"As coisas encobertas pertencem ao nosso Deus, mas as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos todas as palavras desta lei."
Deuteronômio 29:29

Capítulo e Verso Comentário Adventista > Oséias
Os.1:1 1. Palavra do Senhor. Ver com. de jr 46:1. Com a objetividade característica dos profetas, Oseias declara que a mensagem que traz não é fruto da invenção humana, mas da inspiração divina (ver 2Tm 3:16; 2Pe 1:20, 21).
Os.1:2 2. Toma uma mulher. Em relação aos eventos aqui descritos, há três pontos de vista: (a) que isso representa apenas um sonho ou uma visão e, portanto, não se cumpriu de fato na vida pessoal de Oseias;(b) que o relato é só uma parábola ou uma alegoria; e (c) que o relato é um esboço biográfico literal da vida pessoal familiar de Oseias.A principal objeção feita à interpretação literal é que a ordem para tomar “uma mulher de prostituições e filhos de prostituição” parece incompatível com o caráter de Deus. No entanto, na ausência de qualquer afirmação direta ou indireta de que a passagem seja alegórica ou que descreva uma visão ou um sonho, o caminho mais natural para compreender a passagem é considerá-la como uma narrativa literal. Muitos comentaristas apoiam a interpretação literal, embora difiram muito em sua compreensão dos detalhes.Alguns têm procurado justificar a ordem de Deus a Oseias, observando que tudo o que Deus ordena é certo. Outros observam que a narrativa, de forma alguma, estabelece que Gômer fosse de origem ou de caráter questionável quando Oseias se casou com ela. A expressão “de prostituições” pode simplesmente descrever sua ancestralidade, não necessariamente seu caráter pessoal, ou pode, por projeção, descrever a futura condição da mulher. Parece claro que ela se tornou infiel mais tarde (Os 3:1-3); no entanto, não se sabe o momento exato de sua queda. Das três crianças nascidas, é dito que somente o primeiro, Jezreel, nasceu de Oseias.Se Gômer era de caráter reto quando Oseias se casou com ela, então não pode haver dúvida quanto à ordem de Deus para desposá-la. Foi, possivelmente, uma ordem permissiva (ver Nm 13:1, 2; cf. Dt 1:22; PP, 387) para ele se casar com. alguém que já amava.A narrativa é estritamente histórica e, na ausência de qualquer evidência que prove o contrário, é preferível tomá-la como tal.A terra se prostituiu. A experiência pessoal da família de Oseias ocorreu com base em uma importante instrução religiosa e um claro apelo.
Os.1:3 3. Gômer. Provavelmente signifique “realização”. Nenhuma explicação satisfatória foi encontrada sobre o significado deste nome. Isso adiciona peso à crença de que Gômer era o nome histórico de uma personagem literal. O mesmo pode ser dito a respeito do nome Diblaim.
Os.1:4 4. Jezreel. O significado do nome em hebraico é “Deus vai semear”, ou “Deus dispersará”. Alguns chamam atenção para a ambiguidade do nome hebraico em si porque, antigamente, a semente era espalhada no processo de semeadura, a palavra ''espalhar” também significava “semear” ou “plantar”. O primeiro significado do nome de Jezreel, aplicado no tempo da infidelidade cie Gômer, indica que Oseias “espalhou”, ou impediu-a, isto é, restringiu seus privilégios. Mais tarde, quando ela se arrependeu, Oseias “plantou-a”, ou seja, devolveu-lhe seu antigo status e seus privilégios (ver com. de Os 2:22). Também há um jogo de palavras típico do hebraico no contraste do nome “Jezreel” com a palavra “Israel”: a última faz referência a lutar e prevalecer com Deus para a salvação (ver com. de Gn 32:28). A palavra '‘Jezreel”, por sua vez, é uma referência ao que está sendo espalhado por Deus para a destruição. Os nomes dos três filhos do profeta também são significativos, apontando para o castigo de Deus sobre Seu povo iníquo.Castigarei. Literalmente, “visitar”; aqui usado no sentido de administrar punição (ver com. de SI 8:4; 59:5).Pelo sangue de Jezreel. Sob a ordem de Deus, Jeú tinha exterminado toda a casa de Acabe, na cidade de Jezreel (2Rs 9:6, 7; 10:17). Por que, então, a ação de jeú devia ser castigada? Muito provavelmente porque sua motivação em destruir a dinastia de Acabe era pecaminosa. Destruir a casa de Acabe fundava-se no desejo egoísta de Jeú de obter o reino. O propósito de Deus em exterminar a casa de Acabe era apagar completamente a idolatria tão propagada de modo geral porAcabe e Jezreel. Embora jeú pusesse fim à adoração de Baal, ele ainda manteve o culto ao bezerro de Jeroboão (ver 2Rs 10:21-31). O cumprimento de metade da ordem divina revelou um coração dividido, e isso trouxe sobre jeú uma condenação maior, uma vez que anulou o objetivo divino. Ele colocou seus propósitos pessoais à frente dos de Deus e, assim, a sentença foi pronunciada contra ele - “castigarei”. Um homem pode ser usado por Deus e, mesmo assim, ser rejeitado se seu coração não for justo.A casa de Jeú. O filho de jeú (Jeoacaz), seu neto (Jeoás ou Joás) e seu bisneto (Jeroboão II) se sucederam no trono de Israel, então, Salum matou Zacarias, filho de jeroboão II, pondo fim a essa linhagem real (2Rs 15:8-12). Assim se cumpriu tanto a profecia de Oseias quanto a palavra antecipada do Senhor a Jeú (ver com. de 2Rs 10:30).E farei cessar. Isto ocorreu porque o episódio em que a casa de Jeú foi destruída (o assassinato de Zacarias) deu início a um período de confusão política que rapidamente desencadeou a queda do reino do norte (ver vol. 2, p. 69, 70). A pronunciada prosperidade secular da nação, sob jeroboão II, não era uma prova do favor divino. O resultado final da desobediência era o mesmo que em nossos dias - a destruição.
Os.1:5 5. Naquele dia. Quando o reino do norte seria destruído.Quebrarei o arco. Ou seja, destruir o poder militar de Israel.No vale de Jezreel. O castigo sobre a nação foi descrito como tendo lugar na mesma região onde jeú matou a família de Acabe (ver 2Rs 9:15-37; para o significado de “lezreel”, ver com. de Os 1:4).
Os.1:6 6. Deu à luz uma filha. Alguns julgam significativo que o registro não declare “lhe deu um filho”, como foi dito sobre Jezreel (ver v. 3). Esse fato os leva a concluir que Desfavorecida não era filha de Oseias, mas nasceu como resultado do adultériode Gômer. Esse ponto de vista é reforçado se o cap. 2 for considerado uma experiência real do profeta com sua esposa Gômer (ver com. de 2:4).Desfavorecida. Do heb. Loruchamah, “sem receber piedade”) ou “não ter recebido compaixão”. Paulo, referindo-se à profecia de Oseias, aparentemente interpreta a frase no sentido de “não ser amada” (cf. Rm 9:25), e Pedro, sem dúvida, referindo-se à mesma passagem, fala de um povo que “não havia alcançado misericórdia” (cf. lPe 2:10). A nação de Israel estava numa situação na qual um Deus de amor não podia mais ter compaixão dela (ver Gn 6:3).Não mais tornarei a favorecer. A LXX diz: “certamente tomarei posição contra eles”, isso se refere evidentemente ao iminente cativeiro assírio.
Os.1:7 7. Da casa de Judá Me compadecerei. A condição espiritual do reino do sul, “a casa de Judá”, era muito melhor do que a do reino do norte. Embora houvesse um declínio espiritual em Judá, a nação como um todo ainda mantinha, em alguma medida, o culto a Deus, o respeito à lei, e os serviços do templo e os sacrifícios que apontavam para o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Isso moveu a compaixão divina sobre o reino do sul, em contraste com a censura e reprovação ao reino de Israel.E os salvarei. Deus salvou Judá da sorte sofrida por Samaria em 723/722 a.C. Ele a salvou de Senaqueribe, mais tarde, matando 185 mil soldados no acampamento assírio (2Rs 19:35, 36; Is 37:36, 37).Não os salvarei pelo arco. Judá, embora contaminado com a idolatria, manteve em grau considerável sua devoção e confiança em Deus e não na força militar, como fez Israel. A menção detalhada das forças armadas aqui enfatiza notavelmente a verdade de que, quando Deus liberta Seu povo, Ele não precisa de arco ou espada, cavalos ou cavaleiros, para alcançar a vitória, e queestes, quando usados, não podem salvar sem Ele (ver SI 20:7; is 31:1).
Os.1:8 8. Deu à luz um filho. Outra vez não s há afirmação de que o profeta seja o pai dessacriança (ver com. do v. 6).
Os.1:9 9. Não-Meu-Povo. Do heb. Lo ‘cmvmi, “não meu povo”. Alguns veem neste nome um reconhecimento final por Oseias do adultério de Gômer, ou seja, o profeta afirma que a criança não é de seu próprio sangue. Em qualquer caso, o nome dado à criança foi simbólico sobre o relacionamento de Deus com o reino do norte de Israel.Vós não sois Meu povo. Deste modo veemente Deus indica Sua rejeição a Israel como nação, por causa de seus pecados, e o rompimento de Sua relação de aliança com eles.
Os.1:10 10. O número dos filhos. Após a profecia da cisão do reino de Israel (v. 4) vem a promessa de restauração. Observa-se aqui a semelhança com a promessa dada a Abraão e ajacó (Gn 22:17; 32:12). A prometida recuperação não seria dada às dez tribos como tal, mas a Israel e a Judá em conjunto (verv. II). No entanto, os filhos de Israel não fizeram jus ao glorioso destino que o Senhor tinha planejado para eles (ver p. 17-19). O apóstolo Paulo mostra como essa profecia seria cumprida no que diz respeito aos gentios (Rm 9:25, 26; ver p. 21-23).Filhos do Deus vivo. Esta promessa encontra seu cumprimento na igreja cristã. Através da aceitação do evangelho pela fé, judeus ou gentios são adotados como membros na família de Deus (Rm 9:24-26) e, assim, se tornam herdeiros da vida eterna (ver Jo 1:11, 12; Rm 8:14-17; Cl 3:26, 29;Ap 21:7; cf. ilustração de Paulo sobre enxerto na figueira do verdadeiro Israel, Rm 11).Foi com base na relação do concerto que Deus reconheceu Israel como Seu ‘‘povo”. O nome Lo’ 'animi, portanto, implicava a anulação do pacto, e a declaração; “Vós sois os filhos do Deus vivo”, sua restauração.
Os.1:11 11. Os filhos de Judá. Judá e Israel são mencionados em conjunto para indicar que o plano de Deus para Seu povo escolhido era que eles deveriam se unir em uma só nação. Mais tarde, os profetas enfatizaram essa mesma verdade (cf. Jr 3:18, 50:4, 5, 33, Ez 37:16-22; etc.). Indivíduos das tribos de Israel estavam entre os exilados que retornaram depois do cativeiro de judá (ver com. de Ed 6:17).E subirão da terra. Evidentemente é uma referência ao retorno dos cativeiros assírio e babilônico.Jezreel. Enquanto, no v. 4, Oseias usa o nome “jezreel” para representar a dispersão do povo, neste versículo (como em Os 2:22, 23), o profeta emprega “jezreel” para expressar a sementeira do amor e da misericórdia de Deus para com Seu povo.Este capítulo enfatiza a verdade de que “de Deus não se zomba” (Cl 6:7). Se desobedecermos, não podemos esperar escapar da pena por nossas transgressões. Os três filhos de Oseias, que representam os filhos apóstatas de Israel, declaram, por seus nomes, as punições mais severas por essa apostasia. No entanto, a misericórdia divina é aqui retratada tão forte como é o juízo divino. O Senhor é Deus de justiça e de amor (ver SI 85:10; 89:14).Capítulo 2I A idolatria do povo. 6 Os juízos de Deus contra o povo.
Os.2:1 1. Meu-Povo. Do heb. anvmi.Favor. Literalmente, 'o que recebeucompaixão”. Estas palavras demonstram o clímax do amor de Deus e uma forte nota de encorajamento.
Os.2:2 2. Repreendei. O povo de Israel é chamado a lutar, pleitear com sua mãe, a nação de Israel, a se arrepender e voltar para Deus.Ela não é Minha mulher. Acredita-se que o profeta tenha registrado ao longo do cap. 2 as experiências reais de sua esposa infiel como uma representação da infidelidade de Israel. Já que Israel havia cometido adultério espiritual com os ídolos, a nação naturalmente deixou de ser a esposa de Deus. Ela não estava mais unida a Ele pela fé e pelo amor, e assim Deus deserdou-a. Oseias descreve no cap. 2 a tristeza profunda de Deus por causa da infidelidade de Israel.
Os.2:3 3. Para que Eu não a deixe despida. Israel seria reduzido à condição em que estava quando Deus primeiro o escolheu como Seu povo, uma nação de escravos oprimidos (comparar com Ez 16:39).Como no dia em que nasceu. Israel se tornaria impotente, fraco, descuidado, como os hebreus eram quando Deus os chamou para sair do Egito. Esse mesmo quadro foi ampliado pelo proleta Ezequiel (ver Ez 16).Semelhante a um deserto. A terra “que mana leite e mel” (Ex 3:8, 17) seria, então, transformada em um deserto desolado (ver Jr 9:12, 26; 22:6; etc.).E a mate à sede. Comparar com Ez 19:13. A condição lamentável externa da terra refletia o estado espiritual interior do povo, pois a pessoa que abandona Deus e, por sua vez, é abandonada por Ele, fica solitária e desolada, perturbada por uma sede ardente (ver com. de Jr 2:13).
Os.2:4 4. E não Me compadeça. As crianças são propensas a seguir os maus caminhos de seus pais e assim se tornam participantes de suas punições (ver com. de Ex 20:5).Filhos de prostituições. Se isto se refere às crianças mencionadas no cap. 1, indica que elas ou, pelo menos, duas das três, não eram realmente filhas do profeta (ver com. de Os 1:6, 8). Esta passagem chama a atenção para o mal persistente de sucessivas gerações de Israel. As crianças não se mostraram melhores do que a mãe que lhes dera à luz.
Os.2:5 5. Amantes. As nações vizinhas, os assírios e os egípcios, nas quais Israel confiou para se proteger quando em perigo de seus inimigos, são designadas assim em outro lugar (ver com. de Jr 3:1; 22:20; 30:14). No entanto, a referência aqui parece ser mais especificamente aos deuses estranhos, cuja adoração os israelitas avidamente aceitaram (ver com. do v. 13).Meu pão e a minha água. Em vez deser grato a Deus, como Davi, por suprir-lhes as necessidades e confortos (ver lCr 29:10- 14), os israelitas apóstatas descaradamente creditaram aos ídolos as bênçãos recebidas (ver jr 44:17, 18). Essa mesma falta de gratidão a Deus pela concessão de benefícios materiais permanece.
Os.2:6 6. Cercarei o seu caminho. Deus pronuncia o juízo sobre Israel, em sua determinação para impedir seu curso de pecado e vergonha. Ele irá dificultar seu propósito. De fato, é verdade o que afirma Tomás de Kempis, em Imitação de Cristo: “O homem propõe, mas Deus dispõe.” Assim é a misericórdia de Deus, pois Ele sabe o que é melhor para nós. Diz-se que Martinho Lutero declarou: “O homens infelizes, quando Deus os deixa entregues a si próprios e não resistem aos seus desejos! Julgam-se abençoados porque no caminho do pecado não encontram dificuldade. Abençoa a si mesmo! Você tem que uivar e torcer as mãos, a maldição de Deus está sobre você. Urna terrível maldição para tornar agradável o caminho do pecado.”Deus não permite que o pecador siga desenfreadamente. Esse princípio éafirmado na Bíblia muitas vezes (ver Jó 19:8; Pv 16:1, 9; 19:21; Jr 10:23; Lm 3:7 e 9). Para seu próprio benefício espiritual, Israel logo experimentaria a "cerca” e o 'muro” do cativeiro assírio. O remanescente dos exilados que mantiveram o culto ao Senhor (ver com. de 2Rs 17:23) sempre foi resgatado dos males da adoração de ídolos.
Os.2:7 7. Não os alcançará. Os esforços de Israel para encontrar seus amantes (ver com. do v. 5) seriam em vão. Nem as nações pagãs ao redor, nem os seus deuses seriam capazes de ajudar Israel em sua hora de necessidade. Se esta era de fato a experiência real de Gômer (ver com. do v. 2), isso indica que seus parceiros adúlteros não estavam interessados em dar-lhe seu apoio permanente, evitando encontrá-la.Meu primeiro marido. Na experiência de Israel, o Senhor era seu “primeiro marido”. Se o paralelo exato era verdade na vida do profeta, este é um indício de que Oseias era o “primeiro marido”; e, portanto, Gômer não se envolveu com outros “maridos” até depois de seu casamento com o profeta.Porque melhor me ia então do que agora. Esta foi a mesma experiência do filho pródigo da parábola, quando caiu em si e percebeu que a fartura da casa de seu pai era melhor do que as alfarrobas dos porcos (Lc 15:17).
Os.2:8 8. Ela, pois, não soube. Isto revela a ignorância pecaminosa do povo de Deus e sua ingratidão para com o verdadeiro Doador de “toda boa dádiva e todo dom perfeito” (Tg 1:17).E lhe multipliquei a prata e o ouro.A prosperidade no comércio com a qual Israel foi favorecido, especialmente no reinado de Jeroboão II (ver vol. 2, p. 67), resultou nesse aumento de bens. Em vez de usar essa riqueza para a glória de Deus, o Israel ; apóstata a empregou em práticas idólatras em rebelião contra os caminhos de Deus. Tragicamente, “engordando-se jesurum, deucoices [...] e deixou a Deus” (Dt 32:15, ARC). Em troca de Suas misericórdias, Deus justamente espera que Lhe rendamos graças e usemos Suas bênçãos para Seu louvor.Nesta época materialista, quando o conhecimento humano e a habilidade nos tentam a ter orgulho de nossa produtividade autossuficiente, devemos nos proteger contra o perigo de ser ingratos a Deus por todos os Seus benefícios (ver SI 103:1, 2).Que [...] usaram para Baal. A ironia final da situação é que esses benefícios dados por Deus foram atribuídos a Baal e utilizados no culto a ele.
Os.2:9 9. Portanto, tornar-Me-ei. Deus decide afastar a misericórdia para uma merecida punição. Ele irá infligir um castigo sobre Israel, privando Seu povo dos dons que haviam sido tão mal utilizados em idolatria e pecado. O abuso da misericórdia irá causar a remoção da mesma (ver com. de Gn 6:3). Às vezes, Deus pode reter boas coisas de nós, para que saibamos que elas vêm dEle, e que Ele deseja nossa comunhão apreciativa.Meu. No v. 5, Gômer afirma que os benefícios materiais alistados foram presentes de seus amantes, aqui Oseias nega a acusação implícita de Gômer e afirma que ele é que lhe deu essas coisas. Da mesma forma, as bênçãos de Israel vieram de Deus, mas Israel havia pervertido essas bênçãos a serviço dos ídolos (ver Os 10:1; p. 19, 20).Trigo. Os alimentos para manutenção da vida e o vestuário seriam levados por desastres da natureza, como tempestades ou secas, ou por invasão hostil. Quando nos recusamos a manter Deus em mente (ver Rm 1:28), nossas bênçãos se tornam em maldição (Ml 2:2). Seremos levados a reconhecer que somos apenas os mordomos dos dons do Céu e não seus proprietários. Se nós não conhecermos o Doador através de abundância, podemos ser levados a conhecê-Lo através da escassez.
Os.2:10 10. Descobrirei. Literalmente, “desnudarei”, ou “mostrarei” (ver Lm 4:22).As suas vergonhas. Continuando a descrição da infiel esposa de Oseias, o Senhor adverte que desgraça seguirá a privação, no caso de Israel. Ela, que fora um deleite, então sofreria desprezo e desdém.Seus amantes. Ver com. do v. 5.Ninguém a livrará. Ver com. de Lm 1:2, 17.
Os.2:11 11. Farei cessar. O pecado e a alegria não permanecem muito tempo juntos, pois, se Israel não removesse o pecado de sua alegria, Deus iria remover a alegria de seu pecado. A alegria do mundo é apenas imitação da verdadeira alegria que vem do Céu. A última é um rio profundo e claro, enquanto a primeira é só uma bolha superficial espumante que dura somente uma fração de tempo (ver ljo 2:15-17). Um dos grandes propósitos do primeiro advento de Cristo foi nos dar alegria e satisfação genuína (Jo 15:11, 16:24; 17:13).As suas Festas de Lua Nova. Em vãoIsrael observava alguns dos rituais e cerimônias de adoração ao Senhor, enquanto, em espírito de apostasia, mantinha práticas idólatras (ver com. de lRs 12:32). Uma adoração impossível como esta, comprometida com Deus e com o diabo, só poderia terminar no desastre do cativeiro. Essas festas eram celebradas no primeiro dia de cada mês (ver com. de Nm 28:11, 14).Sábados. Alguns se apoiam neste versículo para tentar provar que o sábado semanal devia ser abolido. No entanto, a atenção ao contexto da passagem mostra a fragilidade de tal raciocínio. O profeta aqui declara que todas as festas e os dias de santa alegria do reino do norte cessariam, devido ao iminente cativeiro da nação. Nem a abolição do sábado, nem de qualquer serviço religioso é prevista neste texto, mas sim a abolição de uma nação rebelde. Todos os cristãos concordam que Deus não desejava que aPáscoa, ou qualquer outra festa anual que Ele havia instituído centenas de anos antes do primeiro advento de Cristo fosse abolida naquele momento em particular. Por isso, a consistência resulta na conclusão de que o escritor bíblico não está insinuando aqui, de modo algum, que o sábado semanal do Senhor devia ser abolido naquela ocasião ou em qualquer outra data futura.Soíenidades. Literalmente, “as festas em dias determinados”.
