Capítulo e Verso | Comentário Adventista > Lamentações |
Lm.1:1 | 1. Como. Do heb. ekah. Uma exclamação frequentemente usada para iniciar uma elegia hebraica (Lm 2:1; 4:1, 2; is 1:21). 'Ekah foi considerada como o título do livro na Bíblia Hebraica (ver p. 593).Este capítulo, assim como os três seguintes, é um poema acróstico (ver vol. 3, p. 705). Cada versículo se inicia com uma letra hebraica diferente, organizado em ordem alfabética.Solitária. Jerusalém, abandonada e arruinada, apresenta um lastimável contraste com a capital outrora próspera, célebre por sua beleza arquitetônica e torçaestratégica. A mesma imagem, uma mulher sentada, desamparada e de espirito abatido, é empregada numa medalha de vitória emitida pelo conquistador romano 1’ito, que tomou Jerusalém em 70 d.C. e destruiu o templo. Essa medalha retrata uma mulher chorando sob uma palmeira, abaixo da qual está a inscrição Judaea capta, "Judeia conquistada '.Tornou-se como viúva. Jerusalém c despojada de seu povo (ver com, de Jr 4:25). Ela também é uma viúva porque o Senhor não é mais seu esposo. Comentaristas judeus destacam a palavra “como'’: ela está viúva temporariamente, visto que o Senhora tem esquecido, mas ‘‘por breve momento’ (ls 54:7).Trabalhos forçados. Do heb. mas. Ou, "uma pessoa obrigada a trabalho forçado”. A palavra parece envolver servidão, assim como tributação. Ela é usada em conexão com os feitores egípcios (Ex 1:11). |
Lm.1:2 | 2. Não tem quem a console. Esta queixa é recorrente em todo o lamento (v. 9, 17, 21). Embora o contexto indique que a expressão se aplica principalmente à rejeição de Judá por seus vizinhos, ela também reflete a rejeição temporária da nação da parte de Deus.Todos os que a amavam. Referência às nações circunvizinhas com quem judá fez alianças defensivas contra os babilônios (ver Lm 1:19; ver com. de Jr 4:30).Procederam perfidamente. Quando os babilônios atacaram judá, seus vizinhos, que antes encorajaram os judeus a se unir a eles contra Babilônia (ver com. de jr 27:3) a abandonaram, e alguns até mesmo se uniram para saqueá-la (2Rs 24:2; SI 137:7; Ob 10—13). O assunto deste versículo é que Judá cometeu adultério espiritual ao buscar í* alianças com seus vizinhos pagãos, em vez de obedecer a Deus e depender dEle para estar em segurança. Quando se deflagrou a crise, seus amantes se voltaram contra ela, que, por fim, foi rejeitada por todos e encaminhada para o cativeiro. |
Lm.1:3 | 3. Habita entre as nações. O paralelo entre a desolação de Jerusalém e a solidão de seu povo no exílio é enfatizado pela repetição do verbo "assentar”: no v. 1, a cidade se assenta solitária; neste, o povo se assenta entre os gentios.Não acha descanso. Cumprimento de Deuteronômio 28:65. O heb. manoach, traduzido neste versículo como "descanso”, pode se referir a um local de descanso (Gn 8:9; Is 34:14), descanso para a alma (SI 116:7) ou segurança no casamento (Rt 3:1). O último sentido, especialmente, parece se ajustar aeste versículo; ao buscar segurança, judá foi atrás de amantes ímpios, que a abandonaram. Por fim, em seu castigo, não há segurança conjuga] para ela (ver com. de Lm 1:1).Angústias. Ou, "dificuldades'’ (KJV). |
Lm.1:4 | 4. Os caminhos de Sião. Ou, “as estradas de Sião”. Jerusalém ficava na convergência de quatro estradas principais: (1) a de jerico no vale do Jordão, (2) a de jope, no Mediterrâneo, (3) a de Hebrorn, ao sul, e (4) a que seguia o cume da colina da região de Samaria, ao norte. Estas e todas as rotas menores que conduziam através das vilas vizinhas tinham outrora estado lotadas com peregrinos nas épocas das grandes testas anuais. Nesta situação, estavam desertas.Reunião solene. Sem dúvida, jeremias esteve presente em 622 a.C., na maior festa da Páscoa da história de Jerusalém (2Rs 23:21-23). Essas lembranças tornavam a desolação ainda mais dolorosa.Suas portas. Possivelmente, uma referência às portas que davam acesso ao espaço aberto, e que serviam como local público de reunião para o comércio e para transações governamentais (ver Dt 21:19; Rt 4:1, 11; 2Sm 19:8; lRs 22:10; Am 5:12, 15; ver com. de Gn 19:1; Js 8:29). Todo o comércio diário da grande cidade cessou.Virgens. Do heb. bethuloth (ver com. de is 7:14). |
Lm.1:5 | 5. Triunfam. Cumprimento de Deuteronômio 28:44.O Senhor a afligiu. O profeta reconhece que a mão de Deus estava na condição de Jerusalém, fsto se harmoniza perfeita- mente com as profecias de jeremias antes do cativeiro (Jr 26:4-6; 32:28-35).Prevaricações. Do heb. peshaim, '“rebeliões”, “revoltas" ou "transgressões”, isto é, pecados cometidos intencionalmente (ver jr 2:8; Lm 3:42). Para esses pecados não havia sacrifício específico fornecido no serviço do santuário. Ainda havia esperança para a salvação no último momento; o serviço dosantuário não estava completamente sem provisão para essa iniquidade, visto que as "transgressões' (peshaim) estão alistadas entre os pecados levados simbolicamente para fora do santuário no dia da expiação (Lv 16:21). Cristo '‘foi traspassado pelas nossas transgressões” (Is 53:5). |
Lm.1:6 | 6. Exaustos. Possivelmente, uma referência à forma pela qual Zedequias e sua corte foram capturados pelos babilônios (Jr 39:4, 5). |
Lm.1:7 | 7. Como o seu povo caíra. Já que esta frase segue imediatamente a maior pausa métrica que marca o meio do versículo na Bíblia Hebraica (ver p. 593, 594), ela, adequadamente, pertence à última parte do versículo, em vez de à primeira metade.Queda. Do heb. mishvathim. Esta palavra ocorre apenas neste versículo no AT, por isso, seu sentido exato é incerto. O substantivo mishvath é derivado do verbo shabath, “cessar', "descansar”, do qual o substantivo shabath, “sábado”, também é derivado. Portanto, muitos tradutores têm considerado mishvath como sinônimo da palavra relacionada shabath. A tradição judaica também reconhece essa interpretação (Midrash Rabah, Lamentations, seção 34). Os tradutores têm preferido se aproximar do significado da raiz do verbo shabath, e consideram mishvath no sentido de “cessação”, etc. Mishvath também está intimamente relacionada ao substantivo sheveth, “inação [causada por doença]”. Como há evidência de que, antes da queda de Jerusalém, os judeus não estavam guardando o sábado (jr 17:19-27), parece que seus inimigos dificilmente zombariam deles por causa de seus sábados, exceto pela sua atenção tardia aos mesmos. A referência neste versículo é, talvez, de forma mais ampla à zombaria da queda e desolação geral de Judá, como indica o texto da ARA. |
Lm.1:8 | 8. Nudez. Era comum aos conquistadores humilhar os cativos, fazendo-os caminhar nus para o exílio (ver Is 20:4; 47:2, 3; jr 13:22, 26; Ez 23:29; Na 3:5). Em 1878, emBalawât, na Assíria, descobriram-se vários painéis de bronze retratando as conquistas de Salmaneser 111 (859-824 a.C.). São mostradas filas de cativos; os homens ficavam sem roupa, enquanto as mulheres eram lor- çadas a manter aberta a frente de suas saias enquanto marchavam. Sem dúvida, jeremias viu o povo de judá humilhado dessa forma, e assim ele ilustrou como a iniquidade da nação se tornara visível a todos.E se retira. Literalmente, “é uma excreção”' ou “se tornou impura”. Neste versículo, a frase indica tanto a impureza cerimonial quanto a moral (2Cr 29:5; Ed 9:11). A purificação desta impureza é prometida àqueles que a desejam (Zc 13:1). |
