de uma jornada (cerca de um quilômetro), cuspir no chão, pegar qualquer peso, apanhar espigas, curar... tudo isso era pecado, se feito no sábado. Jesus, por outro lado, veio mostrar o verdadeiro sentido do sábado, que havia se perdido em meio às muitas regras humanas.
13.7 Em sua visão, o profeta Daniel testemunha um chifre pequeno que tentaria mudar a lei. Como isso ocorreu na história? Três mudanças foram efetuadas na lei de Deus por esse poder. A primeira delas foi a exclusão do segundo mandamento, que diz claramente: “Não farás para ti imagem de escultura [...]. Não as adorarás, nem lhes darás culto” (Ex.20:4-5). O segundo mandamento foi extraído completamente do Catecismo Romano. Com a exclusão do segundo mandamento, foi necessário fazer uma manobra para que a lei não ficasse apenas com nove mandamentos. Então, dividiu-se o décimo mandamento da lei em dois. Assim, lemos no Catecismo Romano:
9º mandamento: “Não desejar a mulher do próximo.”
10º mandamento: “Não cobiçar as coisas alheias.”
A terceira mudança arbitrária feita pelo papado envolve o quarto mandamento da lei de Deus, o sábado. A igreja romana admite abertamente a responsabilidade de introduzir a guarda do domingo em lugar do sábado, afirmando que tem o direito de fazer tais mudanças. O papa João Paulo II publicou, em 31 de maio de 1998, uma carta apostólica chamada Dies Domini (“Dia do Senhor”). Ele escreveu: “Os cristãos [...] assumiram como festivo o primeiro dia depois do sábado, porque nele se deu a ressurreição do Senhor [...]. Do sétimo dia, passa-se ao primeiro dia: o dies Domini torna-se o dies Christi!” (Papa João Paulo II, Carta Apostólica Dies Domini. São Paulo, SP: Paulinas, 2002, p. 20, 21).
Assim percebemos como essa instituição religiosa atuou para mudar a santa lei de Deus. Hoje, a santidade do domingo é a crença mais popular compartilhada por católicos e protestantes, ambas considerando o domingo como “dia do Senhor” em homenagem à ressurreição de Cristo, mesmo não havendo um único texto na Bíblia que aprove tal conceito.
13.8 O sábado não é uma nova instituição, mas foi estabelecido desde a criação do mundo para benefício do homem. Deus concedeu ao ser humano seis dias para trabalhar e ordenou o repouso no sétimo (Ex.20:10). O profeta Daniel já havia previsto que uma mudança seria operada na lei de Deus – justamente o que vemos hoje. Se desejamos ser fiéis ao ensino de Jesus, devemos guardar todos os mandamentos de Deus, incluindo o sábado.
14.1 Jesus veio a este mundo com a missão de organizar Sua igreja. O chamado de Cristo aos doze discípulos foi o primeiro passo no sentido de organizá-la. Como no Antigo Testamento, doze patriarcas ocupam o lugar de representantes do povo de Deus, Israel, assim, no Novo Testamento, doze apóstolos representam a igreja cristã.
A igreja foi organizada a fim de cumprir o plano divino de encher o mundo com o conhecimento da glória de Deus. Ela se torna responsável não somente por levar o evangelho ao mundo (Mt.28:18-20), mas também deve nutrir espiritualmente aqueles que aceitam o evangelho (1Pe.5:2-3). Aprenderemos, neste estudo, mais sobre esse tema.
Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, o fundador e o fundamento da igreja. Paulo diz: “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co.3:11). Essa igreja fundada por Jesus teria a responsabilidade de manter viva a chama do evangelho, preservar a doutrina apostólica e alertar o mundo sobre a volta de Jesus.
14.2 A figura da construção de um templo é frequentemente usada nas Escrituras para ilustrar a edificação da igreja. Zacarias se refere a Cristo como Renovo que edificaria o templo do Senhor. Fala dos gentios como auxiliares nessa obra: “Aqueles que estão longe virão e ajudarão no edificar o templo do Senhor” (Zc.6:12; Zc.6:15). Isaías declara: “Estrangeiros edificarão os teus muros” (Is.60:10).