Os.2:12 12. Devastarei a sua vide. Deus ameaça tirar o meio de sustento, cortando assim toda a esperança no futuro (ver com. de SI 107:33, 34). As vinhas e figueiras eram símbolos de prosperidade e paz (ver com. de lRs 4:25; Jr 5:17).Esta é a paga. “Meu salário” (LXX); o pagamento dado a uma adúltera ou mulher de má fama.Um bosque. Do heb. yaar, “um matagal”, ou “uma mata”. A terra onde vinhas e árvores frutíferas cresciam se tornaria um matagal abandonado.
Os.2:13 13. Castigá-la-ei. A palavra aqui implica “punição” (ver com. de Os 1:4; SI 8:4; 59:5).Baalins. Adaptação do plural hebraico de Baal (baalim). O nome Baal era usado geralmente para designar qualquer u m dos vários deuses locais (ver com. do v. 17). O uso deste termo é uma indicação de que a palavra “amantes”, usada neste versículo, é uma referência aos deuses falsos das nações pagãs, não aos próprios povos.Queimou incenso. Isso indica a forma de culto que Israel transferiu das festas solenes do Senhor para as de Baal.Com as suas joias. O Israel pecaminoso se adornava com lindos ornamentos em devoção aos seus “amantes” pagãos.
Os.2:14 14. Eu a atrairei. Esta transição abrupta amplia a imagem do amor, persistente e infalível de Deus para com Seu povo, apesar de toda sua obstinação. Há um contraste marcante entre “de Mim se esqueceu” (v. 13) e“Eu a atrairei”, neste versículo. Podemos nos esquecer de Deus, mas Ele não Se esquece de nós (Is 49:14-16).Ao deserto. Como o Egito era a casa da escravidão de Israel, o êxodo no deserto representava livramento e liberdade redentora. O deserto também foi a escola preparatória em que Deus treinou Israel para Canaã e para o desenvolvimento nacional, o lugar onde Deus entrou em aliança com Seu povo a caminho da terra prometida. O que Deus tinha tentado cumprir para Israel no momento da experiência no deserto Ele procuraria realizar nos dias de Oseias.
Os.2:15 15. As suas vinhas. O deserto seria transformado em um lugar de vinhas (ver com. de Os 2:12; Is 35:1).O vale de Acor. Literalmente, "vale dos problemas”, sem dúvida, uma referência aos acontecimentos que se seguiram ao pecado de Acã (ver com. de Js 6:18; 7:24). Quando o roubo de Acã foi descoberto e sua maldição foi removida do acampamento, a derrota de Ai foi transformada em sinal de vitória. No desconsolado arraial de Israel, o desespero deu lugar à esperança segura de que a terra prometida em breve seria possuída. Assim, para o conforto no tempo então presente, Oseias assegura ao povo que sua aflição abrir ia para eles, no futuro, a “porta da esperança”, a porta da restauração do cativeiro. Da mesma forma, os problemas da vicia que nos surgem, se aceitos com paciência no bom espírito de humildade e de fé inabalável em Deus, nada mais são do que "portas de esperança” abrindo-nos posses maiores de poder (2Co 4:17; 7:9-11).Cantará (ARC). Do heb. anah. Esta palavra tem quatro significados principais: (!) “responder”, “replicar”, (2) “estar abatido”, "ser afligido”, (3) “estar ocupado” e (4) “cantar”, “uivar” [de animais]. Como o antigo Israel “nos dias cie sua juventude”, ao atravessar o Mar Vermelho, cantara o cântico de vitória de Moisés (ver Ex 15), o Israel futurocantaria outra vez o cântico de sua libertação. A NVI diz: “ali ela me responderá”; resposta traz a ideia de que Israel reconhece, com gratidão, os símbolos do amor de Deus e que, por fim, pretende fazer Sua vontade.
Os.2:16 16. Ela Me chamará: Meu marido. A palavra heb. ’ishi significa “meu marido”, indicando que o propósito de Deus, após o cativeiro, era renovar sua aliança com todo o Israel, portanto, de modo simbólico, Ele desejava Se casar novamente com a nação.E já não Me chamará “Meu Baal”. A palavra heb. ba ali também pode significar “meu marido”. No entanto, o termo descreve o marido como senhor ou proprietário. Alguns comentaristas sugerem que ba ali é um termo de autoridade e governo em contraste com “meu marido”, um título de terna afeição. Sendo que Deus é um Deus de amor, Ele deseja que O sirvamos por amor e não por medo (ver IJo 4:18, 19). Outros sugerem que o nome bdali deveria ser erradicado por causa de suas associações idólatras.
Os.2:17 17. Baalins. Ver com. do v. 13. A popularidade do nome de Baal em vários períodos da história de Israel pode ser demonstrada pela seguinte lista: Baal-Berite (jz 8:33), Baal- Gade (Js 11:17), Baal-Hamon (Ct 8:11), Baal- Hazor (2Sm 13:23), Baal-Hermom (Jz 3:3), Baal-Meom (Nm 32:38), Baal-Peor (Nm 25:3), Baal-Perazim (2Sm 5:20), Baal-Salisa (2Rs 4:42), Baal-Tamar (Jz 20:33), Baal- Zebube (2Rs 1:2) e Baal-Zefom (Ex 14:2).
Os.2:18 18. E tirarei desta o arco. Na restauração vindoura, a nação dependería de Deus para proteção (ver com. de Os 1:7).
Os.2:19 19. Para sempre. O casamento anterior tinha terminado em desastre. Israel “se prostituiu” (v. 5) e Deus a deserdou (v. 2). Mas Ele estava disposto a tomar de volta Sua esposa infiel e devolver-lhe a condição anterior. Esperava-se que a experiência insatisfatória de sua obstinação a ajudaria a assegurar a permanência do novo contrato. Deus estava disposto a fazer Sua parte. No quedizia respeito a Ele, a nova união devia continuar “para sempre”. O sucesso ou o fracasso dependia só de Israel (ver p. 21).
Os.2:20 20. E conhecerás ao Senhor. Israel conhecia o ritual do culto ao Senhor, os sacrifícios, as festas e outras cerimônias ligadas a esse culto, mas não conhecia a Deus. Na verdade, os muitos cultos e serviços religiosos se tornaram para eles, e podem se tornar para nós, um afastamento enganoso do próprio Deus. O culto e os serviços a Deus são vãos, a menos que conheçamos o Deus a quem adoramos e servimos (ver Mt 7:22, 23; Jo 17:3).
Os.2:21 21. Eu serei obsequioso. Literalmente, “Eu responderei” (ABC). A fonte da prosperidade de Israel é ilustrada nos v. 21 e 22 por um clímax gráfico descendente. Deus responde aos céus, os céus respondem à terra, e a terra responde às colheitas. Assim, a prosperidade material de Israel é traçada pelo profeta à sua fonte adequada, o Doador de todas as coisas (ver com. dos v. 5, 8).
Os.2:22 22. Jezreel. Em Oseias 1:4, o profeta emprega esta palavra para significar “dispersão”, num sentido negativo. Aqui, ele usa a palavra para significar “dispersão” no bom sentido do plantio da semente. Jezreel torna- se um nome que se junta à lembrança do castigo de Deus no passado, com a certeza da Sua misericórdia no futuro.
Os.2:23 23. Semearei Israel para Mim. Uma promessa de que, depois do cativeiro, Israel seria replantado na terra prometida.Compadecer-Me-ei. Ver com. de Os 1:10. No v. 23, o significado metafórico dos nomes dos três filhos de Gômer é invertido e, de modo pitoresco, usado para representar a relação conjugal restaurada. Anteriormente (ver com. de Os 1:4) Jezreel significava “Deus dispersará”, mas aqui Deus diz: “Eu semearei”. Em vez de Lo-Ruhamah, “Desfavorecida” (Os 1:6), Deus promete “ter misericórdia”. Em vez de Lo-Ami, “não Meu povo” (Os 1:9), Deus diz: “Tu és Meu povo”.Capítulo 3I Pela expiação de uma adúltera, 4 a desolação de Israel é mostrada antes de sua restauração.homem; assim também eu esperarei por ti.
Os.3:1 1. Vai outra vez. Esta ordem se refere a Oseias 1:2 (ver com. de 1:2).Ama uma mulher. Embora não seja especificamente indicado aqui, a referência é, sem dúvida, à ex-mulher de Oseias. Só por considerar a narrativa sob esta luz, a experiência torna-se uma ilustração eficaz do amor de Deus para a nação israelita e Sua vontade de renovar a aliança com ela.Amada de seu amigo. Por uma pequena mudança nas vogais da língua hebraica (ver vol. 1, p. 1, 2), a LXX faz uma tradução da frase que diz: “ama uma mulher que ama as coisas más”. A tradução de “amigo” pode se referir a seu marido legal ou a um de seus amantes.Bolos de passas. Do heb. ashishe ana- bim “um bolo de passas” feito de uvas passas amassadas. Essa iguaria é aqui condenada provavelmente por causa de sua associação com o culto de falsos deuses.
Os.3:2 2. Comprei-a. Evidentemente Gômer havia caído em algum tipo de dívida ou escravidão depois de ter deixado Oseias (ver 2:7).Quinze peças de prata. Cerca de metade do preço de um escravo (ver com. de Ex 21:32).Omer. Um ômer corresponde a 220 litros; então, o total pago em cevada foi de 330 litros (ver vol. 1, p. 145). O preço que o profeta pagou por Gômer, parte em dinheiro e parte em cevada (considerado na Palestina um cereal inferior), era o valor aproximado de um servo comum. Assim se evidencia notavelmente a degradação da esposa de Oseias. O uso da cevada como parte do pagamento pode ter refletido essa degradação, sugerindo a “farinha de cevada” oferecida quando a mulher era suspeita de adultério (ver Nm 5:11- 15). Poderia qualquer símbolo mostrar mais incisivamente o estado de degradação em que Israel tinha caído?
Os.3:3 3. Esperarás por mim muitos dias.A reunião completa seria adiada, talvez para permitir um período de provação, ou de purificação, disciplina e instrução.Assim também eu esperarei por ti.O profeta não retomaria completamente a relação íntima com Gômer por “muitos dias”. Da mesma forma, Israel, longe dos seus amantes e de seu Marido, iria por “muitos dias”' se separar de seus antigos ídolos e, ao mesmo tempo, perder os privilégios da aliança com Deus.
Os.3:4 4. Sem príncipe. Desde o início do cativeiro, Israel ficaria por "muitos dias”, sem seu próprio governo.Sem coluna. Do heb. matsebah, “um pilar de pedra”, ou “um obelisco”, muitas vezes empregados em conexão com a adoração idólatra (ver com. de Dt 16:22; lRs 14:23).Estola sacerdotal. Ver com. de Ex 28:6-12.ídolos do lar. Terafins ou imagens (ver com. de Gn 31:19).
Os.3:5 5. Tornarão os filhos de Israel. Umareferência ao retorno do cativeiro (ver com. de Os 1:11).Davi, seu rei. As dez tribos se rebelaram e romperam com a casa de Davi (lRs 12:16, 25-33). Para elas, nenhuma promessa foi feita de retorno ao seu antigo estatuto de independência nacional, após o cativeiro. Da restauração de Judá, os membros individuais das tribos poderíam compartilhar e, sem dúvida muitos o fizeram (ver com. de Os 1:11). Mas aqueles que retornaram estariam todos sob o mesmo rei (Ez 37:16-28). O cumprimento final de pre- dição de Oseias virá “no fim da história da Terra, quando Cristo aparecerá” (PR, 298).Tremendo, se aproximarão do Senhor. Ver com. de Dt 28:67.Capítulo 4porque ao Senhor deixaram de adorar.
Os.4:1 1. Ouvi a palavra. Este capítulo começa uma nova divisão das profecias de Oseias. O profeta interrompe o uso de figuras e símbolos e passa a usar a prosa literal. Parece evidente, a partir de seu conteúdo, que as mensagens dos cap. 4 a 14 ocorreram muito mais tarde do que o tempo de Jeroboão II (ver Os 1:1).O Senhor tem uma contenda. O povo de Deus é chamado a dar ouvidos à acusação contra ele, bem como à sentença proferida. Como porta-voz do Céu, Oseias apresenta o caso contra Israel, vindicando a justiça divina ao lidar com a nação. Conforme usada aqui, "contenda" é equivalente ao primeirosignificado metafórico do nome Jezreel (ver com. de Os 1:4). As idéias de “dispersão” e “controvérsia” são paralelas uma à outra.Não há verdade. O profeta inicia declarando que seu povo não tem a essência da verdadeira religião, sem a qual a adoração a Deus nada mais é do que pretensão vazia.Nem amor. Do heb. chesed (para uma definição do termo, ver Nota Adicional ao Salmo 36).
Os.4:2 2. Perjurar. A partir das deficiências espirituais de Israel, Oseias apresenta os pecados cometidos, uma verdadeira enxurrada de males. A ausência da verdade, da misericórdia e do conhecimento (v. 1) produziu todos esses crimes terríveis na terra.
Os.4:3 3. Por isso. Os sofrimentos alistados (v. 3-5) são indicados como resultado dos pecados de Israel, particularmente os do v. 12.A terra está de luto. Comparar com Is 33:9.Com os animais do campo. Devido ao seu pecado, o homem trouxe sofrimento ao mundo animal (comparar com Rm 8:19-23).
Os.4:4 4. Ninguém contenda. Todas as pessoas eram más, portanto, ninguém devia reprovar os outros por seus erros. A passagem também pode significar que o pecado estava tão obstinadamente enraizado que não adiantava argumentar com seus praticantes.Como os sacerdotes. Uma das funções do sacerdote era ensinar as verdades de Deus ao povo (Ml 2:7; ver com. de 2Cr 15:3). Aqueles que se recusam a obedecer e reverenciar os verdadeiros sacerdotes de Deus merecem a severa condenação de Oseias (ver também Dt 17:8-13).
Os.4:5 5. Tropeçarás. Do heb. kashal, “tropeçar”, “cambalear”, “andar trôpego”. Tão implacáveis seriam as calamidades pendentes que em nenhum momento do dia ou da noite escapariam, fossem eles pessoas comuns ou sacerdotes.Destruirei a tua mãe. Ou seja, a nação de Israel (ver Os 2:2-5). A LXX diz:“Tenho comparado tua mãe com a noite”, transmitindo a ideia de que Israel mergulharia na noite escura da tristeza, da angústia e do silêncio da destruição, no momento do seu cativeiro.
Os.4:6 6. Porque lhe falta o conhecimento.Literalmente, “por não conhecer”. O conhecimento específico que lhes faltava era o de Deus, o mais essencial de todos os saberes. ísaías atribuiu o cativeiro a essa falta (ver com. de Is 5:13). Embora Deus possa relevar certos tipos de ignorância (ver At 17:30), Ele não tolera em Seu povo eleito a ignorância das coisas espirituais (ver com. de Ex 4:21). As pessoas seriam inevitavelmente destruídas por sua falta de conhecimento essencial. Eles poderíam ter obtido o conhecimento caso se esforçassem para obtê-lo. Os homens são responsáveis não só pelo que eles sabem (Jo 9:41; 15:22, 24; Tg 4:17), mas também por aquilo que poderíam ter conhecido se tivessem se aplicado a obter os conhecimentos essenciais (cf. 2Pe 3:5). Muitos temem uma investigação mais profunda da verdade porque isso pode exigir uma mudança de conduta, algo que um coração amante do pecado não está disposto a realizar. Dessa forma, deliberadamente desistem de uma investigação mais profunda. Deus não pode desculpar essa ignorância voluntária.Rejeitaste o conhecimento. A mensagem profética se destina aos sacerdotes ou talvez à ordem sacerdotal (ver v. 8, 9).Não sejas sacerdote. Isso indica que, possivelmente, a causa principal dessa ignorância por parte das pessoas estava na porta dos sacerdotes infiéis, que rejeitaram o conhecimento do verdadeiro Deus e de Sua lei, que deveríam ter ensinado ao povo (ver Dt 33:10; Ml 2:1-9, ver com. de 2Cr 15:3).Diante de Mim. Ou seja, para Deus. Os sacerdotes que Jeroboão I nomeou quando ele separou o reino de Israel de Judá (ver lRs 12:25-33) não eram servos do Senhor, mas dos bezerros de ouro.Lei. Do heb. torah (ver com. de Dt 31:9; Pv 3:1).
Os.4:7 7. Quanto mais estes se multiplicaram. A nação cresceu demográfica e economicamente, devido à prosperidade do reinado de Jeroboão II (ver com. de Os 2:8). No entanto, a referência primária pode ser ainda aos sacerdotes (ver com. do v. 6), cuja riqueza cujo poder aumentaram.Em vergonha. Do heb. qalon, “ignomínia” ou “desonra”.
Os.4:8 8. Pecado. Do heb. chattath, “pecado”, ou “oferta pelo pecado”. Esta passagem descreve provavelmente os sacerdotes gananciosos que incentivavam o pecado, exortando o povo a fazer mais e mais ofertas pelo pecado, já que comiam a carne desses sacrifícios (Lv 6:26) e, sem dúvida, montaram um esquema de tráfico de carnes (ver com. de ISm 2:12). Mais pecados, mais sacrifícios e, assim, mais lucro e prazer.
Os.4:9 9. Como é o povo, assim é o sacerdote. O povo e seus sacerdotes se uniram em pecado. Os sacerdotes apóstatas se envolveram nas próprias iniquidades que deveríam ter repreendido. Por sua vez, o povo, observando o mundanismo e a autoindulgên- cia dos sacerdotes, se escondeu atrás de seu exemplo. Como disse alguém: “Nem a grandeza secular deve isentar os leigos, nem a dignidade de sua ordem, o sacerdote.” Ambos serão igualmente responsáveis perante o tribunal de Deus.E lhe darei o pago. Literalmente, “fazer retornar”, “pagar” ou “recompensar”.De suas obras. As ousadas e presunçosas ações de Israel contra a lei e a vontade de Deus estão aqui implícitas.
Os.4:10 10. Não se fartarão. Esta seria sua punição por “se alimentarem do pecado do Meu povo” (v. 8).Não se multiplicarão. A referência aqui é, provavelmente, à prostituição religiosa ligada aos cultos de fertilidade, em torno da qual boa parte do antigo cultocananeu se centrava (ver vol. 2, p. 20-24). Apesar da adoração à deusa da fertilidade, a população não iria aumentar, pois a bênção do Céu havia sido removida de Israel.
Os.4:11 11. A sensualidade, o vinho. Esses vícios são, pertinentemente, apresentados juntos para mostrar sua força em privar o homem de seus afetos verdadeiros, sua razão e sua compreensão (ver com. de Gn 9:21).Tiram o entendimento. Ou, “tiram o coração” (ACF). O coração representa a mente, a compreensão e as afeições. Como um homem imagina “no seu coração, assim ele é” (Pv 23:7; ACF). Se a mente, o entendimento e as afeições de uma pessoa são viciados e corrompidos pelos excessos libidinosos, ela sacrifica suas capacidades para o serviço de Deus (ver Pv 4:23). Um dos acompanhamentos lamentáveis do culto de Israel aos deuses estranhos era a indulgência nos ritos licenciosos e a conduta moral degradante.
Os.4:12 12. Pedaço de madeira. Isto é, imagens de madeira.A sua vara lhe dá resposta. Provavelmente, uma haste empregada para adivinhação.Espírito de prostituição. Oseias compara ao adultério espiritual esse irreprimível e enfeitiçante desejo de adorar ídolos. Foi isso que levou Israel tragicamente para longe do Senhor. O “espírito de prostituição” também pode descrever a veemência que possuía os homens, prendendo-os no turbilhão das vis paixões.Abandonaram o seu Deus. Dizia-se que uma mulher estava sob seu marido quando vivia sob sua autoridade (ver com. de Nm 5:19). Essa relação cessava quando ela se entregava a outro homem, como aconteceu com Israel quando se afastou do Senhor e se juntou aos seus ídolos.