Lm.1:9 | 9. Ela não pensava. Ou, “nunca se lembrou” (ABC).Não tem quem a console. Ver com. do v. 2.Minha aflição. A própria cidade é retratada como irrompendo em pranto e se unindo ao lamento do profeta. |
Lm.1:10 | 10. Estendeu o adversário a mão.Evidentemente, para apreender e controlar.Entrar as nações. Os amonitas e moa- bitas não deveríam entrar na congregação (Dt 23:3, 4). Durante a calamidade de judá, eles e outros gentios profanaram os lugares santos (ver 2Rs 24:2; SI 74; 79), de onde estava excluído mesmo o judeu comum. |
Lm.1:11 | 11. Pão. Do heb. lechem. Esta palavra, enquanto usada especificamente para pão, geralmente tem o sentido de “alimento” (I Rs 5:11; SI 136:25).Mantimento. Do heb. okel, “alimento”, isto é, algo para comer.Restaurar as forças. Literal mente, “levar a alma a retornar”, isto é, “refrescar a vida”. A palavra "alma”, do heb. nejesh, é usada neste versículo em seu sentido mais básico, de 'Vida” (ver com. de lRs 17:21; SI 16:10).Vê, Senhor. Novamente, Jerusalém é retratada como falando (ver com. do v. 9) econtinua como a oradora (exceto pelo v. 17) até o final do capítulo. |
Lm.1:12 | 12. Não vos comove [...]? Literalmente, “nada para você”. Isto pode ser traduzido como uma pergunta ou como uma afirmação. O Talmude interpreta a passagem como uma advertência: “Que isso não venha sobre você!"Dor. Do heb. mak’ov. |
Lm.1:13 | 13. Do alto. Isto é, do céu.Meus ossos. Esta mesma expressão é normalmente usada no sentido de profundo. A destruição foi tão completa que é como se fogo do Céu tivesse atingido o coração de Jerusalém (ver Is 31:9).Arrojou-me para trás. Literalmente, "levou-me a retornar”. O profeta faz um convincente jogo de palavras: ele usa a mesma palavra hebraica (ver com. do v. 11) para descrever a renovação da vida física que o povo buscava inutilmente; neste versículo, em vez de se “fazer voltar a vida”, eles próprios são “arrojados para trás”. Deus os faz retornar de seus caminhos pecaminosos.Enferma. Literalmente, “doente”. Observe os três juízos: fogo, uma rede e enfermidade. |
Lm.1:14 | 14. Jugo. A intenção do profeta é mostrar que Jerusalém percebia que as transgressões (ver com. do v. 5) eram a causa direta do castigo; os pecados eram um jugo sobre seu pescoço. Deus havia quebrado o jugo de servidão de Seu povo (Jr 2:20), mas este, por sua vez, quebrou o jugo do serviço a Deus (Jr 5:5; ver SI 2:3). Consequentemente, o povo recebeu outro jugo de servidão (ver Jr 27:2; 28:14; 30:8). |
Lm.1:15 | 15. Dispersou todos os valentes. Oshomens valentes de Judá não pereceram no campo de batalha, mas enquanto lutavam dentro da cidade para defendê-la, ou quando tentavam fugir para o campo.Ajuntamento. Um claro contraste com o pensamento manifestado no v. 4. Ninguém ia aos ajuntamentos religiosos, mas Deuslevantou contra Jerusalém um grande ajuntamento dos seus inimigos.Lagar. Símbolo da ira de Deus (Is 63:3; J1 3:13; Ap 14:19; 19:15).Virgem. Jerusalém tinha sido considerada inexpugnável e inviolável (Lm 4:12; ver Jr 18:13). Uma passagem paralela a Lamentações 1:15 e 16 bem como um testemunho a favor da autoria de Jeremias quanto a Lamentações é Jeremias 14:17. |
Lm.1:16 | 16. Restaurar as minhas forças. Ver com. do v. 11. Considerando que o povo de Jerusalém em vão buscava alimento físico durante o cerco final, por fim ele percebeu sua necessidade do alimento espiritual. |
Lm.1:17 | 17. Estende. Evidentemente, uma súplica (ver Êx 9:29; lRs 8:38).Sião. O profeta irrompe em lamento pela cidade. Ao acrescentar seu testemunho, enfatiza a rejeição da mesma.Seus inimigos. Uma referência às nações vizinhas que se voltaram contra Judá, que delas esperava o auxílio contra os babilônios (ver com. do v. 2).Coisa imunda. A implicação mais ampla da ilustração é de alguém marginalizado, de algo rejeitado como imundo e abominável, como aconteceu com Jerusalém por causa de seus pecados (ver com. do v. 8). |
Lm.1:18 | 18. Justo é o Senhor. Enfático contraste com a abominável condição de Jerusalém. Neste versículo, o poema se eleva acima do lamento sobre Jerusalém e reconhece a justiça de Deus em todas as Suas relações com a cidade. Desta forma, o lamento é proferido, não em atitude de autopiedade, mas para mostrar o profundo remorso que sobrevem a alguém que percebe a imensidão de seu fracasso diante de um Deus justo. Não há dúvidas a respeito da justiça de Deus. Tudo o que Ele faz está correto, porque Ele é o padrão de justiça (ver jó 38-41; Rm 9:20).Sua palavra. Literalmente, “sua boca”. A expressão "a boca” do Senhor é usada parasignificar “a fala” ou “a ordem” do Senhor, isto é, toda a instrução que vem dEle.Dor. Ver com. do v. 12. |
Lm.1:19 | 19. Amigos. Ver com. dos v. 2, 17.Na cidade. Os sacerdotes e anciãos não morreram em defesa do templo ou na execução de seus oficiais, mas no ato mais elementar, enquanto buscavam alimento para sobreviver (ver com. do v. 15).Mantimento. Do heb. ’okel, '“alimento” (ver com. do v. 11).Restaurarem as suas forças. Ver com. do v. 11. |
Lm.1:20 | 20. Minha alma. Uma característica expressão hebraica que indica forte emoção (ver com. de Jr 4:19).Gravemente me rebelei. Isto é, “eu certamente me rebelei”. A cidade é retratada como completamente destruída e fazendo ampla e miserável confissão de pecados.A espada mata os filhos. Reconhecimento do cumprimento de jeremias 15:7 (ver Dt 32:25). |
Lm.1:21 | 21. Tu o fizeste. Os inimigos de Judá estavam especialmente satisfeitos porque o próprio Deus, que em tempos passados a livrara admiravelmente de seus inimigos, permitiu então que a destruição lhe sobreviesse.Trazendo Tu o dia. Literalmente, “Tu trouxeste”. O profeta estava tão seguro de que os juízos de Deus também cairiam sobre as nações ímpias que então oprimiam a judá, que ele colocou sua afirmação no tempo perfeito do hebraico, indicando ação completa. O fato de Deus usar os ímpios para punir judá de forma alguma indicava que aquelas nações eram inocentes de pecados ainda maiores (ver Lm 5:11). A certeza com a qual o castigo prometido caiu sobre Judá, apenas tornou mais inevitável o cumprimento dos juízos profetizados contra seus vizinhos (ver jr 25:17-26; Hc 1:5-17; 2:1-8; ver com. de jr 25:12). |
Lm.1:22 | 22. A Tua presença. Isto é, em julgamento.Desfalecido. Literalmente, “doente” ou “doentio”. |
Lm.2:1 | 1. Como, Do heb. ekah (Ver com. de Lm 1:1). Este capítulo é um poema acróstico do mesmo tipo de Lamentações 1 (ver com. de Lm 1:1).Sua ira. A referência à ira de Deusreaparece nos v. 3, 6, 21 e 22 e define o tema do capítulo, a saber, a fúria da ira divina.A glória de Israel. Isto pode ser uma referência ao templo (ver com. de Is 60:7; 63:15).Estrado de Seus pés. Isto é, o santuário (SI 99:5; 132:7), em especial, a arca (lCr 28:2; ver com. de Ez 43:7). |
