Capítulo e Verso | Comentário Adventista > Provérbios |
Pv.1:1 | 1. Provérbios de Salomão. Sobre os significados da palavra “provérbios”, ver Introdução, p. 106. Estes provérbios, ou aforismos, foram escritos usando os paralelis- mos rítmicos da poesia hebraica. Salomão teve qualificação distinta para a tarefa de escrever esses dizeres. Ele foi dotado deum grau de sabedoria que maravilhava o mundo (lRs 3:12; 10:23-25); era um observador diligente das obras criadas por Deus; seu relacionamento com pessoas de todas as nações acrescentou ainda mais conteúdo ao acúmulo de saber e entendimento (\cr lRs 4:29-34; 10:1-3). |
Pv.1:2 | 2. Sabedoria. Do heb. chokmah, palavra que ocorre 141 vezes na Bíblia, traduzida, quase todas elas, por “sabedoria”. Chokmah abarca diversas idéias: (1) habilidade técnica (Êx 28:3; 35:26; lRs 7:14); (2) esperteza, astúcia (lRs 2:6; 3:28; Jó 39:17; Is 10:13; 29:14); (3) sabedoria prática (lRs 4:30; Is 47:10); (4) sabedoria religiosa (Dt 4:6; SI 37:30; 90:12; Pv 10:31; ls 33:6; Jr 8:9); (5) sabedoria como um atributo de Deus (SI 104:24; Pv 3:19; Jr 10:12; 51:15); (6) sabedoria divina personificada (Pv 8:1-36; 9:1-6); (7) sabedoria humana ideal (SI 111:10; Pv 1:2; etc.).A “sabedoria” se distingue do “conhecimento” (do heb. daath, v. 7), pois está ligada ao caráter e à conduta, ao passo que o “conhecimento” é, em primeiro lugar, esclarecimento intelectual. O conhecimento pode ser um mero acúmulo de fatos desorganizados e desconexos, sem a habilidade de aplicá-los à vida prática. A sabedoria é a capacidade de fazer uso prático dos fatos. Um passo intermediário pode ser chamado de “inteligência” (do heb. binah, v. 2). A inteligência subentende a habilidade de avaliar e organizar os fatos, o que é urna estrutura essencial para a sabedoria.A sabedoria tão exaltada no livro de Provérbios é a sagacidade prática que se revela num caráter moral e religioso ideal. Os vários aspectos da sabedoria descrevem as características da pessoa que alcançou os padrões de Deus. A sabedoria apresentada por Salomão é abrangente, pois abarca todos os aspectos da vida prática. Ela não separa a religiosidade dos deveres comuns. Na experiência daquele que tem sabedoria verdadeira, todo pensamento e ato têm ligação com as exigências divinas.Em vez da “sabedoria” ideal, o NT fala de “justiça” (Mt 6:33), “santidade” (2Co 7:1; Hb 12:10) e “amor” (lCo 13), em referência a uma característica semelhante. A ênfase de todos esses conceitos está no caráter, não noritualismo ou nos dogmas ligados ao cristianismo teórico.O conhecimento e a inteligência são a base da sabedoria. O exercício da sabedoria é uma função da mente inteligente. O conhecimento da verdade não garante ações corretas, mas estas são acompanhadas do conhecimento daquilo que é certo e dependem dele. A relação entre os dois conceitos fica completamente esclarecida na afirmação a seguir: “As verdades da Palavra de Deus são as declarações do Altíssimo. Aquele que faz dessas verdades parte de sua vida se torna, em todos os sentidos, nova criatura. Não recebe novos poderes mentais, mas é removida a escuridão que, mediante a ignorância e o pecado, obscurece o entendimento. As palavras 'Dar-vos-ei coração novo’ (Ez 36:26) significam: ‘Dar-vos-ei uma mente nova.’ A mudança de coração sempre é acompanhada da convicção ciara do dever cristão e de ura entendimento da verdade. Todos que atentam às Escrituras intimamente e em oração adquirem compreensão e julgamento claros. Na medida em que se aproximam de Deus, alcançam um plano mais elevado de inteligência” (Ellen G.White, RH, 18/12/1913).Ensino. Do heb. musar, do radical yasar, “admoestar”, “disciplinar”, “corrigir” ou, às vezes, “castigar”. Musar também pode significar o resultado da instrução e, portanto, ser quase equivalente a sabedoria.O crescimento em sabedoria ocorre em decorrência da instrução, mas somente da instrução que se origina da revelação divina. A Bíblia é a única base para esse tipo de ensino. |
Pv.1:3 | 3. Bom proceder. Do heb. sekel, palavra diferente da traduzida por “sabedoria ”, no v. 2. Sekel quer dizer “prudência”, “discernimento” ou “bom senso”. A palavra, porém, é sinônima de sabedoria. A poesia hebraica tem a característica de multiplicar sinônimos. Eles devem ser entendidoscomo expressões paralelas, não como idéias distintas umas das outras. O efeito da multiplicidade de expressões é enfatizar a abrangência do assunto em questão e fazer uma cobertura completa de todos os aspectos. |
Pv.1:4 | 4. Para dar. Os v. 4 a 6 declaram quem é o público-alvo desejado para o livro: os simples, os jovens e os sábios.Prudência. Do heb. ‘ormah, “astúcia”, “prudência”. A palavra pode ser usada no sentido negativo, como em Êxodo 21:14, em que é traduzida por “traição”, ou num sentido positivo, como neste versículo e no cap. 8:5 e 12. |
Pv.1:5 | 5. O sábio. Poderia se esperar que o sábio evitasse o livro, considerando-o desnecessário para ele. No entanto, ele sabe muito bem que apenas tocou a ponta dos ricos tesouros do universo e de bom grado fará uso da ajuda que somente Deus pode dar. |
Pv.1:6 | 6. Parábolas. Do heb. melittsah, “sátira” ou “dito zombador” (Hc 2:6). Neste caso, provavelmente uma figura de linguagem ou enigma.Enigmas. Ou, “charadas”, alusões enigmáticas que careciam de explicação. |
Pv.1:7 | 7. Temor do Senhor. Isto é, reverência pelo Senhor. O temor do Senhor é uma atitude reverente motivada por amor, respeito e gratidão. Ele distingue as pessoas que reconhecem sua indignidade e encontram salvação no plano gracioso de Deus. Nenhuma forma de exercício mental pode se comparar ao ávido estudo das Escrituras.Princípio. Do heb. reshith. Esta palavra também pode significar “parte principal”. O temor do Senhor não é apenas o primeiro passo na aquisição de todo o conhecimento verdadeiro, mas, sim, a ênfase central do conhecimento. Se o conhecimento não levar à entrega da vida a Jesus Cristo, terá perdido o alvo. “Não chame de brilhante o homem que não tem a sabedoria de escolher o Senhor Jesus Cristo, a luz e a vida domundo. A excelência de um ser humano é determinada pelo fato de possuir as virtudes de Cristo” (Ellen G. White, carta 106, 15/07/1902).Os loucos desprezam. No AT, duas palavras diferentes são usadas com frequência para o louco: (1) ewil e (2) kesil. Ambas designam pessoas tolas. Elas ocorrem com frequência em Provérbios e Eclesiastes e, raras vezes, em outros livros do AT. O louco, ou insensato, por ser contrastado com o sábio que teme a Deus, é retratado como um pecador contumaz. Salomão apresenta o contraste entre os que aprendem mais e mais sobre o Senhor e Seus caminhos e os que se afastam da justiça, trilhando a senda da morte eterna. Os loucos, que não temem a Deus por amor irresponsável ao prazer ou por rebeldia voluntariosa, rejeitam toda sabedoria genuína. Por mais conhecimento que acumulem, a falta do verdadeiro centro os deixa sem equilíbrio, escravos de filosofias vãs. |
Pv.1:8 | 8. Filho meu. Forma comum de um professor se referir a seus alunos e pode estar sendo usada assim neste texto. No entanto, a menção a uma mãe sugere um relacionamento mais pessoal, como se Salomão estivesse transmitindo ao filho os frutos de sua experiência. Junto com o temor do Senhor se encontra a respeitosa obediência aos pais. O “ensino” inclui a ideia de disciplina, sugerindo que o pai deve ser a grande autoridade do lar. Contudo, em geral, a mãe precisa fazer a maior parte da instrução da criança e é a memória da bondosa orientação materna que costuma conservar o jovem no caminho direito e trazê-lo de volta quando se extravia. |
Pv.1:9 | 9. Diadema de graça. Quão poucos são os filhos que usam o gracioso ornamento da obediência voluntária! Não são os elos da repressão, mas, sim, os da honra que aguardam os que ouvem os pais, como fizeram José e Daniel (Gn 41:42; Dn 5:29). |
Pv.1:10 | 10. Não o consintas. Um lembrete de que a vontade é soberana. Nenhum serhumano ou demônio pode nos fazer pecar, a não ser persuadindo nossa vontade ao erro (ver Rm 6:13). A pessoa precisa ter a intenção de realizar o ato pecaminoso antes que a paixão consiga dominar a razão (ver T5, 177). Às vezes, pessoas que resistiram por muito tempo, por fim, caem em iniquidade e percebem que fizeram tudo o que se podia esperar delas. Mas a tentação, por mais forte que seja, nunca é desculpa para o pecado. Por mais que a pressão se acumule com a resistência contínua, a vontade pode e deve aprender a dizer não - até o fim. |
Pv.1:11 | 11. Embosquemo-nos para derramar sangue. Este apelo manifesto à crueldade e à ganância pode parecer encontrar poucos paralelos num mundo civilizado. Mas as paixões do ser humano não regenerado permanecem as mesmas. Assassinatos a sangue frio, motivados por razões tão pequenas quanto o desejo por notoriedade ou a satisfação da curiosidade, marcam nosso mundo. Assaltos maldosos, que levam grande sofrimento aos inocentes e necessitados, são ocorrência diária. Estes versículos são uma advertência necessária aos jovens de hoje. |
Pv.1:12 | Sem comentário para este versículo |
Pv.1:13 | 13. Encheremos de despojos a nossa casa. Este versículo revela o fato que motiva o ladrão. Lisonjeado pela possibilidade de ser parte de um grupo célebre e de usufruir os lucros das más conquistas, o ganancioso e indolente é convencido com facilidade. A seção seguinte (v. 15-19) mostra como é vã a esperança de obter ganhos permanentes e satisfatórios roubando os outros. |
Pv.1:14 | Sem comentário para este versículo |
Pv.1:15 | 15. Não te ponhas a caminho. O autor explica por que uma vida de crime não compensa, nem mesmo a tentativa de se obter lucros excessivos dentro da lei. Há perigo até na amizade casual com malfeitores, pois eles parecem incitados aos atos de maldade por um poder superior a si mesmos. A associação com eles pode subverter as noções de certo e errado, levando a pessoa a se unir ao estilo de vida do grupo. |
Pv.1:16 | 16. Os seus pés correm para o mal.A rapidez da degeneração daquele que lançou sua sorte com homens perversos é assustadora. Logo sua consciência fica tão endurecida que o pensamento de cometer assassinato se torna convincente até mesmo para o jovem criado no temor do Senhor. |
Pv.1:17 | 17. Debalde se estende a rede. Os resultados insatisfatórios da vida do crime são demonstrados de forma tão clara e comum que até alguém com uma inteligência mínima deveria ser sábio o suficiente para evitar a armadilha a sua frente. |
Pv.1:18 | 18. Contra o seu próprio sangue. As atividades criminosas inevitavelmente levam à ruína. Poucos conseguem lucros financeiros permanentes e mesmo estes perdem a felicidade tranquila que somente a honestidade é capaz de dar. Forçados pelo medo de traição, muitos permanecem com comparsas desagradáveis e não conseguem sair da rede na qual entraram cheios de jactância. O arrependimento, que envolve a disposição de pagar o preço de erros do passado, é a única saída. |
Pv.1:19 | 19. Tira a vida. O ganancioso não se dá conta do sofrimento dos pobres a quem oprime e das vidas que pode encurtar pela privação, violência ou por práticas comerciais desonestas. As advertências solenes listadas nesta passagem revelam que o pecado da ganância traz consequências ruins tanto nesta vida quanto no dia do juízo (ver Rm 6:23; Tg 1:14, 15). |
Pv.1:20 | 20. Grita na rua a Sabedoria. Nesta parte inicial do livro, a sabedoria é personificada como uma mulher pura e nobre. O hebraico usa um substantivo plural para sabedoria (chokmoth, neste versículo e em 9:1; 24:7), com o verbo no singular. E provável que chokmoth seja um plural de intensidade, significando todos os tipos de sabedoria. Alguns defendem que hokmoth pode ser chokmuth, forma singular abstrata. |
Pv.1:21 | Sem comentário para este versículo |
Pv.1:22 | 22. Até quando [...]? Os v, 22 a 33 trazem as palavras que retratam o que a sabedoria está dizendo. Há uma progressão nos graus de culpa: os néscios que não percebem a necessidade de instrução na justiça, os que zombam abertamente do que é bom e os transgressores incorrigíveis, chamados de loucos. Os néscios e escarnecedores estão ocupados demais com trivialidad.es e com o orgulho próprio para atentar às advertências; já os loucos, odeiam a justiça e se opõem diretamente a ela. |
Pv.1:23 | 23. Derramarei [...] o meu espírito. Se os néscios, os escarnecedores e mesmo os loucos pararem para ouvir, a sabedoria os ensinará e os imbuirá do espírito do conhecimento essencial. Ao mesmo tempo, o Espírito de Deus lhes dará palavras de convicção e os levará ao arrependimento. A medida do Espírito é determinada pela capacidade de quem O aceita, não pelo Deus que O dá (ver GC, 477). |
Pv.1:24 | 24. Vós recusastes. Ainda falando tanto aos indiferentes quanto aos opositores ativos, a sabedoria descreve os resultados temíveis e inevitáveis de não se dar ouvidos ao chamado para se obter o conhecimento de Deus. Os insensatos trilham o próprio caminho, surdos às palavras de advertência e cegos aos braços convidativos. |
Pv.1:25 | 25. Rejeitastes. Do heb. parcí, “deixar sozinho'’, “negligenciar’’. Os que rejeitam a misericórdia de Deus não são retratados como pessoas que ignoram o bem ou afirmam que a salvação é sem valor; são apresentados apenas como ocupados demais com coisas menores, ou endurecidos demais pelo pecado para atender ao chamado (Lc 14:18; At 24:25). Esses não são os pagãos, mas, sim, os crentes descuidados ou apostatados. E perigoso adiar o dia de responder às súplicas da sabedoria. |
Pv.1:26 | 26. Também eu me rirei. Assim como os néscios riram ao rejeitar a oferta de salvação, a sabedoria ignorará seu sofrimento.E assim como os loucos e escarnecedores zombaram da vida, suas súplicas por misericórdia serão recebidas com a solene execução de julgamento. |
Pv.1:27 | 27. Aperto. Aqui, “aperto’’ e “angústia” são sinônimos. Significam, literalmente, “apertado e estreito”, em contraste com a liberdade de um ambiente amplo. A sabedoria não é representada como a responsável pelos desastres. Estes ocorrem como resultado da negligência da instrução da sabedoria e da recusa da proteção divina por ela oferecida. |
Pv.1:28 | 28. Invocarão. Quando Deus chamou e apelou por meio da sabedoria, eles não deram ouvidos. Agora clamam em vão pelo conhecimento salvífico do Senhor (ver Am 8:11, 12).Em meio a tempestades e terremotos, guerras e necessidades, pessoas pecadoras e negligentes costumam clamar a Deus por salvação e prometem mudar de vida se Ele as livrar do perigo. Muitas vezes, porém, quando voltam à paz e à tranquilidade, elas riem das promessas feitas durante os momentos de medo. Embora a iminência da morte, às vezes, leve a conversões genuínas, a salvação no último instante é raramente garantida àqueles que voltaram ouvidos surdos ao chamado do Espírito.O cumprimento mais pleno e terrível dessa profecia ocorrerá no final da história do mundo. Quando o Espírito de Deus for rejeitado pela última vez e a proteção da graça se retirar, os impenitentes se encontrarão à mercê do senhor cruel a quem escolheram servir em lugar de Deus (ver GC, 614).Por que não há resposta? Por que o Senhor escolhería zombar das pobres almas por quem deu Seu Filho? Dizer que Deus zomba se trata, é claro, do uso de linguagem figurada. Na verdade, o Senhor se entristece profundamente quando os seres humanos se voltam contra Ele (ver Ez 33:11; Os 11:8). No entanto, as pessoas são agentes morais livres e Deus não impede as consequênciasdo caminho que elas mesmas escolheram. Ao mesmo tempo, Ele faz todo o possível para impedir que tomem a decisão contrária. Apela para todos irem até Ele, mesmo os mais antigos inimigos do bem (Ez 18:21; Mt 11:28; Rm 5:8; Ap 22:17). |
Pv.1:29 | 29. Aborreceram o conhecimento. Quando tinham mente maleável o suficiente para ser impressionada, essas pessoas se recusaram a permitir que o Espírito de Deus trabalhasse nelas. Por fim, seu coração se endureceu e o caráter está fixo. E tarde demais. Qualquer arrependimento simulado seria apenas o desejo de escapar das temíveis consequências do pecado. Mesmo se recebessem outra oportunidade, essas pessoas não mudariam.O perdão verdadeiro não é uma mera desculpa para o pecado, mas, sim, a purificação do pecador (ljo 1:9). Sem uma entrega genuína à instrução e ao controle do Espírito Santo e um desejo sincero de mudança, nenhum pecador pode ser salvo.Não preferiram. O temor do Senhor seria o início do conhecimento da salvação (v. 7). Mas as pessoas não quiseram esse saber, pois ele interferiría no desfrute da impiedade. No fim, gostariam de fugir das consequências inevitáveis. |
Pv.1:30 | Sem comentário para este versículo |
Pv.1:31 | 31. Do seu procedimento. Não setrata de um ato arbitrário de poder da parte de Deus, que remove os ímpios de Sua presença (Os 13:9; 14:1). São os próprios impe- nitentes que colocaram sua vontade em oposição à Fonte da vida. Por isso, a amorosa presença divina será para eles um fogo consumidor (ver DTN, 764, 107; GC, 36). Os descuidados e empedernidos sofrem um destino parecido, pois nenhum deles está apto a viver num mundo perfeito. Para eles, a vida eterna num ambiente livre de pecado seria um tormento eterno; a morte é uma libertação misericordiosa da angústia do vão pesar (ver CC, 20). |
Pv.1:32 | 32. Por seu desvio. E a apostasia e a rejeição de Deus por causa da preocupação com as riquezas deste mundo que levarão destruição a muitos que esperam confiantes pela vida eterna (ver Jr 8:5). |
Pv.1:33 | 33. O que me der ouvidos. Aqueles que derem ouvidos ao sábio conselho de Deus e obedecerem aos preceitos da sabedoria permanecerão em paz num mundo de calamidades. O coração deles é tocado de pena por aqueles que sofrem; ao mesmo tempo, porém, não temem por si mesmos. Aguardam expectantes e confiantes a salvação prometida (SI 16:9).Capítulo 2 |
Pv.2:1 | 1. Filho meu. O retorno ao voca- tivo ‘‘filho meu” revela que Salomão já não fala em nome da sabedoria. A série de orações condicionais que se inicia neste versículo leva às conclusões dos v. 5 e 9. O apelo a esconder os mandamentos se refere a guardar as palavras para servirem de orientação em dificuldades futuras. |
Pv.2:2 | 2. Fazeres atento [...] o teu ouvido. Nesta passagem, a diligência é aliada ao amor pelo aprendizado. Para fazer o certo, a pessoa precisa ter mais do que o desejo de fazer o bem: deve estar disposta a empregar o esforço necessário. |
Pv.2:3 | 3. Se clamares. Mudança de metáfora e de ênfase. A imagem da sabedoria clamando aos néscios dá lugar a um jovem que clama pelo poder do discernimento (ver Pv 1:20). |
Pv.2:4 | 4. Buscares. Mais ênfase na necessidade de uma busca ativa para adquirir sabedoria. Os seres humanos precisam ir fundo na procura do conhecimento salvífico da graça de Deus, com a perseverança daquele que tenta encontrar metais preciosos. O desejo por tesouros terrenos impele as pessoas a dedicar tempo, dinheiro e esforço naquilo que, muitas vezes, demonstra serurna busca infrutífera. A mesma devoção intensa deve marcar aquele que procura a sabedoria divina. Nenhum desapontamento ou dificuldade deve extinguir o ardor da busca. A revelação de Deus em Sua Palavra é a mina que todo cristão deve cavar pessoalmente à procura da verdade (ver GC, 598). |
Pv.2:5 | 5. Acharás o conhecimento. A caça a tesouros pode falhar, mas aquele que busca verdadeiramente alcançar o entendimento do temor do Senhor, que é o princípio do saber, nunca falhará. Embora não seja possível adquirir um conhecimento profundo de Deus, mesmo que toda a feliz eternidade seja gasta aprendendo mais e mais de Sua natureza amorosa, todo aquele que procura a verdade recebe a promessa de encontrar o conhecimento suficiente para a salvação (Mt 7:7, 8).Deus. Do heb. 'Elohim, ocorre apenas cinco vezes em Provérbios, neste versículo e nos cap. 2:17; 3:4; 25:2; e 30:9. Yahiveh, traduzido por "Senhor”, é o termo mais usado para a divindade no livro. |
Pv.2:6 | 6. O Senhor dá. Seguem-se os motivos que explicam por que aquele que busca a verdade com avidez nunca falha em encontrar a sabedoria. O Senhor é a fonte e Seu grande amor o impulsiona a recompensar todos que O buscam. |
Pv.2:7 | Sem comentário para este versículo |
Pv.2:8 | 8. Conserva o caminho. Os que andam no caminho largo do pecado rejeitaram a proteção de Deus, mas quem escolhe o caminho estreito da justiça recebe Seu cuidado especial. Todas as forças do Céu estão disponíveis para guiar, fortalecer e proteger essas pessoas (Hb 1:13, 14). |
Pv.2:9 | 9. Entenderás justiça. O propósito do livro, declarado em 1:3, será cumprido como mais uma consequência da busca sincera por conhecimento. O entendimento verdadeiro de uma vida de bem é um pré- requisito para trilhar as boas veredas. |
Pv.2:10 | 10. Porquanto. Ou, “para”. A preposição heb. ki pode ter os dois significados.Coração. Na verdade, “mente”. Para nós, o coração representa o trono das emoções. Para os hebreus, as entranhas eram o centro das emoções, e o coração, o centro do intelecto.O conhecimento será agradável.Muitos adquirem instrução por insistência de pais ou professores, reunindo certa medida de sabedoria, mas existe uma grande diferença entre esse tipo de aprendizagem e aquela inspirada pelo amor à sabedoria. Isso se dá em especial quando a sabedoria a ser aprendida é o caminho para a vida eterna. A salvação do pecado requer o amor ativo pela verdade e o deleite no conhecimento do que é reto. |
Pv.2:11 | 11. O bom siso te guardará. O amor pela verdade leva à consideração do certo e do errado e a se propor, no coração, a evitar o mal. Daniel analisou o preço e se determinou a não participar das refeições oferecidas a ídolos (ver PR, 481), a despeito das consequências. Tal avaliação é uma arma contra a tentação e protege de falha sob pressão súbita (Dn 1:8). |
Pv.2:12 | 12. Mal. O entendimento é capaz de nos livrar do caminho do mal.Coisas perversas. Do heb. tahpukoth, “perversidades”, do radical hafak, “virar” ou “derrubar”. A perversidade dos falsos mestres ao subverter as palavras claras das Escrituras faz até mesmo alguns cristãos firmes começarem a se perguntar qual é a verdade. Deve-se evitar contato com aqueles que desejam tão somente comunicar o erro e não têm amor pela verdade. O amor e o conhecimento profundos da verdade são os únicos escudos seguros contra os enganos dos últimos dias (ver Mt 24:24; GC, 593, 594). |
Pv.2:13 | 13. Caminhos das trevas. Quando as pessoas se desviam deliberadamente da luz e vão para os caminhos das trevas, são enganadas por uma “operação do erro” (2Ts 2:10, 11; cf. Jo 8:12; 12:35; Ijo 2:11). |
Pv.2:14 | 14. Que se alegram de fazer o mal. Eles odeiam a luz porque amam o que é errado. Quando as pessoas de bem cometem erros, elas se arrependem deles depois. Os ímpios, porém, se lembram de seus atos de maldade com prazer. Além de apreciar suas maldades, eles sentem prazer na perversidade do mal em si. A falha da opinião pública em reagir com mais vigor aos crimes organizados e premeditados nos dias atuais mostra que o texto se aplica às condições atuais. |
Pv.2:15 | Sem comentário para este versículo |
Pv.2:16 | 16. Mulher adúltera. Ou, “mulher estranha” (ARC). Do heb. ’ishah zarah. Mulher "estranha” no sentido de pertencer a outra nação ou de não ser uma esposa legíti ma. O versículo seguinte, bem como a tradução da ARA, apoia a segunda interpretação. A imoralidade era um problema sério nos dias de Salomão, assim como atualmente. Isso é demonstrado pela repetição quádrupla do tema (ver Pv 5:3; 6:24; 7:5).O bom siso e a inteligência (v. 11) guiariam o jovem e o livrariam da “mulher adúltera”. Segundo Paulo, o homem piedoso se mantém à distância desse tipo de tentação (iCo 6:18). Ele foge como José (Cm 39:12), se necessário. Permanecer e lutar contra uma tentação, reforçada pela fraqueza herdada da raça humana, é carecer da verdadeira sabedoria. |
Pv.2:17 | 17. Amigo. Do heb. alluf, "pessoa familiar”, "confidente” (ver outras ocorrências de alluf, em Pv 16:28; 17:9; Jr 3:4; Mq 7:5). Alguns pensam que a referência pode ser aos pais da mulher, mas é mais provável que o termo seja uma menção ao marido, com quem, no início do casamento, a esposa aprendeu algumas das lições mais importantes da vida.Aliança do seu Deus. Com certeza, os votos do casamento, embora não haja referência específica no AT a uma cerimônia religiosa de casamento como a desenvolvidapela igreja cristã. Há, porém, uma sugestão em Malaquias 2:14 da troca de votos solenes. A mulher adúltera não só agira de forma contrária aos costumes de seu povo, como também quebrara as promessas obrigatórias feitas perante o grande Deus de Israel. |
Pv.2:18 | 18. Para a morte. Os pensamentos maus, a leitura de livros impuros, a contemplação de peças e imagens obscenas, bem como todos os atos aos quais eles levam, dirigem os pés para os caminhos da morte. Dezenas de milhares de israelitas morreram em consequência de pecados que começaram quando foram convencidos a se tornar meros observadores de festividades moabi- tas (Nm 25; PP, 454-456). Embora hoje a retribuição não seja tão instantânea, ela é tão garantida quanto naquela época. |
Pv.2:19 | 19. Não voltarão. Pode ser uma referência ao retorno da morte, mas também é verdadeira a dificuldade de restaurar à pureza aquele que caiu na imoralidade. A vontade parece tão enfraquecida que a mente costuma se mostrar incapaz ou indisposta para receber o poder prometido por Deus a fim de vencer o pecado. Alguns encontram salvação, porém muitas das pessoas que se inclinam para a morte nunca voltam. |
Pv.2:20 | 20. Caminho dos homens de bem. O sábio resume o propósito do conselho. Os israelitas amavam a terra prometida, mas o afastamento contínuo do caminho do bem levou à morte súbita de muitos e ao triste exílio de outros. |
Pv.2:21 | 21. A terra. A terra em que viviam ou o planeta Terra. A obediência à voz da sabedoria não traz apenas o bem no presente, mas também leva à vida eterna na bela nova terra. A negligência da Palavra de Deus traz problemas nesta vida e resulta na perda da nova terra. Isso vale para todos os que continuam a pecar. A eliminação será tão completa que não ficará nenhum resquício (Ob 16; Ml 4:1).FEC, 120, 169, 188, 307, 326; LS, 355; MS, 124, 203; San, 37; T3, 447;T4, 499; T5, 266; T8, 157 4, 5 - FEC, 390; T4, 414 6 - Ed, 14 8 - PR, 576Te, 184Capítulo 3 |
Pv.2:22 | Sem comentário para este versículo |
Pv.3:1 | 1. Ensinos. Do heb. torah, em geral traduzido por ''lei'- no AT, origina-se do radical yarah, que significa “jogar”, “atirar” e, em uma das formas verbais, “ensinar”, “instruir” (ver Êx 4:12; 24:12; Lv 10:11; lSm 12:23). Neste caso, portanto, torah quer dizer “ensinos”, “instrução”. A LXX usa a palavra nomos neste versículo, que significa qualquer coisa designada, como um costume, uma convenção ou lei. Nomos é o termo usado no NT para “lei”. Se o sentido do AT, de lei como instrução, for aplicado a toda a Bíblia, tira-se da lei o sentido de obrigatoriedade cega e os mandamentos de Deus se transformam em placas na estrada da vida, que advertem contra desvios perigosos para os caminhos do pecado (ver PR, 179). |
Pv.3:2 | 2. Aumentarão os teus dias. A obediência amorosa aos ensinos de Deus resulta no aumento da longevidade. Esta promessa se cumpre para muitos por meio de uma velhice tranquila nesta vida. Será, porém, verdadeira para todos os justos ao longo dos anos infindos da eternidade. |
Pv.3:3 | 3. A benignidade e a fidelidade. Estas características sempre agradam a Deus e conquistam o favor humano. Por mais amistosa que seja uma pessoa, ela não conseguirá ter amigos se não for possível confiar em suas promessas. |
Pv.3:4 | 4. Boa compreensão. Isto é, “bom senso”, “prudência”. |
Pv.3:5 | 5. Confia no Senhor. A confiança completa em Deus é a única atitude coerente para os cristãos. Ele tem todo o conhecimento e todo o poder; antevê todos os problemas e prepara as pessoas para emergências súbitas. Aquele que confia no próprio entendimento nessas circunstâncias é realmente tolo. Também é loucura alternar entre a confiança no eu e em Deus.Dar pouca confiança ao próprio entendimento não quer dizer que a pessoa deve deixar de lado a inteligência e abdicar do poder de escolha. A inteligência é necessária para compreender a Palavra de Deus e discernir, da providência orientadora do Senhor, qual é Sua divina vontade. A vontade fortalecida e purificada por Deus é fundamental para seguir o caminho correto até o fim. |
Pv.3:6 | 6. Ele endireitará. Ou, “é Ele quem direcionará”. O hebraico enfatiza que o próprio Deus tornará reto e plano o caminho de Seu servo, quando este O reconhece em todos os aspectos das muitas atividades da vida. |
Pv.3:7 | 7. Aos teus próprios olbos. Ao apontar para o perigo da autoconfiança, Salomão reforça seu conselho anterior (v. 5). Muitos começam a seguir o caminho certo com confiança completa no Salvador, porém, mais tarde, começam a assumir o crédito pelas conquistas pessoais e acabam emrebelião pecaminosa contra Deus. Essa foi a experiência do próprio Salomão, mas, felizmente, ele despertou em meio à triste condição antes que fosse tarde demais (ver lRs 11:1-13; PR, 75-86). |
Pv.3:8 | 8. Corpo. A LXX e a versão Siríaca trazem o mesmo termo. A saúde física e a mental têm relação íntima (Pv 17:22). Não há estabilizador maior para os nervos inquietos devido à correria e as preocupações da vida do que saber que Deus participa ativamente de tudo que fazemos e é uma influência a garantir o contentamento presente e a vitória final (ver Fp 4:11-13; CBV, 241). |
Pv.3:9 | 9. Os teus bens. Ou, “com tuas riquezasMalaquias diz que um dos motivos para termos mais ganho ao darmos parte de nossas riquezas a Deus é que Ele repreenderá o devorador, tornando possível um aumento ainda maior (Ml 3:8-12). Um motivo mais importante é que dar com alegria as somas crescentes de dízimos e ofertas, à medida que aumenta a riqueza, cria uma proteção contra as tentações sutis do egoísmo e da cobiça. O Senhor pode confiar ainda mais riquezas deste mundo à pessoa que se revela um fiel mordomo de seus bens, pois Ele sabe que os recursos serão usados da maneira correta (ver T3, 544-551). |
Pv.3:10 | Sem comentário para este versículo |
Pv.3:11 | 11. Disciplina. Do heb. musar (ver com. de Pv 1:2). Da idéia de prosperidade, Salomão passa para a adversidade. A adversidade costuma ser usada por Deus como forma de despertar o ser humano, livrando-o de um perigo.Nem te enfades. Do heb. ma as, em primeiro lugar, ‘'rejeitar”, “retrair-se de” e, portanto, “sentir repulsa”, “abominar”, “sentir um medo doentio”. Algumas pessoas permitem que os problemas as levem para mais longe de Deus, pois pensam que Ele é cruel ou indiferente. O versículo seguinte mostra como esse ponto de vista está longe da realidade. |
Pv.3:12 | 12. O Senhor repreende a quem ama. Paulo afirma, em sua ampliação deste pensamento (Ub 12:5-11), que reverenciamos nosso pai terreno quando ele nos disciplina. Talvez, quando crianças, não percebéssemos direito que ele estava fazendo aquilo porque nos amava. Os filhos de Deus devem crer que todas as coisas estão sob o controle de um Pai celestial que Se alegra neles e que usará as circunstâncias para o bem, caso se submetam alegremente à disciplina e aprendam as lições que ela tem a ensinar. |
Pv.3:13 | 13. Feliz o homem. Depois de ser disciplinado pelo Pai, o filho encontra o caminho da bênção e continua a extrair entendimento dos ricos depósitos da sabedoria celestial. Todas as bênçãos estão disponíveis àquele que começa com o temor do Senhor, progride para a sabedoria e passa a beber da fonte permanente da água da vida (ver Jo 4:14). |
Pv.3:14 | 14. Prata. Salomão compara o valor da sabedoria ao de outras coisas preciosas. Ele extrai algumas das imagens do comércio do ouro e da prata, em que estava envolvido (ver lRs 10:21-23). O rei conhecia bem os lucros obtidos na mercantilização de metais preciosos. Todavia, percebia que a renda obtida por meio da sabedoria era maior e mais duradoura. Quando o amor ao dinheiro interrompe a busca pelo aumento cios tesouros da sabedoria verdadeira, as riquezas se tornam uma armadilha (ver lTm 6:9, 10). Se for necessário escolher, é melhor ser rico em entendimento e pobre em ouro e prata do que fazer uma colheita de riquezas terrenas e ser pobre na sabedoria e nos outros tesouros eternos. |
Pv.3:15 | 15. Pérolas. A palavra traduzida por “pérolas” não é usada na Bíblia num contexto que deixe claro seu significado. Alguns a traduzem como “pérolas”, “pedras preciosas de todos os tipos”, ou até “corais”, pois uma palavra árabe parecida significa “ramos”.O v. 14 deixa claro que a palavra se refere a algo precioso, talvez até mais do que o ouro fino, pois Salomão parece fazer uma gradação de valor. A sabedoria deve ser desejada de tal modo que, ao ser humano, não seja possível querer algo de valor superior. A LXX traduz por “'pedras preciosas”. |
Pv.3:16 | 16.0 alongar-se da vida. A sabedoria nunca vem sozinha. Quando Salomão escolheu pedir sabedoria ao Senhor, Ele prometeu vida longa, riquezas e honra (IRs 3:5-14). Neste versículo, ele retrata a sabedoria trazendo outros presentes em suas mãos. Na lista de presentes do livro dos Reis, vida longa é o último, sendo condicional à obediência aos mandamentos de Deus. Em Provérbios, Salomão a coloca em primeiro lugar e na mão direita - símbolo de grande honra no Oriente (ver SI 110:1). As riquezas e a honra ficam na mão esquerda.Embora possamos considerar hoje que a promessa se aplica à recompensa eterna dos justos, ainda é verdade que a prudência e a sagacidade fazem muito para garantir vida longa e prosperidade neste mundo. Muitos sofrem dos efeitos desagradáveis de comer e beber coisas prejudiciais e de realizar outras práticas nada saudáveis. Faz parte da sabedoria estudar a relação entre dieta e. saúde e tentar viver em harmonia com o plano do Criador. O sábio da atualidade nem sempre alcança grandes riquezas, mas descobre que a piedade com contentamento é um grande ganho e que as pessoas de bem sempre honram a sabedoria (lTm 6:6). |
Pv.3:17 | 17. Caminhos deliciosos. Muitos acham que diversões frívolas e atividades improdutivas são formas de prazer, mas a alegria verdadeira e a satisfação duradoura são encontradas só por quem segue a sabedoria. Salomão enfatiza a serenidade e a bênção de andar nos caminhos ermos da sabedoria, em vez de seguir a multidão, em busca de prazeres dos sentidos, passageiros e pouco compensadores. |
Pv.3:18 | 18. Arvore da vida. Como os primeiros pais rejeitaram a orientação da sabedoria e seguiram Satanás, nenhum de seus descendentes teve o privilégio de provar da árvore da vida. A sabedoria divina nos conduz no caminho da vida, que terá o mesmo resultado. Ela nos dará vida mais longa e plena neste mundo e acesso à árvore da vida, no mundo por vir (Ap 22:14). |
Pv.3:19 | 19. Fundou a terra. Salomão apresenta a sabedoria como o poder divino de Deus, que criou os céus e protege aqueles que nEle confiam. Alguns acreditam que, neste versículo, a “sabedoria” se refere à segunda pessoa da Trindade, por meio de quem todas as coisas foram criadas (Cl 1:16; Jo 1:1-3). Essa aplicação pode ser feita em partes de Provérbios 8, mas o uso de sabedoria, inteligência e conhecimento em versos paralelos mostra que esse pensamento não estava na mente de Salomão ao escrever a passagem. |
Pv.3:20 | 20. Os abismos se rompem. Literalmente, “se racham” ou “se dividem". Alguns acreditam que isto pode se referir à separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento (Gn 1:6-8), para que o orvalho pudesse ser destilado acima. Outros veem nas palavras uma referência ao surgimento de grandes rios na Terra. A sabedoria divina foi necessária para planejar e executar um sistema que irrigasse toda a Terra sem chuva e erosão, e que também servisse para nivelar a temperatura de todo o planeta (ver com. de Gn 1:6).Este sistema foi completamente modificado no dilúvio: a chuva substituiu o forte orvalho, os rios se tornaram escoadouros e se perdeu a influência niveladora da água debaixo do firmamento e acima dele. Mesmo assim, a Terra continuou habitável em grande parte de seu território. Esses fatores demonstram ainda mais a sabedoria e a presciência do Criador. |
Pv.3:21 | 21. Não se apartem estas coisas.Não há como se identificar a que “estas coisas” se referem. Alguns presumem que se refira à “sabedoria” e ao “bom siso” da oração seguinte. No original, porém, ambos os termos são femininos, ao passo que o termo traduzido por “estas coisas” é masculino. A despeito dessa dificuldade, o texto só fica claro se sabedoria e bom siso forem considerados como as referências. |
Pv.3:22 | 22. Alma. Do heb. nefesh. A palavra recebe esta tradução mais de quatrocentasp vezes no AT. Na maioria dos casos, nefesh significa nada mais que “eu” e é um sinônimo do pronome pessoal ou de uma pessoa. Por exemplo, ‘quando uma alma pecar” (Lv 4:2, ARC) é equivalente a “quando alguém pecar”; “contra aquela alma” (Lv 17:10, ARC) significa simplesmente “contra a pessoa”; “tudo que tua alma desejar” equivale a “tudo que tu desejares". Neste versículo de Provérbios, “para a tua alma” quer dizer tão somente “para ti". A frase ficaria assim: “porque serão vida para ti”.Jesus veio dar vida abundante a Seus filhos (Jo 10:10). Por isso, todos que buscam servir a Deus de maneira aceitável recebem novos recursos de força física, bem como de poder mental e espiritual (CBV, 159). |
Pv.3:23 | 23. Andarás seguro no teu caminho. Aqueles que servem a Deus desta forma caminham seguros e confiantes, pois trilham a vereda da sabedoria, na qual não há pedras de tropeço que os levem a cair. Quem se desvia para a direita ou para a esquerda em busca de diversão ou de ganhos egoístas acabará tropeçando em obstáculos inesperados e caindo em pecado e sofrimento. |
Pv.3:24 | 24. O teu sono. Durante o sono, o ser humano abre mão da vigilância das horas que passa acordado, ficando à mercê de seus inimigos e num estado de inconsciência que se assemelha à morte. Aquele que obedeceao conselho do Senhor é capaz de se deitar com pleno conhecimento das possibilidades de perigo e morte, mas, mesmo assim, adormecer como uma criança cansada e descansar tranquilo, sem perturbações. |
Pv.3:25 | 25. Pavor repentino. E difícil conter o medo diante de perigos inesperados. Somente aqueles que edificaram uma fé firme e duradoura, fazendo todas as coisas cooperarem para o bem (Rm 8:28), são capazes de enfrentar as emergências com pulso firme e conduta calma. O povo de Deus não deve se concentrar no tempo de aflição à sua frente e sofrer antes da hora. Em vez disso, precisa enfrentar cada problema com a força do Senhor. Os fiéis devem esperar que Deus os conduza em circunstâncias que aumentarão sua fé, a fim de estarem tão próximos a Deus que não venham a sucumbir num mundo atormentado pelos conflitos entre as pessoas e pelo furor dos elementos descontrolados da natureza (ver T4, 251; PR, 513). |
Pv.3:26 | 26. Guardarás os teus pés. Comparar com SI 121:3. |
Pv.3:27 | 27. Não te furtes a fazer o bem. O sábio de repente aborda questões práticas e começa cada um dos cinco versículos seguintes com uma proibição. Os atos de bondade têm a característica de multiplicar seu valor. Deixar de fazer o bem que está ao alcance significa roubar a Deus e ao ser humano. O Filho do Homem sobre o trono de julgamento vê aqueles que ignoram o menor de Seus irmãos como uma negligência contra Ele próprio (Mt 25:45).Se adiarmos o pagamento de uma dívida lícita quando temos condições de quitá-la, estamos fraudando o credor do uso de seu próprio dinheiro, e isso pode ser uma inconveniência grave para ele. De igual modo, deixar de ajudar alguém que necessita agrava o problema da pessoa. Poderemos descobrir, quando nos mobilizarmos para oferecer a ajuda tão necessária, que é tardedemais. O mal pode já ter acometido o necessitado ou talvez um benfeitor menos vagaroso receba a bênção que demoramos demais para receber. |
Pv.3:28 | 28. Vai e volta amanhã. E costume de muitos protelar quando alguém procura ajuda. Seja no pagamento de uma dívida ou numa doação, alguns parecem sentir prazer em forçar o recebedor a voltar vez após vez, até a quantia finalmente ser paga. O motivo para o adiamento pode ser apenas o desejo de parecer importante ou de demonstrar seu poder sobre os outros. Salomão afirma que tal conduta é inconveniente para o servo do Senhor. Revela falta do amor altruísta de Deus no coração. Sem esse amor, ninguém pode afirmar ser um seguidor sincero de Cristo. |
Pv.3:29 | 29. Não maquines o mal. Trata-se de advertência contra a falta de sinceridade ou o engano deliberado, ao lidar com a confiança do próximo. Se a verdadeira sabedoria traz a recompensa de felicidade eterna em meio às riquezas de uma nova terra, é insensatez colocar em risco esse futuro por maldades mesquinhas cometidas contra o inocente. O coração humano é tão enganoso que alguns dos que defrau- dam o próximo desta forma se convencem de que não estão fazendo nada de errado (ver Jr 17:9). |
Pv.3:30 | 30. Jamais pleiteies. A terceira série de “nãos” se refere a disputas sem motivo. Hoje, assim como naquela época, há pessoas que vão aos tribunais por crimes imaginados. A menos que tenhamos sofrido dano real e reparável, não devemos procurar problema, nem agir contra o próximo.Pode-se pensar que este conselho permite disputas legais contra aqueles que nos prejudicaram, contrariando a admoestação de Paulo (lCo 6:1-7); mas a comparação das duas passagens revela harmonia completa. Paulo fala aos coríntios sobre mover uma ação judicial contra um irmão. E melhorsofrer perda do que levar um irmão para o tribunal e tornar público o mal que outro cristão cometeu. Deus é mais do que capaz de reparar a perda. Mesmo assim, a proteção da lei é disponível a todos que sofreram danos decorrentes da ação de outros, e o cristão é livre para buscar proteção contra a malícia alheia (Rm 13:3, 4). |
Pv.3:31 | 31. Homem violento. Aquele que atormenta os outros parece prosperar, e o homem honesto, que não consegue uma colheita tão farta, pode se sentir tentado à inveja. |
Pv.3:32 | 32. O perverso. Pessoa cheia de vontade própria, que se afasta do caminho da justiça. Deus abomina seus atos. Se ela continuar nesse caminho de impiedade, nada terá para colher, a não ser o julgamento e a destruição final (Pv 14:12).Intimidade. Do heb. sod, “conselho”, “conversa familiar”, “intimidade”. O conselho pode ser secreto (ver Am 3:7). Essa intimidade de Deus é revelada em Sua Palavra, na natureza e mediante Suas providências. O mais próspero dos descrentes vislumbra um futuro vago, incerto e treme ao pensar na morte. Já o que segue os caminhos cie Deus compreende o agir da Providência. Isso lhe permite enfrentar a riqueza ou a calamidade, a vida ou a morte com a mesma certeza. |
Pv.3:33 | 33. A maldição do Senhor. As maldições de Deus não são como as do ser humano. As pessoas amaldiçoam as outras porque as odeiam ou temem e lhes desejam o mal. Balaão foi chamado para amaldiçoar Israel porque Balaque cria que o profeta podería causar aflição a um povo inocente, por meio de suas imprecações (Nm 22-24). As maldições divinas não ocorrem por ódio ou súbita perda de compostura. Algumas das piores maldições da Bíblia se encontram em Deuteronômio 28:15-68, e muitas delas são óbvias declarações das consequências naturais da desobediência aos mandamentos do Senhor.O ataque dos babilônios para capturar Jerusalém resultou, em parte, da falha de Ezequias em ensinar aos visitantes sobre o Deus verdadeiro, cujo poder curador restaurara sua saúde (Is 39). Além disso, a destruição da cidade teria sido evitada nos dias de Jeremias, caso os descendentes de Ezequias houvessem buscado ao Senhor, tornando possível que Ele inter- viesse em favor deles (Jr 17:19-27). Os babilônios nunca se esqueceram dos tesouros que viram e ficaram felizes de encontrar uma desculpa para se apropriar dos espólios de Judá.Um estudo de todas as maldições na Bíblia mostra que muitas delas são profecias dos resultados naturais e inevitáveis da rebelião contra Deus. “A maldição do Senhor habita na casa do perverso” porque o caminho impenitente do pecador impede que o amor divino promova a harmonia com as leis eternas de vida e felicidade.E igual mente verdade que a morada dos justos é abençoada por Deus. O amorosoSenhor entra em todo coração e em todo lar aberto para Ele e, onde quer que entre, leva consigo paz e bênçãos (ver Ap 3:20). |
