"As coisas encobertas pertencem ao nosso Deus, mas as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos todas as palavras desta lei."
Deuteronômio 29:29

Capítulo e Verso Comentário Adventista > Isaías
Is.1:1 1. Visão de Isaías. Este é o título que o próprio Isaías deu ao livro. O termo “visão” indica a revelação em si, em vez de o processo pelo qual foi dada. Antigamente um profeta era chamado de “vidente” (ISm 9.9), mas o termo caiu em desuso. No entanto, os profetas continuaram a ser videntes no sentido de que, com percepção inspirada, eram capazes de ver coisas não reveladas a pessoas comuns. Em visão, os olhos do profeta traspassavam o véu que separava este mundo do mundo espiritual, e viam o que o Senhor revelava. O Senhor podia revelar o significado dos acontecimentos, as coisas porvir ou o propósito divino com respeito a indivíduos ou nações. As mensagens de advertência, admoestação e instrução eram frequentes. Iodas essas são encontradas na “visão” de Isaías. Na “visão de Obadias” (Ob I) e no “Livro da visão de Naum” (Na 1:1), o Senhor revelou Seu propósito com respeito a Edom e Nínive. As visões de Isaías se referiam em especial a Judá e a Jerusalém, mas também às nações vizinhas e ao mundo como um todo. Por meio da “visão de Isaías”, podem-se ver as coisas como Deus as vê e como escolhe revelá-las por meio do profeta. Filho de Amoz. A única ocorrência deste nome na Bíblia. Nada mais se sabe sobre o pai de Isaías. Não se deve confundir o nome Amoz com Amós. No hebraico, os dois nomes se diferenciam claramente. A respeito de Judá e Jerusalém. Ver Is 2:1; 3:1; 4:3; 5:3; 40:2; 52:1; 62:1; 65:9, 19. As mensagens de Isaías eram dirigidas primeiramente ao povo de Judá e Jerusalém, e tinham o objetivo de despertá-lo. Ê provável que muitas das mensagens tenham sido faladas diretamente ao povo em forma de sermões. Nos dias. De acordo com a cronologia empregada neste Comentário, Uzias morreu em 740/739 a.C., e Ezequias, em 687/686 (ver p. 75, 76).
Is.1:2 2. Ouvi, ó céus. Ver com. de Dt 32:1; cf. Mq 6:1. O primeiro discurso de Isaías começa com uma acusação ao professo povo de Deus. Sua falha em não aproveitar as oportunidades dadas por Deus causa assombro. Por assim dizer, Isaías pede aos habitantes dos céus para testemunhar o espetáculo extraordinário, um recurso literário semelhante em propósito ao usado por joel (Jl 1:2, 3), designado a impressionar os sentidos embotados do povo pela gravidade da transgressão. Os habitantes de outros mundos conhecem a lei de Deus e sabem da rebelião dos habitantes deste mundo contra o Céu. Eles entendem o plano da salvação e sabem das oportunidades dadas a Israel como o povo escolhido. Assim, Deus os chama como testemunhas da estranha postura daqueles pelos quais Ele fez grandes coisas, tendo a rejeição como resposta. Diante do universo, o povo rebelde de Deus é culpado, e a atitude que Ele está prestes a tomar contra os rebeldes é justificada. Criei. A relação entre Deus e o povo é como a de pai e filho. Tudo que um pai podería lazer por seus filhos, Deus fez por Seu povo. Como objetos de Seu cuidado paternal, o povo de Deus deveria ter aceitado as responsabilidades de filhos bem como os privilégios. Estão revoltados. Eles recusavam se submeter à autoridade do Pai celestial e ignoravam o que Ele requeria deles.
Is.1:3 3. O boi. Os animais domésticos conhecem quem os alimenta. Até os irracionais sabem onde encontrar alimento e, por conseguinte, têm certa ligação com quem os alimenta. No entanto, aquele povo não tinha isso. Desatentos e ingratos quanto ao cuidado amoroso do Pai celestial, eles eram culpados da mais ingrata insensatez. Eles sequer demonstraram ter a inteligência de animais irracionais. Israel não tem conhecimento. O termo “Israel”, neste caso, refere-se especificamente a Judá no sentido de que, como descendentes de Jacó, eram herdeiros das promessas feitas aos pais da nação (ver com. do v. 1, 8).
Is.1:4 4. Ai desta nação pecaminosa. Aqueles que Deus escolheu para ser “povo santo ao Senhor” (Dt 14:2) se transformaram numa nação pecaminosa. Sua impiedade se devia à ingratidão diante das bênçãos concedidas a eles (ver com. de Dt 8:10-20; Os 2:8, 9; fim 1:21, 22). Ao se esquecerem de que era Deus quem lhes proporcionava todos os bens que desfrutavam, apostataram abertamente e desobedeceram. O esquecimento passivo se converteu em rebelião ativa. Raça de malignos. Ver com. de Is 5:4. Os que podiam ter sido “santa semente” (Is 6:13) se tornaram em planta produtora de fruto inútil. Abandonaram o Senhor. Isto é, preferiram outro senhor, o príncipe do mal (ver com. de Jo 8:44). Blasfemaram. O amor divino “não se irrita” (lCo 13:5, ARC; cf. Ez 18:23, 31, 32; 2Pe 3:9), mas Israel tinha desprezado a tal ponto a graça de Deus e desconsiderado de tal forma Seus preceitos que Ele não poderia mais tolerá-los sem negar Seu próprio caráter e confirmar a Israel em seus maus caminhos. Santo de Israel. A expressão favorita de Isaías. Ele a emprega 25 vezes, ao passo que todos os outros escritores do AT a usam apenas seis vezes. Quando Isaías viu a Deus pela primeira vez em visão, sentado em Seu trono, também ouviu o coro angelical cantar “santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos” (Is 6:3). O caráter santo de Deus impressionou o profeta de forma profunda. Ele reconheceu a Deus como, acima de tudo, um ser santo, e desejou ser semelhante a Ele. A partir de então, a grande tarefa da vida de Isaías era manter diante de Israel a figura da santidade de Deus e a importância de se abandonar o pecado e do esforço para se alcançar a santidade. Voltaram para trás. Em vez de se apro- ? ximarem cada vez mais de Deus e andar com Ele, eles se separaram do Senhor. Tinham se distanciado ainda mais da vereda da santidade. Oseias, contemporâneo de Isaías, aiir- mou com tristeza que "como vaca rebelde, se rebelou Israel” (Os 4:16).
Is.1:5 5. Por que [...]? Ou, "onde?” O corpo está tão coberto de feridas que o pai hesita em continuar punindo, embora seja necessário, e, por misericórdia, prefere não golpear o filho onde as feridas de punições anteriores ainda não sararam. Feridos. Os pecados do professo povo de Deus lhe provocaram aflição. Quanto mais cometia pecado, maior era o peso de sua aflição (ver Is 5:18). Isaías se esforçou para argumentar com eles, perguntando- lhes por que tinham escolhido agir tão néscia mente. Apresenta-se a figura de um filho que persiste na rebelião epor suas más ações é castigado vez após vez até todo o corpo ficar ferido. Continuais em rebeldia. Em vez disso, "continuais em revolta”. Isaías não estava predizendo uma rebelião, mas explicando que a persistência na maldade era a razão dos contínuos açoites disciplinantes.
Is.1:6 6. Não há nele coisa sã. Todo o corpo sofre. Em toda parte, em Jerusalém e Judá, Isaías.via os resultados da transgressão. Chagas inflamadas, isto é, feridas abertas, purulentas e sangrentas. O pecado é algo detestável que não se pode curar com remédios humanos. De forma figurada, pode- se dizer que ele produz uma grande quantidade de feridas infectadas e abertas, que não foram atadas nem tratadas com “óleo” (em geral, na Palestina se empregava o azeite de oliva para esse fim). Israel não estava doente apenas por dentro, mas seu exterior revelava os efeitos terríveis do veneno do pecado. A nação estava numa situação crítica e confusa. O paciente estava prestes a perecer em sua condição repugnante.
Is.1:7 7. A vossa terra está assolada. O profeta passa de uma descrição figurada c!a terra (v. 2-6) para a descrição literal. A figura usada nesta passagem representa, de forma apropriada, a situação de Judá na época das invasões assírias. Com sua costumeira crueldade implacável, os assírios tinham devastado o país, queimando, saqueando e matando. Muitas das cidades fortes foram tomadas, incontáveis vilas pequenas foram destruídas, e a maior parte da terra foi assolada. Parecia que o fim havia chegado. A terra se acha devastada. O rolo do Mar Morto I01sa (ver p. 73, 74; vol. l,.p. 8) diz "sua desolação está sobre ela".
Is.1:8 8. A filha de Sião. Isto é, Jerusalém (ver Lm 2:8, 10, 13, 18; Mq 4:8, 10, ;13). Antigamente, Sião era a fortaleza dos jebu- seus, a cidade de Davi (2Sm 5:7; iRs 8:1; ver corrí, do SI 48:2), no entanto, mais tarde, o nome foi usado num sentido amplo para designar toda a cidade. Com frequência se emprega a figura poética de uma mulher para designar uma cidade com seus habitantes (ver SI 45:12; Is 47:1; Lm 2:15). Choça. Isto é, uma cabana onde o vigilante da vinha ou os membros de uma família viviam durante a vindima. Os que viviam nessas estruturas ficavam isolados do restante da comunidade e desprotegidos. Essa era a situação de Jerusalém durante o período em questão. Palhoça no pepinal. Pepinos e plantas semelhantes são comuns no Oriente. Em geral, construía-se uma cabana num campo, onde o vigilante vivia durante o verão para vigiar as colheitas contra os ladrões. Cidade sitiada. Na época da invasão de Senaqueribe, Jerusalém estava literalmente cercada pelos exércitos assírios. Foi a única cidade que continuou resistindo quando todo o restante da terra de Judá tinha caído em mãos inimigas.
Is.1:9 9. O Senhor dos Exércitos. Este é o título divino proclamado pelos anjos na visão que Isaías teve da glória de Deus (Is 6:3). Ele se refere a Deus como comandante dos exércitos do Céu. Alguns sobreviventes. Toda a Judeia, com exceção de Jerusalém, caiu em mãos inimigas. Apenas a capital permaneceu, aparentemente indefesa e em grave perigo. Não fossem “alguns sobreviventes”, a nação de Judá teria tido um fim igual ao de Sodoma e Gomorra.
Is.1:10 10. Vós, príncipes de Sodoma. () título “Sodoma”, aplicado de forma figurada a Judá, tendo-se em vista as condições semelhantes que prevaleciam ali, constitui uma terrível acusação à nação que professou viver em nome de Deus, ()s líderes do país tinham se distanciado tanto do Senhor que,.na prática, diferiam bem pouco dos líderes das nações mais pecaminosas da tetra: Por isso, uma solene exortação lhes foi dirigida, uma mensagem de Deus que predizia o destino de toda a nação, a menos que ela se arrependesse.
Is.1:11 11. De que me serve [...]? Judá ainda tinha a aparência de uma nação religiosa. Muitos sacrifícios eram oferecidos no templo, mas havia pouca religião verdadeira. Embora se mantivessem as formas externas de religião, o,professo povo de Deus tinha esquecido o que o Senhor realmente queria deles. Estavam dispostos a oferecer sacrifícios, mas não a dar o coração ao Senhor. Eles conheciam as formas da religião, más não entendiam que necessitavam de um Salvador, nem compreendiam o significado de justiça. Isaías se esforçou para despertar o povo e fazer com que percebesse a tolice de-seus caminhos. Por meio de várias perguntas incisivas, ele esperava fazê-los compreender que uma religião de formas,exteriores era ofensiva aos olhos de Deus. Através dos séculos, os porta-vozes de Deus se esforçaram para deixar claro que o que Deus pede é obediência e não sacrifício, retidão e não ritualismo (ver ISm 15:22; SI 40:6; 51:16-19; Jr 6:20; 7:3-12; 14:12; Os 6:6; Am 5:21-24; Mq 6:6-8).
Is.1:12 12. Para comparecer perante Mim. Comparecer perante Deus era a frase comum que significava visitar o templo nas grandes festividades religiosas (Êx 34:23; SI 42:2; 84:7). Os hebreus. tinham a crença correta de que quando iam ao templo estavam ná presença imediata de Deus. É verdade que o santuário havia sido construído para que o Senhor habitasse entre eles (Ex 25:8). Mas ném necessariamente todos que iam ao templo experimentavam a presença de Deus. Por meio de Isaías, o Senhor proclama que Ele habita “no alto e santo lugar, mas também com o contrito e abatido de espírito” (Is 57:15).
Is.1:13 13. Ofertas vãs. Sacrifícios sem,contrição e arrependimento genuíno eram oferecidos em vão (ISm 15:22; Mt 5:24; Mc 12:33). Abominação. Em vez de Se deleitar com a oferta de incenso: suave, o Senhor estava muito insatisfeito. As formalidades da religião nada significam quando lhes falta o verdadeiro espírito. Deus deixou claro que,onde falta obediência, até a oração é uma abominação (Pv 28:9). Festas da Lua Nova, ós sábados. Os dias: sagrados mencionados nesta passagem ocorrem juntos outras vezes (2Rs 4:23; 2Cr 8:13; Am 8:5). Observar esses dias era parte essencial da religião hebraica. Eles foram apontados pelo próprio Senhor, e Ele foi, quem pediu a Israel que os observasse (Êx 23:12-17; Ia 23; Nm 28,-29; Dt 16:, 1-17). A observância exterior, dessas formas de religião, porém, não era suficiente. Rituais e cerimônias não têm significado quando falta justiça. Deus deixou claro que a observância formal dos dias sagrados que Ele mesmo ordenou era ofensiva sem obediência. Iniquidade. A ideia é que os serviços religiosos solenes, quando acompanhados de uma vida iníqua, são ofensa ao Senhor. Na época de Isaías, os hebreus davam muita importância às formas da religião, mas pouca importância à retidão. Muitos que observavam rigidamente as ordenanças formais da lei cerimonial violavam abertamente as ordens solenes da lei divina. Sua atitude constituía zombaria à religião e uma vergonha à vista de Deus.
Is.1:14 14. Minha alma as aborrece. Deus Se dirigia a um grupo de pessoas que eram muito religiosas exteriormente. Participavam das cerimônias porque pensavam que assim teriam o favor de Deus. Mas o Senhor lhes disse que estava insatisfeito com sua atitude. Ele odiava a observância das festas, rejeitava a adoração e Se ressentia da hipocrisia. Na verdade, o povo desafiava a Deus ao se recusar andar em Seus caminhos, e nenhum manto de formalismo religioso poderia cobrir seus pecados.
Is.1:15 15. Quando estendeis as mãos. Quando os hebreus oravam, com frequência estendiam as mãos em direção a Deus (ver Êx 9:29, '-V. 17-.11; IRs 8:22; Ed 9:5; ]ó 11:13; SI 88:9; 143:6). Não as ouço. Ver SI 66:18; Tg 4:3. Deus não ouve orações de hipócritas, apenas dos sinceros (Mt 6:5; Lc 18:14). Orações podem ser longas e frequentes e, contudo, não ter valor (Mt 6:7). As orações de pessoas que praticam o mal, cujas mãos estão manchadas de sangue e que persistem em seus maus caminhos não alcançarão o trono da graça. Nos dias de Isaías, os hebreus pareciam ser religiosos e oravam muito, mas se recusavam a abandonar o pecado. Suas orações não partiam do coração. Deus deixou claro que Se recusava a ouvi-los. Cheias de sangue. O rolo lQIsa do Mar Morto (p. 73, 74; ver vol. 1, p. 8) acrescenta “e seus dedos, de culpa”, resultando num dístico cuja primeira parte é 'as vossas mãos estão cheias de sangue”.