Lm.2:2 | 2. O Senhor. Ampliando o pensamento de Lamentações .1:12 a 15, o profeta, neste versículo, atribui a Yahweh toda a aflição de Judá, a qual ele narra em detalhes. Afirma-se frequentemente que o Senhor faz o que Ele não impede (ver com. de 2Sm 24:1). Desta forma, o profeta enfatiza a natureza ética da angústia de judá.Moradas, Do heb. neoth, “pastagens” ou “moradas”. Neoth é frequentemente usada para as residências dos pastores e suas pastagens (SI 23:2; 65:13; Jr 9:19; 23:10; 25:37; Am 1:2). Neste versículo, a palavra se refere aos lugares não fortificados de judá, em contraste com as “fortalezas” mencionadas logo a seguir.Profanou o reino. Este era o povo que Deus tinha destinado para ser “reino de sacerdotes e nação santa” (Ex 19:6). |
Lm.2:3 | 3. Força. Literalmente, chifre (ver Dt 33:17; jó 16:15; SI 75:4; Jr 48:25; Am 6:13).Retirou. Em tempos passados a mão protetora de Deus tinha agido em defesa de Seu povo (Ex 6:6; SI 98:1-3). Então, todas as restrições ao inimigo foram removidas (ver SI 74:11). |
Lm.2:4 | 4. Qual inimigo. O profeta não iria tão longe a ponto de dizer que o Senhor era inimigo de judá, porque Ele não o era. Por utilizar os inimigos dos judeus para castigá-los, Deus lhes parecia um inimigo, já que Seus juízos foram derramados para que Seu povo pudesse se voltar para Ele.Sua destra. Ver com. do v. 3. A destra de Deus não apenas cessou de proteger o povo de judá, mas também é retratada como estando ativamente voltada contra eles.Na tenda da filha de Sião. A pontuação hebraica tradicional indica que esta frase pertence ao final do versículo, como na ARA. |
Lm.2:5 | 5. Seus palácios. Os v. 5 a 8 representam as etapas progressivas da destruição da cidade: os palácios e fortificações, o templo,o altar e os muros. Quatro semanas após a tomada de Jerusalém, o comandante babilô- nico Nebuzaradã tinha queimado o templo, o palácio real e as principais residências e destruído os muros (Jr 52:12-14).Suas fortalezas. Literalmente, “fortificações'. A variação no gênero, neste versículo, possivelmente seja resultado de pensar nos palácios como pertencendo a Jerusalém, “a filha de Judá”, enquanto as cidades fortificadas (inclusive a própria Jerusalém) pertenceríam à nação, Israel.O pranto e a lamentação. Do heb. tdamyyahwdaniyyah. Estas palavras sinônimas, ambas do verbo heb. ’anah, “lamentar”, são muito eficazes poeticamente. A ARC diz “a lamentação e a tristeza”, e a NTLH, “tristeza e choro”. As mesmas palavras hebraicas também são utilizadas em Isaías 29:2. |
Lm.2:6 | 6. Tabernáculo. Aparentemente, é uma referência à rapidez com que o templo foi destruído.Pôs em esquecimento. Os juízos de Deus sobre judá - a destruição do templo e a deportação da população - resultaram na interrupção da observância do sábado e dos serviços nos dias de festa no templo (ver Lm 1:4). O profeta descreve as condições como se elas existissem do ponto de vista de uma cidade arruinada. Não sugere que Deus propôs a cessação da observância do sábado por Seu povo (ver Jr 17:27; Sf 3:18). |
Lm.2:7 | 7. Gritos. O tumulto dos soldados babilônios enquanto saqueiam o santuário é comparado ao grito, canto e dança dos israelitas nas grandes assembléias anuais (ver SI 42:4; 74:3-8; Is 30:29). |
Lm.2:8 | 8. Estendeu o cordel. Isto é, uma linha de medição. Esta expressão também é usada com relação à reconstrução do templo (Zc 1:16). Em 2 Reis 21:13 e Isaías 34:11, o cordel é usado, como neste versículo, para juízo e destruição. A implicação é que, da mesma forma como o arquiteto constrói com precisão, assim também Deus destrói.Sua mão. Ver com. dos v. 3, 4. |
Lm.2:9 | 9. Já não vigora a lei. Literalmente, “[há] nenhuma lei”. Disto pode-se interpre-? tar que (1) a lei não estava mais em vigor porque o rei e os príncipes estavam no exílio, ou que (2) esses governantes estavam cativos numa terra onde a lei de Deus não era reconhecida. No entanto, o heb. torah, “lei”, é uma palavra de uso muito amplo, com o sentido básico de “instrução” (ver com. de Dt 31:9; Pv 3:1). Parece razoável entender torah, neste versículo, como uma referência a toda a estrutura de conselho e guia que deixou Judá com o exílio de seu governo, seus sacerdotes (aos quais foi ordenado especialmente o ensino da torah) e seus profetas.Seus profetas. Ver SI 74:9; Ez 7:26. Esta é uma referência ao conjunto de profissionais que constituíam a classe ou grupo profético em Judá e que foram infiéis ao seu chamado (Jr 18:18; 28:1-17). Não inclui profetas fiéis como Jeremias, Ezequiel e Daniel, que receberam revelações divinas após a queda de Jerusalém (Jr 42:4, 7; Ez 32-48; Dn 5-12). |
Lm.2:10 | 10. Pó [...] cilício. Sinais de luto (Js 7:6; 2Sm 13:19; Ne 9:1; Jó 2:12). |
Lm.2:11 | 11. Minha alma. Ver com. de Lm 1:20.Coração. “Fígado” (TB). Literalmente,“o órgão forte”. Os antigos pensavam que o fígado fosse o órgão abdominal mais forte. Ao passo que as vísceras eram consideradas o centro das emoções, “derramar o fígado” é uma ilustração que indica extrema agitação emocional. |
Lm.2:12 | 12. As mães. Neste versículo é retratada a imagem mais deplorável de tudo o cjue a guerra provocou: os gritos de crianças famintas nos braços de pais impotentes.Pão e vinho. Recurso poético para representar os alimentos sólidos e líquidos em geral (ver Dt 11:14).Exalam a alma. Quando bebês morriam de fome nos seios de suas mães (ver com. de SI 16:10; lRs 17:21). |
Lm.2:13 | 13. A quem te assemelharei [...]?O pensamento deste versículo é que ninguém havia sofrido tão gravemente como Jerusalém. Tal raciocínio podia ser recebido até como conforto, sendo que nunca antes alguma cidade havia sofrido tão severamente como a capital de Judá. |
Lm.2:14 | 14. Visões falsas. A implicação é que os profetas infiéis de Judá criaram visões para agradar ao povo (ver Lm 2:9; Mq 3:5).Manifestaram. Literalmente, “descobriram” ou “revelaram” (ver Lm 4:22).Setenças. Esta palavra deve ser tomada, neste versículo, em seu sentido secundário, como “oráculo” ou “mensagem profética”, os quais eram uma carga para um profeta verdadeiro até que fossem fielmente transmitidos (ver com. de Is 13:1; Ez 12:10).Levaram para o cativeiro. Ou, “seduções”. A palavra hebraica da qual a frase é traduzida ocorre apenas uma vez no AT, assim, seu significado exato permanece incerto. A severa denúncia, neste versículo, acumulada sobre os falsos profetas, se destaca como um alerta a todos os que falam por Deus (ver Ez 12:24; 13:6-9; 22:28). Grande parcela da responsabilidade pelo sofrimento de Judá é depositada sobre aqueles que, em nome do Senhor, levaram a nação a se desviar. |
Lm.2:15 | 15. Assobiam. Ver com. de Jr 18:16.Meneiam a cabeça. Uma expressão dedesprezo (ver Mt 27:39; Mc 15:29). |