Os.4:13 13. Cimo dos montes. Aqui temos uma nova informação sobre o tema da idolatria, particularmente no que era visto na vida cotidiana. Os pagãos comumente escolhiam osmontes e as colinas como seus lugares de culto, devido à elevação desses lugares (ver com. de Ez 6:13).A sua sombra. As árvores verdes mencionadas proporcionavam uma sombra acolhedora no intenso calor do sol oriental e também proviam um local secreto para a prática de ritos licenciosos. Nesses locais, as vítimas de sacrifício eram mortas e o incenso era queimado em honra aos deuses (ver com. de Jr 7:31).Vossas noras. O mau exemplo dos pais influenciou os filhos a irem na mesma direção, com os mesmos resultados (Lm 5:7; ver com. de Os 2:4).
Os.4:14 14. Não castigarei. Essas filhas e noras eram menos culpadas do que os pais e maridos lascivos que as levaram ao erro.Meretrizes. isto é, prostitutas cultuais. Eram mulheres que se dedicavam à prática de sexo no culto aos deuses. Desde os tempos antigos essas pessoas estavam ligadas à adoração idólatra em muitas terras pagãs (ver com. de Dt 23:17).Povo que não tem entendimento. Vercom. do v. 6.
Os.4:15 15. Não se faça culpado Judá. Oseias, como que sem esperança por qualquer mudança na atitude ímpia de Israel, faz apelos de advertência ao reino de Judá, no sul (v. 15-17). Israel estava tão perto geograficamente de Judá, que alguns dos últimos reis de Judá foram influenciados pela idolatria do norte, a ponto de haver um grave perigo de que o sul pudesse seguir Israel na apostasia (ver p. 18; ver com. de Os 11:12; 12:1, 2).Nem venhais. Aqui temos uma acusação específica proibindo peregrinações aos centros de idolatria, como Gilgal e Bete-Aven.Gilgal. Havia mais de uma cidade no território do reino do norte que tinha este nome (ver com. de 1 Sm 11:1 5; 2Rs 2:1). O nome Gilgal tem destaque na história de Israel (ver Js 4:19, 20; 5:9, 10; 9:6; 10:6-9, 43; 14:6; 1 Sm 10:8; 11:14, 15; 13:4-8; 15:21, 33;Bete-Aven. Literalmente, “a casa do poder do mal”, ou “a casa da maldade”. Este é provavelmente um epíteto irônico para Betei, que significa literalmente, “casa de Deus” (ver Gn 28:19-22). No entanto, quando Jeroboão I estabeleceu o culto ao bezerro em Betei (ver IRs 12:25-33) e fez da cidade uma casa de deuses falsos, o nome se tornou inadequado. Betei era um lugar de destaque na história religiosa do povo de Deus (ver Gn 28:19; 35:15).Nem jureis. A confissão hipócri ta de adoração ao Senhor não deve ser feita por aqueles envolvidos em idolatria (ver IRs 12:28).
Os.4:16 16. Rebelde. “Teimoso” ou “obstinado”. O povo do reino do norte estava determinado a agir da sua própria maneira. Era como uma novilha incontrolável que resiste ao treino e não pode ser usada para arar.Apascenta como a um cordeiro. Alguns sugerem que isso significa que Deus, merecida e justamente, entregaria Israel a si mesmo, como um cordeiro deixado em um campo a vagar à vontade, sem alimento e proteção. Em vez de controlá- lo com o jugo (ver com. de Mt 11:29, 30) dos mandamentos de Deus, ele teria licença para andar no deserto, sem cerca de proteção. Sem o cuidado vigilante do pastor, um cordeiro é presa fácil de animais vorazes. Poucas criaturas são mais indefesas do que um cordeiro que se desvia de seu pastor (ver Lc 15:3-7). Assim seria com Israel.Outros sugerem que essa frase deve ser considerada como uma pergunta, em vez de uma afirmação. Dessa forma, o sentido do texto seria outro: “Será que o Senhor irá alimentá- los como um cordeiro num lugar espaçoso?”
Os.4:17 17. Efraim. Efraim era a principal tribo do reino do norte, e seu nome era frequentemente aplicado a todo o reino (ver com. de Jr 7:15). Da mesma forma, o nome de Judá era aplicado ao reino do sul.É deixá-lo. A loucura iníqua atou Efraim à idolatria, e assim deixou-o à mercê de um destino inescapável. As dez tribos foram tão longe na idolatria que não lhes foi feita nenhuma promessa de restauração completa (ver PR, 298). Evidentemente apenas alguns membros dispersos das dez tribos no exílio, mais tarde, se juntaram a Judá para voltar à Palestina depois do cativeiro.Deus não força a vontade. Ele arrazoa com as pessoas a aceitar o modo de vida correto (Ez 33:11), mas deixa com elas a decisão de 'ouvir” ou não (Ez 2:5). Aqueles que persistentemente se recusam a aceitar as ofertas de misericórdia são deixados a colher osfrutos de sua escolha (Gn 6:3; SI 81:10-16, Pv 1:25-33; Ap 22:11).
Os.4:18 18. Seus príncipes. Literalmente, “seus protetores”, ou seja, os príncipes como os protetores da nação (ver com. do SI 47:9).
Os.4:19 19. O vento os envolveu. Talvez urna metáfora, referindo-se à tempestade do juízo divino que dispersaria Efraim, varrendo-o para o cativeiro. Esse quadro está em forte contraste com o das “asas de águia” que levaram os hebreus do Egito rumo à terra prometida (Êx 19:4; Dt 32:9-12). Com paciência e longanimidade, Deus tolera os pecadores, chamando-os ao arrependimento. Mesmo o cativeiro previsto das dez tribos ocorreu em etapas (ver com. de Os 7:9).PP, 165, 405; Tl, 187, 383, 486; T3, 544; T5, 190Capítulo 5
Os.5:1 1. Ouví isto. As várias classes de pessoas do reino do norte são aqui abordadas: os sacerdotes, cidadãos e membros da família real. No reino imperial de Deus, com suas exigências morais e espirituais, todos são livres e iguais para obedecer ou desobedecer à lei divina da justiça. Não há acepção de pessoas, todos são colocados no mesmo nível e serão julgados pelo mesmo padrão (ver com. de Dt 10:17).Este juízo é contra vós. Aos sacerdotes tinha sido dada a autoridade para ensinar o povo (2Cr 15:3); ao rei e a seus príncipes, o direito e a prerrogativa de executar sentenças civis em Israel. Contudo, pelo fato de a nação inteira estar envolvida em pecado, os líderes e o povo são o alvo do juízo divino, pois esses líderes foram "uma armadilha" para a nação, em vez de ser sua salvaguarda.O anuncio do “julgamento" cumpre a ameaça implícita no nome simbólico de “Lo-Ruama” (Os 1:6, ARC; ver com. ali). Aqui, o “julgamento’' é equivalente a Lo-Ruhamah, “sem piedade” ou "nenhuma misericórdia” (ver com. de Os 2:23).Mispa. Talvez mencionada junto com Tabor para mostrar a ampla extensão da influência maligna da nação. O monte Tabor fica a oeste do rio Jordão, e Mispa, provavelmente, em Gileade. Supõe-se, de modo geral, que esta não se referia à Mispa de Benjamim, situada no reino do sul.
Os.5:2 2. Na prática de excessos. O hebraico da primeira metade do v. 2 não é claro.Eu castigarei. Homens voluntariosos e desesperadamente pecaminosos podem abandonar todos os critérios de justiça, mas Deus não pode ser expulso da consciência e da experiência humanas (ver At 26:14). O pecador não precisa de nenhuma outra testemunha a não ser sua própria consciência. Os ímpios não podem enganar o Admoestador onisciente, nem fugir à sentença de sua iniquidade (SI 33:13-15; Hb 4:13).
Os.5:3 3. Não Me está oculto. Ver com. do v. 2.O Efraim. Esta tribo poderosa e líderaparentemente também era líder na adoração ao bezerro e em outros tipos de idolatria. Por meio desta influência maligna, todo o Israel foi contaminado.
Os.5:4 4. O seu proceder não lhes permite voltar. Ou, “suas ações não permitem", d ão longe foram na transgressão que julgavam impossível se arrependerem como nação. Quão poderosamente isso indica a força do hábito na experiência humana (ver Jr 13:23; 2Pe 2:12-14). As ações externas do povo indicam que eles se tornaram tão corruptos que o “homem interior” não podería ser alcançado pelo Espírito (ver Ef 3:16).Um espírito de prostituição. Ver com. de Os 4:12.
Os.5:5 5. A soberba de Israel. Do heb. gaon (ver com. de SI 47:4; jr 12:5). Esta pode ser uma referência ao Senhor, que era a excelência de Israel. Neste caso, o Deus que deveria ter sido a glória do povo, mas que foi ignorado e por fim desprezado por eles, testemunharia contra eles pormeio de castigos. Outro sentido de “soberba” pode se referir à condição de prosperidade e florescimento de Israel nos dias de Oseias (ver com. de Os 2:8). A riqueza engendrou a arrogância que indispôs o povo a fazer a vontade de Deus; um orgulho o qual foi vertido na LXX nas seguintes palavras: “será humilhado diante da sua face” (ver Pv 16:18; 18:12).Judá cairá juntamente. O ônus da mensagem do profeta foi dirigido a Israel, mas, ocasionalmente, o reino de Judá também era incluído.
Os.5:6 6. Irão com os seus rebanhos. Commuitos e custosos sacrifícios Efraim procura apaziguar o Senhor (ver lSm 15:22; Os 6:6).Porém não O acharão. O povo de Israel não era movido pelo verdadeiro arrependimento, mas por medo da aflição que se aproximava. O amor a Deus, que produz obediência, não estava em seus corações (ver Hb 12:16, 17; ver com. de Gn 27:38).
Os.5:7 7. Filhos bastardos. Ver com. de Os 2:4.A Festa da Lua Nova os consumirá.Alguns sugerem que isso implica restar apenas um curto tempo antes da destruição do reino. De acordo com a tradução alternativa da ARC, “agora, a lua nova os consumirá”, o significado transmitido é que suas festas sacrificais celebradas naquele tempo não iriam salvá-los da ira divina. O capítulo inteiro é um registro da substituição do culto a Deus pela adoração de ídolos, e esta. passagem pode ser uma alusão à substituição de um mês religioso designado pelo Senhor por um mês diferente. Essa substituição havia sido imposta à nação por Jeroboão I (1 Rs 12:33).
Os.5:8 8. Trombeta. Do heb. shofar (ver vol. 3, p. 24). Oseias apresenta um quadro dos inimigos de Israel como que já em marcha para executar o juízo divino.Gibeá. Gibeá e Ramá se localizavam em Benjamim, perto da sua fronteira norte e dentro do reino do sul. Eram locais adequadospara dar avisos de perigo iminente, por se situarem em terras altas.Bete-Aven. Ver com. de Os 4:15.
Os.5:9 9. Assolação. Literalmente, “um horror”, ou “um acontecimento terrível [que causa horror]”. O dia do castigo é o tempo em que Deus reprova o pecado pela punição.
Os.5:10 10. Os que mudam os marcos. Aquele que se atrevesse a remover os marcos do seu próximo estaria violando um dos preceitos de Yahweh (ver Dt 19:14; 27:17). Em seu desprezo totalmente irresponsável e egoísta pelos direitos dos outros, os líderes de Judá não hesitaram em se inclinar para males como a remoção desses limites. Neste capítulo, Oseias, de modo interessante e significativo, mistura a condenação e a consequente punição de Israel e de Judá. Não é difícil ver porque deveria ser assim, já que o julgamento de Judá e o cativeiro se seguiriam não muito tempo depois, à punição e ao cativeiro de Israel. Os reinos podiam ser diferentes, mas seu destino final seria o mesmo. Por isso, o profeta compôs essa imagem.Derramarei, pois, o Meu furor. Significa um enfático e vigoroso transbordamento da ira divina que oprimiria totalmente esses líderes quebrantadores da lei.
Os.5:11 11. Oprimido e quebrantado. Ou, “oprimido e esmagado”. Deus estava para usar as nações para castigar Seu povo.Andar após a vaidade. Literalmente, “uma ordem”. Ao invés de seguir os mandamentos de Deus, o povo obedeceu aos dos homens (ver Mt 15:7-9). É provável que isto se refira especificamente à ordem de Jeroboão I para adorar os bezerros, quando ele se revoltou contra Judá (ver IRs 12:25-33).
Os.5:12 12. Como a traça. Esta é uma comparação que descreve o declínio gradual e a decadência da vida moral e espiritual de Israel. A traça cjue se alimenta de roupas representa apropriadamente a destruição lenta, mas certa (Jó 1 3:28).
Os.5:13 13. Sua enfermidade. Israel e Judá sentiram seu declínio nacional. No entanto, em vez de se voltar para Deus e pedir ajuda, Efraim virou-se para a Assíria. Só Efraim é mencionado em busca dessa ajuda, porque o reino do norte foi o primeiro a se envolver com a Assíria (2Rs 15-18).Jarebe (ARC). Do heb. yareb. Não se sabe a que rei assírio esse nome se refere. Alguns sugerem que yareb, em vez de ser um nome próprio, é um termo descritivo, possivelmente derivado do radical rib, “competir”. Por isso, sugerem a designação, “o rei que compete”. Outros entendem que a raiz é ravav, “ser grande", o que sugere o título de “o grande rei” ou “o rei principal” (ARA). O segundo significado apoia o título comum usado pelos reis da Assíria, sharru rabü, “o grande rei” (comparar com o ugarítico tnlk rb, “o grande rei”; comparar também a origem do título “rabino”, ver com. de Is 19:20). iarim, na LXX, sugere o título malki ram, “o rei exaltado”.Não poderá curá-los. Oseias lembra a seu povo que qualquer ajuda que procurasse, exceto a de Deus, seria em vão.
Os.5:14 14. Como um leão. Um símbolo do conquistador que destrói. Como um leão que primeiro despedaça sua presa e depois a leva embora, o povo de Deus seria primeiro feito em pedaços, e depois levado ao cativeiro.
Os.5:15 15. Ireí e voltarei. Ainda utilizando a figura do leão que carrega sua presa para longe e depois se retira para sua toca ou caverna, o profeta representa a Deus como Se retirando de Seu lugar no Céu depois de trazer o cativeiro sobre o Seu povo. Quando, como resultado de “sua aflição”, o povo estivesse verdadeiramente arrependido, só então, encontraria Deus, como Jeremias expressa tão bela e ternamente na sua profecia (Jr 29:10-14).Até que se reconheçam culpados. Os dois passos necessários para o arrependimento são a confissão do pecado e a entrega a Deus (ver SI 32:1, 2, 5, 6; Is 59:1, 2).Capítulo 6manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa.praticam abominações.
Os.6:1 1. Vinde. Os v. 1 a 3 estão mais estreitamente relacionados ao pensamento de Oseias 5:15 do que os outros versículos do cap. 6.Ele nos despedaçou. O amor de Deus por nós torna Sua punição um “estranho ato” (Is 28:21, ARC), e Ele é relutante em empregá-lo. O objetivo essencial da Sua disciplina é promover reforma de vida (ver SI 119:75; Lm 3:31-33; Hb 12:5-11).E nos sarará. O Senhor, não o assírio “Jarebe” (ver com. de Os 5:13), nem qualquer outro ser humano (ver Dt 32:39) é o verdadeiro médico.
Os.6:2 2. Depois de dois dias. A expressão "após dois dias [...] ao terceiro dia” parece ser um artifício literário empregado para designar um tempo indefinido (cf. 2Rs 9:32; Am 4:8). Oseias previu que o Senhor iria “curar” (Os 6:1, NTLH). Então, ele acrescenta que a cura estaria em um tempo indefinido no futuro, embora talvez não muito distante. Não há prova bíblica específica de que esta passagem seja uma predição messiânica da ressurreição de Cristo, embora essa crença seja geralmente mantida.Viveremos diante dEle. Viver diante de Deus é estar em plena harmonia e comunhão de amor com Ele (ver Nm 6:25, 26; SI 11:7; 17:15; 27:8, 9; 51:11; 67:1; 119:135).
Os.6:3 3. Conheçamos. Ver com. de Os 4:6.Sua vinda. Evidentemente, o antecedente de “Sua” é o “Senhor”. A passagem apropriadamente descreve a obra da vinda do Messias (ver PR, 688).Como a alva. Jesus Cristo é o amanhecer, ou o sol nascente das alturas (Lc 1:78). Como a aurora tranquila e gentilmente irrompe sobre a terra, dissipando as sombrasda noite e despertando o mundo para uma nova vida e atividade, assim será “o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas” (Ml 4:2). Cristo não veio com demonstração externa de glória para deslumbrar os sentidos dos homens. Em vez disso, Ele deu ao ser humano a quantidade exata de luz necessária para sua salvação.Como chuva serôdia. A chuva tereporá, no fim de outubro até a primeira parte de dezembro (ver com. de Dt 11:14; J1 2:23), após a estação seca, permite o plantio da semente no outono (no início do ano civil e agrícola judaicos). A chuva serôdia, em março e abril, que antecede e amadurece a colheita, fecha a temporada de inverno chuvoso, que culmina em janeiro (ver vol. 2, p. 93, 94). E com essa linguagem expressiva e figurativa que Oseias assegura ao seu povo as abundantes bênçãos de Deus que iriam reavivar e alimentar sua vida espiritual.
Os.6:4 4. Que te farei [...]? Depois de ter tentado persuadir Israel e Judá a se arrependerem, Deus percebe que Seus esforços foram inúteis e, assim, em tristeza, pergunta o que mais pode fazer antes de lhes impor o castigo (ver com. de Is 5:4).Como o orvalho da madrugada. O questionamento divino foi inspirado pela piedade de curta duração do povo. A história da nação escolhida por Deus ilustra profusamente sua piedade fugidia e inconsistente. Todos nós precisamos aprender essa mesma lição, porque a bondade é de pouco valor real a menos que seja um atributo do caráter, algo permanente na vida.
Os.6:6 6. E não sacrifício. Ver com. de Os 5:6.O conhecimento. Misericórdia é a religião na prática, o conhecimento é o guia de conduta adequada. Sem estes dois elementos básicos, a religião tende a ser mera forma vazia e cai no desfavor divino (ver ISm 15:22; Pv 21:3; Is 1:11-17; 2Tm 3:1-5).
Os.6:7 7. Mas eles transgrediram a aliança. Ou, “como Adão, transgrediram”. Em Seu amor supremo por Seus filhos, Deus colocou Adão no jardim do Êden para ser Seu representante na Terra e ter domínio sobre ela (Gn 1:26), mas nosso primeiro pai violou a ordem de Deus para não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 3:6, 22-24; Is 59:1, 2). Como Adão, Israel e Judá tinham recebido de Deus um lugar de habitação. Como Adão, quebraram a aliança de Deus com eles, devido a sua iniquidade e, como Adão, seriam expulsos da terra prometida.Ao transgredir “traiçoeiramente” a aliança, Israel já não era o povo de Deus, fato implícito no nome “Lo-Ammi” (ver com. de Os 1:9; 2:23). A traição de Israel é ilustrada de várias formas (ver 6:4; 7:8, 11, 16).
Os.6:8 8. Gileade é a cidade. Uma cidade não identificada em Gileade, a leste do Jordão entre os ribeiros de Jaboque e de Jarmuque (ver com. de Gn 31:47). Os gilea- ditas são retratados aqui como assassinos por natureza (ver 2Rs 15:25) e, dessa forma, não é surpreendente descobrir que eles estavam entre os primeiros do remo do norte levados em cativeiro pela Assíria (2Rs 15:29).
Os.6:9 9. Como hordas de salteadores. Umretrato do estado terrivelmente perverso dos sacerdotes dos lugares altos (ver com. de Os 4:13).
Os.6:10 Sem comentário para este versículo
Os.6:11 11. Serás ceifado. Isso pode ser usado no bom sentido, como uma recompensa, ou em um mau sentido, como retribuição. Muitos estudiosos preferem a última interpretação, já que Judá, como Israel, caiu em apostasia que certamente produziría sua colheita de tristeza no cativeiro (ver 2Cr 36:1-21).Capítulo 7de Samaria, porque praticam a falsidade; por dentro há ladrões, e por fora rouba a horda de salteadores.
Os.7:1 1. E a sarar. Alguns sugerem que a cura mencionada se refere às advertências proféti- 1 cas e repreensões com as quais Deus se propôs a curar a infidelidade do Seu povo. Outros sustentam que a cura se refere à restauração parcial da prosperidade da nação, no reinado de jeroboão II (ver 2Rs 14:25-27; Os 2:8). No entanto, a doença moral e espiritual de Israel tinha sido tão obstinada e crítica que prevaleceu contra o remédio que Deus podería ter aplicado contra ela. O remédio parecia apenas agravar a doença e revelar sua malignidade.Fica exposto (NVI). Ou, “se revela”.Ladrões. Evidentemente, trata-se de bandos de salteadores que publicamente infestavam as estradas, saqueando os transeuntes. Eles são contrastados com o “ladrão”, que é descrito a fazer o seu trabalho em segredo, dentro da casa.