Is.1:16 16. Lavai-vos. O pecado resulta em contaminação moral e decadência espiritual. Quando Davi pecou, sua oração foi: ‘'Lava- me, e ficarei mais alvo que a neve” (SI 51:7). Ele reconheceu a contaminação do pecado e pediu a Deus um coração puro (v. 10), e sua oração foi atendida. Todo pecador necessita de purificação moral; seu coração deve ser limpo. Deus quer limpar toda maldade do pecador (Jr 4:14). Ele exorta o pecador a l impar as mãos da iniquidade (Tg 4:8). Ele promete escrever Suas leis no coração (Jr 31:33) e limpar a pessoa de toda injustiça (ljo 1:9). Isaías disse a Jerusalém para vestir roupas formosas, pois estava chegando a hora em que o impuro não mais entraria ali (Is 52:1). João declarou que nada imundo entraria na cidade santa (Ap 21:27). A lição que Isaías se esforçou para ensinar a Israel era de que Deus, ‘o Santo de Israel”, requer santidade de Seu povo. Cessai de fazer o mal. Deus exortou os judeus a deixar o pecado. Ele é santo, e eles deviam ser santos. O mal deve ser retirado da vida de todo filho de Deus. O pecado não existirá na atmosfera pura do Céu, e os que entram ali usam as vestes da justiça.
Is.1:17 17. Aprendei a fazer o bem. Os que servem a Deus odiarão o mal e amarão o bem (Am 5:15). A pessoa passivamente boa, que apenas se refreia de fazer o mal, não é suficientemente cristã. A bondade é um princípio ativo, e o cultivo da retidão é a garantia mais segura contra a iniquidade. Qualquer que tenha sido a inclinação anterior, a pessoa deve não só deixar de fazer o mal, mas apresentar esforços sinceros para fazer o bem. Para atingir esse objetivo, é preciso firmeza de propósito e a ajuda do Céu. Ninguém nasce na vida cristã com perfeição de caráter; deve-se aprender devagar e com dificuldade, a andar nos caminhos de Deus. Com estudo e diligência, paciência e perseverança, determinação e prática, todos podem, com o tempo, adquirir hábitos de vida correta. Toda pessoa correta já passou pelo processo lento e difícil de aprender a fazer o bem, e ninguém aprende de verdade a fazer o bem até que os caminhos santos lhes sejam familiares. Repreendei ao opressor. De preferência, “corrigí a opressão” ou “fazei justiça ao mal’ . Muitos em Israel eram oprimidos por seus irmãos. Era dever daqueles que amavam a Deus corrigir isso. Os opressores deviam ser refreados, e os oprimidos precisavam de alívio. Defendei o direito do órfão. Aqueles que amam o que é correto defenderão a causa dos órfãos e buscarão que a justiça lhes seja feita. Pleiteai a causa das viúvas. O pobre e o necessitado, o desafortunado e oprimido precisavam desesperadamente de alívio. Os líderes do professo povo de Deus estavam tirando vantagem dessas classes desafortunadas e se enriquecendo às suas custas. Essa situação demandava um ponto final. Amor verdadeiro e simpatia deviam se manifestar nos esforços para corrigir o mal e estabelecer a justiça a todos. Nenhuma religião é digna de seu nome se não luta contra os problemas desta vida e se não anda em harmonia com os princípios do reino dos céus. Uma religião que consiste na observância de cerimô- ? nias magnificentes, mas que negligencia as necessidades dos órfãos e das viúvas, é sem sentido (ver com. de Tg 1:27).
Is.1:18 18. Vinde. Deus convida o ser humano a se encontrar com Ele para discutir seus problemas com liberdade e franqueza. Ele não é um juiz imprudente ou um tirano arbitrário, mas um pai amoroso e amigo. Deus Se interessa por tudo que afeta o ser humano e Se preocupa com seu bem-estar. Todas as advertências divinas são dadas para o bem do ser humano. Ele deseja que todos compreendam isso e creiam. Dificilmente seria possível conceber uma demonstração mais encantadora do maravilhoso amor e da bondade de Deus do que a encontrada neste misericordioso convite para arrazoar com o Senhor dos céus e da terra. Deus é razoável; Ele deseja que as pessoas percebam que é para o bem delas abandonar o pecado e andar nos caminhos da retidão. A capacidade humana de raciocínio foi conferida e a melhor forma de usar esse dom é descobrir os benefícios da obediência e os males da transgressão. Ainda que os vossos pecados. O pior pecador pode encontrar conforto e esperança nesta promessa. Deus assegura que não importa qual tenha sido a culpa, quão grave tenha sido o pecado, é possível ser restaurado à pureza e santidade. Esta promessa tem a ver não apenas com os resultados do pecado, mas com o pecado em si. Ele pode ser erradicado e banido por completo da vida. Com a ajuda de Deus, o pecador pode assegurar o domínio completo de todas as fraquezas (ver com. de ljo 1:9).
Is.1:19 19. Se quiserdes e Me ouvirdes. Isaías apresenta os frutos da obediência. Uma vida de alegria e bênçãos é o resultado natural da obediência às leis divinas, pois Deus não pode abençoar os que não fazem o melhor que podem. As alegrias do Céu não são dons arbitrários de Deus àqueles que O seguem, mas o resultado natural de cumprir com o que Ele requer. Deus apresenta diante do ser humano os caminhos da retidão porque são corretos e atraem bênçãos. Comereis. Esta promessa se aplica tanto a este mundo como ao porvir. A colheita da obediência é feita não só no Céu, mas também na Terra (ver com. de Mt 19:29). Antes de Israel entrar na terra prometida, Moisés declarou as bênçãos que resultariam dos caminhos do Senhor (Dt 28:1-13). Isaías enfatiza que estas bênçãos não tinham sido concedidas por causa da falha de Israel em obedecer às ordens do Senhor. Deus assegurou, então, que as bênçãos ainda podem ser deles caso se arrependessem e andassem nos caminhos da retidão.
Is.1:20 20. Se recusardes. O que condena o pecador não é um decreto arbitrário de Deus. Ele apenas colhe o que ele mesmo plantou. Assim como as bênçãos acompanham o viver correto, as dores acompanham a iniquidade. Quando se transgridem os mandamentos divinos, o resultado inevitável é a morte. Isso nada mais é que a consequência da lei natural de causa e efeito. Quando se afastou de Deus, Israel inevitavelmente trilhou o caminho da ruína. Moisés deixou isso claro antes de Israel entrar na terra prometida (Dt 28:15- 68). Quando o ser humano se rebela contra Deus e se recusa a obedecer à Sua lei, automaticamente abre a porta para a destruição. Cada pessoa decide seu destino, cabe apenas a ela determinar se seu futuro1 será feliz ou não, A grande verdade que Isaías apresentou ao povo de Deus é que o pecado, ao final e por- si só, traz a destruição. A iniquidade jamais será a base para a alegria e as bênçãos eternas. Num sentido real, os pecadores se autodestroém. A boca do Senhor o disse. Deus pre^ disse as consequências invitáveis do pecado, mas isso está longe de ser um decreto arbitrário. Ele não se compraz na morte do ímpio (Ez 18:23, 31, 32; 33:11). Mas, sabedor do resultado inevitável do pecado, Ele adverte sobre os resultados da desobediência (ver Os 13:9; 14:1; Rm 6:21, 23; Tg !:!5;2!V 3:9).
Is.1:21 21. Como se fez prostituta. Sião, outrora a cidade fiel, se tornou inf iel. Outrora a esposa de Yahweh, ela se distanciou dEle e se entregou a outros. Tornou-se prostituta (ver Jr 2:20, 21; Ez 16; Os 2). A experiência de Israel mostra o quanto o ser humano pode cair. Uma vez puro e reto, escolhido por Deus e amado por Ele, Israel se distanciou muito do Senhor e dos caminhos da retidão. Tendo sido verdadeiro, obediente e santo, Israel se tornou vil e corrupto, um ? notável exemplo dos terríveis frutos da infidelidade a Deus. Agora, homicidas. A justiça se retirou, e a corrupção e depravação se puseram em seu lugar. A cidade de santos tinha se tornado cidade de homicidas e perversos. Oseias apresenta um quadro semelhante: “Como hordas de salteadores que espreitam alguém, assim é a companhia dos sacerdotes, pois matam no caminho para Siquém” (Os. 6:9). Viajantes nos caminhos e pessoas que se alojavam nas cidades corriam risco de ser ataca dos e mortos, e isso numa terra onde o povo professava santidade e fingia religiosidade.
Is.1:22 22. A tua prata. Gom duas figuras apropriadas, Isaías contrasta o presente com o passado. O caráter do povo tinha se degenerado da prata preciosa para escória. O vinho puro da retidão e a santidade foram diluídos. Jesus empregou figura similar ao falar do sal que perde o sabor (Mt 5:13).
Is.1:23 23. Os teus príncipes. Oseias declara que “todos os seus príncipes” eram “rebeldes” (Os 9:15). Os principais de Israel eram teimosos e rebeldes contra o Senhor, e mestres em todo tipo de crime (is 3:12; 9:16; Mq 3:11). Companheiros de ladrões. Os líderes de Israel, cujo dever era fazer com que a lei fosse cumprida, na verdade tinham parceria secreta com os que violavam seus preceitos. Os oficiais não detinham os criminosos que infestavam as estradas, pois repartiam com eles o lucro pelos roubos. Cada um deles ama o suborno. Mi- queías declara que “o príncipe exige condenação, o juiz aceita suborno” (Mq 7:3). Em troca de todo serviço os governantes de Israel esperavam uma recompensa. O suborno era comum. Não defendem. Os juizes se faziam de surdos para eom os órfãos e as viúvas, qüe em geral não tinham condições de oferecer recompensas como as oferecidas pelos opressores. Era fácil para um juiz adiar por tempo indefinido a audiência dé casos de pessoas pobres (ver Lc 18:2-5).
Is.1:24 24. O Poderoso de Israel. Título similar para Deus é usado em Isaías 49:26; e 60:16. Os juizes na terra prometida não estavam interessados nos pobres, de quem podiam esperar pouca recompensa, mas á causa do pobre tinha chegado perante Aquele que governa o Céu e julga toda a Terra. Esses opressores dos pobres não percebiam que atraíam contra si mesmos todo o poder do Céu. O Senhor deu a seguinte mensagem por meio de Isaías: “Eu contenderei com os que contendem contigo’’ (Is 49:25). Meus adversários. Os inimigos dos justos são inimigos de Deus. O Senhor é contra a injustiça e a opressão de todo tipo. Os que tiram vantagem dos fracos colocam-se como adversários de Deus. Do mesmo modo, os líderes de Israel estavam rapidamente se colocando numa posição em que Deus seria forçado a tomar uma atitude contra eles. Vingar-Me-ei dos Meus inimigos. Deus não é vingativo ao trazer juízo sobre os transgressores. Seu propósito é salvar, não destruir, mas o pecado requer punição. Embora o propósito divino seja, se possível, salvar o pecador, os que persistem na iniquidade precisam perceber que está chegando a hora quando deverão encarar o juiz de toda a ferra, que jura não ter por inocente o culpado (Ex 34:7; Nm 14:18).
Is.1:25 25. Voltarei contra ti a Minha mão. O Juiz de toda a Terra é também o Salvador da humanidade. A culpa de Israel certamente seria julgada, mas o penitente seria salvo. Com as ameaças de ;punição, Deus prometeu livramento. Jerusalém deveria ser julgada, mas também seria salva. Embora a cidade l iei tivesse se tornado uma prost it uta (v, 21), ainda podia vir a ser cidade santa, a "nova” Jerusalém, "ataviada como noiva adornada para seu esposo” (Ap 21:2; c). Is 62:4). O Senhor voltaria a mão sobre Seu povo para redimi-lo c restaurá-lo. Escórias. Restos de fundição (ver Is 1:22; ci. Ml 3:2, 3). Deus removería a escória acumulada da iniquidade se tão somente Israel se mostrasse disposto a que Ele o fizesse. O logo da aflição removería a escória, e apenas o ouro puro do caráter santo permanecería (jó 23:10). Metal. Literal mente, “escória”. Todos os traços vis de caráter seriam removidos, e só o ouro puro permanecería.
Is.1:26 26. Restituir-te-ei os teus juizes. O profeta ansiava pela chegada do tempo em que haveria outra vez juizes fiéis como Samuel, Davi e Salomão. Israel seria uma nação ideal com dirigentes ideais. Cidade fiel. Haverá uma Jerusalém caracterizada pela justiça somente quando a nova Jerusalém descer dos céus depois dos mil anos (Ap 21:1, 2). Então, a cidade será governada por Jesus, o Filho de Davi, que “executará juízo e justiça”, e a cidade ideal, assim como seu Rei, será chamada “Senhor, justiça Nossa” (Jr 33:15, 16; cf. Ez 48:35).
Is.1:27 27. Redimida pelo direito. Ou, “redimida com justiça”. Um justo Juiz irá redimir e restaurar Sião por meio de julgamento justo. Em harmonia com decretos justos, a escória da cidade pecaminosa será eliminada por completo. Os que se arrependem. Literal mente, "os que retornam dela”. Os "convertidos” de Sião são os que reconhecem seus pecados e se arrependem. Apenas eles serão justos, e apenas eles serão salvos. Sião será uma cidade santa, governada por um Deus santo e habitada por um povo santo (ver Is 4:2-4). A justiça de Cristo será o meio e o objetivo da salvação, Sendo que Cristo é justo, todos os habitantes da cidade santa serão justos, pois serão como Ele (ljo 3:2). A justiça tle Cristo é imputada e eonlerida a todos os Seus seguidores. A salvação inclui a justiça que Ele imputa para expiar os pecados cometidos, e a justiça que Ele conlere capacita a viver acima do pecado. Assim, a humanidade será totalmente restaurada à imagem de Deus, na qual foi criada no princípio (Gn 1:27).
Is.1:28 28. Destruídos. Os que se rebelam contia Deus e permanecem no pecado perecerão. A rebelião contra o Céu é um desafio para que Yahvveh demonstre Sua força, e o resultado é inevitável. A destruição é total e certa. Perecerão. Apenas Deus é fonte de vida. Não pode haver existência separada d Ele. Ao abandonar a Deus, o ímpio terá apenas um destino, que é.a morte. "O salário do pecado é a morte (Rrn 6:23), e “a alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18:4); pois os rebeldes "sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor” (2Ts 1:9). "Os ímpios, no entanto, perecerão, e os inimigos do Senhor serão como o viço das pastagens; serão aniquilados e se desfarão em fumaça” (SI 37:20). “Todos os que cometem perversidade serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo” (Ml 4:1); e “serão como se nunca tivessem sido” (Ob 16). “iVlais um pouco de tempo, e já não existirá o ímpio; procurarás o seu lugar e não o acharás” (SI 37:10).
Is.1:29 29. Carvalhos. Do heb. 'elim, árvores de algum tipo, talvez a espécie terebinto. Jardins. Ver ls 65:3; 66:17. Estes jardins, provavelmente, eram áreas cultivadas ao redor de uma árvore ou bosque central.
Is.1:30 30. O carvalho. Da mesma forma que os objetos da natureza que adoravam, o povo também perecería. Que não tem água. Sem água nenhum jardim pode florescer. O Senhor é fonte de vida (SI 36:9), e os que O abandonam, deixam o manancial de águas vivas (Jr 2:13). Assim como um jardim sem água se transforma num árido deserto, sem Deus, Israel se convertería num campo desolado. Ao abandonar o Senhor, a fonte de vida, Israel selou seu próprio destino.
Is.1:31 31. Estopa. A estopa, parte inferior do linho ou da juta, quando pronto para tecer, é altamente inflamável. Os que se consideram fortes serão consumidos no togo inex- linguíve! que devorará o ímpio. E a sua obra. Tanto o ímpio como suas obras perecerão no fogo consumidor dos últimos dias (2Pe 3:7, 10).
Is.2:1 1. A respeito de Judá e Jerusalém. Ver com. de Is 1:1.