Lm.2:16 | 16. Todos. As letras heb. pe e ‘ayin, que iniciam os v. 16 e 17, respectivamente, na Bíblia Hebraica, estão invertidas em sua ordem alfabética usual (ver com. de Lm 1:1). Não foi encontrada uma explicação satisfatória para esta mudança. A inversão ocorre também em Lamentações 3:46 e 49 e em Lamentações 4:16 e 17, sendo assim uma característica do autor de Lamentações.Abrem [...] a boca. Isto é, para devorar (ver SI 22:13).Rangem os dentes. Uma expressão de ódio e desprezo (ver SI 35:16; 37:12). |
Lm.2:17 | 17. Dias da antiguidade. Muitos séculos antes, Deus alertou Israel acerca das calamidades que sobreviríam caso persistisse em desobedecê-Lo (Lv 26:14-39; Dt 28:15-68). Uma longa sucessão de profetas repetiu esses avisos até que, final mente, se cumpriram.Poder. Ver com. do v. 3. |
Lm.2:18 | 18. O coração. O antecedente, ainda que não declarado, deve logicamente ser compreendido como o povo de Judá.O muralha. Como no v. 8, o muro é tido como representante da cidade de Jerusalém.Menina de Teus olhos. Expressão geralmente entendida como referência à pupila do olho, ou talvez ao próprio globo ocular. |
Lm.2:19 | 19. Levanta-te. Do heb. qimi (ver com. de Mc 5:41). O pensamento deste versículo é de alguém que se levanta da cama, pois o cenário deste texto é a noite.No princípio das vigílias. Nos tempos do AT era comum aos judeus dividir a noite em três partes ou ‘Vigílias”: a primeira, do pôr do sol até aproximadamente dez horas, a "vigília média" (Jz 7:19): de dez a aproximadamente duas horas da manhã, a "vigília da manhã" (Êx 14:24; ISm 11:11); e de duas horas da manhã até o nascer do sol. Neste versículo, o pensamento parece ser de que durante a noite - na escuridão, tarde da noite e nas primeiras horas da manhã, quando todos dormem profundamente — o povo de Jerusalém é chamado de suas camas para buscar ao Senhor em sua situação extrema mente adversa.Derrama. Ver com. do v. 11.Levanta a Ele as mãos. Antigamente, uma postura comum enquanto em oração (ver SI 28:2: 63:4: 119:48; 134:2; JTm 2:8).A entrada de todas as ruas. Ver Lm 4:1; Is 51:20; Na 3:10. As antigas cidades normalmente não foram estabelecidas de acordo com uma planície; as ruas eram pouco mais que corredores tortuosos que levavam a praças e a outros centros de ajuntamentopúblico. A “entrada" ou “princípio" da rua, evidentemente, refere-se a seu acesso a uma praça ou a um cruzamento. |
Lm.2:20 | 20. Vê. Os v. 20 a 22 constituem a oração que Judá fez ao Senhor em resposta ao clamor do v. 19.Considera. Na poesia, Jerusalém não tenta instruir a Deus quanto ao que Ele deve fazer. Num espírito de oração e arrependimento verdadeiros, ela apenas chama a atenção d Ele, reconhecendo que o Pai sabe, melhor que ela, o que é melhor.A quem. As terríveis cenas descritas foram anunciadas, não sobre uma nação pagã, mas sobre o povo escolhido de Deus, a quem Suas ricas bênçãos foram prometidas sob condição de obediência (ver Gn 12:2, 3, 15:5; 18:18; 26:3, 4; 28:14; Dt 28:1-13; 30:1- 10; 33). Assim, aqueles que clamam as mais ricas promessas de Deus tomam sobre si mesmos a responsabilidade correspondente de permitir que a justiça de Cristo cubra suas vidas, que eles não sejam achados indignos das bênçãos que anseiam.O extremo sofrimento de Israel era indicativo da incomensurável riqueza das bênçãos que a nação recebería se tivesse permanecido fiel a Yahweh.Comer o fruto. Isto é, seus filhos (ver Lm 4:10). Tais atrocidades em tempos de grande necessidade foram profetizadas (Dt 28:53; Jr 19:9). O que realmente ocorreu é atestado pela narrativa de 2 Reis 6:28 e 29.Do seu carinho. Do heb. lippuchim. Esta palavra é um tanto obscura, porque não ocorre mais no AT. Tem sido traduzida de várias maneiras: “palmo", “embrulhado”, “embalado”, “terno cuidado , “completamente formado e saudável”, etc. Qualquer que seja o exato significado de tippuchim, parece indicar que as crianças eram bebês adoráveis, que foram muito valorizados e protegidos em tempos de paz. |
Lm.2:21 | Sem comentário para este versículo |
Lm.2:22 | 22. Um dia de solenidades. Ver com. de Lm 1:15.Capítulo 3I O fiel lamenta as calamidades, 22 nutre a esperança pelas misericórdias de Deus e 37 reconhece Sua justiça. 55 Ora por livramento e 64 pela vingança contra seus inimigos.os meus dentes, cobriu-me de cinza.do bem. |
Lm.3:1 | 1. Eu sou. Este poema é um acróstico triplo na Bíblia Hebraica; isto é, cada letra do alfabeto hebraico é a letra inicial de três versículos sucessivos, em ordem alfabética (ver com. de Lm 1:1; para uma discussão da poesia hebraica, ver vol. 3, p. 1-13).O homem. Geralmente, há duas opiniões quanto a identidade do orador neste capítulo: (1) que é Jeremias recontando suas tribulações, ou (2) que o profeta, nesteversículo, expressa uma imagem geral dos sofrimentos de Judá na forma da narrativa de uma experiência pessoal. Se este poema apresenta a própria experiência de Jeremias, ela é certamente típica do povo de Judá. No entanto, há motivo para se concluir que o capítulo se refere à experiência geral dos judeus na queda de seu reino. Os cap. 1 e 2 estabelecem um padrão de personificação da cidade e da nação. Parece que este artifícioé continuado aqui, visto que os v. 40 a 47 repentinamente mudam para a primeira pessoa do plural e. o v. 48 inicia a seção na primeira pessoa do singular.Vara do furor. Os v. 1 a 18 apresentam a severidade dos juízos de Deus em termos poéticos gerais. O termo ‘Vara” é usado repetidamente no AT no sentido de um instrumento de castigo (jó 21:9; Is 10:5). Assim, neste versículo, de acordo com Jeremias, os castigos de Deus são correções, manifestações de Seu carinho, visitando Seu povo a fim de que retorne para Ele com coração sincero (Lm 3:32, 33, 39, 40). |
Lm.3:2 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:3 | 3. Deveras. Do heb. ’ak (ver com. de SI 62:1).Volveu. Do heb. shuv, “retornar”; usado neste versículo idiomaticamente, no sentido de uma ação repetida e, assim, equivalente ao advérbio "novamente”. O volver da mão de Deus contra Seu povo foi repetido. Observe a sucessão de imagens poéticas que seguem na extensão do v. 3, representando os vários tipos de castigo: doença (v. 4), cerco (v. 5), trevas (v. 6), aprisionamento (v. 7-9), um predador (v. 10, 11) e um caçador (v. 12, 13). |
Lm.3:4 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:5 | 5. Edificou contra mim. O pensamento é que Deus confinou Seu povo dentro de muros, ou que Ele edificou as máquinas de cerco contra eles — assim como Nabucodonosor fez quando sitiou Jerusalém.Veneno. Do heb. ro'sh, “uma erva amarga e venenosa” (ver com. de SI 69:21). A palavra também é usada para o veneno de serpentes (Dt 32:33; Jó 20:16). |
Lm.3:6 | 6. Fez-me habitar. No hebraico bíblico, este versículo é quase idêntico à última parte de Salmo 143:3. Sua utilização aqui indica a familiaridade de Jeremias com os salmos.Lugares tenebrosos. O lugar de repouso dos mortos é de trevas e inatividade (ver com. de Ec 9:10; Is 38:18). |