Pv.3:34 | Sem comentário para este versículo |
Pv.3:35 | 35. Herdarão honra. O paralelismo sugere que os “humildes” do v. 34 são os sábios, e os escarnecedores, os loucos. Isto se encontra em harmonia com todo o argumento de Salomão sobre o valor da verdadeira sabedoria. O humilde servo de Deus nasceu de novo na família do Céu e herda a glória como direito de filho. A aparente exaltação que o pecador orgulhoso e obstinado recebe não passa de um prelúdio para a vergonha que sentirá quando o plano da salvação e a história de cada pecador forem abertos diante do universo reunido para o juízo (Pv 16:18; 2Co 5:10; GC, 666).Capítulo 4I Salomão, a fim de persuadir à obediência, 3 mostra instruções recebidas dos pais 5 para estudar a sabedoria 14 e se afastar do caminho da perversidade. |
Pv.4:1 | 1. Instrução. Ver com. de Pv 1:2. |
Pv.4:2 | 2. Boa doutrina. Salomão sabia que a doutrina era boa, pois a recebera do pai (v. 4). Davi aprendeu a sabedoria por meio de longa e amarga experiência. |
Pv.4:3 | 3. Filho em companhia de meu pai. Ao usar esta expressão, Salomão parece sugerir mais do que um relacionamentocomum. Era ele quem correspondia às esperanças e à aspiração do pai. Foi ele que Deus designou para construir o templo que Davi planejara com tanto amor e cuidado (2Sm 7:12-16; 12:24, 25; ICr 22:9). A afeição profunda do dedicado e temente Davi com certeza afetou a vida e o caráter de Salomão. |
Pv.4:4 | 4. Ele me ensinava. Neste versículo, Salomão parece citar as palavras de Davi das quais se lembrava. Não sabemos quando estas palavras terminam e Salomão volta a falar. A ruptura mais clara parece estar no final do capítulo. A instrução é adequada para um filho de tenra idade (v. 3), ao passo que o capítulo seguinte retoma um tema que Salomão aborda muitas vezes: advertências contra a mulher adúltera. |
Pv.4:5 | 5. Adquire a sabedoria. Se este era um conselho típico de Davi para seu filho preferido, não surpreende que Salomão tenha pedido sabedoria quando recebeu a oportunidade de solicitar uma bênção especial (lRs 3:5-15). Estes versículos contêm um resumo das diversas instruções do livro de Provérbios. |
Pv.4:6 | Sem comentário para este versículo |
Pv.4:7 | Sem comentário para este versículo |
Pv.4:8 | Sem comentário para este versículo |
Pv.4:9 | Sem comentário para este versículo |
Pv.4:10 | Sem comentário para este versículo |
Pv.4:11 | Sem comentário para este versículo |
Pv.4:12 | 12. Não se embaraçarão. O caminho estreito é amplo o suficiente para quem segue sempre em frente. A sabedoria ensina os seres humanos a seguir o caminho direito (Mt 7:14). Se Salomão houvesse dado ouvidos a este conselho o tempo inteiro, seus pés nunca teriam se desviado para caminhos com pedras de tropeço, que o levaram à desgraça diante de Deus e dos homens (lRs 11:1-13). |
Pv.4:13 | Sem comentário para este versículo |
Pv.4:14 | 14. Não entres. Comparar com SI 1:1. Permanecer na presença do pecado e de pecadores é tirar o verniz da consciência, tornando mais fácil se assentar com os escarnecedores. Por isso a advertência de se manter à distância é repetida seis vezes (Pv 4:15, 16). |
Pv.4:15 | Sem comentário para este versículo |
Pv.4:16 | 16. Pois não dormem. A diversificada carreira de Davi o colocou em contato com muitas pessoas más, e ele conhecia muito bem a sinistra compulsão dos pecadores em induzir os outros a se unir a eles em seu pecado. Se alguém lhes perguntasse se aconselhariam as pessoas a fazer o mesmo que eles, talvez respondessem não. Mesmo assim, continuam a prender outros na rede que capturou seus pés, e o fazemde forma tão natural quanto comer e beber (ver Jó 15:16). |
Pv.4:17 | Sem comentário para este versículo |
Pv.4:18 | 18. A vereda dos justos. A luz da verdade brilha sobre a vereda dos justos assim como a luz da aurora, que surge quase imperceptivelmente no céu para, depois, ficar cada vez mais clara, até que toda a glória do dia seja vista. Quanto mais perto de Deus o ser humano está, mais tempo e esforço dedica a obter o conhecimento do Senhor, por meio do estudo da Bíblia em espírito de oração - assim a luz brilha cada vez mais.Não cresce apenas a luz que brilha sobre o cristão. O reflexo da luz que brilha no justo também é ampliado na mesma medida. A escuridão dos últimos dias acentuará o crescimento desse fulgor. A transladação colocará a aparência exterior em harmonia com o brilho interno dos santos sem pecado (ver GC, 470, 476). |
Pv.4:19 | 19. O caminho dos perversos. A escuridão que cega os que insistem em seguir os próprios caminhos é tão enganosa que eles pensam ser os que encontraram a verdadeira luz. Tropeçam e caem sem saber. Para elas, as revelações do juízo chegarão como uma temerosa surpresa (ver Mt 25:44; GC, 640, 654). |
Pv.4:20 | Sem comentário para este versículo |
Pv.4:21 | Sem comentário para este versículo |
Pv.4:22 | 22. Saúde. A relação íntima entre mente e corpo parece ser apontada neste versículo. A sabedoria e o entendimento levam cura tanto ao corpo quanto à alma. A insensatez, a falta de compreensão, a ansiedade e a culpa são causas comuns de problemas mentais e físicos (CBV, 241). |
Pv.4:23 | 23. Guarda o coração. Ou seja, “guarda a mente” (ver com. de Pv 2:10). A purificação da mente é o primeiro requisito para uma vida sem pecado. O bem e o mal vêm daquilo que enche o coração, ou a mente (ver Lc 6:45). O pecado é a indulgência aos desejos de um coração pecador e enganoso (Jr 17:9), daí a necessidade de vigiar a mente, paramantê-la submissa a Deus, o único capaz de conservá-la pura (ver Ef 4:17, 23). |
Pv.4:24 | 24. A perversidade dos lábios.A língua é o órgão mais difícil de se controlar (Tg 3:1-12). Somente com a pureza da mente e a vigilância constante da língua se consegue subjugar este órgão perverso. Aquilo que a língua fala é um bom indicativo do estado da mente. A fofoca, em especial sobre assuntos desagradáveis, revela uma mente ainda repleta de interesses terrenos. Palavras iradas mostram que o orgulho e a vontade própria dominam. Todo desvio da ? língua deve nos levar a buscar ao Senhor, pedindo a purificação da mente (SI 101:5; Pv 6:12; Mt 12:34; Pv 12:2). |
Pv.4:25 | 25. Olhem direito. Quando o coração está firmado no caminho da retidão,os olhos deixam de vagar sem rumo. A vida moderna nas cidades cerca o transeunte de milhares de tentações de todos os tipos. Não há proteção melhor do que seguir em frente, com os olhos fixos no alvo final. Na caminhada cristã, deve-se manter os olhos fixos em Jesus, a fim de se obter salvação (Hb 12:2). |
Pv.4:26 | 26. Pondera. Do heb. palas, "pesar”, “nivelar”, neste caso, talvez pesar mentalmente. Este procedimento levaria à remoção de todos os obstáculos que poderíam fazer os pés tropeçarem. A pureza de coração, a verdade no falar e a singularidade de propósito tornam possível a conquista de uma vida de paz. Estas qualidades trazem a própria recompensa, e a esta Deus acrescenta Sua bênção.CC, 118; CE, 126; CES, 34, 49; CM, 36, 138; CPPE, 230; OP, 35; Ev, 297; FEC, 216; GC, 476;Capítulo 5destilam favos de mel, e as suas palavras são mais suaves do que o azeite; |
Pv.4:27 | Sem comentário para este versículo |
Pv.5:1 | 1. Filho meu. Ver com. de Pv 2:1. |
Pv.5:2 | Sem comentário para este versículo |
Pv.5:3 | 3. Mulher adúltera. Ver com, de Pv 2:16.Favos de mel. As palavras da tentação são suaves e doces aos ouvidos porque são cuidadosamente calculadas para apelar às fraquezas herdadas e. cultivadas da raça humana (ver Pv 7:14-20). |
Pv.5:4 | 4. O fim dela é amargoso. O gosto amargo do remorso logo é sentido por quem cede à tentação. Se a alternância entre prazer e tristeza persistir, o prazer diminuirá e o amargor crescerá até o inveterado escravo do pecado descer ao lugar dos mortos.Absinto. Planta do gênero Artemisia, que tem o gosto muito amargo (ver Dt 29:18; Jr 9:15; 23:15). |
Pv.5:5 | Sem comentário para este versículo |
Pv.5:6 | 6. Ela não pondera. E difícil traduzir o hebraico deste versículo. O sentido é o seguinte: ''Ela não aplaina o caminho da vida, seus caminhos vacilam, mas ela não sabe." Alheio aos ditames da razão e da consciência, o pecador cego e obstinado se inclina deforma inconstante, de uma coisa para a outra (Pv 7:12), mas nunca entra no caminho da vida, o único em que se pode encontrar felicidade nesta vida e salvação futura. |
Pv.5:7 | 7. Dá-me ouvidos. Antes de pintar a imagem de calamidade que sobrevirá àqueles que deixarem de dar ouvidos a esta advertência, Salomão pede atenção especial a suas palavras. |
Pv.5:8 | 8. Não te aproximes. Ênfase na necessidade de se manter longe da tentação, em vez de confiar na própria capacidade de resistir aos estímulos a pecar, que já subjugaram tantas pessoas, grandes e pequenas (Pv 4:14; 7:24-27; lCo 6:18; 2Tm 2:22). |
Pv.5:9 | 9. Nem [...] a cruéis. Alguns pensam que a expressão se refere a ser vend ido como escravo pelo marido lesado, mas esta não era a punição para o adultério (Dt 22:22; Jo 8:5). Perder o primor da vida para a escravidão grosseira e profanadora do pecado é uma pena maior do que a escravidão física. |
Pv.5:10 | 10. Casa alheia. Sem propriedade e sem dinheiro, o homem daqueles dias procurava emprego como servo doméstico, e o lucro de seu trabalho beneficiava o patrão, não a si próprio. |
Pv.5:11 | 11. E gemas. A ruína espiritual que sucede esse caminho é retratada no cap. 6. Neste versículo, a ênfase recai sobre a ruína total da vida. As grandes aspirações e as possibilidades ilimitadas são desgastadas em servidão. |
Pv.5:12 | 12. Aborrecí o ensino! Durante os longos anos de remorso, o pecador lamenta ter deixado de ouvir a boa instrução dos anciãos que podería tê-lo poupado de tanto sofrimento e garantido o verdadeiro prazer descrito nos versículos seguintes. |
Pv.5:13 | Sem comentário para este versículo |
Pv.5:14 | 14. Quase que me achei em todo mal. Em meio à comunidade do povo de Deus, este jovem se permitiu pecar contra Deus e contra os seres humanos. Há um endurecimento peculiar da consciência naqueles que alardeiam seus pecados diante da igreja. Diferentemente dos jovens criados em lares sem Cristo, eles pecam à luz da verdade e se afastam com deliberação das mãos estendidas do Salvador e do apelo do Espírito. Não existe outro meio para o Senhor alcançá-los. Eles próprios se excluem da salvação (Hb 10:26; PP, 405). Essas considerações devem mover pais, professores e jovens a um pensar sóbrio e a um esforço diligente. |
Pv.5:15 | 15. Tua própria cisterna. Louvor à felicidade da vida de casado. Assim como a pessoa sedenta se refrigera nas águas de uma cisterna, o homem encontra prazer no companheirismo da própria esposa (ver ICo 7:1-5; iTm 5:14; cf. SI 127:4, 5). |
Pv.5:16 | 16. As tuas fontes. O poço e a cisterna (v. 15) estão ligados à casa. Os riachos e as fontes costumam ser encontrados longe do lar. Todos esses suprimentos de água representam fontes de prazer. |
Pv.5:17 | Sem comentário para este versículo |
Pv.5:18 | 18. Alegra-te. Se o casamento continuar a ser uma partilha, se houver sempre o desejomútuo de agradar, os anos que se passarem aprofundarão e fortalecerão as alegrias do companheirismo. E somente quando as aten- j ções dos dias de namoro se perdem no labor enfadonho da vida, e o cônjuge não recebe a estima devida, que um dos dois tende a procurar se satisfazer de forma ilícita (ver CBV, 360-362). O esposo, de modo especial, deve se lembrar de expressar seu orgulho pela esposa e seu amor duradouro por ela quando a idade começa a cobrar seu preço. Essas expressões aprofundarão sua afeição pessoal e apoiarão a companheira no período em que é necessário fazer ajustes para os anos que avançam (ver Pv 2:17; Ml 2:15, 16). |
Pv.5:19 | 19. Com as suas carícias. O amor de um homem por sua esposa deve ser uma forte afeição que abarca todas as facetas da vida. Deve ser uma obsessão, no bom sentido, para que nada se pense ou se faça sem levar em consideração aquela com quem ele partilha a vida. Neste sentido, o amor é ine- briante e literalmente embriaga, |
Pv.5:20 | 20. Estranha. Bem diversa é a paixão em relação ao amor. O amor se aprofunda e se torna mais rico com o passar dos anos, ao passo que um relacionamento pecaminoso logo se torna um laço indesejado que ocasiona as tristezas apresentadas nos versículos anteriores. Por que alguém se deixaria atrair para uma armadilha tão grande!5 |
Pv.5:21 | 21. Os olhos do Senhor. A fidelidade aos votos conjugais é bom senso, e a infidelidade, loucura, mesmo se não houvesse juízo e vida eterna. Mas existe uma vida depois desta, e a entrada na eternidade depende da disposição de se purificar de toda contaminação. O adúltero sofre dupla condenação. Ele perde as verdadeiras alegrias desta vida e é excluído da maior e mais duradoura alegria da vida por vir (Pv 15:3; Ml 3:5; Hb 13:4). |
Pv.5:22 | 22. As cordas. Por recusar a instrução, o pecador necessariamente se emaranha cada vez mais nas armadilhas do pecado.Há poder para romper até as amarras mais fortes (CBV, 175, 176), mas a longa indulgência às propensões pecaminosas costuma tirar do pecador o desejo de ser salvo e nãoo inclina a entregar sua vontade ao Salvador. O caso não tem esperança enquanto esse indivíduo não buscar o auxílio do único capaz de salvá-lo por completo (Hb 7:25).Capítulo 6 |
Pv.5:23 | Sem comentário para este versículo |
Pv.6:1 | 1. Se ficaste por fiador. O costume de ter um fiador parece ser comum desde tempos antigos. Jó clamou por um fiador (cap. 17:3). Judá se ofereceu para ser responsável por Benjamim duas vezes (Gn 43:9; 44:33). |
Pv.6:2 | 2. Estás enredado. Aquele que se torna fiador de um amigo pode ser enredado: (1) ao prometer ser responsável pelo pagamento de uma soma de dinheiro que ele não pode conseguir, pelo menos sem grandes dificuldades, e (2) ao confiar demais na honestidade, habilidade e boa sorte do amigo. Embora Salomão faça uma advertência contra ser fiador (ver Pv 11:15; 17:18), ele também insiste que devemos ajudar o amigo ou o próximo em tempos de necessidade (Pv 14:21; 17:17; 18:24; 27:10). A combinação dessas idéias sugere o seguinte conselho: seja fiador de um amigo que passa por necessidades somente na quantia que você tem condições de custear naquela éfoca e separe o dinheiro durante toda a fiança, para que não enfrente a exigência repentina de pagar um total superior a suas condições. Com frequência, os amigos falham, seja por descuido, pois sabem que o fardo recairá sobre outro, por doença ou por más habilidades administrativas. Esse fracasso recai, com toda a severidade da lei sobre oinfeliz fiador. Sua casa e terra, seus móveis e roupas, seu negócio e gado, tudo fica à mercê do credor. Nos tempos de Salomão, nem mesmo o fiador em si era poupado. Ele, a esposa e os filhos podiam ser vendidos como escravos. |
Pv.6:3 | 3. Livra-te. Levando em conta as consequências terríveis que podiam se seguir, o sábio aconselha seu filho a não poupar esforços em se livrar da armadilha na qual a afeição pelo amigo e a inexperiência da juventude o jogaram.Embora a escravidão não seja mais uma pena para a gentileza imprudente de ser fia- 4 dor de um amigo, as palavras de Salomão continuam a ser um conselho importante e devem ser ensinadas a todo jovem antes que se aventure pela vida. |
Pv.6:4 | Sem comentário para este versículo |
Pv.6:5 | Sem comentário para este versículo |
Pv.6:6 | 6. Vai ter com a formiga. A preguiça é uma causa ainda mais certa de pobreza e calamidade do que ser fiador de outro.O amigo em quem se confiou pode prosperar e o dinheiro do fiador pode nunca ser exigido, mas o preguiçoso com certeza passará dificuldades. |
Pv.6:7 | 7. Não tendo ela chefe. Salomão era um estudioso diligente da natureza (lRs 4:33). Ele ficava intrigado ao ver como as formigas tinham uma vida comunitária de perfeita ordem e cooperação,sem ninguém para supervisionar o processo e ordenar o trabalho que cada indivíduo deve realizar. Deus supre as necessidades da formiga, bem como as de todas as criaturas vivas (SI 145:15, 16), mas ela constrói seus depósitos e armazena em quantidade com o próprio labor. A força, a habilidade e a perseverança instintiva da formiga também vêm de Deus, o criador e mantenedor de todas as coisas. |
Pv.6:8 | 8. Ajunta o seu mantimento. Houve muita discussão entre naturalistas e comentaristas se, de fato, a formiga tem os hábitos descritos na passagem. Hoje, porém, está confirmado que algumas espécies de formigas armazenam alimento.A LXX traz o interessante acréscimo ao v. 8: “Ou vai ter com a abelha e aprende a diligência e a avidez com que se empenha em seu trabalho; de seus labores, reis e homens usam para a saúde; ela é desejada e respeitada por todos: embora fraca no corpo, é avançada por honrar a sabedoria.” |
Pv.6:9 | 9. Até quando [...]? O propósito de direcionar o preguiçoso para a formiga é, obviamente, envergonhá-lo e levá-lo a agir. O ser humano foi dotado com uma grande porção de vontade própria. Em vez de ser dirigido por um instinto interno e imperativo, espera-se que use a inteligência e a força de vontade para suprir suas necessidades. Muitos preguiçosos se envergonharam com estas palavras e outras semelhantes, passaram a agir e descobriram, para a própria surpresa, que o trabalho é agradável e recompensador. Outros continuaram na preguiça e necessidade, até sua vida miserável chegar a um fim vergonhoso. |
Pv.6:10 | 10. Um pouco para dormir. A imagem é a de um preguiçoso rolando na cama e dizendo: “Daqui a pouquinho me levanto e vou trabalhar.” Observe a repetição deste versículo (Pv 24:33). |
Pv.6:11 | 11. Como um ladrão. Assim como o ladrão planeja seu ataque e chega de formainesperada, a pobreza e a necessidade certamente assolarão o preguiçoso. A sorte e a ajuda de amigos e parentes podem adiar o dia de prestação de contas, mas ele chegará com toda certeza, com a força irresistível de um guerreiro habilidoso numa armadura resistente. |
Pv.6:12 | 12. Homem de Belial. Do heb. beliyyaal, traduzido desta forma com frequência (Jz 19:22; 20:13; lSm 1:16; etc.). Significa “sem valor”. Quando ligado a “ser humano” (do heb. adam), como neste versículo, descreve uma pessoa sem valor, desprezível, um ninguém.Perversidade na boca. Literalmente, “desonestidade na boca”. O ócio e a preguiça costumam levar à deslealdade e ao engano. O caminho do ímpio é marcado por perversidade nas palavras. Além de mentir, ele defende o mal e interpreta falsamente o bem. O salmista descreve uma “boca perversa” de modo semelhante: “A boca, ele a tem cheia de maldição, enganos e opressão; debaixo da língua, insulto e iniquidade” (SI 10:7). |
Pv.6:13 | 13. Com os olhos. A piscadela furtiva do malfeitor parece revelar toneladas de infâmia. Os perversos têm uma linguagem secreta própria. Usam as mãos, os pés e os lábios para se expressar aos companheiros na presença de pessoas honestas. Todo o corpo do tratante costuma ser uma revelação exterior da maldade interna. O afrouxar dos ombros, a inclinação da cabeça e o andar arrastado acompanham a longa indulgência na depravação. |
Pv.6:14 | 14. No seu coração. O coração do pecador é tão pervertido que todo pensamento e toda imaginação se encontram manchados com o mal. O perverso não se contenta em permanecer ímpio sozinho, mas sempre procura atrair outros para o mesmo problema. Se o tempo e a energia gastos maquinando o engano fossem destinados ao trabalho remunerado, ele garantiría uma renda constante e honesta.No entanto, parece obcecado com a necessidade de tramar incessantemente esquemas novos para desvirtuar outros. |
Pv.6:15 | 15. A sua destruição virá. Ouando dedica a mente, o corpo e o tempo inteiramente para o mal, o caso do perverso acaba se tornando sem esperança. Os bons impulsos sobrem resistência por tanto tempo que acabam sem poder para inspirar, e o ímpio fica arruinado, sem solução. |
Pv.6:16 | Sem comentário para este versículo |
Pv.6:17 | 17. Olhos altivos. A exaltação própria impede que a pessoa confesse seus pecados e humilhe a alma diante de Deus. Enquanto essa atitude persistir, a salvação será impossível. O orgulhoso laca excluído dos portões da vida de forma tão certa quanto se Deus o odiasse (ver Jó 21:22; SI 18:27; PP, 37).Língua mentirosa. Nosso Senhor é o Deus da verdade. As mentiras não podem engana-Lo, pois Ele sabe de todas as coisas; mas elas podem ocasionar grandes males a Seus filhos. As mentiras de Satanás enganaram uma multidão de anjos e tiraram um terço dos habitantes do Céu. As mesmas mentiras transformaram um mundo feliz num temível campo de batalha, no qual a maioria dos seres humanos se depara com a derrota eterna (Ap 12:4, 7-9). Deus odeia a mentira, pois afasta d E le homens e mulheres e os levam para o cruel cativeiro de Satanás.Sangue inocente. Mãos assassinas, um coração que trama projetos iníquos e pés que se apressam em correr para o mal são as formas mais ativas de atacar um inocente (ver Gn 6:5; Is 59:7). |
Pv.6:18 | Sem comentário para este versículo |
Pv.6:19 | 19. Testemunha falsa. Uma testemunha falsa é uma língua mentirosa que faz acusações infundadas. Este tipo de mentira é expressamente proibido no nono mandamento (Ex 20:16). O perjúrio é usado para proteger o malfeitor e oprimir o inocente. Quando a justiça é pervertida por meio dessa forma de conspiração, a comunidade cai em ruína, tanto pelos danos diretossofridos, quanto pelo desprezo cínico à lei e à ordem.Semeia contendas. Por último vem o indivíduo que sente prazer em provocar brigas. Alguns destes semeadores de contendas não mentem, mas causam tanta comoção e falta de harmonia quanto um mentiroso. |
Pv.6:20 | Sem comentário para este versículo |
Pv.6:21 | 21. Ao pescoço. Salomão volta a advertir contra as mulheres adúlteras (v. 24; cf. Pv 5:3). Para se prevenir de cair em tentação, o homem deve vigiar dia e noite. A boa instrução do pai e da mãe sempre precisa permanecer na mente. |
Pv.6:22 | Sem comentário para este versículo |
Pv.6:23 | 23. O mandamento é lâmpada. Aqueles que consideram a lei uma proibição arbitrária de prazeres desejáveis têm uma ideia completamente pervertida. O mandamento é lâmpada para iluminar a mente e mostrar o caminho da felicidade, paz e vida eterna (ver SI 19:8; 119:105). |
Pv.6:24 | 24. Lisonjas. A língua lisonjeira, os olhos galanteadores e a beleza do rosto podem se aliar para desviar a mente de um jovem e conduzir a consequências terríveis, que variam da pobreza à morte, as quais Salomão passa a relatar. |
Pv.6:25 | Sem comentário para este versículo |
Pv.6:26 | Sem comentário para este versículo |
Pv.6:27 | 27. Fogo no seio. Nenhuma circunstância justifica o adultério ou a fornicação. Assim como o fogo abrasa, a invasão ao lar de outro sempre trará ruína sobre a vida de todos os envolvidos (2Sm 11—13; PP, 723, 727, 728, 737). |
Pv.6:28 | Sem comentário para este versículo |
Pv.6:29 | Sem comentário para este versículo |
Pv.6:30 | 30. Despreza o ladrão. A fome costuma ser considerada motivo suficiente para pequenos furtos, e as pessoas podem desculpar o ato, mesmo se insistirem em pagamento ou até mesmo em punição. No entanto, o adultério faz uma mancha da qual os honestos nunca conseguem se esquecer. Trata-se de um pecado contra uma posse muito querida dos seres humanos, um bem tristemente depreciado pelo delito. Mesmo quando a retidão não detém um homem da armadilha terrível destecrime, as consequências do ato deveriam conter o tentado, Esse é o motivo da ênfase sobre a natureza inexorável do desejo de vingança despertado. |
Pv.6:31 | Sem comentário para este versículo |
Pv.6:32 | 32. Está fora de si. A pessoa sensata pesa com cuidado as consequências de um ato, para que a indulgência não traga perda, desgraça duradoura e vergonha a si.O ladrão que rouba por estar com fome tem pelo menos uma espécie de desculpa para o ato, mas ainda assim ele sofre por causa do erro (v. 30). O adúltero, em contrapartida, não tem como justificar sua conduta. Além disso, o prazer que ele imagina encontrar na gratificação sensual logo se transforma em remorso.Capítulo 7 |
Pv.6:33 | Sem comentário para este versículo |
Pv.6:34 | Sem comentário para este versículo |
Pv.6:35 | Sem comentário para este versículo |
Pv.7:1 | 1. Guarda as minhas palavras. Istoé, obedece-me. |
Pv.7:2 | 2. A menina dos teus olhos. Literalmente, "a pupila dos teus olhos”. Figura de linguagem que expressa preciosidade extrema.A LXX traz a seguinte introdução ao v. 2: “Filho meu, honra ao Senhor e sê forte; a ninguém teme, exceto a Ele.” |
Pv.7:3 | 3. Aos dedos. Desta forma, sempre à vista, servindo de lembrete constante (ver Dt 6:8; 11:18). |
Pv.7:4 | 4. Minha irmã. Símbolo de associação íntima. “Parente” também sugere obrigação (ver Rt 2:1; 3:2). |
Pv.7:5 | 5. Para te guardarem. A LXX diz: “para que ela [a sabedoria] te guarde”.Mulher alheia. Ver com. de 2:16; cf. Pv 6:24. |
Pv.7:6 | 6. Por minhas grades. As janelas das casas orientais antigas não eram revestidas de vidro, como das casas de hoje, mas, sim, com uma treliça de madeira, que permitia ao ocupante da casa ver do lado de fora, ao passo que a visão de quem se encontrava fora era obscurecida. Funcionava um pouco como as venezianas: deixava de fora a luz do sol, mas permitia a entrada de vento.Olhando eu. A LXX representa a mulher olhando pela janela de sua casa, procurando, entre os passantes, uma provável vítima. Pelo contexto, porém, parece mais natural se ater à versão hebraica.O escritor escolhe usar uma ilustração concreta, em vez de proferir generalidades abstratas, acrescentando força a suainstrução. Pode ter contado um caso real ou uma parábola. |
Pv.7:7 | Sem comentário para este versículo |
Pv.7:8 | Sem comentário para este versículo |
Pv.7:9 | 9. Na escuridão da noite, nas trevas. Literal mente, “na pupila [do olho] da escuridão e das trevas”. A pupila é a parte negra e central do olho. A pupila da noite se refere ao período de escuridão total, entre o crepúsculo e o raiar do dia.O jovem errou ao se colocar no caminho da tentação. Talvez ele não tivesse intenção deliberada de pecar, mas sentiu prazer ao se aventurar nos limites da transgressão. O caso dele é típico do de muitos transgressores morais da atualidade que permitem associações indiscretas sem a intenção de vender a alma à luxúria vil. De repente, se veem numa armadilha da qual não parecem ter poder para se libertar. Deveriam ter repugnado com clareza a primeira sugestão do mal. “Não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro” (Cl 2:21) é o único rumo seguro a tomar em tais situações. “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (ICo 10:12). |
Pv.7:10 | 10. Sai ao encontro. O fato de a mulher sair tarde da noite já dá um indicativo de seu caráter. No Oriente, as mulheres de boa reputação ficavam isoladas e não costumavam deixar os recintos do lar à noite, certamente não sem companhia. |
Pv.7:11 | 11. Inquieta. Os v. 11 e 12 descrevem o caráter da mulher vil de modo geral, não necessariamente sua conduta naquela ocasião. Ela não era como as “boas donas de casa” às quais Paulo elogiou (Tt 2:5). |
Pv.7:12 | Sem comentário para este versículo |
Pv.7:13 | Sem comentário para este versículo |
Pv.7:14 | 14. Sacrifícios pacíficos. Neste tipo de sacrifício, o animal apresentado era dividido entre o sacerdote e o ofertante (ver Lv 7:11-19). A mulher afirmou ter cumprido seus votos naquele dia e estar celebrando com uma festa em casa, para a qual convidou o jovem tolo. |
Pv.7:15 | 15. Saí ao teu encontro. Ela tenta convencer o ingênuo de que estava procurando especialmente por ele e de que o estima muito. |
Pv.7:16 | Sem comentário para este versículo |
Pv.7:17 | Sem comentário para este versículo |
Pv.7:18 | Sem comentário para este versículo |
Pv.7:19 | 19. O meu marido. O “senhor da casa’’ ou “esposo" (ver iVlt 20:11).Não está em casa. Um forte elemento de tentação é apresentado: a idéia de segurança, de não ser descoberto. Sem a restrição i rnposta pelo medo de ser pego e punido, a condição da sociedade seria muito pior do que é. Poucos na atualidade são refreados pela atuação do Espírito Santo no coração (ver Gn 6:5). Nesta era degenerada, em que as pessoas são fracas e o pecado é forte, o povo de Deus deve transformar a sabedoria e o entendimento em seus companheiros íntimos, e se aproximar tanto do Salvador que até o pensamento do pecado seja logo expulso da mente (2Co 10:5).No entanto, o pecado que é evitado apenas pelo medo da condenação ainda assim polui a alma (ver com. de Mt 5:28). Nessa declaração do Sermão do Monte, Jesus não quis dizer que a tentação em si é pecado. Mas se o estado da alma revela que o tentado pecaria caso tivesse oportunidade, essa condição é um pecado. O pecado consiste na falta de conformidade com a lei de Deus, seja em ato, disposição ou estado.Já se observou habilmente que o caráter pode ser avaliado por aquilo que uma pessoa faria caso soubesse que nunca seria descoberta. |
Pv.7:20 | Sem comentário para este versículo |
Pv.7:21 | 21. Com as suas muitas palavras.Literalmente, "instrução abundante’’. Fica evidente que a adúltera usava uma linha de raciocínio planejada com cuidado. |
Pv.7:22 | 22. Ao matadouro. Os bois podem caminhar tranquilamente para o matadouro e ficar calmos diante da morte.Como o cervo. Ou, "como o louco” (ARC). A frase completa diz, literalmente: “como os grilhões para a correção do louco”. A palavra original traduzida por “prisões” (ARC) é ‘ekes, e não se sabe ao certo se essa é a tradução correta. Ela só é encontrada novamente em Isaías 3:18, em que é traduzida por “enfeite dos anéis”. E difícil ter certeza do sentido do hebraico neste versículo. As versões antigas não estão de acordo com o hebraico, nem umas com as outras. A LXX traz o seguinte para esta oração e a primeira do versículo seguinte: “como um cão para os laços ou como o veado atingido no fígado por uma flecha”. A Vulgata diz: “como um cordeiro saltitante, sem saber que, como tolo, foi arrastado para o cativeiro”. |
Pv.7:23 | Sem comentário para este versículo |
Pv.7:24 | Sem comentário para este versículo |
Pv.7:25 | 25. Para os caminhos dela. O único proceder seguro é rejeitar instantaneamente as primeiras insinuações do mal e evitar se colocar no caminho da tentação (ver Gn 39:13; iCo 6:18). Aquele que já se encontra preso deve procurar se libertar de imediato das cadeias que o amarram. Todos devem se proteger da familiaridade indevida (T5, 591-603).Capítulo 8I A fama 6 e a evidência da sabedoria. 10 A excelência, 12 a natureza, 15 o poder, 18 as riquezas 22 e a eternidade da sabedoria. 32 A sabedoria deve ser desejada pelas bênçãos que traz. |
Pv.7:26 | Sem comentário para este versículo |
Pv.7:27 | Sem comentário para este versículo |
Pv.8:1 | 1. Não clama, porventura, a Sabedoria [...]? A sabedoria é retratada como uma mulher clamando a todos os seres humanos (ver Pv 1:20-23). Em todas as mãos, Deus coloca indícios para levar as pessoas a pensar nos caminhos da justiça e a buscar entendimento (Pv 8:2; cf. 2Pe 3:9). |
Pv.8:2 | Sem comentário para este versículo |
Pv.8:3 | Sem comentário para este versículo |
Pv.8:4 | 4. O homens. Duas palavras hebraicas diferentes são usadas neste versículo para “homem”. A primeira, 'ish, se refere aos indivíduos do sexo masculino e subentende características como força e individualidade; a segunda, 'adam, é usada para a humanidade de modo geral, para todos os filhos de Adão e, com frequência, para as filhas também. A sabedoria clama tanto aos homens que já se estabeleceram em certa medida de conhecimento e experiência e que já desenvolveram sua individualidade, quanto àqueles que ainda se permitem ser levados pelas massas, sem se preocupar muito com para onde estão indo. |
Pv.8:5 | 5. Simples. Do heb. pethaim, termo que abrange aqueles que ainda não entregaram o coração à sabedoria, mas não foram comprometidos pelo mal. Encontram-se no vale da decisão, prontos para serem influenciados pelo bem ou pelo mal. Inclui também quem é facilmente tentado. Os “néscios”, em contrapartida, são os que resistiram ativamente ao chamado da sabedoria e, por isso, são mais difíceis de ser conquistados para esse estilo de vida (ver Pv 1:7). |
Pv.8:6 | 6. Coisas excelentes. Do heb. negi- dim, literal mente, “coisas principescas”. Em outras passagens, nagid é traduzido por “governante”, “chefe”, “príncipe”, etc. A sabedoria falará coisas apropriadas para um governante. Uma das fraquezas de nossos tempos é que príncipes e governantes costumam dizer coisas que não condizem como direito (Ez 22:25-28). Ouando aqueles que deveríam dar exemplo de nobreza se rebaixam e se juntam às massas para iniciativas desprezíveis, o nível geral da nação afunda. |
Pv.8:7 | Sem comentário para este versículo |
Pv.8:8 | 8. Nenhuma coisa torta. As palavras da verdadeira sabedoria não contêm nada de pervertido. No mundo moderno, a ciência tem posição mais honrada do que a bondade, a sabedoria é menos procurada que o conhecimento e os considerados sábios proferem palavras que estão longe da verdade. Isso ocorre porque sua filosofia básica e sua perspectiva de vida são determinadas por falsas teorias quanto ao certo e ao errado. “O temor do Senhor é o princípio do saber” (Pv 1:7). Aqueles que rejeitam a crença num Deus pessoal e num padrão absoluto de comportamento não são sábios (SI 14:1; lTm 6:20, 21; 2Pe 3:3-5). |
Pv.8:9 | 9. Todas são retas. O cristão mais humilde que aceita a revelação de Deus em Sua Palavra tem um fundamento para a crença tão firme quanto o trono de Deus. Pode-se considerar que ele desenvolveu um entendimento melhor da real natureza do universo do que o mais sábio dos descrentes (ver SI 25:14; lCo 2:14; PR, 31). |
Pv.8:10 | Sem comentário para este versículo |
Pv.8:11 | 11. Do que joias. Comparar com Pv 3:14, 15. |
Pv.8:12 | 12. Conselhos. Do heb. mezimmoth. Nas ocorrências anteriores desta palavra (Pv 1:4; 2:11; 3:21), ela foi traduzida por “bom siso”, com exceção de Provérbios 5:2, que a traduz como “discrição”. Não há motivo válido para fugir da definição nesta passagem. Mezimmoth vem do radical zamam, que significa “analisar”, “dar propósito”, “divisar”. O versículo inicia uma longa seção na qual a sabedoria louva seu elevado valor. |
Pv.8:13 | 13. A soberba. Quando a verdadeira relação entre o Deus santo, elevado e eternoe o pecaminoso coração mortal é percebida, não há espaço para a soberba. |
Pv.8:14 | Sem comentário para este versículo |
Pv.8:15 | 15. Reinam os reis. Os primeiros intérpretes consideraram que estas palavras se aplicavam a Cristo. Parece haver uma transição, em algum ponto do capítulo, da personificação da sabedoria como uma qualidade abstrata, para o ser de Cristo personificado na figura da sabedoria. Não há confirmação dessa transição por meio de uma citação direta do capítulo no NT. Entretanto, em Apocalipse 3:14, existe uma alusão à tradução da LXX de Provérbios 8:22, que tende a igualar os interlocutores de ambas as passagens. E verdade que muitos dos atributos que o orador em Provérbios 8 atribui a si também descrevem a obra e a natureza de Cristo. Todavia, a inspiração deve permanecer o guia quanto a quais trechos da passagem podem ser aplicados também a Cristo, ou exclusivamente a Ele (ver TM, 200; Tl, 396, 397; Ed, 142; PP, 34; DTN, 764; ver com. de Dt 18:15).A declaração “Por meu intermédio, reinam os reis'’ é verdadeira tanto em relação a Cristo quanto à sabedoria. A Bíblia deixa claro que não existe poder longe de Deus e que a duração da autoridade de um governo é determinada pela controladora providência (Dn 2:20, 21; 4:17; Rm 13:1; cf. PR, 535). |
Pv.8:16 | Sem comentário para este versículo |
Pv.8:17 | 17. Os que me amam. Cristo disse que Ele e Seu Pai amariam aqueles que O amassem (Jo 14:21). O problema de o amor de um Deus imutável aparentemente se transformar em ódio por aqueles que O rejeitam ou odeiam foi abordado nos capítulos anteriores (Pv 1:26-31; 6:16-19).Os que me procuram. O sentido é de procurar com tanta diligência, a ponto de se levantar cedo para iniciar a busca. Por causa das distrações dos assuntos mundanos e do engano do coração humano, é necessário perseverar na diligência para manter um relacionamento salvífico com a sabedoria e com Deus. |
Pv.8:18 | 18. Riquezas e honra. A sabedoria afirma que tem três ricas recompensas para dividir com quem a procura. As riquezas que ela oferece são duráveis. Incluem os tesouros imperecíveis acumulados no Céu (Mt 6:19-21). A vida de alguns dos filantropos mais famosos do mundo tem demonstrado que a riqueza acumulada e usada da maneira certa pode ser estável e satisfatória mesmo na Terra. Para muitos, porém, a prosperidade material se torna uma armadilha (ver lTm 6:9, 17, 18).A honra é quase tão estimada pela humanidade quanto as riquezas. No entanto, a honra humana consiste numa recompensa intangível e exterior ao indivíduo. A sabedoria oferece honra perante Deus (ver lSm 2:30).Justiça. Um prêmio inestimável, celestial. O poder do Salvador é prometido a todos os que buscam a bondade. Esse poder torna possível a um ser humano pecaminoso seguir os bons conselhos da sabedoria. A justiça é uma recompensa interior, evidenciada mediante o comportamento externo (ICo 1:30). |
Pv.8:19 | 19. O meu fruto. A lei natural de que semelhante gera semelhante também funciona na esfera espiritual. Quando alguém semeia sabedoria, colherá as boas consequências da sabedoria (Pv 8:8; G1 6:7, 8). Sempre que a alma se rende, a bondade flui com fartura na vida. |
Pv.8:20 | 20. No meio das veredas. A sabedoria conduz ao equilíbrio, evitando todos os extremos. Ninguém se desvia para a direita ou para a esquerda sem ouvir sua voz dizendo: “Este é o caminho” (Is 30:21; cf. Pv 4:27). Quando se ouve essa voz, o tesouro à espera no Céu se torna mais real, e a herança, mais certa com a caminhada de cada dia.Esta passagem é igualmente clara, se aplicada a Cristo. Ele foi à nossa frente e trilhou por nós o caminho da justiça e dojuízo. Nos dias anteriores à cruz, falou por intermédio de patriarcas e profetas (lPe Eli). Todo o simbolismo da lei ritual mosaica apontava para a vida dAquele que purificaria o pecador.Mesmo se não houvesse uma vida eterna para ganhar, ainda assim seria sábio andar nos caminhos da justiça. Nem todos têm muitos recursos e bens materiais, mas todas as pessoas de bem podem possuir os tesouros reais da paz e do contentamento, que são, atinai, os mais preciosos (lTm 6:6). |
Pv.8:21 | Sem comentário para este versículo |
Pv.8:22 | 22. O Senhor me possuía. O sentido dos v. 22 a 31 têm sido motivo de muita discussão ao longo dos séculos. A LXX faz a seguinte introdução ao assunto: “Se eu te declarar as coisas que acontecem todos os dias, também me lembrarei de contar as coisas antigas.’’Existe um paralelo óbvio nesta passagem com a obra da segunda pessoa da Trindade (ver PP, 34). No entanto, o texto é alegórico e é preciso cuidado para não estender a alegoria além do que o autor original tinha em mente. \s interpretações sempre precisam estar em harmonia com a analogia das Escrituras.Al guns tentam encontrar apoio, neste texto, para o ponto de vista de que houve uma época em que Cristo ainda não existia e que Ele foi criado ou gerado pelo Pai no início de Sua obra de estabelecer um universo ordeiro e habitado. Conclusões dogmáticas baseadas em parábolas e passagens figurativas não se justificam. Os resultados enganosos desse tipo de interpretação se demonstram na compreensão popular da parábola do rico e de Lázaro (Lc 16:19-31). A verificação de crenças doutrinárias sempre deve ser buscada em declarações bíblicas literais (ver declarações literais do assunto em questão em Mq 5:2; Jo 1:1; 8:54; cf. DTN, 24; considerar também que “em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada’’, cf. DTN, 530). “O Senhor Jesus Cristo, o Filho divino de Deus, existedesde a eternidade, como uma pessoa distinta, mas, ao mesmo tempo, um com o pai” (Ellen G. White, RH, 05/04/1906). “Cristo é o Filho de Deus, preexistente, existente por Si mesmo. [...] Afirma-nos que nunca houve tempo em que Ele não estivesse em íntima comunhão com o eterno Deus” (Ev, 615; ver também DTN, 19, 24, 25).À luz dessas declarações, as traduções modernas que se afastam do hebraico para seguir a LXX, trazendo “criou” em vez de “possuía” (por exemplo, a NTLH), podem levar a conclusões injustificadas. Embora seja uma referência indubitável a Cristo, Ele é apresentado simbolicamente na figura da sabedoria.Outra ilustração de dupla aplicação ocorre com o texto de Ezequiel 28, em que o “príncipe de Tiro” é apresentado, em parte, como uma imagem de Satanás. |
Pv.8:23 | 23. Estabelecida. Do heb. nasak, palavra que tem diversos significados: (1) “derramar”, como libação (iCr 11:18); (2) “envolver”, no sentido de cobrir (Is 25:7); (3) “estabelecer”, “instalar”, como é o caso desta passagem. |
Pv.8:24 | 24. Nasci. Do heb. chil, “contorcer” e “tremer”; em alguns casos, "gerar [um filho] ”. Chil é usado no Salmo 90:2 para a formação da Terra. Neste versículo, o termo é empregado num sentido metafórico, em referência à sabedoria. |
Pv.8:25 | Sem comentário para este versículo |
Pv.8:26 | Sem comentário para este versículo |
Pv.8:27 | 27. Aí estava eu. Seja a preparação dos céus considerada uma referência à separação entre as águas acima e abaixo para formar o firmamento (Gn 1:6-8) ou a criação do céu estrelado (Jo 1:3; Cl 1:16, 17), a sabedoria estava presente.Traçava. Literalmente, “circulava”. |
Pv.8:28 | 28. As nuvens. Jó foi desafiado a explicar o equilíbrio das nuvens (Jó 37:16). Por meio do conhecimento científico, pode-se entender como milhões de toneladas de chuva nas nuvens são contidas e o que leva à sua precipitação. Foi a sabedoria divina que estabeleceu as condições da distribuição da chuva e da neve. |
Pv.8:29 | Sem comentário para este versículo |
Pv.8:30 | 30. Arquiteto. Do heb. amon. Há muita incerteza quanto ao significado exato desta palavra. A tradição judaica a define como “mestre de obras”, “encarregado”. Outros propõem o sentido de “favorito”, “subordinado” ou "filho adotivo”. |
Pv.8:31 | 31. Filhos dos homens. O ser humano foi a obra-prima do Criador (PP, 44). Embora Deus ame a criação animal e se importe com ela, os bichos eram simplesmente uma parte do ambiente de Adão e Eva. Os animais podem ser sagazes, mas não são capazes de conhecer a sabedoria que é temer ao Senhor. Deus só encontrou Sua imagem refletida no ser humano. Por isso, demonstrou deleite e interesse especiais nele (ver Hb 2:7, 8).As delícias da sabedoria também são dadas aos filhos dos homens. O ser humano tem o privilégio de conhecer os pensamentos de Deus. Ele pode encontrar a glória do Criador escrita em todas as folhas e brilhando em cada estrela. Por meio do relacionamento com seu Criador e da instrução de santos anjos no Éden (ver PP, 50), Adão passou a compreender cada vez mais a sabedoria infinita de Deus. Embora a mente se encontre obscurecida pelo pecado e as faculdades de percepção estejam fragilizadas, ainda é possível obter grande satisfação no estudo reverente dos pensamentos de Deus expressos na natureza e na revelação. Os prazeres terrenos nunca serão capazes de trazer a serenidade envolvente conferida pela sabedoria celestial (ver Ed, 21, 27). |