Is.2:2 2. Nos últimos dias. Do heb. acharith hayyamim. Acharith, "último", em geral designa o final de qualquer período, seja curto ou longo. Acharith ocorre relacionado com: (I) o final dos 430 anos de permanência no Egito (ver com. de Gn 15:13, 16) quando Israel tomaria posse de Canaã (Gn 49:1); (2) o final da peregrinação no deserto (Dt 8:16); (3) o final de um período futuro de tribulação e exílio (Dt 4:30; Os 3:5); (4) o final de um período histórico (Dt 31:29); (5) o resultado final de uma ação (Pv 14:12; 23:32; Is 47:7); (6) o “fim” do ano (Dt 11:12); e (7) o fim de um período de provação (Jó 42:12). Na profecia bíblica, acharith é relacionado com: (1) o fim do poderio da Grécia (Dn 8:23); (2) o fim dos 1260 e 2300 anos (Dn 10:14; 8:19); (3) a reunião das nações no fim dos tempos (Is 2:2; Mq 4:1); (4) a batalha de Gogue e Magogue imediatamente antes do estabelecimento do reino messiânico (Ez 38:6, 7, 16); (5) o grande dia do juízo final (Jr 23:20; 30:24); e (6) a destruição final dos ímpios (Sl 37:38). Acharith é traduzido com frequência na LXX por eschatos, “último”, “final”. É o oposto de reshith, “princípio” (ver com. de Gn 1:1), como se observa em Isaías 41:22; 46:10, em que "anteriores” e "princípio” contrastam com "fim" e “antiguidade”. O uso bíblico de acharith torna evidente que o contexto deve, em cada caso, determinar quão distante está esse “fim”. O contexto de "nos últimos dias” (Is 2:2) se refere à manifestação da "majestade” de Deus (v. 10), a "naquele dia” em que “o Senhor será exaltado” (v. 11, 17), ao “Dia do Senhor” (v. 12), e ao tempo “quando Ele Se levantar para espantar a terra” (v. 19; comparar ís 2:10- 21 com Ap 6:14-17). O contexto da mensagem paralela de Miqueias 4:1-4 menciona o tempo quando "o Senhor reinará sobre eles no monte Sião, desde agora e para sempre” (Mq 4:7) e se refere ao tempo de restauração do “primeiro domínio” a Sião (v. 8) e do cativeiro babilônico (v. 10). Portanto, os “últimos dias" de isaías 2:2 precedem imediatamente o estabelecimento do reino messiânico. Segundo claros princípios de interpretação (ver p. 16, 17), a era messiânica, no plano original de Deus para Israel, devia ter ocorrido como o clímax do período de restauração depois do cativeiro babilônico (ver PR, 703, 704). No entanto, Israel fracassou em cumprir as condições mediante as quais Deus poderia ter cumprido as muitas promessas de glória nacional e domínio universal para Israel; e, como resultado, a previsão de Isaías 2 1 a 4 nunca se cumpriu com o Israel literal. Acontecerá. Existem diferentes interpretações para a mensagem dos v. 2 a 4: (!) que se refere a um milênio, quando haverá paz na terra, quando os judeus serão restaurados a seu lar original e à.sua antiga;posição como povo escolhido de Deus, quando governarão' a Terra e converterão*o mundo; (2) que descreve unv Talso reavivamento religioso que se dará no final da história cia Terra, patrocinado pelo cristianismo apóstata e designado a converter o mundo (ver lTs 5:1- 5; Ap 13:11-17; etc.); (3) que descreve o plano original de Deus no qual o Israel literal devia se tornar Seu instrumento para salvação do mundo, mas que, devido ao fracasso e à rejeição de Israel, essa previsão será cumprida pelo povo escolhido de Deus no presente ao proclamar a mensagem do evangelho aos lugares mais remotos da Terra.. Como qualquer passagem das Escrituras, a única forma de se determinar o verdadeiro significado de Isaías 2:2 a 4 e sua importância para, a igreja atual é estudar o tema no contexto das Escrituras como um todo e verificar o que a própria Bíblia tem a dizer sobre isso. Há claros estudos quanto aos problemas de certas interpretações literais referentes ao retorno dos judeus para a Palestina e ao papel de Israel no plano divino ( ver p..12-25). Ellen G. White comenta a mensagem paralela de Miqueias 4:1 a 3 e afirma que essa passagem é uma das muitas “lições práticas” que contêm “grande animação” para a igreja atual (CPPE, 455, 456). Deve-se notar .que Miqueias 4:1 a 3 é praticamente idêntico a Isaías 2:2 a 4. Um estudo do contexto de Miqueias esclarece a passagem paralela de Isaías. Isaías e Miqueias foram contemporâneos por muitos anos. O monte da Casa do Senhor. Na LXX, Isaías 2:2 ;diz: “o monte do Senhor e a Casa de Deus". "A Casa do Senhor” é o nome comum que o Al dá ao templo (1 Rs 8:63; etc,), que ficava no monte Moriá (ver com. de 2Cr 3:1; cf. ]r 26:18; Mq 3:12). Esse-"lugar” que. o Senhor escolheu como centro para a adoração (Dt 12:5, 6, 14; 16:16) se tornou o centro e símbolo do judaísmo (lRs 8:29, 30; etc.). O sistema religioso judaico estava tão estreitamente ligado ao templo e.seü serviço que sua destruição, em 586 a.C., é outra vez em 70 d.C., deixou em:grande parte.esse sistema interrompido. Quando jeremias predisse a destruição do templo, os líderes religiosos da nação clamaram por sua morte (ver ]r 26:1-9). A falsa acusação de que Jesus tinha dito que Ele destruiría o templo foi o pior ataque que as falsas testemunhas poderíam ter maquinado contra Ele (Mc 14:58; 15:29; cf. Jo 2:19). Os átrios interiores do templo eram os únicos locais em Jerusalém dos quais os gem tios eram excluídos sob pena de morte (ver At 21:28-31). Sendo assim, dizer que “o monte da Gasa do Senhor” seria exaltado ao “cimo dos montes” era equivalente a dizer que o Deus de Israel seria honrado acima das demais religiões e dos outros deuses. A palavra “monte” é um símbolo de poder e, portanto, de domínio nacional (ver Is 2:14; jr 51:25; Ez 6:2, 3; 36:1, 4; Zc 4:7; Ap 17:9, 10). Daniel apresenta o reino de Deus se transfoímando numa “grande montanha; que encheu toda terra” (Dn 2:35). Outras ilustrações-mostram os gentios indo ao “monte santo” de Deus (ls 11:1, 10; 56:6-8). ’ . No cimo dos montes. Do heb. berosh heharim, que pode também ser traduzido como “no topo dos montes”, “no principal dos montes” ou “como o principal dos montes”. Em todos os casos, o significado é o mesmo. !Se “o monte da: Casa do Senhor” é uma expressão figurada para a religião1 de Israel, então “os montes” devem representar ás outras religiões da terra. Por estar estreitamente ligada ao judaísmo como fé religiosa, a nação de Israel séria da mesma forma Restabelecida" acima de outras nações da Terra (ver p. 14, 15; PP, 314). i Para ele a fluirão todos os povos. De acordo Com o plano original de Deus para Israel como instrumento para a salvação do mundo, chegaria o tempo em que as nações da Terra reconheceríam a :Superioridade e a liderança de: Israel como! nação (p. 15-17). O quadro glorioso da exaltação de Israelcòmo nação se repete vez após vez nos profetas do AT, em especial em Isaías (PR, 367, 368). Ele fala que os gentios correríam a Israel por causa do Senhor, seu Deus (Is 55:5), das nações chegando de longe (45:14; 49:6- 8, 12, 18, 22) para se unir a Israel (14:1) e ao Senhor (56:6), de Deus pessoalmente conduzindo-as ao Seu “santo monte”, que como resultado se tornaria “casa de oração para todos os povos” (56:7, 8), e dos gentios apresentando suá riqueza a Jerusalém (60:3- 11). Jeremias fala de todas as nações gentias chegando “desde os fins da terra” (Jr 16:19) e se reunindo “em nome do Senhor, a Jerusalém” (Jr 3:17, AA).; Zacarias previu o tempo em que “muitas nações se ajuntarão ao Senhor” e serão Seu povo (Zc 2:11), e “muitos povos e poderosas nações” iriam “buscar em Jerusalém o Senhor dos Exércitos” (Zc 8:21, 22, AA; cf. Zc 14:16). Dessa forma, ao final, o reino de Israel ocuparia toda a Terrà (PJ, 290; Zc 9:9, 10). As nações que se recusassem a cooperar, com o plario de Deus de se unir a Israel pereceriam (Is 60:12; cf. 54:3) e seriam, “desapossadas” (PJ; 290). Esse quadro glorioso do triunfo final da verdade nunca foi cumprido1 pelo Israel literal, mas será pelo Israel espiritual. Isaías 2:1 a 5 torna-se) dessa forma, um quadro do glorioso triunfo do.evangelho por meio do instrumento escolhido de. Deus em nossos dias, Sua igreja (ver com. de.Ap 18:1; e também p.. 21-23).
Is.2:3 3. Irão muitas nações e dirão. O v. 2 fala de “todos os povos” afluindo a Jerusalém. Nesta passagem e em outras, os profetas do AT repetidamente; - algumas vezes com as mesmas palavras - apresentam o que muitas nações dirão. Em.reconhecimento à óbvia superioridade: de Israel como nação (Dt 4:6) 7; 28:10; Is 61:9, 10; 62:1, 2; Jr 33:9; Ml 3:12) e admitindo que seus “pais herdaram só mentiras” (Jr 16:19), as naçõés estrangeiras diriam umas as outras: “Vamos depressa suplicar o favor do Senhor e bus- car ao Senhor” (Zc 8:21), e a-Israel: “Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco” (Zc 8:23). Esta promessa da reunião das nações para adorar o Deus verdadeiro jamais se cumpriu com o Israel literal, devido a sua falha em cumprir as condições, mas se cumprirá, de forma espiritual, com o povo de Deus (ver p. 19, 21, 22). Vinde, e subamos. Se Israel tivesse sido fiel a Deus, estas palavras teriam estado nos lábios dos gentios, quando homens de outras nações reconhecessem as vantagens de se honrar o verdadeiro Deus. Ao monte do Senhor. O mesmo que "o monte da Casa do Senhor”, no v. 2. E outra forma de dizer “vamos a Jerusalém”. O rolo ]Qlsa do Mar Morto (p. 86-88; ver também vol. 1, p. 8) omite a frase "ao monte do Senhor”. A Casa. Isto é, ao templo em Jerusalém (ver com. do v. 2). Deus de Jacó. Equivalente a “Deus de Israel”. Quando Deus fez aliança com Jacó, deu-lhe o nome de “Israel” (ver com. de Gn 32:28). O fato de os gentios não dizerem simplesmente "subamos a Jerusalém”, e sim, “subamos ao monte do Senhor, e à casa do Deus de Jacó”, indica verdadeira compreensão de que a grandeza de Israel se deveria à cooperação do povo com o plano divino e à escolha de adorar o verdadeiro Deus. Para que nos ensine os seus caminhos. Isaías fala das nações correndo a Jerusalém “por amor do Senhor, teu Deus” (1$ 55:5). Ao se achegarem ao Senhor “para O servirem, e para amarem o nome do Senhor” (Is 56:6), o templo se tornaria literalmente “casa de oração para todos os povos” (v. 7; ver p. 15-17). Andemos pelas Suas veredas. As pessoas chegariam de todas as nações para unir seus interesses aos de Israel, dizendo: “Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco” (Zc 8:23). Ao final, “um restante'' de todos os povos da Terra será para o nosso Deus (Zc 9:7) e todas as nações “subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos” (Zc 14:16). Isso aconteceria depois que “todas as nações que vieram contra Jerusalém” (Zc 14:16) tivessem sofrido o castigo divino (14:12, 13, 19) e o Senhor reinando como “Rei sobre toda a terra” (14:9; comparar com Ez 38:8, 16, 18, 20-23; 39:1-3; Zc 12:2, 3, 8, 9; 14:1-3). De Sião sairá. Jerusalém devia ter permanecido de pé “no orgulho de sua prosperidade, rainha de reinos” para ser “estabelecida como a poderosa metrópole da Terra” (DTN, 577). O templo (PR, 46), bem como a cidade, “teria permanecido para sempre’’ (GC, 19). As nações da Terra teriam honrado os judeus, e os reconhecido como depositários e expositores da lei divina a toda a humanidade (Dt 4:7, 8; Rm 3:1, 2). Os princípios revelados por meio de Israel deviam ter sido “o meio de restaurar no homem a imagem moral de Deus” (PJ, 286). E, “na medida em que o número de Israel aumentasse, deveríam ampliar os limites até que seu reino abarcasse o mundo” (PJ, 290).