Os.7:2 2. Não dizem. Tão absorto Israel havia se tornado em seus crimes e transgressões que já não ouvia a voz mansa e delicada da consciência (IRs 19:12). Eles não se davam conta de que deveríam comparecer um dia perante o tribunal de Deus (Ec 12:14; 2Co 5:10). Haviam esquecido que todas as suas ações estavam sob o contínuo escrutínio do Senhor (ver SI 33:13-15; 90:8; Jr 16:17; Hb 4:13).Os seus próprios feitos. A imagem é de suas próprias iniquidades cercando-os como inimigos. Logo, a consciência e o desejo pela justiça certamente cairiam em derrota (ver Pv 5:22).
Os.7:3 3. Alegram ao rei. A corrupção moral e a maldade de Israel se tornaram tão generalizadas que o mal contaminou todas as classes do povo, do menor até o maior. Essa situaçãofoi ainda mais agravada pela atitude degradante do rei e de seus príncipes, que estavam satisfeitos com essa maldade e que aprovaram tal conduta. Tal é o rei, assim é o povo (ver Pv 29:12; Rm 1:32).Alguns preferem outra interpretação deste versículo, com base na seguinte tradução alternativa: “Na sua maldade fazem o rei alegre.” Ou seja, a maldade das pessoas era seu plano maligno para matar a família real. Com isto em mente, o rei se alegra com vinho, e assim se tornava uma vítima fácil e confiante. A frequência com que reis de Israel foram assassinados durante os últimos anos da história do país empresta certo apoio a essa interpretação (ver com. do v. 7).
Os.7:4 4. Todos eles são adúlteros. “Todos” inclui o rei, os príncipes e o povo - a nação inteira.Semelhantes ao forno aceso. Neste quadro, o forno pode representar o coração (ver v. 6); o fogo, os desejos impuros, apetites, paixões; e a massa, os maus propósitos ou planos concebidos pelos conspiradores maus.Até que seja levedada, isto, aparentemente, representa o período decorrido entre o início e a realização dos maus desígnios. Depois de acender o forno, o padeiro deixa que o fogo continue a queimar até que a massa sovada esteja totalmente levedada. Assim foi com Israel: um tempo lhe foi dado para o fermento da maldade fazer efeito.
Os.7:5 5. No dia da festa do nosso rei. O fato de Oseias falar do “nosso rei” o identifica com o reino do norte. Esse “dia” pode significar um dia em que a celebração foi realizada para homenagear o rei. Seja como for, foi um dia de excesso, quando a embriaguez despertou o mal nos homens pela remoção do poder do domínio próprio. Há neste versículo um alerta implícito contra o uso de bebidas alcoólicas por causa de seu efeito nocivo sobre a natureza humana (ver Pv 23:29-32; 31:4, 5; Hc 2:15).Escarnecedores. Derivado do verbo heb. lits, “falar com desprezo” ou “zombar'’ (ver com. de Pv 20:1). Em vez de apoiar os homens justos do seu reino, o rei “estendeu a mão”, isto é, juntou-se aos escarnecedores do que é bom e verdadeiro.
Os.7:6 6. Prepararam o coração. Isto mostra por que as pessoas praticam tão abertamente sua maldade. Seu coração, como um forno, se aquece cada vez mais pelo fogo das más inclinações e dos desejos que se acumulam.Dorme. O tempo de espera é o período em que não há nenhuma demonstração aberta e ativa do mal. Mas, embora o fogo da iniquidade, às vezes, pareça estar depositado no coração humano de modo passivo, ainda é o fogo da iniquidade, pronto para irromper com o calor intensificado do pecado premeditado.Toda a noite. O padeiro, por assim dizer, dorme enquanto a massa leveda, ou seja, enquanto o mau desígnio está operando. Quando tudo está pronto, “de manhã”, o padeiro atiça o fogo, e o forno está suficientemente aquecido, a massa começa a assar, ou seja, o mau propósito é realizado. Pode-se pensar no padeiro como representando o papel como o ator principal do enredo.
Os.7:7 7. São quentes como um forno. Isto, evidentemente, indica o temperamento intenso da paixão e o feroz poder da destruição. Eles haviam levado sua iniquidade tão longe que o calor extremo, destinado a consumir os outros, causou sua própria destruição (ver Dn 3:19-22). Esquemas e planos satânicos, mais cedo ou mais tarde, reagem sobre os seus instigadores. Os reis de Israel tinham influenciado o povo para o mal. Eles tinham aquecido e inflamado seus súditos com os fogos de pecado, até que todos, reis e súditos, foram apanhados nas chamas de uma destruição comum.Os seus juizes. Os magistrados e outros oficiais.Todos os seus reis. Durante o período final da história de Israel, quatro dos cincoreis foram condenados à morte em 20 anos. As vítimas foram Zacarias, Salum, Pecaías e Peca. Nos primeiros dias do reino do norte, vários outros reis foram mortos por seus sucessores ou morreram de forma violenta ou misteriosamente. Dos 20 reis de Israel só Jeroboão I, Baasa, Onri, Acazias, Jeú, Joacaz, Joás, Jeroboão II e Menaém morreram por causas naturais.
Os.7:8 8. Efraim se mistura com os povos.Literalmente, “entre os povos”, isto é, entre as outras nações (ver Et 3:12). Um dos principais motivos da apostasia de Israel foi a associação com os gentios e o casamento com eles (ver Êx 34:12-16; SI 106:33-41).Um pão. Do heb. ‘ugah, uma camada fina de massa em forma de pão circular, que era rapidamente assado sobre pedras quentes ou cinzas (ver lRs 19:6). De forma alguma se assemelhava ao moderno bolo doce; era mais como uma panqueca. O 'ugah precisava ser virado rapidamente para que o calor penetrasse nele por igual. Se não fosse assim, o pão ficaria queimado de um lado e cru, do outro. Esta é uma metáfora da inconsistência e inconstância espiritual do povo. Os israelitas eram declaradamente adoradores do Senhor, mas estavam engajados nas práticas idólatras dos pagãos.O Senhor escolheu Abraão e seus descendentes para serem uma nação santa para Ele, como Sua possessão, e assim ordenou que fossem, como Balaão profetizou, um povo que “habitará só” (Nm 23:9, ARC; ver Êx 19:4-6; Dt 14:2; 26:16-19; SI 135:4). Israel se recusou a seguir essa ordem divina e se misturou com os povos vizinhos, praticando uma religião sincrética, por assim dizer.
Os.7:9 9. Estrangeiros lhe comem a força. A mistura de Israel com os gentios (v. 8) só poderia resultar em nada mais além de problemas. Nações estrangeiras idólatras devoraram a força de Efraim. A Síria reduziu as forças armadas de Jeoacaz a um número desprezível (2Rs 13:3-7). Menaém teve de pagartributo à Assíria (2Rs 15:17-20). No reinado de Peca, Tiglate-Pileser, rei da Assíria, invadiu o território israelita e levou o povo em cativeiro para a Assíria (2Rs 15:29; 10 5:26). Tudo isso aconteceu antes que o reino terminasse, com a queda de Samaria (2Rs 17:5-18).As cãs já se espalham. Uma representação simbólica do declínio da força de Israel e da decadência de sua importância nacional.E ele não o sabe. Isso não significa necessariamente que Israel não sabia que estava em uma condição decadente. Os fatos dentro e fora da nação eram demasiado evidentes. O que eles não discerniam era que a razão do declínio devia-se à sua apostasia. Israel estava sem o conhecimento essencial que devia ter (ver com. de Os 4:6).
Os.7:10 10. A soberba de Israel. Ver com. de Os 5:5.Em tudo isto. Estas palavras dão ênfase à teimosia do reino do norte, em não buscar a ajuda do Senhor. Em vez disso, eles fizeram alianças e tratados com nações estrangeiras.
Os.7:11 11. E uma pomba enganada. Nos tempos antigos, parece ter sido uma opinião generalizada que a pomba era uma ave simples e facilmente enganada. A estupidez dessa ave é o tema de um provérbio árabe, um provérbio cuja antiguidade é desconhecida. A simplicidade absoluta da pomba em voar direto para a rede do passarinheiro, sem suspeitar ou perceber o perigo (ver Pv 7:23), é efetivamente utilizada como uma ilustração da insensatez de Efraim. Ao pedir ajuda ao Egito e à Assíria, Israel não sabia que esta\ a se colocando em uma posição de aguçar o apetite territorial desses poderes imperiais que buscavam controlar a Palestina. Assim, Israel perdeu sua soberania e independência nacional (p. 18-20).O Egito [...] a Assíria. A posição geográfica da Palestina a deixava vulnerável à invasão desses dois antigos impérios. Os dois reinos israelitas se situavam na rota que ligava essas duas forças poderosas.O prêmio muito cobiçado pelo qual esses poderosos impérios lutaram era essa estrada que ligava as ricas bacias hidrográficas do Nilo e do Eufrates. Os reinos de Israel e de Judá foram pegos nessa contramarcha internacional e espremidos entre os dois rivais. Em desespero, sem confiança espiritual em Deus, Israel altivamente recorreu primeiro a um e depois a outro em busca de apoio, o que só poderia se transformar em uma armadilha para a soberania nacional.
Os.7:12 12. Quando forem. Referência à busca de apoio no Egito e na Assíria, (ver com. do v. 11).A minha rede. A rede do castigo divino (ver Jó 19:6; SI 66:11; Ez 12:13; 32:3).E [...] os farei descer. O profeta continua a utilizar a metáfora das aves e do pas- sarinheiro. Não importa quão alto ou rápido voem, as pessoas não podem escapar de Deus. Elas serão humilhadas na terra.Na sua congregação. O sei as informa a Efrairn que os julgamentos muitas vezes declarados à congregação dos filhos de Israel, pelos profetas, seriam severamente executados sobre os apóstatas.
Os.7:13 13. Aí deles! O povo havia se separado de Deus, sua única fonte de salvação (ver S! 3:8; 46:1; 91:1-3; Jn 2:8, 9).Eu os remiría. Evidentemente uma referência ao êxodo do Egito.Falam mentiras contra Mim. Aqui o profeta não acusa as pessoas de dizer mentiras contra meros homens (ver v. 3), mas, a gravidade está em mentir a respeito do Senhor. Em tais mentiras podem ser incluídas a negação da divindade essencial e exclusiva de Deus e também do Seu poder, ou de Sua vontade de proteger ou punir. Ou, o profeta quer dizer que essas mentiras consistem em uma aproximação hipócrita de Deus, com os lábios, enquanto o coração está longe dEle (ver is 29:13).
Os.7:14 14. De coração. A falsidade das pessoas se evidenciava tanto em suas obras comoem suas palavras, porque, se recorreram a Deus pedindo Sua ajuda, eles o fizeram sem a mínima sinceridade. O clamor de Israel ao Senhor não provinha do coração.Dão uivos. Do heb. yalal, “uivar”, palavra que imita o som de angústia. Esses gemidos eram por causa do sofrimento do povo, não por causa do verdadeiro arrependimento e da fé no Senhor (ver com. de SI 18:41). O verdadeiro arrependimento se manifesta não pelo medo do castigo que resulta do pecado, mas por um desejo de se livrar da pecaminosi- dade (ver com. de Jó 42:6).Para o vinho se ajuntam. O quadro é de um grupo de ociosos que se reúnem com o objetivo principal de comer e beber. Várias sugestões foram feitas a respeito do objetivo dessas reuniões. Alguns sugerem que as pessoas se reuniam ostensivamente para executar algum rito extra de adoração ao Senhor. Outros sugerem que eram festas, em templos de ídolos, promovidas para apaziguar os deuses através de oferendas de alimentos. E possível que esses encontros consistissem de grupos de pessoas comuns reunidas perto dos portões da cidade apenas para trocar os últimos rumores e fofocas, e talvez para discutir o triste estado dos assuntos nacionais. Em qualquer caso, a principal preocupação dessas pessoas era verificar se eles tinham uma oferta abundante de trigo e de vinho para suprir suas necessidades fisiológicas. A LXX traz: “Cortam-se por azeite e vinho”, significando que eles se cortavam fanaticamente em sua adoração diante de seus ídolos. Esta não era uma prática incomum entre os pagãos (ver com. de lRs 18:28).
Os.7:15 15. Fortalecí. Literal mente, “eu disciplinei”, “eu castiguei” ou “eu instruí”. Esta passagem é outra referência à bondade do Senhor e à ingratidão subsequente de Israel. Em troca da bondade de Deus para com Seu povo, eles O caluniaram e, obstinadamente, mantiveram-se em maus caminhos.Este versículo, aliás, revela a força e a liberdade da vontade humana. A vontade tem o poder de resistir à influência de Deus e de transformar o que Ele projeta para o bem em mal, porque o ser humano é moral e espiritual mente soberano e independente.Os seus braços. Ou, “seus antebraços”. Os braços são um símbolo de força (ver SI 18:34; 144:1); e assim o Senhor ensinou ao Seu povo onde está a fonte da força e o segredo para adquiri-la. Apesar disso, eles se rebelaram contra Ele.Maquinam contra Mim. A ordem das palavras em hebraico dá ênfase ao seguinte: “Contra Mim maquinam o mal, contra Mim, o seu Deus!”, contra o Senhor que tinha feito tanto por eles e para cuja glória eles foram criados. Eles viraram as costas para seguir os ídolos e dar glória a essas vai- dades (ver Is 42:8).
Os.7:16 16. Como um arco enganoso. Literalmente, “como um arco frouxo”, ou “solto”.A atitude rebelde de Israel contra Deus é figurativamente representada aqui como um arco frouxo, que falha ao disparar a seta para o alvo. O declínio espiritual gradual de Israel, que o levou a perder o seu elevado destino, de fato se assemelha a um arco cujo cordão, perdendo sua elasticidade, é incapaz de disparar a flecha contra o objeto a que ela foi destinada (veja SI 78:55-57).A insolência da sua língua. As palavras dos dirigentes, que ensinaram as pessoas a confiarem no Egito e não em Deus, que dirigiu o povo à idolatria e à impiedade, seria como uma espada a perfurar seu próprio peito quando seu reino fosse destruído e seu povo levado cativo para uma terra estrangeira.Seu escárnio. Como foi com o Egito (ver com. de Is 30:3, 5) assim é com o mundo, que ridiculariza e zomba de quem confia nele em vão, e quer servi-lo em detrimento de Deus.Capítulo 8dez mil preceitos, estes seriam tidos como coisa estranha.
Os.8:1 1. Emboca a trombeta. Como fiel sentinela (ver Ez 33:1-3; Am 3:6), Oseias aqui proclama, em tom de urgência, que o julgamento rapidamente virá sobre o povo de Deus. A trombeta devia dar o alarme da invasão iminente.Como a águia. Isso se refere ao rei da Assíria, Salmaneser V, que estava prestes a invadir a Síria e a Palestina (2Rs 18:9), descendo do norte em um voo rasante e assustador, como uma águia que arrebata sua presa (ver Dt 28:49).Contra a casa do Senhor. Isto não se refere a um templo no reino do norte, pois tal templo, por causa de sua idolatria, não poderia ser adequadamente chamado de “casa do Senhor”. Também não se refere ao templo em Jerusalém, pois esta profecia diz respeito ao reino do norte. Portanto, provavelmente, aqui se faça alusão ao povo de Israel, em virtude da sua relação de aliança com o Senhor (ver com. de Nm 12:7). Resta, no entanto, a possibilidade de que “casa do Senhor” seja usada aqui como equivalente à “casa de Deus”’, ou Betei, que era um dos centros de adoração ao bezerro em Israel (ver com. de lRs 12:29).
Os.8:2 2. Nosso Deus! Nós, Israel, Te conhecemos. Em face de sua desobediência à aliança de Deus e à lei, o povo apela insistentemente ao Senhor por ajuda, alegando que O conhece. Tragicamente, no entanto, é um conhecimento sem vida, quenão pode oferecer nenhuma libertação (ver \lt 25:11, 12).
Os.8:3 3. Rejeitou. Deus responde ao dar a razão pela qual Ele não pode fazer nada por Israel. Eles rejeitaram o bem, o seu bom Deus, sua boa lei e a aliança, as coisas boas que Deus dá ao obediente. Nada restou a não ser o seu repúdio a Deus e sua libertação nas mãos de seus inimigos. Ta1 deve sempre ser a atitude do Senhor para com aqueles que apelam a Deus só para se livrar, mas não estão dispostos a fazer a obra que Deus requer para a salvação (ver Mt 7:21-23; 15:7, 8).
Os.8:4 4. Eles estabeleceram reis. Uma referência aos ímpios usurpadores que assassinaram seus antecessores reais para abrir caminho e subir ao trono (ver com. de Os 7:7).Não da Minha parte. Ou seja, a direção divina não orientou sua conduta, que era desobediente e assim não teve a sanção de Deus.Fizeram ídolos para si. As pessoas apóstatas tinham usado prata e ouro para fazer ídolos, apoiando a adoração idólatra (ver lRs 12:26-28 ver; Is 40:19; Jr 10:1-4).Para serem destruídos. O resultado dessa idolatria é que essas imagens seriam destruídas na ruína do reino.
Os.8:5 5. O teu bezerro. Se o uso do singular, “bezerro”, é significativo, a referência é, provavelmente, ao bezerro de Betei, pois essa cidade parece ter sido o principal centro deadoração ao bezerro de Samaria (ver com. de Am 7:13).É rejeitado. Literalmente, “lançado fora”. O hebraico é incerto. São vários os objetos para o verbo, como “teu” (KJV), “a mim”, “a eles”, etc. Cada um com sua própria nuança. No entanto, o pensamento de toda a passagem (v. 5-7) é bastante claro, pois mostra que a nação logo colhería os frutos da adoração ao bezerro instituída por Jeroboão I (1 Rs 12:28). A LXX diz: “Lançai fora o teu bezerro, ó Samaria", exortando Samaria e todo o país a rejeitar a adoração ao bezerro, que trouxe sobre eles a ira de Deus.A Minha ira se acende. A ira do Senhor contra os apóstatas é plenamente justificada. Ele pergunta quanto tempo será preciso antes que se purifiquem de tal iniquidade, ou, como a LXX diz: “Quanto tempo eles serão incapazes de purificar-se em Israel?”
Os.8:6 6. Porque vem de Israel. Oseias aqui mostra a insensatez do comportamento de Israel. Este início da frase indica a origem dessa específica adoração de ídolos, a imagem do bezerro de ouro. Ela surgiu no reino do norte sob jeroboão 1 (IRs 12:26-33) e continuou sob seus sucessores. De fato, não era Deus. Essa forma particular de adoração ao bezerro não foi buscada de um país estrangeiro, como os cultos de Baal e Astarote dos siclôníos, Camos dos moabitas e Moloque dos amonitas.É obra de artífice. E a maior loucura olhar para qualquer objeto que tenha sido planejado e moldado por nós como superiores a nós. A idolatria conduz os seres humanos contra o próprio princípio da razão. Eles mesmos moldam o ídolo e o transformam cm deus, ao mesmo tempo, eles, que foram criados e mantidos por Deus O abandonam. A essência da verdadeira religião é a adoração ao próprio Criador, a loucura da idolatria encontra-se em adorar o que as próprias mãos fizeram (ver v. 14).
Os.8:7 7. Semeiam ventos. A colheita é sempre o resultado certo da semeadura (G1 6:7, 8). A idolatria de Israel podia ter apenas um fim, o castigo divino. O vento descreve o vazio e a vaidade dos atos idólatras de Israel, o turbilhão e a consequente destruição. Não importa o que se torna o ídolo ou o que rouba de Deus o Seu lugar de direito no coração, certamente voltará para nós em colheita de pesar e angústia. Seremos pagos na dura moeda de nossa própria cunhagem moral e espiritual (ver Ls 2:17-21; Ez 14:1-5).Não haverá seara. Literalmente, “nenhum grão ficará”. Ainda utilizando a figura do vento, quando a semente é o vento, o profeta indica que a safra colhida é o fracasso, a futilidade, a própria destruição, pois a semente cultivada não traz nenhum grão, o broto não produz alimento.E, se a der. Se por acaso qualquer grão for colhido, a invasão de estrangeiros gananciosos com certeza haverá de engoli-lo. Assim, de forma marcante, o profeta mostra que a praga divina cai inevitavelmente sobre todos os atos iníquos (ver Pv 14:11, 12).
Os.8:8 8. Israel foi devorado. Isso inclui não apenas os produtos do campo, mas as próprias pessoas.Como coisa. Como resultado da humilhante derrota de Israel, sua reputação sofreu tão profundamente que a nação se tornou desprezada e desonrada como um utensílio sem valor, a ser lançado fora, total- mente inadequado para o uso (ver com. de Jr 22:28).
Os.8:9 9. Jumento montês. Este animal, voluntarioso e ingovernável é aqui mencionado para retratar o comportamento e a disposição de Efraim ao se voltar para a Assíria e em participar das práticas pagãs e idólatras.Efraim mercou amores. Estes são os assírios com quem, como uma prostituta devassa, Israel mantinha relações ilícitas e para quem descaradamente deu presentes (pagamento de tributo).