14.3 Assim como uma noiva se preserva para seu futuro esposo, a igreja deve viver de modo puro e irrepreensível, aguardando a chegada de seu Noivo, Jesus.
A igreja visível de Deus
Na Bíblia, a igreja visível de Deus é chamada de igreja remanescente. O termo “remanescente” ou “resto” ocorre dezenas de vezes na Bíblia (ver Ez.6:8; Rm.9:27; Rm.11:5, por exemplo). O Novo Dicionário Webster define “remanescente” como sendo “resto; o que sobra; o que permanece; o que é deixado”. O que, então, devemos entender por “igreja remanescente”? Essa expressão define a última igreja, a que ficará no fim da história da Terra.
A Igreja Adventista, logo em seu início, ficou conhecida como igreja remanescente. De que maneira podemos identificar a igreja remanescente como a Igreja Adventista do Sétimo Dia?
14.4 a) Guarda todos os mandamentos de Deus (Ap.12:17; Ap.14:12).b) Tem o “testemunho de Jesus” que é o “espírito de profecia” (Ap.12:17; Ap.19:10).c) Surgiria como movimento profético no fim das “2.300 tardes e manhãs” de Dn.8:14, ou seja, no ano de 1844.d) Teria uma mensagem especial para pregar, contida em Ap.14:6-12.e) Seria um movimento mundial (Mt.24:14).f) Manteria todas as verdades apostólicas como estão na Bíblia (1Tm.3:15; At.2:42).
Somente uma igreja no mundo preenche todas essas especificações da profecia. Podemos concluir que a igreja visível de Deus na Terra é a Igreja Adventista do Sétimo Dia.
A igreja invisível de Deus
Se é verdade que Deus tem hoje uma igreja visível, também é verdade que Ele possui uma igreja invisível. Ela é composta dos filhos de Deus em todo o mundo e em todos os tempos. São pessoas que têm seguido a luz que Cristo lhes concedeu (Jo.1:9).
Muitos jamais tiveram a oportunidade de aprender sobre Jesus Cristo, mas têm respondido ao Espírito Santo e têm procedido “por natureza, de conformidade com a lei” (Rm.2:14).
14.5 a) Jo.10:16: Cristo afirma que nem todos os Seus filhos se reúnem na igreja visível.b) Ap.18:4: João deixa claro que muitos sinceros ainda sairão do meio da confusão religiosa (Babilônia) e se unirão à igreja remanescente.c) At.17:30: Muitos ainda não conheceram Cristo e as verdades de Sua Palavra, porém, Deus, em Sua infinita misericórdia e justiça, julgará a todos pelo conhecimento que possuem hoje. São considerados sinceros, pois vivem conforme aquilo que conhecem da Palavra.
Em todas as épocas, Deus teve um povo leal às Suas leis, com a missão de ensiná-las ao mundo. No Antigo Testamento, era o povo de Israel; no Novo Testamento, a igreja cristã. A Bíblia ensina que Deus tem uma igreja visível, também conhecida como remanescente. Esta surgiria no tempo apontado pela profecia (Dn.8:14; Dn.9:24-27; Ap.10:8-11). Ao mesmo tempo, Deus tem uma igreja invisível. Em todas as eras, Deus teve pessoas que, mesmo não pertencendo à igreja visível, seguiam todas as verdades que conheciam de Sua palavra e que serão julgadas por esse conhecimento (At.17:30; Rm.2:14-15).
15.1 Jesus foi reconhecido como um profeta de Deus (Mt.21:11; Mt.21:46) e advertiu Seus seguidores de que surgiriam muitos falsos profetas antes de Sua vinda (Mt.24:11), que fariam grandes sinais e, se possível, enganariam os próprios escolhidos (Mt.24:24). Para não sermos enganados por esses falsos profetas, precisamos aprender mais sobre esse tema.
O “dom de profecia” ou “dom profético” não pertence somente em um período determinado da história. Tanto as Escrituras do Antigo Testamento quanto as do Novo Testamento chegaram a nós mediante esse dom profético, manifestado por meio dos escritores da Bíblia. Entretanto, mesmo em nossos dias, esse dom seria visto.