Is.2:4 "4. Ele julgará. Nem todas as nações da Terra estariam dispostas a obedecer à “palavra do Senhor, de Jerusalém” (v. 3). Aqueles que se recusassem a se submeter à autoridade de Deus, exercida por meio dos judeus como povo escolhido, se uniriam para conseguir por força das armas o que não estariam dispostos a obter harmonizando o caráter com a lei de Deus (Jr 25:32; Ez 38:8-12; Jl 3:1, 12; Zc 12:2-9; 14:2). Ao alcançarem e sitiarem Jerusalém, eles descobriríam para seu espanto que estavam entrando em conflito com o Deus dos céus (jr 25:31-33) e que Ele os julgaria (Jl 3:9-17) e os destruiría ali (Is 34:1-8; 60:12; 63:1-6; 66:15-18). Quando os gentios se reunissem nas proximidades do vale de Josafá (Jl 3:2, 12), localizado bem ao leste de Jerusalém, Deus se assentaria ""para julgar todas as nações em redor” (Jl 3:12). A palavra Yehoshofat, “Josafá”, literalmente, significa “Yahweh julgará”. Corrigirá muitas nações. Contra Jerusalém “se juntarão todas as nações da terra” (Zc 12:3), mas Deus “protegerá os habitantes de Jerusalém” (Zc 12:8) e destruirá “todas as nações que vierem contra Jerusalém” (Zc 12:9). Esses eventos nunca se cumpriram com o Israel literal, devido ao fracasso da nação em cumprir a missão que lhe fora designada. Contudo, como afirma João (Ap 20:7-15), essa profecia se cumprirá quando, no fim do milênio, Satanás seduzir “as nações [...] da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja” (v. 8) e sitiar “o acampamento dos santos” (v. 9). Então, os ímpios estarão diante de Deus e serão “julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros” (v. 11, 12), “julgados, um por um, segundo as suas obras” (v. 13). As nações da Terra saberão que o Senhor é Deus (Ez 38:23; ver Zc 12:4; Ap 19:19-21). Relhas de arados. Do heb. ’ittim, instrumentos agrícolas, provavelmente “enxadas” ou “picaretas”. No acadiano, a palavra significa “arado”. O contraste é claro: armas de guerra são transformadas em instrumentos de paz. Quando os inimigos de Israel fossem superados, os que restassem (ver Zc 14:16) transformariam suas armas de guerra em instrumentos de paz. Esse era o plano de Deus, que não se cumpriu com o Israel literal. Uma nação não levantará. Quando os inimigos tivessem sido superados, as nações que permanecessem se submeteríam de forma voluntária à liderança de Israel. Das muralhas de Jerusalém “partiría a pomba da paz em direção de todas as nações” (DTN, 577). “Jerusalém habitará segura” (Zc 14:11). “Estranhos não passarão mais por ela” (J1 3:17). A cidade faz justiça ao seu nome, uma possessão de paz ou fundamento de paz. Outra vez, o plano original de Deus para Israel não se realizou por causa da apostasia. Nem aprenderão mais a guerra. Comparar com Os 2:18 e SI 46:9. Os que acreditam que um retorno literal dos judeus à Palestina anuncia sua restauração à aliança dos tempos do AT interpretam Isaías 2:1 a 4 e a passagem paralela de Miqueias (4:1-3) como uma previsão de mil anos de paz, quando os judeus governarão a Terra e a converterão a Deus. É evidente que essa interpretação não tem base bíblica (ver p. 12, 23, 24). Numa tentativa de demonstrar o erro desse ensinamento não bíblico, alguns propuseram que o esse texto de Isaías se refere a um falso reavivamento religioso. Essa sugestão deve ser examinada à luz de passagens similares no AT. As Escrituras aplicam de forma consistente a figura aqui apresentada à situação que teria prevalecido caso Israel tivesse sido fiel a Deus, isto é, ao ajuntamento dos gentios (ver p. 12-25). A infidelidade de Israel, porém, tornou impossível a realização desse objetivo. Por isso, o cumprimento se dará com o Israel espiritual na proclamação final do evangelho às nações da Terra (Ap 14:9-11; 18:1-4; ver p. 21-23). Ellen G. White cita parte da passagem paralela de Miqueias 4:1 a 3, junto com Isaías 54:11 a 14 e Jeremias 31:33 e 34, como uma das muitas “lições práticas na Palavra de Deus, lições que Cristo queria que os professores e os pais apresentassem às crianças na escola e no lar”, e uma das passagens das Escrituras que “contêm grande animação” e “um tesouro de preciosas pérolas” (CPPE, 455, 456; ver também 454). Se Isaías 2:1 a 4 e Miqueias 4:1 a 3 constituem uma lição prática de “grande animação” para o povo de Deus hoje, dificilmente essas passagens descreveríam um falso reavivamento religioso. Porém, quando as palavras desses profetas são consideradas dentro do contexto de passagens similares do AT, então se destaca sua importância. Deve-se observar que: 1. Isaías afirma que a mensagem dos v. 2 a 5 se refere a “Judá e Jerusalém” (ls 2:1; cf. Mq 4:2), o povo escolhido de Deus. Em todo o AT, “Judá e Jerusalém” sempre se referem ao povo de Deus, apesar de suas imperfeições e defeitos, e Deus o reconhecia assim (ver Nm 23:21). Aqueles a quem Deus não reconhece como Seu povo jamais são designados como “Judá e Jerusalém”. Ele nunca se dirige a Babilônia ou ao Egito e Edom como ""Judá e Jerusalém”. Há ainda o apelo à “casa de Jacó”, no v. 5. A gloriosa perspectiva da recompensa pela fidelidade a Deus devia ter sido um, forte incentivo a Israel para caminhar na luz do Senhor (ver CPPE, 455, 456). 2. Algumas vezes enfatizam-se as pala^ vras “irão muitas nações e dirão” (v. 3) como evidência de que:o que dizem está em oposição ao que disse o Senhor. No entanto, deve- se notar que aqui a afirmação das “nações” está completamente em harmonia com a vontade de Deus revelada em; outros textos da Sua Palavra, e seria bastante apropriada nos lábios daqueles que sinceramente amam o Senhor. Além disso, os mesmos pensamentos, frequentemente expressos com as palavras semelhantes, estão'nos lábios dos gentios convertidos ao judaísmo em todo o AT. Por exemplo, em Zacarias 8:2L a 23 se afirma: “Vamos depressa suplicar o favor do Senhor e buscar ao.?Senhor dos Exércitos [....] Virãomuitos povos e poderosas nações buscar em Jerusalém ao Senhor dos Exércitos e suplicar o favor do Senhor. Assim, diz o. Senhor dos Exércitos: Naquele dia, sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas dàs naçõés, pegarão, sim, na orla da veste de um judeu e lhe dirão: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco”. Nesse caso, os “povos” ou ""nações” dizem o mesmo que em Isaías 2:3, e Deus .confirma o que dizem com o ajuntamento das nações em Israel. Seria difícil conceber que as palavras de Isaías 2:2 a 4 representam um falso reavivamento e as de Zacarias 8:21-23, um reavivamento genuíno (ver também Dt 4:6,,7; Is 45:14; 49:6, 12, 18, 22; 55:5; 56:6-8; 61:3-11; Jr 3:17; 16:19; Zc 2:11; 14:16; Ml 3:12). .3 , 3. As palavras de Isaías 2:2,são as palavras do Senhor, não as de “muitas nações” (v. 3): E o próprio Deus que afirma no v. 2 a verdade que “todos os povos afluirão” para “o monte da Casa do Senhor”. Representar como um falso reavivamento religioso o que Deus diz é negar que Deus sabia do que estava falando, No v. 2, Deus diz que “todos os povos afluirão” para “o monte da Casa do Senhor”, e no v. 3, que “muitas nações"" dirão: “Vinde, e subamos ao monte do: Senhor”. É óbvio que esses dizeres estão em harmonia com Deus, não em.oposição a Ele. 4. Se as palavras que o povo diz no v. 3 representam um falso reavivamento religioso, expressões semelhantes do AT também deveríam ser compreendidas assim. 5. Afirmar que as palavras de Isaías 2:3 correspondem ao clamor de“paz e segurança” (lTs 5:3) implica passar por alto a importân1 cia de outras passagens do AT (como Sl 46:9; Os;2:,18). A promessa adicional de Miqueias 4:4, proferida.pelo Senhor, nesse contexto (v. 5-8), torna evidente que essas palavras se referem à paz eterna do reino messiânico (ver Is 32:15-18). Deus deixou claro que nos últimos dias haverá ura falso reavivamento religioso. Mas, ao se: estudarem as evidências, conclui-se que Isaías não se refere a tal reavivamento. Cristo predisse que as mensagens dos ministros do falso reavivamento religioso seriam de natureza tal que, seçpossível, enganariam.os próprios eleitos.(Mt' 24:23'- 27). “Tão meticulosamente a contrafação se parecerá com o verdadeiro, que será impossível distinguir entre ambos sem o auxílio das Escrituras Sagradas” (GC, 593). Quando chegar a hora, somente o amor genuíno à verdade e uma atenção diligente às instruções contidas na Bíblia e no Espírito de.Profecia poderão proteger dos enganos do inimigo, dos espíritos sedutores e das doutrinas de demônios (Os 4:6; 2Ts 2:9-12; T6, 401; T8, 298; TM, 475). Com exceção daqueles que conhecem e amam a verdade, o mundo todo se desviará por esses enganos (ver Ap 13:13-15; GC, 562). Quando as igrejas cristãs se unirem, líderes religiosos populares verão nessa união um grande movimento para evangelizar o mundo. De fato, ensinarão que o mundo todo se converterá (GC, 588, 589; PE, 261; cf. 282). Esse falso reavivamento precede a proclamação da última grande mensagem divina de misericórdia e advertência, apresentada em Apocalipse 18:1 a 4, sendo uma tentativa de impedir que a humanidade aceite a mensagem divina (GC, 464). Com esse clamor de “paze segurança”, Satanás deseja criar na humanidade uma falsa sensação de segurança, da qual não despertarão antes que seja tarde demais (lTs 5:1-5; cf. Jr 6:14; 8:11; PE, =282; =RP, 104; GC, 562; Pj, 411; T5, 715). A esse; grande e falso movimento religioso se unirão todos os qúetênr uma forma externa de piedade, mas que negam seu poder (2Tm 3:1, 5). Como o falso reavivamento será muito semelhante ao verdadeiro, naturalmente a descrição bíblica do verdadeiro também pode, em certa medida, .descrever o falso: Assim, em textos como Apocalipse 14:6 a 11 e 18:1-4, entre outros, que devem ser vistos como descrições claras do verdadeiro reavivamento da piedade como a obra final do evangelho, é possível, sem dúvida, encontrar pontos que Satanás tentará falsificar. Deve-se considerar toda a revelação divina com respeito a essas coisas num esforço sincero de se preparar para a grande crise que se aproxima. Diante das pretensões proféticas e da exegese errônea do sionismo e de outros movimentos que confundem e aplicam mal as profecias do AT, com interpretações imaginativas, “nunca nos permitamos o emprego de argumentos que não sejam inteiramente retos. [...( Devemos apresentar argumentos legítimos, que não somente façam silenciar os oponentes, mas que suportem a mais acurada e perscrutadora averiguação” (T'5, 708). Com respeito ao falso reavivamento religioso, o Espírito de Profecia apresenta grande riqueza de informações. Ao se tratar desse assunto, póde-se confiar nas muitas passagens bíblicas que claramente predizem tal movimento. Nisso, como em toda exposição das Escrituras, em especial das mensagens dos profetas do AT, é preciso seguir de perto princípios hermenêuticos, sólidos (vér p. 12-25). "
Is.2:5 5. Casa de Jacó. Quando o profeta Isaías pronunciou esta mensagem, o reino do norte, as dez tribos, ainda não tinha sido lévado èm cativeiro,,Embora as mensagens de Isaías se dirigissem primeiramente ao povo de Judáe Jerusalém (yercom.de Is 1:1), seu apelo paia caminhar na luz do Senhor se estendeu às doze tribos. Embora a apostasia-do reino do norte fosse quase completa, a misericórdia divina ainda apelava a Israel a voltar para Deus antes que terminasse o dia da salvação. Andemos. A gloriosa perspectiva que aguardava Israel, profetizada nos v. 1 a 4, inspirou o profeta a fazer um apelo comovente para caminhar na luz do Senhor. Quem vê o que Deus tem preparado para os que O amam e O servem não se contenta com conquistas medíocres. Obediência ao dever é a única evidência válida, de que se aceitou com sinceridade a oferta divina de misericórdia. De fato, a fé não acompanhada de obras de obediência é declarada como “morta” (Tg 2:26). Diz-se que os que ouvem a palavra do Senhor, mas negligenciam cumpri-la são como quem constrói a casa sobre a areia (lMt 7:26, 27). Luz do Senhor. Isto é, a luz da verdade que o Senhor enviou por meio de Seus profetas. Nos dias de Isaías, essa luz era a salvação por meio do Messias prometido, que, quando veio, disse de Si mesmo que era “a luz do mundo” (ver com. de ]o 8:12). Ele era a “verdadeira luz”, ‘‘a luz dos homens” (Jo 1:9, 4). Cristo apelou aos líderes de Israel de Sua época para andarem na luz enquanto a luz ainda estivesse entre eles (jo 12:35, 36; ei. Jo 1:9-12).
Is.2:6 6. Desamparaste o Teu povo. Em vez de perceber o glorioso destino que Deus planejara, eles praticamente se apostataram. Os judeus já não eram verdadeiros, fiéis e obedientes ao Senhor. Estavam abandonados e deixados de lado por causa de suas graves iniquidades. Deus não estava com eles nem a favor deles, mas contra eles, porque se voltaram para o pecado. Essa era a realidade, um contraste marcante com a perspectiva gloriosa que Isaías tinha acabado de apresentar. Os v. 6 a 9 descrevem a condição de Israel naquele momento, enquanto os v. 10 a 22 descrevem o resultado inevitável: o que aconteceria no “Dia do Senhor” (v. 12). Tendo em vista a apostasia de Israel, esse dia traria escuridão e terror à “casa de jacó”, o professo povo de Deus, bem como ao restante do mundo. Corrupção do Oriente. Babilônia ficava ao oriente da Palestina, famosa por seus astrólogos, agoureiros e feiticeiros !? (Dn 2:2, 27; 4:7; 5:7, lf). Por abandonar o Senhor e seguir a religião falsa do Oriente, Israel perdeu o favor divino. Como os filisteus. Os habitantes da Palestina foram expulsos diante de Israel por causa das muitas abominações que praticavam, como ouvir “os prognosticadores e os adivinhadores” (Dt 18:10-14). Como os babilônios, os filisteus tinham seus sacerdotes e ocultistas e seus adivinhos (iSm 6:2), e o professo povo de Deus estava seguindo seu exemplo. Em vez de ir a Deus em busca de luz, eles procuravam os líderes, associados ao príncipe das trevas. E se associam com os filhos dos estranhos. Nesta passagem o hebraico é obscuro. Alguns sugerem a tradução: “eles se dão as mãos". De qualquer forma, o significado é o mesmo: Israel tinha se associado aos estrangeiros, “dando-se as mãos” no sentido de entrar em acordo com eles e compartilhar causas comuns. Israel não era mais um povo separado e peculiar. Eram um com o mundo ao seu redor quanto a política, comércio, religião e iniquidade (comparar com 2Co 6:14).
Is.2:7 7. De prata e de ouro. Judá tinha se familiarizado com o comércio, e seu principal interesse era o lucro material. A nação possuía abundância de prata e ouro, mas carecia de justiça e fé. O reinado de Uzias tinha sido longo e próspero. Ele teve êxito contra os filisteus e os árabes, e recebia tributo dos amonitas (2Cr 26:7, 8). Com a prosperidade, houve luxo e declínio moral. Pode-se ter uma ideia da extensão da riqueza de Judá nos dias de Isaías com o tributo que Senaqueribe afirma ter recebido de Ezecjuias, que incluía 30 talentos de ouro (mais de uma tonelada; vervol. 1, p. 142), 800 talentos de prata (mais de 27 toneladas), pedras preciosas e muitos outros tesouros. Cavalos. Por meio de Moisés, o Senhor instruiu Israel a não multiplicar cavalos para si (Dt 17:16); e Samuel advertiu que, ao nomear um rei, o povo se veria obrigado a manter cavalos e carros (ISm 8:11, 12). Salomão teve muitos cavalos e carros (lRs 10:25-29), e Uzias, sem dúvida, seguiu seu exemplo nisso. Na época do AT, cavalos eram usados principalmente na guerra. A multiplicação de cavalos e carros faria com que o povo deixasse de confiar em Deus para confiar em coisas materiais. Miqueias 5:10, 12 e 13 declara que, como vingança, o Senhor destruirá os cavalos e carros, junto com os ídolos, agoureiros e feiticeiros.
Is.2:8 8. Está cheia a sua terra de ídolos. O reinado de Acaz foi caracterizado por grande declínio moral, em que rei e povo abandonaram o verdadeiro Deus e passaram a adorar ídolos. Faziam-se imagens a Baal (ver vol. 1, p. 151), sacrifícios humanos eram oferecidos aos deuses pagãos, altares eram erigidos em toda a Jerusalém, lugares altos para queimar incenso a ídolos eram dedicados em toda a terra, e um altar pagão foi erigido no átrio do templo, onde ficava o altar de bronze de Salomão (2Rs 16:10-14; 2Cr 28:2-4, 23-25).
Is.2:9 9. O homem se avilta. As palavras “gente" e “homem” expressam a distinção implícita nos termos heb. adam, “homem”, como ser humano, e ’ish, “homem”, como diferente de mulher. Era considerado mais honroso ser um “homem”, ’ish, do que meramente um ser humano, 'adam, como deixa claro o hebraico do Salmo 49:2. O significado nesse caso é que os homens serão humilhados e apresentados diante do Senhor. Eles não se humilham, pois são orgulhosos e arrogantes, mas serão humilhados na vinda do Senhor (ver Is 2:10-12). Não lhes perdoarás. Quando “o Dia do Senhor” (v. 12) chegar, o tempo de graça para os pecadores terá passado e não poderão se arrepender (ver Os 13:14; cf. Hb 9:28). Deus não pode perdoá-los porque não desejam o perdão.
Is.2:10 10. Entra nas rochas. Na Palestina havia muitas covas e cavernas, que eram abrigos naturais em tempo de perigo (ver Jz 6:2; 15:8; ISm 13:6; 24:3; IRs 18:4). No grande dia do Senhor, as pessoas fugirão com terror para qualquer lugar de refúgio, procurando se abrigar das calamidades que cairão sobre a terra (ver Ap 6:15). O rolo lQIsa do Mar Morto não contém a última frase de Isaías 2:9, nem o v. 10. s> 11. Os olhos altivos. As pessoas têm desafiado o Deus do Céu. Elas exaltam suas próprias opiniões acima dos decretos de Deus. No grande dia do acerto de contas, os soberbos e orgulhosos serão humilhados diante do Senhor dos céus (ver Is 13:11). Só o Senhor. Comparar com o SI 46:10. Quando o Senhor vier em poder e glória, toda carne será como erva diante dEle. O Senhor será reconhecido em toda a Sua grandeza e majestade pelo que realmente é, o Criador e Mantenedor não só deste mundo, mas do universo. Ele se assenta exaltado no trono de Sua glória, como juiz de todos os povos da Terra e Rei do universo. Naquele dia. “Aquele dia” é “o Dia do Senhor” (v. 12), quando Jesus volta para reinar, redimindo Seu povo e destruindo os ímpios (Is 13:9; 34:8).