Os.8:10 10. Já começaram a ser diminuídos.Se “já” é uma expressão de tempo para “daqui a pouco”, o significado seria que, em breve, Israel sentiría os efeitos dolorosos de ter recorrido à Assíria. Alguns acreditam que “diminuídos” é aqui usado num sentido irônico: assim como o pesado tributo imposto a Israel foi difícil de suportar, isso seria leve em comparação com a tristeza que sentiríam quando a nação inteira fosse levada em cativeiro.Por causa da opressão. Referência às cobranças impostas a Israel pelos assírios.
Os.8:11 11. Multiplicou altares. Ver com. de Os 10:1. Em vez de adorar no único altar, lugar que Deus havia designado (ver Dt 12:1-14), Israel multiplicou altares, contrariamente à ordem expressa de Deus. Eles se voltaram para a adoração ao bezerro e a outros ídolos pagãos (ver com. de Os 2:17). Seu lugar de culto era nos outeiros e em lugares altos, para o prazer das pessoas (ver com. de Os 4:13).
Os.8:12 12. Era dez mil preceitos. Ou, “os dezmilhares”. Já que Israel havia sido favorecido como nenhum outro povo, com a revelação da vontade de Deus através de uma lei escrita, não havia desculpa para sua apostasia. As instruções divinas eram numerosas, muito detalhadas e simples para que o povo não as compreendesse.Como coisa estranha. Embora as direções e as instruções de Deus fossem completas e adequadas, elas se tornaram estranhas diante das inclinações do povo escolhido, e assim os ensinamentos de Deus não foram ouvidos.Em vista do livre acesso que todos têm à Palavra de Deus hoje, em todas as terras e em todas as línguas, nós que vivemos em um mundo mais carente, problemático e hostil do que nos dias de Israel, descobriremos que não temos desculpa se não atentarmos às Sagradas Escrituras e à sua mensagem (ver Hb 2:1-3).
Os.8:13 13. E a comem. Os sacrifícios de Israel a Deus não eram aceitáveis a Ele, porque não eram apresentados no verdadeiro espírito de devoção (ver com. de Is 66:3).Visitará (ARC). Ou seja, com o propósito de punir (ver com. de SI 8:4; 59:5).Eles voltarão para o Egito. A paciência de Deus atingiu seu limite por causa da plenitude da iniquidade. O tempo da punição havia chegado. O Deus que havia libertado Israel da escravidão do Egito iria enviar seus filhos a um destino semelhante ou pior do que o do Egito. Não se trata aqui de um retorno literal e o termo “Egito” é usado apenas como um símbolo da servidão.
Os.8:14 14. Israel se esqueceu. Oseias traça a pecaminosidade de Israel, com suas consequências trágicas, até sua origem, o esquecimento de Deus. Esse esquecimento do Senhor levou à idolatria e à construção de templos pagãos que se seguiram.Eu enviarei fogo. Esta previsão foi cumprida quando Senaqueribe tomou as cidades fortificadas de Judá (2Rs 18:13), e, mais tarde, quando Nabucodonosor tomou e incendiou Jerusalém (ver 2Rs 25:8, 9; 2Cr 36:19, SI 74:3-8; Jr 17:27).Capítulo 9A angústia e o cativeiro de Israel por seus pecados e idolatria.
Os.9:1 1. Não te alegres. A primeira metade deste capítulo, v. 1 a 9, apresenta uma advertência contra qualquer sentimento de falsa segurança decorrente de um período de prosperidade temporária. Sob jeroboão II Israel foi próspero (ver com. de Os 2:8). Após a partida de Tiglate-Pileser III, rei da Assíria (2Rs 15:19; ver com. de ICr 5:26), a terra teve paz sob Menaém. Até Tiglate-Pileser invadir Israel, de certo modo, Peca foi forte, pois suaaliança com Rezim da Síria, o fazia temido por Judá (2Rs 16:5, 6).Amaste a paga. Isso explica o motivo da alegria do povo. As bênçãos da colheita foram consideradas as recompensas por sua idolatria (ver Jr 44:17, 18). Não admira que Oseias se refira a essas bênçãos como o aluguel de uma prostituta, não como evidências da graça do Senhor!
Os.9:2 2. Não os manterão. Embora Israel exultasse sobre as bênçãos da colheita, aspessoas seriam incapazes de apreciar a produção abundante de seus campos, porque seriam levadas em cativeiro para a Assíria, como aparentemente está implícito no v. 3. Ouando as bênçãos de Deus são usadas para os interesses do pecado, em misericórdia, Ele as remove (ver PR, 21).
Os.9:3 3. Na terra do Senhor. Isto é, na Palestina (ver SI 85:1; J1 2:18), o que Deus pretendia era a posse permanente do Seu povo; no entanto, através do pecado e da apostasia, eles a perderam. Era deles só com base na relação da aliança. Ao renunciarem à aliança (Os 6:7; 8:1; 9:1), era apropriado que fossem removidos da terra (ver 9:15, 17; ver com. de 2:5, 9).Tornará ao Egito. Ver com. de Os 8:13.Comerá coisa imunda. Na terra do cativeiro, as pessoas iriam comer o que era imundo, uma vez. que. não poderíam seguir facilmente o que estava em conformidade com os requisitos da lei que proíbe a ingestão de certos animais (ver Lv 11; Ez 4:13).Pão de pranteadores. Este alimento era consumido nos funerais por aqueles que pranteavam os mortos. Qualquer alimento como esse era legalmente impuro, porque um cadáver cerimonialmente contaminava durante sete dias o local onde ficava e tudo e todos que a lí entravam (ver com. de Nnn 19:14). Portanto, aqueles que comessem esse alimento ficariam impuros. Assim seria com os cativos na terra poluída de. seu exílio.Exclusivamente para eles. O texto diz, literalmente, 'pois seu pão [é] para a sua alma”, isto é, “para si” (ver com. de SI 16:10). Toda a comida seria suficiente apenas para alimentar a família. Nada seria levado para a casa do Senhor, como oferta.
Os.9:4 Sem comentário para este versículo
Os.9:5 5. Que fareis vós [...]? Em uma terra estranha, o povo sentiría profundamente a perda das celebrações anuais, das festas nacionais e das solenidades religiosas (ver com. de Os 2:11).
Os.9:6 6. Eles se foram. O profeta descreve o exílio de Israel na terra do cativeiro como um evento que já havia ocorrido. A posse e a ocupação da “terra do Senhor” (ver com. do v. 3) foi uma prova do favor e do amor de Deus; porém, já que a iniquidade do povo trouxe sobre eles desfavor divino, a expulsão de sua terra natal era certa.Por causa da destruição. Refere-se à desolação e à perda de seu próprio país, a partir do qual “se foram”, isto é, a partir de onde foram levados.Egito. Evidentemente o Egito ainda é tomado aqui em sentido figurado, indicando que a terra da punição deles seria uma segunda terra de servidão (ver com. de Os 8:13). Longe de sua terra natal se reuniríam e ali seriam sepultados.As preciosidades da sua prata. ‘‘Preciosidades” aqui é uma palavra alternativa e pode ser melhor compreendida como um termo mais geral para “coisas” ou objetos. Várias interpretações do que essas “coisas agradáveis” significam foram sugeridas, como ídolos de prata, objetos de valor de prata e ornamentos de prata para decorar casas. O contexto favorece a última interpretação. As casas ornamentadas do povo de Israel se tornariam completamente desoladas e desertas, onde urtigas e espinhos cresceríam.Moradas. Aqui, em sentido figurado, designa casas.
Os.9:7 7. Os dias da retribuição. Evidentemente, os falsos profetas da época de Oseias, como os de outros dias, haviam zombado da ideia de que os dias da ira de Deus viríam, assegurando ao povo que não precisava ter medo (ver Jr 14:13-15; Ez 13:9, 10; Am 6:3). Infelizmente, muitos acreditaram e abraçaram essa doutrina enganosa (ver Is 30:8-14). Mas o propósito de Deus prevaleceu; o dia da visitação divina e da recompensa chegaram. Israel não pôde deixar de saber o que iria acontecer e, por não acreditar nas profecias, por fim, iria experimentá-las.O homem de espírito. Literalmente, "o homem do espírito". Alguns entendem que esta referência indica que profeta e homem de espírito são os falsos profetas (ver com. do v. 8) que alegavam inspiração divina e lisonje- avam Israel com falsas esperanças e garantias de segurança (ver Jr 8:11). Uma experiência amarga iria ensinar a Israel a loucura daqueles que iludiram o povo com suas falsas previsões. Parece que sempre que Deus levanta um profeta verdadeiro, Satanás envia falsos profetas. Moisés teve de lidar com os magos do Egito e com Balaão (Ex 7:10, 11; 8:6, 7; Nm 22-24). Elias, no monte Carmelo, teve que enfrentar os 450 profetas de Baal (lRs 18). Micaías, em Samaria, enfrentou outros 400 (lRs 22:6-23). Falsos profetas surgirão até os dias finais da história da Terra (ver Mt 24:11, 24).Outros entendem, nesta referência, que o profeta e o homem de espírito são os verdadeiros profetas, a quem o povo chamava de tolos e loucos e desdenhosamente os tratava como tais, desprezando-os e perseguindo-os. Elomens com mente mundana sempre consideraram os verdadeiros profetas de Deus como loucos, como Festo agiu ao lidar com o apóstolo Paulo (At 26:24); os capitães de Jeú, quando Eliseu enviou o jovem profeta para ungir Jeú como rei (2Rs 9:1-11); e Semaías, quando denunciou jeremias (jr 29:24-29). Não foi nosso Senhor considerado "louco’’ pelos judeus de sua época (Jo 10:19-21)7E o muito do teu ódio. Evidentemente trata-se do ódio dos apóstatas, seja contra seus semelhantes, contra Deus, ou contra os profetas inspirados. Na sua trajetória descendente do pecado, o transgressor primeiro negligencia Deus, então deliberadamente O desobedece. Finalmente, quando cai sob o castigo de Deus por causa de seu curso intencional, passa a odiar o Criador.
Os.9:8 8. Sentinela. Se considerarmos o profeta e o homem espiritual (ver com. do v. 7) como verdadeiros profetas de quem o povozombou e considerou como loucos e fanáticos, Oseias está aqui declarando que seu Deus é o Deus das sentinelas. E, independentemente de como eles foram tratados, como sentinelas de Deus (ver Ez 3:16-21; 33:7-9), o Senhor os protegeria.Ao lado do meu Deus. A expressão “ao lado" aqui é significativa. Se o falso profeta tinha o povo a seu lado para conquistar seu favor e ser conivente com seus caminhos pecaminosos, o profeta verdadeiro estava, em todos os momentos, com o Senhor para receber Sua ajuda e orientação, com Ele em comunhão para realizar a vontade divina em face de toda a oposição. Em uma palavra, era seu privilégio ser membro desse seleto grupo dos que são “cooperadores com Ele” (2Co 6:1). Com a mudança de uma vogal da pronúncia tradicional (ver vol. 1, p 1, 2), esta frase poderia ser traduzida como: “o povo do meu Deus".Laço do passarinheiro. Uma metáfora do trabalho do falso profeta, que leva as pessoas a cair na armadilha da destruição (ver Is 30:8-13). Isto parece indicar que o “profeta" (ver com. do v. 7), mencionado anteriormente, pode ser um falso profeta, em vez de um verdadeiro.Inimizade. Evidentemente o ódio contra Deus e Seu povo, que promoveu a idolatria. Ele é retratado como centrado no templo de ídolos e ativamente representado pelo falso profeta.Casa do seu Deus. O falso profeta estaria ligado a um templo de ídolos, talvez o que ficava em Betei (ver com. de Os 8:1). Observe o contraste entre o “seu Deus”’ e “meu Deus", citado por Oseias no início do versículo.
Os.9:9 9. Nos dias de Gibeá. Para mostrar ao povo do reino do norte a que profundidade de corrupção havia caído, Oseias introduz uma alusão a Gibeá. Esta é, talvez, uma referência ao abuso abominável e vergonhoso da concubina do levita pelos homens de Gibeá, um dos terríveis incidentes no período dos juizes (ver Jz 19).O Senhor Se lembrará. Assim como o pecado de Gibeá foi vingado com sangue pela quase aniquilação da tribo de Benjamim, do mesmo modo seria com o reino do norte, embora por um tempo parecesse que Deus havia passado por alto a culpa dos pecadores e permitido que Benjamim vencesse as 4 outras tribos (ver Jz 20). Eles não escapariam à visitação da ira divina no exílio, embora, por muitos anos, as transgressões parecessem esquecidas por Deus.E castigará. Ou seja, '‘punirá"' (ver Os 8:13; ver com. de Sl 8:4; 59:5).
Os.9:10 10. Como uvas no deserto. Encontrar uvas e figos temporãos em um deserto selvagem e não cultivado é particularmente um deleite. O Senhor expressa a grande alegria que tinha em relação ao antigo Israel, quando entrou em aliança com ele (Dt 32:10).Baal-Peor. Uma referência ao terrível adultério espiritual e literal que Moabe levou Israel a cometer. Uma sedução sugerida pelo apóstata Balaão (ver Nm 25:1-5).E se consagraram. Do heb. nazar, que, na forma encontrada aqui, significa “dedicar-se”. Nazar é a raiz de nazir, nazireu (ver com. de Nm 6:2).Vergonhosa idolatria. As donzelas moabitas sacrificavam sua virgindade a esse deus revoltante e abominável e, neste culto iníquo, os israelitas, que deviam ser separados para Deus e Seu serviço, estavam envolvidos (Nm 25:6-9). Em contraste com os nazireus, que se separavam do que iria interferir em sua consagração a Deus (ver Nm 6), esses transgressores se separaram de Deus e de Seus caminhos e juntaram-se na vergonha, tornando-se, por assim dizer, “nazireus da vergonha” (ver acima em “e se consagraram”).Como aquilo que amaram. Ou, “semelhantes ao que amaram”. Os seres humanos tendem a se tornar parecidos em caráter com o objeto de sua adoração (ver com. de Sl 115:8). Isto foi verdade em Israel. Tendo-se degeneradona moral e no caráter, eles foram considerados por Deus como abomináveis, como as abominações pagãs que eles adoravam.
Os.9:11 11. Quanto a Efraim. Depois de apresentar o paralelo entre o mal presente de Israel e aqueles vergonhosos do passado, Gibeá e Baal-Peor (v. 9, 10), Oseias passa a anunciar o castigo merecido prestes a cair sobre o reino do norte.A sua glória. O significado da palavra Efraim é “dupla fecundidade” (ver com. de Gn 41:52). A bênção de jacó sobre Efraim previu que ele seria maior em número do que seu irmão iVIanassés (Gn 48:14-20). Essa bênção foi mais tarde confirmada por Moisés (Dt 33:17). E muito provável, portanto, que a glória da qual se fala aqui se refira ao aumento na população de Efraim. Como resultado da espada do invasor, have- ria uma diminuição acentuada no número dos habitantes de Efraim.
Os.9:12 12. Ai deles. O fato de Deus ter Se afastado de Seu povo foi a causa de toda a desgraça dele (ver Dt 31:16-18). Desde que os israelitas se separaram de Deus (Os 7:13), não havia outra alternativa para Ele, a não ser Se afastar deles (ver 2Cr 15:1, 2).
Os.9:13 13. Efraim. O hebraico da primeira parte deste versículo é um tanto obscuro. Para essa oração, a LXX traz: “Efraim, como Eu vi, deu os filhos como presa.”Ao matador. Provavelmente, nenhuma nação antiga foi mais cruel com um inimigo vencido do que os assírios (ver Os 10:14).
Os.9:14 14. Que lhes darás? O profeta concorda com o castigo atribuído.
Os.9:15 15. Em Gilgal. Ver com. de Os 4:15.Passei a aborrecê-los. É u ma coisaterrível quando nossos pecados provocam o ódio de Deus, e severos serão os juízos que resultam desse ódio. No entanto, podemos ter a certeza de que, embora Deus odeie o pecado, Ele ainda ama o pecador (CC, 54). Se o pecador não se separar de sua maldade, um dia ele terá que suportar a aversão divinaao mal que traz a destruição final do pecado. O pecado cie Efraim não era algo comum, ou pecado por ignorância. Foi um pecado contra a luz plena da vontade de Deus e, portanto, digno de mais condenação (ver Lc 12:47, 48).Minha casa. Comparar com “terra do Senhor” (ver com. do v. 3).Já não os amarei. Isso se aplica à nação como um todo. Não se refere a indivíduos, muitos dos quais permaneceram fiéis ao Senhor e aos Seus caminhos. Havia muitos desses em Israel, e Deus os amava, como Ele sempre amou e sempre amaria (verIRs 19:18; 2Cr 16:9; Rm 8:35-39; PR, 292).Todos os seus príncipes. Isso mostra quão desesperadora era a condição espiritual do reino do norte, pois nenhum dos seus reis fez o que era reto aos olhos do Senhor. \ nação que deveria ter sido uma luz para os gentios (ver ls 49:6) se tornou numa terra de escuridão espiritual (ver p. 17-20).
Os.9:16 16. Ferido está Efraim. Apesar de Israel ter sido como uma planta agradável no jardim de Deus, a doença da apostasia feriu sua raiz e a secou. Quando a raiz seca, não há esperança de frutos. A árvore de Efraim,portanto, ao se separar de Deus e abandonar Seus caminhos, nada produziría além de folhas e, por isso, merecería o juízo divino (ver Mt 21:18, 19).
Os.9:17 17. O meu Deus. Ver com. do v. 8. Deus não é Senhor dos que, pela desobediência, se afastam dEle. Deus não abandona as pessoas, a menos que elas O abandonem primeiro para seguir os caminhos de sua própria escolha (ver com. do v. 12).Andarão errantes. Séculos antes, Deus havia advertido Israel de que este seria seu destino se eles se afastassem do Senhor (ver Dt 28:63-65). As dez tribos, como nação, jamais retornariam, mas seriam “errantes entre as nações” até o fim dos tempos (ver PR, 298). Essa predição divina foi notavelmente cumprida, e isso pode ser amplamente visto na história dos judeus desde os dias de Oseias até o presente. Eles passaram de nação a nação como um povo sem país. No entanto, essa profecia não diz que os membros das dez tribos não poderíam retornar do cativeiro, como indivíduos, pois podiam, e alguns deles voltaram com os cativos de Judá que retornaram após o fim do exílio (ver com. de Os 1:11).Capítulo 10Israel é repreendido e ameaçado por sua impiedade e idolatria.povo se lamentará por causa dele, e os sacerdotes idólatras tremerão por causa da sua glória, que já se foi.
Os.10:1 1. Vide luxuriante. Nas Escrituras, o povo de Deus é frequentemente comparado a uma videira (SI 80:8; Is 5:1-7; jr 2:21; Mt 21:33-41). A vinha descrita aqui não é sem frutos, mas o fruto produzido é para si. Do ponto de vista do proprietário, a vinha pode ser chamada de “vazia”, pois o dono não recebe nada com isso. Assim foi com Israel. O Senhor não recebeu o fruto que Lhe era devido da nação pela qual Ele tinha feito tanto (ver com. de Is 5:1-7).Que dá o fruto. Embora por nome e por palavras Israel era o povo de Deus, na prática, não deu os frutos da justiça. Mereceu o mesmo juízo que Jesus deu à figueira estéril (ver Mt 21:18, 19).Segundo a abundância do seu fruto. Ou, “para si mesmos”. Poucos homens sabem lidar com a prosperidade. Em vez de se deixar guiar pela bondade de Deus e Seus benefícios ao arrependimento sincero do pecado e de andar mais perto de seu Criador, eles se tornam propensos a esquecê-Lo. Os frutos das bênçãos divinas eram retidosegoisticamente, e não devolvidos a Deus. Assim, Deus é muitas vezes defraudado dos frutos que se devem a Ele. E desonra à bondade de Deus recusar compartilhar com os outros as bênçãos recebidas (ver p. 19, 20).Assim multiplicou os altares. A palavra hebraica traduzida como “multiplicou” vem da mesma raiz da palavra traduzida como “multidão”. O pensamento é que, proporcional mente ao aumento das bênçãos recebidas, a apostasia do povo também aumentou. Isso apresenta em realidade o que acabou de ser dado em símbolo, o grande crescimento da apostasia de Israel. O aumento da população e a prosperidade material (ver com. de Os 2:8; PR, 286) resultou em aumento no número de altares idólatras.Belas colunas. Do heb. matsevoth cujo significado é “pilares” (ver com. de Os 3:4, cb IRs 14:23).
Os.10:2 2. O seu coração. Israel misturou o culto dos ídolos ao culto do Senhor (ver 2Rs 17:32, 33, 41). Deus não podia toleraresse culto sincrético (ver Alt 6:24). É somente quando nos aproximamos de Deus com todo o coração que Ele pode fazer por nós o que Ele deseja (ver Pv 23:26; jr 29:11-14).E falso. Ou, “liso", “escorregadio”.Quebrará. Uma única palavra em hebraico que significa literalmente, “quebrar o pescoço de”, um termo cornu mente usado em sentido ritualístico (ver 1 \ 13:13; 34:20; Dt 21:4, 6). Com essas palavras, Oseias declara que os meios de pecar devem ser tirados dos transgressores e destruídos; seus altares devem ser demolidos e suas imagens, quebradas. O “ele" na terceira frase do versículo é enfático: "Ele [o próprio Senhor] quebraria seus altares”.