A expressão “lobo roubadores” descreve uma classe de mestres religiosos que professa ser cristã; eles têm forma de piedade e parecem estar trabalhando para o bem das pessoas, entretanto seus ensinos estão em conflito com os ensinos de Cristo. Acham-se destituídos de Seu espírito manso e humilde. Se Jesus advertiu sobre os falsos profetas é porque certamente haveria também os verdadeiros profetas de Deus.
15.2 A profecia de Joel se cumpriu no dia de Pentecostes quando o Espírito Santo foi derramado sobre os apóstolos em forma de chuva temporã (do início da plantação) e marcou o nascimento da igreja cristã (At.2:14-18). Na conclusão da obra de Deus em nossos dias, as palavras de Joel devem cumprir-se novamente na chuva serôdia (do tempo da colheita), quando uma porção muito maior do Espírito será concedida, e profetas de Deus se levantarão para anunciar a vinda do Senhor (ver Jl.2:23).
15.3 Em termos claros, o profeta João fala dos remanescentes, ou da última igreja, como sendo os que “guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo” (Ap.12:17). Em seguida, João declara que a expressão “testemunho de Jesus” é o “espírito da profecia” (Ap.19:10). Em outra ocasião, João pretendia adorar o anjo que lhe aparecera em visão, mas o anjo lhe disse: “Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantém o testemunho de Jesus” (Ap.19:10). Se compararmos esse texto com Ap.22:9, descobriremos que os “irmãos” de João que têm “o testemunho de Jesus” são chamados de “os profetas”. Concluímos que, antes da segunda vinda de Cristo, Sua verdadeira igreja guardaria Seus mandamentos e teria o “espírito de profecia”. Ou seja, o dom profético seria restaurado.
O surgimento do dom profético na igreja remanescente
Aos 17 anos, a jovem Ellen Gould Harmon foi escolhida por Deus para motivar e orientar os que haviam esperado a volta de Jesus para 22 de outubro de 1844. Naquele mesmo ano, suas mensagens foram inicialmente recebidas por um grupo de crentes dedicados ao profundo estudo das profecias bíblicas, sendo reconhecidas como uma revelação de Deus para o tempo do fim. Durante 70 anos, ela escreveu cerca de 100 mil páginas de conselhos, advertências e orientação prática em vários segmentos, tornando-se uma das mais destacadas escritoras da humanidade. Após o casamento, com o pastor Tiago White, tornou-se conhecida como Ellen G. White.
Provando o profeta verdadeiro
A Bíblia nos apresenta testes para diferenciarmos o profeta verdadeiro do falso. Para testarmos o ministério profético de Ellen G. White, devemos aplicá-los em sua vida.
15.4 1. Tudo o que ensina deve estar em harmonia com a Bíblia (Is.8:20). Ellen G. White escreveu cerca de 25 milhões de palavras que se encontram em mais de 100 mil páginas manuscritas. São artigos de revistas, cartas e livros. Em todas essas publicações há harmonia com as Escrituras.
2. “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt.7:20). Um período de 70 anos é um longo tempo para se viver e trabalhar, principalmente sob a observação de incrédulos, cheios de suspeita e hostilidade. Esse foi o tempo de ministério de Ellen G. White – dos 17 aos 87 anos – acima de qualquer suspeita.
3. Quando se cumpre a palavra desse profeta (Je.28:9). Ellen G. White fez várias predições, e estas se cumpriram claramente:
a) Em 1868, Ellen White advertiu certas pessoas muito obesas de serem suscetíveis a ataques de doenças agudas e morte súbita. Somente no século 20 a medicina estabeleceu o vínculo entre excesso de peso e risco cardíaco.
b) Em 1872, ela falou da importância do exercício para uma boa saúde, principalmente a marcha atlética, ou cooper, descoberta feita pela ciência somente em 1960.
c) A partir de 1902, ela passou a advertir da iminente destruição de São Francisco e Oakland. Isso aconteceu como ela havia predito no grande terremoto de 1906.