Pv.8:32 | 32. Filhos. A LXX traz ‘‘[meu] filho” e não contém o restante deste versículo, nem o v. 33.lendo em vista as bênçãos da sabedoria, seria loucura fechar os ouvidos ao seu clamor. Cristo descartou a possibilidade de exaltar Sua mãe e disse que a bênção ou a v felicidade vem de se dar ouvidos à Palavra de Deus (Lc 11:28). |
Pv.8:33 | 33. Ouvi o ensino. A Bíblia está repleta de ensinos. Todas as suas leis, provisões e exigências representam uma adaptação da sabedoria divina às necessidades dos seres humanos. A obediência a seus ensinos garante vida aqui e na era futura. Portanto, aqueles que consideram a lei de Deus uma violação da liberdade de ação humana trazem sobre si mesmos a acusação de insensatez. |
Pv.8:34 | 34. Velando dia a dia. Este versículo sugere muitas imagens. Alguns enxergam alunos esperando um professor honrado voltar para retomar seus ensinos. Outros enxergam levitas vigiando as portas do templo. Outros ainda se lembram do apaixonado que espera horas e horas, na expectativa de ter um vislumbre da pessoa amada. Todas elas enfatizam a necessidade de se fazer um esforço deliberado para começar cada dia sob a orientação da sabedoria divina. O ser humano necessita tremendamente dessa sabedoria (Tg 1:5). |
Pv.8:35 | 35. Vida. A vida eterna é a recompensa para a busca diligente por sabedoria; a morte eterna é a pena para quem não a ouve (ver ljo 5:11, 12). A busca bem-sucedida por sabedoria significa a entrega do eu para a habitação do Espírito Santo (ver Jo 16:13). Essa entrega torna possível que Deus opere em nós e para nós as maravilhas de Sua graça. Dar as mesmas bênçãos aos insubmissos seria tão perigoso quanto entregar uma lâmina afiada a uma criança. |
Pv.8:36 | 36. Amam a morte. O destino da vida é a consequência da atitude de uma pessoa em relação ao conhecimento da salvação. Por isso, a rejeição da sabedoria equivale à condenação e morte eterna. O ser humano ouve o chamado da sabedoria muitas vezes ao longo da vida. Grande parte do sofri mento dos impenitentes será o remorso de perceber que escolheram a aniquilação que logo lhes sobrevirá (ver DTN, 764; GC, 668).Capítulo 9I A disciplina 4 e a doutrina da sabedoria. 13 0 costume 16 e o erro da loucura. |
Pv.9:1 | 1. Edificou a sua casa. As interpretações que consideram a casa uma representação da encarnação de Cristo ou da igreja, o corpo simbólico de Cristo, ou das escolas dos profetas, onde habitava a sabedoria, representam deduções alegóricas desautorizadas. E suficiente considerar a “casa” uma imagem poética que personifica a sabedoria e a representa habitando num lugar a cujasportas se dirigem ávidos pela verdade (ver Pv 8:34).Sete colunas. Estas foram sujeitas a muitas conjecturas. Com frequência, sete denota completude. Consequentemente, pode-se afirmar que a casa da sabedoria foi construída de forma plena e perfeita, com um alicerce firme, já que as colunas são de pedra lavrada. No entanto, encontrar uma representação para cada uma das colunas é cair em suposições. |
Pv.9:2 | 2. A sua mesa. A sabedoria é retratada como que preparando uma grande festa. Em lugares de clima quente, e sem refrigeração, os animais precisam ser abatidos logo antes da festividade, pois a carne se deteriora rápido. |
Pv.9:3 | 3. Suas criadas. Por figura poética, como a “sabedoria” é feminina, suas criadas também são representadas no feminino. |
Pv.9:4 | 4. E simples. Somente aqueles que reconhecem sua falta de entendimento aceitam o convite. Os outros recusam por confiança vã na própria superioridade. |
Pv.9:5 | 5. Pão. Uma pequena mudança de imagem: da carne e do vinho (v. 2) para pão e vinho. Não constitui, necessariamente, uma mudança de representação. |
Pv.9:6 | 6. Deixai os insensatos. Uma tradução literal provavelmente mais correta seria: “Deixai, ó simples.” Essa construção, porém, carecería de um objeto. Alguns seguem a LXX, que traz a seguinte frase: “Deixai a insensatez.” Além disso, em vez de “e vivei”, a LXX diz: “para que reineis eternamente”.Somente quando as pessoas se separam dos costumes e da companhia daqueles que rejeitam aos apelos do Salvador têm a possibilidade de viver de forma plena e satisfatória. Ouvir o convite da sabedoria, comer de seu pão e beber de seu vinho proporcionam ricas recompensas tanto na vida presente quanto no mundo por vir (ver Jo 6:51). |
Pv.9:7 | 7. Afronta. A sabedoria interrompe seu conselho àqueles que reconhecem suas necessidades para explicar por que ela só se dirige aos simples, em vez de lançar pérolas das verdades aos teimosos (ver Mt 7:6). Quando se sabe que alguém trata a religião com escárnio, qualquer tentativa de corrigir essa pessoa será rebatida com um discurso tão abusivo que só pode resultar em dano para todos os envolvidos. Essa experiência deixa o cristão envergonhado e o pecador ainda mais endurecido. Esses indivíduos costumam ser alcançados mais facilmente pormeio do apelo indireto da vida humilde e consistente do verdadeiro cristão (ver Mt 5:16). |
Pv.9:8 | Sem comentário para este versículo |
Pv.9:9 | 9. Dá instrução. No hebraico se diz apenas “dá”. O contexto, porém, revela que um conselho deve ser dado ao sábio. A LXX traduz: “dá uma oportunidade”, enfatizando a ideia de que o sábio faz uso completo de cada oportunidade.Quando o escarnecedor recebe uma repreensão imprudente, há o perigo de se endurecer em pecado ainda maior. Já o sábio reconhece o valor de saber como os outros o consideram e fica feliz ao receber conselhos, mesmo quando estes assumem a forma de repreensão (SI 141:5). Portanto, o conselho sensato ao sábio tem recompensa dupla: ajuda quem o recebe e dá ao conselheiro a amizade daquele que ele reprovou. |
Pv.9:10 | 10. Santo. Do heb. qedoshim, plural que alguns consideram um “plural de majestade” e, por isso, aplicam a expressão a Deus. A LXX, por sua vez, considera qedoshim um substantivo plural comum e traduz a segunda parte do versículo da seguinte forma: “O conselho dos santos é entendimento, pois conhecer a lei é [o caráter] do bom pensamento.” Ellen G. White faz uma citação do versículo com Santo em maiuscula, a expressão “o conhecimento do Santo” em itálico e o acréscimo deste «t comentário: “o conhecimento de Deus é o fundamento de toda a verdadeira educação” (PP, 596). |
Pv.9:11 | 11. Os teus dias. A sabedoria volta a explicar por que os simples devem comparecer à festa. Uma vida longa é oferecida como recompensa pela sabedoria e pelo temor do Senhor (ver Pv 3:2, 16; 4:10; 10:27). |
Pv.9:12 | 12. Para ti mesmo. Embora os resultados da insensatez e da oposição a Deus afetem muitos sofredores inocentes e as bênçãos de uma vida honesta se estendam a muitos outros, ainda é verdade que a sabedoria e a loucura afetam primeiramente aqueleque as pratica. A felicidade e a extensão da existência neste mundo e na vida ou morte eterna, na era por vir, serão recompensas pessoais, bem como o remorso que os ímpios sentirão no juízo (Ez 18:4; Mt 12:36). |
Pv.9:13 | 13. Mulher apaixonada. Em contraste com o chamado da boa mulher, que representa a sabedoria, Salomão apresenta o convite barulhento e apaixonado da loucura. Todos os seres humanos fazem uma escolha entre as duas.Ignorante. A palavra é claramente usada num sentido negativo, denotando ausência de fibra moral (ver com. de 8:5). Essa mulher não sabe nada do que deveria. A LXX traz uma versão diferente: “O louco e a mulher ousada, que não conhecem a modéstia, acabam querendo migalhas.” |
Pv.9:14 | 14. Alturas. A sabedoria enviou suas criadas pela cidade para convidar doslugares mais altos (v. 3). A loucura senta-se à porta em esplendor arrogante e exibido, convidando gente tão tola quanto ela. |
Pv.9:15 | 15. Aos que passam. Literalmente, “aqueles que passam pelo caminho”. |
Pv.9:16 | Sem comentário para este versículo |
Pv.9:17 | 17. Aguas roubadas. A festa oferecida pela loucura consiste apenas de águas roubadas e de pão comido às ocultas, em contraste com o alimento satisfatório preparado pela sabedoria (ver com. de Pv 5:15). |
Pv.9:18 | 18. Os mortos. Do heb. rejaim (ver com. de Jó 26:5). Diferentemente da casa da sabedoria, bem construída e com colunas de pedra, cheia de luz e ar, o estabelecimento mantido pela loucura é uma habitação sombria e oculta, assombrada pela memória daqueles que morreram absorvidos por suas tentações.Inferno. Do heb. sheol, a habitação figurada dos mortos (ver com. de Pv 15:11).GC, 80; LA, 324, 386; MCH, 106, 284; MS, 34, 165; PP, 596, 651, 739; RC, 54; Te, 156; T3, 491;T4, 27, 273, 337, 553; 15. 322, 439, 587; T8, 63 (mais em SI 111:10).Capítulo 10Deste capítulo até o 25° encontram-se observações variadas sobre virtudes morais e os vícios contrários às mesmas. |
Pv.10:1 | 1. Provérbios de Salomão. Este capítulo dá início a uma longa seção de provérbios curtos, mais ou menos independentes uns dos outros. Há uma espécie de agrupamento aparente, às vezes, mas, de modo geral, há poucos pensamentos consecutivos. Como muitos dos provérbios têm sentido independente, esta seção contrasta com os trechos unificados que compõem a primeira parte do livro.Pode-se observar alguma conexão entre esta série de provérbios e as seções anteriores, ao considerar que os provérbios demonstram dois estilos de vida bem diferenciados, apresentados nos primeiros capítulos, e formulam os pri ncípios que governam os estilos.A forma antitética da poesia hebraica, na qual a segunda parte do versículo faz nítido contraste com a primeira (ver p. 8, 9), é muito usada nestes provérbios. O v. 1 ilustra esse tipo de paralelismo.Tristeza. O contraste pretendido não é entre a reação diferente do pai e da mãe. Ambos se alegram no filho que trilha o caminho da sabedoria, e os dois se entristecem e sentem um peso quando este segue a loucura (ver Pv 13:1; 15:20; 23:24). |
Pv.10:2 | 2. Tesouros da impiedade. Estes tesouros não dão lucro, pois o único lucro que realmente compensa ganhar é a vida eterna, que nenhuma quantidade de ouro é capaz de comprar (Alt 16:26).Justiça. Bondade ética e moral que não se preocupa apenas em evitar a poluição do pecado, mas que exercita a manutenção de um tratamento igualitário dos outros, a prática de atos de gentileza e auxílio quando necessário (ver Mt 25:40-46). |
Pv.10:3 | 3. Rechaça. Deus promete que o pão e a água estão garantidos para os justos e que todas as necessidades dos que buscam Seu Reino serão supridas (Is 33:16; Mt 6:33). No entanto, Ele não pode abençoar os desejos daqueles que se opõem ao caminho da salvação ou o negligenciam. A retirada das bênçãos não é vingança. Os problemas que Deus permite sobrevirem aos seres humanos têm a intenção de acordá-los para sua verdadeira condição e garantir que sejam salvos (ver Ag 1:5-11; PP, 109, 325, 326).Avidez. Do heb. hawwah, termo traduzido por “maus desejos” (em Mq 7:3) e por “maldade” (em Pv 11:6). Neste caso, “avi- ? dez” provavelmente tem o mesmo sentido de “maus desejos”. |
Pv.10:4 | 4. Mão remissa. A preguiça e a ineficiência costumam andar juntas e certamente geram pobreza. Não se espera que nenhum empregador fique satisfeito com o funcionário que demonstre essas características. A diligência, por sua vez, em geral combina com a eficiência. O versículo apresenta um vivido contraste entre dois tipos de trabalhadores. |
Pv.10:5 | 5. Dorme. Do heb. radam, palavra para sono profundo, não uma mera soneca. O filho preguiçoso é uma vergonha a todo tempo, mas a indolência durante a sega é absolutamente indesculpável, pois envergonha tanto o pai quanto o filho. A loucura de dormir num momento de crise é ainda mais trágica quando a espiritualidade está em questão. Ao acordar e perceber que a oportunidade de salvação passou, lábios humanos proferirão as palavras mais tristes já ditas: “Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos” (Jr 8:20). |
Pv.10:6 | 6. Bênçãos. O plural enfatiza a plenitude da bênção colhida pelo justo. Graças a seus atos de bondade, muitos são movidos a invocar bênçãos sobre sua cabeça (ver v. 7; Pv 31:28).Mora a violência. Ou, “a violência cobre”. Conforme a tradução da ARC, a oração parece declarar que o perverso mantém a boca fechada porque a memória da culpa de seus males o impede de falar. A afirmação também poderia ser traduzida: “A boca do perverso esconde violência.” Nesse caso, o sentido seria: “Por palavras brandas, o perverso acoberta seus planos maus” (ver Pv 26:24). |
Pv.10:7 | 7. A memória do justo. Não que osímpios sejam esquecidos; em vez disso, são lembrados com medo ou repulsa, ao passo que a lembrança das pessoas de bem evoca prazer (ver SI 72:17). Por isso a memória dos perversos é adequadamente comparada à podridão grotesca. |
Pv.10:8 | 8. O insensato de lábios. O sábio controla sua fala e se dispõe a ouvir ensinos e a aceitar orientações. O insensato abre a boca sem pensar, se gaba dos próprios feitos e fala mal dos outros. Como está ocupado demais para ouvir conselhos, cairá e chegará à ruína. |
Pv.10:9 | 9. Em integridade. A LXX traduz por “em simplicidade”. A bondade simples do justo o equipa contra as tentações de Satanás, desarmando a inveja e a malícia dos outros homens (ver Is 33:15, 16).Será conhecido. Aquele que se inclina para caminhos tortuosos, seja em relação a Deus ou aos seres humanos, com certeza será exposto. Muitos são descobertos e punidos nesta vida. Os que escapam verão sua vereda de maldade escancarada em público, no dia em que o Senhor revelar o segredo do coração das pessoas (Lc 12:2, 3). |
Pv.10:10 | 10. O que acena com os olhos. Uma piscadela pode ser um movimento inocente, mas, com frequência, simboliza uma maldade furtiva (ver Pv 6:13). O enganoacompanha a malícia ardilosa do malfeitor encoberto, e vítimas inocentes padecem com o sofrimento. O insensato de lábios representa um pecador tolo, exibido, que logo fracassa. |
Pv.10:11 | 11. Manancial de vida. Ou, “fonte de vida”. Palavras de sabedoria, conselho e edificação fluem dos lábios dos bons. Como um manancial refrescante, elas levam nova vida e crescimento quando os outros as aceitam e lhes dão ouvidos. É uma honra para os justos serem descritos dessa forma, pois o próprio Deus disse ser “o manancial da vida” (SI 36:9; Jr 2:13; cf. Jo 4:14; 7:38). |
Pv.10:12 | 12. O ódio excita contendas. O amor e o ódio são colocados em contraste gritante. O ódio motiva os que deliberada- mente causam contendas entre os outros, por meio da fofoca (Jr 20:10, 11; T5, 94, 241, 242). Em contrapartida, o amor perdoa e esquece, coloca de lado toda a amargura sofrida e se mostra pronto a retribuir o mal com o bem (Mt 5:9; 6:12; lCo 13:4-7; iPe 4:8; ljo 2:9-11). |
Pv.10:13 | 13. Falto de senso. Literalmente, “falto de coração”. O coração era considerado o centro da inteligência. A pessoa sem inteligência carrega um fardo nas costas de muitas maneiras: sua consciência nunca lhe dá paz, sofre a repreensão de muitos com quem precisa se relacionar e, antigamente, recebia açoites literais ordenados por juizes (Pv 19:29; 26:3). A LXX une os dois elementos deste versículo e diz: “Aquele que produz sabedoria com os lábios fere o tolo com uma vara.” |
Pv.10:14 | 14. Entesouram o conhecimento.O sábio aprende de todas as pessoas que encontra e em cada experiência da vida. É seu prazer e hábito se apropriar de cada conhecimento novo e procurar encaixá-lo em seu depósito de informações. Em consequência, está preparado com conhecimento e sabedoria para enfrentar emergências inesperadas (ver Mt 13:52). O insensato vivea experiência oposta. Despreza o conhecimento e a inteligência. Quando é forçado a aprender, não se esforça para memorizar. O resultado natural é que se torna mal preparado para enfrentar os problemas da vida. |
Pv.10:15 | 15. Pobres. Do heb. dallim, palavra que descreve os pobres como inferiores, destituídos, reduzidos, abatidos e ignorantes. Nos países ao redor de Israel, os pobres eram deixados por conta própria e afundavam ainda mais na escala social. Em Israel, as restrições de venda das terras e as provisões dos estatutos do jubileu e do sétimo ano tinham a intenção de impedir tanto a pobreza abjeta quanto o acúmulo de propriedades (Lv 25:1-55).A pobreza não precisa ser a ruína de uma família. Aqueles que se resolvem a fazer uso de todas as suas habilidades serão abençoados por Deus e, de modo geral, conseguirão sustentar um estilo de vida com conforto razoável. Infelizmente, a pobreza costuma sugar a energia e destruir a confiança do miserável, levando muitos ao desespero. |
Pv.10:16 | 16. Conduz à vida. As ricas compensações do trabalho honesto são contrastadas com as recompensas frustrantes de uma vida de pecado. |
Pv.10:17 | 17. Quem guarda o ensino. A frase também poderia ser traduzida: "Aquele que guarda o ensino é um caminho para a vida.” Isso parece indicar que o conselho sábio e um bom exemplo transformam o sábio num guia que orienta os outros no caminho da vida. A tradução da ARA, por sua vez, faz uma observação igualmente verdadeira.Anda errado. A forma do verbo hebraico é causai, sugerindo que aquele que se recusa a dar ouvidos à instrução e à repreensão corrompe outros. |
Pv.10:18 | 18. Lábios falsos. A primeira frase também poderia ser traduzida como: “Àquele que esconde o ódio tem lábios falsos.” As pessoas que guardam ódio no coração costumam enganar e dissimular.Este versículo é um exemplo de paralelismo sintético (ver p. 8, 9). A construção destoa da série de paralelismos antitéticos. A LXX preserva o último tipo e diz: “Os lábios justos cobrem a inimizade; mas aqueles que difamam são os mais insensatos.” |
Pv.10:19 | 19. Muito falar. A língua é um órgão difícil de controlar e tem um potencial tremendo tanto para o bem quanto para o mal (Tg 3:1-10). A língua que recebe permissão para muito falar corre o risco de conduzir seu dono a várias formas de pecado. O exagero que costuma acompanhar a prolixidade é uma falsificação da verdade. O escândalo e a difamação não estão distantes daquele que fala demais e procura impressionar. O sábio filtra com cuidado tudo o que diz e lembra que um dia prestará conta de suas palavras (ver Ec 5:1-3; Mt 12:36; Tg 3:2; T4, 331). |
Pv.10:20 | 20. Prata escolhida. O contraste apresentado é entre as palavras do homem de bem e a mente e o coração do insensato. Embora o sábio não expresse tudo o que se passa em seu coração, aquilo que ele diz é bom. Provém de uma fonte pura e foi avaliado com cautela antes de ser proferido (ver Pv 8:19).As palavras do perverso têm pouco valor, pois se originam de uma mente má, carnal e preocupada somente com questões seculares. |
Pv.10:21 | 21. Os lábios do justo. As declarações do sábio alimentam todos os que as ouvem. Quem não atenta à sabedoria, além de deixar de alimentar os outros, passa fome. |
Pv.10:22 | 22. A bênção do Senhor. Alguns pensam que as riquezas dependem apenas de habilidade e diligência; outros, que resultam da boa sorte. Alas não há como haver riqueza real e duradoura sem a bênção do Senhor. Não existe multiplicação bem- sucedida dos recursos sem que Deus trabalhe com a pessoa. As riquezas se esvaem quando o Senhor não dá Sua bênção (ver Ag 1:5-9; Ml 3:8-12).Não traz desgosto. Nem sempre as riquezas trazem felicidade. E preciso ter saúde para desfrutá-las. Além disso, a morte leva sofrimento a todos os lares, ricos ou pobres. As riquezas, sem a bênção de Deus, causam sofrimento, ao desviarem seu possuidor da preparação para o mundo por vir e ao conduzirem-no a um estado de acomodação. Porém, as rique/as que têm a bênção divina não trazem tristezas consigo. Quando os recursos materiais são usados como responsabilidades entregues pelo Mestre celestial, o fiel mordomo e seus beneficiados recebem bênçãos (ver Ec 5:18, 19). |
Pv.10:23 | 23. Praticar a maldade. Este versículo também poderia ser traduzido como: “E como um esporte [divertimento] para o insensato colocar em prática uma intenção maligna, assim como para o sábio [praticar] a sabedoria.” Uma característica distintiva do insensato é que ele se deleita em fazer o mal. Ele conhece a diferença entre o certo e o errado, mas não tem sentimentos profundos de retidão moral nem restringe seus impulsos de praticar maldades. Sua consciência está tão endurecida que ele não parece se preocupar com os danos que provoca e com o sofrimento causado.Em contraste direto, a pessoa inteligente permite que o Espírito de Deus trabalhe em seu coração com tamanha liberdade que sua consciência se torna ligeira e sensível. Ela tem consciência aguda das consequências de suas ações e sente prazer ao ver que todas elas cooperam para o bem dos outros (ver G1 6:2). |
Pv.10:24 | 24. Teme o perverso. Isto é, a apreensão da calamidade que assombra os perversos. Embora muitos malfeitores trilhem seu caminho de impiedade em aparente desatenção quanto aos resultados inevitáveis de suas escolhas, eles são, por vezes, assolados por sombrios temores quanto ao futuro. O louco tenta dissipar esses medose lançar luz sobre suas perspectivas, mas eles ainda estão lá.O perverso nunca sacia plenamente seu desejo. Ele quer seguir o próprio rumo e, mesmo assim, ser feliz. Quer semear o mal e colher o bem. Isso nunca vai acontecer. Faz parte da natureza do pecado proporcionar miséria e morte, por mais que a chegada do castigo se atrase (ver Tg 1:15).A pessoa de bem deseja ser regenerada, para que possa ir bem e ser boa. E seu propósito andar pelo caminho da vida e da felicidade. Quanto mais ela assim deseja, mais fácil é para Deus atender seus desejos. A felicidade é uma consequência tão inevitável da justiça quanto o sofrimento o é do pecado (ver G1 6:7). |
Pv.10:25 | 25. Como passa a tempestade. A LXX traduz a primeira frase como: “Quando a tempestade passa, o perverso se esvai.” Quando a tempestuosa calamidade passa, o ímpio se vai, mas o justo permanece inabalável (ver Jó 21:19; ls 17:12-14). |
Pv.10:26 | 26. Vinagre. Produto resultante do processo de fermentação do vinho, no qual o álcool se transforma em ácido acético. Acreditava-se que o vinagre prejudicava os dentes. A LXX afirma: “Como a uva azeda estraga os dentes.”Fumaça. Nos dias de Salomão, as pessoas eram bem familiarizadas com o incômodo da fumaça da madeira nos olhos. Os fogões e as chaminés de hoje eram desconhecidos. Igualmente perturbador é o mensageiro preguiçoso que se atrasa em realizar sua tarefa. A LXX traduz a última frase como: “assim a iniquidade fere aqueles que a praticam”. |
Pv.10:27 | 27. Prolonga os dias. Comparar com Êx 20:12; SI 91:16; Pv 4:3; 9:11. A promessa de longevidade é condicional. A história da experiência humana revela muitas exceções. No entanto, uma vida de bem, no temor do Senhor, exclui as ansiedades que sugam as forças nervosas graças àexperiência de fé, tendendo naturalmente à longevidade (ver CBV, 281). De maneira semelhante, uma vida sem fé, seja ativamente pecaminosa ou não, tende a ser encurtada pelo enfado e pela preocupação. A indulgência egoísta contribui para a deterioração das forças da vida (ver SI 107:17, 18).Um questionamento pode ser levantado: como uma pessoa centenária que condescendeu com práticas prejudiciais à vida inteira chega a essa idade em boa saúde, ao passo que um observador consciente das leis de saúde pode, muito mais novo, conseguir apenas se manter em saúde mediana? A resposta se encontra, em parte, no fato de que os seres humanos nascem com constituições diversas, herdadas de seus antepassados. Alguns herdam uma constituição tão resistente que conseguem abusar dela ao longo de toda a vida, aparentemente impunes, enquanto outros devem ter muito cuidado para se manter em condições razoáveis. Outros fatores são o desenvolvimento infantil e o ambiente. Eles influenciam muito no fortalecimento ou enfraquecimento da constituição antes que a pessoa tenha idade suficiente para cuidar da própria saúde (ver T3, 140, 141). |
Pv.10:28 | 28. A esperança. Hoje, a esperança do cristão está concentrada na Nova Terra, onde todas as aspirações nobres, que agora costumam ser corrompidas, serão realizadas e todo deleite puro será desfrutado sem o menor traço de pesar. O fracasso será desconhecido e todo sucesso abrirá caminho para conquistas ainda maiores. Despedidas infelizes nunca mais anuviarão os olhos. O acleus deixará de criar longas horas de espera ansiosa (ver Ap 21:4; GC, 675-678), pois toda jornada será segura, próspera e levará a um feliz retorno.A expectação. O pecador sofre ataques recorrentes de medo (ver com. do v. 24),mas se convence de que tudo correrá bem no final, mesmo quando se rebela deliberada mente contra Deus e vive em conflito com as leis da vida. A longanimidade do Senhor justifica, em parte, essa falsa esperança. Como a iniquidade não é punida de imediato, e o transgressor continua a receber uma chance, ele se fortalece em seu mal e acredita que a bondade de Deus o perdoará (ver Ec 8:11; Rm 2:4; 2Pe 3:9).No momento em que a esperança dos justos se tornar realidade, a expectativa dos perversos morrerá, deixando o pecador sem ação e esperança, ciente de que é tarde demais para trocar sua miragem egoísta pela certeza gloriosa daqueles que estão dispostos a entregar o próprio eu. |
Pv.10:29 | 29. Fortaleza. Do heb. maoz, “lugar de refúgio" ou “meio de refúgio". O caminho do Senhor forma uma defesa segura em torno daqueles que O servem (ver SI 91:2; cf. Jó 1:10). Deus antevê todo e qualquer ataque do inimigo sobre os justos e é capaz de rebater cada movimento, trazendo vitória. Os obstinados obreiros da iniquidade abdicam da proteção divina e, sem essa defesa, são destruídos (ver PP, 325). |
Pv.10:30 | 30. Jamais será abalado. Salomão se referia, em primeiro lugar, à condição das duas classes nesta vida, embora a declaração também seja verdadeira em relação à vida futura. Os justos são continuamente removidos pela morte e todos eles serão levados juntos para o Céu durante o milênio (Ap 20:1). No entanto, ainda assim, certamente se estabelecerão como herdeiros e proprietários da terra, como se nunca a tivessem deixado. A saída pela morte é apenas um sono, e a visita ao Céu não é mais do que uma breve permanência na casa do Pai antes de se estabelecerem em sua morada eterna na Terra. Este mundo nunca deixou de ser seu lar (ver Is 45:18).Os perversos concentram o coração num estilo de vida mundano. Seu ideal de vida eterna é uma existência na qual podem viver de forma tão sensual e gananciosa quanto na vida presente. O pecador não ficaria feliz na presença de Deus. O Céu não lhe proporcionaria prazer algum. Ele é excluído por sua própria inadequação ao ambiente santo (ver CC, 19, 20). |
Pv.10:31 | 31. Produz sabedoria. Literalmente, “dá o fruto da sabedoria". A boca dos justos produz sabedoria de forma tão natural quanto uma árvore frutífera dá seus frutos. A tentativa artificial de expor sabedoria, cjuando ela está ausente do coração, falha por completo, pois é o mesmo que tentar fazer uma luz brilhar quando não há luz (ver Mt 5:16).Desarraigada. Talvez se trate da continuação da comparação com o dar frutos. A língua da perversidade só fala o que é distorcido e mal, e será desarraigada como um galho doente, podado pelo jardineiro (ver Mt 3:10; 12:36, 37). |
Pv.10:32 | 32. O que agrada. A pessoa de bem evita conscienciosamente as palavras que podem magoar ou ofender, porque reconhece o sofrimento causado por palavras descuidadas, impensadas ou então maliciosas, cheias de engano. Estudos da psiquiatria revelam que a ruína provocada pelos lábios pode, em muitos casos, ser bem maior e o dano mais profundo do que se suspeita. Aqueles que se colocam sob a guarda dos anjos do Céu recebem forças e evitam ofender por palavras ou ações (ver PJ, 341, 342).Somente o mal. O perverso fala o mal de forma tão inconsciente quanto o justo profere boas palavras; em ambos os casos, as palavras dos lábios brotam do coração (ver Mt 12:34-37). No entanto, os dois também fazem um planejamento deliberado de falar de forma apropriada à sua natureza regenerada ou não. O ímpio se deleita em causar sofrimento e não se importa^ com os danos que causa. Ele usa palavras perversas para colocar em prática planos maus. Como é importante, diante dessasconsiderações, que todo aquele que luta por domínio próprio (lCo 9:25) vigie de perto seus lábios (lPe 3:10)!Capítulo 11Virtudes morais e os vícios contrários às mesmas. |
Pv.11:1 | 1. Balança enganosa. As balanças falsas e medidas diminuídas de qualquer espécie são uma forma de roubo. Deus deixou várias advertências severas contra o furto (ver Lv 19:35, 36; Dt. 25:13, 14). (3 roubo é ainda mais prejudicial aos pobres, por sua escassez de recursos.E possível que houvesse pesos e medidas padronizados no santuário, com os quais se podia testar as medidas comerciais (ver Êx 30:13; Lv 27:25). As autoridades civis, porém, frequentemente talhavam cm controlar o roubo por meio de medidas fora do padrão. Os profetas se pronunciaram contra os abusos (Ez 45:10; Am 8:5; Mq 6:11). Parte do problema se devia à avareza do comprador. As medidas deveríam ser cheias até transbordar, em vez de serem niveladas, mas isso não representava generosidade, urna vez que provavelmente havia um fundo falso para equilibrar o excesso na parte dc cirna.O peso justo. Literalmente, “a pedra perfeita”. As pedras eram usadas como pesos, e muitos comerciantes tinham dois conjuntos, um para comprar, mais pesado, e outro para vender, mais leve. Quem acredita que “a bênção do Senhor enriquece” (Pv 10:22) e tem fé no poder de Deus não assume esse tipo de conduta, a despeito do prejuízo que possa ter.Deus não exige que o vendedor dê acima do peso em seus negócios. Essa generosidade pode causar uma inexatidão descuidada da parte de quem vende e o desejo de obter mais do que pagou por parte do comprador. O cuidado estrito no comércio e a generosidadegratuita em benevolência são as atitudes mais agradáveis a Deus.A maior fraude na história foi a realizada contra Adão e Eva por parte de Satanás (Gn 3:1-6). A primeira mentira levou miséria e morte àqueles que possuíam vida eterna e felicidade, sob a alegação de que estavam comprando o caminho para uma vida mais plena. Todas as fraudes menores ao longo da história tendem para o mesmo fim, tanto para o enganador quanto para a vítima. Portanto, não surpreende que Deus odeie o engano e ame os acordos justos. |
Pv.11:2 | 2. Sobrevem a desonra. A soberba se encontrava na base do primeiro pecado. Quando Líícifer se orgulhou de sua beleza e sabedoria, o pecado se desenvolveu misteriosamente em seu coração (ver Ez 28:11- 19; PP, 33-43; GC, 492-504). Ele se recusou a deixar a rebelião quando a natureza e as consequências dela lhe foram apontadas. Por isso, Lúcifêr deu início a urna longa e infeliz história que terminará afinal quando ele se tornar alvo de desprezo universal (Is 14:12-20). A desgraça chega mais cedo ou mais tarde; é, porém, inexorável para todos os que compartilham do pecado do orgulho.Com os humildes. O humilde, com sua disposição de aprender e seu reconhecimento da necessidade de ajuda divina, recebe ricos suprimentos de graça. Rápido em discernir e seguir a liderança do Espírito Santo, ele tem acesso ao fundamento da sabedoria celestial (ver Is 57:15; Tg 4:6). |
Pv.11:3 | 3. A integridade. Do heb. tummah, do verbo tamam, que significa “ser completo”, “estar terminado”. Tummah querdizer ''plenitude''' ou "perfeição”, não no sentido de ausência de defeitos, mas de que o desenvolvimento esperado para uma dada etapa foi conquistado. Por isso, Jó foi declarado perfeito (ou "íntegro”, Jó 1:1, 8), mesmo que houvesse fraquezas em sua experiência, reveladas posteriormente pelas adversi- dades (ver Jó 40:2-5; 42:2-6).A integridade [...] os guia. Ouando o ser humano entrega o coração ao Salvador, quando seu único objetivo de vida é agradar a Deus, ele não precisa temer a perdição (Jo 7:17; Is 30:21). Em contrapartida, a desobediência persistente do pecador o mantém distante do caminho da vida, desabrigado dos problemas, conduzindo-o à destruição eterna na grande consumação. |
Pv.11:4 | 4. As riquezas de nada aproveitam. O rico parece ter muitas vantagens, graças a suas riquezas, e consegue mais benefícios do que o pobre. Por isso, ele abriga interiormente a idéia de que suas riquezas comprarão o favor de Deus no juízo vindouro. O terrível despertar desse tipo de pessoa para sua verdadeira condição é retratado de lorma vivida pela Bíblia (ver Is 2:20, 21; 10:1-4; Jr 9:23; Mt 19:23; Tg 5:1; Ap 6:15). Os mordomos infiéis verão os pobres, a quem oprimiram e desprezaram, desfrutando os prazeres da justiça numa vida que nunca terá fim. Seu arrependimento pelo que terão perdido será inexprimível (ver Lc 16:22, 23; GC, 654, 655). |
Pv.11:5 | 5. íntegro. Do heb. tamim, cio mesmo radical de tummah (ver com. do v. 3). Tamim ê um termo relativo e precisa ser compreendido dentro de seu contexto. Noé foi considerado íntegro (Gn 6:9), contudo mais tarde mostrou ser susceptível às fraquezas da carne (Gn 9:21). Os íntegros são cristãos maduros completamente dedicados ao Senhor, que, embora tenham fraquezas a vencer, prosseguem rumo ao alvoI p 3:12-15). Chegará o dia em que a obra de erradicação de todo pecado e egoísmodos redimidos será terminada e os santos permanecerão para sempre sem nenhuma mancha ou mácula (Ef 5:27; TM, 506).Endireita. Do heb. yashar, "tornar plano”, “tornar direto", ou seja, livre de obstáculos. A justiça torna o caminho plano ao remover todos os motivos de tropeço. Permanecem as tentações, mas não há resposta a elas (ver jo 14:30; cf. DTN, 123; GC, 623). Do mesmo modo, é o desejo de fazer o mal que leva o perverso a encontrar tantas pedras de tropeço, até que ele caia para nunca mais se levantar. |
Pv.11:6 | 6. Maldade. Este versículo enfatiza a importância da lição do anterior, ao repetir o pensamento em outras palavras. “Maldade”, neste caso, deve ter o sentido de “maus desejos” (ver com. de Pv 10:3). E o próprio desejo perverso do ímpio que o faz cair em cilada. |
Pv.11:7 | Sem comentário para este versículo |
Pv.11:8 | 8. Em seu lugar. A verdade deste provérbio foi demonstrada várias vezes. Os egípcios se afogaram no Mar Vermelho, quando planejaram capturar os israelitas (Ex 14:26- 31). Mordecai escapou da forca, mas Hamã, que a havia preparado, morreu ali (Et 7:10). Daniel saiu ileso da cova dos leões, ao passo que seus acusadores morreram nela (Dn 6:24). De igual modo, o remanescente do povo de Deus, condenado à morte pela ação unida de todos os ímpios, liderados pelo falso cristo, logo encontrarão livramento e seus perseguidores, a destruição (Ap 13:15; GC, 624-626, 635, 636, 654-656). |
Pv.11:9 | 9. ímpio. Do heb. chanef\ literalmente, "pessoa profana e irreligiosa”. A ARA costuma traduzir esta palavra por “ímpio’’ (Jó 8:13; 13:16, etc.). (3 manuscrito vati- cano da LXX traduz chanef por asebes, “descrente”. Já as traduções gregas feitas por Áquila, Símaco e Teodocião, nos primeiros anos da dispensação cristã usam hupokrites, "hipócrita”. A pessoa profana, seja ela hipócrita ou não, costuma estar pronta e disposta a destruir o próximo com mentiras,insinuações e boatos. A morte e a vida estão no poder da língua (Pv 18:21). A pessoa justa e reta, com o conhecimento de Deus e do caminho da justiça, usará seu conhecimento para escapar da armadilha. Sua reputação de justiça será suficiente para livrá-la das falsas acusações do inimigo. |
Pv.11:10 | 10. Exulta a cidade. A maioria das pessoas fica feliz ao ver os justos serem bem- sucedidos. Sabe que eles usarão a riqueza e o poder para ajudar os outros; por isso, não temem seu desenvolvimento. O perverso, no entanto, adquire riquezas à custa dos outros e usa seu poder crescente para oprimi-los. Portanto, não é de se espantar que toda a cidade receba sua ruína com grande alívio. |
Pv.11:11 | 11. Exalta. Os motivos de alegria foram expressos no versículo anterior. As ações dos habitantes justos exaltam a cidade, ao conquistar a amizade de pessoas de outras cidades e nações e por trazer a bênção de Deus sobre a comunidade. Os atos egoístas e enganosos dos perversos causam problemas na cidade e atraem o juízo divino e humano sobre ela. Se Ló tivesse reunido nove outros justos, a pecaminosa cidade de Sodoma teria sido poupada (Gn 18:20-32). O arrependimento de Nínive poupou a cidade (Jn 3:5-10; 4:11). |
Pv.11:12 | 12. Este se cala. O contraste entre a primeira e a segunda afirmação deste versículo sugere que o desprezo ao próximo consiste em proferir palavras de desdém e afronta. O termo para “senso” aqui é leb, “coração”. O coração era considerado o centro da mente. Mesmo que uma pessoa tenha fraquezas que pareçam justificar o ataque por parte de um desprovido de inteligência, o sábio se caia. Ele reconhece que todas as pessoas têm fraquezas e que têm o direito de lutar com essas dificuldades sem o fardo adicional de um alarde importuno (ver Gl 6:1, 2). |
Pv.11:13 | 13. O fiel de espírito. Quem costuma falar mal do próximo não hesita emrevelar segredos a ele confiados, se assim conseguir aumentar o efeito da fofoca. 3 O desejo irresistível de contar coisas que os outros não sabem parece dominar algumas pessoas (ver Ed, 235, 236; T5, 58, 59). O amigo fiel resiste a toda tentação de revelar uma confidência, não só por ter prometido, mas também por amar o amigo e não sentir vontade de fazer nada que o prejudique. |
Pv.11:14 | 14. Direção. Do heb. tachbuloth, palavra que originalmente deve ter derivado da ideia de puxar corda, ou seja, guiar e dirigir um navio, puxando uma corda; daí, a palavra passou a significar “direção”, “orientação” ou “conselho”. Sempre que falta uma direção sábia e habilidosa, as pessoas que também carecem de tal sabedoria são facilmente desviadas para caminhos que levam a dificuldade e desastre. Em contrapartida, quando há muitos com o dom de liderança ou de aconselhar com sabedoria, discussões livres e francas sobre os problemas garantirão que cada fator importante seja pesado e cada armadilha, antevista (ver Pv 15:22; 20:18; 24:6).Quando se rejeita o conselho, pouco se pode fazer para os faltos de senso, a não ser deixá-los descobrir por meio de dolorosa experiência própria que o bom conselho é uma bênção de Deus que não se deve rejeitar (Tl, 225). |
Pv.11:15 | 15. Fiador. Ver com. de Pv 6:1. |
Pv.11:16 | 16. Os poderosos. Do heb. ‘arisim, “homens impiedosos, aterrorizantes”. O significado desta passagem parece ser que a mulher graciosa guarda sua honra de forma tão eficaz quanto um homem poderoso e violento protege sua riqueza. |
Pv.11:17 | 17. O homem bondoso. A pessoa pres- tativa e gentil que ajuda outros de forma altruísta também está trilhando o caminho certo para se ajudar. Por outro lado, quem é cruel e maldoso prejudica a si mesmo, bem como aos outros. Um dos motivos paraisso é que a indulgência com qualquer traço de caráter, bom ou mal, se fortalece cada vez mais. Outro motivo é que o humor e as ações refletem de volta. Um ato cruel tende a despertar crueldade nos outros; já um ato de gentileza voltará em forma de amizade prestativa para aqueles que ajudaram (ver Mt 5:7; 7:2, 12). |
Pv.11:18 | 18. Um salário ilusório. O perverso pensa que conseguirá um retorno válido por suas maldades, mas descobre que sua recompensa é bem diferente (ver Pv 1:10- 19; ver também com. do v. 17). O justo semeia justiça e ceifará colheita tão garantida quanto a eternidade (G1 6:8). |
Pv.11:19 | 19. Conduz para a vida. Este versículo expressa uma verdade simples e muito conhecida. Cristo atrai para Si todos os seres humanos e o Pai entrega a todos uma medida de fé. Portanto, o indivíduo deve escolher aceitar esse poder de atração ou resistir a ele e se perder. A vida eterna é a recompensa certa para a justiça, assim como a morte eterna será a consequência do pecado (Jo 12:32; Rm 6:23; CC, 31). |
Pv.11:20 | 20. Os perversos de coração. Deus abomina os pecadores enganosos e traiçoeiros, que encobrem o coração perverso com aparência de piedade (ver Pv 3:32; 12:20; 17:20; T4, 326; T5, 536). Com alegria, o Senhor Se desvia da contemplação dos hipócritas para o alegre espetáculo dos seguidores verdadeiros de Jesus. |
Pv.11:21 | 21. E evidente. Literalmente, “de mãos dadas”. Esta expressão recebeu interpretações diversas. A LXX traduziu: “aquele que bate nas mãos injustamente”. A batida nas mãos ou as mãos dadas podem se referir a formas de atestar a verdade. Também se pode ver no versículo uma sugestão da grande confederação do mal que Satanás tem usado para tentar conquistar o mundo para seu domínio, bem como a união dos perversos que desafiam a Deus, perseguem Seu povo e afirmam ter feito aliança com amorte, para escapar do castigo (ver Is 8:12; 28:15, 18; GC, 560, 561).Ao longo da história do grande conflito, os ímpios têm se unido para oprimir o povo do Senhor, mas logo descobrem que o defensor dos justos é mais poderoso do que o grande enganador, com quem fizeram um pacto (ver 2Cr 20:1-25; Ne 4:7-15). |
Pv.11:22 | 22. Que não tem discrição. Sem dúvida, a mulher sem discrição é a que abandona a modéstia feminina e adota modos dissolutos de fala e ação, pois o contraste é entre a beleza de forma e aparência e o caráter desvirtuado. Enfeitar o focinho do porco com uma joia de ouro é ridículo. Não manter caráter nobre dentro de um corpo belo é trágico, tanto para a mulher quanto para quem a conhecer. |
Pv.11:23 | 23. Ira. Do heb. ebrah, “raiva transbor- dante”, “fúria”. Os desejos do justo conduzem somente para o bem, e Deus decreta ^ que todas as coisas cooperam para o bem dele (Rm 8:28). Já o perverso busca, de forma natural e inevitável, aquilo que atrairá a ira dos seres humanos e, por fim, a de Deus. Tanto nesta vida quanto no dia da ira do Senhor, o egoísta colherá sofrimento (ver Ap 14:10; 16:19; GC, 36, 37). |
Pv.11:24 | 24. Dá liberalmente. Nem todo tipo de doação leva a um acréscimo. A doação descuidada costuma causar dano tanto a quem dá quanto a quem recebe. Mas o empreendimento amoroso e refletido de usar os recursos pessoais para aliviar o sofrimento e ajudar os necessitados leva riqueza a ambos os lados. Quanto mais recursos o doador usa para ajudar, mais ele recebe. O mesmo se aplica às contribuições feitas para a obra de Deus (ver v. 25). Reter mais do que é correto tende a provocar pobreza, tanto espiritual quanto material. |
Pv.11:25 | 25. A alma generosa. Literalmente,“a alma da bênção”. Aquele que abençoa os outros abençoa a si mesmo (ver 2Co 9:6-15). |
Pv.11:26 | 26. Retém o trigo. Em tempos de escassez, alguns retêm os alimentos até o preço aumentar o suficiente para obterem lucro excessivo, à custa de seus semelhantes. E claro que essas pessoas são odiadas e amaldiçoadas pelos que sofrem em decorrência dessas atividades (ver Am 8:4-7). Além disso, os que rompem com os preços elevados artif icial mente e vendem pelo preço normal são amados e abençoados. O trabalho de José no Egito foi feito em prol do povo, bem como do rei. Acumuladores como José são bem-vindos em qualquer tempo de escassez (Gn 41:53-57). |
Pv.11:27 | 27. Quem procura o bem. Os que se ocupam com o serviço em prol de seus companheiros recebem honra e favor como recompensa. Enquanto a busca pelo bem for desprovida de egoísmo, a recompensa será certa. |