Lm.3:7 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:8 | 8. Quando clamo e grito. Ou, “quando estou clamando e gritando”; indicando uma ação contínua e repetida.Não admite. Isto parece, a princípio, contradizer as várias garantias de que Deus ouve a oração (ver SI 65:2; 91:15; J1 2:32). Deve-se observar, no entanto, que há uma progressão de pensamento neste poema. Neste ponto, Jeremias trata de sua própria atitude ou da de seu povo, enquanto se examina sua condição de ruína. O Senhor não ouviu as orações deles por livramento. Em seu desânimo, parece que Ele nunca os ouvirá. No entanto, ainda há esperança. Conforme progride o pensamento do poema, é dada a certeza de que “bom é o Senhor para os que esperam por Ele [...] Bom é aguardar a salvação do Senhor, e isso, em silêncio” (Lm 3:25, 26). As orações aparentemente não respondidas são, com frequência, apenas um teste para determinar se o suplicante está completamente preparado para valorizar e utilizar, da melhor maneira, o dom por ele solicitado. |
Lm.3:9 | 9. Fez tortuosas as minhas veredas.A imagem é de que as estradas principais, ou caminhos, são muradas, e quando o orador é forçado a ir por caminhos secundários, ele os acha tortuosos e difíceis. |
Lm.3:10 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:11 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:12 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:13 | 13. Coração. Literalmente, “rins”, uma figura de linguagem para as vísceras em geral, antes consideradas o centro das emoções (ver com. de Lm 2:11). As flechas de Deus atingiram os órgãos vitais da nação, não apenas física, mas psicologicamente (ver v'. 14). "Rins”, com este sentido, é uma expressão comum a jeremias (jr 11:20; 12:2; 17:10; 20:12). |
Lm.3:14 | 14. Sua canção. Referência ao canto de uma música triunfal e irônica, especialmente para zombar de um inimigo caído (ver com. de Jó 30:9; SI 69:12). |
Lm.3:15 | 15. Saciou-me. O pensamento não é tanto o de embriaguez ou perda de sobriedade, mas de estar cheio em excesso.Absinto. Uma erva muito amarga, símbolo das dolorosas experiências dos judeus (ver com. de Pv 5:4). |
Lm.3:16 | 16. Meus dentes. A imagem do alimento continua desde o v. 15. A nação de |udá não deveria apenas ser saciada com a mais amarga das bebidas, mas também seu alimento estaria repleto de cascalho. A tradição judaica na Midrash declara que, a caminho do exílio, os judeus tinham que cozinhar seu pão em fendas, e assim a comida se misturava ao cascalho.Cinza. Símbolo comum para o luto (ver |
Lm.3:17 | 17. Paz. Ver com. de Jr 6:14.Minha alma. Expressão idiomática para "eu" (ver com. de Sl 16:10). |
Lm.3:18 | 18. Glória. Do beb. netsach (ver com. de ISm 15:29). |
Lm.3:19 | 19. Lembra-Te. O hebraico pode ser traduzido tanto por “lembrando’ como por "lembrar". A escolha depende da relação deste versículo com o anterior e os seguintes.Absinto. Ver com. do v. 15.Veneno. Ver com. do v. 5. |
Lm.3:20 | 20. Continuamente. Quando uma pessoa está no estado de ânimo adequado, a reflexão contínua nos juízos divinos traz-lhe humildade de espírito. |
Lm.3:21 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:22 | 22. Misericórdias. Do heb. ch.asadh.im (ver Nota Adicional ao Salmo 36). A forma plural da palavra sugere as manifestações do amor de Deus, que são infalíveis e mul- tiformes. Os v. 22 a 41 formam o centro e o clímax, não apenas deste poema, mas de todos os cinco capítulos de Lamentações. Nesta seção do livro, é revelada a sublime verdade das reais intenções do Senhor com respeito a Seu povo. Estes versículos respondem de forma totalmente positiva às várias questões negativas que podem se erguer da leitura dos capítulos que iniciam e concluem o livro. Nestes versículos, Yabweh é revelado como um Deus que, apesar de castigar, "não aflige, nem entristece de bom grado" (v. 33) e cujas “misericórdias não têm fim” (v. 22). |
Lm.3:23 | 23. Renovam-se cada manhã. As benignidades de Deus - vida, saúde, abrigo,vestuário, afeição humana, companheirismo e outras bênçãos incontáveis - são renovadas diariamente com tal constância que facilmente podemos considerá-las como algo merecido, esquecendo assim que cada uma é um presente, uma manifestação do amor inabalável dAquele que é o doador de todo o bem e todo dom perfeito (ver Tg 1:17). |
Lm.3:24 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:25 | 25. Bom. Os v. 25 a 27 se iniciam não apenas com a mesma letra hebraica, mas também com a mesma palavra, tov, "bom”. Assim é definida a palavra tônica desta parte do poema.Esperam. Aqui está a chave para a confiança na adversidade. Esperar indica fé e paciência. |
Lm.3:26 | 26. Em silêncio. Novamente a ênfase é posta sobre a submissão corajosa ao caminho de Deus que, em última análise, é sempre o melhor (ver com. de Rm 8:28). |
Lm.3:27 | 27. Jugo. Símbolo de submissão ou serviço (ver Jr 27:8, 11, 12).Na sua mocidade. O ser humano é especialmente feliz quando aprende a ser submisso a Deus desde a juventude, fazendo com que todo o êxito na vida seja temperado pela paciência divina. O próprio Jeremias foi chamado na juventude para o ofício profético, com todas as suas dificuldades e desilusões (Jr 1:6). |
Lm.3:28 | 28. Assente-se solitário. Ver Lamentações 1:1, em que as mesmas palavras são usadas para Jerusalém, no hebraico (ver também Jr 15:17). Esta condição solitária é reconhecida como para benefício de Jerusalém. Os v. 28 a 30 detalham o que realmente significa "suportar o jugo” (v. 27). Eles se tornam ainda mais fortes quando se lembra que « essa paciente humilhação deve ser suportada desde os dias da juventude.Pôs. O sujeito, embora não declarado, é o Senhor. O fato de ser Deus o que impõe a dificuldade é a razão básica pela qual é saudável suportar o jugo. |
Lm.3:29 | 29. Boca no pó. Uma representação gráfica da queda com um lado do rosto parao chão em absoluta submissão, uma prática comum nos tempos antigos (ver com. de Gn 17:3). Jeú, rei de Israel, por exemplo, é retratado desta forma no famoso Obelisco Negro de Salmaneser III, em que ele aparece prostrado com rosto em terra diante do rei assírio, enquanto seus servos apresentam o tributo (ver vol. 2, p. 32). |
Lm.3:30 | 30. Dê a face. Esta é uma forte declaração do AT sobre a atitude de dar a outra face, ensinada por Jesus (Mt 5:39). A conduta de Davi com Simei foi um excelente exemplo deste princípio (2Sm 16:11, 12). |
Lm.3:31 | 31. Não rejeitará. Os v. 31 a 33 são a chave para uma correta compreensão de todo o livro de Lamentações. São a revelação do amor de Deus por trás de todo o sofrimento que Ele permitiu cair sobre Seus filhos. O Senhor não permite a adversidade sem avaliar a conduta humana. Embora Deus permita a aflição algumas vezes, também é verdade que o ser humano a atrai. O castigo, para Deus, é Sua “obra estranha” (Is 28:21). Em Sua providência soberana, Deus, às vezes, “permite que o mal ocorra para que Ele possa evitar que apareçam males ainda maiores” (Ellen G. White, RH, 04/02/1909). |