Is.2:11 Sem comentário para este versículo
Is.2:12 12. O Dia do Senhor. “O Dia do Senhor” é o dia da ira de Deus sobre nações individualmente e sobre o mundo. Quando uma nação se torna tão ímpia, de modo que seu destino é selado e o juízo final pronunciado contra ela pelo Senhor, esse é “o Dia do Senhor” para esse povo particular. Esses dias do Senhor específicos e localizados sobre Israel (Am 5:18), Judá e Jerusalém (Lm 2:22; Ez 13:5; Sf 1:7, 14, 18; 2:2, 3; Zc 14:1), Babilônia (Is 13:6,9), Egito (Jr 46:10; Ez30:3) e Edom e os pagãos em geral (Ob 15) eram tipos do grande dia do juízo do Senhor que virá sobre todo o mundo (lTs 5:2; 2Pe 3:10; ver também Is 34:8; J1 1:15; 2:1; 3:14; Zc 14:1; Ml 4:5). As profecias de um “Dia do Senhor” com efeitos locais também descrevem com frequência o “Dia do Senhor” num sentido universal no fim do mundo. Da mesma forma, Jesus mesclou previsões da queda de Jerusalém com as de Sua segunda vinda. Soberbo e altivo. “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Pv 16:18). A soberba fez com que a humanidade se voltasse contra Deus e passasse a oprimir o semelhante. O orgulho induz a desafiar a Deus, atraindo Sua ira. Assim, o poder do Céu se volta contra os orgulhosos. A destruição deles bem como de suas obras é só questão de tempo. Isaías viu o professo povo de Deus se jactar e se gloriar de suas próprias conquistas. Também o viu humilhado no pó diante do Criador no grande dia do juízo.
Is.2:13 13. Os cedros do Líbano. Em seu orgulho e glória, nações e indivíduos são comparados com frequência a árvores majestosas (Is 14:8; Ez 31:3-14; Dn 4:10-23; Zc 11:1, 2) que podem ser cortadas e destituídas de sua glória.
Is.2:14 14. Os montes altos. Com frequência montes representam reinos na Bíblia. Assim como a ira de Deus cairá sobre o soberbo e o altivo no grande Dia do Senhor, também cairá sobre as nações orgulhosas. Nações que se gloriam e se levantam contra o Senhor dos exércitos serão humilhadas e desoladas.
Is.2:15 15. Toda torre alta. Em contraste com a defesa que Deus provê para os Seus, esta é a que o ser humano inventa. Uzias tinha fortalecido em grande medida as defesas de Judá, construindo torres fortes em Jerusalém, aumentando os muros da capital e construindo torres nas áreas rurais. Seus sucessores deram continuidade a essas obras (2Cr 26:9, 10; 27:3, 4; 32:2-6; Is 22:8-11; Os 8:14). Nenhuma dessas defesas podería ficar em pé no dia da ira de Deus.
Is.2:16 16. Os navios de Társis. Grandes navios transportavam metais no Mediterrâneo e no Mar Vermelho, para comercializá-los em terras distantes (ver IRs 10:22; 22:48; 2Cr 20:36). O juízo dos céus cairia sobre todas essas empresas comerciais, motivadas pelo egoísmo e pela cobiça. Tudo o que é belo à vista. O hebraico desta frase já foi considerado obscuro. Porém, estudos posteriores revelaram que o termo sekiyyah, cujo significado antes era tido como “figura”, significa “navio”. Portanto, a frase deve ser traduzida como “todos os navios belos” ou “todos os navios desejáveis”. O contexto - a primeira parte do versículo — confirma essa definição. A LXX também traz “navios”. Em egípcio, skti significa “navio”.
Is.2:17 17. A arrogância do homem. Ver o v. 11. A mensagem de condenação dos orgulhosos e altivos é reiterada com o objetivo de se dar ênfase. Humilhação e vergonha serão ? o destino último dos que pensam e agem de forma contrária aos propósitos do Senhor.
Is.2:18 Sem comentário para este versículo
Is.2:19 19. Nas cavernas das rochas. Ver com. do v. 10. Outra vez se descreve a busca por um abrigo nas inúmeras covas e fendas nas rochas da Palestina, que proporcionam um meio eficaz de fuga e defesa diante do perigo (comparar com Os 10:8; Ap 6:15, 16). Espantar a terra. Do heb. ‘aras, “levar um choque”, “tremer”. Um grande terremoto acompanhará a volta de Cristo (comparar com Is 2:21; Ap 11:19; 16:18). Isso trará desolação a toda a terra, engolindo grandes cidades, removendo ilhas de seus lugares e arrancando montes de seus fundamentos. É a voz de Deus que faz a terra tremer (ver GC, 637).
Is.2:20 20. Toupeiras. Criaturas que vivem sob a terra, ou em covas, ruínas e construções abandonadas. E para lugares como esses que as pessoas fogem em busca de abrigo (v. 10, 19, 21). ídolos de prata. Homens que fogem da presença de Deus para as cavernas rejeitam seus ídolos, que então reconhecem como incapazes de ajudá-los. Estes não são necessariamente ídolos literais, mas podem ser tesouros de ouro e prata. Eles se provam inúteis e incapazes de salvar, e são rejeitados como vãos.
Is.2:21 21. Pelas fendas das rochas. Isaías repete a figura do v. 19, com alguns acréscimos e mudanças. Este é o clímax da visão apresentada a Isaías com respeito aos terríveis acontecimentos que virão sobre a terra. O cumprimento dessa profecia está próximo (ver T7, 141), e o Senhor Se revelará para fazer tremer terrivelmente a terra e julgar aqueles que, de forma consciente, rejeitaram Sua misericórdia e violaram Sua lei.
Is.2:22 22. Afastai-vos, pois, do homem. Se esse será o destino dos maus, por que ainda confiar nelesr O povo de Deus confiava em sua própria sabedoria e na ajuda de vizinhos pagãos. Eles deviam ter se voltado para o Senhor e teriam encontrado ajuda e força. O sentido das palavras “afastai-vos, pois, do homem” é similar ao da advertência de Cristo aos discípulos, registrada em Mateus Cujo fôlego. Estas palavras enfatizam a fragilidade da vida humana (ver Gn 2:7; 7:22; SI 146:3, 4). Deus deu ao ser humano fôlego e vida, e quando o fôlego falta, a vida cessa. Por que depender da ajuda de seres mortais e frágeis quando Deus promete direção e força? Em que é ele estimado? Ou, “que valor ele tem?” O que é o ser humano, e o que ele pode fazer para que se deposite nele confiança? Os seres humanos se gloriam e desafiam o grande Deus do céus, rejeitando Sua palavra e recusando andar nos Seus caminhos. Essas pessoas perecerão, juntamente com as coisas que fizeram, ao passo que Deus e a verdade jamais deixarão de existir. Por que buscar a pessoas que se voltaram contra Deus? De toda a civilização que o ser humano construiu e da qual se tanto gloria, nada valerá a pena ser conservado. As torres altas e muralhas, os navios de Társis, os tesouros de ouro e prata perecerão no dia quando o Senhor “Se levantar para espantar a terra" (v. 19). Naquele dia, o soberbo e o altivo serão humilhados, e apenas o Senhor será exaltado.
Is.3:1 1. De Jerusalém e de Judá. Esses nomes representam o professo povo de Deus, que, na época de Isaías, tinha se distanciado do Senhor; e, contudo, professavam, em vão, a religião. Atualmente no mundo prevalece uma situação similar, e, nestes últimos dias, ? o povo que adora a Deus com os lábios, mas cujo coração está distante dEle, necessita da mesma mensagem (ver com. de Mt 15:7-9). O sustento e o apoio. O Senhor estava prestes a remover de Judá os dois principais elementos necessários à vida: o pão e a água. A expressão ‘sustento de pão” é comum na Bíblia (ver Lv 26:26; Ez 4:16; 5:16; 14.13). Sem dúvida, fsaías se refere à tome literal, mas o contexto parece aplicar as figuras da fome literal a uma escassez de líderes capazes. A nação sofreria com a falta de liderança assim como o corpo sofre com a falta de alimento. Quando os estadistas fossem eliminados, as responsabilidades do governo recairíam sobre os ombros de pessoas incapazes. O resultado inevitável seria a ruína nacional (verv. 2-5).
Is.3:2 2. O juiz; o profeta. Os v. 2 e 3 alistam os diferentes tipos de líderes que eram o apoio da nação. Nenhum país pode permanecer sem líderes fortes. No entanto, esses servidores seriam tirados de Judá, e, como resultado, haveria debilidade e desorganização nacional. O Senhor não diz que iria removê-los de forma deliberada, apenas chama atenção para a lei da causa e do efeito. Ele permitiu que Israel escolhesse seus líderes, que governassem como o povo gostaria de ser governado.
Is.3:3 3. O respeitável. Ou, “o homem de posição". Este versículo prossegue com a lista de líderes hábeis que seriam tirados de Judá — oficiais do exército, funcionários civis, todas as pessoas necessárias para tornar uma nação forte e próspera. Esses homens foram levados a Babilônia por Nabucodonosor (ver 2Rs 24:14: cí. Jr 24:1; Dn 1:3, 4).
Is.3:4 4. Dar-lhes-ei meninos. O manejo das questões nacionais estaria nas mãos de pessoas com mente de meninos. Homens sem habilidade seriam escolhidos para governar a nação. Haveria grande necessidade de líderes capazes, e, como resultado, tudo iria de mal a pior. “Meninos” — indivíduos caprichosos, sem clareza de pensamento e de sabedoria para agir - tomariam as decisões e controlariam o destino da nação. Sob tais condições, a desintegração nacional seria rápida e certa.
Is.3:5 5. Oprimem uns aos outros. Nações com governantes sábios e capazes não sofrem com injustiça e opressão. Um esforço determinado da parte dos líderes de um país a fim de promover igualdade e justiça prevenirá abusos que resultem na ruína da civilização. Quando cidadãos de uma nação constantemente são oprimidos por seus semelhantes, a confiança e prosperidade são enfraquecidas. Onde há injustiça, engano, violência e opressão, a nação vai abaixo, e o dia de acerto de contas certamente virá. Isso aconteceu em todas as eras. Ocorreu em Judá nos dias de Isaías e ocorre hoje. A corrupção prepara o caminho para o caos e a ruína. O menino se atreverá. Os jovens sem experiência rejeitariam o conselho dos mais velhos. Conforme apresentado no decálogo, o primeiro dever para com o próximo é honrar seus pais (Êx 20:12; cf. Lv 19:32). Os perigos preditos para os últimos dias incluem crianças “desobedientes aos pais” e homens “ingratos, irreverentes" e “inimigos do bem” (2Tm 3:1-4).
Is.3:6 6. Tu tens roupa. Tentativas seriam feitas de se confiar a liderança a homens ricos, ignorando o fato de que a posse de bens materiais não é evidência de habilidade para governar. Esta ruína. Em referência à nação como se já estivesse desolada. Os tempos estariam longe de ser prósperos.
Is.3:7 7. Não sou médico. Esta é a resposta do irmão a quem se convoca a governar sobre a “ruína” (v. 6). O apelo é negado, e o cargo de “médico” não é preenchido. Não é dele a tarefa de curar as feridas de outros. Se há uma obra de restauração a ser feita, que outro assuma a responsabilidade. Fosse qualificado ou não, ele recusaria a responsabilidade de liderar.
Is.3:8 8. Jerusalém está arruinada. Na época das invasões de Senaqueribe (ver vol. 2, p. 71, 72), o reino de Judá tinha sido em grande parte reduzido a ruínas. O rei Ezequias foi forçado a pagar um elevado tributo imposto pelo rei assírio (ver com. de Is 2:7). Embora Senaqueribe não tenha conseguido invadir Jerusalém, o restante da nação estava em suas mãos. A sua língua e as suas obras. Isaías apresenta o motivo da humilhação que Israel tinha sofrido e a completa ruína que se seguiría: o povo tinha abandonado ao Senhor, e, como resultado, Ele não mais podia abençoá- lo e protegê-lo. Tanto em palavras como em atos, o professo povo de Deus tinha se rebelado contra Ele. Para desafiarem a Sua gloriosa presença. Literal mente, se “rebelar diante dos olhos de Sua glória”, isto é, na Sua presença (ver v. 9). Deus é longânimo e compassivo, e espera muito antes de punir o culpado. Mas a hora do acerto de contas, embora demore, certamente virá.
Is.3:9 9. O aspecto do seu rosto. Literalmente, “seu apreço pelos rostos”, isto é sua parcialidade (ver At 10:34). Esses ímpios não dístinguiam entre o certo e o errado; faziam o que queriam. A conveniência era o que valia, não a justiça. Seus atos testemunhavam contra eles à vista do Céu. Como Sodoma, publicam o seu pecado. Os homens de Sodoma pecaram abertamente. A cidade era famosa por sua impiedade, e o povo se deleitava com sua reputação de fazer o mal. Não pretendiam fazer o bem e publícamente se jactavam da maldade. Esse tipo de pecadores estava em franca rebelião contra Deus e não se esforçava para esconder o fato. Nesse estágio, o vício já não rendia homenagem alguma à virtude ao fingir fazer o bem. Havia uma demonstração aberta de vício e iniquidade, bem como nenhuma vergonha de se fazer o que era errado. As cidades de Israel eram como as cidades da planície: estavam maduras para a destruição. Fazem mal a si mesmos. O pecado semeia as sementes de sua própria destruição. A impiedade do pecador é acompanhada de uma taça de amargura e maldade que queimará a alma e destruirá o ser. Todos que praticam o mal chamam o mal para si. e não o bem.
Is.3:10 10. Dizei aos justos. O que se planta se colhe. Os justos plantam boa semente, o que produzirá boa colheita. A grande lição que o ser humano precisa aprender é que tudo aquilo que se planta se colhe. O maior erro que pais ou professores podem cometer é permitir que crianças e jovens pensem que, quando plantam o mal, podem colher o bem. Uma maldição foi pronunciada sobre o pecador. Portanto, que ninguém diga ao pecador em Síão que o futuro será bom para ele. Isso não vai acontecer, pois Deus pronunciou uma maldição. Somente aquele que abandona o pecado e faz o bem pode esperar a bênção do Céu.
Is.3:11 11. Ai do perverso! Este não é um decreto arbitrário da parte de Deus, mas a declaração de um fato fundamental. Nada no mundo é mais certo do que o fato de que plantar o mal produz o mal. Quando pessoas plantam iniquidade, elas e o mundo ao seu redor, sem dúvida, terão uma colheita de dor. Israel estava se destruindo com sua iniquidade. Era necessário inculcar esse fato de forma indelével no coração de todos a fim de que pudessem se desviar do pecado, e, como resultado, a nação ser salva. Não há maior patriota ou cidadão de mais valor do que o pregador da retidão. Do início até o fim, Isaías fez isso diante de seu povo, e, em certa medida, seus esforços tiveram sucesso. Sua pregação influenciou uma reforma, e assim a nação se livrou da tragédia que teria, mais cedo, arruinado o país. Mal lhe irá. O rolo lQIs1' do Mar Morto (ver p. 86; ver também vol. 1, p. 7) diz: “o mal acontecerá a ele”.