Pv.11:28 | 28. Cairá. Os discípulos ficaram surpresos quando Cristo disse que era difícil um rico entrar no reino de Deus (Mc 10:24-26). Os hebreus consideravam as riquezas um sinal certo da bênção divina, uma marca de firme vantagem no mundo. No entanto, muitas vezes, elas se transformam em cilada. Em vez de sentir a necessidade do Espírito Santo e de partilhar com outros sua prosperidade, o rico costuma achar que deve proteger sua posição, aumentando cada vez mais sua propriedade e seus recursos (ver lTm 6:17). Muito embora desça à sepultura honrado pelos seres humanos e deixando para trás muitos bens, diante do Senhor ele é uma pobre folha murcha que caiu ao chão.Folhagem. Literalmente, “folha”. Os justos são comparados a folhas verdes, ao passo que os perversos se assemelham às folhas secas do outono. |
Pv.11:29 | 29. A sua casa. Uma pessoa pode causar problemas indiretos pela administração ineficiente de seus recursos ou por sua indolência. Nesses casos, ela e a família passamdificuldades. Ela também pode causar problemas diretos pela insistência exagerada na economia, ansioso de que seus bens não sejam desperdiçados. Tal atitude impede a cooperação de bom grado da família e dos empregados. Em ambos os casos, não há lucro, nada se ganha.Um tolo assim, nos dias de Salomão, provavelmente perderia o patrimônio e seria forçado a trabalhar como servo do sábio que conquistou o amor e o auxílio de sua casa por meio da bondade e da generosidade (comparar com a experiência do filho pródigo, em Lc 15:11-32). |
Pv.11:30 | 30. Arvore de vida. Os frutos que o justo produz são palavras e ações sábias e úteis. Elas se tornam árvore da vida para os outros, proporcionando alimento para o corpo e a mente. De fato, o exemplo de uma pessoa de bem promove saúde espiritual e conduz à vida eterna.O que ganha. Do heb. loqeach, forma do verbo laqach, “tomar”. Somente neste versículo laqach é traduzido por “ganhar”. É usado mais de 700 vezes com o sentido de “tomar” ou “tirar”. Como o objeto do verbo é “almas’’, do heb. nefashoth (plural de nefesh), e nefesh costuma significar “vida” (Gn 9:4; Ex 4:19, etc.), alguns traduzem a expressão por: “o que tira vidas”. A mesma combinação de palavras hebraicas é traduzida com esse sentido em 1 Reis 19:4; Salmo 31:13; e Provérbios 1:19. Se esse fosse o significado pretendido do texto, como “o que lira vidas” seria considerado sábio? Este é o problema básico da passagem, e essa dificuldade levou os tradutores da ARA a optar pela tradução incomum “ganhar”, para laqach. Outros seguem a LXX, que diz: “Do fruto da justiça cresce uma árvore cie vida; mas a alma dos transgressores é cortada antes do tempo.” |
Pv.11:31 | 31. Se. A LXX traduz o versículo assim: “Se o justo quase não é salvo, onde aparecerão o descrente e o pecador?”Essa versão é citada em 1 Pedro 4:18. A LXX era comumente usada no Io século d.C. e era o AT dos cristãos que falavam grego. Quando o grego difere do hebraico, é impossível determinar se isso deve-se ao fato de a tradução ter sido feita com base num texto hebraico diferente, se consistenuma paráfrase ou em mudanças resultantes do processo de cópia.O desenrolar do plano de Deus garantirá que os justos sejam recompensados na Terra (Dn 7:27; Mt 5:5; 2Pe 3:13; Ap 21:1, 2). De igual modo, nela os ímpios receberão seu castigo (Ap 20; GC, 673).Capítulo 12Virtudes morais e os vícios contrários às mesmas. |
Pv.12:1 | 1. Ama o conhecimento. Algumas pessoas ficariam felizes em obter conhecimento se não necessitassem de receber instrução, correção e repreensão (ver 2Tm 3:16). A falta de arrependimento por erros do passado, a indisposição para mudar e a ausência de aspirações elevadas para o futuro revela semelhança com os animais do campo, que não podem desenvolver o caráter, nem têm alma para salvar (ver 2Pe 2:12). |
Pv.12:2 | 2. O homem de bem. O sentido deve ser encontrado em comparação com o tipo de perversidade descrita na segunda parte do versículo. Ganham o favor de Deus os direitos e honestos em seus empreendimentos. |
Pv.12:3 | 3. A raiz dos justos. Comparar com SI 1:3, 4; 37:23, 31; Ef 3:17. |
Pv.12:4 | 4. A coroa. Na época de Salomão, os pais orientavam os filhos na escolha do cônjuge. Hoje, os jovens não abrem mão de fazer a própria escolha. Os fatos apresentados neste texto devem ser motivo de meditação e oração, cedo o bastante para evitar uma escolha irrefletida e o arrependimento por toda a vida. A mulher fraca, fofoqueira, indiscreta ou consumista suga a iniciativa e a determinação do marido. |
Pv.12:5 | 5. São retos. Literalmente, “são juízos” ou “justiça”. Os justos são bons do começo aofim, e seus motivos interiores os inspiram a fazer o bem aos outros. A consciência deles age como juiz e se reflete sobre cada pensamento e impulso. A consciência é controlada cada vez mais pelo Espírito Santo à medida que as pessoas chegam mais perto do alvo da semelhança com Cristo (ver G1 2:20; Ef 3:17; Cl 1:27).Em contraste com a bondade interna que motiva os retos, os perversos são fonte de conselhos insensatos que enganam e ferem quem lhes dá ouvidos. O caminho do bem sempre traz felicidade e sucesso verdadeiro (ver Pv 14:12; ]o 14:6). |
Pv.12:6 | 6. As palavras dos perversos. O v. 5 contrasta os pensamentos dos justos com os conselhos dos perversos. Este versículo lida com a expressão dos pensamentos de cada um deles. As palavras dos perversos causam sofrimento e morte, por seu caráter enganoso. Suas falsas acusações e maledicências provocam inimizades. Os justos usam a eloquência e a sabedoria para esclarecer, defender e conquistar amigos para o inocente, cujo sangue o ímpio procura derramar (ver lRs 21:1-24; 2Rs 4:1-7). |
Pv.12:7 | 7. Permanecerá. O justo constrói sua casa sobre a Rocha, Jesus Cristo, e suas expectativas são garantidas (Mt 7:24-27).Por ter o Salvador, ele garante a vida eterna (ljo 5:11, 12; ver DTN, 388). Pode cair, nem que seja sete vezes, mas sempre se levantará novamente (Pv 24:16). |
Pv.12:8 | 8. Segundo o seu entendimento. Nada traz mais louvor duradouro do que a sabedoria e a discrição. Sempre há necessidade de pessoas em quem se pode confiar a todo tempo, cujas ações são governadas pela inteligência e por princípios elevados (ver ISm 18:5). Indivíduos vãos e insensatos, que têm uma visão alterada da vida e dos seres humanos, que distorcem e desvirtuam, são desprezados por todos que os enxergam como de fato são, mesmo por aqueles que os usam para os próprios objetivos. Judas era assim (Mt 27:3-8; At 1:16-20). |
Pv.12:9 | 9. Faz o seu trabalho. A LXX traduz a expressão assim: "serve a si mesmo”. Já a ARC diz: "Melhor é o que se estima em pouco e tem servos do que o que se honra a si mesmo e tem falta de pão.” Isso quer> dizer que quem tem um servo para trabalhar para ele e plantar seu trigo, mesmo que seja pouco estimado, é melhor que um van- glorioso faminto.A palavra heb. qalah, traduzida por "estima em pouco” ou por "não ser ninguém” (NVI) significa, literalmente, "ter pouca estima” ou "ser desonrado”, e é diferente da palavra heb. buz, traduzida no v. 8 por “desprezado”. |
Pv.12:10 | 10. É cruel. Deus tem terna consideração pelos animais que criou. O sofrimento não merecido de Suas criaturas é notado (Jn 4:11; Mt 6:26; 10:29). As instruções da lei incluíam regras relacionadas ao tratamento dos animais (Êx 23:4, 5; Dt 25:4; PP, 443; DTN, 500). O adversário da humanidade tem feito muito para agravar o sofrimento de pessoas e animais. Os que o aceitam como mestre se tornam cruéis, e seu egoísmo os cega para as necessidades reais dos outros. |
Pv.12:11 | 11. O que corre atrás de coisas vãs.Do heb. reqim. A palavra significa simplesmente “vaidades” ou "coisas vãs”. O desejo de melhorar a própria condição é uma boa qualidade, mas negligenciar o trabalho atual para perseguir um sonho é loucura. Fazer bem aquilo que está em nossas mãos supre o alimento diário e deixa tempo para a pessoa ir em busca de outros objetivos dignos e se preparar para serviços mais elevados (ver Ed, 267). |
Pv.12:12 | 12. Do que caçam. Do heb. matsod. Há certa dúvida quanto ao significado exato desta palavra, bem como da frase em que ela se encontra. Acredita-se que, às vezes, matsod queira dizer trincheiras. O sentido do versículo pode ser de que o perverso quer espólios (ou proteção), mas não obtém nenhum ganho de verdade, ao passo que o homem de bem fica bem estabelecido e é fecundo. |
Pv.12:13 | 13. Sairá da angústia. O perverso se emaranha nas mentiras que conta, e não há ninguém para tirá-lo. O justo passa dificuldades por causa dos ataques de seus inimigos, mas a honestidade e o poder dominante de Deus o livra dos problemas (ver SI 37:39, 40; 2Pe 2:9). |
Pv.12:14 | 14. Fruto da sua boca. O justo é recompensado tanto por suas boas palavras quanto pelas obras de suas mãos.Retribuído. A segunda declaração do versículo pode ser traduzida, literalmente, da seguinte forma: “A recompensa das mãos de um homem, Ele lhe retornará.” E Deus quem faz as recompensas serem retribuídas, abençoando a pessoa de bem (ver Jó 1:10; Is 3:10). |
Pv.12:15 | 15. Dá ouvidos aos conselhos. VerPv 3:7; 13:10; 14:12; 16:2; 21:2; Tl, 360. |
Pv.12:16 | 16. Num instante. Literalmente, “no dia”. O insensato não se exercitou no domínio próprio. Se for importunado por um insulto ou um desprezo imaginário, expressará de imediato seus sentimentos feridos.O sábio percebe que esse tipo de atitude tende a agravar o problema, por isso espera a mente se acalmar antes de tentar endireitar o erro, ou pode simplesmente ignorar a situação (ver Pv 20:22; 24:29; Mt 5:39; Lc 6:35). |
Pv.12:17 | 17. Diz a verdade. Literalmente, “respira a verdade”. Talvez uma referência ao hábito confirmado de falar a verdade, ou seja, uma pessoa que diz a verdade com a mesma naturalidade da respiração. Quem tem esse traço de caráter é governado pelos ditames da correção (MDC, 67, 68). É por isso que os cristãos não devem hesitar em fazer juramento num julgamento (ver MDC, 67, 68; DTN, 706, 707).Em contrapartida, o transgressor habitual não diz a verdade nem mesmo quando jura fazê-lo. O hábito de ocultar parte da verdade ou de enfeitá-la tanto a ponto de dar a impressão de ser mentira logo mostrará ao ouvinte observador que não se pode dar crédito nenhum à palavra dele (ver Pv 14:5, 25). |
Pv.12:18 | 18. Pontas de espada. A comparação é ainda mais impressionante no hebraico, pois a ponta de uma espada é chamada de boca. A boca apressada e impaciente usa palavras que ferem o coração de amigos, ocasionando grande sofrimento e tristeza. Palavras desprovidas de tato costumam perfurar o coração sensível cie quem está em luto ou passando por dificuldades, mas o sábio pensa no que dizer a fim de confortar o sofredor, aliviar a raiva e alegrar o desanimado (ver Pv 10:11; Ed, 236, 237). |
Pv.12:19 | 19. Apenas um momento. No original, provavelmente significa: “enquanto eu pisco o olho”. O reinado do mal só dura um momento. A verdade de Deus não pode ser lançada por terra. Até mesmo a verdade humana é capaz de resistir a toda sorte de investigação sem temor. As mentiras, porém, logo são descobertas e expostas, se não nesta vida, no juízo vindouro. O grandeengano de Satanás será, por fim, totalmente revelado ao universo no final do milênio (Ap 20:1-10; GC, 666-670). |
Pv.12:20 | 20. Maquinam. Do heb. charash, que significa “divisar”. |
Pv.12:21 | 21. Nenhum agravo. Provavelmente no sentido de que o dano que sobrevêm ao justo é transformado em bênção, por intervenção divina (ver Rm 8:28).Mal. Do heb. rd. Pode se referir a males morais (iRs 11:6), ou a calamidades (SI 141:5). Neste versículo, o sentido certamente é de calamidade. |
Pv.12:22 | 22. Lábios mentirosos. Comparar com Pv 10:31, 32; 12:19; 13:5; 16:13; 17:7; Tg 3:5, 6; Ap 22:15; PP, 506; ver com. de Pv 6:17; 12:17. |
Pv.12:23 | 23. Oculta o conhecimento. O prudente não fica calado com a intenção de enganar, mas em modesta e sábia cautela. E a falta de sabedoria e modéstia que leva o insensato a expressar tudo que lhe vem à mente (ver Pv 12:16; 13:16; 15:2). |
Pv.12:24 | 24. A remissa. A preguiça traz pobreza e desconforto, em vez do prazer prometido. As pessoas trabalhadoras, que usam o tempo com sabedoria, certamente se erguerão acima dos indolentes. |
Pv.12:25 | 25. Ansiedade. Ou, “preocupação”, “cuidado”. O coração ansioso não consegue sentir a paz de Cristo, e a ansiedade é uma negação da fidelidade de Deus (ver SI 37:1- 11; Mt 6:34; lPe 5:7; PP, 294). Ela pode ser muito aliviada por uma palavra de esperança e ânimo, junto com a exortação de ter fé nas promessas de Deus (ver Is 35:3, 4). |
Pv.12:26 | 26. Serve de guia. Há dúvidas quanto ao significado do hebraico neste versículo. A primeira frase também pode ser traduzida como: “o justo procura seu amigo” ou “o justo espia seu pasto”. O sentido da segunda frase é claro. O caminho do perverso é escuro e enganoso, por isso, ele é levado para a destruição e não consegue guiar ninguém para o rumo certo (ver Mt 15:14).D<4(j |
Pv.12:27 | 27. O preguiçoso. Não fica claro se o preguiçoso não consegue capturar o animal que está caçando, ou se é indolente demais para assar o que já foi pego. Também não está claro se o bem precioso que a segunda frase afirma é a diligência, o resultado da diligência ou a pessoa diligente em si. O versículo abre apossibilidade para todos esses sentidos, e todos são verdadeiros. |
Pv.12:28 | 28. Vereda da justiça. Escolher o caminho da santidade é escolher a vida tanto hoje quanto na época em que Salomão proferiu estas palavras, ou na ocasião em que Israel se deparou com a escolha nos montes Gerizim e Ebal (ver Dt 27; 28; 30:15-20; Mt 19:17).Capítulo 13Virtudes morais e os vícios contrários às mesmas. |
Pv.13:1 | 1. O filho sábio. Salomão havia presenciado a demonstração clara e trágica desses ensinos na casa de seu pai. Vários de seus irmãos escarneceram da repreensão de Davi e seguiram os próprios caminhos maus, até serem assolados pelas consequências (2Sm 13-19; lRs 1-2). Salomão, porém, deu ouvidos, aprendeu e se tornou o homem mais sábio que já viveu. |
Pv.13:2 | Sem comentário para este versículo |
Pv.13:3 | 3. Conserva a sua alma. Salomão repete muitas vezes a importância de vigiar os lábios (ver Pv 12:13, 14, 22, 23; etc.). Embora esse conselho seja proclamado repetidamente e demonstrado com clareza ao longo da história humana, ainda são poucos os que conseguem vigiar a todo tempo os próprios lábios. Muito sofrimento seria evitado se as pessoas dessem ouvidos a essa admoestação, mas parece que elas precisam aprender a verdade por meio de amargas experiências pessoais. Infelizmente, muitos nunca conseguem aprender. |
Pv.13:4 | 4. Alma. Neste caso, a palavra foi usada para se referir ao indivíduo em si. Por isso ela pode não ter nada, ou se fartar. A busca incessante por riquezas materiais ou intelectuais à custa da exclusão quase completa do alimento espiritual deixa marcas de inanição na alma (ver SI 106:13-15; Mt 6:2; Lc 10:38-42). |
Pv.13:5 | 5. Aborrece a palavra de mentira.A mentira abala a confiança e destrói amizades; no entanto, muitas pessoas usam a falsidade quando acham necessário, para se ver livres de alguma dificuldade ou escapar de problemas mais graves. Só é possível se proteger desse mal quando se desenvolve forte repulsa por pecados de todo tipo. Essa repulsase faz mediante a presença do Espírito Santo no coração. Aquele que condescende com a mentira se identifica com o pecado, tor- nando-se, assim, repugnante e vergonhoso (ver SI 101:7, 8; Jo 8:44; Ap 21:27). |
Pv.13:6 | 6. Malícia. Ver com. de Pv 1:31; 5:22; 11:3. |
Pv.13:7 | 7. Uns se dizem ricos. Segundo esta tradução, pode-se interpretar que são hipócritas tanto os pobres que fingem ser ricos, quanto os ricos que se dizem pobres. No entanto, esta versão não parece dar espaço para uma antítese real. Já a ARC traduz da seguinte forma: “Há quem se faça rico, não tendo coisa nenhuma, e quem se faça pobre, tendo grande riqueza.” Nesse caso, igualmente possível, o ensino sugerido é semelhante ao do Salvador em relação àqueles que ganham o mundo, mas perdema alma, e sobre os sábios que usam seus < recursos para estocar um tesouro eterno no Céu (ver Mc 8:36; Lc 12:15-21, 33). |
Pv.13:8 | 8. Com as suas riquezas se resgata.A primeira frase pode ter o sentido de que o rico pode usar seus bens a fim de sair de uma dificuldade, em especial quando esta é causada por acusações falsas, feitas por governantes opressores na expectativa de lucrar. O pobre, por sua vez, não tem esse tipo de dificuldade, nem ouve acusações falsas, pois não teria dinheiro nenhum para entregar a pessoas maldosas.Outra interpretação para o versículo seria que as riquezas são muito valiosas para livrar o indivíduo de diversos tipos de dificuldades, mas o pobre se recusa a dar ouvidos aos conselhos que o ajudariam a ganhar tais riquezas. |
Pv.13:9 | 9. Brilha intensamente. Talvez tenha havido a intenção de propor um contraste entre “luz” e “lâmpada”. A pessoa de bem brilha com a luz divina da Fonte de toda a vida, ao passo que o perverso é forçado a simular um brilho para tentar, por meio de sua iluminação nebulosa, ver o caminho para um final feliz, a despeito da rejeição da verdadeira Luz. A luz é eterna, mas todas as lâmpadas um dia se apagam (ver Jó 18:5; Jo 1:8). |
Pv.13:10 | 10. Soberba. Do heb. zadon, “insolência”, “presunção”. O contraste do versículo é entre o orgulhoso demais para pedir conselhos, que se sente insultado quando alguém sugere algo de que ele necessita, e o sábio, que dá ouvidos ao conselho dos experientes. O soberbo, além de contender com aqueles que o instruiríam, entra em brigas de vários tipos em consequência de seguir os próprios caminhos imprudentes (ver Pv 11:2; 12:15). |
Pv.13:11 | 11. Facilmente. A riqueza obtida sem esforço real logo é dissipada. Aquilo que o indivíduo se esforça para ganhar é, de modo geral, gasto com cuidado, e aos poucos ele junta uma reserva (ver Pv 20:21; 21:5). |
Pv.13:12 | 12. A esperança que se adia. Subentende-se um vivido contraste neste texto. O coração adoentado perdeu as esperanças. As fontes de energia e das aspirações foram sugadas, deixando o indivíduo verdadeiramente desconsolado. Quando, porém, um desejo se cumpre, a vida se renova, a força e a felicidade se multiplicam, como o fruto da árvore de vida (ver Pv 11:30).Pode ser que, para alguns, a longa demora da vinda do Senhor pareça uma esperança que se adia. No entanto, aquele que está pronto para esse dia e ora para que o retorno de Jesus seja apressado caminha tão perto de Deus que vivência a todo instante o cumprimento de seus desejos e a renovação da confiança (ver Gn 5:22). |
Pv.13:13 | 13. A palavra. O paralelismo do versículo sugere que “palavra”, neste caso, quer dizer “mandamento” (ver Dt 30:14-16). |
Pv.13:14 | 14. Ensino. Do heb. torah, que significa “instrução” (ver com. de Pv 3:1). O ensino do sábio guia os que lhe dão ouvidos ao longo da vida, impedindo que caiam nas armadilhas do pecado e da morte, as quais atacam por todos os lados. |
Pv.13:15 | 15. Intransitável. Do heb. 'ethan, literalmente, “durável”, “duradouro”, talvez aqui no sentido de “firme”, “duro”, “desigual”. Enquanto o filho de Deus trafega no caminho da vida com poucos obstáculos, o pecador acha a jornada intransitável, pois sua própria obstinação se reflete naqueles com quem se encontra (Mt 7:2). A LXX traduz a segunda frase como: “mas os caminhos dos escarnecedores levam à destruição”. |
Pv.13:16 | 16. Procede com conhecimento.Ou seja, “age de forma compreensiva”. O insensato exibe sua tolice em público, porque não a reconhece ou por não se importar (ver Pv 15:2). |
Pv.13:17 | 17. Mal. Ver o significado de mal em Pv 12:21. Algumas versões trazem o verbo na forma transitiva e causai: “causa a desgraça” (NTLH). Esta opção exigiría uma mudança nas vogais massoréticas. |
Pv.13:18 | 18. Honrado. Salomão volta para a afirmação, repetida várias vezes, de que o único caminho para o sucesso é ouvir a instrução dos sábios (ver Pv 1-5). |
Pv.13:19 | 19. Abominável. O verdadeiro desejo da alma é a salvação do pecado e de suas terríveis consequências; no entanto, o insensato, justamente por sua insensatez, odeia deixar seus caminhos maus, mesmo para ter vida eterna. |
Pv.13:20 | 20. Mas [...] se tornará mal. É possível conhecer a pessoa por suas companhias. O “companheiro dos insensatos” se torna cada vez mais parecido com seus associados. A escolha dos amigos exerce influênciaimportante no desenvolvimento da juventude. Um antigo provérbio diz: “Quem vive com um aleijado aprende a mancar.” Aquele 9 que se torna como suas más companhias também deve estar disposto a compartilhar do destino que elas terão (verT4, 589). |
Pv.13:21 | 21. Serão galardoados com o bem. Ou, “Ele [Deus] lhes pagará com o bem”. Assim como o perverso colhe os resultados das próprias escolhas egoístas, a pessoa de bem tem recompensa garantida (ver SI 11:5- 7; Ec 2:26; Ap 2:23; 22:12). |
Pv.13:22 | 22. Herança. A pessoa bondosa pensa nos outros e ajunta uma boa herança para transmitir a seus filhos, ao passo que o pecador gasta consigo aquilo que deveria poupar. O perverso pode tomar riquezas e propriedades do justo, mas os bens logo voltam para a família do indivíduo de bem (ver Êx 12:35, 36; Jó 27:16, 17; Pv 28:8). |
Pv.13:23 | 23. Terra virgem. Ou, “campo novo” (Jr 4:3), ou ainda “campo depousio” (Os 10:12).A falta de justiça o dissipa. O pobre esbanja aquilo que ganhou com esforço, por falta de juízo (ver CBV, 195). |
Pv.13:24 | 24. A vara. Comparar com Pv 19:18; 22:15; 23:13, 14; 29:15, 17. A vara pode serconsiderada um símbolo de ação disciplinar de várias formas. E adequada para castigos físicos e pode ser especialmente útil quando a criança é nova. Mais tarde, tende a despertar reações indesejáveis, e outras formas de punição se tornam preferíveis.Aborrece. O termo deve ser entendido de forma relativa, no sentido de amar mais outra pessoa ou coisa.Cedo. O termo hebraico se refere à diligência em termos de levantar cedo. Alguns interpretam a palavra no sentido de que a criança deve ser disciplinada cedo na vida. Sem dúvida, assim o deve ser, mas essa ideia não deriva do hebraico deste texto. |
Pv.13:25 | 25. Para satisfazer. Os desejos da pessoa de bem são equilibrados, e Deus promete que serão satisfeitos (ver ís 33:16). Os desejos do pecador costumam ser desprovidos de temperança. Quanto mais consegue, mais quer. Para ele, não há promessas do suprimento milagroso de suas necessidades. Seu mestre é cruel. E somente pela bondade de Deus que o ser humano recebe da fartura da terra, na primavera e na colheita, faça chuva ou faça sol (ver Gn 8:22; Pv 10:3; Mt 5:45).Capítulo 14Virtudes morais e os vícios contrários às mesmas. |
Pv.14:1 | 1. Mulher. A casa só pode ser forte se lor controlada por uma mulher sábia e trabalhadora. A mulher insensata negligencia a ordem adequada. Além disso, seu comportamento suscita inimigos de fora e brigas dentro do lar (ver Pv 24:3; 31:10-31). |
Pv.14:2 | 2. Teme ao Senhor. Ou seja, reverencia a Deus. O temor de um justo ébem diferente do assombro e do terror que tomará conta dos pecadores quando perceberem com clareza para onde estão indo e o destino que os aguarda.Esse O despreza. Como é estranho, mas verdadeiro, constatar que o minúsculo ser humano, uma mera partícula de pó na escala do universo, ouse desprezar oCriador e Sustentador das esferas poderosas e dos planetas em rotação ou mesmo a tomar Seu santo nome em vão! |
Pv.14:3 | 3. Lábios. As palavras do sábio são humildes e conciliatórias, conquistam amigos e protegem do mal (ver Pv 13:3; 15:1). |
Pv.14:4 | 4. Fica limpo. Ou seja, “vazio”. O estábulo e o armazém cheios exigem trabalho duro do fazendeiro e a força de bois para arar e debulhar os grãos. Quem não se importa com o solo não pode esperar grande retorno (ver Pv 12:11; 28:19).A palavra traduzida por “limpo”, bar, embora possa se referir à pureza moral (SI 19:8; 24:4), não parece denotar “limpeza” no sentido de “vazio”. Também é possível traduzir bar por “grão” (“cereal”, ARA, Gn 41:35, etc.). Uma pequena alteração na palavra anterior permite a seguinte tradução: “Não havendo bois, não há grãos.” |
Pv.14:5 | 5. A falsa se desboca em mentiras. Literalmente, “respira mentiras’'. O justo naturalmente fala a verdade (ver com. de Pv 12:17) e a testemunha falsa profere mentiras. A testemunha fiel não pode mentir e não o fará (ver Pv 13:5). |
Pv.14:6 | 6. O conhecimento é fácil. A diferença entre aquele que falha em encontrar conhecimento e quem o adquire é a forma de o procurar. O escarnecedor não está preparado para aceitar instrução; por isso, quando procura a sabedoria, “ela não está” (tradução literal). A pessoa com conhecimento se humilha e ouve os instrutores. Não aceita cegamente tudo que lhe é dito, mas ouve para, depois, provar todas as coisas. Como resultado, encontra muito conhecimento aceitável (SI 25:9; lTs 5:21). |
Pv.14:7 | 7. Foge. Este versículo reforça a lição de Provérbios 13:20. Não há nada a ganhar e muito a perder na companhia dos insensatos e impenitentes. |
Pv.14:8 | 8. E enganadora. O insensato engana os outros e pensa que ganhará com isso, pois não se dá ao trabalho de analisar eavaliar o resultado de suas ações. O prudente revela sabedoria ao submeter todo plano e ato a um cuidadoso escrutínio. Ele precisa se convencer de que o caminho percorrido leva à vida eterna. Sabe que há forças lutando dentro e fora dele, tentando desviá-lo (ver Jr 17:9; Ef 5:15). |
Pv.14:9 | 9. Zombam. Do heb. yalits, verbo no singular que exige um sujeito singular. Portanto, é mais correto traduzir: “A culpa zomba dos loucos.” Quer os loucos zombem do pecado quer não, é certo que o pecado zomba deles, pois não percebem a amarra poderosa em que ficam presos pelo hábito de fazer o mal (ver Pv 5:22; Ed, 291). |
Pv.14:10 | 10. Amargura. A primeira frase diz, literalmente: “O coração conhece a amargura de sua alma.” Embora amigos e amados aprendam a compreender um pouco de nossas alegrias e tristezas, nunca serão capazes de entrar em nosso coração e experimentar tudo que estamos sentindo de amargura e sofrimento. De igual modo, são alheios a nossas alegrias. Jesus, em contrapartida, conhece nossas angústias mais profundas e compartilha de nossas mais elevadas alegrias (ver DTN, 327). |
Pv.14:11 | 11. Tenda. Do heb. ’ohel. Talvez haja a intenção, neste versículo, de contrastar “casa” e “tenda”. O perverso faz todos os planos para a vida. Ele tenta se estabelecer numa moradia duradoura e confortável. O justo, contudo, se lembra de que é estrangeiro e peregrino, habitando em tendas até a chegada da cidade de Deus (ver Hb 11:9, 10). Mais cedo ou mais tarde, a casa do ímpio cairá, deixando seu orgulhoso ex-morador tremendo desabrigado diante do reto Juiz. O justo descobrirá que sua tenda é um refúgio de paz e felicidade até o fim de sua corrida. Ele aguarda a vinda do reino eterno, no qual terá um lar glorioso e perpétuo (ver Pv 3:33; 12:7; Alt 7:24-27). |
Pv.14:12 | 12. De morte. Não se entra nos caminhos de morte aqui mencionados de formacega ou impensada. Eles são escolhidos com a certeza de que parecem, no mínimo, adequados, dadas as circunstâncias. A advertência é contra a confiança na orientação da consciência, sem conferir se esta é contrária aos ensinos da Palavra de Deus. Muitas pessoas se convencem de que o Senhor aceita um substituto para Suas claras exigências, mas logo descobrem que tudo está perdido. Pilatos, governador romano, é um exemplo a ser evitado. Embora provavelmente não fosse familiarizado com a Palavra escrita, a própria Palavra viva o instruiu por voz e exemplo. O governador pensou que poderia transigir com o mal e, ainda assim, manter sua riqueza e posição, mas a concessão levou à desgraça e à morte (Mt 27:11-26; DTN, 738). |
Pv.14:13 | 13. Até no riso. Um lembrete de que muitas pessoas tristes tentam esconder seus problemas debaixo de uma capa de riso negligente e o tipo errado de alegria só pode terminar em sofrimento (ver Ec 7:4). |
Pv.14:14 | 14. O infiel. Ele sabe o que é melhor. Para ele, o caminho das gratificações egoístas logo sacia e traz insatisfação interna, muito embora essa insatisfação possa não levar ao arrependimento.Do seu próprio proceder. Assim como o infiel é farto de frutos dos próprios maus caminhos, a pessoa de bem se sacia com o fruto dos bons caminhos (ver Is 3:10). A LXX traduz este versículo como: “O homem de coração resoluto se encherá com os próprios caminhos; o homem de bem, com seus pensamentos.” |
Pv.14:15 | 15. O simples. Do heb. petki, que significa ‘simples” provavelmente no sentido de ter uma mente aberta, receptiva à instrução. O significado negativo de pethi refere-se àqueles que são facilmente enganados. |
Pv.14:16 | 16. E cauteloso. O sábio tem consciência de que todos os caminhos estão repletos de armadilhas do adversário. Por isso, examina cada ação e ideia nova à luzda Palavra de Deus. Neste contexto, parece que a cólera do insensato é uma atitude soberba e autoconfiante que o torna presa de Satanás, facilitando ao inimigo prendê-lo numa armadilha, da qual não parece haver escape (ver Pv 22:3; 28:26). |
Pv.14:17 | 17. Maus desígnios. Do heb. mezim- mothy palavra que pode ser compreendida no sentido positivo de “bom siso” ou “discrição” (Pv 1:4; 2:11; 3:21; 5:2) ou no sentido negativo de “perversos desígnios”, como em Provérbios 12:2 e, provavelmente, também neste versículo. Se interpretada como “maus desígnios”, não haverá o paralelismo antitético característico. A LXX preserva esse tipo de paralelismo, traduzindo assim: “O homem apaixonado age sem pensar; mas o sensível se mantém firme diante de muitas coisas.” |
Pv.14:18 | 18. Os simples. Ver com. do v. 15. Os simples se recusam a aprender; portanto, por escolha deliberada, se tornam herdeiros do pai de toda a loucura. Os prudentes buscam sabedoria e recebem o conhecimento, como coroa de honra e vitória. |
Pv.14:19 | 19. Junto às portas. Nem sempre o cumprimento deste versículo se dá na vida presente; contudo, mesmo aqui, às vezes, os perversos veem a sorte se virar contra eles e são forçados a se inclinar perante os justos. Assim como o rico da alegoria se mostrou disposto a se prostrar diante de Abraão e Lázaro (Lc 16:19-31), todos os ímpios um dia se inclinarão fora da nova Jerusalém e reconhecerão a justiça de sua exclusão da vida eterna (ver Ap 20:9, 12; GC, 666-669). |
Pv.14:20 | 20. É odiado. Com frequência, o pobre é digno de honra, e o rico, mesquinho e arrogante. No entanto, o primeiro costuma ser negligenciado, e o segundo, louvado por seus contemporâneos (ver Tg 2:1-6; cf. Pv 18:5; 24:23; 28:21). |
Pv.14:21 | Sem comentário para este versículo |
Pv.14:22 | 22. Acaso, não erram [...]'? O propósito da pergunta é fazer uma declaração forte. Mesmo se não houvesse Deus nemrecompensa eterna, ainda valería a pena “planejar o bem’’, para encontrar bondade e confiança nas pessoas ao redor. O amor ocorre em combinação com a fidelidade (SI 61:7; 85:10; Pv 3:3; 16:6). |
Pv.14:23 | Sem comentário para este versículo |
Pv.14:24 | 24. Riqueza. Parece que o sentido pretendido vai além das riquezas materiais, pois, com frequência, os sábios são comparativamente pobres. Contudo, eles administram os recursos que têm de forma honrosa a seu nome, além de possuir riquezas espirituais e intelectuais.Estultícla. Do heb. ’iwweleth,. A palavra se repete no final do versículo. O termo se origina do radical W, que significa: (I) “ser insensato”, (2) “ser forte”, “ser elevado". Sugere-se que Salomão fez um trocadilho, comum nos tempos antigos, a primeira ocorrência de 'iwweleth derivaria do sentido de “insensato” e a segunda, do sentido de “forte ”. Essa explicação daria o significado seguinte ao provérbio: “Enquanto os sábios usam sua riqueza como um ornamento para eles, a elevação dos insensatos, longe de honrá-los, serve apenas para revelar sua insensatez." No entanto, essa interpretação é hipotética. Embora seja possível demonstrar os dois sentidos do radical, não se encontra nenhuma derivação do radical no texto com a grafia que quer dizer “elevação”. |
Pv.14:25 | 25. A testemunha verdadeira. Quando há vicias em jogo por uma acusação falsa, o testemunho corajoso de uma pessoa honesta pode salvá-las. Ouando a evidência dos mentirosos é aceita sem investigação detalhada, todo o sistema judicial deixa de m e r e c e r c o n f i a n ç a. |
Pv.14:26 | Sem comentário para este versículo |
Pv.14:27 | 27. O temor do Senhor. Ver Pv 8:13; 19:23. |
Pv.14:28 | 28. Na multidão do povo. Não são as guerras e conquistas que constituem a honra do rei, mas, sim, a multidão de seus súditos vivendo em paz e segurança. |
Pv.14:29 | 29. O longânimo. A ordem de palavras sugere que o grande entendimento sucede odomínio próprio, e isso é verdade; mas também é verdade que, quanto maior o entendimento, maior o domínio de si mesmo. Já foi dito que quem tudo entende, tudo perdoa. Grande parte da natureza humana se deve à herança genética e ao ambiente. Quando entendemos os fatos que levaram à falta de confiabilidade ou ao temperamento explosivo de alguém, nossa exasperação é amenizada. Isso não quer dizer que o caráter de uma pessoa seja determinado pelo ambiente e, por isso, constitua uma desculpa para o pecado. Mas a herança e o ambiente costumam apresentar grandes obstáculos ao êxito no desenvolvimento do caráter.Quem tem o ânimo precipitado exibe uma insensatez que todos podem notar. Demonstra sua falta de entendimento e domínio próprio, algumas das características do insensato. Até a pessoa mais sábia abre mão de sua sabedoria quando perde a compostura e, naquele momento, se torna tola. Os hábitos de ação sábia podem impedir que a explosão seja tão insensata quanto a de alguém com menos sabedoria, mas, no calor do momento, corre o risco de abandonar o controle consciente de suas palavras ou ações (ver Nra 20:7-13; PP, 417-421). |
Pv.14:30 | 30. A vida. Um coração saudável favorece um corpo saudável. Muitas doenças e deformidades reais ocorrem por causa de inveja, culpa e ira; e curas têm sido operadas quando se restaura a tranquilidade e a confiança da alma (ver CBV, 241-258). |
Pv.14:31 | 31.0 que se compadece do necessitado. A negligência e o desprezo aos pobres é uma atitude comum sempre que a revelação de Deus nas sagradas Escrituras está em falta. Essa atitude revela um contraste marcante com a insistência bíblica de que os pobres são uma responsabilidade que o Senhor confia às pessoas mais afortunadas (ver Jo 12:8). Israel tinha um sistema de posse de terras planejado para preservar a propriedade de cada família; havia tambémmuitas leis para se aliviar o fardo dos destituídos (ver Lv 25:10, 23-28; Dt 15:7-11; CBV, 184, 185).Deus permitiu que a pobreza existisse, em parte, para demonstrar as consequências do pecado e da indolência e, em outra, como um teste da generosidade de Seu povo. Por isso, aqueles que não ajudam os pobres estão desonrando e desobedecendo ao Pai de todos (ver Mc 10:21; 14:7; G1 2:10). |
Pv.14:32 | 32. Derribado. O hebraico desta frase seria melhor traduzido da seguinte forma: ‘'humilhado em sua calamidade”. O contraste, então, é entre o pecador que enfrenta calamidades sem a segurança da proteção divina, por falhar em servi-Lo fielmente nos momentos de paz e prosperidade, e a pessoa de bem, capaz de enfrentar a morte com a confiança tranquila que a acompanhou ao longo da vida. |
Pv.14:33 | 33. Repousa. Este versículo podería ser parafraseado assina: “A sabedoria mora tranquila no coração do sábio, mas os insensatos alardeiam em voz alta o pouco de sabedoria que possuem.’’ A LXX evita a dificuldade de atribuir sabedoria ao insensato traduzindo assim a segunda frase: "mas no coração dos insensatos ela [a sabedoria] não é discernida”. |
Pv.14:34 | 34. Exalta as nações. A justiça sugerida neste versículo implica um proceder correto em todos os relacionamentos. No caso de indivíduos, os resultados de se fazer o certo e o errado nem sempre ficam aparentes de imediato. Algumas pessoas boas passam a vida em necessidade e aflição, ao passo quehá perversos que parecem desfrutar os prazeres do pecado. O saimista observou essa aparente inversão do domínio divino e, somente ao olhar para as recompensas futuras, teve a certeza do justo procedimento de Deus com os seres humanos (SI 73). Mas, no caso das nações, esta declaração parece funcionar de modo mais generalizado, embora isso possa acontecer lentamente. As nações recebem um período de teste, para se ver se cumprirão o propósito divino ou não. Quando rejeitam os princípios do Senhor, convidam a ruína sobre si (ver PR, 502, 535). |
Pv.14:35 | 35. O servo prudente. Vez após vez, as verdades declaradas no v. 35 encontraram espaço nas parábolas e em outros ensinos de Jesus. Este contraste é enfatizado, de forma particular, na parábola das minas (Lc 19:11-27) e na dos talentos (Mt 25:14-30). Aquele que finge servir, mas age sem discrição, recebe censura e desprezo.Favor do rei. Embora Deus permita que Seus filhos passem por dificuldades, a fim de aprenderem lições que os preparem para a vida eterna, e mesmo que alguns malfeitores consigam escapar das consequências de seus atos por um tempo, o provérbio ainda é verdadeiro em sua aplicação geral. Estas afirmações, ou qualquer afirmação de uma verdade geral, não devem ser distorcidas e usadas para condenar pessoas ou nações específicas e acusá-las de pecar por estarem em dificuldades, nem para provar que alguém que desfrute bênçãos e facilidades seja necessariamente justo (ver DTN, 470, 471).Capítulo 15Virtudes morais e os vícios contrários às mesmas. |
Pv.15:1 | 1. A resposta branda. Esta declaração é tão verdadeira que, mesmo quando o procedimento é usado por enganadores habilidosos, a resposta branda lhes permite controlar suas vítimas e levá-las a sofrer grande perda. O natural para o homem ou a mulher é reagir com raiva. Desse modo, a dificuldade aumenta e as feridas se tornam? mais duradouras. Somente o amor genuíno pelos outros é capaz de encher a mente com o tipo certo de resposta a dar. Mesmo nesse caso, o amor com frequência levará a pessoa a ficar calada até que a fúria se dissipe. O silêncio, no entanto, deve ser amoroso e expressar simpatia, não se demonstrado na forma de lábios cerrados e olhar duro (ver lSm 25:14-35; Mt 5:39; lPe 3:9; CBV, 486; Ed, 114). |
Pv.15:2 | 2. Adorna o conhecimento. Nosúltimos séculos, houve grande aumento de conhecimento e o ritmo na aquisição de dados parece se intensificar constantemente. No entanto, mesmo com todo o conhecimento que o ser humano tem adquirido, isso não o torna mais sábio do que seus antepassados. Quando rejeita o temor do Senhor, a pessoa não obtém sequer o princípio da verdadeira sabedoria (Pv 9:10) e é conduzida, por seu conhecimento extra, a um futuro terrível (ver Ed, 225; GC, 522). |
Pv.15:3 | 3. Contemplando. Ou melhor, “vigiando”. Às vezes, as crianças recebem a impressão de que Deus as vigia para encontrar razões para culpá-las; na verdade, nosso Pai celestial nos vigia com o olhar amoroso e compassivo de quem conhece a fragilidade de nossa natureza (ver SI 33:13; 90:8; 103:13, 14; Hb 4:13). |
Pv.15:4 | 4. A língua serena. Literalmente, “língua que cura”. O tipo de cura que uma língua serena é capaz de operar é demonstrado pela declaração contrastante: “quebranta o espírito”. As feridas causadas por uma língua perversa se alojam no coração e na mente. Palavras ferinas costumam causardor por anos; elas sugam a energia física e mental, além de atrapalhar a vida espiritual. A língua que cura, por aliviar essas feridas e colocar fim às perdas, é bem caracterizada como uma árvore de vida (ver Tg 3:1- 10; CBV, 492; T4, 256; OE, 120). |
Pv.15:5 | 5. Atende à repreensão. Comparar com Pv 6:23; 19:25. |
Pv.15:6 | 6. Renda. Quase equivalente a “posses”. A pessoa de bem ganha e acumula tesouros, enquanto o perverso descobre que sua renda traz mais problemas do que bênçãos. |
Pv.15:7 | Sem comentário para este versículo |
Pv.15:8 | 8. E abominável. O contraste apresentado no versículo é entre o sacrifício do pecador, que tem a expectativa de comprar o favor divino e continuar impune em pecado, e a simples oração do justo, que leva ao Senhor o sacrifício de um coração submisso. O perdão de Deus não está à venda por preço nenhum; é sempre um dom gratuito, disponível a todos que decidem abandonar seus pecados (ver lSm 15:22; Is 1:11; Jr 6:20). |
Pv.15:9 | 9. O caminho do perverso. O Senhor abomina o caminho do perverso, mas ama a pessoa justa. O bondoso não só acompanha a justiça; ele a busca persistentemente, como indica a forma intensiva do verbo traduzido no versículo por “segue” (ver ITm 6:11). |
Pv.15:10 | 10. Disciplina rigorosa. Ou, “existe um castigo rigoroso para quem abandona o caminho”.Morrerá. O perverso pode ter um fim súbito e desastroso. Ele também enfrentará castigo muito mais severo, o da segunda morte, ao fim do milênio (Ap 20:5-15). |
Pv.15:11 | 11. O além. Do heb. sheol. A derivação desta palavra é incerta. Alguns pensam que pode ter se originado de um radical que significa “pedir”; outros, de um termo que quer dizer “ser oco”; outros ainda se abs- têm de uma afirmação dogmática quanto à etimologia. Uma análise dos váriosversículos em que a palavra ocorre mostra que sheol é uma alusão figurada ao lugar para onde as pessoas vão quando morrem (Gn 37:35; ISm 2:6; Jó 7:9; 14:13; SI 49:14, 15). De um ponto de vista estritamente literal, sheol pode ser considerado equivalente à “sepultura", mas os autores bíblicos usam a figura descrita como sheol para se referir a um local onde os mortos dormem juntos (ver com. de 2Sm 12:23), embora não num estado de consciência, a não ser de forma figurada (ver Ez 32:21). Descreve-se o sheol como um lugar com portas (Jó 17:16; Is 38:10). Diz-se que ele é profundo, em contraste com o Céu, que é elevado (Dt 32:22; jó 11:8; SI 86:13; 139:8). Em nenhuma passagem, o sheol é caracterizado como um lugar de castigo após a morte. Esse conceito foi posteriormente ligado a gehenna (Mc 9:43-48), não ao hades, a palavra grega que traduz sheol de forma apropriada, com apenas uma exceção (Lc 16:23).O abismo. Do heb. 'ahaddon, do radical ahad, “extraviar-se”, “perecer ". Sobre ahaddon como um lugar de destruição, ver jó 26:6.O sentido desta passagem parece claro. Se Deus conhece o caráter e tem o registro dos atos dos que já morreram, quanto mais pode Ele discernir o coração e a mente dos vivos (ver SI 33:13-15; 90:8; 139:1-16; lib 1:12. 13)! |
Pv.15:12 | 12. O escarnecedor. O escarnece- dor do bem se une ao pecador endurecido para rejeitar instruções e conselhos (ver is 29:20, 21). |
Pv.15:13 | 13. O coração alegre. O rosto brilha de alegria quando o coração se encontra cheio de luz e paz. Mas o espírito é que- brantado pela tristeza constante no coração. Quando a ansiedade tem permissão para reinar, a resistência se enfraquece cada vez mais, até que o poder da mente por fim se abate. Os problemas mentais refletem na condição física do corpo (ver Pv 17:22; LS, 255-258; Pj, 167, 168). |
Pv.15:14 | Sem comentário para este versículo |
Pv.15:15 | 15. Aflito. A segunda oração sugere que pode ser a aflição mental que torna todos os dias maus. Os pessimistas se preocupam demais com o passado, que não podem mudar, e com o futuro, o qual não conhecem. Isso os impede de aproveitar com sabedoria o presente, o único que lhes pertence. Essa atitude de melancolia mancha a visão da pessoa e sua reação aos outros. O coração alegre e contente festeja no pouco que recebe com gratidão, esquece os problemas que ficaram para trás e olha para frente com alegria e confiança, rumo a um futuro sob o cuidado amoroso do Pai celestial (Lc 12:22-32). |
Pv.15:16 | 16. Melhor é o pouco. Este versículo ressalta a verdade do v. 15. Poucas pessoas podem ser dotadas com grandes riquezas, por causa da forte tentação de colocar sua afeição nos bens materiais e negligenciar o preparo para a vida por vir. As riquezas ilimitadas de um mundo perfeito serão derramadas sobre todos aqueles que alcançarem perfeição de caráter (ver lTm 6:6-10, 17-19). |