Lm.3:32 | 32. Misericórdias. Ver com. do v. 22. A constância, variedade e quantidade das bênçãos diárias “comuns que cada pessoa recebe devem ser prova àquele que sofre adversidade de que seu Deus ainda “usará de compaixão”. |
Lm.3:33 | 33. De bom grado. O maravilhoso amor de Deus por Seus filhos irradia por esta passagem. Não é desejo ou vontade de Deus ferir ou destruir qualquer de Suas criaturas. Ele não quer que "nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento (2Pe 3:9). Em Seu anseio para levar as pessoas à salvação, o Senhor derramará uma abundante manifestação de Suas misericórdias. Algumas vezes, quando tudo falha, o Senhor, por amor ao ser humano, permitirá que aflições venham sobre ele, para levá-lo ao arrependimento. Esse foi ocaso da nação de judá nos dias de jeremias. “Deus retardou Seus juízos por muito tempo por causa da hesitação em humilhar Seu povo escolhido, mas então manifestaria Seu descontentamento sobre eles como um último esforço para restringir-lhes os maus caminhos” (T4, 165). |
Lm.3:34 | 34. Pisar. Uma vivida referência ao costume dos antigos conquistadores de colocar seus pés sobre o pescoço dos inimigos conquistados. Assim Dario, o grande, é retratado na inscrição de Behistum, com o pé sobre o corpo do usurpador, Gaumata (ver vol. 3, p. 68; ver também ilustração, vol. 1, p. 75).Presos. Uma imagem de toda a humanidade em pé diante de Deus. |
Lm.3:35 | 35. O direito. Esta expressão parece transmitir o mesmo pensamento da expressão "direitos humanos”. Ao criar o ser humano, Deus o dotou com certos direitos inalienáveis, que Ele não retiraria. Em vista do tempo e das circunstâncias em que estas palavras foram escritas, elas constituem a declaração mais marcante sobre a dignidade do indivíduo. |
Lm.3:36 | 36. Subverter. A ilustração é de desonestamente obter uma decisão contra alguém que coloca diante do juiz uma petição justa. |
Lm.3:37 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:38 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:39 | 39. Por que, pois, se queixa [...]? A respeito deste versículo, o Midrash, comentário judeu tradicional, declara laconicamente: “Para ele, é suficiente que viva” (Midrash Rabah, Lamentations, séc. 9). O fato de o ser humano possuir vida - um dom de Deus — é suficiente para relembrá-lo de que a mão divina o preserva (ver At 17:28). Neste versículo, o poeta usa um pouco de ironia para envergonhar aquele que é tentado a se queixar sob provação: Será que um homem que a cada momento respira com a permissão de Deus ousa falar contra a direção do Senhor quanto aos assuntos do universo/ |
Lm.3:40 | 40. Esquadrinhemos. As aflições e os problemas que sobrevêm a todos são lembretes de que o próprio ser humano deveanalisar seu coração e que deve mudar seus caminhos, caso não estejam de acordo com os caminhos de Deus. |
Lm.3:41 | 41. O coração. Ver com. de Lm 2:19. O pensamento aqui não é que o coração deva ser levantado com as mãos, mas de que para a oração ser eficaz, não apenas as mãos, mas o coração também deve ser erguido (ver Lc 18:10-14). |
Lm.3:42 | 42. Nós [...] Tu. Estas palavras, enfáticas no hebraico, salientam o chocante contraste entre o povo e seu Deus. O v. 42 conclui o argumento iniciado no v. 37. Os versículos seguintes voltam à descrição dos juízos sofridos por Judá.Perdoaste. Do heb. salach, “perdoar”; sempre usado para a ação de Deus, nunca do ser humano. A palavra frequentemente enfatiza o resultado do perdão, como demonstrado pela remissão do castigo (Jr 36:3; Am 7:2; ver com. de 2Rs 24:4). Ê esse pensamento que parece ser predominante neste versículo. Jeremias não diz que Deus não perdoará Judá por seus pecados e que não a restaurará, porque Ele fará isso (Jr 33:6-8); mas o profeta afirma que o Senhor não dispensará judá de seu devido castigo. |
Lm.3:43 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:44 | 44. Não passe. Ver com. do v. 8. Era o pecado de Judá que ficava como um muro através do qual as orações não podiam passar (ver Is 59:2). |
Lm.3:45 | 45. Refugo. Aquilo que é varrido, sujeira. |
Lm.3:46 | 46. Todos. A letra heb. pe\ que inicia os v. 46 a 48, e a letra ayin, que inicia os v. 49 a 51, estão em ordem alfabética invertida (ver Lm 4:16, 17; ver com. de 2:16). |
Lm.3:47 | 47. O temor e a cova. A aliteração neste versículo é surpreendente quando lida no hebraico, mas não pode ser reproduzida em uma tradução. |
Lm.3:48 | 48. Olhos se derramam. Ver SI 119:136; Lm 1:16; 2:18. |
Lm.3:49 | 49. Choram. Literalmente, “correm”, “fluem” ou “derramam”. A expressão, neste versículo, é vigorosa e paralela ao v. 48. |
Lm.3:50 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:51 | 51. Entristecem a minha alma. Disto pode-se entender que (1) o desconforto físico causado pelo contínuo choro agravou as emoções já perturbadas do poeta; ou que (2) aquilo que ele via causava dor a seu coração. Esta última se encaixa melhor com o conteúdo do livro. |
Lm.3:52 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:53 | 53. Cova. Alguns têm tomado os v. 52 a 57 como autobiográficos, recontando a experiência de Jeremias na cisterna de iVlalquias (Jr 38:1-13). No entanto, não há registro de que foram atiradas pedras contra Jeremias, ou de que ele estivesse com o corpo mergulhado na água, pois a cisterna em que ele foi posto tinha só lama. Contudo, se estas expressões devem ser tomadas figuradamente, parece que toda a passagem pode ser bem entendida como se referindo à experiência da nação como um todo.Pedras. Do heb. 'even. Embora singular na sua forma original, esta palavra parece coletiva no significado e, possivelmente, refere-se ao costume hebraico de apedreja- mento. O corpo de Absalão foi posto num poço desta forma, e pedras foram lançadas sobre ele (2Sm 18:17). Se a palavra for tomada como singular, no entanto, o significado pode ser que o aflito prisioneiro não só foi colocado no poço, mas que uma pedra foi atirada sobre a boca do poço para evitar qualquer possibilidade de escape. |
Lm.3:54 | 54. Aguas. Uma ilustração que tipifica grande angústia (ver com. de SI 42:7). |
Lm.3:55 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:56 | 56. Lamentos. Do heb. rewachah, do verbo rewach, “ser aliviado”. Rewachah é usado só em mais uma passagem bíblica (Êx 8:15), na qual se faz uma referência ao “alívio” concedido ao Egito da praga das rãs; aos egípcios foi dada a chance de recuperar o fôlego. Embora o significado deste versículo não seja completamente claro, o sentido parece ser o da tradução da ARA. |
Lm.3:57 | 57. Não temas. Ver com. de Is 41:10. |