Os.10:3 3. Agora. Em outras palavras: ‘quando as pessoas virem a destruição diante de seus olhos”, ou “quando estivessem no cativeiro”.Não temos rei. Como resultado da rejeição ao Senhor e dos castigos contra si, Israel seria levado a ver e sentir que os reis nomeados por sua própria vontade (ver com. de Os 8:4) seriam incapazes de protegê-lo ou ajudá-lo (ver com. de 3:4).isso também pode se referir à rejeição de Israel ao Senhor em sua dupla função como seu Deus e Rei. Essa rejeição que começou, em certa medida, com a escolha de Saul (ver lSrn 8:7), resultou em desastre espiritual seguido de angústia material e, finalmente, em completa ruína.
Os.10:4 4. Jurando falsamente. A infidelidade de Israel nos dias de Oseias foi anunciada em seus vários aspectos: (I) abandonar o Senhor pela idolatria, (2) deslealdade para com seu soberano e (3) falsidade e desonra ao lidar com os semelhantes em geral. Depois de entrar em acordo com o rei assírio Salmaneser V, a nação enganosamente fez um pacto com Só, rei do Egito (ver 2 Reis 17:4). Assim, ao mesmo tempo, atuaram como violadores das alianças e desobedeceram ao mandamento de Deus que proíbe acordos com estrangeiros (verÊx 23:32; 34:12; Dt 7:2); portanto, eram falsos com os homens e com Deus.Brota o juízo. Literalmente, “o julgamento [ou justiça] brota”, ou “o juízo floresce”. Alguns sugerem que “juízo” se refere ao castigo divino contra a nação ímpia, o qual seria tão amargo e mortal como a cicuta. No entanto, o contexto parece indicar que "julgamento” aqui se refere à “justiça” oficial na terra como perversão e paródia da verdadeira justiça (ver Am 5:7; 6:12). Este juízo pervertido é como a erva amarga que surge pronta e abundantemente.Erva venenosa. Do heb. rósh, “uma erva amarga e venenosa” (ver com. do S! 69:21). A palavra também é usada para o veneno de serpentes (Dt 32:33; Jó 20:16).
Os.10:5 5. Samaria. A capital e a principal cidade do reino do norte.Bezerro. Do heb. 'egloth, “vacas novas”, ou “novilhas". Em outras partes do livro de Oseias, os bezerros idolatrados são designados pela forma hebraica masculina. Provavelmente, a palavra no gênero feminino tem o propósito de expressar desprezo pelas imagens instituídas por Jeroboão 1. O uso da forma feminina pode também implicar a fraqueza desses deuses, pois, em vez de esses bezerros ajudarem as pessoas, as pessoas tinham medo de que os bezerros fossem levados cativos. Em vez de o plural, a LXX traz o singular, “bezerro”, que concorda melhor com o pronome singular “ele” (v. 5, 6).Bete-Aven. Literalmente, “a casa do poder do mal”, ou “casa da iniquidade” (ver com. de Os 4:1 5). Betei, “casa de Deus”, que tora um lugar de memória sagrada por causa de sua associação com o patriarca Jacó, mais tarde, tornou-se um dos dois centros de adoração ao bezerro (IRs 12:26-33).Os sacerdotes. Do heb. kemarhn, uma palavra que não ocorre em outras partes do AT, exceto em 2 Reis 23:5, em que é traduzida como “sacerdotes pagãos” (NVÍ), e emSofonias 1:4, em que é transliterado como "quemarins” (ARC).
Os.10:6 6. Também o bezerro será levado. Este versículo explica o anterior. O deus nacional de Israel, o bezerro, seria levado para Assíria como um dos despojos de guerra. Nos tempos antigos, a vitória sobre uma nação era contada como uma vitória sobre seus deuses (ver 1 Rs 20:23, 28; 2Rs 18:28-35).Rei principal. Ver com. de Os 5:13. Não há referência específica ao cumprimento desta profecia sobre a deportação do bezerro de ouro para a Assíria, mas podemos ter a certeza de que os assírios não permitiríam que tal objeto de valor permanecesse sem ser molestado em Betei.Por causa de seu próprio capricho. Talvez uma referência à má política de Jero- boão 1, que teve como objetivo a separação das tribos de Israel de Judá (ver IRs 12:26-30).
Os.10:7 7. Lasca de madeira. Do heb. qetsej, “um ramo quebrado” (ver Mt 15:13). A LXX diz "um galho”. A figura enfatiza a leveza, instabilidade e impotência do rei em quem o povo confiava.
Os.10:8 8. Aven. isso deve ser entendido como Bete-Aven, provavelmente Betei (ver com. de Os 4:15). Alguns, no entanto, consideram esses lugares altos de Aven como lugares altos “de maldade” (a palavra heb. awen significa “maldade”) onde sacrifícios ilegais eram oferecidos a deuses estranhos. Ao sacrificar ao Senhor nesses lugares altos, em vez de em Jerusalém, o único lugar autorizado para o serviço religioso de acordo com a lei (ver Dt 12:1-14), as pessoas começaram a se afastar de Deus. Mais tarde, por causa do aumento da apostasia, esses altos testemunharam as mais abomináveis idolatrias e práticas pecaminosas (ver com. de Os 4:13).Espinheiros. Uma imagem impressionante de desolação completa.Cobri-nos. O povo ficaria tão acabrunhado com angústia e consternação, que,em aflição e desespero, desejaria a morte rápida. Ao invés de contemplar cenas mais comoventes, ou de suportar mais calamidades, os israelitas preferiríam ser enterrados sob as montanhas ou colinas.Significativamente, o Senhor usou palavras semelhantes para prever as misérias relacionadas com a destruição de Jerusalém pelos romanos, em 70 d.C. (Lc 23:30), como também o fez João ao retratar o desespero das pessoas, no fim do mundo (Ap 6:16, 17). Não seria infinitamente melhor orar a Jesus agora para que Ele “cubra” nossas transgressões com o sangue do Seu sacrifício do que, por negligência, ter que clamar às montanhas e colinas que caiam sobre nós e nos cubram? Nossas orações sinceras a Jesus certamente serão ouvidas, mas as orações às montanhas e às colinas serão em vão.
Os.10:9 9. Gíbeá. Ver com. de Os 9:9. O pecado de Gibeá se tornou proverbial.
Os.10:10 10. Castigarei o povo. Sobre o propósito do cativeiro, ver p. 18, 620.Congregar-se-ão. Os instrumentos de punição de Deus seriam os invasores estrangeiros (ver com. de ís 7:20). Assim como as outras tribos se uniram contra a tribo de Benjamim, em Gibeá, para destruí-la, nos dias de Oseias vários povos e nações se uniríam contra as dez tribos para destruir Israel. O número reunido contra Israel seria tão esmagador como todas as tribos juntas contra a pequena tribo de Benjamim (ver Jz 20).Dupla transgressão. A tradição mas- soreta, a LXX, a Siríaca e a Vulgata trazem a expressão “duas transgressões”. A punição de Israel estava ligada a suas transgressões, como os animais estão atrelados ao jugo. As pessoas teriam que arrastar esse castigo. O povo de Deus tinha jogado fora Seu jugo leve e suave (ver com. de Mt 11:29, 30) e se atou às suas próprias formas de pecado. Nesse caminho, a destruição iria alcançá-los.
Os.10:11 11. Bezerra. Do heb. eglah (ver com. do v. 5). Efraim é aqui comparado a umanovilha treinada para pisar o milho. Os bois eram usados nos tempos antigos (e modernos) na debulha dos grãos, pisando-os, ou arrastando uma carroça sobre eles. Também não eram amordaçados (ver Dt. 25:4) e, assim, eram deixados livres para arrebatar, de vez em quando, um punhado de milho. Assim foi a história de Israel. Os israelitas foram postos na terra prometida, em circunstâncias fáceis e confortáveis, como uma novilha que debulha, e lhe foi permitido comer à vontade. Tragicamente, esses confortos materiais que deveriam tê-los atraído para perto do Criador, tornaram-nos autossuficientes e rebeldes (ver com. de Dt 32:15).Formosura do seu pescoço. A mudança veio; o jugo assírio estava prestes a ser colocado ao belo pescoço de Israel.Atrelei Efraim ao carro. Ou seja, usar 1.1 mim para a equitação ou para puxar um veículo.Lavrará. Um trabalho pesado e desagradável seria imposto ao povo. judá, por causa de seus pecados, também devia compartilhar a labuta, tendo que fazer o trabalho pesado da lavoura, e Jacó, provavelmente usado aqui no sentido de representar as dez tribos do norte, iria quebrar os torrões. Livre no passado, Efraim por fim seria subjugado e obrigado a carregar o jugo da dura servidão.
Os.10:12 12. Semeai [...] em justiça. Literalmente, 'para a justiça”, ou, "em justiça”; Israel devia semear a semente da qual brotaria a justiça. A orientação aqui dada novamente reflete o significado do nome de Jezreel (ver com. de Os 1:4; 2:23).Ceifai. A novilha (v. 11) ilustra a condição em que Israel se encontrava por causa do pecado; aqui o profeta descreve o que o Senhor desejava que Israel fosse por meio da obediência da fé. Usando metáforas da vida agrícola (v. 12, 13), Oseias faz um chamado ao arrependimento e à reforma que o verdadeiro arrependimento traz. Deus garanteao Seu povo que, se ele conformar a vida à Sua vontade e tratar os semelhantes com justiça, receberá sua recompensa (ver SI 19:11; Pv 11:18), algo muito maior do que o total das boas ações que eles podiam fazer, assim como o agricultor que semeia um alqueire de trigo e colhe dele muitos alqueires na safra (ver Mc 10:28-30). Embora possamos semear a semente da justiça em lágrimas, a promessa reconfortante é que a colheremos em alegria (ver SI 126:5, 6).Misericórdia. Do heb. chesed (ver Nota Adicional ao Salmo 36). Comparar com o significado do nome Lo-Ruama (ver com. de Os 1:6; 2:23).Porque é tempo. Este é um apelo divino para uma reforma na vida, para o desenraiza- mento das plantas daninhas do pecado, do mesmo modo que o agricultor faz o arado correr ao longo do campo inculto e sulca o solo para prepará-lo para a semeadura. Israel é instado a se purificar de toda apostasia no culto, de toda a iniquidade e a se voltar para o Senhor com sinceridade de coração. Por muito tempo, a terra de Efraim permaneceu sem cultivo e selvagem e em pecado. Isso devia ceder lugar ao cultivo divino para que plantas daninhas e as raízes dos males nacionais, sociais e individuais fossem erradicadas. Renovação espiritual e reforma religiosa radical eram imperativos.Esse forte apelo indica que a porta da misericórdia ainda estava aberta para o arrependimento possível por parte de Israel. No entanto, o triste fato de que o país permaneceu como um todo tão endurecido no pecado faria com que esse apelo fosse em vão (ver com. de Os 4:17). No entanto, as mensagens diretas de Oseias não foram totalmente em vão, pois elas, provavelmente, ajudaram muitos a permanecer fiéis como indivíduos naquele tempo de crise (ver PR, 292).Buscar ao Senhor. Se o fizessem. Deus voltaria a considerá-los como Seu povo (ver com. de Os 1:9; 2:23).Chova justiça. Ver com. de Is 45:8.
Os.10:13 13. Arastes a malícia. Usado aqui no sentido de “semeastes maldade”. A conduta antiga do povo de Israel tinha sido o oposto do que eles foram exortados a apresentar (ver v. 12). O mal semeado já havia rendido a inexorável colheita da iniquidade (ver Jó 4:8; Pv 22:8). Sua confiança na sabedoria de seus próprios caminhos os traiu, despertando contra si guerra e desastre (ver Pv 14:12).Fruto da mentira. Por meio da hipocrisia e da idolatria, Israel havia mentido contra Deus. O fruto dessa desonestidade seria desilusão, nulidade, assim como a fumaça e as cinzas da decepção pura.Confiastes nos vossos carros. Israel abandonou o caminho da justiça de Deus para seguir seus próprios caminhos de iniquidade. Ao confiar na vã ajuda do Egito e da Assíria fez do homem a sua força, e assim afastou-se do Senhor (ver com. de jr 17:5).
Os.10:14 14. Tumulto. A colheita está pronta; o tumulto de guerra e a destruição estão a caminho.Salmã. Não se trata aqui de uma forma abreviada de Salmaneser V, rei da Assíria, mas uma referência a Salum que matouZacarias, filho de Jeroboão II e reinou sobre Israel apenas um mês. Por sua vez, foi assassinado por seu sucessor (ver 2Rs 15:8-15); ou Salamanu, um rei moabita.Bete-Arbel. Do heb. beth ãrebel, “a casa de Arebel”. Esta pode ter sido Arbel (a moderna Irbid), mencionada em 1 Macabeus 9:2, na Galileia, na tribo de Naftali, ou outra Irbid a leste do Jordão. Curiosamente, a LXX traz: “a casa de jeroboão”, que seria uma referência ao assassinato de Zacarias por Salum, que pôs fim aos descendentes de Jeroboão II.Despedaçadas. Os assírios eram conhecidos por sua crueldade na guerra (ver com. de Os 9:13).
Os.10:15 15. Betei. Ver com. de Os 4:15. O cativeiro iminente podia ser rastreado pelas ini- quidades do povo. Como o principal local de adoração do bezerro, Betei foi o motivo pecaminoso para as muitas calamidades que se aproximavam.Alva. Como a manhã rapidamente despede as estrelas da noite, assim o rei (provavelmente Oseias, o último rei de Israel) seria imediatamente destituído, e o reino do norte chegaria rapidamente ao seu fim.MDC, 54; PR, 19 Ev, 113, 634; PR, 13-15 - PR 280Capítulo 11e queimavam incenso às imagens de escultura.x ninguém o faz.comovido dentro de Mim, as Minhas compai- xões, à uma, se acendem.
Os.11:1 1. Menino. Os v. 1 a 4 deste capítulo relatam os benefícios que o povo de Israel havia recebido do Senhor desde a época do êxodo e a ingratidão subsequente de Israel por essas bênçãos. Deus tinha todos os motivos para agir contra Israel por causa de sua atitude em relação ao amor e cuidado que Ele lhe concedeu, desde a infância, por assim dizer (ver Ez 16:1-8; PR, 312). Seu interesse por eles era realmente de um pai para seu filho, um interesse que nenhuma outra nação compartilhava na mesma medida (ver Dt 7:6-8). Oseias se refere a esta relação, começando no momento em que Moisés deu a mensagem do Senhor ao faraó para deixar Seu povo ir (ver com. de I \ 4:22, 23). O principal propósito da Bíblia é recomendar aos pecadores a bondade e a graça de Deus (Os 11:1; ver T8, 275). '‘Toda a Escritura”, diz Lutero, “visa especialmente isto, que não duvidemos, mas certamente esperemos, confiemos e acreditemos que Deus é piedoso, misericordioso e longânimo.”Chamei Meu filho. A experiência da libertação de Israel do Egito foi relatada pelo escritor do evangelho de Mateus, sob a orientação do Espírito Santo, para ser uma figura ou profecia da experiência do menino Jesusno Egito e Seu retorno à Palestina (ver com. de Mt 2:15). Embora a referência de Mateus não possa ser considerada como uma citação literal de Oseias 11:1, do hebraico ou da LXX, não há dúvida de que o autor do evangelho teve em mente essa comparação de experiências.
Os.11:2 2. Quanto mais Eu os chamava.Provavelmente, uma referência aos vários profetas e outros mensageiros que Deus empregou para dar a conhecer Sua vontade ao povo.Tanto mais se iam. Recusando-se a reconhecer o chamado de Deus, Israel se voltou para a idolatria, especialmente para os baalins, as várias representações do deus Baal (ver Os 2:17).
Os.11:3 3. Tomei-os nos Meus braços. Esta é uma bela imagem do cuidado amoroso de Deus por Efraim. Assim como um pai carinhoso ensina uma criança a andar, tomando-a pelos braços quando tropeça ou cai, o Senhor havia ensinado Seu filho Israel (ver Dt 1:31; 33:27; Jr 31:32). Assim como um pai amoroso pacientemente tolera um filho que ainda não chegou à maturidade, assim o Senhor teve paciência com o Seu povo imaturo, pessoas ignorantes dosmistérios espirituais do reino dos céus (ver Dt 32:10).Curava. Esta parece ser uma alusão a Exodo 15:26 (ver também Is 57:18).
Os.11:4 4. Cordas. Esta é uma imagem adicional da orientação paternal do Senhor a Israel (ver Jr 31:3).Laços de amor. Uma expressão significativa, mostrando que esses laços são muito diferentes dos utilizados para domesticar animais selvagens. Os animais precisam, às vezes, ser submetidos ao trabalho útil com algum grau de violência, mas Deus não atrai as pessoas desse modo. Ele não usa cordas rígidas, nem grilhões de ferro, mas nos atrai de modo racional, cortejando a inteligência e apelando aos afetos (ver com. de Is 1:18). Deus nos chama de uma maneira adequada à dignidade de nossa natureza, conforme fomos criados à Sua imagem (Gn 1:26, 27). Ao trabalhar pelas pessoas, devemos sempre seguir esse método de amor (ver ICo 9:19-23; bis 2:7, 8; 3:12; Hb 5:2). Cristo nos atraiu com cordas humanas ao Se fazer homem, viver e Se sacrificar para o nosso bem (ver jo 12:32; At 10:38). Uma das razões do Filho de Deus se fazer um de nós foi para nos atrair com as cordas de simpatia, ao partilhar uma natureza comum conosco.Dar-lhes de comer. Algo comestível, ou seja, os alimentos em geral, não necessariamente carne. O Senhor concedeu a Israel, apesar de seus frequentes fracassos espirituais, a Sua misericórdia e terna compaixão, juntamente com alimento abundante (ver SI 23:5). Isso fez com que qualquer recorrência a outros deuses para assegurar favores maiores se tornasse o mais indesculpável dos atos.
Os.11:5 5. Para a terra do Egito. Tendo sido tributário da Assíria desde os tempos de Menaém (2Rs 15:17-20), Israel se revoltou e procurou a ajuda do Egito (2Rs 17:1-4). No entanto, nenhuma ajuda vinda do Egito seria permitida. Israel seria obrigado a sesubmeter ao jugo da Assíria. O cativeiro assírio seria um castigo sobre eles por pecados dos quais não haviam se arrependido.
Os.11:6 6. A espada. Não haveria escape da invasão nem de seus efeitos.Ferrolhos. Literalmente, “galhos”, “bastões” ou “brotos”. Evidentemente os “galhos” serviam, de certo modo, para ajudar na defesa das próprias cidades, como as barras das portas da cidade. Galhos também podem ser entendidos em sentido figurado, como as fortalezas de fronteira, ou as aldeias próximas, relacionadas com as cidades como galhos de uma árvore.Caprichos. A causa de todas essas aflições iminentes eram os maus conselhos da nação, que levaram o povo à transgressão e à apostasia (ver SI 5:10).
Os.11:7 7. Meu povo. Quão expressivamente isso mostra que, apesar de toda a culpa de Israel em apostasia persistente, a nação ainda era “Meu povo” para Deus!Concitado. Apesar de Israel ter sido chamado para a elevada comunhão com o Altíssimo, parecia que ninguém se importava em ter essa experiência sublime. A corrupção estava tão profundamente enraizada em Israel que o povo, geral mente, não dava nenhuma resposta aos apelos dos profetas a esta vida espiritual mais elevada.
Os.11:8 8. Como te deixaria, o Efrairn? O pensamento do v. 8 representa uma transição de previsões sombrias de castigo severo para promessas consoladoras de misericórdia. Com frequência, nas profecias de Oseias, castigos e promessas se alternam e, às vezes, se misturam. Embora Efrairn merecesse completa destruição por causa de suas iniquidades, o Senhor, por Sua misericórdia e Seu amor duradouro, continuou a lutar pelo arrependimento e pela reforma da parte de Seu povo (ver Jr 31:20).Zeboim. Admá e Zeboim estavam entre as cidades da planície de Sodoma, que foram destruídas por Deus (Gn 14:8; Dt 29:23).Embora Israel fosse tão culpado e merecedor da ira como essas cidades (ver Mt 11:23, 24), Deus manifestou relutância em entregar o reino do norte nas mãos de seus inimigos ou destiná-lo à destruição.Minhas compaixões. Ver com. de Nm 23:19.