Is.3:12 12. Os opressores do Meu povo são crianças. Alguns imaginam que estas palavras se referem à idade dos reis de Judá nesse tempo, mas isso dificilmente é verdade porque os governantes durante a época de Isaías não eram demasiado jovens quando começaram a reinar. Jotão tinha 25 quando subiu ao trono (2Rs 15:33), Acaz tinha 20 (2Rs 16:2) e Ezequias, 25 (2Rs 18:2). Azarias (Uzias), porém, tinha apenas 16 quando se tornou rei (2Rs 15:2), mas é evidente que o ministério de Isaías começou apenas no final do reinado de Azarias (ver Is 6:1). Manassés tinha 12 (2Rs 21:1) e Josias apenas oito (2Rs 22:1) quando começaram a reinar. Visto que os reis do tempo de Isaías não eram literalmente ‘crianças”, tampouco é provável que seus oficiais fossem “crianças” num sentido literal. O significado é que os governantes da época eram crianças em seu critério e capacidade. Faltavam 4 líderes experientes, no trono, no lar e em toda parte. É claro que isso era especialmente verdade no caso de Acaz, que começou a reinar poucos anos depois de Isaías ler recebido seu chamado, e que foi sucedido pelo bom rei Ezequias. Mulheres estão à testa do seu governo. Outra vez o significado é que o país era governado por homens sem aptidão para a liderança. Embora as palavras “crianças” e “mulheres” não devam ser consideradas de forma literal, a influência das arrogantes e dissolutas “filhas de Sião” descritas nos v. 16 a 24 deve ter impactado de forma indireta os assuntos do estado. Em vez de ajudar seus maridos, essas mulheres foram um estorvo, e, em vez de ensinarem aos seus filhos os caminhos da retidão, os conduziram nos caminhos do mal. Os que te guiam. Um líder ocupa posição de grande responsabilidade, pois o povo irá aonde ele apontar. Quando um líder toma a direção errada, toda uma nação é desviada. Os líderes civis e religiosos da época de Isaías estavam guiando o professo povo de Deus por caminhos de iniquidade e destruição. O mundo atual está sob más influências que estão lenta, mas seguramente guiando os seres humanos pelos caminhos do mal, cujo fim é a destruição eterna. Assim como no tempo de Isaías, hoje se necessita de liderança capaz.
Is.3:13 13. O Senhor Se dispõe. Quando o mal atinge o limite determinado pelo Senhor, Ele executará juízo (PR, 364; T5, 208, 524). Cessa a intercessão e começa a execução do juízo. Deus roga a Seu povo que se arrependa e abandone o mal antes que seja tarde demais.
Is.3:14 14. Os anciãos. Isto é, os anciãos e líderes que governavam o país. Eles eram "cegos, guias de cegos”' (Mt 15:14). O povo buscava neles direção e sabedoria, e era conduzido a caminhos de maldade e insensatez. Consumistes esta vinha. A vinha representa a nação de Israel (Is 5:7; ver 1:1, 8, 27; 2:1, 3; 3:1, 8, 16; 4:3, 4). Os líderes civis e religiosos eram os vigias da vinha. Em vez de cuidarem dela, a devoravam. Seu interesse estava em si mesmos em vez de no bem-estar do povo que governavam. O que roubastes do pobre. Os pobres eram defraudados pelos governantes. A razão para o empobrecimento do povo era a cobiça daqueles que ocupavam posições influentes e de poder.
Is.3:15 15. Esmagais o Meu povo. O povo de Israel era o povo de Deus. O pobre e desafortunado também era filho de Deus e tinha grande valor para o Céu, assim como os ricos. Deus observava toda injustiça e responsabilizaria o opressor por suas malda- des. Em razão de sua debilidade e pobreza, o fraco e o necessitado dependem de todos os que professam ser servos de Deus. Oprimir o pobre é violar os princípios básicos do reino dos Céus. Deus não olhará com agrado os que se enriquecem à custa do pobre, e depois tentam aliviar a consciência dando ofertas ao Senhor desses ganhos adquiridos de forma imprópria.
Is.3:16 16. As filhas de Sião. Depois de ter descrito a situação dos príncipes e anciãos de Israel, Isaías se volta para suas esposas e filhas, que eram tão corrompidas quanto eles. Em nenhum outro lugar na Bíblia há uma descrição tão detalhada da decadência feminina. As mulheres do tempo de Isaías são descritas exatamente como eram: vãs, arrogantes, altivas, orgulhosas, interessa- das em si mesmas em vez de no Senhor e nas necessidades das pessoas ao seu redor. Esse é um contraste marcante com a figura que Pedro apresenta da mulher cristã ideal (lPe 3:1-5). A arrogância era a característica principal das “filhas de Sião", ao passo que o traço preeminente que Deus desejaria ver refletido na vida dessas mulheres era “um espírito manso e tranquilo”. Andam. As mulheres de Sião imitavam as prostitutas a fim de atrair a atenção dos homens. Com pescoços emproados e olhos impudentes, com passos curtos e olhares sedutores, as mulheres andavam pelas ruas, procurando atrair a atenção para si mesmas e fazer vítimas pelo seu poder (ver Pv 7:6-21). Os ornamentos de seus pés. Em alguns países do Oriente pequenos sinos de prata eram atados aos tornozelos, os quais tilintavam quando a pessoa andava. Usavam-se braceletes nos braços e nas per- ? nas, e estes também tilintavam quando as moças caminhavam pelas ruas. As "filhas de Síão” seguiam os costumes das nações vizinhas corrompidas.
Is.3:17 17. Fará tinhosa a cabeça. As mulheres seriam acometidas de várias enfermidades e seriam vítimas de invasores brutais que as despiríam de suas vestes caras.
Is.3:18 18. O enfeite. Literalmente, “a beleza”. O enfeite dos anéis dos tornozelos. Do heb. 'akasim, literalmente, “ornamento de tornozelo”, da raiz ‘akas, “sacudir braceletes", "tilintar”. ‘Akas é traduzido como “tinir”, no v. 16. Toucas. Do heb. shevisim, talvez “redes de cabelo” ou "faixas para cabeça”, de ouro ou prata usadas na cabeça de orelha a orelha. Ornamentos em forma de meia-lua. Do heb. saharonim, literalmente, “pequenas luas”, talvez pendentes em forma de lua crescente usados como colar. No antigo Oriente, usavam-se muitos tipos de ornamentos para o pescoço, feitos de ouro ou prata, ou de pedras preciosas.
Is.3:19 19. Pendentes. Do heb. netifoth, “gotas”. E provável que fossem pendentes para orelhas. Braceletes. Os braceletes eram, e ainda são, o enfeite preferido nos países do Oriente. Em sua maioria eram grandes e chamativos, e usavam-se muitos de uma vez só. Véus. Do heb. realoth, “véus” longos e esvoaçantes.
Is.3:20 20. Turbantes. Do heb. peerim, enfeites de cabeça de vários tipos, talvez incluindo diademas, laços, chapéus e pentes decorados. A palavra peerim é usada para designar as "tiaras” sacerdotais (Êx 39:28; ver Ez 44:18). Cadeiazinhas para os passos. Do heb. seadoth, "braceletes”, provavelmente usados nas pernas, e talvez também nos braços. Mulheres orientais com frequência enfeitavam as pernas da mesma forma que os braços. Cintas. Do heb. qishurim, “faixas”, para a cabeça ou para o peito. Este era um enfeite usado principalmente pelas noivas. O termo qishurim é também traduzido como “cinto” (Jr 2:32). Caixinhas de perfumes. Literalmente, “caixas de hálito”, provavelmente caixas de perfume ou garrafas com essências. Amuletos. Do heb. lechashim, “encantos” ou “amuletos”, que continham provavelmente palavras mágicas e eram usados para produzir um efeito mágico em quem os usasse.
Is.3:21 21. Sinetes. Do heb. tabbaoth, “anéis” para os dedos ou para as orelhas, também “anel de sinete” (ver Gn 41:42; Êx 35:22; Nm 31:50; Et 8:8). Joias pendentes do nariz. Ou, “anéis de nariz”, joia muito comum no Oriente, tanto nos dias atuais quanto nos antigos.
Is.3:22 22. Vestidos de festa. “Vestidos formais”, “vestidos especiais”; ou ainda “finos trajes” (Zc 3:4). Esses vestidos eram usados apenas em ocasiões especiais, e eram retirados antes de se retomar as atividades cotidianas. Mantos. Ou, “túnicas”, “sobrevestes”. Xales. Do heb. mitpachoth, um longo “manto” usado sobre a túnica. O termo mitpachoth designa o manto usado por Rute (Rt 3.15). O rolo lQIsa do Mar Morto (ver p. 86-88; vol. 1, p. 7) omite “os xales". Bolsas. Do heb. charitim, provavelmente sacos ou sacolas de mão (ver 2Rs 5:23).
Is.3:23 23. Espelhos. Do heb. gilyonim, da raiz galah, “descobrir”, “revelar”. Não se sabe ao certo se gilyonim se refere a “vestes transparentes”, como creem alguns que seguem a LXX, ou "espelhos", como sugerem outros que seguem a Vulgata. Vestidos transparentes eram comuns no Egito antigo, e podem ter sido adotados pelas mulheres da apóstata Judá. Espelhos de metal polido também eram comuns no antigo Oriente (ver com. de Ex 38:8). Visto que outros itens da lista se referem a artigos que eram vestidos, gilyo- nitn provavelmente indique artigos de vestuário ou alguns objetos usados como parte da roupa. Camisas finíssimas. Vestes de linho fino, às vezes, comparadas à seda mais pura ou à mais fina gaze, eram muito apreciadas no antigo Oriente. Atavios de cabeça. Ou, “turbantes”, que completavam o traje, e sobre os quais se colocava o véu.
Is.3:24 24. Perfume. Provavelmente extraído do bálsamo. Podridão. Ou, “cheiro de ranço”. Muitos que viviam no luxo seriam destituídos das riquezas terrenas e levados cativos a países estrangeiros. Os assírios eram mestres cruéis. Senaqueribe afirma ter levado 200.150 do povo de Judá cativo para a Assíria, em 701 a.C. Dentre os cativos, ele menciona em especial filhas da casa real, concubinas do rei e músicos, tanto homens como mulheres. Muitas das “filhas de Jerusalém” que exibiam seu luxo quando lsaías pronunciou a severa repreensão, sem dúvida, estavam entre as que, despojadas de seus enfeites, foram levadas para a Assíria em desgraça e vergonha. Em vez do perfume aromático do bálsamo havia podridão de miséria, pestilência e morte. E por cinta, corda. Em vez de uma faixa bordada, havia trapos — uma corda ao redor dos lombos em vez de uma “cinta”. Encrespadura de cabelos. Do heb. micjsheh, “penteado artificial”. Em vez de um cabelo bonito e bem adornado, se veria a cabeça raspada da escrava. Veste suntuosa. Do heb. pethigil, uma "veste”' fina e trabalhada. Em vez dessa veste, haveria apenas cilício ou uma tira de pano de saco para cobrir os lombos. Marca de fogo, em lugar de formosura. Esta tradução se baseia no texto hebraico massorético (ver vol. I, p. 10-12), que diz ki-tachath yoji. Tanto a LXX quanto a Vulgata omitem a trase por completo, embora a revisão da LXX feita por Luciano traga a tradução interpretativa lauta soi anti kallopismou, “tudo isso [será] para ti em vez de adorno”. Isso torna a última frase do v. 24 um resumo de todo o versículo em vez de o item final da lista de calamidades. A tradução da ARA se baseia na crença de que o heb. ki provém do verbo ktnvcth, "queimar”, "chamuscar”, "marcar". Não se conhece nenhum outro caso em que ki seja empregado assim, e é muito duvidoso que esse seja seu significado neste caso. Tradutores e comentaristas modernos seguem a tradução da ARA, sugerindo que as mulheres de Jerusalém seriam marcadas como escravas (ver a tradução de Moffatt) como o gado é marcado com ferro quente. A descoberta do rolo iQls'1 do Mar Morto, que data de cerca de 125 a.C., e, portanto, mil anos antes do texto massorético mais antigo de lsaías (ver p. 86-88; vol. 1, p. 10), soluciona o problema com ki-lachaih yofi bosheth: “assim em vez de beleza, vergonha”, sendo bosheth, “vergonha” (ver com. de 2Sm 2:8). O heb. ki assume seu significado normal como conjunção: “assim”, “portanto”, neste caso, introduzindo a frase que resume o v. 24 de lsaías 3. Ki é traduzido como “porque” em lsaías 5:7; 51:3, por exemplo. Assim, lsaías 3:24 ilustra de lorma interessante o valor da descoberta dos rolos de lsaías para dar a conhecer o texto original hebraico.
Is.3:25 25. À espada. Nos juízos que sobreviríam, os habitantes de judá cairiam pela espada de exércitos invasores. É impossível dizer quantos milhares em judá pereceram nas mãos dos assírios durante os dias de lsaías. Se mais de 200 mil homens e mulheres foram levados cativos na época da invasão por Senaqueribe em 701 a.C., é possível que o número de mortos nessa primeira campanha losse ainda maior (ver com. de 2Rs 18:13). Contudo, deve-se lembrar que Senaqueribe costumava exagerar. Os teus valentes, na guerra. Senaqueribe menciona as tropas de elite de Eze- quias caindo em suas mãos. Sem dúvida, muitos dos soldados mais valentes pereceram e muitos outros foram levados cativos ã distante Assíria.
Is.3:26 26. As suas portas. Jerusalém é descrita como uma mulher sentada no chão, desolada e aflita, chorando amargamente sobre os terrores que lhe sobrevieram. A experiência do antigo Israel foi registrada “para o nosso ensino’’ (Rm 15:4), “para advertência nossa" (iCo 10:11), com o propósito de evitarmos cometer os mesmos erros (iCo 10:1- 10) e, assim, podermos cumprir o propósito glorioso que Deus tem para Seu povo (ver llb 3:7, 8, 12-15; 4:1-3, 11, 14, 15).
Is.4:1 1. Sete mulheres. “Naquele dia’’ — o dia da guerra (ver com. de ls 3:24-26) — os jovens hebreus cairiam diante dos exércitos da Assíria ou seriam levados cativos. Haver ia várias mulheres para cada homem. As mulheres apelariam aos poucos homens restantes para se casarem com elas. Muitas delas, que viviam no luxo e conforto, orgulhosas de seu esplendor, se aproximariam de um homem para lhe pedir a proteção e o conforto que o casamento lhes proporcionaria. Elas declarariam sua disposição para trabalhar por seu alimento, roupa, o que normalmente é responsabilidade dos homens em Israel (Êx 21:10). Num tempo em que a poligamia já era comum, tal situação a aumentaria ainda mais. Alguns aplicam a situação descrita no v. 1 direta mente à igreja, sugerindo que as ‘sete mulheres” representariam cristãos nominais, e "um homem”, Cristo. Essas mulheres, explicam, "lançarão mão” do cristianismo, não com sinceridade (ver Mt 25:1-13), mas apenas superficialmente, tendo em vista apenas vantagem pessoal. As “sete mulheres” desejariam sustentar-se de seu "próprio pão’’ em vez do "verdadeiro pão do céu” (jo 6:32) e vestir-se do que é delas — os “trapos de imun- dícia” de Isaías 64:6 - em vez da veste da justiça de Cristo (Mt 22:11-12). Lido dessa forma, Isaías 4:1 enfatizaria o valor da sinceridade na vida religiosa, em oposição à justiça própria e hipocrisia. Outros comparam as "sete mulheres” a grupos religiosos da cris- tandade que têm “forma de piedade”, mas negam-lhe “o poder” (2Tm 3:5). Aplicações figurativas das palavras de Isaías podem ter valor espiritual. É sempre possível que as declarações de um profeta tenham um significado secundário. Porém, não há um comentário inspirado sobre esta passagem para apoiar o estudante da Bíblia nessa aplicação secundária. Por isso, este Comentário atribui apenas um sentido histórico e imediato a este texto. A mensagem de Isaías 3:16 a 4:1 foi originalmente dirigida ao povo de Jerusalém que vivia na época do profeta (ver p. 12-25), como torna evidente > o contexto. Naquele dia. Isto é, o dia descrito em Isaías 3:24 a 26. Não há quebra na linha de pensamento entre os cap. 3 e 4. A divisão do tema neste ponto tende a obscurecer o significado do cap. 4, que deve ser considerado uma continuação do 3 (sobre exemplos similares de divisão inadequada de capítulos, ver com. de ISm 4:1; 24:1; 2Rs 7:1; 11:21; 24:20). Isaías 4:1 descreve o clímax do castigo divino sobre as degeneradas filhas de Sião. Tira o nosso opróbrio. No hebraico esta frase é imperativa. Para as mulheres hebreias era vergonha não ter filhos, e até um castigo por pecado (Gn 30:23; ISm 1:6; Lc 1:25). As mulheres de Judá desejariam ser mães e apelariam aos homens que restassem para que se tornassem seus maridos.