Pv.15:17 | Sem comentário para este versículo |
Pv.15:18 | 18. Suscita contendas. A pessoa irada não incomoda só a si mesma, mas tende a perturbar todos com quem se encontra (ver cap. 15:1; cf. 14:29; 29:22; Hb 12:14). |
Pv.15:19 | 19. E plana. Ou seja, elevada e nivelada como uma passarela.A atitude interior afeta todo o ambiente. O preguiçoso se fixa na idéia de evitar tudo que se pareça difícil; no entanto, quanto mais pensa em problemas, mais problemas vê. Enquanto o justo se encaminha constantemente para a direção do Céu, as dificuldades desaparecem à sua frente, pois a fé move a mão de Deus, e ele anda passo a passo numa estrada plana e elevada do restante do mundo. |
Pv.15:20 | 20. Despreza a sua mãe. Até mesmo quando o filho cresce o suficiente para perceber que sua mãe é humana e falível como os outros seres humanos, os íntimos laços criados tendem a preservar o respeitosalutar por ela. Só quem perdeu a decência é capaz de destruir as memórias da infância de tal modo a desprezar a própria mãe (Pv 10:1; CBV, 376-378). |
Pv.15:21 | 21. A estultícia é alegria. Ver com. de Pv 10:23. |
Pv.15:22 | 22. Não há conselho. Comparar com Pv 11:14. |
Pv.15:23 | 23. O homem se alegra. Quando alguém dá uma resposta adequada ou um conselho sábio, sente-se alegre por ter conseguido fazer o bem (ver Pv 10:31, 32; 25:11). |
Pv.15:24 | 24. Para cima. O estilo de vida do sábio conduz para cima; o caminho pode ser íngreme e difícil, mas traz recompensas. |
Pv.15:25 | 25. Herança. Sobre a santidade da terra da herança, ver Pv 22:28.Da viúva. O Senhor tem cuidado especial pelas viúvas e pelos órfãos. Embora essas pessoas possam sofrer nesta vida e costumem ser vítimas de gente gananciosa, Deus fará todas essas coisas cooperarem para o bem se colocarem a confiança nEle. O milagre da multiplicação do azeite é típico do que o Senhor pode fazer e fará, embora normaimente de formas menos espetaculares, para ajudar essas pessoas (ver SI 68:5; Jr 49:11; MDC, 72; CBV, 202-204). |
Pv.15:26 | 26. Os desígnios. As ações surgem dos pensamentos ou desígnios (Pv 23:7; Mc 7:21). Quando alguém é impedido, por circunstâncias externas, de realizar um mau desígnio, isso não lhe tira a culpa. |
Pv.15:27 | 27. O que odeia o suborno. O tema principal do versículo parece ser a aceitação de subornos para perverter a justiça (ver Dt 16:19; Is 1:23; Ez 22:12). Aquele que é tão ganancioso que se rebaixa a ponto de vender a honra não conquistará riquezasduradouras. Mais cedo ou mais tarde, suas ações serão conhecidas, e a família que viveu com luxo imerecido de repente se descobrirá pobre. |
Pv.15:28 | 28. Medita o que há de responder.A pessoa de bem pensa naquilo que está prestes a dizer, não só para ser útil, mas também para evitar falar algo que magoaria outros (ver Pv 15:2; Mt 12:35, 36). |
Pv.15:29 | 29. Longe dos perversos. O Senhor não está longe de ninguém, a não ser daqueles que se recusam a buscá-Lo. Quem coloca os próprios desejos à frente da obediência a Deus descobre que seus pecados o separam do Senhor (ver Pv 15:8; Is 59:1-4). |
Pv.15:30 | 30. Boas-novas. Salomão aponta para a relação íntima entre os pensamentos ou humores e a condição física do corpo (ver v. 13; Pv 16:24). |
Pv.15:31 | 31. Repreensão salutar. Isto é, o conselho que guia no caminho da vida eterna (ver v. 5, 10, 32). |
Pv.15:32 | 32. Rejeita. Aquele que rejeita a instrução é irresponsável. Os assuntos em questão podem parecer simples, mas toda decisão afeta o destino eterno (ver Pv 8:36). |
Pv.15:33 | 33. Precede a honra. O temor do Senhor é a humildade verdadeira. Esse estado é necessário para receber a instrução capaz de tornar a pessoa sábia. Nas questões seculares, é igualmente verdadeiro afirmar que a honra verdadeira só é obtida por quem se mostra humilde o bastante para aprender como subir a escada do sucesso de quem já teve essa experiência (ver Pv 18:12; Mt 23:12; Tg 4:6). No exemplo de Cristo, a humildade e o sofrimento antecederam a grande exaltação (Fp 2:5-11; Hb 12:2; lPe 1:11).MJ, 136; T3, 182; T4, 65, 2 - Ed, 225 348, 367; T5, 404 3 - CS, 302MCH, 177, 195 23 - Ev, 430; LA, 434; M], 125; T4, 348; T6, 233, 248, 267; T7, 15Capítulo 16Virtudes morais e os vícios contrários às mesmas.guerra, e o que domina o seu espírito, do que o Senhor procede toda decisão, que toma uma cidade. |
Pv.16:1 | 1. Do homem. Este versículo mostra um contraste evidente no hebraico: “Os conselhos do coração são do homem, mas a resposta vem dos lábios do Senhor.” A verdade do provérbio é demonstrada na experiência de Balaão. O profeta ganancioso planejou amaldiçoar Israel e ganhar as recompensas oferecidas por Balaque, mas o Senhor, em cujo nome Ele afirmava falar, controlou as palavras que saíram de sua boca (Nm 22-24). Especialmente quando a pessoa fala em nome de Deus, as palavras lhe são dadas (Êx 4:12; Jr 1:7; Mt 10:19). |
Pv.16:2 | 2. São puros. Embora a maioria das pessoas tenha consciência de seus defeitos, é raro pecarem de maneira deliberada sem tentar se justificar. Talvez se comparem a outros e decidam que, considerando a própria experiência e suas dificuldades pessoais, são pelo menos tão boas quanto eles. Ou podem raciocinar que têm certas fraquezas, as quais levarão o Senhor a perdoar desvios ocasionais do que é certo. Aceitam os padrões estabelecidos por Deus, mas não estão prontas a obedecer-lhes por completo.O ser humano que se considera a própria lei se convence de que seus caminhos são puros. Como suas conclusões poderiam ser diferentes se o único padrão de julgamento que ele possui é o próprio? E obra do Espírito Santo romper com essa condescendência e trazer a convicção de que existe um padrão absoluto, declarado com toda clareza na Palavra de Deus, além de ilustrado e exemplificado com toda clareza na vida de Cristo. Somente o Criador conhece os motivos subjacentes ao coração enganoso das pessoas; Ele usa todas as agências do Céu para convencer da necessidade de um Salvador e da suficiência do poder divinopara a regeneração (ver Pv 21:2; 24:12; Jr 17:9, 10; Jo 16:8; Tg 2:12; PJ, 159). |
Pv.16:3 | 3. Confia. Do heb. galai, “rolar”. Somos admoestados a, literalmente, “rolar nosso caminho até o Senhor” (ver SI 37:5).Estabelecidos. Quando o ser humano reconhece sua necessidade e procura orientação e auxílio no Senhor para cada ato e decisão, os poderes do Céu descem para ajudá-lo e o capacitam a tomar decisões sob a influência do Espírito Santo. Quando a pessoa está envolta por esse poder, até os demônios se maravilham diante da mudança operada no coração, antes fraco, vacilante, mas, ao mesmo tempo, orgulhoso e obstinado (ver TM, 18). |
Pv.16:4 | 4. Para determinados fins. Esta passagem quer dizer que Deus teria o plano de criar pessoas perversas na Terra com o propósito de um dia puni-las e destruí-las? O versículo tem sido usado para apoiar a espantosa doutrina do decreto da Providência, a qual ensina que o Senhor deliberadamente criou algumas pessoas para sofrer a condenação eterna. A tradução literal da primeira frase é a seguinte: “Deus criou todas as coisas para seu fim [ou resposta].” A palavra traduzida por “determinados fins” é vertida por “resposta” nos cap. 15:1 e 16:1. Isto sugere que o autor não estava falando da doutrina do decreto da Providência, mas, sim, da ordem eterna e imutável das coisas que fazem o pecado ocasionar sofrimento e morte.Deus fez o ser humano justo, mas, quando as pessoas foram atrás de fábulas e pecaram (Ec 7:29), colocaram-se no caminho da destruição, no dia da consumação de todas as coisas. Aqueles que usam o livre-arbítrio e decidem nascer denovo (Jo 3:3, 7) se tomam aptos para a vida eterna e um dia herdarão o mundo purificado (2Pe 3:13). Deus criou tudo para ter o destino apropriado - no caso da humanidade, por escolha própria, e o resto da criação terrena pelo envolvimento inocente na ruína causada pelas pessoas. Portanto, o Senhor nos garante que previu cada eventualidade e Se preparou para elas. Nunca haverá pecadores imortais, entristecendo o Céu com seu sofrimento por toda a eternidade (ver com. de Ex 4:21). |
Pv.16:5 | 5. Arrogante de coração. Deus não pode fazer nada pelo arrogante, que pensa não precisar da ajuda divina. A presunção espiritual é a forma mais perigosa de orgulho, pois enche a alma com o sentimento de autossuficiência, o qual impede ao Espírito Santo convencer da necessidade de auxílio.E evidente. Ou, “ainda que ele junte mão à mão” (ARC). Não se sabe ao certo o significado da expressão original. Alguns sugerem que ela se refere a atos violentos; outros, que alude ao acréscimo de força, de uma mão à outra, em resistência ao Senhor; outros ainda defendem que se trata de uma forma de afirmação, como se dissesse: “Aceite minha mão como prova.” A última sugestão é a menos provável, já que o aperto de mãos não era muito usado na época de Salomão. Mas uma coisa é certa: o arrogante de coração nunca pode ser considerado inocente (ver Pv 29:23; Is 25:11; Mt 23:12; Fp 2:8; PJ, 154, 161; MDC, 19). |
Pv.16:6 | 6. Pela misericórdia e pela verdade. Amar a Deus e as pessoas de todo o coração, ser fiel no cumprimento de promessas e obrigações e apegar-se à verdade divina é deixar de ser pecador e se tornar um verdadeiro servo do Senhor. E o afastamento do mal, não o oferecimento de presentes ou de muitos sacrifícios, que coloca o ser humano no favor do Céu. Este ensino era muito diferente da atitude de muitos daquela época, que multiplicavam os sacrifícios,na esperança de comprar o favor de Deus sem a necessária purificação da vida e das obras (ver Pv 3:3; 14:22; 20:28; Mt 22:37). |
Pv.16:7 | 7. Reconcilia. Quando o ser humano vive como o Senhor gostaria, a inimizade de seus adversários geralmente é amenizada por sua bondade, mesmo sem uma intervenção divina especial, embora Deus esteja pronto para intervir se necessário, como no caso de Jacó e Esaú (Gn 32:6-11; cf. PP, 198). |
Pv.16:8 | 8. Justiça. Esta expressão pode se referir à vida santa ou a um tratamento justo; “com injustiça” alude ao oposto de uma dessas duas coisas. As riquezas sem justiça não trazem paz de espírito, nem garantem a saúde do corpo. Também não há contentamento na posse de recursos obtidos de forma ilícita. Alas o pouco que o justo ganha com correção traz um retorno pleno de felicidade, sem despertar inveja ou avareza (ver Pv 13:7, 25; 15:16). |
Pv.16:9 | 9. O Senhor lhe dirige. Tudo o que fazemos é realizado na vida que Deus nos empresta e, portanto, com Sua permissão. O ser humano planeja, mas não sabe se viverá para executar seus planos. Em claro reconhecimento desta verdade, alguns cristãos adotaram o costume de dizer: “Se Deus quiser...”, quando anunciam seus planos para o futuro (ver Tg 4:13-15).E necessário que as pessoas planejem o futuro com sabedoria, mas todos os planos devem ser avaliados de acordo com a lei e a vontade de Deus reveladas, a fim de garantir que estão em harmonia com os padrões divinos. As deliberações devem ser conduzidas em oração, pedindo direcionamento e com a disposição de sofrer mudança ou obstrução dos planos por parte do Senhor (ver Lc 12:17-20; MDC, 101). |
Pv.16:10 | 10. Decisões autorizadas. Do heb. qesem, termo usado, em geral, para se referir a falsas adivinhações (Dt 18:10; Jr 14:14; Ez 13:6). Nesta passagem, a palavra pareceser empregada em sentido positivo. A implicação parece ser de que o rei fala palavras inspiradas por uma sabedoria superior à humana. No caso de Salomão isso era verdade; e tanto Saul quanto Davi começaram a reinar com a evidência de que Deus estava com eles (ver lSm 10:6, 7; 16:3; IRs 4:29, 30). Talvez o versículo signifique: ? “Como se considera que os reis falam com sabedoria superior à humana, eles devem tomar cuidado especial para não pecar em suas decisões.” |
Pv.16:11 | 11. Obra sua. A honestidade é governada pelos princípios eternos do governo de Deus (ver Pv 11:1). |
Pv.16:12 | 12. Abominável. Os reis são servos de Deus e fazem Seu trabalho posicionados em Seu lugar para governar o povo. Portanto, a maldade em um rei é muito pior do que em pessoas comuns. Por esse motivo, o trono dos reis perversos lhes é tirado, ao passo que os governos justos recebem o privilégio de perdurar (ver Dn 4:17; Rm 13:1-6; PR, 535). |
Pv.16:13 | 13. Os lábios justos. O rei bom é verdadeiro e honra os honestos e justos dentre seus cortesãos e súditos (ver Pv 8:6, 7). |
Pv.16:14 | 14. Furor. O déspota exerce poder arbitrário. Seu desprazer significa morte; em consequência, os sábios tentam permanecer sob o favor do rei (ver Pv 19:12; 20:2). O texto não tem a intenção de defender o despotismo, mas as pessoas são aconselhadas sobre como viver em meio à tirania (ver Ec 8:2-4). |
Pv.16:15 | 15. Chuva serôdia. Esta declaração apresenta um contraste ao v. 14. As nuvens que trazem a chuva serôdia incham o grão que fora semeado na época da chuva têmpora no outono do ano anterior (ver Jó 29:23; Jr 5:24). De maneira semelhante, a proteção do favor real provê um ambiente que incentiva o progresso (ver SI 72:6). |
Pv.16:16 | 16. Quanto melhor. É provável que o favor dos reis traria mais prosperidadematerial do que avanço intelectual. No entanto, quando as pessoas subordinavam as próprias idéias à do governante e agiam de forma contrária a suas convicções para obedecer ao monarca, é certo que a sabedoria e o entendimento sofriam. E improvável que Salomão tivesse a intenção de dizer que a sabedoria é melhor do que o entendimento assim como o ouro é superior à prata. Em vez disso, ele poderia estar afirmando que ambas as qualidades são mais valiosas do que os metais pelos quais os seres humanos lutam com tanta avidez para conseguir (ver Pv 3:14; 8:10, 11). |
Pv.16:17 | 17. O caminho. O caminho dos justos é exaltado acima do mundo com suas tentações, as quais seduzem para caminhos pecaminosos que acabam em ruínas. Aquele que se preocupa em estar em harmonia com o plano de Deus pensará com cuidado sobre a direção em que transita, a fim de ter a certeza de que seus pés não se desviaram (ver Pv 4:26; 15:19; 2Tm 2:19). |
Pv.16:18 | 18. A soberba. A despeito das repetidas advertências contra a soberba, cada geração observa as pessoas se tornarem orgulhosas e arrogantes, apenas para cair em problemas e em desgraça (ver v. 19; Pv 11:2; 17:19; 18:12). Aqueles que mantêm seu orgulho e sua posição nesta vida serão forçados a reconhecer humildemente a soberania de Deus no juízo (ver GC, 670, 671). |
Pv.16:19 | 19. Humilde de espírito. A pobreza é preferível a riquezas que desaparecerão e deixarão a pessoa sem defesa no dia da ira (ver Pv 15:17; 16:8). |
Pv.16:20 | 20. Atenta para o ensino. A primeira afirmação também pode ser traduzida como: “O que atenta para a palavra acha o bem.” Traduzido dessa forma, o versículo declara uma verdade vital e bem conhecida. Quando o ser humano dá a devida atenção à Palavra de Deus, ele não deixará de prosperar nas áreas física, mental e espiritual,além de encontrar felicidade em tudo que fizer (ver Jo 13:17; Tg 1:25; DTN, 314). |
Pv.16:21 | 21. Prudente. A sabedoria será reconhecida até mesmo por insensatos que não fazem uso dela.A doçura no falar. Ou seja, um discurso agradável, atraente. A verdade da segunda oração sempre foi reconhecida, mas a propagação da voz humana a grandes distâncias do mundo, por meio de equipamentos eletrônicos modernos, tem ressaltado a influência da voz cativante, não só em questões comerciais, mas também na propagação do evangelho (ver v. 23, 24, 27; Pv 27:9). |
Pv.16:22 | 22. Castigo. Do heb. musar, “punição” (ver Dt 11:2; Pv 3:11; Is 26:16; 53:5). Quem possui entendimento recebe um suprimento contínuo de refrigério e poder, mas a estultícia não traz nada ao insensato, a não ser castigo (ver Pv 1:7; 7:22; 15:5). |
Pv.16:23 | 23. Mestre de sua boca. Talvez signifique “torna seu discurso sábio”. O uso criterioso das palavras pelo sábio atrai ouvintes e torna a verdade mais palatável (ver T6, 400). |
Pv.16:24 | 24. Medicina. Sempre se soube que as palavras agradáveis são doces, mas a relação precisa entre palavras, humor e saúde teve de esperar até esta era de experimen- taçào para ser demonstrada. O discurso briguento e antagonista traz enfermidade tanto a quem fala quanto a quem ouve; já as palavras gentis e confortantes comunicam cura ao corpo inteiro (ver PP, 556). |
Pv.16:25 | 25. Parece direito. Ver com. de Pv 14:12. |
Pv.16:26 | 26. A fome [...] o faz trabalhar. É anecessidade de alimento, roupa e abrigo que costuma impulsionar o ser humano ao trabalho. Dos três, o apetite é a necessidade principal. Pelo suor do rosto, a raça humana supre suas necessidades (ver Gn 3:19; Ec 6:7; 2Ts 3:10). |
Pv.16:27 | 27. O homem depravado. Literal - mente, “o homem de Belial”, que significa “o homem sem valor”.Cava o mal. Provavelmente no sentido de que o perverso cava um buraco para capturar o próximo e trama o mal contra ele. Ou então, a oração pode significar que ele cava procurando o mal assim como as pessoas cavam um poço em busca de água. O fato de suas palavras arderem como fogo sugere que a primeira parte se refere a maquinar o mal contra outros, em vez de aludir a seu deleite em aprender o mal (ver Tg 3:6). |
Pv.16:28 | 28. O difamador. A calúnia provoca contendas e separa amigos ao espalhar histórias que, em geral, são falsas e quase sempre exageradas (ver Pv 17:9; 18:8). |
Pv.16:29 | Sem comentário para este versículo |
Pv.16:30 | 30. Morde os lábios. Literalmente, “beliscando” ou “comprimindo” os lábios. A pessoa maligna e ardilosa é tão determinada que estreita os olhos para planejar uma perversidade e aperta os lábios para esconder o sorriso cruel. O mal, então, já está tão desenvolvido quanto se houvesse sido colocado em prática (ver Pv 6:14; 10:10). |
Pv.16:31 | 31. As cãs. Quando os idosos seguem o caminho da justiça, coroam as realizações de sua vida mediante conselho sábio e influência positiva. Existe, porém, uma triste incongruência nos homens e nas mulheres de cabelos brancos que persistem em trilhar o caminho do mal (ver Pv 20:29; CBV, 204, 205). |
Pv.16:32 | 32. O herói da guerra. Os líderes militares de sucesso sempre recebem muitos louvores e são considerados poderosos, mas o domínio próprio é um motivo mais digno de ser honrado (ver Tg 3:2; DTN, 301). |
Pv.16:33 | 33. A sorte. Não é desejo do Senhor que as pessoas decidam todos os assuntos, usando o procedimento de lançar sortes. Quando há boas evidências ou um princípio pertinente para guiar a mente na tomada de uma decisão, o uso da sorte enfraquece tanto a mente quanto o caráter. Esse método só deve ser escolhido se Deus assim o direcionar de maneira específica; do contrário, não pode haver garantia de uma resposta inspirada.Não se sabe ao certo de que modo os hebreus lançavam sortes. A palavra traduzida por “sorte” quer dizer, literalmente, “seixo”, sugerindo que eram usadas pedras, talvez de cores variadas ou formatospeculiares. Este versículo parece sugerir que as pedras, pelo menos às vezes, eram colocadas no bolso do peitoral de uma vestimenta, chacoalhadas e então retiradas (ver Js 18:10; Pv 18:18; At 1:23-26; PP, 494, 495).Capítulo 17Virtudes morais e os vícios contrários às mesmas.? maligna. |
Pv.17:1 | 1. Carnes. Somente uma parte do animal oferecido em sacrifício pacífico era queimada. O restante, com exceção da porção destinada ao sacerdote, era ingerido pelo ofertante, junto com seus familiares e amigos (ver Lv 7:11-18). Comer e beber em excesso naturalmente leva a contendas, pois o abuso do estômago se reflete na agitação do corpo e da mente (ver Pv 15:16, 17; 16:8). |
Pv.17:2 | 2. O escravo prudente. Com frequência, os escravos domésticos chegavam a uma posição elevada e, às vezes, até se tornavam herdeiros (ver Gn 15:2, 3; 41:37-45; 2Sm 16:4; Ec 10:7). |
Pv.17:3 | 3. Crisol. Assim como o refinador purifica os metais, o Senhor limpa o coração de Seu povo no fogo da aflição (Jr 17:10; Ml 3:3; T3, 541; T4, 85). |
Pv.17:4 | 4. O malfazejo. Os malfeitores se deleitam em ouvir quem pensa como eles. Encontram conforto e apoio na companhia deles, bem como prazer no mal discutido. ‘'Farinha do mesmo saco” tende a ficar junta. |
Pv.17:5 | 5. O que se alegra da calamidade. O contraste sugere que o tipo de calamidade mencionado no texto se refere à que leva as pessoas à pobreza. Aqueles que prosperam com a aflição dos pobres ganham um alto retorno de seu investimento, mas também uma medida esmagadora de remorso no dia que se enxergarem como Deus os vê. Nesse dia, eles se jogariam aos pés dos santos glo- rifieados que prejudicaram, implorando por uma pequena porção de seu júbilo eterno(ver Jó 31:29; Pv 14:31; 24:17, 18; Mt 25:40- 46; Lc 12:3; T4, 386; PE, 294; GC, 668). |
Pv.17:6 | 6. Filhos dos filhos. O planejamento sábio para os filhos e netos, junto com o respeito apropriado aos pais, serve de influência estabilizadora na família e na nação (ver SI 127:5). |
Pv.17:7 | 7. Palavra excelente. A boa palavra dá uma aparência enganosa ao perverso, mas as mentiras de qualquer natureza mancham a honra daqueles em posição de autoridade (ver Is 32:5-8). |
Pv.17:8 | 8. O suborno. Do heb. shochad, palavra que designa suborno (ISm 8:3; SI 26:10; Is 33:15) em primeiro lugar, mas também pode se referir a um presente. O suborno faz brilhar os olhos do indivíduo que o recebe com tanta intensidade que ele trabalha duro para se tornar digno do presente ou para obter ainda mais benefícios. Ao declarar este traço do comportamento humano, Salomão não está, por esse motivo, aprovando-o. |
Pv.17:9 | 9. Encobre a transgressão. Isto é, não a repete. Esta interpretação fornece o contraste adequado à segunda oração. Aqueles que insistem em repetir relatos de males feitos por outros costumam conseguir criar inimizade entre amigos, mesmo que a transgressão original tenha sido pequena (ver Pv 16:28; iCo 13:6, 7; T2, 54; T4, 607). |
Pv.17:10 | 10. Mais fundo entra. Ou seja, corta mais facilmente.vuul |
Pv.17:11 | 11. Mensageiro. Do heb. malak, mesma palavra para “anjo”. Talvez se trate de uma indicação do juízo divino. |
Pv.17:12 | 12. Uma ursa roubada. A notória ira da ursa de quem se tiraram os filhotes não é tão perigosa quanto a perversidade obstinada do insensato (ver Os 13:8). |
Pv.17:13 | 13. Paga o bem com o mal. Ver Pv 20:22; Mt 5:39; Rm 12:17; lTs 5:15. |
Pv.17:14 | 14. O abrir-se da represa. Ouando a água começa a vazar de uma barragem, a abertura aumenta continuamente até formar uma inundação perigosa.Haja rixas. Ou melhor, “exploda” ou “saia correndo’. E preciso se guardar de provocar contendas, da mesma forma que alguém cuidaria de uma represa que retém as águas do mar. |
Pv.17:15 | Sem comentário para este versículo |
Pv.17:16 | 16. Não tem entendimento. Isto é, não tem cabeça ou compreensão. O dinheiro gasto na educação de uma pessoa assim é desperdiçado. |
Pv.17:17 | 17. Em todo tempo. A característica distintiva de um amigo verdadeiro é que ele permanece junto nos momentos de dificuldades, como se estivesse ligado por laços familiares (ver Pv 18:24). |
Pv.17:18 | 18. Ficando por fiador. Ver com. de Pv 6:1. |
Pv.17:19 | 19. Faz alta a sua porta. Alguns acham que o texto se refere à construção de uma passarela elevada que faria uma casa pequena parecer uma mansão. Esse tipo de ostentação tola só serviría para atrair a atenção de coletores de impostos e ladrões, convidando, assim, a destruição. Não se sabe, porém, se havia esse costume nos tempos antigos (ver Pv 10:14; 16:18). |
Pv.17:20 | 20. Perverso de coração. Ver com. de Pv 11:20. |
Pv.17:21 | Sem comentário para este versículo |
Pv.17:22 | 22. Coração alegre. Um coração feliz e regozijante (ver com. de Pv 15:13). Insistir em se alegrar no Senhor, mesmo em meio a problemas ou doenças, é liberar as forçasque acalentam e fortalecem tanto a mente quanto o corpo (ver Pv 16:24; Ed, 197; CBV, 241). A alegria frequentemente faz o que outros remédios não podem fazer. |
Pv.17:23 | 23. Suborno. O suborno de qualquer tipo faz pecar tanto quem o dá quanto quem o recebe. A Bíblia tem muito a cfizer contra esta prática perversa, que tende a tornar o rico ainda mais rico e o pobre cada vez mais pobre (ver Êx 23:8; Dt 16:19; ís 1:23; Ez 13:19). |
Pv.17:24 | 24. Sabedoria. A pessoa inteligente se concentra na tarefa presente; o insensato dispersa a atenção. |
Pv.17:25 | Sem comentário para este versículo |
Pv.17:26 | 26. Punir. Do heb. anash, literalmente, “multar”.Ferir. Do heb. nakah. Neste texto, tem o provável sentido de “surrar”.Príncipe. Do heb. nevibim, referindo-se talvez à nobreza do indivíduo, não à sua posição no reino, embora “todo direito'' sugira que eram espancados por se recusarem a perverter a justiça em seu trabalho como juizes. |
Pv.17:27 | 27. Sereno. Do heb. qar, literalmente, “impassível”, denotando um espírito lento em se irar, que não se deixa levar facilmente. Todo o conteúdo dos escritos de Salomão é contrário à fala apressada, sem pensar (ver Pv 15:23; 18:6; 25:11; 29:20; Ec 5:2, 3; 10:14; 12:10). No entanto, a tradução masso- rética traz yaqar., “precioso') “estimado”. |
Pv.17:28 | 28. Até o estulto. O silêncio e a sabedoria estão tão ligados na mente das pessoas que o tolo poderia ganhar a reputação de sábio se conseguisse realizar a difícil tarefa de ficar calado. No entanto, aquele que duvida da própria sabedoria não pensa assim e se sente impelido a demonstrar sua inteligência, falando demais. Só quem tem firme confiança no próprio entendimento consegue permanecer em silêncio até chegar o momento de dizer poucas palavras sábias.Capítulo 18Virtudes morais e os vícios contrários às mesmas. |
Pv.18:1 | 1. O seu próprio interesse. O versículo diz, literalmente: “Aquele que se isola procura o desejo; ele explode contra toda a sabedoria sensata.” O sentido da primeira oração é enigmático. Talvez a LXX tenha preservado a interpretação correta: “O homem que deseja se separar dos amigos procura desculpa, mas a todo tempo estará sujeito a reprovação.” |
Pv.18:2 | 2. Externar o seu interior. Ou seja, o insensato fala o que se passa em sua mente e o que acredita ser a sabedoria (ver Pv 12:23; 13:16; 15:2; 17:28). |
Pv.18:3 | Sem comentário para este versículo |
Pv.18:4 | 4. Boca do homem. Com certeza, a referência é ao homem ideal. Algumas palavras humanas são superficiais (ver Pv 20:5; Ec 7:24). |
Pv.18:5 | 5. Ser parcial com o perverso.Comparar com Lv 19:15; Dt 1:17; Pv 24:23- 25; 28:21. |
Pv.18:6 | 6. Por açoites brada. O insensato entra em confusão por causa de suas palavras imprudentes. |
Pv.18:7 | 7. Sua própria destruição. Quando expressa seus pensamentos, o insensato revela sua loucu ra e seu caráter pecador. Portanto, é pela boca que traz punição sobre si. |
Pv.18:8 | 8. Doces bocados. Do heb. mithlaha- mim, termo que ocorre apenas aqui e em Provérbios 26:22. Acredita-se que se origine de um verbo que quer dizer “engolir gananciosamente”, por isso teria o sentido de “doces bocados”. Nesse caso, a afirmação expressa a ideia de que a difamação é engolida com avidez e guardada na memória para uso posterior. |
Pv.18:9 | 9. Negligente. O preguiçoso não consegue produzir sua parte, por isso fica no mesmo nível da pessoa desperdiçadora efe* destruidora (ver Pv 10:4; 12:11; 23:21). |
Pv.18:10 | 10. Torre forte. O nome do Senhor representa tudo que Deus é para Seu povo. Quando Moisés pediu para ver a glória divina, teve a permissão de ouvir o nome do Senhor ser proclamado na forma de uma descrição do amor, da bondade e do perdão de Deus (Êx 33:18-34:7). Somente a graça divina dá esperança de salvação ao pecador. Coberto por essa graça, o pecador é como uma fortaleza invencível a Satanás e suas tentações (ver DTN, 324; TM, 16, 18; MDC, 119). |
Pv.18:11 | 11. Imagina. Do heb. maskith, traduzido por “imagem” (Lv 26:1), “pedras com figura’’ (Nm 33:52) e, neste caso, com o sentido cie “imaginação” ou “presunção”. A LXX traduz a segunda parte como: “e sua glória lança uma grande sombra”. A tradução “proteção” (ver RSVj deriva de uma alteração do texto hebraico, referente ao radical de maskith, preferindo sakak a sakah. E somente em aparência que o rico formauma “alta muralha”. Alguma mudança no mercado, uma série de infortúnios e a proteção se esvai. A defesa que Deus oferece é real e indestrutível (ver Pv 10:15; 18:10). |
Pv.18:12 | 12. Antes da ruína. A destruição é a consequência natural do pecado e o orgulho, o pecado básico. Assim sendo, é natural esperar que o coração dos seres humanos atinja o pico da arrogância antes que as consequências de seus pecados os derrubem.Diante da honra. José, Moisés e Daniel passaram pela disciplina do cativeiro ou do exílio antes dos momentos de grande honra (ver Pv 15:33; 16:18; T5, 50). |
Pv.18:13 | Sem comentário para este versículo |
Pv.18:14 | 14. Sustém. O espírito corajoso de muitos homens e mulheres que sofreram acidentes ou doenças incapacitantes testemunha da verdade da primeira oração. Quando a mente se desespera ou duvida, o corpo também é afetado e nenhum remédio, por si só, é capaz de efetuar a cura (ver Pv 15:13; 17:22; CBV, 238, 241). |
Pv.18:15 | 15. Adquire o conhecimento. Embora a sabedoria seja mais valiosa do que o conhecimento, aqueles que possuem certo grau de sábia prudência serão diligentes na aquisição do conhecimento, o qual será usado com discrição. |
Pv.18:16 | 16. Presente. Alguns acham que este versículo ensina que o suborno ajuda o indivíduo a entrar em contato com quem pode perverter a justiça para seu benefício, mas esse não é necessariamente o significado. A palavra para “presente” neste versículo é diferente da traduzida por “suborno” em Provérbios 17:8. Todos amam quem dá presentes (ver cap. 19:6), e o doador logo ganha acesso a círculos distintos como um amigo bem-vindo (ver Lc 16:9). |
Pv.18:17 | 17. O que começa. Ou seja, o primeiro a defender sua causa.Parece justo. Uma visita a um tribunal demonstrará esta verdade. E natural e parece sábio que a pessoa apresente seu caso sob a melhor luz possível, consistentecom uma versão relativa da verdade. No entanto, alguns descobriram que a confissão franca da culpa costuma desconcertar e surpreender o adversário, conquistando, por vezes, sua amizade. O melhor é fazer isso, aconselhou o Salvador, ainda a caminho do tribunal (Mt 5:25). |
Pv.18:18 | 18. Sorte. Quando ambos os lados aceitam a decisão do Senhor revelada nas sortes, impedem-se outros conflitos entre litigantes poderosos, resolvendo as contendas imediatas. O conselho de Paulo sugere que o uso das sortes para resolver essas questões não é o método normal; em vez disso, Deus concedeu sabedoria aos membros da igreja para julgar as disputas entre os irmãos (iCo 6:1-8; sobre o uso das sortes, ver com. de Js 7:14; Pv 16:33). |
Pv.18:19 | 19. Ofendido. E difícil traduzir o hebraico da primeira oração, conforme revela o número de palavras acrescentadas na ARA. A LXX traduz o versículo da seguinte forma: ‘‘O irmão ajudado por outro irmão é como uma cidade forte elevada e tão forte quanto um palácio bem alicerçado.” E impossível determinar qual versão está correta. Ambas fazem uma observação significativa. A amargura das guerras civis e dos conflitos familiares serve para ilustrar a verdade da declaração da ARA. |
Pv.18:20 | 20. Fruto. Ver com. de Pv 12:14.Lábios. Ver com. de Pv 10:19. |
Pv.18:21 | 21. O que bem a utiliza. Ou, “aquele que a ama'' (ARC). A língua pode manchar uma reputação e levar o indivíduo à pobreza ou à morte. Mesmo sendo tão pequena, consegue causar danos enormes. Quando usada em harmonia com a vontade de Deus, para alegrar ou proclamar o evangelho, é capaz de fazer muito bem. Quem ama a língua, mimando-a e dando a ela livre domínio, causará muitos prejuízos, os quais retornarão sobre si mesmo (ver Mt 12:36; Tg 3; Ed, 235; T5, 57). |
Pv.18:22 | 22. O bem. Obviamente Salomão estava falando da esposa ideal, uma mulher prudente e virtuosa, que é leal em apoiar o marido nos esforços de servir ao Senhor (Pv 12:4; 19:14; 31:10; cf. CBV, 359). Aquele que se une a uma esposa como essa recebe, de fato, um favor de Deus. O sábio não considerava todas as esposas dessa maneira. Isso é demonstrado em seus comentários sobre a mulher rixosa e encrenqueira (Pv 21:9, 19; 25:24; 27:15). |
Pv.18:23 | 23. O pobre. O rico pode responder como quiser, e as pessoas não se ofendem abertamente, pois desejam sua amizade. Já o pobre precisa medir suas palavras para não ofender aqueles de quem depende sua sobrevivência (ver Pv 14:21; 17:5). |
Pv.18:24 | 24. Sai perdendo. Ou, “deve mostrar-se amigável” (ACF). Do heb. lehithroea, derivado do verbo raa, “quebrar”. Portanto, a primeira oração diz, literalmente: “O homem de amigos se quebrará em pedaços.” A versão da ACF é obtida ao se presumir que lehithroea provém do verbo raah, que parece ter o sentido de “associar-se a” (ver Pv 22:24; Is 11:7).No entanto, lehithroea vem de rdd, não de raah. Presumindo-se que há erro de grafia no hebraico e lehithroea derive-se de raah e considerando-se também outra pequena modificação (yesh em lugar de ’ish), uma tradução alternativa seria: “há amigos que são [meras] companhias”. Aceitando tanto essa opção quanto a tradução literal, ficamos com a idéia de que há muitos amigos que não são verdadeiros, os quais esgotam nossos recursos e não permanecem ao nosso lado no momento de calamidade.Amigo. Literalmente, “amante”. O sentido principal desta afirmação sem dúvida é que os amigos, às vezes, permanecem fiéis até mesmo quando os irmãos vão embora (ver Pv 17:17). A linguagem da expressão pode ser aplicada a Cristo, o amigo fiel e verdadeiro, que nunca falha (ver T2, 271).MJ, 50 12-T5, 50 21 - Ed, 235; LA, 441Capítulo 19Virtudes morais e os vícios contrários às mesmas. |
Pv.19:1 | 1. Sua integridade. A expressão “É pobre, mas honesto” pode ter derivado deste provérbio. Um adágio bem semelhante acrescenta que a mesma verdade é válida, ainda que o perverso seja rico (Pv 28:6). Alguns pensam que neste versículo também se deveria entender a palavra “rico”, para haver um contraste eficaz, mas isso não é necessário para o sentido (ver Pv 17:20). |
Pv.19:2 | 2. Peca. Ou, “erra o alvo”. Esta interpretação se ajusta bem ao contexto. A ignorância e a pressa são causas comuns de erro e, às vezes, de pecado. Outras práticas que não são consideradas boas podem ser encontradas em Provérbios 17:26; 18:5; 20:23; e 24:23. |
Pv.19:3 | Sem comentário para este versículo |
Pv.19:4 | 4. Seu próprio amigo o deixa. Vercom. de Pv 14:20. |
Pv.19:5 | 5. Impune. Muito embora a falsa testemunha escape da punição nesta vida, não conseguirá fugir da retribuição na vida futura. Seu lugar será do lado de fora da cidade (Ap 21:8). Toda palavra vã e maldosa voltará à mente e convencerá o impenitente da justiça de sua condenação (ver Ex 20:16; Mt 12:36; PR, 252). Este versículo é repetido quase da mesma forma no v. 9. |
Pv.19:6 | 6. Generoso. Ou, “príncipe” (ARC). Como os príncipes costumam ser ricos e poderosos, poucos deixam de aproveitar cada oportunidade de ganhar o favor deles.Dá presentes. Ver com. de Pv 18:16. |
Pv.19:7 | 7. Os seus amigos. Se os próprios irmãos de um indivíduo detestam vê-lo, por temer as súplicas que lhes serão feitas, quem pode culpar seus amigos por abandoná-lor A única exceção seria o tipo de amigo mais chegado do que um irmão (Pv 18:24).Este é um dos poucos provérbios que contêm três partes. Alguns acham que, originalmente, ele era um provérbio comum de duas partes. A LXX traz uma versão mais longa. Embora não se possa ter certeza, isso sugere que o original talvez contivessemais palavras do que se encontra no texto massorético a que se tem acesso. A tradução da LXX para o v. 7 é: “Todo aquele que odeia seu irmão pobre também deve ficar longe de amizades. O bom entendimento atrairá quem o conhece e o homem sensível o encontrará. Aquele que causa muito dano aperfeiçoa a injúria e quem usa palavras provocantes não escapará.” |
Pv.19:8 | 8. Entendimento. Literalmente, “coração”. O coração era considerado o centro do intelecto. |
Pv.19:9 | 9. Impune. Ver com. do v. 5. |
Pv.19:10 | 10. Vida regalada. Do heb. táanug, “elegância”, “luxo”. O insensato não consegue resistir às influências corruptoras de uma vida sofisticada, tampouco pode o escravo dominar sem desenvolver arrogância (ver Ec 10:6, 7). |
Pv.19:11 | 11. Longânimo. Comparar com Pv 14:29; 15:18; 16:32; Tg 1:19.Perdoar. Alguns creem que podem obter glória ao demonstrar uma consideração severa pela justiça, mas a glória de Deus é partilhada por aqueles que se mostram prontos a perdoar sempre que o perdão 4 abre caminho para a restauração do ofensor. |
Pv.19:12 | 12. A indignação do rei. Comparar com Pv 16:14; 20:2. |
Pv.19:13 | 13. Desgraça. Do heb. hawwoth, “ruína generalizada”, “destruição” (comparar com Pv 10:1; 15:20; 17:21, 25).Gotejar contínuo. Telhados com goteiras eram comuns no antigo Oriente Próximo e o gotejar contínuo irritava os nervos dos habitantes, assim como fazia a mulher ranzinza (ver Pv 27:15). |
Pv.19:14 | 14. Dos pais. Os pais podem lazer herdar propriedades; em contraste, a esposa prudente é um presente de Deus (ver Pv 18:22). |
Pv.19:15 | 15. Profundo sono. Do heb. tardemah, termo usado para descrever a inconsciência de Adão quando Eva foi formada de sua costela (Gn 2:21; tardemah também ocorre em Gn 15:12; ISm 26:12; jó 4:13; 33:15;Is 29:10). A preguiça tem um efeito tão sonífero sobre os sentidos humanos que a pessoa fica entorpecida. A fome é o destino que a espera (ver Pv 10:4; 12:24; 20:13; 23:21). |
Pv.19:16 | 16. A sua alma. Ver Pv 16:17. |
Pv.19:17 | 17. Empresta. O cuidado com os pobres, em contraste com a negligência praticada sem remorso pelas outras nações, é evidência da revelação divina aos israelitas. E notável o pensamento de que esse cuidado faz de Deus nosso devedor. Esta ideia está de acordo com a afirmação feita por Cristo que considera o auxílio aos pobres um serviço pessoal a Ele (Mt 25:40; cf. Pv 11:24; 28:27). |
Pv.19:18 | 18. Mas não te excedas. Esta oração diz literalmente: “Não levantes tua alma para matá-lo” (ver ARC). A tradução literal consiste numa advertência contra a punição infligida com tanta ira que pode até matar o filho. Há também a interpretação de uma admoestação para o pai não negligenciar o castigo, a fim de que seu filho não chegue à ruína. A KJVdiz: “Não permitas que tua alma ceda a seu choro”, baseando-se numa interpretação medieval judaica que ensina que é melhor o filho chorar pelo castigo agora do que o pai chorar pela perda eterna do filho no futuro. Em Israel, o filho rebelde deveria ser levado aos anciãos para ser julgado e, se necessário, executado (Dt 21:18-21).A punição na idade tenra é positiva. Mais tarde, quando o jovem está em maus caminhos, há menos esperança de transformação. Muitos pais postergam a punição até o filho ser maduro o suficiente para entender, só para descobrir então que seus hábitos já estão arraigados nele a tal ponto que não podem ser mais quebrados (ver Pv 13:24; 23:13). |
Pv.19:19 | 19. Dano. Para aquele que se deixa descontrolar pela ira, as lições aprendidas no passado de nada servem, pois são esquecidas no calor da paixão. Se as autoridades perdoam a ofensa de uma pessoa assim, pensando que ela já aprendeua lição, descobrirão logo estar enganadas. Na verdade, a ira pode se voltar contra quem parece interferir na vida dela. |
Pv.19:20 | 20. Dias por vir. Sem o poder transformador do Espírito Santo, os seres humanos tendem a agir na velhice da mesma forma que faziam na juventude. O tempo de aprender lições de sabedoria é durante os primeiros anos da vida. A ignorância ou a petulância infantil, que, às vezes, é admirada em muitos jovens ou desculpada, causa desgosto e perturbação quando exibida com exagero mais tarde. |
Pv.19:21 | 21. O desígnio do Senhor. Pessoas pecaminosas e anjos caídos podem tramar incontáveis intrigas a fim de atrapalhar ao Senhor na realização de Seus propósitos eternos; no entanto, o querer de Deus se realizará e um dia o universo será purificado tanto do pecado quanto dos pecadores. Ele espera que Seus servos sujeitem os próprios planos a Sua providência suprema (Pv 16:9; Is 46:10; Tg 1:17; T7, 298). |
Pv.19:22 | 22. O que torna agradável. O sentido da primeira afirmação não fica claro. Alguns interpretam que é a intenção que conta na benevolência. O pobre que faz tudo a seu alcance para ajudar, mesmo que seja pouco, é honrado acima daquele que promete muito, mas em cuja palavra não se pode confiar (ver Pv 3:27, 28). A LXX traduz o versículo como: “A misericórdia é um fruto do homem e um pobre é melhor do que um mentiroso rico.” |
Pv.19:23 | 23. Ficará satisfeito. Alguns pensam que a religião é um impedimento à saúde e à felicidade nesta vida, que o prazer aqui é sacrificado em favor das alegrias prometidas no além. Essa não é a verdade do genuíno “temor do Senhor” (ver PP, 600). A obediência às leis de Deus leva ao vigor físico, que não é sugado pela condescendência com diversões pecaminosas ou preocupações constantes (ver T6, 225). O cristão que se preocupa excessivamente só o épela metade. Quando todas as ansiedades são lançadas sobre o Senhor (lPe 5:7), e com todas as ações realizadas pelo poder divino, o servo de Deus descansa seguro de que todos os anjos do Céu estão disponíveis para garantir que só lhe acontecerá aquilo que for para seu bem (ver Rm 8:28). |
Pv.19:24 | 24. No prato. Ou, “no seio” (ARC). A tradução literal corresponde à da ARA, ao passo que “no seio” se baseia na LXX, nas versões siríacas e em alguns .intérpretes judeus da era medieval. A imagem é extraída do antigo costume de todos pegarem o alimento de um prato comum. O preguiçoso enfia a mão na comida, sem dúvida segurando os melhores bocados. Salomão usa o sarcasmo ao sugerir que o preguiçoso nem se dá ao trabalho de levar o alimento à boca (ver Pv 26:15). |
Pv.19:25 | 25. Ferires ao escarnecedor. O escarnecedor é considerado endurecido demais para que o castigo o ajude, mas o simplesainda não está imune à reforma, por isso aceita advertência e pode aprender a prudência. O sábio não precisa ser surrado, nem ver outro sofrer castigo. Ele aprende rápido, com uma simples repreensão (ver lTm 5:20). |
Pv.19:26 | 26. Manda embora. Ele manda a mãe embora por seu comportamento, ou por levar os pais à pobreza, fazendo-os perder a casa (ver Pv 10:5; 17:2). |
Pv.19:27 | Sem comentário para este versículo |
Pv.19:28 | 28. Escarnece da justiça. Este indivíduo não se preocupa em ver a just iça sendo feita; por isso, está disposto a cometer perjúrio para ajudar um amigo ou prejudicar o inocente. Ignora as denúncias da lei de Deus contra esse tipo de prática (Ex 20:16; Lv 5:1).Devora a iniquidade. Comparar com Jó 15:16; 20:12; Rm 1:32. |
Pv.19:29 | 29. Juízos. O amor à iniquidade e ao prejuízo causado ao inocente não ficará impune. A retribuição aos perversos está preparada.Capítulo 20Virtudes morais e os vícios contrários às mesmas. |
Pv.20:1 | 1. Escarnecedor. Do heb. lets (ver Pv 19:29). Isto sugere que o vinho escarnecedor é uma personificação, e a frase não significa que o vinho escarnece dos homens, mas, sim, que as pessoas, sob a influência do vinho e de bebidas fortes, passam a escarnecer do direito e da religião.Bebida forte. Bebidas fermentadas feitas de outras fontes que não as uvas, como da romã e da tâmara (ver com. de Dt 14:26).Vencido. Todas as bebidas alcoólicas são enganosas. As pessoas pensam que estão ficando mais fortes, sábias, rápidas para agir e eloquentes à medida que aumentam a quantidade ingerida, ao passo que testes objetivos demonstram que se tornam mais lentas, menos eficientes e,por fim, incapazes de pensar ou falar com coerência. As bebidas alcoólicas também são enganosas em outro sentido: o indivíduo as considera inócuas e acredita que pode beber e parar a hora que quiser, mas o álcool assume um controle quase inabalável sobre suas vítimas (ver Pv 23:29-35; Is 28:7; Ef 5:18; CBV, 333-346). |