Lm.3:58 | 58. Pleiteaste. Isto é, defendeu os casos. Yahvveh era o advogado de Israel (ver IJo 2:1).Remiste. Este termo é usado para descrever a ação de um parente próximo em vingar o sangue de um homem assassinado (Dt 19:6, traduzido como “vingador”), ou que compra nova mente uma propriedade vendida por um parente (Lv 25:25), ou que se casa com uma parente viúva (Rt 3:13, traduzido como “resgatar”). Desta forma, Yahweh é o vingador de Israel (ver com. de Dt 32:35), seu redentor (ver com. de SI 107:2) e seu novo esposo (ver com. de Is 54:4-6). |
Lm.3:59 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:60 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:61 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:62 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:63 | 63. Quando se levantam. Isto é, aolongo de toda a vida (ver SI 139:2).Sua canção. Ver com. do v. 14. «i |
Lm.3:64 | 64. Darás. Literalmente, “Tu farás que retornem”. Parece melhor entender os v. 64 a 66 como uma previsão do castigo que Yahvveh traria àqueles que devastaram judá, em vez de uma oração por vingança (ver vol. |
Lm.3:65 | Sem comentário para este versículo |
Lm.3:66 | 66. Perseguirás e eles serão eliminados. Literalmente, “Tu perseguirás e destruirás”.Capítulo 4I Sião chora seu lamentável estado e 13 confessa os -pecados. 21 Edom é ameaçada. 22 Sião é confortada.subvertida como num momento, sem o emprego de mãos nenhumas.I I Deu o Senhor cumprimento à sua indignação, derramou o ardor da Sua ira; acendeu fogo em Sião, que consumiu os seus fundamentos. |
Lm.4:1 | 1. Como. Do heb. 'ekah (ver com. em Lm 1:1).Como os cap. 1 a 3, o 4 é um acróstieo. Sua estrutura métrica difere dos primeiros três poemas, em que cada versículo é composto de duas grandes ênlases (ou cadência métrica), em vez cie três (para uma consideração detalhada da estrutura da poesia hebraica, ver vol. 3, p. 1-13).Ouro. Os símbolos de ouro, ouro lino, pedras, parecem se aplicar ao templo, que foi adornado com ouro, e às próprias pessoas, como parece ser sugerido no v. 2.Esquinas de todas as ruas. Ver com. de Lm 2:19. |
Lm.4:2 | 2. Comparáveis. Literalmente, “pesado” ou "pago’. A referência é à pesagem de metal precioso como pagamento pela compra (Gn 23:16), uma prática comum antes do uso do dinheiro cunlrado. A pesagem do ouro em vez da prata numa transação comercial indica o grande valor da compra (ver Ed 8:25, 26, 33; Jó 28:15; Jr 32:9; Zc 11:12).Reputados. Do heb. chashab, "contar”, "considerar ’ ou “valorizar”. Esta palavra, assim como a traduzida como “comparável”, também é um termo comercial usado no registro de uma transação (ver 2Rs 22:7).Objetos de barro. Vasos cie barro eram os utensílios mais comuns e baratos nos tempos antigos. Milhares de fragmentos de vasos encontrados por arqueólogos nas antigas ruínas testificam do caráter comum do barro. O pensamento deste versículo é que os filhos de Sião, cujo valor podia ser mensurado apenas em ouro, foram contabilizados no livro de registro dos inimigos como pratica mente sem valor, Um triste comentário para o baixo estado ao qual judá havia caído nos tempos de Jeremias. |
Lm.4:3 | 3. Chacais. Do heb. tannin, “monstro marinho”, "serpente”, etc. (ver com, de Dt 32:33; jó 7:12). No entanto, dois manuscritos apresentam o heb. tannim, chacais (ver com. de SI 44:19). Os verbos traduzidos como “dão o peito” e “dão de mamar”, assim comoo pronome "seus”, são plurais no hebraico, indicando que o sujeito é “chacais”. A tradução “chacais” se ajusta melhor ao contexto do que '“monstro marinho”.Avestruzes. Ver com. de Jó 39:13-17. |
Lm.4:4 | Sem comentário para este versículo |
Lm.4:5 | 5. Monturos. Literalmente, “poços de cinzas”. Esta palavra parece significar um terreno para despejo de lixo em geral. Sentar-se ou descansar ali era sinal de completa degradação (ver lSm 2:8). A cidade de Jerusalém havia se tornado um vasto montão de cinzas. |
Lm.4:6 | 6. Emprego. O significado exato da palavra hebraica assim traduzida não é claro. No entanto, o sentido parece ser que nenhuma mão humana foi colocada sobre Sodoma. Sua destruição veio totalmente de cima. Visto que o pecado de Jerusalém é maior que o de Sodoma, quão terrível seria sua punição! |
Lm.4:7 | 7. Príncipes. Do heb. nezirim, “aqueles consagrados”, "aqueles escolhidos” ou “aqueles de alto cargo” (ver com. de Nm 6:2). Este substantivo é derivado do verbo heb. nazar, "prometer'” ou "separar”, e se refere a alguém que é separado ou posto à parte. Como termo técnico, é usado para um nazireu (ver Nm 6; Am 2:11, 12; cf. Jz 13:5,7; 16:17). No entanto, é usado também num sentido mais geral, como no caso de José, que loi “distinguido” de seus irmãos (Gn 49:26; Dt 33:16). O último sentido parece se ajustar melhor aqui.Neve. Embora estas imagens normalmente indiquem pureza moral no AT (ver Is 1:18), neste versículo, elas podem se referir apenas à imponente aparência exterior que os líderes de Judá já apresentavam.Corais. Do heb. peninim, que significa “jóias de coral”.Formosura. Sua aparência era como se eles fossem bela mente polidos (ver ARC) como imagens de pedra brilhante. |
Lm.4:8 | 8. Conhecidos. Eles não são reco- ? nhecidos, pois sua aparência foi mudadahorrendamente.Como uma madeira. Figura simbólica de aridez e rigidez. |
Lm.4:9 | Sem comentário para este versículo |
Lm.4:10 | 10. Compassivas. As mulheres que, antes foram mães compassivas e amorosas, na extrema miséria do cerco comeram seus próprios filhos (ver com. de Lm 2:20).Cozeram. Isto é, ferveram. |
Lm.4:11 | Sem comentário para este versículo |
Lm.4:12 | 12. Não creram. Devido à sua posição estratégica e às fortificações, Jerusalém era considerada inexpugnável. A ideia de sua inviolabilidade deve ter sido reforçada ainda mais na mente dos pagãos pela destruição sobrenatural do exército assírio, quando Senaqueribe cercou a cidade (2Rs 19:35). Tudo isso produziu uma falsa sensação de segurança entre os ímpios habitantes de Jerusalém. |
Lm.4:13 | 13. Maldades. Os líderes religiosos de Judá eram maus tanto nos pensamentos quanto nas ações (ver com. de Is 3:12).Derramou. O fato de os sacerdotes e falsos profetas, especialmente, terem clamado pela vida de Jeremias (Jr 26:7-24) indica que eles tinham uma grande parcela de responsabilidade pela morte de pessoas justas (ver Jr 6:13-15; 23:11-15). |
Lm.4:14 | 14. Erram. Ou, “cambaleiam”. Talvez isto se refira ao estado confuso desses líderes quando, outrora altamente honrados, se viram desprezados e excluídos por todos (ver Dt 28:29). |
Lm.4:15 | 15. Imundos! Este era o clamor dos leprosos (Lv 13:45).Gritavam-lhes. O antecedente de “lhes”’ deve ser entendido, neste versículo, como o povo. O pronome "lhes” se refere aos profetas e sacerdotes criminosos.Dizia-se. Isto é, alguns dos pagãos disseram entre si. |
Lm.4:16 | 16. Ira. Literalmente, “rosto” (ver Lv 17:10; SI 34:16; Jr 16:17, 18). Novamente as letras pé e ‘ayin estão em ordem inversa (ver com. de Lm 2:16; 3:46).Espalhou. Ou, “dividiu” (ARC).Face (ARC). Literalmente, “rostos”'. Este versículo contém um interessante jogo depalavras em hebraico. Os ímpios toram espalhados pelo rosto do Senhor porque eles, por sua vez, não mostraram qualquer respeito pelo rosto dos sacerdotes. |