Is.4:2 2. Naquele dia. Ver com. do v. I. Outra vez, refere-se ao dia do juízo de Deus sobre Israel, mas este versículo introduz um aspecto mais claro. Ao mesmo tempo que o dia do Senhor trará destruição aos ímpios, trará salvação aos justos (ver Mt 16:27; Rm 2:6-10; Ap 22:12). Os v. 2 a 6 apresentam a figura de Cristo, “o Renovo” (ver com. de Is 11:1), como redentor e libertador, e a obra gloriosa que fará por Seu povo. Original mente essa previsão teria sido cumprida pelo Israel literal, mas por causa de sua queda como nação, ela será cumprida pelo Israel espiritual (ver p. 12-25), na segunda vinda de Cristo. O Renovo. Nas profecias messiânicas, Cristo é chamado de “o Renovo” (Is 11:1; Jr 23:5, 6; 33:15; Zc 3:8; 6:12; ver também PR, 592). A nação de Israel seria desolada, como se fosse uma árvore murcha (ver Is 5:7), mas um renovo brotaria da semente de Davi e produziría frutos de justiça. O Israel literal pereceria como nação, mas Jesus, final- mente faria com que a terra florescesse com justiça. A figura de uma terra desolada que, após longa espera, produz fruto abundante ocorre várias vezes nas Escrituras (ver SI 72:16; Ez 34:27; 47:6-9; Os 2:15, 21, 22; Jl 3:18; Am 9:13). O fruto da terra. A terra prometida era oríginalmente uma terra fértil (Éx 3:8; 33:3; Nm 13:27; Dt 8:7-10). Ela produziría seus frutos em abundância se o povo de Deus fosse fiel (Dt 28:1-12). Mas, se fosse infiel, haveria seca, desolação e morte (Lv 26:14-39; Dt 28:15- 48; Os 2:1-13). No final, Deus seria misericordioso com Seu povo, o qual seria restaurado ao favor divino. Ioda a terra seria restaurada e os frutos da justiça a encheríam (ver Is 35; 44:3-6; 55:10-13; 60:21; 61; 62; Jr 3:18, 19; Ez 34:25-31; Os 1:10; jl 2:19-27; Am 9:13-15; cf. 2Pe 3:13). Para os de Israel que forem salvos. Isto é, o remanescente que sobreviver. O rolo lQIs;l do Mar Morto (ver p. 86-88; vol. 1, p. 7) acrescenta: “e os de Judá”. lsaías deixa claro que os que permanecessem fiéis ao Senhor, e pelos quais Deus abençoaria a terra, escapariam da devastação causada pela guerra descrita em lsaías 3:25 e 26 (ver ls 10:20-22; 37:31, 32). Na época das invasões por Senaqueribe, toda a terra de Judá, com exceção da cidade de Jerusalém, caiu temporariamente nas mãos dos invasores assírios. Só em Jerusalém ficou um pequeno remanescente. Não fosse esse remanescente, a destruição de Judá ter ia sido completa como a de Sodoma e Gomorra (Is 1:9). Para esse pequeno remanescente, lsaías transmitiu a promessa: "O que escapou da casa de Judá e ficou de resto tornará a lançar raízes para baixo e dará fruto por cima; porque de Jerusalém sairá o restante, e do monte Sião, o que escapou. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto” (Is 37:31, 32). Assim como haveria um remanescente naqueles dias que não cairia nas mãos do inimigo, nestes últimos dias também haverá um remanescente que o Senhor preservará e que não cairá não mãos do inimigo (ver p. 35-36; com. de Dt 1845; GC, 37; PR, 592; PP, 283-288).
Is.4:3 3. Serão chamados santos. O grande tema da mensagem de lsaías é a santidade. Ele viu o Senhor sentado no Seu trono e ficou profundamente impressionado com o caráter santo de Deus (Is 6:3). O título que ele aplica constantemente a Deus é ”o Santo de Israel" (Is 1:4; 5:19, 24; 10:20; 12:6; 17:7; 29:19; 30:11, 12, 15; 31:1; 37:23; 41:14, 16,20; Todos os que estão inscritos. Deus mantém um registro de cada indivíduo na terra. Os nomes de alguns estão registrados no livro da vida (ver Êx 32:32; SI 69:28; Ez 13:9; Dn 12:1; Ml 3:16; Fp 4:3; Ap 3:5; 13:8; 21:27). Todos cujos nomes não forem riscados do livro da vida entrarão no reino de Deus como povo santo.
Is.4:4 4. Imundícia. Todo aquele que desejar abandonar seus pecados será limpo de sua imundícia pelo sangue de Cristo. “O sangue de Jesus, seu Falho, nos purifica de todo pecado’’ (ijo 1:7). “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purif icar de toda injustiça’’ (ljo 1:9: cf. SI 51:2, 10, 11). Purificador. Do heb. báer, literalmente, “fogo”, mas, no sentido figurado, “ódio” ou “fúria”. O rolo iQfs3 do Mar Morto (ver p. 86; vol. 1, p. 7) traz sr, literalmente, “tempestade ”, mas, no sentido figurado, “ira”, em vez de bàer (b‘r no texto hebraico sem vogais [ver vol. 1, p. 1, 2J). Devido à semelhança das letras hebraicas transliteradas s e b, pode-se facilmente confundir uma com outra, em especial em palavras como sr e b‘r, em que os sentidos figurados de ambas são praticamente idênticos. O significado da última frase do v. 4 é o mesmo, não importa qual termo seja aceito como a leitura original. A LXX e a Vulgata seguem o texto masso- rético, e trazem “fogo” (NVI, BJ). A “nuvem de dia e fumaça” e “resplendor de fogo cha- mejante de noite” (v. 5) se referem à manifestação visível da presença de Deus que acompanhou Seu povo na jornada do Egito a Canaã (Êx 13:21; Nm 9:15; 10:34; 14:14). Assim como Jesus esteve com Seus filhos para guiar, proteger e abençoar, Ele também está com eles hoje na caminhada para a Canaã celestial (ver Zc 2:5).
Is.4:5 5. E resplendor. O rolo lQls" do Mar Morto (ver p. 86-88; vol. 1, p. 7) omite essas palavras, como também a primeira parte do v. 6 até a palavra "dia ’. E óbvio que isso decorre de erro por parte do escriba que copiou o rolo do Mar Morto, ou já estava faltando no documento do qual ele fez a cópia. Tais erros são comuns nas cópias de manuscritos antigos. Os olhos do escriba pulam uma seção curta do documento do qual está copiando, entre uma palavra e a mesma palavra repetida um pouco mais adiante. Sobre toda a glória. Como um pavilhão, a presença divina proverá direção, segurança, certeza e paz.
Is.4:6 6. Refúgio. O pavilhão que Deus promete a Seu povo os protegerá de dificuldades e perigos que possam ameaçá-lo (ver SI 27:5; 91:1; ls 26:3, 4).
Is.5:1 1. Agora, cantarei. Isaías é, algumas vezes, profeta da destruição e, outras vezes, profeta da esperança. Ele se expressa íi. com palavras ternas e afetuosas, e logo em seguida com palavras de ira e fúria. Em Isaías 1:10, ele se dirigiu aos líderes de Jerusalém como '“príncipes de Sodoma” e ao povo como “povo de Gomorra”. Neste versículo, ele se apresenta a Israel como um trovador, cantando uma canção patriota que deleita seu povo. Isso lembra alguns dos salmos de Davi e os Cânticos de Salomão (ver ainda Am 6:5). O cântico do meu amado. Como outros profetas, Isaías era um poeta habilidoso e apresentou muitas de suas mensagens em forma de poesia e música (Is 6:10-13; 9:2-21; 10:1-11, 13-19, 28-34; 11:1-9, 12-16; 12; 13:2-22; 14:4-21, 24-32; 15; 16:1-11; 17:1- 6, 10-14; 18; 19:1-15; 21:1-15; 22:1-8; etc.). O meu amado. O “amado” é Deus, e a vinha é a nação de Israel (ver SI 80:8-16; Mt 21:33-41). Outeiro fertilíssimo. O “'outeiro íerti- líssimo" era a terra de Canaã, possivelmente se referia a Jerusalém em especial.
Is.5:2 2. E a cercou (ARC). O heb. ‘azaq, traduzido como '“cercou”, signitica “cavar” no hebraico bíblico. A tradução “cercou” se baseia no hebraico pós-bíblico. Contudo, o contexto deixa claro que a vinha tinha uma cerca, ou “muro”, ao seu redor (ls 5:5; cf. Mt 21:33). Deus colocou uma cerca protetora ao redor de Seu povo para salvaguardá- lo. Sua localização na região montanhosa central da Palestina, longe do contato imediato com as nações vizinhas, era uma salvaguarda. A lei de Deus e as mensagens enviadas por meio dos profetas eram valiosas proteções designadas para manter seu povo longe do mal. Pedras. Talvez as pedras representem os povos nativos do país, com sua religião idólatra e costumes ímpios. Vides escolhidas. Elas representam o povo de Israel, cuidadosamente escolhido pelo próprio Deus (ver v. 7). Torre. A torre aponta para o templo (DTN, 596). Um lagar. Pode se referir a instituições, como as escolas dos profetas, que eram o meio de Deus inculcar virtudes como retidão, justiça, honestidade e pureza. Uvas. A vinha foi plantada para produzir fruto, o mesmo propósito da figueira, na parábola de Lucas 13:6 a 9 (ver Mt 2! :19, 34). As uvas representam os frutos do caráter, o caráter divino que Israel devia exibir diante do mundo (ver p. 14-17). U\ 'as bravas. Em vez de produzir os frutos do Espírito, Israel produziu frutos da carne (ver Gl 5:19-23). Atos de crueldade e injustiça, desonestidade e engano, intempe- rança e imoralidade, desrespeito para com os direitos dos pobres e oprimidos e o tirar vantagem de viúvas e órfãos — esses eram os males que os profetas reprovavam constantemente; isso são as "uvas bravas”.
Is.5:3 3. Homens de Judá. Isaías continua a se dirigir aos homens de Judá e Jerusalém (ver ls 1:1; 2:1; 3:1; 4:3, 4), aqueles que professavam ser o povo de Deus. O cântico da vinha, como tal, está concluído, e o Senhor, o "amado” desse cântico, fala a Seu povo por meio do profeta. Julgai. Sião é instada a sugerir a sentença contra si mesma (ver Mt 21:40, 41). Outra vez, Deus convida Seu povo a negociar com Ele (ver Is 1:18). Esse pedido é justo, e eles teriam que admitir a justiça divina - e sua própria culpa — se considerassem os fatos com equidade.
Is.5:4 4. Que mais se podia fazer [...]? A pergunta é com frequência o meio mais elicaz de se trazer a verdade à tona. Isaías deixa claro com essa pergunta sagaz que o Senhor fez tudo o que era possível por Israel. Ele lhe proveu todos os recursos para o desenvolvimento de um caráter que se assemelhasse ao Seu, e eles eram os únicos culpados pelo fracasso (ver p. 17-20).
Is.5:5 5. Tirarei a sua sebe. Deus removería a proteção de Seu povo e permitiría que os inimigos o despojassem e o espalhasse. Como resultado da transgressão, a vinha se tornaria um deserto.
Is.5:6 6. Torná-la-ei em deserto. Não foi Deus quem desolou Israel; mas, ao retirar Sua proteção, permitiu que inimigos estrangeiros, nesse caso, a Assíria e, mais tarde, Babilônia e Roma, cumprissem Sua vontade (ver com. de 2Cr 18:18; 22:8). Depois, Isaías fala que o Senhor utilizou a Assíria como o “cetro” de Sua "ira”’ e a "vara" de Sua “indignação” para punir Israel (Is 10:5-7). Nem sachada. O cuidado é essencial para que uma vinha seja produtiva. Sem poda e cultivo irá finalmente se deteriorar em um deserto. A cessação da poda e da cavadura aponta para a retirada dos meios proporcionados por Deus para o cultivo moral e espiritual (Lc 13:8; Jo 15:2). Espinheiros e abrolhos. A vinha outrora florescente se tornaria um deserto desolado. Em vez de uvas, produzi ria nada além de espinhos e abrolhos. Até os céus reteriam suas bênçãos, e a terra se tornaria árida e estéril. E Deus que concede vida e bênçãos (Tg 1:17); mas, Quando retém Suas bênçãos, o resultado é desolação e morte.
Is.5:7 7. A vinha. Deus deixa claro para o povo o significado de Sua mensagem. A aplicação específica dessa mensagem à nação apóstata recorda a incisiva repreensão de Natâ a Davi: "Tu és o homem” (2Sm 12:7); e a severa reprovação de Jesus aos judeus: ‘‘O reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos” (Mt 21:43). A casa de Israel. Embora a missão de lsaías se dirigisse em primeiro lugar ao reino de Juclá, algumas de suas mensagens se aplicavam também ao reino de Israel. A parábola da vinha claramente aponta para Judá (v. 3), mas a mensagem de reprovação e de destruição iminente era tão apropriada para Israel quanto para Judá. O termo “Israel” é empregado com frequência para designar a nação de Judá (ver Is 1:3; 4:2; 8:18; 31:6; Mq 1:14; 3:1; 6:2). Mas o fato de se mencionarem tanto “a casa de Israel” quanto “os homens de Judá” parece indicar que a mensagem se aplica a ambos. Se “Israel”, nesse caso, aponta para o reino do norte, essa profecia teria sido feita antes de 722 a.C., quando o reino do norte foi destruído. Embora a maior preocupação de lsaías fosse Judá, é compreensível que um profeta de Deus de vez em quando profetizasse sobre o vizinho que estava ao norte de Judá, em sua hora crítica, quando já se aproximava seu fim. Desejou que exercessem juízo. Deus desejou que Seu povo exercesse justiça; mas, em vez disso, viu derramamento de sangue, injustiça e opressão. Clamor. O “clamor” provinha daqueles que sofreram opressão ou cujo sangue inocente fora derramado (ver Gn 4:10; Dt 24:15; (tg 5:4; Ap 6:9, 10). Os justos não tratam um ao outro de forma que clamores por ajuda subam aos céus. m /
Is.5:8 8. Ai dos que. lsaías enumera uma série de “ais” que sobreviriam a Israel como resultado das ofensas especif icamente mencionadas em conexão com cada desgraça. Essas ofensas são as "uvas bravas” do v. 2. Não é possível alistar todos os pecados do povo; nomeiam-se apenas os mais característicos dessa época de impiedades. Ajuntam casa a casa. Esta expressão representa o pecado da cobiça e da ambição. Deus queria que Israel fosse uma nação de pequenos proprietários de terra. A fim de evitar a formação de latifúndios, criou-se o ano do jubileu (Lv 25:13; 27:24) e a lei que permitia que a mulher herdasse propriedades (Nm 27:1-11; cf. 33:54; 36). No entanto, essas leis foram desrespeitadas, e, como consequência, em vez de um grande número de pequenos proprietários de terra, houve o crescimento de uma classe de proprietários ricos, e outra, de trabalhadores pobres sem propriedades. Muitos do povo foram reduzidos à escravidão, e outros eram forçados a pagar arrendamentos exorbitantes. Miqueias, contemporâneo de lsaías, também denunciou esse mal (Mq 2:2). No meio da terra. Isto é, assegurar um monopólio. As classes ricas não tinham interesse no bem-estar do povo em geral. Preocupavam-se apenas com seus próprios interesses. Eles não se importariam caso o pobre fosse banido por completo. A situação estava chegando a um ponto em que os pobres logo perderíam o pouco que lhes restava, e somente os ricos usufruiríam dos produtos da terra.