Os.11:9 9. Não executarei. O profeta pinta um retrato glorioso da operação do amor divino. O Senhor não executaria o ardor da Sua ira, nem destruiría a Efraim totalmente. Se o amor de Deus no início de seu interesse por Israel fora algo grande e exaltado (ver v. 1-4), tornou-se maior ainda, como a expressão máxima da compaixão (v. 8, 9), na qual o Senhor Se recusa a desistir de Seu povo, totalmente indigno como se tornara, do amor que Ele lhe mostrou.Destruir Efraim. Enquanto o homem pode punir para destruir, Deus castiga para corrigir e restaurar (ver Jr 29:11). A ira de Deus resulta em um curso muito diferente do que a dos homens. O homem pretende a vingança; Deus, a reconciliação.Eu sou Deus. Esta é a razão básica para a misericórdia divina assim expressa. O caráter inerentemente santo de Deus não pode deixar de honrar e cumprir sua aliança de amor eterno com Israel. Ele é Deus e por isso deve ser medido pelo padrão divino desse amor (ver Rm 8:37-39; ljo 4:16), não pelo padrão vingativo do homem.O Santo. Isso explica por que Deus pune a iniquidade e ainda continua a mostrar misericórdia. A santidade que não pode tolerar a culpa também é a santidade da verdade e da fidelidade.Não voltarei em ira. Estas palavras significam que Deus não viria como um inimigo para destruir totalmente, como Ele tinha vindo para as cidades da planície de Sodoma (v. 8).
Os.11:10 10. Bramará como leão. Uma figura que denota tanto a alta sonoridade da advertência quanto a terrível majestade do Senhor, ao convocar Seu povo para retornar. Esse rugido também pode significar Suas ordens aos inimigos de Israel, quando Deus chamasse Seu povo de volta do cativeiro. A voz majestosa e imponente do Senhor, embora cheia de amor (Rm 2:4), também é plena do solene poder de juízo para aqueles que praticam a iniquidade. Deus chama os pecadores não apenas a correr para a Sua misericórdia, mas também para fugir da ira vindoura (ver Mt 3:7, 8).
Os.11:11 11. Como passarinhos. Evidentemente é uma referência ao retorno dos judeus após o cativeiro de 70 anos (ver Jr 29:10). Egito e Assíria são aqui mencionados especificamente porque os judeus experimentaram sujeição e opressão em ambos os países.
Os.11:12 12. Com engano. O profeta apresenta a idolatria aberta de Israel em contraste com a condição espiritual do reino do sul, de Judá, que era aparentemente fiel ao Senhor.Domina. Ou, “vagueia”. Possivelmente isto indique que Judá ainda estava caminhando de modo vacilante, inquieto, vagueando em sua relação com o Senhor, o Santo fiel (sobre o estado de Judá na época em que o reino do norte de Israel caiu, ver v. 2; ver com. de Os 4:15; ver também p. 18).Este último versículo do cap. 11 é o primeiro do cap. 12, na Bíblia hebraica.Capítulo 12esforços, não acharão em mim iniquidade alguma, nada que seja pecado.
Os.12:1 1. Efraim. Aqui um sinônimo para o reino do norte de Israel.Apascenta o vento. Em vez de buscar ao Senhor como a fonte de segurança, Israel recorreu a alianças estrangeiras para ajudá-lo a manter seu poder que entrava em declínio.? “Vento” é usado em sentido figurado para indicar o que é vazio e vão, sem valor real ou prático. Portanto, alimentar-se de vento é ter prazer ou se nutrir de nada.O vento leste. Ver com. de Jr 18:17. Seguir o vento oriental é buscar vãs esperanças e planos impraticáveis. Em medida mais ampla, a alusão é feita ao poder destruidor do vento leste, tornando-o figurativa- mente uma representação maior de algo que é vão e vazio. Ele representa o que é nocivo e destrutivo. O vento leste na Palestina,trazendo grandes extensões de resíduos de areia, é abrasador e destrutivo para a vegetação, opressivo para o homem, violento sobre o mar (ver SI 48:7) e em terra (ver Jó 27:21; Jr 18:17). Portanto, seguir o vento leste significa destruição. A primeira parte de Oseias 12:1, na LXX, afirma: “Mas Efraim é um espírito maligno, ele perseguia o vento oriental todo o dia.”Multiplica mentiras. Alguns explicam esta expressão como a descrição da falsa adoração de Israel e seus efeitos negativos (ver Am 2:4). Outros tomam esta passagem como uma referência à conduta de Efraim para com seus companheiros na violência e no roubo (cf. Jr 6:7; Am 3:10). O fato é que toda a vida do reino do norte era uma mentira. Seu povo havia renunciadoà autoridade divina. Eles se rebelaram contra a dinastia de Davi. Rejeitaram o sacerdócio dos filhos de Arão e passaram a adorar bezerros de ouro. Renunciaram ao Senhor para cultuar Baal e Astarote e afrouxaram os laços da moralidade na vida social. Procuraram ajuda em tempos de angústia nacional, não no Senhor, mas em um tempo na Assíria e, em outro, no Egito (ver com. de Os 11:5). No entanto, o tempo todo afirmavam ser o povo de Deus. Eles se gabavam de ter Jacó como seu pai, o que explica por que a vida de Jacó é aqui citada (12:3, 4) como uma repreensão aos seus descendentes.E destruição. E significativo que a mentira e a destruição estejam acopladas aqui. Deus sempre liga pecados sem arrependimento e sua punição. Multiplicar um é multiplicar o outro. O pecado é a causa da qual o castigo é a consequência, um efeito que, tragicamente, a maioria parece ignorar até que seja tarde demais (ver Rm 2:4-6).E faz aliança. Também entre outros povos antigos como os gregos e os romanos, o sacrifício de animais ratificava as disposições de um acordo entre as partes interessadas. Esse desejo de alianças estrangeiras é dado como uma prova positiva da apostasia de Israel. O pagamento de elevados tributos à Assíria, em vez de impedi-la de invadir suas terras, só estimulou os assírios a invadir a terra de Israel por mais riqueza (ver Ec 5:10). As ambições políticas, econômicas e territoriais das potências imperiais, como a Assíria, nunca se satisfazem. Tendo urna vez começado a pagar tributo a esse poder da Mesopotãmia, Israel não poder ia conter a demanda incontrolável do império. Assim, se deu a ruína de Israel.O azeite. Normalmente, uma referência ao azeite de oliva, um produto abundante na Palestina (cf. Dt 8:7, 8; Ez 27:17). Este óleo foi, provavelmente, enviado ao Egito como um presente para conquistar o interesse do país e assistência contra a Assíria.
Os.12:2 2. Contenda. Ver com. de Os 4:1. Aqui Judá é incluído na queixa de Deus contra o Seu povo. A transgressão de Judá não era tão grave como a de Israel, naquele tempo, porque a nação ainda demonstrava certa lealdade ao Senhor (Os 11:12), e o sul não era tão abertamente culpado de apostasia como o era Israel. Não obstante, Judá devia enfrentar a punição.Jacó. Em um sentido particular, Jacó aqui representa o reino do norte, em contraste com Judá, mas num sentido mais amplo, o nome abrange tanto as dez tribos que compunham Israel, como as duas tribos que formavam Judá.
Os.12:3 3. Pegou do calcanhar. A menção do nome de Jacó (v. 2) faz referência, no v. 3, a dois eventos importantes na vida do patriarca. Evidentemente o objetivo de Oseias é admoestar seu povo a imitar o comportamento de seu progenitor e lembrá-lo da distinção que jacó tinha obtido, assim, como um incentivo para que o imitassem. Em seu nascimento, Jacó lançou mão do calcanhar do irmão mais velho, um incidente que o levou a receber o nome de jacó (ver com. de Gn 25:26). A segunda frase do v. 3 diz como Jacó, na maturidade da vida, lutou com Deus, o Anjo da aliança (ver Gn 32:22-32), e prevaleceu, de modo que seu nome foi mudado de jacó para Israel. A palavra '‘Israel” significa realmente ‘ele lutou com Deus”, ou “ele prevaleceu sobre Deus”, ou “ele governa com Deus" (ver com. de Gn 32:28). jacó começou aquela noite com a luta, mas terminou em súplica. O fim de toda a luta com Deus não era para conquistá-Lo, mas para conquistar a si mesmo. O reconhecimento da fraqueza é o nosso poder, e aqueles que se aproximam de Cristo com a súplica: “Não Te deixarei ir se me não abençoares” (Gn 32:26), descobrirão que isso alcança o poder de Deus.
Os.12:4 4. Lutou. A experiência de Jacó como um exemplo a ser seguido pelo povo de Deusé mais integralmente descrita e tratada neste versículo, a fim de estimular Israel a fazer o mesmo. Essa experiência traz algumas lições importantes: (1) A eficácia da oração fervorosa e persistente nessa luta (ver Ef 6:18; Fp 4:6; iTs 5:17). Jacó não cedeu perante os perigos que o ameaçavam, nem sucumbiu sob as dificuldades de sua posição. Ele enfrentou bravamente os desalentos que o cercavam, não, porém, com sua própria força. Com a força que Deus lhe deu, ele teve poder com Deus. No vigor da sua força lutou com o anjo da aliança e prevaleceu. A luta simboliza intenso fervor e energia. O objeto desta luta foi a bênção de Deus. Os meios utilizados foram orações, lágrimas e suplicas fervorosas. A persistência com que ele orou e pediu se expressa nas palavras: “Eu não te deixarei ir, se me não abençoares.” (2) Somente com a ajuda de Deus podemos superar o problema do mal em nossa vida. O toque que feriu Jacó cronicamente e tirou toda a sua força revelou a incapacidade do ser humano de prevalecer no conflito com o pecado e, seguramente, demonstra o cjue Deus pode fazer se nos colocarmos em Suas mãos (ver Mt 1:21; Jo 15:5; Fp 4:13, Hb 13:20, 21).Betei. Este local foi palco de dois momentos memoráveis na experiência espiritual de Jacó (ver Gn 28:11-22; 35:1-5). Em ambas as ocasiões, o patriarca ali se consagrou a Deus. Aqui, Oseias apela aos descendentes de Jacó para purificar a vida de toda a idolatria, e deixar de fazer de Betei um centro de adoração falsa (ver com. de Os 4:15).Falou Deus conosco. Ver com. do v. 5.
Os.12:5 5. O Senhor. A primeira metade do v. 5 é uma frase em justaposição com o pronome "ele" no encerramento do v. 4. Assim, o pensamento da passagem é: “E ali Ele, o próprio Senhor Deus dos Exércitos, falou conosco” (“com ele”, segundo alguns manuscritos da LXX e da Siríaca). Alguns interpretaram essa passagem com o sentido de que, quando Deus disse a Jacó que seu nome seriaIsrael, Ele falou não apenas ao patriarca, mas, por meio dele, a todos os seus descendentes. Esta interpretação explicaria por que Oseias diz a seu povo que, em Betei, “falou Deus conosco’ (v. 4).O Deus dos Exércitos. Ver com. de Jr 7:3. A aliança e a promessa foram confirmadas a Israel por Aquele que tem o poder e a autoridade para fazê-lo, o Senhor Deus dos Exércitos, o Senhor Deus das hostes celestiais, Aquele que orienta e controla todos os eventos e que governa todo o universo (ver SI 103:19). A palavra “hostes” é especialmente adequada em relação a Jacó, por causa das hostes de anjos que encontrou antes de lutar com Deus (ver com. de Gn 32:2).E o Seu nome. Isto é, “o nome memorial de Deus”, o nome pelo qual Israel deveria se lembrar dEle (ver Êx 3:15; SI 135:13). Para incentivar o povo do Senhor a ter plena confiança em Deus e em Seu poder para salvar, o profeta acrescenta a frase: “O Senhor é o seu memorial” (ARC). Quando o nome de uma pessoa é mencionado, imediatamente vem à memória que tipo de caráter ela tem, quais são seus atributos, se é boa ou má, se é confiável ou desprezível. Assim é com Deus, Seu nome traz à nossa mente Seu caráter, Seus atributos, Seu trato com os seres humanos. Deus está aqui desafiando o povo a considerar que Seu nome é uma memória preciosa para eles a respeito do que Ele é e do que fez por eles, para que Seu nome seja temido e vinculado às lembranças de bênçãos passadas e por isso deveria assegurar ao povo que Seus caminhos são os melhores. A imutabilidade de Deus, que não só aceitou Jacó, mas o abençoou e o fez prosperar, se estendeu aos descendentes do patriarca como uma garantia de bênçãos, como no caso de eles voltarem para o Senhor e produzirem frutos dignos de arrependimento. Pelo fato de Betei ter sido mencionada (v. 4), pode ser que o uso do termo “memorial” seja uma alusão a um dos pilares que Jacóestabeleceu naquele lugar (ver Gn 28:18, 19; 35: 9-15).
Os.12:6 6. Converte-te. Por causa do caráter inerentemente justo de Deus e de Sua atitude fiel para com Jacó e seus descendentes, isto é um chamado ao arrependimento e à confiança. A prova da sinceridade ao atender a este apelo devia ser demonstrada, primeiramente em relação a seus semelhantes, praticando “misericórdia e a justiça”, e, em segundo lugar, em relação a Deus, esperando nEle continuamente. A tradução literal do hebraico da primeira cláusula é mais expressiva: “E tu [enfático] retornarás ao teu Deus.” Isso traz à tona o fato fundamental de que em nossa condição de fragilidade, apenas com a ajuda de Deus podemos desenvolver o caráter que devemos possuir (ver jo 15:4, 5). Podemos ter vontade de voltar para Deus, e isso é bom, mas não o suficiente, a menos que a nossa vontade se submeta à vontade e ao poder de Deus para tornar o nosso propósito eficaz (ver Rm 7:18-20; Fp 2:12, 13; Hb 13:20, 21). As palavras “torna-te para o teu Deus” são a chamada grande e sublime do evangelho para todos em todos os tempos (ver At 2:37, 38; 3:19; 5:31; 17:30).Guarda o amor e o juízo. Do heb. che- sed (ver a Nota Adicional ao Salmo 36). Este apelo ao amor fraterno e à equidade foi um dos pontos enfatizados pelos profetas (ver Jr 22:3; Mq 6:8).Espera sempre. Se Israel fizesse isso, eles iriam descansar em segurança e não temeríam seus inimigos (ver Is 30:15; 32:17). Devemos esperar em Deus por causa da nossa necessidade dEle em meio aos perigos que nos cercam, pois Ele é a única fonte de força e suficiência. Esperar em Deus, portanto, significa esperar nEle em expectativa e esperança, confiando nEle para obter ajuda, esperando a libertação (ver SI 27:14; 40:1-3).
Os.12:7 7. Mercador. Nos v. 7 a 11, há uma descrição mais detalhada da apostasia do reino do norte, sugerida na primeira partedeste capítulo. A apostasia de Israel apresenta um forte contraste com a seriedade de Jacó para obter a bênção divina, a sinceridade de seu arrependimento, as evidências de sua conversão e sua espera constante em Deus. Essa triste situação da nação, aparentemente, impele Oseias a repetir a história da decadência espiritual de Efraim.Balança enganosa. Efraim não estava no elevado plano espiritual do patriarca, lutando e prevalecendo com Deus, mas era um vendedor ambulante de espírito materialista e explorador, dado à fraude e à opressão. Em vez da misericórdia e da justiça que Deus exigia, os israelitas haviam descido a um comércio ganancioso, desonesto e opressivo, usando “balanças enganosas” (ver Lv 19:36; Dt 25:13-16).
Os.12:8 8. Contudo. Do heb. ’ak, “apenas”, “certamente”, "verdadeiramente” (ver com. de SI 62:1). Isto pode ser considerado uma resposta defensiva ao apelo divino, implicando: “Eu só fiquei rico, nada fiz de errado, portanto, nenhuma iniquidade pode ser encontrada em mim.” Ou, pode-se considerar uma resposta autossuficiente ao apelo do profeta para se esperar em Deus (Os 12:6), implicando: “Certamente, eu enriquecí pelos meus próprios esforços e não devido a ajuda divina.”Enriquecido. Efraim aqui se orgulha de suas riquezas, a despeito do fato de elas terem sido adquiridas por meio de fraude e violência, argumentando que ele não transgrediu, e assim não merece condenação ou punição. O estado próspero do reino do norte durante os reinados de Jeoás e jeroboão II (ver 2Rs 14:11-16, 23-28) pode ter levado Israel, sob a autoconfiança, a um estranho esquecimento de Deus, cegando o povo ao conhecimento de sua condição espiritual real (ver com. de Os 2:8). A prosperidade é um pobre alimento para a al ma e um perigo constante para a obtenção da vida eterna.Não acharão em mim iniquidade. Este protesto de inocência por parte deEfraim antecipa a atitude farisaica dos judeus da época de Cristo, que ousadamente se justificavam diante dos homens, mas eram conhecidos por sua hipocrisia diante de Deus (ver Lc 16:13-15; 18:9-14).
Os.12:9 9. Mas Eu. Este versículo é composto gramaticalmente de duas frases distintas, que são declarações independentes. Na primeira se afirma: 'T. Eu sou o Senhor teu Deus desde a terra do Egito" (ver a segunda no com. seguinte).Ainda te farei habitar. As seguintes interpretações desta segunda cláusula têm sido sugeridas: (1) Trata-se de um aviso divino de que, como os judeus estiveram uma vez em cativeiro no Egito, novamente o Senhor os colocaria em servidão na terra da Assíria. (2) E uma promessa: assim como Deus tirou Seu povo do Egito e o fez habitar em tendas no deserto a caminho da terra prometida, Ele o faria outra vez. Pode haver uma ameaça aqui de que Deus iria conduzir o Seu povo fora de sua terra aprazível e o colocaria em um estado de deserto, por causa de seu orgulho e ingratidão. No entanto, apesar da ameaça de castigo, estende-se a Israel a promessa de orientação e proteção, como no início da história de Israel, lembrança ainda mantida viva através da Festa dos Tabernáculos. Durante os sete dias dessa festa, o povo habitava em cabanas celebrando o tempo em que habitavam em tendas no deserto depois de terem sido libertados do Egito (ver Lv 23:33-36, 39-43). Não era só a Festa dos Tabernáculos uma ocasião de ação de graças anual para as bênçãos com que Deus havia coroado o ano, mas suas tendas simbolizavam que na terra não tinham "habitação permanente” (ver Fíb 11:9, 10; 13:14).
Os.12:10 10. Visões. Do heb. chazon (ver com. de 1 Sm 3:1).Símiles. Trata-se de comparações semelhantes, parábolas, símbolos que mostram o invisível por meio do visível. Frequentemente,os profetas utilizavam parábolas para transmitir o significado divino às pessoas, empregando figuras como a vinha (Is 5), a estátua (Dn 2), os animais (Dn 7), o tijolo e a panela de ferro (Ez 4). A LXX, para esta oração, diz significativamente: "Eu fui representado por meio dos profetas.” As símiles tornaram as mensagens dos profetas mais cativantes, mais fáceis de entender e de serem lembradas. Deus honra seus verdadeiros profetas, mostrando que é apenas por meio deles que Ele revela Sua vontade (ver Am 3:7).Transgressão. Oseias faz a pergunta: "Não é Gileade em iniquidade?” (ARC). Em outras palavras, ele responde decisiva mente: “Na verdade existe iniquidade, e nada mais.”Pura. Do heb. ’ak (ver com. de SI 62:1; Os 12:8).Vaidade. A iniquidade levará qualquer pessoa à vaidade e à inutilidade. Como uma das penalidades, o pecado resulta em dege- neração moral e física que termina em morte eterna.Gilgal. Ver com. de Os 4:15. Os habitantes de Gilgal, a oeste, estavam em melhores condições espirituais do que os de Gileade, a leste do Jordão, o que prova que o reino inteiro se entregou à adoração de ídolos (ver Am 4:4; 5:5).Montões. Do heb. galhn, "montes de pedras”, assim como os agricultores removiam as pedras do solo arável e as deixava empilhadas em montes inúteis para fácil remoção. Os altares idólatras, tanto de Gileade (que significa “montão da testemunha”; ver com. de Gn 31:47) quanto de Gilgal, deviam ser transformados em montes de pedra. Esse tratamento dos altares implicava não só a sua destruição, mas a desolação do país. A própriaabundância dessas ruínas do altar nos sulcos do campo apresenta um quadro bem visível e destacado da idolatria brutal das pessoas.
Os.12:11 Sem comentário para este versículo
Os.12:12 12. Jacó fugiu. A fuga de Jacó e a servidão a Labão (v. 12) são comparadas com a experiência de Israel no Egito (v. 13). Alguns defendem que os v. 12 e 13 estabelecem a servidão dupla de Israel: a primeira, que seu antepassado Jacó suportou; a segunda, que as doze tribos sofreram no Egito. Pode ser também que a angústia e aflição de Jacó sejam apresentadas como um contraste com a exaltação de sua posteridade, sendo o objeto desse contraste um modo de impressionar o povo de Deus com Sua bondade, ao resgatá-los da escravidão e inspirá-los com gratidão a Ele e com humilde reconhecimento de Sua misericórdia.
Os.12:13 13. Profeta. A alusão, aqui, é feita aoIs 63:11-14). Como o Israel antigo foi preservado pelo profeta Moisés, assim também o povo de Deus, hoje, é preservado por dar ouvidos aos mensageiros designados por Deus e por ordenar a vida em harmonia com os conselhos assim transmitidos (ver 2Pe 1:19).