Lm.4:17 | Sem comentário para este versículo |
Lm.4:18 | 18. Praças. Isto é, as praças da cidade (ver com. de Lm 2:19). Durante o cerco, era perigoso entrar nestas praças, visto que a pessoa ficava exposta aos dardos das torres de cerco, erigidas tora dos muros da cidade (ver com. de jr 32:24). |
Lm.4:19 | 19. Montes. O reduzido território do reino de Judá nos últimos anos de sua história consistia de pouco mais que montes e desertos. |
Lm.4:20 | 20. Fôlego da nossa vida. Alguns encontram aqui uma referência ao rei Zeclequias. Outros se perturbaram por jeremias atribuir tal honra à memória de um rei a quem ele castigou tão duramente em outras passagens. No entanto, o profeta não está falando de Zedequias como um ser humano, mas do rei como o “ungido do Senhor”, o líder da nação divinamente apontado (ver iSm 24:5, 6; 26:9, 1 ]; 2Sm 1:14, 16).Viveremos. Possivelmente, os seguidores de Zedequias abrigaram a vã esperançade que, ao escapar da cidade condenada, conseguiríam manter algum tipo de independência nos desertos de judá ou na Transjordânia (ver com. de Jr 39:4, 5). |
Lm.4:21 | 21. Filha de Edom. Os edomitas eram descendentes de Esaú (Gn 36:8, 19). A animosidade que outrora existiu entre Jacó e Esaú foi perpetuada pelos seus descendentes (Nm 20:14-21; Dt 2:4, 5). Quando os exércitos babilônios invadiram Judá, os edomitas se uniram a eles contra os judeus e se beneficiaram com o saque à nação (ver Ez 25:12-14; 35:5; Ob 11-14). O pensamento deste versículo é irônico: “Alegra-te sobre seu ganho ilícito agora, porque não durará muito tempo!”Terra de Uz. Este lugar foi o lar de jó (ver com. de jó 1:1) e também é mencionado em conexão com vários outros vizinhos de judá (Jr 25:20). |
Lm.4:22 | 22. Castigo. Ver com. do v. 6.Visitará (ARC). Isto é, para castigar (vercom. de SI 8:4; 59:5).Descobrirá. Literalmente, “destapado" ou “revelado” (ver Lm 2:14).Capítulo 5Uma queixa pungente de Sião em forma de oração.pescoço; estamos exaustos e não temos descanso. |
Lm.5:1 | 1. Lembra-Te. Este último poema no livro de Lamentações é uma oração por restauração. Retrata, aparentemente, as condições de Judá e seu povo no período posterior à queda de Jerusalém.O poema contrasta com os poemas de Lamentações 1 a 4 de várias formas: ele não é um acróstico, apesar de ter 22 versículos, a mesma quantidade de letras do alfabeto hebraico; e não foi escrito na característica métrica do lamento hebraico (ver p. 593, 594). Não obstante, este capítulo possui qualidades poéticas notáveis. Cada versículo consiste em duas partes paralelas. A repetição é um artifício bem conhecido da poesia hebraica (ver vol. 3, p. 8-13). O poeta também deu atenção incomum ao som, fato que se torna marcante, pois rima e assonância normalmente não são características da poesia hebraica. |
Lm.5:2 | 2. Estranhos. Ver com. de Lm 1:10. |
Lm.5:3 | 3. Viúvas. Ver com. de Lm 1:1. Deve-se entender, neste versículo, tanto a viuvez figurada como a literal, pois vários homens morreram nas lutas, enquanto muitos outros foram levados para o cativeiro, mas as viúvas e as crianças foram deixadas para trás. |
Lm.5:4 | 4. Agua. Mesmo as necessidades mais comuns da vida passaram a ser obtidas apenas por dinheiro. |
Lm.5:5 | 5. Nosso pescoço. Esta frase é traduzida literalmente como: “sobre nossos pescoços somos perseguidos”. O significado pode ser que eles foram intensamente perseguidos. Alguns consideram que a melhor compreensão seja como referência à crueldade da escravidão imposta sobre eles: “pelos nossos pescoços somos guiados”. Nas inscrições egípcias os prisioneiros são retratados amarrados pelo pescoço. |
Lm.5:6 | 6. Submetemo-nos. Ver Ed 10:19;Jr 50:15; Ez 17:18.Egípcios. Judá também esteve sob o domínio egípcio durante a primeira parte do reinado de Joaquim (ver p. 368, 369).Assírios. Ver com. de Ed 6:22. |
Lm.5:7 | 7. Nossos pais. Ver 2Rs 21:11-15; 23:26,27. «g |
Lm.5:8 | 8. Escravos. No uso que o AT faz deste termo quando aplicado a oficiais do governo não indica necessariamente uma condição de vida menor, mas pode se referir aos oficiais de alto nível (ver com. de Ne 2:10). |
Lm.5:9 | 9. Espada do deserto. Esta única expressão, possivelmente, refere-se aos saqueadores do deserto que atacavam as pessoas quando elas procuravam comida em seu país desnudo e indefeso. |
Lm.5:10 | 10. Esbraseia. Ilustração da febre provocada pela terrível fome do cerco final a Jerusalém (ver Lm 2:20; 4:10). |
Lm.5:11 | Sem comentário para este versículo |
Lm.5:12 | 12. Enforcados. Um método comum de tortura em todas as épocas. |
Lm.5:13 | 13. Meninos tropeçaram. Crianças pequenas foram forçadas a carregar cargas de madeira excessivamente pesadas. Moer grãos e transportar madeiras eram consideradas tarefas domésticas (ver Jz 16:21; ver com. de js 9:21). |
Lm.5:14 | 14. Porta. Ver com. de Gn 19:1; Js 8:29; Lm 1:4. |
Lm.5:15 | 15. Dança. A dança era considerada pelos hebreus como uma manifestação específica de alegria e louvor (SI 30:11; 149:3; 150:4; Jr 31:4, 13; ver com. de 2Sm 6:14). |
Lm.5:16 | 16. Coroa. A perda da soberania nacional se tornou símbolo de tudo o que se perdeu com ela. |
Lm.5:17 | 17. Escureceram. Em realidade, devido ao choro excessivo ou, tiguradamente, por causa das coisas terríveis que contemplaram (ver com. de Lm 3:51). |
Lm.5:18 | 18. Monte Sião. Isto é, Jerusalém (ver com. de SI 48:1, 2). Pensava-se, de um modo especial, que o monte Sião fosse o local da habitação do Senhor (ver SI 74:2; 76:2), mas, neste ponto, a presença do Senhor se foi.Raposas. Do heb. shualim. Também usado para chacais (ver com. de Jz 15:4). A presença de raposas e, especialmente, chacais enfatiza o estado selvagem e a desolaçãodo que outrora fora o coração de uma grande cidade. Evidentemente, a configuração deste poema é de algum tempo depois da destruição da cidade. |
Lm.5:19 | 19. Eternamente. Do heb. leolam (ver com. de Êx 12:14; 21:6; 2Rs 5:27).Subsiste. Não importa o que pode acontecer ao homem, Deus está acima de tudo para sempre; portanto, Suas promessas são seguras. |
Lm.5:20 | 20. Para sempre. Do heb. lanetsach (ver com. de ISm 15:29). |
Lm.5:21 | 21. Converte-nos. Literalmente, “traga- nos de volta”, “faça-nos voltar”, consequentemente, “restaure ”. Isto é muito mais que uma oração por libertação do cativeiro. Jeremias várias vezes usou a mesma linguagem para as restaurações temporal e espiritual (Jr 3:1, 12; 31:16-21). Neste versículo, enfatiza-se que só Deus pode restaurar o pecador perdido ao favor divino, só Ele pode conceder a graça que torna possível a um pecador se arrepender e retornar para Ele (ver At 5:31; Rm 2:4). |
Lm.5:22 | 22. Por que nos rejeitarias [...]? Apesar desta pergunta queixosa, Yahweh não rejeitou completamente a Judá. Foram muitas as promessas de restauração que o próprio Jeremias proclamou (Jr 16:13-15; 27:21, 22; 30:5-24; 33:7-9; Lm 3:22, 31, 32). |