4. Guia divino em tempos de crise (Sl.32:8; Os.12:13). Nos momentos decisivos e de crise da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Ellen G. White foi uma forte voz de Deus a orientar sobre os rumos que deveriam ser tomados. Nos seus incessantes anos de trabalho foi uma voz que Deus usou para dar direção à Sua igreja.

Qual a função dos escritos de Ellen G. White para a Igreja Adventista?
A Igreja Adventista do Sétimo Dia é um movimento essencialmente bíblico, ou seja, todas as suas 28 crenças fundamentais têm base na Bíblia. Porém, Deus, em Sua infinita misericórdia, deu-nos preciosas orientações práticas sobre saúde, educação, família e vários aspectos da vida por meio de Ellen G. White. Seus escritos têm as seguintes finalidades:
a) conduzir as pessoas à Bíblia;
b) corrigir aqueles que se desviam da verdade bíblica;
c) ajudar a esclarecer temas da Bíblia e sua mensagem.
Para conhecer mais sobre o ministério profético de Ellen G. White, consulte as seguintes obras: Mensageira do Senhor, Ellen White: Mulher de Visão e Enciclopédia Ellen G. White (visite o site www.cpb.com.br).
Ainda que escritos há mais de um século, os livros de Ellen G. White são bastante atuais. Nunca nos esqueçamos do conselho do rei Josafá: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estarei seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis” (2Cr.20:20).
16.1 Jesus iniciou Seu ministério terrestre sendo batizado por João Batista. O batismo é uma doutrina do Novo Testamento e surge com João, o Batista. Ele recebeu esse nome porque batizava. Jesus tinha cerca de 30 anos quando Se dirigiu ao rio Jordão para ser batizado e iniciar Seu ministério terrestre (Lc.3:23). Seu batismo permanece como um exemplo para todos aqueles que desejam segui-Lo e obedecer aos Seus ensinos.
Muitos buscavam João para receber o batismo do arrependimento e alcançar o perdão dos pecados. No entanto, por que Jesus, que não tinha pecado (2Co.5:21; 1Pe.2:22), Se submeteu ao rito do batismo? Primeiramente, como nosso Substituto, assumiu a culpa da humanidade e foi batizado por causa dos nossos pecados. Em segundo lugar, Jesus queria deixar um exemplo para todos os que um dia cressem nEle como Salvador também passassem pelo rito do batismo.
16.2 Em Seu diálogo com Nicodemos, Jesus foi claro: quem não nascer da água (batismo), e do Espírito (conversão), não pode entrar no reino de Deus. Há alguma exceção? A própria Bíblia apresenta um caso: o do ladrão na cruz. Este morreu sem ser batizado, mas Jesus declarou que ele seria salvo (Lc.23:43). Por qual motivo? Ele acreditou em Jesus como Salvador pessoal, mas não teve a oportunidade de ser batizado, pois estava preso em uma cruz e prestes a morrer. Isso nos leva a crer que, se alguma pessoa chega a tomar sua decisão por Cristo e pelo batismo, mas tem sua vida repentinamente tirada, ela pode ser salva, mesmo sem ter passado pelo rito.
Quatro condições para o batismo
a) Ser ensinado (Mt.28:19-20; At.16:32-33).
b) Crer (Mc.16:16; At.8:36-38).
c) Arrepender-se (At.2:38; At.3:19).
d) Converter-se (Mt.18:3; At.9:35).
Com base nos textos acima, podemos concluir que o primeiro passo é ser ensinado. Paulo pergunta: “E como crerão naquele de quem nada ouviram?” (Rm.10:14). Depois de compreender os princípios fundamentais do evangelho, a pessoa deve crer que Jesus é o Filho de Deus. Essa crença a conduzirá ao arrependimento, que significa tristeza pelo pecado, e depois, à conversão, ou seja, a uma mudança de rumo na vida.
16.3 Quando Jesus foi batizado, Deus Pai estava presente, e do alto se ouviu: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo” (Mt.3:17). O Deus Espírito Santo estava ali também e desceu em forma de pomba sobre Jesus, o Deus Filho. Da mesma forma, hoje, quando alguém toma a decisão de se entregar a Cristo através do batismo, a Trindade Se faz presente.