Pv.20:2 | 2. Peca. Aquele que provoca a ira de um rei ou de outro governante despótico entrega a própria vida nas mãos do poderoso e pode muito bem perdê-la (ver Pv 8:36; 19:12). |
Pv.20:3 | 3. Honroso. Alguns pensam que sua honra deve ser defendida de um rápido ressentimento de qualquer natureza ou proporção, mas isso revela dúvida quanto àlegitimidade de sua posição. Quem tem calma confiança em sua posição diante de Deus e dos seres humanos ignora em silêncio as provocações (ver Pv 17:14; 19:11). |
Pv.20:4 | 4. Inverno. Literalmente, “outono”. A afirmação não sugere que o preguiçoso teme o frio, mas, sim, que não gosta de trabalhar. Enquanto come do que sua terra produziu, não sente a pressão da fome para se dar ao trabalho de semear e arar pensando na colheita seguinte. A consequência inevitável é que, no outono seguinte, tentará compartilhar da prosperidade dos sábios e dos diligentes. |
Pv.20:5 | 5. Descobri-los. A palavra moderna “educação” significa “descobrimento”. Os professores sábios desde a época de Sócrates e, sem dúvida, muito antes disso, usam a habilidade de questionar para trazer à tona os pensamentos escondidos do estudante. O aluno é levado a relacionar as várias informações que adquire umas com as outras e, assim, crescer em sabedoria e entendimento. |
Pv.20:6 | 6. O homem fidedigno. Quando todos proclamam ser bons, como é possível descobrir quais pessoas são realmente confiáveis? Salomão enumerou várias características para identificá-las (ver Pv9:10; 10:31; 12:10; 13:5; 17:17, 27; 20:7; 21:3; 22:29). |
Pv.20:7 | 7. Integridade. A consistência é uma virtude rara, mas valiosa. Por mais pobre, humilde ou ignorante que uma pessoa seja, se for genuína e consistente, será reconhecida como justa e seus filhos a honrarão. A inconsistência dos pais exerce um efeito devastador sobre os filhos em crescimento. |
Pv.20:8 | 8. Dissipa. Ou, “seleciona”. Assim como o vento separa a palha do trigo debulhado, a sabedoria é uma juíza sábia que discerne a verdade e dissipa as artimanhas com o objetivo de obscurecê-la. De maneira semelhante, quando viesse, o Messias exaltaria a verdade e revelaria o erro (Is 11:3, 4). |
Pv.20:9 | 9. Quem pode dizer [...]? Comparar com ljo 1:8. Esta pergunta é pertinente, considerando-se a revelação final da verdade (Ec 12:14). |
Pv.20:10 | 10. Dois pesos. Ver Pv 11:1; 16:11; 20:23. |
Pv.20:11 | 11. Até a criança. Embora todos os seres humanos se revelem por suas obras (Mt 7:16-20), a criança, por sua abertura e isenção de falsidade, mostra de forma ainda mais clara sua natureza interior e dá indicativos do adulto em que se transformará. |
Pv.20:12 | 12. O ouvido que ouve. Deus deu a todos o privilégio de usar os sentidos e confia que estes serão empregados para encontrar o caminho a Ele e a vereda da justiça (ver Ex 4:11). Poucas pessoas usam ao máximo seus talentos. Cegos à beleza da terra, do céu e do mar, e surdos aos murmúrios do vento e cantos dos pássaros, muitos seguem seu caminho concentrados apenas no ganho material e nos prazeres comuns. O Senhor procura ouvidos rápidos em responder à voz do Espírito e olhos que vejam com clareza o caminho da vida. |
Pv.20:13 | 13. Não ames o sono. Ver Pv 6:9-11; 12:11; 19:15; 23:21. |
Pv.20:14 | 14. Nada vale. Depreciar o valor do que compramos e exagerar nas boas qualidades do que vendemos faz parte na natureza humana, mas da humanidade caída. A honestidade verdadeira exige que tentemos descobrir com objetividade o valor preciso de um bem, quer o estejamos comprando, quer vendendo (ver T2, 71; T4, 311, 359). Além de nossa honestidade estar envolvida, o amor pelas outras pessoas é tão essencial para um viver justo quanto o amor pelo Deus criador (Lc 10:27). A observância desta regra áurea nos fará ter tanta consideração pelos outros ao vender, como se nós mesmos estivéssemos comprando. Esse padrão é elevado, mas o alvo diante de nós é a perfeição (Mt 5:43-48). |
Pv.20:15 | 15. Pérolas .Ver com. de Pv3:15. O ouro era muito valorizado, e as pérolas, consideradas raras, mas ambos eram comuns em comparação com os lábios instruídos. |
Pv.20:16 | 16. Estrangeiros. Ou, “mulher leviana” (NVI). A NVI segue a leitura massorética marginal, em conformidade com a repetição do versículo em Provérbios 27:13. O texto hebraico traz “estrangeiros”. Salomão repetiu várias vezes a insensatez envolvida em ser fiador de outra pessoa (Pv 6:1; 11:15; 17:18; 22:26). Neste versículo, ele ordena um tratamento severo à pessoa que corre esse risco por um estrangeiro, a quem não conhece bem. A lei proibia que se emprestasse com juros a um irmão (Êx 22:25; Lv 25:35-37), mas permitia que até mesmo um israelita fosse vendido como escravo por sete anos ou até o jubileu (ver Êx 21:2; Lv 25:39, 42; Dt 15:9). Fica evidente que essa lei às vezes era quebrada, na descrição de um pecador feita por Ezequiel (Ez 18:10-17) e na reforma efetuada por Neemias com os exilados que voltaram de Babilônia (Ne 5:1-13). Pegar uma garantia era permitido, mas, se fosse uma roupa, o credor deveria devolvê-la à noite (Dt 24:10-13). |
Pv.20:17 | 17. Pão ganho por fraude. Ou, “pão da mentira”. A perversidade é doce para alguns (Jó 20:12), mas a comida roubada tem um gosto saboroso, pois foi ganha sem trabalho. No entanto, as consequências do engano logo mudam a situação. Sem a confiança das pessoas de bem e em companhia de enganadores, ou, talvez, depois de pego e punido, o desonesto descobre que a doçura se foi (ver Jó 20:14). |
Pv.20:18 | 18. Mediante os conselhos. Como o conhecimento e a habilidade humana são limitados, é sábio se aconselhar com outros que podem enxergar um aspecto diferente da questão ou ter mais experiência em circunstâncias semelhantes à analisada. Quanto mais grave o problema, mais necessário esse tipo de consulta (ver Pv 11:14; 15:22). |
Pv.20:19 | 19. Muito abre os lábios. Do heb. potheh, do verbo pathah, que significa “ser aberto” ou “ser simples”; portanto, “quem muito abre os lábios”, fala demais ou é tolo naquilo que diz. |
Pv.20:20 | 20. Densas trevas. Embora antigamente o transgressor da lei, por amaldiçoar os pais, pudesse ser condenado à morte (Ex 21:17; Lv 20:9), é provável que a desobediência ao quinto mandamento, de que Cristo acusou, tenha começado muito tempo antes (Mt 15:4). O apagar da lâmpada dessa pessoa pode ser interpretado ^ como sua morte; contudo, é mais provável que Salomão estivesse se referindo à degradação moral que caracteriza quem cede a esse pecado perverso. As “densas trevas”, literalmente, a “pupila das trevas” (ver com. de Pv 7:2, 9) revelam o abismo em que afunda o filho que desrespeita os pais (ver cap. 13:9). |
Pv.20:21 | 21. Posse antecipada. Este provérbio é um lembrete da máxima: “Fácil se tem, fácil se perde.” A ascensão súbita e fácil à riqueza é muito diferente do lento acúmulo de bens por meio do trabalho duro e do esforço honesto. Sem compreender a labuta necessária para juntar a herança, o beneficiário não formou hábitos de diligência e cautela, os quais lhe permitiríam transformar o dinheiro numa bênção para si e para os outros. |
Pv.20:22 | 22. Vingar-me-ei. Com o exemplo de Cristo a sua frente (lPe 2:23), os cristãos precisam reconhecer a necessidade de resistir a todos os esforços de vingança. O Senhor afirma que a vingança pertence a Ele (Hb 10:30). Quem confia em Deus está tão protegido que todos os ataques do inimigo só cooperam para seu bem (Rm 8:28). |
Pv.20:23 | 23. Dois pesos. Ver com. do v. 10. |
Pv.20:24 | 24. Os passos do homem. O ser humano não é capaz de ordenar os próprios passos (Jr 10:23; PR, 420, 421). Ele não consegueentender seus caminhos, pois não enxerga um passo à frente, e Deus pode intervir a qualquer momento para modificar os planos humanos (Pv 16:25; 19:21; CBV, 417). |
Pv.20:25 | 25. Dizer precipitadamente. Do heb. Ida, “falar loucamente”. A primeira frase pode ser traduzida como: “E laço para o homem gritar impulsivamente: Santo!”. Esse pensamento é semelhante ao da LXX, que traduz assim o versículo: “E laço para o homem consagrar apressadamente parte de sua propriedade pessoal”, pois, nesse caso, ao voto se segue o arrependimento. Quem faz o voto de dar algo ao Senhor sem pensar direito e depois percebe que o bem prometido custará mais do que gostaria de sacrificar é pego num laço (ver Ec 5:2-6; T4, 470, 471). |
Pv.20:26 | 26. Joeira. Ou, “seleciona” (ver com. dov. 8).Roda. No antigo Oriente Próximo, cilindros com pontas de ferro ou pranchas com fileiras de pedras afiadas eram arrastados sobre o trigo na eira (ver Is 28:27; Am 1:3). Este versículo não indica um castigo literal dos perversos; mostra como o rei “separa” o bem do mal, fazendo investigações para selecionar o trigo e eliminar a palha (ver Mt 3:12). |
Pv.20:27 | 27. A lâmpada do Senhor. O Espírito de Deus que fala no interior do ser humano o sonda por completo; conhece sua mente, alma e seu coração, revelando-lhe sua condição. Louva ou reprovasegundo a necessidade. O mais sábio dos animais só trabalha usando a memória, a oportunidade e o instinto. O ser humano pode se julgar e avaliar os próprios atos segundo um padrão exterior a si (Mt 6:22, 23; T2, 512; CC, 20, 27). |
Pv.20:28 | 28. Amor e fidelidade. Esta é a verdadeira filosofia da história. Se todo governante houvesse compreendido e praticado o conselho implícito neste provérbio, a história do mundo teria sido diferente. Império após império caiu porque os políticos deixaram de se importar com o direito e a justiça, ou se tornaram severos e rígidos, sem considerar o amor e a misericórdia. Por outro lado, reis com a compaixão entronizada em seu coração tiveram uma vida longa e útil, que beneficiou seus súditos (ver Pv 16:12; Dn 4:27; PR, 501, 502). |
Pv.20:29 | 29. Força. O jovem que preserva o pleno vigor da juventude por meio de uma vida pura e do trabalho duro tem uma glória a seu redor que nenhum idoso pode ostentar. No entanto, o homem de cabelos brancos que aprendeu lições do caminho da justiça durante uma vida longa e útil possui beleza e glória peculiares. |
Pv.20:30 | 30. Os vergões das feridas. Ou, “golpes das feridas”, ou seja, “golpes que cortam fundo”. Golpes que ferem são o remédio para o mal, não unguentos que trazem alívio. Os golpes que cortam fundo são os mais eficazes (ver Pv 19:29; PP, 324-326).y i u rCapítulo 21Virtudes morais e os vícios contrários às mesmas. |
Pv.21:1 | 1. O coração do rei. Devido à grande influência que a posição lhes proporciona, os reis podem afetar grande número de pessoas. Para que todas as coisas cooperem para o bem, é necessário que Deus direcione o coração dos monarcas a caminhosque eles não seguiriam de outra maneira. Dessa forma, Ciro foi tocado a ordenar a reconstrução do templo (2Cr 36:22, 23; Is 44:28; Dn 10:13). Esse direcionamento do coração não interfere na liberdade do ser humano em escolher se seguirá ou não ocaminho de salvação. No juízo, toda pessoa verá que Deus fez todo o possível para despertar o desejo de se entregar ao poder recriador do Espírito Santo, e reconhecerá que está perdida por haver recusado entre- gar-se e permitir que tal poder operasse em seu coração (ver Is 45:22-24; Jo 1:9; Tt 2:11; ? GC, 668). |
Pv.21:2 | 2. E reto aos seus próprios olhos.Ver com. de Pv 16:2; cf. 14:12; 16:25; 20:24. |
Pv.21:3 | 3. Do que sacrifício. Comparar com ISm 15:22. |
Pv.21:4 | 4. Lâmpada. Ou, “lavoura” (ARC). As versões mais antigas e uma série de manuscritos hebraicos trazem “lâmpada”. No hebraico, a diferença é de apenas uma vogal: a palavra para “lavoura” é nir e para “lâmpada”, ner. A luz provavelmente é usada como símbolo de prosperidade e alegria. A arrogância, o orgulho e a alegria egoísta, não fundamentada na obediência, desagradam a Deus. A palavra nir significa, na verdade, “cultivar pela primeira vez” (ver Jr 4:3; Os 10:12). |
Pv.21:5 | 5. Os planos do diligente. Os planos da pessoa diligente podem torná-la próspera, graças ao esforço realizado, enquanto o trabalhador apressado e negligente tem toda a chance de falhar, mesmo se seus planos forem bons. A “pressa” também pode se referir à vontade de ficar rico rapidamente (ver Pv 28:20). |
Pv.21:6 | 6. Vaidade. Literalmente, “um fôlego jogado”. Aqueles que desejam fama e fortuna usando de mentiras são um mero fôlego que logo passará. |
Pv.21:7 | 7. A violência [...] os arrebata. O comportamento injusto dos perversos traz as próprias consequências (ver SI 9:15; Pv 1:18, 19). |
Pv.21:8 | Sem comentário para este versículo |
Pv.21:9 | 9. Eirado. Na Palestina antiga, o homem poderia viver em relativo conforto no telhado plano de sua casa durante a maior parte do ano (ver ISm 9:25, 26).Salomão argumenta que é melhor ficar exposto ao vento e à chuva do que à língua briguenta e irritante da mulher rixosa (ver Pv 19:13; 27:15). |
Pv.21:10 | 10. Recebe dele compaixão. Para a pessoa de desejos maus, nada parece mais importante do que realizar seus projetos perversos. O vício torna o ser humano egoísta e endurecido de coração, não só com o próximo, mas também com a própria família (ver Is 26:10). |
Pv.21:11 | 11. O simples se torna sábio. Comparar com Pv 19:25. |
Pv.21:12 | 12. O Justo. Ou, “o justo”, com minúscula (ARC). Algumas versões, como a ARA, aplicam a expressão a Deus, evitando a necessidade de inserir um assunto diferente na segunda parte do versículo. O Senhor vigia justos e injustos, para proteger os primeiros e derrubar os últimos, quando se tornam uma ameaça (Jó 12:19; Pv 22:12). Não se sabe, porém, qual seria a tradução correta da passagem. As versões antigas trazem a ideia de “homem justo”. A LXX traduz: “O justo entende o coração do injusto e o despreza por sua perversidade.” |
Pv.21:13 | 13. Tapa o ouvido. O comportamento insensível pode trazer retribuição nesta vida e, com certeza, será lembrado no juízo vindouro (ver Pv 14:21; Mt 18:23-25; 25:41-46; Lc 6:38; Tg 2:13). |
Pv.21:14 | Sem comentário para este versículo |
Pv.21:15 | Sem comentário para este versículo |
Pv.21:16 | 16. Dos mortos. Negligenciar o entendimento e rejeitar o temor do Senhor é o mesmo que garantir para si um lugar eterno com os mortos (MI 4:1; Ap 20:9). |
Pv.21:17 | 17. Ama os prazeres. Os prazeres, nesta passagem, são ligados ao vinho e ao óleo. Festas e bebedeiras são exemplos da prodigalidade que causa miséria. |
Pv.21:18 | 18. Resgate. Do heb. kofer. Neste caso, não deve ser interpretado no sentido religioso. Não há nada no restante das Escrituras para apoiar a ideia de que a salvação dos justos dependa, de alguma forma, dos ímpios. A segunda parte do versículo,ao ser comparada com uma passagem parecida (Pv 11:8) sugere que o problema do qual o justo é salvo cai sobre aquele que recusa o caminho da salvação. Kofer ocorre em Isaías 43:3, em que Deus diz: “dei o Egito por teu resgate”. |
Pv.21:19 | 19. Mulher rixosa. Ver com. do v. 9. |
Pv.21:20 | 20. Azeite. Em vez de “azeite”, a LXX traz o verbo “descansar”, traduzindo o versículo da seguinte forma: “Um tesouro desejável descansará na boca do sábio; mas os insensatos o engolirão.” |
Pv.21:21 | 21. Justiça. A referência não é a quem busca justiça e misericórdia de Deus, mas a quem se comporta com retidão e misericórdia em relação aos outros. |
Pv.21:22 | 22. Derriba. Quando a sabedoria se mostra superior a qualquer poder humano, os que pensam ser esse poder a única coisa digna de se buscar perdem a confiança no mesmo. |
Pv.21:23 | 23. Guarda a boca. Ver com. de Pv 13:3; cf. 18:21. |
Pv.21:24 | 24. Indignação e arrogância. Os críticos das coisas santas em geral se encontram tão cheios de orgulho nas próprias habilidades que não veem limites para os ataques céticos que estão dispostos a fazer (ver 2Pe 3:3-7). |
Pv.21:25 | 25. Morre. Tudo que traz sucesso e honra para esta vida e para a vindoura parece se esquivar do preguiçoso, deixando-o pouco superior aos animais selvagens (ver Pv 13:4; 19:24). |
Pv.21:26 | Sem comentário para este versículo |
Pv.21:27 | 27. intenção maligna. Todo sacrifício oferecido por um pecador que não se arrependeu é inaceitável (ver com. de Pv 15:8). E mais ainda, quando apresentado com algum tipo de intenção maligna, comosubornar o Senhor para que negligencie o pecado ou então para ter aparência de piedade, a fim de enganar os outros. Contudo, há muitos que dão para a igreja ou para caridade parte do lucro de seus negócios irregulares com a ilusória ideia de que acertaram as coisas com Deus (ver CBV, 340). |
Pv.21:28 | 28. Aauricular. É incerto o significado deste trecho. Alguns interpretam observando que a palavra da “testemunha auri- cular” não é contestada porque seu ouvido é rápido em escutar as ordens divinas e os conselhos das pessoas. A LXX traduz da seguinte forma: “O homem obediente será cauteloso no falar.” Em contrapartida, a palavra do mentiroso perece quando se depara com a verdade (ver Pv 6:19; 19:5, 9). |
Pv.21:29 | 29. Considera o seu caminho. A pessoa atrevida e sem princípios defende uma posição sem se preocupar com o certo ou o errado, e depois é teimosa demais para mudar. O justo deseja viver em harmonia com a vontade de Deus que o prepare para o Céu. |
Pv.21:30 | 30. Contra o Senhor. O termo hebraico para “contra” também pode ser traduzido por “perante” ou “diante de” (Nm 22:32). Ambos os significados dão um sentido positivo à passagem. Os seres criados não têm sabedoria nem entendimento que possa se comparar ao Senhor, nem conseguem superar Seus conselhos (At 4:25-30). |
Pv.21:31 | 31. Vitória. O cavalo é um símbolo de poder militar. No entanto, por mais bem preparados que os seres humanos estejam para a guerra ou para qualquer outra grande iniciativa, a vitória ou o sucesso provêm do Senhor (ver SI 20:7; 33:17; ICo 15:57).Capítulo 22Virtudes morais e os vícios contrários às mesmas. |
Pv.22:1 | 1. Ser estimado. Literalmente, “favor [ou graça]’’. Um nome digno e a estima, conquistados por uma vida justa, são verdadeiras riquezas (ver Ec 7:1). Ambos podem ser perdidos pela amizade com quem não tem bom nome, mesmo que a pessoa não seuna aos ímpios em suas maneiras questionáveis. O jovem costuma achar empolgante ficar na companhia de pessoas com padrões mentais e morais inferiores, mesmo sem querer imitá-los. No entanto, essa empol- gação é comprada por alto preço. Perde-seo bom nome e há o perigo de se adotar alguns dos modos de pensar e agir dos ímpios, depois que a familiaridade embotar a sensibilidade moral. |
Pv.22:2 | 2. O rico e o pobre. Deus não faz acepção de pessoas (At 10:34). Todos os seres humanos são Seus filhos, e Ele deseja a salvação de todos (Tt 2:11). O rico e o pobre inevitavelmente se encontram. Os ricos dependem dos pobres para vários serviços que o dinheiro pode comprar e também para multiplicar seus recursos. Quando os ricos reconhecem a fraternidade com os pobres e sua dependência deles, usando a riqueza para o avanço do bem comum, Deus aceita tal ação como se fosse feita para o serviço d Ele. Qua ndo os pobres servem com fidelidade àqueles que os empregam, também estão servindo ao Mestre de todos (ver Pv 14:31; 17:5; Mt 25:40; Ef 6:5; lPe 2:18). |
Pv.22:3 | 3. O prudente. Há um contraste interessante entre o singular e o plural nas duas partes deste versículo: “o prudente" se encontra no singular e “os simples”, no plural. E raro encontrar pessoas de visão; já os simples são comuns. |
Pv.22:4 | 4. Riquezas. Riquezas, honra e vida longa são as recompensas cobiçadas pela maioria das pessoas, mas elas só podem ser desfrutadas mediante humildade e espiri- t li a I i d a d e (ver P v 21:21). |
Pv.22:5 | Sem comentário para este versículo |
Pv.22:6 | 6. No caminho em que deve andar. Literal mente, “de acordo com a boca de seu caminho , isto é, “de acordo com seu caminho”. Muitos pais veem neste versículo uma sanção para forçar as crianças a seguir a profissão ou ofício que eles acham melhor para elas. Dessa forma, acabam trazendo sofrimento e decepção sobre si mesmos, pois o filho, depois de crescer, costuma optar por um caminho completamente diverso. Em vez disso, o versículo aconselha os pais a saber e ensinar o caminho em que seu filho poderá ser mais útil para si e para os outros e no qual terá mais realização. A posiçãoespecífica na vida designada a uma pessoa é determ i nada por suas capacidades (Ed, 267). Deus destinou um lugar para cada indivíduo em Seu grande plano (PR, 536). Ele equipa as pessoas individualmente com as capacidades necessárias a fim de ocuparem esse lugar especial. Portanto, a escolha da profissão deve ser condizente com a inclinação natural. Os esforços dos pais e da criança devem ser direcionados para descobrir o tipo de trabalho que o Céu já determinou. Ellen G. White declara que este versículo ordena os pais a “dirigir, educar e desenvolver”; para fazer isso, porém, “devem eles próprios compreender o caminho’ em que a criança deve andar” (CPPE, 108). |
Pv.22:7 | 7. O rico domina. No hebraico, há uni contraste entre singular e plural evidente em “rico”, que se encontra no singular e “pobres”, no plural (ver com. do v. 3). |
Pv.22:8 | 8. Segará males. Colhemos aquilo que plantamos (Jó 4:8; Gl 6:7). A vara da insolência cairá das mãos dos perversos; talvez hoje, talvez mais tarde, se não, certa mente no dia do juízo e da retribuição. |
Pv.22:9 | 9. Será abençoado. Outro aspecto da regra do v. 8. Quem semeia generosidade colhe bênçãos (2Co 9:6). |
Pv.22:10 | 10. E com ele se irá. As brigas e o abuso cessam quando o escárnio é substituído por aceitação respeitosa e pelo serviço a Deus (ver Pv 26:20). Permitir que o escarnecedor permaneça em nossa companhia é convidar problemas. Deve haver um elemento de seleção decidida em nosso processo de formação de um grupo de amigos íntimos (ICo 5:11). |
Pv.22:11 | 11. O rei. Em contraste com o escarnecedor do versículo anterior, o puro de coração fala com suavidade e espalha paz por onde passa. Tal pessoa é bem-vinda até mesmo na realeza, pois seus elogios são evidentemente sinceros (ver Pv 16:13). |
Pv.22:12 | 12. Conservam aquele que tem conhecimento. Enquanto o Senhor vigiae protege o que tem conhecimento, Ele subverte os planos do desobediente e os reduz a nada. |
Pv.22:13 | 13. Um leão está lá fora. O caráter absurdo das desculpas que o preguiçoso dá para não trabalhar revela o quanto seu caráter já foi deteriorado. A chance de um leão que devora gente ou de um assassino estar solto pelas ruas da cidade ou vila, em qualquer época, é muito pequena, mesmo assim, isso se torna desculpa para a indolência (Pv 26:13). |
Pv.22:14 | 14. Aquele contra quem o Senhor Se irar. A pessoa cujo coração resiste aos apelos do Espírito de Deus até não ouvir mais a voz de orientação é caracterizada como alguém a quem o Senhor aborrece, ou com quem Ele se ira (ver SI 5:5; Pv 3:32; Rm 9:13). Sem o direcionamento divino, ela cai nas armadilhas de Satanás. |
Pv.22:15 | 15. Estultícia. O trabalho da hereditariedade na mente de crianças pequenas mostra de forma consistente que elas são dadas à rebeldia e à malícia. A estultícia parece ser parte essencial da infância. E trabalho dos pais fazer uso criterioso da instrução e da correção, a fim de vencer o mal que eles mesmos transmitiram aos filhos (ver Pv 19:18; 23:13; 29:15). |
Pv.22:16 | 16. Empobrecerá. Parece não haver explicação adequada para este versículo. A tradução literal é: “O opressor do pobre gera ganhos para si, o doador ao rico, somente para a pobreza." A LXX traduz o versículo desta forma: “Aquele que oprime o pobre aumenta os próprios recursos; contudo, dá ao rico, para diminuí-los.” |
Pv.22:17 | 17. Ouve as palavras. Alguns acham que este versículo, com o convite para ouvir, representa o início de uma nova parte do livro (ver Pv 1:1; 10:1). Os v. 17 a 21 formam um texto contínuo, em contraste com os breves provérbios isolados antes e depois do trecho. |
Pv.22:18 | Sem comentário para este versículo |
Pv.22:19 | 19. Para que a tua confiança esteja. Estes provérbios foram escritos paraencorajar a confiança no Senhor, não no ser humano. Embora deem destaque para a sabedoria, enfatizam que só existe sabedoria verdadeira aliada ao temor do Senhor (ver Pv 1:7; 9:10; 15:33). |
Pv.22:20 | 20. Excelentes coisas. Do heb. sha- lishom, um erro óbvio de grafia, corrigido na tradição massorética para shalishim, que significa “oficiais” (ver com. de 2Rs 7:2). Desta nova leitura, alguns derivaram o significado improvável de “excelentes coisas”. O hebraico consonantal do texto também pode ser traduzido por “anteriormente', “da tradição”, “trinta” e, neste caso, “trinta dizeres”. A LXX adota a ideia numérica e traduz “três vezes”, talvez no sentido de “repetidamente”. |
Pv.22:21 | 21. A certeza. O sábio Salomão entendia bem o desejo por certeza. E evidente que muitos iam até ele ou enviavam mensageiros para encontrar uma resposta garantida para os problemas da vida e da morte. É possível que alguns dos provérbios que se seguem tenham sido escritos especialmente para um desses mensageiros levar de volta a seu senhor. Se esse for o caso, o trecho inteiro até o final do cap. 24 faria parte da resposta, já que o cap. 25 começa com provérbios copiados pelos escribas de Ezequias (ver Pv 25:1). |
Pv.22:22 | 22. Porque. Este conselho parece ser dirigido aos juizes que se assentavam “à porta” (ver Rt 4:1-11), com o objetivo de adverti-los contra o favorecimento do rico e a opressão do pobre, com vistas a lucros pessoais. |
Pv.22:23 | 23. Defenderá a causa deles. O Senhor assumirá a causa dos aflitos e lhes fará justiça, às vezes por meios milagrosos (ver 2Rs 4:1-7).Tirará a vida. Ou, conforme a KJV, “tomará a alma”, com sentido de matar. |
Pv.22:24 | 24. Não te associes. O perigo de se associar a uma pessoa dada a ataques de raiva é que a ira e a impaciência podem fomentar uma reação parecida em quemestá por perto. Existe também a possibilidade de sofrer diretamente com a raiva. |
Pv.22:25 | Sem comentário para este versículo |
Pv.22:26 | 26. Fiadores de dívidas. Comparar com Pv 6:1; 11:15; 17:18; 20:16. A ideia de que esta seleção especial de provérbios tenha sido escrita para alguém que a solicitou é apoiada por esta repetição. |
Pv.22:27 | Sem comentário para este versículo |
Pv.22:28 | 28. Marcos antigos. A terra era marcada por pequenas pilhas de pedras ou por colunas maiores, quando elas estavam disponíveis. Sem métodos precisos de vigilância, era fácil mover um marco e desafiar a pessoa fraudada a provar que isso havia acontecido. Esse tipo de retirada era um delito comum, a julgar pelos decretos contra a prática (Dt 19:14; 27:17; cf. Jó 24:2; Pv 15:25). |
Pv.22:29 | 29. Perito. A diligência sozinha não é suficiente para fazer uma pessoa avançar a um cargo elevado, embora seja uma qualidade necessária para o sucesso em qualquer posição. A palavra hebraica tem o sentido de “habilidoso” (traduzida por “versado”, em Ed 7:6). Em conjunto, a ideia apresentada é a de uma pessoa rápida, habilidosa e pronta para servir.Perante reis será posto. A narrativa bíblica apresenta relatos elogiosos da vida de pessoas em quem a verdade declarada neste versículo foi exemplificada. O cristão não poderá encontrar exemplos humanos melhores do que de homens como josé, Daniel e Paulo.Em 1922, o mundo acadêmico descobriu, por meio de um anúncio preliminar, que outra obra egípcia de literatura de sabedoria fora descoberta, aumentando o número de obras do tipo conhecidas do Egito antigo. Este documento, escrito num rolo de papiro e comprado pelo museu britânico em 1888, foi publicado por Sir Ernest A. W. Budge, em 1923. Ele continha uma coleção de provérbios cujo autor recebe o nome de Amenemope. Em 1924, o professor A. Erman publicou um estudo apontando os diversos paralelos entre esse livro egípcio de provérbios e os provérbios de Salomão, em especial os encontrados nos cap. 22 e 23. Desde essa época, foram escritos muitos tratados acadêmicos sobre o assunto, e os comentaristas bíblicos modernos defendem, de modo geral, que Salomão tomou alguns provérbios emprestados de Amenemope.A série de paralelos é evidente, mas isso não prova quem copiou de quem. Uma vez que a fama da sabedoria de Salomão se espalhou para nações distantes, Amenemope pode ter se apropriado de alguns provérbios de Salomão, assim como Salomão pode ter usado os de Amenemope. A solução para o problema de quem escreveu primeiro depende da época de origem de ambas as coleções de provérbios. A história de Israel só conhece um autor possível para os Provérbios do Antigo Testamento, que é Salomão, que viveu no século 10 a.C., conforme concordam todos os historiadores.Em contrapartida, não se sabe em que época Amenemope viveu. O estudo do documento com seus provérbios apresenta o panorama explicitado a seguir. Os especialistas em datar manuscritos egípcios antigos pela caligrafia dizem que dificilmente teria sido escrito antes do rei egípcio Takelot I (aproximadamente 893-870 a.C.), da 22a dinastia, mas podem ter sido escritos até o 4o século a.C. Os nomes encontrados no documento ocorrem no Egito de 1100 a 600 a.C. A gramática e o vocabulário empregados se encaixam no período entre 800 e 500 a.C. Portanto, a análise da caligrafia, dos nomes próprios, da gramática e do vocabulário mostra que os quatro critérios usados para adatação da obra de Amenemope se sobrepõem entre 800 e 600 a.C. Isso leva à conclusão de que os provérbios de Amenemope se originaram durante esse período e que são, pelo menos, 150 anos mais tardios que os de Salomão.Somente os eruditos que não aceitam a autoria salomônica do livro bíblico de Provérbios, defendendo que este se originou séculos depois da época de Salomão, podem argumentar em íavor da primazia de Amenemope. Todavia, os estudiosos das Escrituras, que aceitam Salomão como o autor de Provérbios, explicam os paralelos entre os livros presumindo que alguns dos provérbios de Salomão chegaram ao Egito e foram usados por Amenemope em sua antologia de provérbios, na qual podem ser vistos com uma feição egípcia.T5, 595 2-DTN, 403 6-CPPE, 108, 143, 161; FEC, 57; LA, 184, 205, 235, 264, 317; iVICH,Capítulo 23Virtudes morais e os vícios contrários às mesmas. |
Pv.23:1 | 1. Aquele que está diante de ti. Este é um bom conselho para quem não está acostumado com a rica variedade da mesa de um governante. Tentada a condescender com o apetite, a pessoa pode cair na gluto- naria ou perder o controle da língua e estragar a oportunidade de serviços futuros. |
Pv.23:2 | 2. A tua garganta. Não há pensamento de suicídio neste conselho, mas, sim, uma expressão da necessidade de eliminar a ganância. |
Pv.23:3 | 3. Comidas enganadoras. Talvez não haja nada de errado com a comida, mas, com frequência, o propósito desse tipo de hospitalidade é promover planos egoístas e alcançar algum fim sinistro — talvez levar o convidado a se esquecer da cautela e falar demais. Por mais atraentes que sejam as iguarias, mantenha distância ou concentre a mente nos negócios, não no prazer (ver v. 6; Pv 24:1). |
Pv.23:4 | 4. Não te fatigues. Não se trata de um elogio à indolência que leva à pobreza, mas,sim, de uma advertência contra ganhos egoístas, em vez de se concentrar na meta do serviço. A sabedoria mundana aconselha o ser humano a cuidar de si e a acumular o máximo possível de riquezas, o mais rápido que ele conseguir. Tal conselho se refere a uma aposentadoria precoce e ao aproveitamento do lazer, como se o trabalho fosse maldição, em lugar de bênção. Na prática, quem permite que o amor ao dinheiro seja sua principal força motivadora costuma ser incapaz de relaxar, até mesmo quando consegue acumular aquilo que, em primeiro lugar, pensava ser uma grande soma. |
Pv.23:5 | 5. Voa. .As riquezas são incertas. Guerras e depressões econômicas já deram amplas demonstrações dessa verdade. A primeira frase sugere que, quando os olhos do ser humano brilham diante das riquezas, logo elas vão embora (ver Pv 16:16; Jo 6:27). |
Pv.23:6 | 6. Invejoso. É o que tem olhos incapazes de ver as coisas do outro sem sentir cobiça ou ódio invejoso. A advertência paranão aceitar a hospitalidade destas pessoas se baseia, sem dúvida, no fato de que elas procuram retorno a tudo aquilo que dão (ver Dt 15:9). Em contrapartida, existem aqueles que fitam os outros com um olhar “generoso” e “bom” (ver Pv 22:9; cf. Fp 2:4). |
Pv.23:7 | 7. Como imagina. A aplicação específica desta declaração é ao invejoso que finge entreter de forma amistosa e ser um anfitrião simpático, interessado no bem-estar do convidado, quando, na verdade, sua mente está procurando uma forma de fraudá-lo. Existe também uma aplicação geral para todas as pessoas. Como as fontes da vida procedem do coração (Pv 4:23) e o ser humano é contaminado por aquilo que sai dele, não pelo que entra (Mt 15:18-20), segue-se que o indivíduo é aquilo que pensa. |
Pv.23:8 | 8. Perderás as tuas suaves palavras. Há um toque de ironia nesta afirmação. O contexto sugere que se deve ao anfitrião palavras agradáveis de agradecimento, embora não se tenha recebido nenhum benefício real e ainda que ele não haja oferecido hospitalidade genuína. Portanto, suas palavras amistosas serão perdidas, ao serem dirigidas ao anfitrião cobiçoso. |
Pv.23:9 | 9. Não fales. Ou seja, não se deve esperar que o insensato ouça e entenda a sabedoria. Sua cabeça dura está tão concentrada nos caminhos estultos que as palavras são perdidas (ver Pv 1:22). E provável que a única coisa que se ganhe seja o ressentimento dele. |
Pv.23:10 | 10. Marcos. Ver com. de Pv 22:28. |
Pv.23:11 | 11. Vingador. Do heb. goel. E a única ocorrência do termo em Provérbios. Goel, às vezes, designa o parente resgatador, que tem a responsabilidade de vingar o sangue derramado e cuidar do bem-estar dos familiares que passam por necessidades (Lv 25:25, 47-49; Nm 35:9-29). Sobre o goel repousava a obrigação de se casar com uma viúva da família, a fim de perpetuar a descendência do falecido esposo (ver com. deRt 2:20; 4:1-10). Nesta passagem, Deus Se apresenta como o goel dos necessitados. Ele defende a causa dos oprimidos e vingará os inocentes (Pv 22:23). |
Pv.23:12 | 12. Aplica o coração. Esta declaração marca o início de uma nova série de provérbios. Alguns consideram o v. 11 como o fim da seção de conselhos enviados pa ra alguém distante, que se iniciou em Provérbios 22:17 (ver com. de 22:17, 21). |
Pv.23:13 | 13. Não retires da criança a disciplina. Uma das fraquezas humanas é a tendência de adiar a correção dos maus hábitos da criança até que se transformem em traços de caráter. Em suas etapas iniciais, essas formas de comportamento costumam ser alvo de risadas e comentários na frente da criança. Assim, passa o tempo em que elas poderiam ser corrigidas com facilidade, e se forma o esboço principal de um caráter disforme (ver Pv 13:24; 19:18). |
Pv.23:14 | 14. Livrarás a sua alma. Salvará a vida dela inculcando os bons hábitos de obediência que levam à longevidade (Ex 20:12). O “inferno”, do heb. sheol, representa a morte, neste caso. |
Pv.23:15 | 15. Alegrar-se-á. O instrutor dos jovens tem muitas horas tristes e de provação enquanto tenta educar os pequenos, mas há uma rica recompensa ao ver o resultado bem-sucedido na forma de adultos sábios e bondosos. |
Pv.23:16 | 16. O meu íntimo. Literalmente, “meus rins”, órgãos que eram considerados o centro dos sentimentos e do ser interior (SI 16:7; 73:21; Ap 2:23). O tutor pode julgar o sucesso de seu trabalho pela reação dos pupilos. |
Pv.23:17 | 17. Inveja dos pecadores. Os servos de Deus, às vezes, se sentem tentados a invejar os pecadores, porque os malfeitores parecem prosperar e viver felizes e despreocupados (ver SI 37:1; 73:3, 17; Pv 3:31; 24:1, 19). |
Pv.23:18 | 18. Bom futuro. Do heb. acharith, literalmente, “momento posterior” (verPv 24:14). Por mais que o perverso prospere nesta vida e por mais que o justo sofra, o futuro corrigirá a situação. A esperança do pecador neste mundo falhará, e a esperança do justo certamente se tornará realidade. |
Pv.23:19 | 19. Guia retamente no caminho o teu coração. A despeito de todos os argumentos contrários escritos por estudiosos seculares da mente humana, permanece o dever indiscutível de controlar as emoções e os desejos que surgem na mente (Rm 12:3). Os pensamentos certos levam a ações corretas (ver Pv 23:7). |
Pv.23:20 | 20. Comilões de carne. Literalmente, “comilões desenfreados de carne para si mesmos”. Alguns interpretaram que a expressão “carne para si mesmos” significa “a própria carne”, sugerindo que as pessoas que se comprazem numa vida desregrada arruinam o corpo e, nesse sentido, estão comendo a própria carne. No entanto, o paralelismo indica que a festa literal é o tema em análise. |
Pv.23:21 | 21. Caem em pobreza. Há pelo menos duas razões para isso. A bebedeira e a glu- tonaria são vícios dispendiosos, que não se deixam controlar pela falta de dinheiro. Elas também incapacitam a pessoa para o trabalho e limitam seus rendimentos (ver Pv 24:33, 34). |
Pv.23:22 | Sem comentário para este versículo |
Pv.23:23 | 23. Compra a verdade. A verdade é um tesouro que se deve ganhar a qualquer custo e nunca pode ser negligenciada, por maior que seja a tentação. A habilidade de enxergar com clareza a aplicação do princípio aos acontecimentos cotidianos requer diligência e disposição para admitir erros. Quanto mais perto o ser humano chega do Salvador, mais estuda a Palavra de Deus e mais seus olhos se abrem para a real natureza das coisas. Se a autocondescendêncía se instalar e os olhos se fecharem ao fato de algumas vantagens terrenas só serem ganhas em detrimento da verdade, a pessoa corre perigo. Se o processo de engano a si mesmo continuar, chegará o momentoem que todo o entendimento do valor da verdade se perderá e o indivíduo estará perdido. Poucos reconhecem como são perigosos os pequenos enganos a que se permitem e o preço mesquinho pelo qual vendem a verdade e a vida eterna. |
Pv.23:24 | Sem comentário para este versículo |
Pv.23:25 | 25. A que te deu à luz. A maldição original do pecado recaiu fortemente sobre a mãe (Gn 3:16). Quando surgiu o pecado, ficou evidente que muitos dos filhos dos homens não encontrariam o caminho da salvação e pereceriam. Cada mãe dá à luz um filho com esse terrível destino como possibilidade. Essa tristeza comum às mulheres é o que torna a alegria da mãe tão intensa quando seu filho escolhe trilhar o caminho da vida eterna. |
Pv.23:26 | 26. Dá-me, filho meu, o teu coração.Parece que a própria Sabedoria começa a falar quando Salomão volta à admoestação contra a falta de castidade, repetida tantas vezes (v. 27; cap. 5:3; 6:24; 7:5). |
Pv.23:27 | Sem comentário para este versículo |
Pv.23:28 | Sem comentário para este versículo |
Pv.23:29 | 29. Para quem são os ais? O versículo dá início a um poema sobre a bebedeira. As imagens e o estilo poético pintam um retrato notavelmente vivido de uma das maiores causas de pecado e sofrimento que Satanás estimulou o ser humano a inventar.As primeiras duas exclamações poderíam ser traduzidas, literalmente: “Quem tem ‘Oh!’? Quem tem Ah!?” Então começa o cântico com os gemidos do bêbado que acordou com uma reação dolorosa depois de uma noite desregrada.Rixas. E comum surgirem contendas quando as pessoas já estão muito bêbadas. Melhores amigos brigam entre si. Embora as capacidades sejam diminuídas pelo álcool, muitos ainda conseguem infligir dano físico bem como prejuízo psicológico incalculável sobre os inocentes e desamparados membros da família, quando voltam para casa depois da bebedeira.Queixas. Do heb. siach, “preocupação”, “desespero”; termo usado também emJó 7:13; 9:27; e 10:1. Siach pode se referir ao remorso que a maioria das vítimas do alcoolismo sente quando se dá conta de seu comportamento.Feridas sem causa. Ou seja, são completamente desnecessárias. Delas sofrem tanto os beberrões quanto seus familiares.Olhos vermelhos. Literalmente, “escuridão dos olhos ”. Os olhos vermelhos enxergando o mundo embaçado fazem parte da etapa de recuperação. |
Pv.23:30 | 30. Buscando bebida misturada. Os que se demoram em beber vinho são os que sofrem as aflições listadas no versículo anterior. Quanto mais bebem, mais vinho desejam, até passarem a tomar bebida misturada. Acredita-se que essa expressão não se refira à bebida leve preparada a partir da mistura de vinho com água, mas, sim, do vinho com especiarias e drogas, feito com o objetivo de aumentar o poder de embriaguez. |
Pv.23:31 | 31. Resplandece. O hebraico diz: “dá seu olho". Trata-se de uma advertência para não se deixar seduzir pela aparência inegavelmente atrativa do vinho tinto brilhando com os produtos gasosos da fermentação, até exercer uma espécie de fascinação sobre o olho.Escoa suavemente. Literalmente, “vai reto ”, o que alguns interpretam como "desce suavemente". Se fosse necessário esforço para se ter acesso às bebidas alcoólicas, talvez menos pessoas se deixassem enganar por elas, bebendo a ponto de prejudicar sua capacidade de julgamento. A tradição, porém, cerca o consumo do vinho com certo grau de distinção, ligando-o a ocasiões importantes da história familiar e nacional. No entanto, ele continua a ser tão cruel e enganoso em ambientes elegantes quanto nas choupanas dos bêbados assolados pela pobreza. |
Pv.23:32 | 32. Basilisco, Do heb. tsifoni. Presume-se que seja uma espécie de cobra venenosa, mas sua identificação exata é desconhecida. O vinho é bem comparadoao veneno de uma cobra. Ambos geram efeitos desastrosos ao corpo. |
Pv.23:33 | 33. Coisas esquisitas. Ou, “mulheres estranhas” (ARC). E verdade que a embriaguez leva as pessoas a ter visões imagi nárias, mas as repetidas referências à mulher adultera (ou “estranha") no livro (ver cap. 2:16; 5:3, 20; 7:5; 22:14) e a conhecida relação entre imoralidade e alcoolismo sugerem que a referência neste versículo seja a “mulheres estranhas”, não a “coisas esquisitas”.Perversidades. O álcool afeta os centros nervosos superiores do cérebro, nos quais se encontram as capacidades de julgamento e discrição. O poder de decisão fica mais lento, e a diferença entre certo e errado se torna indistinta. Os alcoolizados dizem coisas que nunca pensariam em falar quando sóbrios e riem de futilidades dos outros, como se fossem as piadas mais inteligentes. No entanto, o cérebro embriagado não produz apenas futilidades; pensamentos e planos maus surgem e são colocados em prática por pessoas que nunca aprovariam tais perversidades se estivessem na posse plena de suas faculdades. |
Pv.23:34 | 34. Meio do mar. Literalmente, “coração do mar”. A imagem é frequentemente compreendida como a de um homem que tenta dormir num leito que parece balançar de um lado para o outro como o mar revolto. Alguns veem no texto uma referência ao sono entorpecido que, por fim, sobrevem ao bêbado. Ele entra numa espécie de coma, não muito diferente da morte, com cada faculdade mental afogada no álcool, tão inerte e impotente quanto um corpo sem vida que flutua nas ondas do mar.Mastro. Do heb. chibel, palavra que só ocorre neste texto. Seu significado é incerto. Caso se refira ao mastro ou ao picadeiro onde fica o vigia, trata-se de um retrato vivido da tontura nauseante do bêbado e dos muitos perigos aos quais ele se expõe inconscientemente. A LXX traduza segunda parte: “e como um piloto numa grande tempestade”. Esta tradução aponta para o julgamento prejudicado do ébrio. |