Os.12:14 14. Ira. Por causa da falsidade de Efraim e de sua falta de devoção, ele provocou a ira amarga do Senhor. A culpa e a punição de Efraim não seriam eliminadas (ver com. de Jz 2:20; 2Rs 13:3).Sangue. Efraim havia derramado sangue em profusão (ver Os 4:2; 5:2).Opróbrio. A desonra que Efraim causou a Deus por meio da idolatria e da iniquidade retomou para ele. Aqueles que se rebelam contra Deus e trazem opróbrio ao Seu nome devem esperar a retribuiçãoprofeta Moisés (ver Êx 3:4-12; SI 77:20; divina (ver 1 Sm 2:30).Capítulo 13]. Por cansa da idolatria, a glória de Efraim desaparece. 5 A ira de Deus devido a ingratidão. 9 A promessa de misericórdia. 15 A rebelião jiãgada.
Os.13:1 1. Tremor. Os v. 1 a 8 deste capítulo mostram porque Efraim (reino do norte de Israel) “destruiu” a si mesmo (v. 9). As particularidades dos pecados do povo são apresentadas, bem como a punição resultante de s s a s t ran sgre s sõe s.Culpado. Isto, evidentemente, refere-se ao culto de Baal (para o qual, sem dúvida, a adoração do bezerro havia preparado o caminho), que havia sido introduzido em Israel por Acabe, por influência da rainha jezabel (ver IRs 16:29-33). Graças aos esforços de Elias (lEs 18) e do rei Jeú (2Rs 9, 10) esse mal recebeu um revés, mas não foi erradicado e irrompeu novamente.Morreu. A idolatria de Efraim resultou em degradação nacional e morte política. (3 reino perdeu a posição alta e exaltada, e sua honra foi lançada ao pó. Efraim se tornou espiritualmente morto, pronto para o enterro que vi ria em breve (ver Ei 2:1). Abandonar o Senhor e. se divertir com o pecado sempre traz um resultado certo: a morte (ver Ez 33:10, 11; 13m 6:23). Ao contrastar a prosperidade de Efraim com sua destruição, o profeta mostra que Efraim devia sua prosperidade à imerecida misericórdia de Deus, que o abençoou por amor de José (ver Gn 49:22); ele devia sua destruição ao próprio pecado.insensato, porque é tempo, e não sai à luz, ao abrir-se da madre.
Os.13:2 2. Agora. A palavra marca significativamente a transição a partir da introdução do culto a Baal (ver com. do v. 1) às condições dos dias de Os ei as. Era uma coisa abominável fazer e adorar uma imagem de escultura como uma representação material do verdadeiro Deus, como fez Jeroboão 1 (ver IRs 12:25-33), violando assim o segundo mandamento e negligenciando a instrução solene de que a adoração a Deus deve ser espiritual, não material (ver Ex 20:4-6; jo 4:24). Mas foi duplamente hediondo introduzir outros deuses, como o fenício Baal, em violação direta ao primeiro mandamento, que requer a adoração exclusiva ao Senhor (ver Ex 20:3). E, então, nos dias de Oseias, todas as formas de idolatria continuavam “mais e mais”, até que a nação ficou infestada com essas falsas religiões.Obra de artífice. Por ser fruto das mãos dos homens, essas imagens e os ídolos não tinham poder espiritual ou físico (ver fs 44:9- 20; Hc 2:18, 19).Beijam bezerros. Era costume dos adoradores de ídolos beijar o objeto de adoração (ver IRs 19:18). Se não fosse possível se aproximar da imagem (como a Lua), o sinal era enviado pelo adorador, beijando sua própria mão (ver com. de Jó 31:27).
Os.13:3 3. Como nuvem de manhã. A prosperidade de Efraim seria de curta duração (ver SI 37:35, 36). A apostasia traria sobre ele a punição certa e rápida. Estas quatro figuras: a nuvem da manhã, o orvalho da madrugada, a palha e a fumaça muito expressivamente denotam a natureza transitória da existência nacional de Israel. A Bíblia está cheia de figuras que representam a transitoriedade da vida humana (ver Is 40:6-8; Tg 4:14, etc.).
Os.13:4 4. Terra do Egito. Os v. 4 e 5 mostram que o castigo divino sobre Efraim não pode, razoavelmente, ser considerado muito grave, tendo-se em conta a bondade de Deus para com o ingrato Israel. Desde o momento em que Israel esteve no Egito, o Senhor lhe deu Seu favor, que foi imprudentemente esquecido. Os profetas tinham o hábito de se referir ao passado histórico da graça salvadora de Deus ao lidar com Seu povo, como a base de um apelo ao arrependimento do pecado presente e como um incentivo para buscar a aprovação e a aceitação divina.Não há salvador. Oseias aqui se refere ao Senhor como o único Deus verdadeiro, ao passo que todos os outros deuses eram fraudes (ver Is 43:10-12; Is 45:20, 21). A libertação de Israel do Egito foi uma prova incontestável do poder de Deus.
Os.13:5 5. No deserto. Se Deus conhecia Seu povo e Se preocupava com ele, Israel deveria ter mantido o conhecimento de Deus (ver com. de Os 4:6), preservando Seu culto (ver Dt 32:9-14).
Os.13:6 6. Eles se fartaram. Nas ricas pastagens do amor e da bondade de Deus, o Seu povo se fartou. Efraim é como um animal de trabalho doméstico (ver com. de Os 10:11) que, em um pasto demasiadamente luxuriante, torna-se teimoso e incontrolável.Ensoberbeceu-se-lhes o coração. Literalmente, “o invólucro do seu coração”, isto é, o pericárdio, a membrana que envolve o coração. Israel havia fechado seu coração a Deus. O castigo divino é retratado comoo rasgar do coração fechado, por um leão. O profeta apresenta um impressionante paralelo com o dia do juízo, quando todos os corações serão abertos diante de Deus (ver Hb 4:13; 10:30, 31).Esqueceram. Em vez de se lembrar de Deus com gratidão e moldar a vida de acordo com Sua graça abundante, o povo se encheu de orgulho e se esqueceu do Criador. Quanto mais os bens deste mundo são procurados e valorizados, mais Deus, o grande doador de todos os bens, é esquecido. Este foi o grave pecado de Israel para o qual o profeta tantas vezes chama a atenção da nação (ver Os 2:5; 4:7; 10:1).
Os.13:7 7. Como leão. Uma figura que apropriadamente descreve a destruição que inevitavelmente se segue ao pecado de Israel. As bestas vorazes mencionadas aqui, o leão com sua ferocidade e o leopardo com a sua agilidade, simbolizam a breve invasão dos assírios, que traria fim ao reino do norte (ver 2Rs 17:1-6). O carneiro cevado em seus pastos luxuriantes (Os 13:6) iria em breve se tornar presa dos devoradores.
Os.13:8 8. Como ursa. Poucos animais são mais ferozes do que a ursa quando roubada de seus filhotes ou quando está faminta. A LXX, para esta frase de abertura traz: “Vou encontrá-los pelo caminho da Assíria, como uma ursa feroz.” As três feras mencionadas: o leão, o leopardo e o urso adequadamente exibem o poder de Deus e o furor de Sua ira. Se o pecador escapar do leão, o leopardo o alcança; se ele fugir do leopardo, a ursa selvagem o encontra. Parece que Oseias está se esforçando para demonstrar ao povo a realidade do que significa a visitação da ira divina. O profeta aqui emprega as mesmas figuras aterradoras do mundo animal que, muitas vezes, são utilizadas em outras passagens para simbolizar as nações que Satanás emprega para se opor e devorar o povo de Deus (ver Jr 4:7; 50:17, 44; Ez 32:2; Dn 7:4-7).
Os.13:9 9. A toa ruína. Israel se destruiu com as armas do orgulho, idolatria, sensualidade e anarquia. O pecado é sempre suicida (Pv 8:36; Ez 18:20; 33:10, 11; T5, 120).Teu socorro. A crise extrema de Israel poderia ser, se o povo quisesse, a oportunidade de Deus (ver Is 49:14-16; Hb 13:5). O versículo é ao mesmo tempo um fim trágico e um começo confortador, uma garantia de que por um lado, se a ruína de Israel foi causada por suas decisões, por outro, ainda estava aberta para eles uma oportunidade de voltar ao Senhor. Enquanto por toda a história humana ira e ruína são o deserto do pecador, a bondade e a misericórdia são a dispensação de um Deus amoroso e justo.
Os.13:10 10. O teu rei. As perguntas, neste versículo, mostram claramente que os reis da própria escolha de Israel (ver com. de Os 8:4) não poderíam ajudar a nação. A razão pela qual os israelitas pediram um rei era para que ele pudesse julgá-los e sair diante deles para lutar suas batalhas (ISm 8:19, 20). Seu medo do que as nações hostis poderíam fazer-lhes provocou uma crise que, como julgavam, apenas um rei poderia resolver adequadamente. Na crise que estava diante deles - frente à ameaça da invasão assíria — o Senhor pergunta: “Onde está agora o rei que vai levá-los para defender todas as suas cidades e as suas fortalezas, e dar-lhes a vitória? Onde estão os juizes e os príncipes que os livrarão do perigo?” Naturalmente, a resposta é que auxiliares tão poderosos não podem ser encontrados.Se limitarmos a aplicação das palavras “o teu rei” ao reino do norte, a referência aqui é à escolha de Israel por Jeroboão 1, a fim de se livrar da pressão dos impostos de Roboão (IRs 12:12-20). No entanto, o uso do termo "juizes” e a tormulação do pedido do povo sugerem que esta passagem se refere ao erro de Israel na exigência de um rei, em primeiro lugar (ver ISm 8:5), em vez da rejeição de Roboão pelo reino do norte e da escolha de Jeroboão.
Os.13:11 11. Dei-te um rei. Este rei, sem dúvida, é Saul (ver ISm 8:4-7; 9:22-10:1). É dito que Agostinho declarou: “Deus, muitas vezes, dá com raiva e nega por misericórdia” (ver Nm 11; SI 78:18, 27-31, 38, 39, 106:14, 15, 43-46). E um pensamento sóbrio afirmar que Deus pode punir as pessoas, concedendo- lhes o que desejam.
Os.13:12 12. Atadas juntas. Como um homem, segundo o costume, guarda o dinheiro em um saco e deposita em algum lugar secreto a fim de que possa ser preservado, do mesmo modo, Deus havia guardado cuidadosamente os pecados de Efraim (ver Dt 32:34, 35; Jó 14:17). O dia do acerto de contas de Efraim havia chegado. Paulo emprega a mesma ilustração sobre o destino do pecador (Rm 2:4-6). Em vez de esconder os pecados, devem eles ser postos à luz do arrependimento e da confissão, se quisermos ser perdoados (ver Jó 31:33).
Os.13:13 13. Dores. O castigo do qual Deus adverte é comparado com os violentos, repentinos e insuportáveis espasmos de uma mulher em trabalho de parto (ver lTs 5:3). A iniquidade de Israel seria seguida por graves sofrimentos e muitas dores. No entanto, essas tristezas do mundo poderiam, pela graça divina, resultar nas tristezas piedosas do arrependimento. Então, e só então, seria um período novo e mais feliz a ser desfrutado.
Os.13:14 14. Eu os remirei. Os comentaristas se dividem em relação à aplicação desta passagem. Tomada literalmente, parece ser uma bela promessa de ressurreição e da aniqui- lação final da morte e do sheol. No entanto, tal interpretação não parece adequada ao contexto. Os v. 12 e 13 falam da inevitabilidade do juízo iminente, e o v. 15 dá sequência ao assunto. Além disso, a declaração “Meus olhos não veem arrependimento algum” não parece estar de acordo com as afirmações anteriores; menos ainda quando se observa que a palavra traduzida como “arrependimento” seria mais corretamente traduzidapor “compaixão”. A consideração do termo “compaixão” levou muitos expositores a procurar um significado que se harmonizasse plenamente com o contexto. Eles ressaltam que, traduzindo a passagem como uma série de perguntas, em vez de uma série de afirmações positivas, pode-se alcançar uma completa harmonia. A tradução a seguir é com base nessas considerações: “Eu os remirei da violência do inferno e os resgatarei da morte; onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua perdição? O arrependimento será escondido de Meus olhos” (ARC). Vista desta forma, a passagem explica porque “as iniquidades de Efraim estão atadas juntas” (v. 12). Assim, Deus não salvará as pessoas da morte. O que de fato Ele faz é chamar a morte e o she'ol para fazer o trabalho deles, e, nesse momento, a compaixão vai estar ausente enquanto faz o que é para Ele uma “obra estranha” (Is 28:21).Os que defendem que esta passagem é uma promessa de ressurreição enfatizam que as palavras podem ser uma repentina explosão do profeta tendo em vista a perspectiva do glorioso futuro, e, portanto, parece estar separada do contexto. Eles interpretam a frase “Meus olhos não veem em Mim arrependimento algum” (ARA) como uma confirmação de que os propósitos misericordiosos de Deus para Seu povo não serão mudados.A explosão triunfal de Paulo em I Co- ríntios 15:55 (“Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?”) talvez seja uma alusão a Oseias 13:14. As palavras do apóstolo são mais parecidas comas da LXX do que com a da versão hebraica. As frases correspondentes na LXX são: “Onde está, ó morte, o teu castigo? Onde está, ó Hades, o teu aguilhão?”
Os.13:15 15. Aquele que ele viceja. Trata-se de um jogo de palavras. O nome de Efraim, por derivação comum, é derivado de um radical que significa “ser frutífero” (ver Gn 49:22). O nome Efraim é comumente usado no AT como uma designação para a parte norte do reino dividido, devido ao fato de que Efraim era a tribo maior e mais influente nessa área. De forma semelhante, o reino do sul era comumente conhecido como Judá, a tribo mais numerosa e influente no sul.Vento leste. Ventos do leste na Palestina, vindos do deserto, tendem a ser quentes e escaldantes (ver com. de Jr 18:17). Os exércitos poderosos da Assíria são representados por esta imagem.E secará a sua nascente. Ou, “ele destruirá”, isto é, o vento leste, embora haja uma transição súbita do figurativo para o real. E o conquistador assírio cjue, vindo do Oriente, como um vento devastador, iria devastar e destruir Israel.
Os.13:16 16. Samaria. A cidade de Samaria era a capital do reino do norte.Levará sobre si a sua culpa. Do heb. asham, “ser culpado”. A tradução “se torne em desolação” requer uma mudança da palavra hebraica. A LXX diz: "deve desaparecer”, ou “será destruído". Na Bíblia hebraica o v. 16 inicia o cap. 14.Serão despedaçados. Sobre os costumes bárbaros nas guerras antigas ver com. de Jz L6; 2Rs 8:12, cf. 2Cr 25:12,Capítulo 14
Os.14:1 1. Volta. O cap. 14 é um clímax apropriado para a mensagem de Oseias. O profeta faz um último apelo ao seu povo para abandonar a maldade e voltar para o Senhor. Ainda não era tarde demais. Mas o dia de oportunidade estava passando rapidamente. As nuvens da guerra iam escurecendo o horizonte ao oriente. A Assíria estava no auge de seu poder, e suas ambições imperialistas logo engoliríam a nação israelita embriagada pelo vício e pela idolatria. Uma vez que o ministério profético de Oseias se estendeu ao reinado de Ezequias (Os 1:1) e a queda de Samaria ocorreu no 6o ano desse rei (2Rs 18:9, 10), é possível que esta mensagem final tenha sido dada pouco antes do dia da desgraça. Como as mensagens individuais do livro não são datadas, é impossível fixar com precisão as datas exatas de várias delas.Estás caído. Literalmente, “tropeçaste".
Os.14:2 2. Tende convosco. Provavelmente, esta é uma alusão à exigência da lei mosaica: “Ninguém apareça de mãos vazias perante Mim'’ (Ex 23:15). O povo podia ter esperadoque o retorno ao Senhor exigisse holocaus- tos ou presentes materiais. Todavia, o profeta não se refere a nenhuma dessas coisas. Um simples pedido de misericórdia acompanhado de arrependimento sincero e confissão era tudo o que o Senhor exigia (ver com. do SI 32:1).Toda iniquidade. O pecador sinceramente arrependido pode ser livremente perdoado. Uma vez perdoado, o pecado não é mais creditado na conta do pecador (ver com. do SI 32:2).Aceita o que é bom. Literalmente, “receba o que é bom”. Provavelmente, tra- tava-se de um pedido para Deus aceitar como “boa” a confissão do penitente.Novilhos. Do heb. parim, “touros jovens”. A queda de uma consoante possibilita a leitura “frutos ”. Essa leitura tem o apoio da LXX e da Siríaca e se encaixa bem no contexto. Se parim for mantido, o significado parece ser que, como os touros oferecidos em sacrifício, as pessoas ofereciam os seus lábios. Há uma possível alusão a este versículo em Hebreus
Os.14:3 3. Assíria. O povo se empenhava no que dizia respeito a três dos seus pecados principais: esperar a ajuda da Assíria (ver Os 5:13, 7:11), confiar nos cavalos e carros do Egito (ver Os 7:11; cf. Is 31:1) e permanecer na idolatria (ver Os 13:2; cf. Is 42:17).
Os.14:4 4. Curarei. Deus responde à oração : penitente. A apostasia é aqui consideradacomo uma doença e somente o Médico divino podia curar as enfermidades da alma (ver Jr 8:22; Mt 9:12).Infidelidade. Do heb. meshuvah, do radica] shuv, ‘'voltar”, “retornar”, portanto, “retroceder”.Amarei. Quando os pecados são perdoados e a justiça de Cristo cobre o pecador, não importa quão longe ele tenha ido, Deus o aceita como se ele nunca tivesse pecado. Seu registro passado de pecados de modo algum é mantido contra ele, e Deus o ama como a Seu próprio Filho (ver CC, 67).
Os.14:5 5. Como o orvalho. Em regiões em que há pouca chuva, o orvalho ajuda a refrescar as plantas carentes. Assim, o orvalho se torna um símbolo da fecundidade e a ausência dele, um sinal de seca e de devastação. Assim, Deus se tornaria a fonte da fecundidade espiritual de Israel. Como o orvalho cai, noite após noite, assim Deus, dia a dia, supriría graça suficiente para cada dia.Como o lírio. Uma figura sugerindo qualidades como beleza, pureza, perfume e rápido crescimento (ver Mt 6:28, 29).Suas raízes. As raízes do lírio são fracas, e, portanto, não são uma figura adequada da estabilidade prometida a Efraim.Como a do Líbano. Os cedros do Líbano ou das montanhas do Líbano.
Os.14:6 6. Os seus ramos. Do heb. yoneqoth, “galhos”.Como o da oliveira. Comparar com jr 11:16. A oliveira é chamada de rainha dasárvores frutíferas da Palestina. Era especialmente valiosa. Seu óleo era usado como alimento e iluminava. Seu fruto era tão abundante e útil, o seu verde, tão esplêndido, e sua folhagem, tão firme e fresca, que provia uma imagem vivida da gloriosa perspectiva de Efraim.
Os.14:7 7. Sua sombra. Se Yahweh é ainda o narrador, o versículo deve dizer “Minha sombra” (RSV), embora essa tradução envolva uma ligeira alteração do hebraico. Por outro lado, o profeta pode estar falando aqui, caso se considere uma mudança no sujeito em questão.Voltarão. Efraim pode ter percebido a gloriosa perspectiva aqui retratada. Por intermédio de Oseias, o Senhor procurou tornar o quadro o mais atraente possível, na esperança de que o convite não fosse recusado. O apelo constitui um clímax apropriado para o livro.O cereal. Literalmente, “eles vivifica- rão [cultivarão] os grãos”, ou “eles se fartarão com os grãos” (LXX). A ARA diz: “eles serão vivificados como o cereal”, sentido obtido por uma pequena mudança na palavra hebraica para “trigo”.
Os.14:8 8. Oue tenho Eu [—]? A versão ARA reflete o texto hebraico cuja tradução é: “O Efraim, que tenho Eu com os ídolos?”Eu te ouvirei. O verbo pode ser considerado como expressão de ação repetitiva, conforme a frase: “Eu sou aquele que ouve.” A LXX tem uma leitura diferente nesta e na cláusula seguinte: “Eu o afligi e vou fortalecê-lo.”Cipreste. Do heb. berosh, provavelmente, o cipreste. Alguns identificam berosh com o zimbro fenício.
Os.14:9 9. Quem é prudente. Oseias fecha sua profecia com o apelo para que seu povo seja atento às palavras que o Senhor falou por meio dele (para uma definição de sabedoria, ver com. de Pv 1:2).Andarão neles. A questão foi claramente colocada diante dos israelitas. Havia dois caminhos diante deles. Eles poderíamcontinuar em seus maus caminhos e colher os resultados inevitáveis ou poderíam buscar a Deus de todo o coração e obter a salvação. Os desígnios do Senhor, retos e imutáveis, seriam cumpridos a despeitodo que as pessoas poderíam fazer (Ml 3:6; Tg 1:17). Se elas se perdessem, a culpa seria delas, porque Deus as confrontou com cada estímulo para seguirem o caminho reto (Dt 30:15-20).