16.4 O batismo “em nome de Jesus” não invalida a ordem de se ministrar o batismo em nome da Trindade. Não é sugestão de uma nova fórmula batismal, mas somente a ênfase na condição básica para esse rito ser ministrado. Em outras palavras, um judeu étnico ou prosélito, que já cria no verdadeiro Deus, só poderia ser batizado na comunidade cristã se ele também cresse em Jesus de Nazaré como o Messias prometido.
É importante notar: os mesmos textos que falam do batismo “em nome de Jesus Cristo” estão impregnados pelo conceito da Trindade. Analisando-se o conteúdo desses textos, percebe-se, em primeiro lugar, que os batizados “em nome de Jesus Cristo” eram pessoas que já criam previamente em Deus, o Pai. Além disso, em todas essas ocasiões, o batismo “em nome de Jesus Cristo” foi acompanhado pelo recebimento prévio, simultâneo ou posterior do “dom do Espírito Santo” (ver At.2:38; At.8:14-17; At.10:44-48; At.19:1-6).
16.5 A única forma de batismo reconhecida no Novo Testamento é por imersão. A palavra grega baptizo, da qual deriva a palavra “batismo”, significa “imergir”, “mergulhar”, “afundar”. Não existe na Bíblia nenhum exemplo de batismo por aspersão ou infusão.
16.6 Muitos cristãos consideram santo o primeiro dia de semana, o domingo, porque Jesus ressuscitou nele. Observam esse dia em homenagem à ressurreição de Cristo. Entretanto, o ensino bíblico não é esse. Jesus deixou o batismo como a cerimônia para celebrar Sua ressurreição. Assim como Cristo morreu, foi sepultado e ao terceiro dia ressuscitou, ao sermos mergulhados nas águas do batismo, morremos para o pecado, sepultamos a velha vida e renascemos como “nova criatura” (2Co.5:17).
Esse simbolismo confirma a ideia de que o batismo deve ser sempre ministrado por imersão, pois, de outra forma, perderia todo o simbolismo da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus.
16.7 Uma vez que existem condições a serem preenchidas antes do batismo, e uma criança recém-nascida não pode preenchê-las, o batismo só deve ser ministrado a crianças que tenham idade suficiente para:
a) serem doutrinadas;
b) reconhecerem sua pecaminosidade;
c) crerem em Jesus como Salvador pessoal e
d) pedirem o batismo.
16.8 Ser revestido de Cristo significa estar coberto por Sua justiça, fortalecido por Seu Espírito e salvo por Sua graça. Diariamente, há uma luta com a natureza carnal e um fortalecimento da natureza espiritual. O agir do Espírito de Cristo em nosso coração nos leva à pureza de caráter. Deixamos as obras da carne e passamos a produzir o “fruto do Espírito” (Gl.5:22-25).
O batismo é uma doutrina do Novo Testamento apontada por Jesus como uma condição à salvação. Deve ser ministrado somente às pessoas que têm idade suficiente para receber o conhecimento da Palavra de Deus, crer em Jesus como Salvador pessoal, demonstrar arrependimento e mudança de vida. Após o batismo, o Espírito implanta uma nova natureza e torna a pessoa semelhante a Cristo.
17.1 Jesus dedicou mais tempo a curar os enfermos do que a pregar. Ele veio a este mundo para remover o fardo de doenças e de pecado. Sofria com os doentes e desejava restabelecer a saúde de todos. Aqueles que iam a Cristo nunca eram rejeitados. Pelo contrário, Seu convite sempre foi: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (Mt.11:28). Por onde Jesus ia, os cegos passavam a enxergar; mudos a falar; surdos a ouvir; paralíticos a andar, e as doenças eram curadas.
Jesus sempre deseja o melhor para Seus filhos. Não apenas saúde espiritual, mas também, física e mental. Contudo, para encontrarmos o equilíbrio das capacidades humanas, precisamos conhecer mais sobre as orientações bíblicas a respeito do cuidado com nosso corpo, e só assim poderemos apresentar a Deus um “culto racional” (Rm.12:1-2).