Pv.23:35 | 35. Não me doeu. O embriagado pode estar falando para si mesmo, ou respondendo à repreensão de um amigo. Ele admite as brigas, mas afirma que não se machucou. Não está consciente dos malesque sofreu quando suas faculdades estavam prejudicadas, mas anseia pelo momento em que estará recuperado do torpor irresistível para poder começar o processo todo de novo. Sem dúvida, essa pessoa é escrava do mestre que escolheu (ver Rm 6:16), mas Deus é capaz de libertá-la de toda servidão (ver Rm 6:18; 7:23-25).Capítulo 24Virtudes morais e os vícios contrários às mesmas. |
Pv.24:1 | 1. Estar com eles. A empolgação das atividades de quem não tem escrúpulos exerce forte atração sobre os jovens que pensam erroneamente que a bondade é entediante (ver SI 1:1; Pv 4:14-19). |
Pv.24:2 | 2. Maquina violência. A amizade com pessoas malignas é perigosa no mínimo por três motivos: (1) corre-se o risco de perder os altos padrões morais diante do escárnio dos malfeitores e das atrações de uma vida sem limites; (2) a reputação sofre no relacionamento com más companhias; e (3) é provável que os malfeitores tramem per- versidades contra os espectadores relativamente inocentes. |
Pv.24:3 | 3. Com a sabedoria. Não se pode construir nada de sólido invejando as pessoas malignas (v. 1). A família só pode ser abençoada e protegida mediante a sabedoria verdadeira, que implica temer a Deus eguardar Seus mandamentos. O roubo não é o caminho para ganhar riquezas permanentes. O conhecimento usado com sabedoria garante uma vida de prazer real. |
Pv.24:4 | Sem comentário para este versículo |
Pv.24:5 | 5. Mais poder tem o sábio. A LXX traduz a primeira parte da seguinte forma: “O sábio é melhor do que o forte.” Pode-se considerar que a tradução da ARA quer ensinar que o sábio, aquele que teme ao Senhor, na perspectiva de Salomão, tem a seu lado não só o poder considerável da sabedoria, mas também o do direito. |
Pv.24:6 | 6. Multidão de conselheiros. Ver com. de Pv 11:14 |
Pv.24:7 | 7. A sabedoria é alta demais. O insensato acha que a sabedoria está além de seu alcance. Suas ações não são ditadas pela razão, mas, sim, pelo desejo. Quando os sábios se reúnem à porta da cidade (ver com. de Pv 22:22) para debater questões públicas,ele não tem nenhuma contribuição a fazer. As considerações que guiam os entendidos são superiores à inteligência dele, e ele não deseja ampliar a própria sabedoria para poder entendê-las, pois não tem intenção nenhuma de se tornar bom (ver SI 10:4, 5). |
Pv.24:8 | 8. Mestre de intrigas. A inteligência mal empregada que o perverso revela ao planejar e executar seus planos nefastos não pode ser colocada ao lado da sabedoria e do entendimento. Por mais habilidoso que ele se mostre, o máximo que se dirá é que se trata de um “mestre de intrigas”. O mais esperto dos enganadores ainda será considerado insensato, pois busca algo que nunca lhe dará satisfação duradoura, nem ganho permanente (ver Pv 1:10-19; 12:2). |
Pv.24:9 | 9. Desígnios. Do heb. zimmah, “plano”, “estratégia”, “perversidade”. Só neste caso zimmah é traduzida por “desígnios”. Em outros textos, os termos usados são “maldade” (Lv 18:17; etc.), “crimes” (SI 26:10; etc.), “intrigas” (Is 32:7) e “luxúria” (Jr 13:27; etc.). Com certeza, não é o pensamento sobre a estultícia que é chamado de pecado, mas, sim, o planejamento do tipo de insensatez mencionado em Provérbios 24:8.Escarnecedor. As pessoas hesitam em chamar de insensato o escarnecedor astuto e sutil, alguém capaz de minar a verdade enquanto finge defendê-la. Elas o odeiam e temem, pois seus ataques são muito traiçoeiros (ver Pv 19:29; 21:11; Is 29:20). |
Pv.24:10 | 10. Se te mostras fraco. Ou, literalmente, “se te mostras frouxo”. Quando chegam os problemas, o indivíduo precisa reunir todas as forças para a batalha. A falha em reagir à emergência, ou enfrentá-la com fraqueza e sem prontidão, é reduzir o próprio poder e convidar a derrota. |
Pv.24:11 | 11. Livra. No hebraico, a palavra “se” faz parte da segunda oração, que talvez devesse ser lida em forma de exclamação. Essas observações permitem a seguinte tradução: “Livra os que são atraídos para a mortee aqueles que cambaleiam para o matadouro, ó, segura-os!”. Em vez de uma exclamação, a LXX traz uma negativa: “Livra os que estão sendo conduzidos para a morte e redime os apontados para a execução; não poupes [tua ajuda]”. O v. 12 sugere que o * servo de Deus tem o dever de fazer tudo que puder para livrar os arrastados para a morte, subentendendo-se que foram condenados injustamente. Nossa atitude quanto à legalização do comércio de álcool e de outras substâncias destruidoras da alma deve ser dirigida por este sábio conselho (ver CBV, 345, 346). Devemos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para afastar as vítimas de seu hábito de autodestruição e usar todos os meios legais para impedir que os vendedores de bebidas alcoólicas lucrem com a destruição de outras pessoas. |
Pv.24:12 | 12. Não o soubemos. As desculpas são inúteis no trato com Deus. Os seres humanos não conseguem saber o que se passa em nossos pensamentos e sentimentos íntimos; portanto, não fazem ideía do quanto estamos cientes do nosso dever de ajudar os outros. Porém, o Criador do coração o sabe (ver Pv 16:2; 21:2). Aquele que observa o desenvolvimento interior do caráter conhece muito bem o grau preciso de culpa ligado a cada ato (ver Jr 17:9, 10). Dentro dessa perspectiva, toda circunstância é pesada, toda parte de nossa herança e de nosso ambiente é levada em conta. A culpa resulta tanto da negligência sem arrependimento quanto de pecados deliberados (ver GC, 487, 488). Sofreremos condenação pelos pecados dos outros que poderiamos ter evitado ao mostrar o Salvador aos transgressores (ver DTN, 641). |
Pv.24:13 | 13. Saboreia o mel. Salomão não está, neste versículo, apenas dando um conselho alimentar. A declaração é preliminar a um conselho sobre o comportamento sábio, e é usada como pano de fundo ilustrativo. Deve-se compará-la a Provérbios 25:16 e 17. |
Pv.24:14 | 14. Sabedoria. Assim como o mel tem gosto agradável e é bom para fortalecer o corpo, a sabedoria é saborosa e fortalece- dora para a alma ou o caráter. Ela é doce para quem aprende a apreciá-la; seus resultados nesta vida e na futura são ainda mais doces. Se a sabedoria for encontrada e assimilada, quando chegar o momento futuro das recompensas, as pessoas sábias e justas não deixarão de receber sua recompensa. |
Pv.24:15 | 15. Não te ponhas de emboscada. Os perversos costumam sentir inveja da pessoa de bem que desfruta da proteção do Senhor. Com frequência, são tomados pelo desejo sinistro de levar os justos a pecar, para que entrem num estado tão precário quanto o deles. Além disso, o ganancioso tenta tirar o lar do inocente, a fim de obter lucros injustos. Os que se aproveitam dos justos não se preocupam com o sofrimento que causam, ou mesmo ficam felizes por isso (ver Pv 1:11, 12; 4:16; Am 8:5, 6). |
Pv.24:16 | 16. Sete vezes cairá. O contexto sugere que “cair” tem o sentido de “sofrer calamidade”. O perverso desperdiça seus esforços tentando derrubar o justo. Não importa quantas vezes o ímpio tente levar pobreza e aflição, Deus intervém para salvar o bondoso, ao passo que os pecadores são, literalmente, “derribados pela calamidade” e não conseguem mais se levantar (ver SI 34:19; Mq 7:8).No sentido espiritual, este versículo traz uma grande mensagem de conforto para o cristão, que se sente desanimado por cair na batalha contra o pecado. “Sete vezes cairá” é o mesmo que dizer: “toda vez que ele cair”. Se ele se levantar com esperança renovada depois de cada fracasso, apegar-se mais uma vez à força salvadora oferecida a ele tão livremente (Mt 11:28; Jd 24), será chamado justo, e o Senhor completará a obra que Ele mesmo começou (Fp 1:6; Hb 12:2). O desejo de ser justo e a força de colocar esse desejo em prática vêm dEle (Fp 2:13).Portanto, ninguém precisa se desesperar, por mais fraco que pense ser, contanto que esteja disposto a receber a vontade de fazer o que é certo (MDC, 142, 143). |
Pv.24:17 | 17. Não te alegres. Jesus expressou sentimento parecido ao dizer: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5:44). Faz parte da natureza humana se alegrar quando um inimigo tem problemas. Podemos tentar disfarçar a satisfação pecaminosa por sua aflição, professando sentir o prazer justo pela justiça feita; mas os sentimentos interiores são contrários ao exemplo e aos ensinos de Jesus, que morreu por um mundo de inimigos (Rm 5:8-10). Devemos mostrar amor pela humanidade perdida que Ele busca salvar, não destruir, e, como Ele, nos entristecer com o destino daqueles que escolheram se opor ao que é certo (ver Ez 33:11; Os 11:8; Lc 19:41, 42; DTN, 575, 576).Esses prenúncios da mais completa revelação de amor celestial ajudam a demonstrar que foi o Espírito de Cristo quem falou por intermédio dos antigos profetas (IPe 1:11). «s |
Pv.24:18 | 18. A sua ira. A princípio, isto pode parecer uma razão egoísta para uma atitude altruísta. Compadecer-se da pessoa em tribulação só porque o Senhor pode tirar os problemas dela e colocá-los sobre você, por causa de sua atitude egoísta, parece um apelo à hipocrisia e ao egoísmo. Quem está completamente cheio do amor sacrifical de Cristo ficará feliz em sofrer calamidades e mesmo o desprazer de Deus, se, desta forma, um pecador for salvo da ira. Cristo fez isso (Is 53) e Moisés estava pronto a fazê-lo (Ex 32:31-33). No entanto, a advertência de Salomão não é para a pessoa bondosa que ama seus inimigos; em vez disso, direciona-se ao perverso que se alegra no sofrimento do outro. Para alguém desse tipo, o motivo dado é muito válido. A misericórdia verdadeira não se constrange. Ela flui livremente do coração de amor para todos os necessitados. |
Pv.24:19 | 19. Não te aflijas. Assim como não devemos nos regozijar com a queda de um inimigo (v. 17), somos advertidos a não ter raiva nem inveja de sua prosperidade (ver SI 37:1, 8; 73:2, 3; Pv 24:1). Tal atitude pode nos trazer desânimo, talvez até ao ponto de seguir o caminho do perverso a fim de desfrutar os prazeres que ele aparentemente tem. A proteção contra esses sentimentos é encontrada no v. 20. |
Pv.24:20 | 20. Não terá bom futuro. Ver SI 73:3, 17-24. |
Pv.24:21 | 21. Revoltosos. Além de honrar a Deus e ao governante civil (ver Ec 8:2; 10:20; IPe 2:17), devemos ter o cuidado de evitar a companhia daqueles que pensam de modo diferente nesse ponto. |
Pv.24:22 | 22. Daqueles dois. Uma vez que “dois” claramente se refere a Deus e ao rei, a expressão caracteriza a ruína infligida sobre quem se rebela contra eles. Essa ruína pode chegar de repente, de forma inesperada e com força esmagadora. As pessoas de bem são advertidas a não receber o mesmo castigo, evitando a amizade com inimigos desses dois grandes poderes. |
Pv.24:23 | 23. São também estes provérbios. Estas palavras parecem ser a introdução a um acréscimo, uma espécie de posfácio encerrando a seção.Parcialidade no julgar. Ver com. dePv 18:5; 24:24. |
Pv.24:24 | 24. Tu és justo. Os juizes que absolvem o culpado não são populares com as pessoas prejudicadas pelo criminoso liberto. Contudo, quando esses juizes exaltam o perverso como se fosse bom, fazem mais do que liberar um delinquente para continuar sua guerra contra a sociedade. Eles deturpam todas as idéias de bem e mal, incentivando os jovens a crescer sem respeito pela lei e a ordem. Tais magistrados são alvo do ódio de nações inteiras, pois o respeito pela justiça costuma ser forte em meio à população como um todo. Os cidadãos ficamressentidos com ações que enfraquecem as bases da paz e prosperidade. |
Pv.24:25 | 25. Acharão bem. Aqueles que condenam por justa causa e punem os malfeitores desfrutam a sensação de dever cumprido. Há grande satisfação em fazer o certo. Existe algo mais em ajudar as pessoas, protegendo-as de seus inimigos e construindo, em sua mente, o respeito pelas autoridades. Os bons governantes recebem uma bênção especial. Além de serem apreciados pelos cidadãos, recebem do próprio Deus as recompensas de proteção e direcionamento especiais (ver SI 72). Há uma bênção também para os súditos desses governantes. Eles podem ficar tranquilos, cientes de que serão tratados com justiça quando houver necessidade. |
Pv.24:26 | 26. Beijo nos lábios. Este versículo diz, literalmente: “Ele beijará os lábios de quem der a resposta correta.” Quando o rei, governante ou juiz fala palavras justas, elas são tão agradáveis às pessoas de direito quanto um beijo. |
Pv.24:27 | 27. Edifica a tua casa. A construção da casa pode ter sentido literal ou se referir à edificação de uma família e à educação dos filhos. Para um jovem ter esperança da aprovação dos pais para que uma moça fosse sua esposa, ele precisava ter condições de dar à família e a ela presentes significativos, bem como demonstrar capacidade de sustentá-la (ver Gn 24:35, 53). A fim de fazer isso, precisaria se estabelecer, cuidando de uma fazenda com a capacidade de suprir as necessidades de uma família.No âmbito espiritual, o ser humano também precisa limpar o coração das pedras e ervas daninhas e plantar sementes de justiça, para que tenha esperança de construir caráter forte e íntegro (ver ís 5:1-7; Os 10:12). |
Pv.24:28 | 28. Sem causa. Isto pode significar que não se deve voluntariar a dar informações contra o próximo; em lugar disso,é sábio esperar ser chamado para testemunhar. No entanto, o contexto sugere que o i» sentido é de que ninguém deve dizer coisas contra o próximo sem fundamento de verdade (ver Pv 3:30). A segunda parte é literalmente uma pergunta: “Você enganará com seus lábios?” |
Pv.24:29 | 29. Assim lhe farei. Salomão adverte contra a adoção do inverso da regra áurea. Mesmo que um inimigo dê falso testemunho contra alguém, não se deve fazer o mesmo a ele. Por maior que seja o mal causado, não se deve pagar com a mesma moeda. A vingança pertence a Deus (Hb 10:30).A ideia de se vingar de um adversário é resumida no antigo dito: “Vou dar o troco!” O oponente se rebaixa ao tratar alguém de forma perversa, e este faz o mesmo quando espera a vez de retornar a ação recebida. Esse processo pode continuar por um longo período, mas ninguém ganhará nada com isso, a não ser o grande adversário da raça humana. |
Pv.24:30 | 30. Pelo campo. O campo e a vinha eram as duas principais fontes de alimento e lucro do agricultor palestino. Este versículo traça um paralelo entre o preguiçoso e o que não tem bom senso. |
Pv.24:31 | 31. Espinhos. Várias palavras hebraicas são traduzidas por “espinhos”, e não é fácil saber a que tipo das muitas ervas daninhas se faz referência em cada caso. Um campo negligenciado logo é tomado porplantas que sufocam a lavoura e das quais é difícil se livrar, pois se permitiu que as ervas daninhas se espalhassem. O muro deve ser mantido em boas condições para a fazenda ficar protegida de animais selvagens (ver Is 5:1-7).Alguns enxergam no poema de Salomão sobre o preguiçoso a ilustração de uma verdade espiritual. Embora somente o Espírito Santo possa capacitar a vencer o pecado (DTN, 671), Ele não pode fazer nada sem consentimento e cooperação humanos (MDC, 142). Deve-se avançar na força que o Espírito de Deus transmite, erradicando os maus pensamentos (CBV, 176; T3, 491). Também se deve prosseguir, na força do Senhor, em desenvolver uma forte experiência de obediência aos dez mandamentos (ver CPPE, 454). |
Pv.24:32 | 32. Tendo-o visto. Salomão observou a condição do agricultor preguiçoso e viu a aplicação espiritual, bem como a lição direta para todos que carecem de iniciativa e vigor. Foi a habilidade de observar as cenas a seu redor e de aprender lições com o que via, junto com a bênção especial de Deus, que o transformou no homem mais sábio. Todos que desejam ser sábios podem obter sabedoria da mesma forma que Salomão (ver lRs 4:29; Tg 1:5; PR, 31). |
Pv.24:33 | 33. Dormir. Comparar com Pv 6:10, 11; 20:13.Capítulo 25I Observações sobre os reis. 8 Conselhos para se evitarem contendas, e os vários fatores que as causam. |
Pv.24:34 | Sem comentário para este versículo |
Pv.25:1 | 1. Transcreveram. Este é o sentido técnico posterior da palavra. Seu significado literal é ‘'removeram”. Estes provérbios foram copiados de outros escritos ou coleções, e alguns, talvez, de fontes orais — de pessoas que aprenderam com Salomãoesses dizeres. Dentre os que ajudaram nesta tarefa poderíam estar o profeta Isaías, o escrivão Sebna e o cronista Joá (2Rs 18:18; cf. 2Cr 26:22). |
Pv.25:2 | 2. Glória. Faz parte da glória de Deus ser infinito e, por isso, ocultar muitascoisas da mente humana, finita e obscure- cida pelo pecado (Dt 29;29). Os mistérios da Bíblia, hoje, além de nossa compreensão plena, são provas de que ela de fato é a Palavra do Senhor.Esquadrinhá-las. O governante precisa mostrar a seus súditos que se preocupa com a justiça que os mais humildes têm direito de receber. E sua glória convencer o povo de que investigou todos os detalhes dos casos e os resolveu com igualdade. |
Pv.25:3 | 3. Dos céus. A altitude do céu atmosférico pode ser relativamente determinada. A altura do céu estelar é desconhecida. Telescópios maiores e mais novos cjue penetram vastas distâncias não revelam os limites do céu estelar. Portanto, a altura do céu é insondável. Cada descoberta nova revela altitudes ainda mais elevadas para ser pesquisadas.Da terra. O ser humano conseguiu viajar pelo espaço, mas as explorações do planeta são apenas perfurações superficiais. A investigação com ondas sonoras e sísmicas e o estudo dos impactos provocados por terremotos forneceram informações muito superiores às que havia no tempo de Salomão. No entanto, o conhecimento real sobre as substâncias do interior da Terra ainda está longe de ser completo.Insondável. Assim como os céus são insondáveis por sua altura e a Terra, por sua profundidade, o coração dos reis é impenetrável por seu povo. Mesmo as pessoas mais próximas umas cias outras não sabem o que realmente se passa na mente do próximo; quanto menos um súdito conseguiría desvendar a mente do rei! Nem o cortesão que pensa conseguir manter o favor do rei por meio de adulações sabe quando descobrirá que outro tomou seu lugar. |
Pv.25:4 | 4. Ourives. O “fundidor” ou “refinador” (sobre a retirada de impurezas, ver SI 12:6; Ez 22:20; Ml 3:3). |
Pv.25:5 | 5. Tira o perverso. Assim como a retirada das impurezas da prata embeleza efortalece o metal, a remoção da corte real daqueles perversos que adulam o rei com más intenções acrescenta nobreza e resistência ao reino. O próprio governante deve assumir a responsabilidade de detectar as pessoas inadequadas em seus ofícios e removê-las. Esse processo de limpeza é bom sinal para a prosperidade do reinado e para a felicidade do povo. |
Pv.25:6 | 6. Não te glories. Ver Lc 14:7-11. |
Pv.25:7 | 7. Sobe. Hamã tentou se tornar poderoso na corte persa. Foi rápido em pedir honras reais quando achou que era ele quem seria honrado (Et 6:6-11). No entanto, recebeu a humilhação de ser obrigado a honrar alguém a quem odiava, um homem que não buscava honra para si, mas que foi considerado nobre pelo rei por seu serviço fiel. Grande desgosto toma conta daqueles que tentam se colocar em lugares elevados na corte e são publicamente deixados de lado, em favor de outro (ver Lc 14:7-11). |
Pv.25:8 | 8. Apresses a litigar. Uma advertência contra disputas judiciais sem análise cuidadosa, já que o direito nem sempre garante a vitória no tribunal e também porque ninguém é juiz perfeito das próprias questões. |
Pv.25:9 | 9. Diretamente com o teu próximo. Comparar com Mt 18:15. O primeiro passo em qualquer contenda ou discordância é ir calmamente à outra pessoa e discutir a questão com ela. Mesmo que ela pareça estar errada, quase sempre há um elemento de culpa de outra parte também. A confissão desse pequeno erro costuma levar a pessoa a confessar a culpa maior e a buscar reconciliação. Seguir o caminho mais comum de contar a todo o mundo a história antes de falar com a outra parte torna quase impossível conseguir a paz. |
Pv.25:10 | 10. Não te vitupere. Outros repreenderão você quando descobrirem seu ato de traição. A LXX traz um acréscimo interessante ao versículo: “Mas serão para ti como a morte. O favor e a amizade libertam o serhumano, que tu deves guardar para si, a fim de que não estejas sujeito à repreensão; atenta, porém, para teus caminhos em paz.” |
Pv.25:11 | 11. Palavra dita a seu tempo. A palavra falada do jeito apropriado na hora certa é a essência da diplomacia e tem uma beleza comparada a frutas de ouro em salvas de prata. |
Pv.25:12 | 12. Pendentes. Do heb. nezem, uma argola, usada no nariz (ver Is 3:21; ver com. de Gn 24:22) ou na orelha (Êx 32:2, 3). Os ornamentos descritos nesta passagem podem representar brincos que combinavam com um pingente de ouro usado em volta do pescoço. Salomão tinha uma casa rica. Para ele, as joias eram abundantes e de grande valor. O ouvido obediente aceita o conselho sábio e é como se o usasse em forma de uma joia destinada a destacar a beleza de um bom caráter. |
Pv.25:13 | 13. O frescor de neve. Com certeza, a referência não é à neve durante a colheita, pois tal precipitação seria muito indesejável (Pv 26:1) e um provável desastre para a plantação. O “frescor da neve” seria uma bebida refrigerada pela neve, mais do que bem-vinda durante o calor intenso dos dias da sega. Antes da época da refrigeração mecânica, o uso da neve ou do gelo para esfriar e preservar era um privilégio desfrutado apenas pelos ricos.Mensageiro fiel. Comparar com Pv 10:26; 13:17. Num tempo de comunicação instantânea, é difícil entender como até mesmo reis poderosos dependiam de seus embaixadores e diplomatas. Depois de enviado, o mensageiro tinha controle total sobre a missão, que poderia demorar meses para ser cumprida. |
Pv.25:14 | 14. Não trazem chuva. As nuvens esemelhante quando a promessa de um presente não é cumprida. Há os que parecem despertar expectativas contínuas de que farão grandes coisas por seus amigos e colegas; contudo, raramente ou nunca colocam em prática as promessas sugeridas. As consequências desses atos podem ser bem maiores do que a mera perda do presente. Quando a fé na humanidade se enfraquece, todo o caráter pode ser afetado de maneira adversa, chegando ao ponto de diminuir até mesmo a fé em Deus. |
Pv.25:15 | 15. Longanimidade. Com calma e persistência paciente, continuando a apresentar fatos e argumentos diante da oposição, é possível mudar a opinião de um príncipe ou juiz. Quem fica irado, logo que sua defesa do caso não é aceita, é tremendamente prejudicado. Alguns advogados de forma deliberada irritam seus oponentes enquanto parecem permanecer calmos, pois sabem que o juiz será influenciado pelas atitudes contrastantes.Esmaga ossos. O jeito calmo e per- suasivo de uma palavra branda realiza tudo que a força é capaz de fazer e muito mais. A oposição teimosa que se torna cada vez mais obstinada sob ataques diretos costuma derreter, como gelo ao sol, quando exposta a palavras ternas e conciliatórias, proferidas em tom gentil e cativante. |
Pv.25:16 | 16. Achaste mel? Ver Pv 24:13; 25:27. Este versículo não é, em primeiro plano, um conselho alimentar, mas, sim, um princípio alimentar que ilustra a máxima do v. 17. O excesso, mesmo de uma coisa boa, transforma o bem em mal. Até mesmo a instrução espiritual pode se tornar indesejável se quem busca recebê-la conti- nuamente não equilibra o que recebe transmitindo aos outros. |
Pv.25:17 | 17. Não sejas frequente. A primeira parte diz literalmente: “Torna teu pé precioso [isto é, raro] na casa de teu amigo.” Na escala dos valores humanos falíveis,o raro é precioso e aquilo que é abundante tem relativamente menos valor. E fácil cansar o outro ao ser um visitante demasiado frequente. A familiaridade costuma produzir desprezo, exceto quando os íntimos laços do relacionamento familiar unem cada vez mais os corações. Sem esse tipo de amor mútuo, a companhia constante no nível social, depois que passa o elemento da novidade, tende a revelar fraqueza e enfado que logo pode se transformar em antipatia. |
Pv.25:18 | 18. Maça. Os três tipos de armas representam os efeitos da falsa testemunha sobre o amigo difamado. A maça era uma arma de guerra que esmagava a cabeça ou os ossos das vítimas. Alguns ataques sobre a reputação de uma pessoa são cruéis e esmagam o ofendido, deixando-o em ruínas. Outros fazem feridas profundas, com palavras afiadas que incapacitam e, com frequência, des- troem, assim como uma espada. Contudo, uma das armas preferidas do caluniador de seus companheiros é a flecha. Lançada à distância, ela penetra o coração e suga a vontade de lutar contra o arqueiro, um inimigo oculto, que costuma se disfarçar de amigo. Tais ataques quebram tanto o sexto quanto o nono mandamentos (Ex 20:13, 16; ver PP, 308). |
Pv.25:19 | 19. Dente quebrado. Duas ilustrações vividas que apontam para o perigo de depender de um amigo infiel num momento de estresse. O indivíduo nem sempre é capaz de fazer um pé fraco ou deslocado ou um dente quebrado apto para uso imediato, mas pode facilmente deixar de confiar num amigo, se tem bons motivos para duvidar dele (ver Is 36:6). |
Pv.25:20 | 20. Quem se despe. Seria tolo tirar do corpo as roupas quentes num dia frio, convidando, assim, a enfermidade.Feridas. Ou, “salitre” (ARC). Não se trata do nitrato de potássio ou de sódio, mas, sim, de um sal alcalino conhecido como natrão, composto basicamente porcarbonato de sódio e usado para lavagens (Jr 2:22). E, ao mesmo tempo, uma tolice e um desperdício derramar vinagre sobre o natrão, pois os dois compostos químicos reagem entre si, transformando-se num sal inútil incapaz de desempenhar as funções de ambos. A tradução da ARA segue a LXX, que também traz “feridas”. Para obter essa leitura no hebraico, seria necessário trocar uma consoante do original: neteq em vez de neter.Cantar canções alegres para alguém cujo coração está aflito é tão insensato quanto tirar a própria roupa e tão imprevidente e irritante quanto misturar ácido com soda. As pessoas sábias e delicadas sempre souberam instintivamente que é tolo fazer brincadeiras com os ansiosos e também exortá-los a reunir a compostura e colocar de lado o sofrimento, sem fazer nada para mudar as circunstâncias que produziram o problema. |
Pv.25:21 | 21. Se o que te aborrece. Ver 2Rs 6:19-23; Pv 24:17, 18; Mt 5:44. |
Pv.25:22 | 22. Amontoarás brasas vivas. Há diferença de opinião quanto ao sentido desta metáfora. Alguns creem que as brasas vivas representam a vergonha ardente e o remorso que cobrem o inimigo e que essa era a forma de vingança da parte inocente. Porém, não é muito fácil conceber a idéia de Deus recompensando a vingança. O Senhor afirma que a vingança pertence a Ele (Hb 10:30) e instrui a amar os inimigos (Mt 5:44; Tg 5:6-8). A despeito de seu sentido preciso, a metáfora parece representar uma tentativa de fazer o bem para o adversário, mesmo que esse ato dê a ele outra oportunidade de repetir o pecado.A bondade a um inimigo, procurando-o quando, na verdade, ele deveria tomar a iniciativa para se reconciliar, pode trazer sobre a cabeça dele brasas vivas de arrependimento e tristeza pelo pecado, que queimarão a má vontade e o tornarão um amigo e servo do Senhor.noi |
Pv.25:23 | 23. Traz. Ou, ‘afugenta” (ARC). Do heb. chil, “rodopiar”, “dançar” ou “contorcer”. Na forma usada neste versículo, chil pode significar “gerar”. O termo é usado em Isaías 51:2, referindo-se a Sara, que gerou o povo de Israel, e no Salmo 90:2, ao falar de Deus gerando a Terra. Da mesma forma, o vento norte geraria (ou traria) a chuva. Embora o tempo aberto na Palestina viesse do norte (Jó 37:22), também é verdade que o vento noroeste causava chuvas.Se a tradução da ARC for levada em conta, a segunda parte significaria que o rosto irado comunica tamanha retaliação que silencia o difamador. A tradução mais provável sugere que o rosto irado pode levar o outro a começar a falar, literalmente, com a “língua escondida”. Ou, os elementos podem ser invertidos, como na ARA, dizendo que o difamador causa a ira. |
Pv.25:24 | 24. Mulher ríxosa. Ver Pv 21:9. |
Pv.25:25 | 25. Boas-novas. Numa época de meios de comunicação precários, pouco se ouvia sobre quem deixava o lar e viajava para longe. As notícias de algum viajante que retornava eram a única forma de saber se o ausente ainda estava vivo e se fora próspero em sua missão.Assim como as boas notícias de um país distante alegravam o coração de quem as recebia, num sentido espiritual, as boas- novas do Céu trazidas pelos profetas revigoram a pessoa na caminhada por este mundo sombrio. Por intermédio deles, “ouvimos da terra santa e fulgurante, ouvimos com o coração regozijante...” |
Pv.25:26 | 26. Fonte que foi turvada. O justo deve ser uma fonte de água transbordante de vida eterna (Pv 10:11; Jo 4:14). Quando, porém, ele falha em defender o direito e a verdade diante de descrentes e adversários, torna-se uma fonte turvada por pés sujos, até que a água fique lamacenta e imprópria.Ninguém será atraído a beber dessa fonte e, caso beba, encontrará pouco refrigério. Com a promessa divina de apoio em todo tempo (Is 51:12; iVlt 28:20), é uma desgraça que um cristão rebaixe seus padrões, por covardia moral. |
Pv.25:27 | 27. Procurar a própria honra. É difícil traduzir o hebraico deste versículo e preservar a característica antitética da maioria dos provérbios. Tradutores e comentaristas já sugeriram várias interpretações na tentativa de encontrar um significado próximo ao original e que revele o contraste costumeiro entre as duas orações do versículo. O vocabulário da primeira parte é bem claro e se espera que dê o tom para a segunda. Uma vez que a palavra hebraica para glória, kabod, também significa “honra”, muitos têm traduzido a frase como: “o desprezo da própria honra é honra”. Mas isso não se encaixa com a advertência contra o excesso da primeira oração. Outros preferem: “buscar a honra traz dificuldade” ou “buscar a própria honra é um fardo”, com base em outro sentido de kabod, a saber, “peso”.Uma tradução que se encaixaria no contexto da advertência contra o excesso é: “A busca por assuntos pesados é um peso.” Seria, nesse caso, uma admoestação contra o excesso de estudo. Comer mel é bom, estudar é bom, porém cair no excesso de qualquer uma das atividades equivaleria a transformar a bênção num fardo (ver Ec 12:12). Não se pode, porém, ter certeza de que esse era o sentido pretendido. |
Pv.25:28 | 28. Não tem domínio próprio. A cidade sem muros ficava aberta ao ataque adversário por todos os lados (ver Ne 2:13). Do mesmo modo, a pessoa que não consegue controlar as próprias emoções certamente sucumbe às tentações. A sedução para o mal a atrai do lado de fora; palavras e atos irados irrompem de seu interior.MCH, 190; OC, 562; San, 9; Ti, 470; T3, 109, 247; T4, 69, 310 21, 22-MDC, 70, 71Capítulo 26I Observações sobre os insensatos, 13 os preguiçosos 17 e os intrometidos briguentos. |
Pv.26:1 | 1. Ao insensato. Este versículo dá início a uma série de provérbios sobre o insensato. Na Palestina, nevar no verão seria total mente fora do normal. A chuva durante o período de colheitas seria indesejável (ver ISm 12:17). A honra para o insensato seria igual mente anormal e perigosa. Elevar uma pessoa sem entendimento a um lugar de honra equivale a lhe dar oportunidade de causar grandes males. Além disso, isso frustra quem verdadeiramente merece esse tipo de promoção. |
Pv.26:2 | 2. Sem causa. Ou, “sem merecer”. A maldição proferida por um inimigo difa- mador não deve incomodar os inocentes e justos, pois eles estão sob a proteção de Deus e não temem encantamentos (Nm 23:23). Além disso, o Senhor não permite que adversários humanos ou sobrenaturais ocasionem problemas maiores do que Seus filhos conseguem suportar (jé) 1:9-12; |
Pv.26:3 | 3. Avara. O açoite serve para acelerar o cavalo e o jumento; o freio os guia no caminho certo e restringe ímpetos de velocidade indesejados. O insensato precisa de correção dura para não prejudicar a si mesmo e aos outros por meio de seus atos carentes de sabedoria (ver Pv 10:13; 19:29). |
Pv.26:4 | 4. Não respondas ao insensato. Este versículo parece contradizer o seguinte, mas Salomão fez um trocadilho com a pequena palavra ki, traduzida por “segundo a”. Neste texto, ela significa “em harmonia com”. Entrar numa discussão com um insensato, nos termos de sua estultícia, é se rebaixar ao nível dele e aceitar que sua perspectiva de vida é digna de consideração. As pessoas que perguntaram a Cristo sobre o dinheiro de imposto tinham a intenção de constrangê- Lo num tema relativo ao egoísmo delas.Se Cristo houvesse respondido segundo a insensatez obstinada de seus inimigos, estes poderíam ter usado a resposta contra Ele. Jesus, porém, se recusou a aceitar a premissa dos questionadores. Sua resposta partiu de um reino de sabedoria verdadeira, deixando-os envergonhados e em silêncio (Mt 22:15-22). |
Pv.26:5 | 5. Ao insensato responde. Neste caso, “segundo a” significa "conforme ele merece” (ver com. do v. 4). Responda ao insensato de uma forma que a tolice de sua idéia seja revelada. Desse modo, ele pode perceber que está longe de ser sábio e procurar alcançar a sabedoria. Em certo sentido, Cristo seguiu o conselho destes dois versículos aparentemente contraditórios (v. 4, 5) em Sua resposta aos fariseus e aos defensores de Herod.es (ver Mt 22:15-22; ver com. de Pv 26:4). Sem tomar parte na estultícia dos questionadores, Ele mostrou a tolice maligna deles. |
Pv.26:6 | 6. Corta. Aquele que depende de um insensato para realizar negócios importantes está se destituindo da esperança de cumprir sua missão. O dano que ele sofre em consequência do comportamento de seu mensageiro será pior do que se nem houvesse tentado enviar a mensagem. |
Pv.26:7 | 7. Pendem bambas. Parece que se origina do radical hebraico dalah, “tirar [água j' (ver Ex 2:19). Mas o significado neste versículo é difícil. Alguns sugerem que dalah deveria ser vertido por “ficar solto” ou "ficar pendurado [inútil]'. RIavia um tipo de deformidade no antigo Oriente em que as pernas ficavam finas, tortas e inúteis.A repetição de parábolas era um dos passatempos preferidos na Palestina, e a sabedoria de uma pessoa costumava ser exibida em campeonatos de narração de histórias.O insensato teria a tendência de esquecer a moral da história ou de contá-la de forma tão desajeitada que o efeito se perdería. |
Pv.26:8 | 8. Atira pedra preciosa. Ou, “amarrar uma pedra na atiradeira” (NVI). Amarrar uma pedra na atiradeira, impedindo-a de sair depois de se soltar a correia, equivalería a não atingir o alvo e, além disso, a colocar em risco a própria segurança. A pedra tendería a girar até o fim da outra correia e atingir o corpo do atirador. |
Pv.26:9 | 9. Como galho de espinhos na mão.Esta tradução é possível por meio de uso posterior do original alah, com o sentido de “na mão”. O ébrio com um galho de espinhos na mão está armado e é capaz de causar grande dano aos outros em sua raiva insensível. Desse modo, a parábola contada pelo insensato é, ao mesmo tempo, inútil e perigosa. |
Pv.26:10 | 10. Como um flecheiro que a todos fere. Ou, “o Poderoso, que formou todas as coisas” (ACF). Há grande controvérsia em relação ao sentido deste versículo. A palavra hebraica para “grande” pode significar “flecheiro” ou talvez “flecha” (ver Jr 50:20). A mesma palavra traduzida por “formou” (ACF) pode significar “ferir”, como na ARA. A lição do texto parece ser que empregar insensatos e incompetentes coloca em risco tanto o empregador quanto os funcionários, assim como a flecha envenenada põe em perigo quem a usa, bem como o indivíduo por ela atingido. |
Pv.26:11 | 11. Como o cão. Ver 2Pe 2:22.O insensato que reitera. O insensato, enquanto permanecer nessa condição, tende a retornar para seus caminhos de insensatez. Somente uma mudança completa de coração e perspectiva é capaz de curá-lo, por mais que professe a intenção de ser mais sábio. |
Pv.26:12 | 12. A seus próprios olhos. A pessoa que alega ser sábia se recusa a aprender (Mt 9:12; Rm 1:22; 12:16; Ap 3:17, Í8), masquem reconhece sua simplicidade está disposto a receber entendimento. |
Pv.26:13 | 13. Um leão. Ver Pv 22:13. |
Pv.26:14 | 14. O preguiçoso. Por ficar se mexendo de um lado para o outro, vê-se que o preguiçoso não necessita de tantas horas de sono. Ele se vira para acordar e volta para o sono por pura indolência e desagrado em enfrentar os problemas da vida (ver Pv 6:9; 24:33). |
Pv.26:15 | 15. Mete a mão no prato. Comparar com Pv 19:24. |
Pv.26:16 | 16. A seus próprios olhos. Um dosmotivos para o indolente ser mais confiante em si mesmo e na própria sabedoria do que as pessoas entendidas é que ele é preguiçoso demais para pensar. Ele se satisfaz com opiniões preconcebidas e adota qualquer ponto de vista que chegar a seus ouvidos, contanto que estejam de acordo com suas preferências. As pessoas que sabem “responder bem’’ ponderaram os problemas tempo suficiente para estar cientes de que existem vários lados para as diversas questões. Elas evitam a ignorância dogmática dos que não pensam. |
Pv.26:17 | 17. Quem se mete em questão alheia. Quem pegava cães do Oriente pelas orelhas, animais meio selvagens que se alimentavam de carniça, entrava numa briga problemática até conseguir dominar o animal ou convencê-lo a ir embora. Da mesma forma, quem se mete na discussão de outra pessoa provavelmente entrará em mais dificuldades do que imaginava. |
Pv.26:18 | 18. Como o louco. O v. 19 sugere que não estamos lidando com o assassino intencional. Aquele que atira flechas ao acaso e dardos inflamados para matar inocentes só pode ser insano. |
Pv.26:19 | 19. Engana. Tão perigoso quanto o louco (v. 18) e tão mortal em suas ações é o indivíduo que trama contra o bem-estar de seu próximo e, quando descoberto, alega que só estava brincando. Com frequência, sérios danos são causados por aqueles quesentem prazer em ver os amigos em apuros resultantes de brincadeiras insensatas. |
Pv.26:20 | 20. Sem lenha, o fogo se apaga.Quando a lenha se consome, o fogo invariavelmente se apaga. Da mesma forma, muitas contendas logo se esfriariam se os mexeriqueiros parassem de colocar lenha na fogueira (ver Pv 22:10). |
Pv.26:21 | 21. Acender rixas. O carvão frio e negro, ao ser colocado sobre uma fogueira brilhante, a acende ainda mais. A malícia fria do causador de contendas não suporta ver uma briga se resolver e, por isso, inventa novos motivos para as duas partes voltarem a sentir raiva e ódio. |
Pv.26:22 | 22. Maldizente. Ver com. de Pv 18:8. |
Pv.26:23 | 23. Escórias de prata. Provavelmente o litargírio, ou monóxido de chumbo. Ele forma uma cobertura brilhante sobre o vaso de barro, deixando-o mais liso e agradável ao toque, embora os materiais abaixo sejam ásperos e de pouco valor. Beijos que simulam afeição verdadeira podem mascarar um coração perverso e cheio de segundas intenções (ver Mt 23:27). A boca pode falar palavras calorosas de amizade enquanto o coração permanece frio e egocêntrico. |
Pv.26:24 | 24. Dissimula. Aquele que odeia pode não revelar seus sentimentos à pessoa odiada, fingindo amizade. Dessa maneira, permite que o ódio oculto se acumuledentro de si até surgir oportunidade de demonstrá-lo (ver jr 9:8). |
Pv.26:25 | 25. Falar suavemente. Quando ele fala num tom de voz gentil e cativante, é hora de ficar alerta, pois, provavelmente, adotou modos delicados somente com o propósito de enganar o ouvinte.Sete abominações. Sete é sinal de completude (ver Mt 12:45). |
Pv.26:26 | 26. O seu ódio. Mais cedo ou mais tarde, o ódio se manifestará em palavras ou atos, e a pessoa movida por esse sentimento será levada em juízo diante da assembléia da nação. De todo modo, o dia do julgamento mostrará a ela e a todo habitante da Terra que, ao odiar o irmão, foi culpada de assassinato e também de ódio a Deus (ver ljo 3:15; 4:20). |
Pv.26:27 | 27. Nela cairá. Comparar com SI 9:16; Ee 10:8. Se a retribuição não recair sobre os perversos nesta vida, como no caso de Hamã (Et 7:9, 10), é certo que lhes sobrevirá no dia do juízo final (Ap 22:12). |
Pv.26:28 | 28. Boca lisonjeira. A lisonja é perigosa, pois aumenta o orgulho de quem a recebe, afastando-o do auxílio que o Céu anseia dar. Leva o indivíduo a confiar no lisonjeiro e a se tornar, dessa forma, uma presa fácil. A lisonja desvia a atenção de traços de caráter que precisam ser melhorados.Capítulo 27 |
Pv.27:1 | 1. Do dia de amanhã. Nem este versículo nem o ensino do Salvador contra a ansiedade (Alt 6:34) têm o objetivo de promover descuido quanto ao futuro (ver 2Ts 3:8-11). Em vez disso, são advertênciasrelativas a uma atitude cie autoconfiança como a do rico insensato que planejava construir celeiros maiores, em vez de compartilhar sua fartura com os pobres (Lc 12:15-21; cf. Tg 4:13, 14). A confiançaserena em Deus, que caracteriza o cristão (Rm 8:28; Fp 4:11), o capacita a enfrentar o futuro sem medo, mesmo que, assim como o descrente, não consiga ver o que acontecerá no dia de amanhã. |
Pv.27:2 | 2. Outro. Comparar com Jo 8:54; 2Co 10:18. Este provérbio encontra paralelo em muitas culturas. |
Pv.27:3 | 3. Pesada é a pedra. O versículo diz literalmente: “Peso de pedra, peso de areia, a ira do insensato é mais pesada que ambos.” O peso da pedra e a leveza da areia são enfatizados a fim de preparar a mente para refletir sobre o peso esmagador do mau humor e de ataques desarrazoados de insensatos irritadiços. |
Pv.27:4 | 4. Impetuosa, a ira. A ira e a raiva são explosões súbitas que passam rápido, mas a inveja e o ciúme consistem em emoções de combustão lenta, que esperam anos pela oportunidade de derramar o ódio que corrói a alma sobre o inimigo (ver Pv 6:34; Ct 8:6). A inveja foi o primeiro pecado a introduzir sua presença misteriosa no universo perfeito (ver Is 14:13, 14). Caso tivesse feito sua estreia com um ataque súbito de violência, a natureza da emoção ficaria aparente de imediato para os anjos e poucos teriam deixado sua lealdade a Deus para simpatizar com um mal tão declarado. No entanto, as intrigas negras da inveja persistente confundiram todos os seres celestiais e enganaram a muitos. O Senhor só teria êxito ao enfrentar essa invasão sinistra, por meio do lento desenrolar de obras de justiça e verdade, até o clímax do amor altruísta, de um lado, e do ódio invejoso, do outro, traçarem um contraste claro entre a bondade de Deus e a perversidade cruel de Satanás (ver PP, 33-43; GC, 492-504; DTN, 761, 762). |
Pv.27:5 | 5. Repreensão franca. Embora não seja agradável (v. 6), a admoestação sábia de um amigo é útil quando aceita com o espírito brando. No entanto, aquilo que nunca é demonstrado ou expresso não pode ajudar aoutra parte. O amor deve agir; caso contrário, desaparece aos poucos. |
Pv.27:6 | 6. Leais. Do heb. neemanim, do radical aman, “apoiar”, “estar firme”, “ser verdadeiro e fiel”. O “amém” com o qual concluímos nossas orações se origina do mesmo radical. A repreensão gentil e bem-intencionada de um amigo (v. 5) tem esse caráter. |
Pv.27:7 | 7. Pisa o favo de mel. Nada apetece quem está saciado; mas tudo é delicioso para o faminto. |
Pv.27:8 | 8. Que vagueia. Talvez ao acaso, ou porque foi expulsa do ninho (ver Is 16:2). O ser humano deve ficar contente de permanecer em casa e não buscar prazeres mais empolgantes fora. O hebraico não tem uma palavra distinta para "lar”, mas a ideia geral de “lar” se refere com o mesmo termo de “lugar ”, como neste versículo, de “casa” (como em Gn 39:16; 43:16; etc.) ou de “tenda” (como em jz 19:9). |
Pv.27:9 | Sem comentário para este versículo |