Santuários de Deus
Deus ordenou a Moisés que construísse um santuário para habitar no meio de Seu povo (Ex.25:8). Séculos mais tarde, essa tenda móvel foi substituída pelo glorioso Templo de Salomão (1Rs.6:13-14). Esse templo foi destruído por Nabucodonosor, rei da Babilônia, e reconstruído no tempo de Esdras e Neemias. O templo que Jesus conheceu estava no mesmo local e havia sido reformado por Herodes, o Grande.
Por séculos, o templo havia sido o centro da religião de Israel. Com todas as suas cerimônias, seus sacrifícios e simbolismos, apontava para a chegada do Messias. Quando Jesus veio, cumpriram-se as leis cerimoniais. Após Sua morte, ressurreição e ascensão, Jesus inaugurou o templo celestial, e cessou-se a função pedagógica do templo em Jerusalém. Esse mesmo templo foi destruído no ano 70 d.C., por Tito, general romano. Desde então, não existe mais um santuário terrestre.
17.2 Paulo declara que nosso corpo é o templo, a morada do Espírito Santo. Ensina ainda que devemos glorificar a Deus em nosso corpo. Isso acontece quando todas as nossas aptidões e habilidades estão em sintonia com Sua vontade. Para isso, é indispensável ter boa saúde.
17.3 Somos o que comemos: essa é uma verdade irrefutável. Assim como não colocamos combustível impróprio em nosso carro, não deveríamos ingerir nada que fizesse mal à saúde.
17.4 Foi somente após o dilúvio que Deus permitiu ao ser humano comer alguns tipos de carne. No entanto, algumas carnes seriam impróprias para o uso. Deus, em Sua Palavra, deixou todas as orientações sobre que tipo de alimentos usar (ver Lv.11:1-47). O abster-se de carnes imundas é assunto sério (ver Is.66:17).
17.5 Paulo ensina uma verdade difícil de ser aceita, mas incrivelmente libertadora: nosso corpo não nos pertence, mas a Deus, como Sua morada. Por isso, a advertência: “Se alguém o destruir... Deus o destruirá” (1Co.3:17). À luz desse ensino, podemos concluir que, qualquer coisa que façamos que prejudique nossa saúde, constitui pecado.
17.6 Oito remédios naturais
Para a manutenção de uma boa saúde, Deus nos presenteou com remédios naturais, conforme lemos a seguir:
“Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino – eis os verdadeiros remédios. Toda pessoa deve possuir conhecimentos dos meios terapêuticos naturais e da maneira de aplicá-los. É essencial tanto compreender os princípios envolvidos no tratamento do doente como ter um preparo prático que habilite a empregar devidamente esse conhecimento” (A Ciência do Bom Viver, p. 127; ver mais informações em: http//www.adventistas.org/pt/saúde/8-remedios-naturais).
Um corpo doente é afetado também em sua disposição de servir e se relacionar com Deus. Por isso, uma boa saúde é indispensável para uma vida espiritual sadia. Deus deseja nossa prosperidade e saúde (3Jo.1:2) e não leva em conta o tempo de ignorância (At.17:30; Tg.4:17), por isso peçamos a ajuda dEle para fazermos as mudanças necessárias e assim glorificarmos Seu nome por meio de uma boa saúde.
18.1 Jesus condenou boa parte das tradições de Sua época porque os líderes religiosos estavam mais interessados em suas formalidades do que na Palavra de Deus. Porém, ao longo de Sua vida, Cristo instituiu ritos que são prescritos nas Escrituras e que ainda hoje devem ser praticados por Seus seguidores. Vamos conhecê-los!
18.3 A Bíblia nos ensina a apresentar os recém-nascidos ao Senhor, mas não em um batismo infantil. A dedicação é um compromisso assumido pelos pais, de que educarão a criança nos caminhos de Deus. Os pais são chamados à frente, e, depois de uma breve leitura bíblica, é feita uma oração de dedicação ao Senhor.
18.5 A palavra de Cristo é imperativa: “Ide [...], fazei discípulos [...], batizando-os”. Ele próprio colocou o batismo como essencial (Mc.16:16). Todos quantos aceitam Sua graça salvadora e abandonam a vida de pecados podem ser aceitos como membros da família de Deus por meio do batismo.