Pv.27:10 | 10. Teu irmão. E mais provável que um amigo leal ajude na adversidade do que um irmão que não demonstra o mesmo interesse especial do bom vizinho. Os laços da amizade costumam ser mais fortes que os de sangue, em especial quando os amigos se unem por uma esperança religiosa comum que não é partilhada pelos parentes (ver Pv 17:17; 18:24). |
Pv.27:11 | 11. Para que eu saiba responder. Comparar com Pv 10:1; 23:15, 24. Quer Salomão estivesse falando como pai, quer como instrutor, a sabedoria demonstrada pelo filho ou aluno é sempre a melhor resposta às críticas contra a eficiência do tutor. |
Pv.27:12 | 12. O prudente vê. Ver com. de Pv 22:3. |
Pv.27:13 | 13. Que fica fiador. Ver com. cie Pv 20:16. |
Pv.27:14 | 14. Por maldição lhe atribuem.O cumprimento em voz alta de alguém que se levantou cedo só para ser o primeiro a adular não é genuíno; em vez disso, trata-se apenas de um meio de assegurar algumavantagem. Esses cumprimentos devem dei- t?> xar a pessoa tão alerta quanto se houvesse recebido uma ameaça (ver Lc 6:26; G1 1:10). |
Pv.27:15 | 15. Mulher rixosa. Comparar com Pv 19:13. |
Pv.27:16 | 16. Pegar o óleo na mão. Do heb.qarci, “chamar” ou “encontrar”. Portanto, a segunda parte poderia ser traduzida literalmente da seguinte forma: “Sua mão direita chama o óleo” ou “Sua mão direita se encontra com o óleo”. Uma versão alternativa proposta para este versículo enigmático é: “A mulher rixosa não pode ser mais contida que o vento, ela escorrega da mão como o óleo e continua seu comportamento briguento, a despeito de todos os esforços em detê-la.” |
Pv.27:17 | 17. Afia. Várias interpretações já foram dadas a este processo de afiar. Alguns defendem que o sentido é de irritar o amigo, fazendo-o dar olhares “afiados”; mas a maioria considera que o significado é de aumentar a sabedoria e a iniciativa do amigo, por meio do auxílio mútuo e da concorrência, assim como o ferro de uma lima ou de um martelo afia uma lâmina de ferro. |
Pv.27:18 | 18. Comerá do seu fruto. A figueira é plantada para produzir frutos em profusão e aquele que cuida dela deve ter a oportunidade de desfrutar a fartura (2Tm 2:6). O servo bom será recompensado por seu senhor com honras, bem como mediante o pagamento de um salário (Mt 25:21). Este provérbio também pode apontar para a segurança desfrutada pela pessoa que produz a maior parte daquilo que come e veste. Ela se deixa afetar menos pela subida e queda dos preços ou pela escassez causada por greves e manipulações do mercado. Pois recebe uma recompensa direta pelo labor e cuidado que emprega em suas plantações (ver CBV, 188-193). |
Pv.27:19 | 19. O rosto corresponde ao rosto.O ser humano vê no outro um reflexo dos próprios pensamentos e sentimentos.Quanto mais aprende a entender sua mente e seus motivos, melhor compreende os dos outros, mesmo que não consiga ver seus pensamentos (ver ICo 2:11). |
Pv.27:20 | 20. Nunca se satisfazem. Quanto mais o indivíduo tem, mais quer. O egoísmo é a paixão dominante do ser humano não regenerado. Por isso, não há limite para suas ambições, nem para a destruição e morte que pode ocasionar aos outros no processo (ver Pv 30:15, 16; Ec 1:8; cf. ljo 2:15, 16). |
Pv.27:21 | 21. Pelos louvores que recebe. Vercom. de Pv 17:3; 25:4. O louvor é um bom teste do caráter de um ser humano, por duas razões. Uma boa reputação preservada ao longo dos anos é um ótimo testemunho da integridade da pessoa, mas sua forma de reagir aos louvores costuma ser muito reve- ladora. Se ela conseguir resistir ao teste ácido da adulação sem se tornar vaidosa ou cheia de si, é feita de boa matéria-prima. |
Pv.27:22 | 22. Pises. Literalmente, “moer fino”. As mulheres moíam o grão em pilões com um bastão pesado, usando toda a força dos braços e das costas. Essa imagem representa de forma vivida que nem mesmo o castigo mais severo é capaz de curar a loucura de um insensato. |
Pv.27:23 | 23. O estado das tuas ovelhas. Os v. 23 a 27 são uma ode de louvor ao viver agrícola e pastoril. O “estado” significa, literalmente, a “face” ou a “aparência”. Observa-se naturalmente um paralelo com o trabalho dos pastores, presbíteros, pais e líderes da juventude (ver IPe 5:2-4). |
Pv.27:24 | 24. Riquezas. Do heb. chosen, que também pode significar “força”. A LXX traduz assim a primeira parte: “pois o homem não tem força e poder para sempre”. Duas aplicações são possíveis: (1) cuide de seus rebanhos, pois os tesouros podem se perder e a fazenda será sua única salvação; e (2) como sua força um dia irá embora, você precisa estar preparado para a velhice. |
Pv.27:25 | 25. Removido o feno. Ou, “o pasto fica nu”, isto é, toda a relva é cortada e ajuntada a fim de abrir espaço para capim novo. O feno das colinas era cortado e armazenado. Tudo isso faz parte do cuidado necessário para formar a imagem de prosperidade retratada nos dois versículos seguintes. A LXX traduz o texto da seguinte forma: “Cuida das ervas docampo e tu cortarás a grama e ajuntarás o feno da montanha.” |
Pv.27:26 | 26. Preço. Os bodes darão lucro suficiente para comprar o campo. |
Pv.27:27 | 27. Para teu alimento. O leite de cabra era alimento comum na Palestina. Era usado fresco e coalhado, doce e azedo, frio e quente. A carne dos bodes também era ingerida (ver Êx 23:19; Lv 7:23; Lc 15:29).Capítulo 28Observações gerais sobre a impiedade e a integridade religiosa. |
Pv.28:1 | 1. Intrépido como o leão. O perverso é condenado por sua consciência culpada antes mesmo de ser acusado pelos seres humanos. Quando a morte se aproxima, a diferença entre a coragem do indivíduo que busca a justiça e a covardia de quem ama o pecado fica ainda mais aparente. Enquanto a pessoa de bem tem confiança tranquila no Salvador, o ímpio enfrenta a morte com ousadia desafiadora ou com medo servil. Quando Davi se deparou com o que muitos pensaram ser morte certa (lSm 17:32-34) foi ousado porque cria ser servo do Altíssimo e estar fazendo a vontade dEle, sob Sua proteção (comparar com a experiência de Jônatas, em lSm 14:6-16). |
Pv.28:2 | 2. Mudam-se frequentemente os príncipes. A decadência social e moral resulta, muitas vezes, na rápida sucessão de governantes. Quando um sábio assume o poder, a desordem no reino é resolvida, a lei e a ordem voltam a vigorar, e o patrimônio do país é preservado (ver Ec 9:14, 15). |
Pv.28:3 | 3. O homem pobre. Quando o homem pobre se torna opressor dos destituídos, causa dano como a enxurrada da tempestade, que carrega a parte de cima da terra, em vez de promover germinação e crescimento. |
Pv.28:4 | 4. Louvam o perverso. Somente aquele que rejeita a autoridade da lei seagrada com o sucesso de uma pessoa má (ver Rm 1:32). |
Pv.28:5 | 5. Entendem tudo. Quem rejeita o controle da lei de Deus não consegue enxergar a diferença entre o certo e o errado (Rm 8:7). O Senhor, porém, certifica aqueles que sujeitam à Sua orientação o rumo que desejam seguir (Is 30:21; jo 7:17; DTN, 668). |
Pv.28:6 | 6. O perverso, nos seus caminhos. Comparar com Pv 19:1. |
Pv.28:7 | 7. Lei. Do heb. torah, todas as formas de instrução, inclusive a lei de Deus.Libertinos. Do heb. zolelim, “lascivos” ou “glutões”. A glutonaria é vergonhosa para o ser humano e ref lete seu caráter irrefreado. |
Pv.28:8 | 8. Juros e ganância. Caso a distinção seja mais do que retórica, "juros” pode se referir ao lucro obtido por meio do empréstimo de dinheiro, e 'ganância”, aos juros de um empréstimo de provisões. O dinheiro que o ganancioso acumula usando métodos desaprovados por Deus pode, depois de sua morte, ser despendido com os pobres, por seu herdeiro (ver jó 27:16, 17; Pv 13:22). |
Pv.28:9 | 9. Ouvir a lei. Neste versículo, a mesma pessoa que se desvia da lei de Deus também deseja orar. Isto sugere que não se trata de alguém irresponsável, sem religião, mas, sim, de um indivíduo que se recusa a fazer da lei divina o guia desua vida. Existem muitos dispostos a servir ao Senhor, mas desejam fazê-lo à própria maneira. Alguns aceitam parte da lei de Deus como padrão para a vida, outros afirmam que ela foi completamente extinta. São poucos os que tomam toda a lei moral do Senhor como expressão autoritativa de Sua vontade para Seu povo (ver Jo 14:15; 15:10; cf. Rm 8:3, 4).Será abominável. O pecado ergue uma barreira entre Deus e o pecador (Is 59:1, 2). Fariam bem em meditar neste versículo aqueles que agem de forma contrária à sua consciência e os que afirmam guardar apenas o suposto espírito da lei, achando-se superiores a quem, por meio do poder do Espírito Santo, guarda tanto a letra quanto o espírito da lei. Embora o Senhor tolere as pessoas que não se conformam com a lei, por não terem tido a oportunidade de descobrir o que Deus requer delas (At 17:30; Rm 5:13), Ele não pode aceitar o serviço daqueles que se afastam deliberadamente de Sua lei. Caso fizesse isso, estaria sancionando a rebelião deliberada. |
Pv.28:10 | 10. Na cova que fez. O indivíduo que desvia os outros é retratado caindo na cova junto com suas vítimas. Mas o justo se levanta e volta para o caminho direito (ver Pv 24:16), prosseguindo na bênção de Deus até a recompensa final. O ímpio não ganha nada com seus atos de maldade, a não ser uma culpa cada vez maior. |
Pv.28:11 | 11. Sabe sondá-lo. Alguns ricos creem que a riqueza acumulada por eles é prova de sua sabedoria e astúcia; entretanto, ao negligenciarem os valores eternos, revelam sua insensatez ao pobre que adquiriu o entendimento de Deus, a fonte da sabedoria verdadeira. O pobre sábio vê além da aparente prosperidade e enxerga os transtornos que aguardam os ricos (ver SI 73:3, 17; Tg 5:1-6). |
Pv.28:12 | 12. Grande festividade. Quando as pessoas de bem vencem os perversos e governam com eficácia, há “grande festividade”(ver Pv 11:10; 29:2). O povo sabe que será bem tratado, se proceder bem, e punido de forma justa, se proceder mal. A confiança no governante é desenvolvida, e os súditos se alegram na segurança e não temem revelar sua prosperidade. No entanto, comportam-se de maneira bem diferente quando o perverso está na liderança. Tentam esconder sua riqueza e evitam atrair a atenção de governantes que buscam favorecer a si próprios (ver Pv 28:28). |
Pv.28:13 | 13. Encobre as suas transgressões. A prosperidade espiritual é impossível à pessoa que acaricia o pecado. Desculpar-se pelos próprios pecados equivale a resistir à obra do Espírito Santo (Jo 16:8-11) e correr o risco de endurecer tanto o coração ao ponto de não sentir mais o desejo de ser justo, nem o impulso de se arrepender.Por outro lado, o mero reconhecimento do pecado não é suficiente. O pecador deve deixá-lo e obter êxito em resistir à tentação, usando a força que Deus prometeu dar (ver Rm 8:3, 4; Fp 2:13; 2Tm 2:22; ljo 3:6). Somente quando essas condições são atendidas é que o Senhor pode estender Sua misericórdia. Perdoar e abençoar o indivíduo que ainda se apega ao pecado seria encorajá-lo em seu caminho, que, se seguido, levaria por fim à morte eterna (Rm 6:23; Tg 1:13-15). Levar uma pessoa assim para o mundo eterno apenas perpetuaria o sofrimento, a tristeza e a morte que o pecado causa. |
Pv.28:14 | 14. Constante no temor. Feliz é quem se vigia a todo instante e compara, de forma consistente, sua conduta com o padrão estabelecido pela vontade revelada de Deus, a fim de revelar instantaneamente qualquer desvio do direito e se corrigir (ver SI 119:11; Fp 2:12; Tg 1:22-25). Essa pessoa é feliz porque mantém uma atitude vigilante pela força que vem da habitação de Cristo nela, mediante o Espírito Santo (ver Ef 3:16, 17; IPe 1:22, 23; IJo 3:9; Jd 24).Por causa do poder do mal e da presença de Satanás para enganar e conduzir ao pecado (lPe 5:8; Ap 12:12), o ser humano só consegue triunfar na batalha contra o pecado por meio do auxílio de agências celestiais. Contudo, quando o coração endurecido a elas resiste, a calamidade é certa. |
Pv.28:15 | 15. O perverso que domina. A total impotência das pessoas comuns contra opressores poderosos levaria ao desespero, não fosse a promessa do Senhor de cuidar daqueles que olharem para Ele (SI 91:13-16). |
Pv.28:16 | 16. Multiplica as opressões. Comparar com Jr 22:13-19.Aborrece a avareza. A avareza é o desejo excessivo por ganhos. As pessoas que dão as costas ao verdadeiro ganho da vida eterna e passam a vida em busca dos ganhos mesquinhos e temporários deste mundo revelam falta de entendimento. |
Pv.28:17 | 17. Fugirá até à cova. Ao declarar que a morte é a punição do assassinato e que ninguém deve intervir na execução da pena, Salomão estava ecoando as palavras de Moisés (ver Gn 9:5, 6; Êx 21:12-14). |
Pv.28:18 | 18. Logo. Literalmente, “em um”, expressão cujo sentido não fica claro. A LXX traduz assim a segunda parte: “mas aquele que anda em caminhos tortuosos neles ficará emaranhado”. |
Pv.28:19 | 19. Vadios. Ou, “coisas vãs”. Aqueles que buscam as coisas vãs da vida, em vez de trabalhar para obter seu sustento, certamente cairão em pobreza, tanto material quanto espiritual. |
Pv.28:20 | 20. O que se apressa. Ver Pv 21:5. |
Pv.28:21 | 21. Parcialidade. Ver com. de Pv 18:5.Por um bocado de pão. A triviali-dade das circunstâncias que influenciam o injusto a demonstrar parcialidade é exemplificada pela figura de um pedaço de pão. |
Pv.28:22 | 22. Tem olhos invejosos. Para o avarento, não há ganho permanente. |
Pv.28:23 | 23. Depois. Do heb. acharay, literalmente, “depois de mim”. 'Acharay não é apalavra costumeira para “depois”, mas pode se tratar de uma forma incomum do advérbio. A repreensão sábia traz recompensas tanto para quem a dá quanto para quem a recebe, mesmo que possa magoar na hora (ver Pv 27:6; 29:5; Tg 5:19, 20). |
Pv.28:24 | 24. Não é pecado. Nada serve de desculpa para o roubo. Mesmo que o filho alegue que tudo quanto os pais possuem será dele depois que morrerem, os bens materiais ainda não lhe pertencem, para que possa se apropriar deles sem o devido consentimento. Caso o faça, não será melhor do que um saqueador comum (ver Pv 19:26). Cristo condenou os filhos que se recusavam a sustentar os pais com a desculpa de haver dedicado sua propriedade ao templo (Mt 15:4-6; Mc 7:9-12). |
Pv.28:25 | 25. O cobiçoso. Literalmente, “largo de alma”, ou seja, de desejo, um indivíduo cobiçoso e avarento. A pessoa inflada com o senso de importância própria e que despreza os outros incomoda todos com quem se encontra e causa dissensão (ver Pv 15:18; 29:22). O humilde e temente a Deus cumpre seu dever e confia que o Senhor proverá « suas necessidades. Também é verdade queo cobiçoso desperta inimizade ao buscar o bem somente para si, ao passo que a pessoa de bem prospera (ver Pv 11:25; 29:25; Hc 2:5; Tg 4:1). |
Pv.28:26 | 26. No seu próprio coração. Ou seja, nos próprios impulsos e planos (ver Gn 6:5; 8:21; Pv 14:16; 28:14). |
Pv.28:27 | 27. Não terá falta. Uma vez que Deus considera todo o bem feito pelos pobres e necessitados uma ação em Seu favor, a doação sábia a quem precisa não empobrecerá o doador (ver Pv 11:24-26; 19:17). O egoísmo traz, por natureza própria, uma maldição, bem diferente daquilo que Deus faria para demonstrar Seu desprazer (Ag 1:9-11). Assim, de forma indireta, o pobre negligenciado acumula maldições sobre a cabeça da pessoa que ignora sua aflição. |
Pv.28:28 | 28. Sobem os perversos. Ver com. do v. 12. Com a queda dos perversos, os justos aumentam em número e em prosperidade.Sob o governo de cobiçosos, as pessoas de bem não tendem a ficar ricas e, quando conseguem, boa parte de seus lucros lhes é tirada.Capítulo 29i 045 |
Pv.29:1 | 1. O homem que muitas vezesrepreendido. Literalmente, um ‘'homem de repreensões”. A longanimidade de Deus dá aos pecadores um período de graça para se arrependerem de suas maldades. Se continuarem a endurecer a mente e rejeitar o jugo ‘‘suave” de Cristo (Mt 11:30), enquanto a misericórdia divina os protege das consequências de seus pecados, a calamidade e a destruição parecerão vir de repente (ver Pv 6:15; 15:10; Jr 19:15; Hb 10:26-30). |
Pv.29:2 | 2. Quando se multiplicam. O contraste com a segunda parte do versículo sugere que os justos que se multiplicam estão em autoridade. Quando as pessoas de bem têm a chance de ficar em destaque, todos desfrutam liberdade, sem impedimentos. Isso ocorre em grau ainda maior quando os justos estão no controle (ver Pv 11:10; 28:12, 28). |
Pv.29:3 | 3. Ama a sabedoria. Que pai deixaria de se agradar do filho que demonstra amor pela sabedoria? Alguns podem reclamar do excesso de estudo, mas a sabedoria não tem inimigos entre as pessoas de bem. O filho que se volta para o vício desperdiça tudo o que tem. Sacrifica a saúde e a força à privação de sono e à conduta desordeira. A sabedoria e o conhecimento desaparecem sob a influência do álcool (ver Lc 15:13). |
Pv.29:4 | 4. Sustém. Nada mina a segurança como a injustiça. Quando a pessoa vislumbra a possibilidade de sofrer inocentemente nas mãos de seus governantes, é tentada a pensar que a retidão não compensa e a se voltar para os maus caminhos. Até mesmo os que não se deixam corromper peloexemplo de seus líderes se veem impedidos de fazer seu melhor.Impostos. Do heb. terumoth, usado em outras passagens para designar contribuições rituais ou ofertas. Neste caso, é provável que se refira a impostos, ou seja, as contribuições exigidas por um governante. A expressão ‘‘o amigo de impostos”, literalmente, “homem de ofertas”, recebeu interpretações diversas. Não se sabe ao certo se Salomão se referia a quem dá ou recebe os recursos; ou se falava dos governantes que exigiam sacrifícios como se fossem deuses. |
Pv.29:5 | 5. Arma-lhe uma rede. E difícil resistir à bajulação, em especial quando ela vem de alguém próximo que parece ter interesse pessoal ao fazer os elogios. Mesmo nas questões desta vida, muitas pessoas tomam decisões insensatas sob a influência da adulação habilidosa (Pv 26:28; 28:23; PJ, 161, 162). |
Pv.29:6 | 6. Há laço. O pecador coloca os próprios pés dentro de um laço, mesmo que só se torne ciente desse fato tarde demais. O justo canta e se regozija porque Deus lhe dá sabedoria e força a fim de resistir o mal e seguir livremente no caminho para o reino eterno (ver Pv 12:13; 18:7; 24:16). Os maus hábitos são como armadilhas: é fácil entrar e difícil sair. Sem a ajuda divina, a débil força de vontade do pecador não consegue romper as cordas que o amarram. O propósito do adversário é manter a vítima presa por meio de fraude, deixando-a inconsciente de seu cativeiro, até que seja muito tarde para se livrar e fugir. |
Pv.29:7 | 7. Causa. Do heb. din, um termo jurídico. O justo defende a causa do pobre nos tribunais (ver Jó 29:12, 16), mas o perverso não se importa com quem está certo ou errado no caso. |
Pv.29:8 | 8. Alvoroçam a cidade. Literalmente, “respiram [ou sopram] sobre a cidade’’, provavelmente no sentido de incitar descontentamento. Embora os escarnecedores riam da autoridade, do direito e provoquem conflitos, os sábios se esforçam para acalmar sentimentos ruins (ver Pv 15:18). |
Pv.29:9 | 9. Quer este se encolerize. Gramaticalmente a expressão original pode se referir tanto ao sábio quanto ao insensato, embora seja mais natural que o insensato aja dessa maneira numa discussão. A LXX aplica a rai\a e o riso ao insensato sem ambiguidades, assim como a ARA. O certo é que não haverá tranquilidade enquanto prosseguir a discussão entre partes tão desiguais. |
Pv.29:10 | 10. Aos retos, procuram tirar-lhes a vida. O sentido desta frase é difícil. A tradução da ARA é feita com certa dificuldade gramatical. Outros interpretam que o sentido é do justo tentando salvar a alma do sanguinário (ver SI 142:4; no entanto, o verbo usado neste texto é diferente). Há aqueles que aceitam o sentido da KJV, de que o justo procura vingança (ver Ap 6:9-11). Outros ainda, trocam a palavra para “retos”, yesharim, pelo termo para “perversos', reshaim. Desse modo, a segunda parte ficaria: “Iodos os perversos procuram sua alma.” Esta mudança tornaria as duas orações paralelas. |
Pv.29:11 | 11. Toda a sua ira. Literalmente, “todo o seu espírito”. O espírito é associado às emoções. Portanto, a provável referência do versículo é á ira que o insensato extravasa no calor da dissensão. O sábio espera o temperamento acalmar para só depois apresentar, com calma, seu argumento. |
Pv.29:12 | 12. Dá atenção a palavras mentirosas. O governante que se permite enganarao favorecer quem tenta agradá-lo com mentiras logo só terá mentirosos o servindo. |
Pv.29:13 | 13.0 seu opressor. 0 pobre e seu opressor rico se associam de muitas formas infelizes, mas é o Senhor quem dá vida a ambos. |
Pv.29:14 | 14. Firmará. O rei que cuida fiel mente dos pobres faz a obra de Deus e se encontra sob a proteção divina. Esse monarca não cuidará apenas dos pobres, mas também dos ricos. Por isso, todos terão o interesse de ver a continuidade de seu reinado e de sua dinastia.Para sempre. Do heb. Icíad, “existência contínua”, não necessariamente sem fim. A expressão costuma designar o tempo de vida da pessoa a quem é aplicada (ver SI 9:18; 21:6; 61:8). A maioria das palavras traduzidas por "para sempre”, na Bíblia, podem ser consideradas com o seguinte significado: “duração longa ou curta, determinada pela natureza do objeto ou pessoa a que se aplica”. Caso se refira ao Deus eterno, à nova terra, aos anjos não caídos ou aos redimidos, pode muito bem significar “sem fim", mas a duração é limitada quando se alude ao ser humano mortal. O trono do bom rei será estabelecido até que as condições mudem e a proteção divina seja perdida. |
Pv.29:15 | 15. A vara e a disciplina. Quando ambas são usadas com prudência. A negligência ou o excesso de seu uso levam ao fracasso (ver Pv 10:13; 13:24; 23:13). |
Pv.29:16 | 16. Transgressões. Quando os perversos prosperam, naturalmente rebaixam o tom moral de toda a comunidade, mas eles não permanecerão para sempre. Os justos que oram pela restrição da maldade verão a resposta a suas preces (ver Pv 10:13; 13:24; 23:13). |
Pv.29:17 | 17. E te dará descanso. O filho disciplinado adequadamente não trará aos pais as ansiedades intermináveis que o filho mimado causa. Em vez disso, proporciona alegria e profunda satisfação, quando eles o veem fazer sozinho as escolhas certas. |
Pv.29:18 | 18. Profecia. Do heb. chazon. Em cada uma de suas 35 ocorrências, o termo se refere a uma visão profética. Com exceção dos oráculos dos cap. 30 e 31, atribuídos respectivamente a Agur e Lemuel, a referência do versículo parece ser a única menção a profetas ou a profecia neste livro. Contudo, todos os escritos de Salomão comunicam sabedoria e conhecimento às pessoas, da parte de Deus.O povo se corrompe. Do heb. para', “deixar ir”. A primeira parte diz literalmente: “Quando não há visão, o povo se perde [ou carece de limites].” Quando uma igreja ou nação se afasta tanto de Deus que Ele já não pode mais se comunicar diretamente com ela, mediante Seus mensageiros escolhidos, o povo carece de limites.Lei. Neste caso, a lei compreende toda a vontade revelada de Deus. Em vez da anarquia e da miséria resultantes de todas as ocasiões em que o ser humano faz o que é certo aos próprios olhos (Jz 17:6), há prosperidade e alegria quando a vontade do Senhor é seguida. |
Pv.29:19 | 19. Não obedecerá. Ou seja, não atenderá a instruções. Embora o servo relutante entenda bem o que seu senhor deseja que ele faça, precisará mais do que de palavras para agir. |
Pv.29:20 | 20. Nas suas palavras. Ou, “em seus modos”. Palavras e ações impensadas e impacientes causam problemas tanto para quem fala quanto para as pessoas ao seu redor (ver Pv 26:12; Tg 1:19). |
Pv.29:21 | 21. O escravo. A escravidão doméstica era diferente da escravidão em geral. Às vezes, desenvolviam-se afeição e confiança entre o senhor e o escravo (ver Gn 15:2; Êx 21:5, 6). O servo podia até mesmo se transformar em herdeiro.Outro ponto de vista do provérbio é uma advertência contra o favorecimento do servo indigno, que podia envenenar a mente do senhor contra os próprios filhos. No fim,ele podia conquistar tanta influência sobre o senhor, a ponto de persuadi-lo a deserdar os filhos e deixar a propriedade da família em suas cobiçosas mãos (ver Pv 17:2). |
Pv.29:22 | 22. Multiplica. Quem perde a calma, perde o controle de si. A LXX traduz o versículo assim: “O homem furioso provoca contendas e o apaixonado escava pecados” (ver Pv 15:18; Tg 1:20). |
Pv.29:23 | 23. O humilde de espírito obterá honra. A segunda parte diz literalmente: “O humilde de espírito tomará posse da honra.” Em algum momento, o humilde não só recebe honra, como a retém, pois a mesma humildade que o caracterizava antes de ser elevado permanece com ele depois (ver Pv 15:33; 16:18, 19; 25:6, 7; Dn 2:30; Lc 14:11). |
Pv.29:24 | 24. Aborrece. O indivíduo que se encontra na companhia de um ladrão corre o risco de ser preso como cúmplice do crime e de perder a vida. Depois de jurar solenemente e revelar o que sabe, o ocultamento da verdade o torna culpado de perjúrio (ver Lv 5:1; jz 17:2).Denuncia. Literalmente, “torna conhecido”. |
Pv.29:25 | 25. Teme ao homem. A pessoa que tem tanto medo dos seres humanos a ponto de negligenciar seu dever ou de fazer o que sabe ser errado está colocando em risco a própria salvação. Aquele, porém, que teme ao Senhor está “seguro”, literalmente, “elevado”, portanto, protegido de todos os ataques do inimigo (ver Pv 18:10; ls 51:12; Mt 10:28; Mc 8:38). |
Pv.29:26 | 26. Do Senhor. Não são os governantes e magistrados que decidem o destino final do ser humano. Esse julgamento está nas mãos do Senhor. |
Pv.29:27 | 27. Para o justo, o iníquo é abo- minação. Se este for o encerramento da parte de Salomão, em Provérbios, conforme parece evidente (ver Pv 30:1; 31:1), o versículo faz uma conclusão adequada,pois resume o assunto do livro. A antipatia mútua entre o bem e o mal, da qual falou o sábio, se estende a quem pratica maus atos. A pessoa de bem acha impossível permanecer num relacionamento pessoal e íntimo com os perversos, pois seus objetivos, preocupações e padrões são bem diferentes. A menos que rebaixe seus padrões,não conseguirá se sentir confortável na presença deles. O contrário também é verdade (ver Is 53:3; Jo 15:19). A menos que o perverso esteja disposto a deixar o caráter dos justos influenciar sua conduta, ele ficará enfastiado na presença deles. A “abomina- ção” que o justo sente deve ser o ódio à maldade do perverso (ver SI 139:19-21).Capítulo 30I A confissão de fé de Agur. 7 Os dois temas de sua oração. 10 Os pobres não devem ser injustiçados. 11 Quatro gerações perversas. 15 Quatro coisas insaciáveis. |
Pv.30:1 | 1. Palavras de Agur. A interpretação deste versículo tem gerado bastante discussão. Em nenhum outro lugar da Bíblia lemos a respeito de Agur, de (aque ou de Ucal (ARC, NVI). O nome Itiel (ARC, NVI) é encontrado em Neemias 11:7 e se refere a ura descendente de Benjamim. Alguns intérpretes judeus creem que “Agur’’ seja um nome alegórico de Salomão, e traduzem assim a frase de abertura: 'Palavras do colecionador, filho do Piedoso [ou Obediente]', usando a designação "Piedoso” para se referir a Davi. A Vulgata segue uma idéia semelhante, traduzindo a frase como: “Palavras do Colecionador, filho do Revelador.”Aqueles que não consideram Salomão o autor desta seção argumentam que ela tem um tom pouco interior aos trechosanteriores do livro. Também defendem que os v. 2 e 3 não parecem ter sido ditos por Salomão.A ARA segue uma versão grega e está de acordo com vários comentaristas a respeito do lugar chamado iVlassá, traduzido em outras versões (como NVI e ARC) por ‘'oráculo”. A Bíblia faz referência ao local em Gênesis 25:14 e 1 Crônicas 1:30. Mesmo com essa designação, nenhuma luz é lançada sobre a identidade de Agur. A referência de Ellen G. White (T4, 455, 456) também não é conclusiva. Todavia, não é necessário saber a quem estas palavras inspiradas foram dadas. |
Pv.30:2 | 2. Inteligência. Esta afirmativa parece uma confissão franca de alguém que percebeu não ter atingido todo o avanço intelectual a seu alcance. |
Pv.30:3 | Sem comentário para este versículo |
Pv.30:4 | 4. Quem subiu [...]? Só fazendo isso o ser humano conseguiría adquirir conhecimento considerável do Santo. Jesus afirmou que somente Ele era capaz de revelar o Pai, pois apenas Ele estivera no Céu (Jo 1:18; 3:13; CC, 16).Amarrou as águas. Comparar com Jó 38 e 39. |
Pv.30:5 | 5. Palavra. Do heb. ’inircih, termo que só ocorre neste versículo em Provérbios. E também encontrado num salmo, do qual o sábio pode ter tirado essa ideia (SI 119:140). O Senhor protege Sua Palavra de forma especial. Para quem depende dela, a Palavra se torna escudo e proteção.Pura. Literalmente, “refinada” (ver SI 12:6). |
Pv.30:6 | 6. Nada acrescentes. Como a Palavra de Deus é purificada pelo cuidado divino, não se pode contaminá-la. A mente finita nunca entende por completo os pensamentos de Deus (Pv 30:3, 4; Is 55:7-9).Moisés fez uma advertência semelhante em relação às declarações divinas (Dt 4:2). João encerrou o último livro da Bíblia com uma proibição ainda mais enfática (Ap 22:18, 19). Não há, neste versículo, a intenção de proibir a exposição da Palavra de Deus, contanto que esta não seja adulterada, para colocar à prova as conclusões feitas. É a alteração ou o abandono do padrão objetivo da verdade que causa confusão e sofre reprovação do Senhor. |
Pv.30:7 | 7. Duas coisas. Os v. 7 a 9 apresentam dois pedidos a Deus que o autor desejava ver cumpridos durante sua vida. |
Pv.30:8 | 8. Falsidade. Do heb. shaxv’, ''vazio”, “inutilidade’’.Nem a pobreza nem a riqueza. O autor ora para ser mantido em circunstâncias moderadas, por motivos explicados no v. 9. |
Pv.30:9 | 9. Para não suceder que, estando eu farto. O grande perigo da riqueza é que ela tende a fazer o ser humano se sentir independente da bondade de Deus e anão considerá-Lo a única fonte das riquezas verdadeiras (ver Jó 21:13-15; SI 73:12). A pobreza, por sua vez, pode levar o indivíduo a pensar que o Senhor deixou de cuidar dele e, assim, pode conduzi-lo a formas erradas de prover o próprio sustento (ver Is 8:21). Todas as pessoas, ricas e pobres, devem conservar o sentimento de dependência do Pai celestial. |
Pv.30:10 | 10. Não calunies. A vida do servo pode se tornar muito pior caso urna pessoa livre fale mal dele em segredo. Deve-se demonstrar simpatia àqueles que desempenham funções humildes. |
Pv.30:11 | 11. Há daqueles. Este versículo começa uma série de declarações que descrevem um grupo de pessoas existentes naquela época. Eram caracterizadas pela deslealdade aos pais, um pecado punido com a morte em Israel (Êx 21:17; cf. Pv 20:20). |
Pv.30:12 | 12. Próprios olhos. Comparar com a acusação que Cristo fez aos fariseus (iVlt 23:25-28; Lc 18:9, 11). |
Pv.30:13 | 13. Altivos. Comparar com Pv 6:17; 21:4. |
Pv.30:14 | 14. Espadas. A ganância deste grupo não conhece limites. Tais pessoas não conseguem descansar até que o pobre seja totalmente destituído de sua propriedade (ver Am 8:4). |
Pv.30:15 | 15. Sanguessuga. Do heb. ‘aluqah. Levando em conta a semelhança com o siríaco, o hebraico moderno e o árabe e também o testemunho da LXX, a maioria dos eruditos concorda que ‘aluqah se refere a u ma sanguessuga grande, comum na Palestina, que tem um desejo insaciável por sangue.A saber: Dá. A primeira frase diz, literalmente: ‘A sanguessuga tem duas filhas, Dá, Dá.' “Dá” pode ser considerado o nome ou o grito dessas filhas. |
Pv.30:16 | 16. Basta! A sepultura nunca estará tão cheia a ponto de não haver mais lugar para a morte; a mulher israelita estéril nunca cessaria o desejo urgente de ter filhos para quepudesse andar de cabeça erguida em meio às outras (ver Gn 30:1; cf. Gn 16:4); um solo seco, “sedento”, nunca consegue água suficiente para se tornar permanentemente fértil; e o fogo é capaz de devorar tudo que estiver à sua frente, sem nunca se satisfazer. |
Pv.30:17 | 17. Zomba do pai. Vida longa é prometida para quem honra os pais (Êx 20:12). Uma morte violenta sem sepultamento é a ameaça que o versículo apresenta para ? quem quebra essa lei. |
Pv.30:18 | Sem comentário para este versículo |
Pv.30:19 | 19. O caminho da águia. Os quatro itens mencionados são exemplos de coisas inescrutáveis, extraídos da história natural. Alguns observaram que o elemento comum a essas quatro coisas diferentes é que nada marca o caminho que elas trilham. Alegorias como a comparação da águia a Cristo (Dt 32:11, 12), da serpente ao diabo atacando a Rocha, que é Cristo (Ap 12:9), do navio à igreja trilhando seu caminho sem mácula em meio ao mar da humanidade pecaminosa e da donzela à virgem iVlaria são um afastamento aos princípios sólidos de interpretação das Escrituras. |
Pv.30:20 | 20. Não cometi maldade. A adúltera, junto com todos os pecadores que escaparam da observação das pessoas e que pensam não haver nenhum vestígio de suas transgressões, verá todos os seus maus atos serem expostos no dia do juízo (ver Mt 12:36; 2Co 5:10). |
Pv.30:21 | Sem comentário para este versículo |
Pv.30:22 | 22. O servo. A terra estremece diante de incongruências como um servo que se torna rei, sem nenhuma educação para exercer o posto (ver Pv 19:10); o insensato rico, capaz de gratificar seu desejo incontro- lável de dar prazer a si mesmo e perturbar os outros (ver Pv 29:2); a mulher sem atrativos que leva uma vida amarga e solitária até conseguir finalmente se casar e despejar seu rancor sobre aqueles que a desprezavam; e, por fim, a serva que assume o lugarde sua senhora e é tão pouco habilitada a administrar uma casa quanto o servo, para governar um reino. |
Pv.30:23 | Sem comentário para este versículo |
Pv.30:24 | Sem comentário para este versículo |
Pv.30:25 | 25. As formigas. Ver com. de Pv 6:6. |
Pv.30:26 | 26. Os arganazes. Do heb. shefannim, provavelmente “texugo das rochas”. Estes animais se abrigam em rochas e designam sentinelas para lhes advertir do perigo. |
Pv.30:27 | 27. Os gafanhotos. Eles não parecem ter líderes, contudo se movimentam com a sincronia de um exército bem treinado. |
Pv.30:28 | 28. O geco. Do heb. semamith. A palavra só ocorre neste versículo e sua identificação é incerta. E provável que se refira a uma espécie de lagarto. Uma pequena mudança nos pontos vocálicos permite a tradução: “O lagarto é pego com as mãos.” Esta versão torna a afirmação sobre o lagarto paralela às relativas aos outros animais. A ênfase se encontra sobre as grandes conquistas, a despeito da fragilidade. O lagarto é tão fraco que pode facilmente ser pego com as mãos; contudo, consegue invadir palácios reais. |
Pv.30:29 | 29. Quatro que andam airosa- mente. São mencionados quatro exemplos de movimento eficiente e confiante. |
Pv.30:30 | 30. O leão. A palavra usada aqui para “leão” só ocorre novamente em Jó 4:11 e Is 30:6. |
Pv.30:31 | 31. Galo. Do heb. zarzir mothnayim, literalmente, “um cinto no ventre”. No hebraico moderno, zarzir representa o estorninho. Não há como determinar que ave específica o sábio tinha em mente, já que a palavra só ocorre neste versículo. As versões antigas traduzem zarzir por “galo”, como a ARA. Outra hipótese de definição é “cavalo”. |
Pv.30:32 | Sem comentário para este versículo |
Pv.30:33 | 33. Bater. Do heb. mits, “apertar”, “pressionar” ou “torcer”. O termo traduzido por “manteiga” representa melhor o coalho do leite ou o soro. A pressão irada sobre o nariz produz sangue e quem está zangado certamente causa confusão.Capítulo 31planta uma vinha com as rendas do seu trabalho. |
Pv.31:1 | 1. Lemuel. O versículo diz, literalmente: '‘Palavras de Lemuel, rei, um oráculo [ou, se a palavra não for traduzida, ‘de Massá’], as quais sua mãe lhe ensinou” (sobre “Massa”, ver com. de Pv 30:1). Este capítulo é mais semelhante, em estilo e espírito, ao restante de Provérbios do que o cap. 30, e um grupo acredita que Salomão o tenha escrito. Consideram Lemuel outro nome para Salomão. No entanto, isso não pode ser confirmado e o conhecimento da autoria específica não é importante. As palavras são inspiradas e repletas de conselhos valiosos. A LXX apresenta a seguinte introdução a esta nova seção: “Minhas palavras foram taladas por Deus - a resposta oracular de um rei, a quem sua mãe instruiu.” |
Pv.31:2 | 2. Que te direi, meu filho? A pergunta parece significar: “Que conselho te darei?” |
Pv.31:3 | 3. As que destroem. O versículo todo é uma advertência à falta de castidade. |
Pv.31:4 | 4. Próprio dos reis. Condescender com bebidas alcoólicas pode provocar grandes danos, mesmo quando isso é feito por pessoas comuns. Guando os governantes se sujeitam à escravidão do álcool, o prejuízo causado a eles próprios se multiplica no dano sofrido pelos súditos, em decorrência de uma administração irresponsável. |
Pv.31:5 | 5. E se esqueçam da lei. O embota mento da sensibilidade e o aumento dos desejos egoístas causados pelo álcool tornam o governante inclinado a ignorar a justiça e a tomar decisões segundo os próprios interesses, levando dificuldades àqueles de quem não gosta e também aos pobres sofredores. |
Pv.31:6 | 6. Daí bebida forte. Comparar com Pv 20:1; 23:29-35; ver com. de Dt 14:26.Aos que perecem. Sem o conhecimento dos remédios disponíveis pela atual medicina, os antigos só dispunham de misturas de bebidas alcoólicas e de preparações com ervas narcóticas para amenizar as dores de uma doença fatal. Os condenadosà morte de cruz, no tempo de Cristo, recebiam uma mistura de vinagre e fel. O Senhor Se recusou a bebê-la. Ele desejava ter a mente clara para resistir à tentação de Satanás e permanecer firme na fé em Deus (ver Mt 27:34; DTN, 746, 754, 755). |
Pv.31:7 | Sem comentário para este versículo |
Pv.31:8 | 8. Os que se acham desamparados. São indivíduos em dificuldade extrema, que não podem responder por si nas cortes, por causa da pobreza ou da oposição dos governantes do país. Eles precisam, por isso, de pessoas de bem que falem por elas (ver Jó 29:12). |
Pv.31:9 | 9. Faze justiça. Comparar com Pv21:13; Zc 7:9; 8:16. |
Pv.31:10 | 10. Mulher virtuosa. Os 22 versículos seguintes estão dispostos na forma de um acróstico habilidoso, seguindo a ordem das 22 letras do alfabeto hebraico. O v. 10 inicia com a primeira letra, o v. 11, com a segunda, e assim por diante. Alguns salmos foram compostos de maneira semelhante (SI 9; 10; 25; 34; 37; 111; 112; 119; 145).A “mulher virtuosa” é, literalmente, uma “mulher de poder”. A LXX traz gunaika andreian, literalmente, uma “mulher masculina”, no sentido de ser forte, vigorosa e possuir qualidades excelentes. As palavras hebraicas podem ser interpretadas com o sentido de “mulher de caráter firme”. |
Pv.31:11 | Sem comentário para este versículo |
Pv.31:12 | 12. Todos os dias. As vezes, é comum a mulher se cansar de fazer o bem. Talvez o marido falhe em elogiar suas boas obras ou pareça mais interessado em tê-la como uma dona de casa econômica do que como companheira (ver v. 28). Por essas razões, ela se torna negligente e relaxada ou dura e arrogante. |
Pv.31:13 | 13. Busca lã. A mulher ocupada sente prazer em sua eficiência. Ela faz o maior esforço para conseguir materiais que se transformarão em trabalho e beneficiarão a família. |
Pv.31:14 | 14. De longe traz o seu pão. A mesma diligência em comprar apenas o melhor epelo menor preço ainda é vista entre as mulheres. Este atributo faz algumas delas andarem ou dirigirem quilômetros para obter vantagens sobre os mercados mais próximos. Além disso, gostam de colocar alimentos surpreendentes na mesa - trazendo o seu pão de longe. |
Pv.31:15 | 15. Ainda noite. A boa mulher ordena o trabalho de suas servas ainda bem cedo, treinando-as para serem tão diligentes quanto ela. |
Pv.31:16 | 16. Examina uma propriedade. O dinheiro ganho é usado para fazer compras sábias de terra, e a terra recebe melhorias, com a plantação de vinhas. Dessa forma, seu lucro original é aplicado no trabalho, para que da lucre ainda mais. Todavia, ninguém sofre com isso. O ganho não resulta em perda para outros. Ela produz riqueza nova, por meio de uma boa administração. |
Pv.31:17 | 17. Cinge os lombos. A imagem provavelmente é de enrolar o manto a fim de ficar livre para o trabalho ativo. A vigorosa saúde da mulher e sua força muscular aumentam pela atividade constante. |
Pv.31:18 | 18. Ela percebe. Ela investiga para ter certeza de que suas atividades são lucrativas.Não se apaga. A lâmpada queimava a noite toda em urna casa organizada do antigo Oriente e só se extinguia em momentos de calamidade (ver Jó 18:6; Pv 13:9; Jr 25:10). |
Pv.31:19 | 19. Fuso. Do heb. kishor. A palavra só ocorre neste texto e é mais provável que se aplique à roca, à qual a mulher estendia as mãos ao fiar o novelo de linho ou lã ligado ao fuso. E mais provável que ela segurasse o fuso, que fazia os filamentos se torcerem, formando uma linha.Roca. Do heb. pelek, mais exatamente, o "fuso”. |
Pv.31:20 | 20. Ao aflito. O tipo de eficiência retratado aqui resulta, às vezes, na total falta de simpatia pelos pobres menos habilidosos, mas esta boa mulher pensava neles(ver Pv 19:17). Sem dúvida, parte de sua prosperidade se devia ao cuidado que tinha pelos pobres, o que resultava na bênção e na aprovação divinas (ver Pv 22:9). |
Pv.31:21 | 21. Neve. Cai neve em pequena quantidade por um período na maioria dos invernos de muitas partes da Palestina; por isso, roupas quentes são necessárias. |
Pv.31:22 | 22. Linho fino. Mais especificamente, “linho fino branco”.Púrpura. E provável que sejam as roupas muito requisitadas que os fenícios vendiam. |
Pv.31:23 | 23. Entre os juizes. Ser conhecido entre os juizes, reconhecido e cumprimentado pelos anciãos da cidade era uma honra desejada. A boa reputação de uma esposa como esta e a riqueza que ela ajudava a criar faziam muito para elevar a posição de um homem aos olhos de seus companheiros (ver Pv 12:4). |
Pv.31:24 | 24. Linho fino. As “cintas” eram faixas de linho ricamente bordadas que os ricos usavam no lugar dos cintos de couro que compunham a indumentária dos simples. Ao trocar esses produtos com comerciantes fenícios, a mulher podia usar roupas luxuosas, como as feitas de púrpura, sem ser extravagante (ver v. 22). |
Pv.31:25 | 25. A força e a dignidade. A esposa e mãe capaz se porta com a dignidade consciente da habilidade comprovada. Ela ri do futuro, pois fez ampla provisão para os tempos vindouros. |
Pv.31:26 | 26. Sabedoria. A mulher que passa tempo demais fofocando nunca consegue realizar as mesmas coisas úteis que preenchem o dia da virtuosa. A bondade se evidencia em sua voz, cujo tom suave colabora muito para manter tranquila ordem em sua casa. |
Pv.31:27 | 27. Pão da preguiça. Comparar com 2Ts 3:10. |
Pv.31:28 | 28. E lhe chamam ditosa. Para uma mãe, é uma rica recompensa quando os filhos dão testemunho público de seucuidado eficiente e amoroso, Nunca é demais para o marido fazer elogios sinceros àquela que passa os dias em constante atividade para manter uma atmosfera agradável no lar. |
Pv.31:29 | 29. Tu a todas sobrepuja. E o testemunho do marido. |
Pv.31:30 | 30. Vã, a formosura. O charme e a beleza têm pouco valor por si mesmo. Há pessoas que possuem beleza de forma e de rosto, mas não se mostram amáveis na agitação da vida diária. A formosura recebe o louvor de pessoas não pensantes, mas a única mulher de verdadeiro valor é a que teme a Deus. Somente ela tem charme ebeleza de verdade. O temor ao Senhor perpassa todos os aspectos dignos da vida e da personalidade humana. |
Pv.31:31 | 31. As suas obras. Como os seres humanos não são capazes de ler o coração, a única forma segura de estimar a qualidade de outra pessoa é estudando os frutos da vida revelados nas obras. “Nas portas” (ARC) da cidade, onde eram feitos os julgamentos sobre todos os que ali viviam, as obras da mulher virtuosa falavam em seu lugar e ela não necessitava de advogado. Desfrutaria para sempre os doces frutos de seu labor altruísta e de seu bom exemplo. |