18.6 O batismo celebra a ressurreição de Cristo. Quando somos batizados, somos sepultados como Jesus foi, para que, como Ele ressurjamos da morte, ressurgíssemos também da morte espiritual para uma nova vida (2Co.5:17).
18.7 A Santa Ceia deriva seu significado da morte de Jesus Cristo e de Seus ensinos ao celebrar Sua última Páscoa. Para os israelitas, a Páscoa lembrava o livramento do Egito. Cristo coroou Sua última refeição com os discípulos por meio da nova aliança, que marcou o fim da celebração da Páscoa e o início de uma nova celebração: a Ceia do Senhor.
O simbolismo da Ceia
Três evangelistas e Paulo registraram as palavras ditas por Cristo na ocasião da Ceia (Mt.26:26-29; Mc.14:22-25; Lc.22:15-20; 1Co.11:23-25). Marcos fala do sacrifício substitutivo de Cristo “em favor de muitos”; Mateus acrescenta a ideia da “remissão de pecados” por intermédio da morte de Cristo. Paulo nos brinda com o conceito da Ceia do Senhor como “memorial” da morte de Jesus.
Cerimônia do Lava-pés
A participação do “pão” e do “vinho” (puro suco de uva) deve ser precedida pela cerimônia do lava-pés. Antes da Ceia, Jesus, em um ato de amor, tomou a bacia com água e uma toalha e passou a lavar os pés dos discípulos. Depois de lavar-lhes os pés, perguntou: “Compreendeis o que vos fiz? [...] como Eu vos fiz façais vós também” (Jo.13:12; Jo.13:15). Ninguém deve participar dos emblemas do corpo e do sangue sem, antes, participar do lava-pés.
18.8 Sendo Jesus o idealizador do matrimônio (Gn.2:18-25), Ele mostrou Sua aprovação a essa instituição ao realizar Seu primeiro milagre em uma festa de casamento. Em Mt.19:3, Jesus comenta sobre o assunto do divórcio e é claro em afirmar a posição bíblica. Logo, o princípio bíblico do casamento monogâmico (um só homem com uma só mulher) deve ser seguido por todos.
As cerimônias de ordenação na Bíblia não foram instituídas para formar uma hierarquia religiosa, pois isso seria um afastamento do princípio fundamental ensinado por Jesus: o maior é o que serve (Mt.23:11). Elas colocam novas responsabilidades sobre os candidatos, os quais devem buscar a dotação do Espírito Santo para desempenhá-las.
18.9 Jesus separou os discípulos para estarem com Ele, designando-os para desempenharem uma tarefa específica. O Espírito Santo também orientou que Paulo e Barnabé fossem separados para o ministério (ver At.13:2-3).
As Escrituras distinguem duas categorias de oficiais ordenados:
a) Os anciãos (At.14:23; At.20:17; 1Tm.3:2; Tt.1:5; Tt.1:9). O testemunho do Novo Testamento apresenta dois tipos de anciãos: locais e itinerantes, estes últimos correspondem aos pastores, atualmente.
b) Os diáconos (At.6:1-6; Fp.1:1).
Na medida em que a igreja do Novo Testamento crescia, pessoas eram selecionadas para diferentes tipos de liderança. Essas mesmas funções devem ser desempenhadas na igreja de Deus atualmente. Por isso, o rito da ordenação deve ser ministrado ainda hoje.
18.10 Embora nem todos os que são ungidos recebam a cura, o serviço deve levar a todos para bem perto de Deus. A unção deve ser feita com óleo de azeite, e o enfermo deve ser ungido enquanto alguém ora por ele. O óleo deve ser aplicado na testa, com as pontas dos dedos daquele que faz a oração. Membros da família ou entes queridos também podem estar no local da unção, mas tudo deve ser feito com a máxima reverência, suplicando que a vontade de Deus seja feita na vida do enfermo.
Como vimos neste estudo, existem vários ritos nos quais os cristãos modernos devem participar, todos com uma finalidade clara, com muita reverência e nunca esquecendo do sábio conselho de Deus: “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (1Co.14:40).