Is.5:9 9. Muitas casas. Aqueles que despojassem seus vizinhos para aumentar seu próprio patrimônio não desfrutariam por muito tempo os resultados de suas medidas opressivas. Em vez de encontrar prosperidade e felicidade, encontrariam pobreza e ruína nacional. A situação chegaria a tal ponto que propriedades grandes e bonitas ficariam desabitadas.
Is.5:10 10. Dez jeiras. A palavra hebraica para acre denota especificamente a terra que poderia ser arada em um dia por uma junta de bois. Um “bato" equivalia a 22 litros (ver vol. 1, p. 145). Em outras palavras, a terra praticamente não daria retorno. Um ômer. Dez elas (o mesmo que dez batos) equivaliam a um ômer; sua produção era apenas de um efa. Em vez de haver um aumento na produção, a colheita produziría bem menos que a quantidade do que foi semeado. O quadro apresentado é de derrota e ruína.
Is.5:11 11. Bebedice. O segundo pecado alistado é embriaguez e intemperança. O professo povo de Deus era viciado em bebida forte. Eles se levantavam cedo para ter mais tempo para beber. Desde a manhã até a noite, muitos só pensavam em vinho (ver Is 22:13; 28:7; Os 4:11; Am 6:6).
Is.5:12 12. Harpas. Ou, lira. A música tinha um papel importante em suas orgias (ver Am 6:5, 6). Em vez de ser usada para glória de Deus, a música se tornara um instrumento poderoso nas mãos do inimigo para trazer ruína à alma. Não consideram. A consciência desses glutões se havia cauterizado por causa de suas desenfreadas orgias. A verdade e o direito foram esquecidos, e o coração estava aberto para toda forma de maldade. A luxú- ria tomou o lugar do amor, e violência e terror substituíram a retidão.
Is.5:13 13. Será levado cativo. Literalmente, “irem para o cativeiro”. O povo ainda não tinha sido levado cativo (ver com. do v. 7), mas Isaías já apresenta as razões do cativeiro. Ele o apresenta como um lato consumado. O povo de Israel foi levado cativo em 723/722 a.C. Falta de entendimento. Todo pecado é tolice. Aqueles que permanecem no pecado não são sábios, mas tolos. O pecado tem seu salário, não de prosperidade, paze honra, mas de vergonha, pesar e morte. O que escolhe o pecado, escolhe a morte. De forma clara e constante Deus sinalizou quais seriam os resultados da transgressão. Além disso, a experiência do passado mostrou o resultado terrível da desobediência. Os povos de Israel e de judá revelava completa “falta de entendimento” ao persistirem no mal, e, com isso, asseguravam a própria destruição. Foram destruídos porque lhes faltou o conhecimento, que tinham rejeitado (Os 4:6).
Is.5:14 14. A cova. Do heb. sheol, a morada simbólica dos mortos (ver com. de 2Sm 12:23; 22:6). Aumentou o seu apetite. Isto é, a fim de acomodar o grande número dos que chegavam da terra dos vivos. A glória de Jerusalém. Os nobres de Jerusalém, o povo, todos os que se gloriavam na pompa daquele momento e tinham prazer na iniquidade seriam destruídos.
Is.5:15 15. O homem se avilta. Comparar com Is 2:9, 11, 17. Homens de todas as classes seriam humilhados, tanto o pequeno quanto o grande. A destruição iminente não pouparia ninguém.
Is.5:16 16. Exaltado em juízo. Isto é, honrado e vindicado em Seus atos de justiça. Ao final, o pecado resulta em humilhação, mas a retidão e a justiça trazem honra e glória. Os atos do Senhor Lhe trazem honra e glória diante de todo o universo. Santificado em justiça. Literal mente, “o santo Deus Se mostra santo em justiça". A maneira justa como Deus lida com o ser humano prova que Seu caráter é santo. O povo escolhido deve ter o caráter de Deus. Israel tinha perdido de vista o fato de que Deus é santo, e falhou em compreender a importância e o significado da justiça. Ciente do caráter excelso de Deus, Isaías tinha a constante preocupação de que Israel devia também se tornar santo e justo. Ele sempre manteve esse ideal diante de si.
Is.5:17 17. Como se no seu pasto. Ver Ez 34:11-15. Apresenta-se o Israel restaurado como ovelhas que se alimentam juntas com alegria e em paz. Lá abandonados. O texto hebraico do restante cio v. 17 é obscuro. A tradução da A A, "e nos campos desertos se apascentarão cevados e cabritos” se baseia na LXX e é apropriada ao contexto. De acordo com essa tradução, terras que eram deserto seriam transformadas em pasto, onde animais domésticos se alimentariam juntos e em paz.
Is.5:18 18. Puxam para si a iniquidade. O ter- => ceiro ai é dirigido àqueles que persistem nos maus caminhos, com plena consciência do que fazem. Por vontade própria se ligaram com cordas às suas iniquidades, e resistem a cada influência destinada a libertá-los (ver is 61:1). Tirantes de carro. A corda de carro é mais grossa e mais forte do que a corda comum. Representa um estágio avançado de rebelião em que os ímpios ficam presos a seus pecados com laços impossíveis de serem desfeitos. Ao persistirem no mal, selam sua própria destruição.
Is.5:19 19. Apresse-Se Deus. Esses pecadores desafiam a Deus a ir em frente com o que Ele pretende fazer com o espírito perverso deles. Sua rebeldia contra Deus é desaf iadora, [saias constantemente indicou a certeza da destruição iminente. O nome de seu segundo filho, “Rápido-Despojo- Presa-Segura” (ls 8:3) significa "o despojo se apressa, a presa se precipita”. Esse nome foi um sinal para Israel da proximidade da destruição que Isaías predizia (ls 8:18). No entanto, o povo ignorava as advertências divinas. Diante das solenes mensagens de Isaías sobre o juízo iminente, eles respondiam com escárnio: “Que Deus apresse a destruição da qual tu sempre falas. Queremos vê-la com nossos próprios olhos.” Assim provocavam a própria ruína (comparar com Ml 2:17; 3:13).
Is.5:20 20. Ao mal chamam bem. O que resiste persistentemente às advertências enviadas pela misericórdia divina, ao final, se tornará tão perverso que será incapaz de distinguir entre o bem e o mal. Sinceramente pensa que o certo é errado e o errado, certo. Quando a perversidade chega a tal ponto, a destruição não pode mais ser adiada.
Is.5:21 21. Sábios a seus próprios olhos. Confiantes de que sabem mais do que Deus, esses perversos impenitentes se tornam “nulos em seus próprios raciocínios”, e seu “coração insensato” fica encerrado em trevas (Rm 1:21; ver DTN, 213). Sua pretensa sabedoria é loucura consumada (Rm 1:22). O mundo está cheio de pessoas que olham com desdém para aqueles que creem em Deus e obedecem à Sua palavra. Encontram defeitos em tudo o que Deus fez e em tudo o que Se propõe fazer. Pessoas assim atraem pesar sobre si mesmas e sobre o mundo ao redor. O que elas precisam é atender às sublimes palavras do salmista: “Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus ' (SI 46:10).
Is.5:22 22. Heróis para beber vinho. Este “ai” é semelhante ao pronunciado contra os beberrões de vinho nos v. II e 12. Mas aquele ai é simplesmente contra um grupo dado à bebida. Neste caso, o ai mostra a relação entre a bebida e as injustiças mencionadas no v. 23 como resultantes de seu uso. Esses homens eram “heróis” na bebida e valentes na prática da iniquidade.
Is.5:23 23. Justificam o perverso. Isto é, “absolvem o culpado”. O que é correto não significa nada para esta classe. Eles estão dispostos a isentar a pessoa mais ímpia em troca cie ganho material. Por suborno, declaram o justo culpado e o ímpio, inocente. Eles não têm moral. O seu modo de vida é caro, e farão tudo para assegurar os meios necessários para mantê-lo. Quando pessoas assim se assentam para governar, a nação chega a um estado calamitoso.
Is.5:24 24. A língua de fogo consome o restolho. Literalmente, “o pasto seco destinado para a chama é consumido”. O rolo IQIs11 do Mar Morto (ver p. 86; vol. 1, p. 7) diz: “como fogo chamejante ele se consome”. A última frase se assemelha ao que traz a LXX: "queimados juntos por um logo incontrolável”. Como podridão. Esses homens são corruptos em extremo e perecerão em sua própria corrupção. Tão rapidamente quanto o pasto seco pega fogo e é reduzido a cinzas, assim serão consumidos. A lei do Senhor. Terríveis são os resultados quando a lei do Senhor é rejeitada (ver GC, 586), pois sem ela não há como determinar o certo e o errado. Foi por terem abandonado a lei de Deus que essas pessoas afundaram de tal forma na iniquidade a ponto de se envolverem em práticas como as descritas nos v. 8 a 23. Desprezaram a palavra. A palavra de Deus é sempre verdadeira e justa. Mas essas pessoas desprezaram Sua santa palavra (ver com. do v. 21), e, quando se toma essa atitude, resta pouca esperança.
Is.5:25 25. A ira do Senhor. Ver com. de Jz 2:20; 2Rs 13:3; 17:11. É algo terrível suscitar a ira do Senhor. O Senhor Deus é “compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade” (Ex 34:6). Ele ama o pecador, mas odeia o pecado. Não isentará o culpado, nem pode fazer isso e continuar sendo coerente com Seu próprio caráter, a menos que, e até que, o culpado se arrependa de seus maus caminhos. Quando a iniquidade atinge um ponto além do qual não há esperança, a paciência divina cessa e começa o ministério da ira (T5, 208; T9, 13). Na época da mensagem de lsaías, a iniquidade de Israel tinha quase atingido esse ponto. Tremem os montes. Ê provável que seja uma referência a algum terrível terremoto que causou grande destruição e foi considerado como um juízo dos Céus. Ao que tudo indica, esse terremoto ocorreu durante o reinado de Uzias, possivelmente na última parte de seu reinado, poucos anos antes de sua morte. Esse deve ter sido o terremoto ocorrido não muito antes de o profeta Amós ter recebido seu chamado (Am 1:1). A lembrança desse evento ainda estava vivida na mente do povo quando lsaías deu esta mensagem. Monturo. Literalmente, “refugo” ou "como lixo” (NTLH). Na hora do terremoto, muitos fugiram para as ruas, onde foram mortos, ficando espalhados os corpos. Está estendida a Sua mão. Isto é, em juízo (ver Is 9:12, 17, 21; 10:4). Sobre a ira de Deus, ver SI 85:4; ls 12:1; Os 14:4; e sobre Sua mão estendida para matar e destruir, ver Êx 3:20; 9:15; 2Sm 24:16; ls 14:27.
Is.5:26 26. O estandarte. Do heb. nes, “sinal ", "estandarte". Antigamente o meio de comunicação mais veloz era um sinal de fogo ou fumaça que podia ser visto do alto de uma montanha a outra. De forma semelhante, Deus anuncia que enviará uma mensagem para as nações. Esse antigo meio de comunicação proporcionou a lsaías uma figura que usava com frequência (ver Is 11:10, 12; 13:2; 18:3; 49:22; 62:10). O “estandarte” de Deus devia ser um sinal na terra ou nos céus. Era uma mensagem enviada por meio de um anjo ou de um ser humano, por um fenômeno natural ou por qualquer outro meio que se pudesse empregar para falar ao coração dos seres humanos. Quando Deus falar às nações, elas responderão enviando seus exércitos (ver ls 5:26-30). Neste caso, lsaías se refere em especial aos assírios, que logo invadiríam a Palestina (ver ls 10:5-7). Assobiará. Como o “estandarte” era um sinal para os olhos, o "assobio” seria para os ouvidos. Ambos seriam compreendidos pelas nações, as quais responderíam rapidamente ao chamado do Senhor.
Is.5:27 27. Não há entre elas cansado. O quadro dos v. 27 a 30 é de um exército que avança com rapidez (ver ls 10:28-33). O exército avança em perfeita ordem para cumprir sua missão. Nada o impedirá. No passado, Deus havia impedido o ataque dos egípcios quando avançaram contra Sua vontade (Ex 14:23-25). Entre elas. O rolo lQIs" do Mar Morto (ver p. 86; vol. 1, p. 7) omite esta expressão, assim como a LXX.
Is.5:28 28. As suas flechas são agudas. O exército está pronto para a batalha. Suas armas estão prontas, seus cavalos foram preparados para a longa e dura jornada, e as rodas dos carros giram como um redemoinho.
Is.5:29 29. O seu rugido. Isto é, rugido de guerra. O exército se aproxima como um leão: feroz, valente, forte e determinado. A presa não escapará. Deus deu a esse exército ordens para marchar, e o propósito divino será cumprido.
Is.5:30 30. Bramam. O profeta usa outra figura de linguagem, comparando a aproximação dos assírios com as águas de uma enchente que arrasa tudo diante de si e deixa desolação e ruína por onde passa (ver Is 8:7, 8). Eis que só há trevas e angústia. O rugido do mar é seguido pela escuridão e pelo terror da tempestade. Capítulo 6 meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! fiquem sem moradores, e a terra seja de todo assolada,
Is.6:1 1. No ano. É provável que o ano fosse 740/739 a.C. Certamente a data é uma informação importante. No ano em que Uzias encerrou seu longo reinado de 52 anos, o Senhor concedeu uma visão ao jovem Jsaías confirmando seu chamado para o ministério profético e lhe deu uma mensagem de reprovação para Israel (PR, 305-307; T5, 749, 750). A época era de perigo e crise. O grande rei assírio Tiglate-Pileser III tinha subido ao trono em 745, e quase de imediato começou uma série de campanhas que levaram à conquista da maior parte da Ásia ocidental (ver p. 76). Em 745, ele marchou contra Babilônia; em 744, invadiu o território ao nordeste da Assíria; e, entre 743 e 738, fez campanhas anuais contra o noroeste. Em seus registros, esse Tiglate-Pileser menciona com frequência “Azriau de laud”, que é em gerai identificado como Azarias (Uzias) de Judá, que era evidentemente o líder da resistência contra a agressão assíria entre os países da região mediterrânea da Ásia. Também se menciona "Menaém de Israel”. Uzias morreu enquanto Tiglate-Pileser realizava campanhas contra o Ocidente. O homem que tinha resistido fortemente à Assíria não existia mais. Qual seria então o destino de judá? Todo o mundo cairia nas mãos dos exércitos assírios? Por causa de seus pecados, o professo povo de Deus tinha perdido a proteção divina. O poderio assírio parecia invencível, e era apenas uma questão de tempo até que judá fosse derrotado e a Assíria controlasse o Oriente Médio. O Senhor assentado sobre um alto e sublime trono. Esta manifestação da glória divina ocorreu quando Isaías visitava os sagrados recintos do templo (PR, 307). Deus pretendia que Isaías tivesse uma visão mais ampla do que a proporcionada pelo contexto político. Deus queria que ele soubesse que a despeito de todo o poder da Assíria, Ele era supremo em Seu trono e estava no controle de tudo. Moisés teve uma visãosemelhantede Deus (Ex 24:10). Mais de um século antes da época de Isaías, o profeta Micaías viu o Senhor sentado sobre Seu trono, e ao Seu lado os exércitos do Céu (1 Rs 22:19). Na primeira parte do reinado de Uzias, Amós também viu o Senhor em pé do lado do altar, no átrio do templo (Am 9:1). Mais tarde, durante o cativeiro babilônico, tanto Daniel (Dn 7:9) quando Ezequiel (Ez Ei: 10:1-5) tiveram visões do Senhor em Seu trono, assim como João na ilha de Patmos (Ap 4:1-6). Quando perigos cercam o povo de Deus e os poderes das trevas parecem prestes a prevalecer, Deus convida Seus fiéis a olharem para Ele, sentado no Seu trono, dirigindo as questões dos céus e da Terra, para que tenham esperança e coragem (ver Ed, 173). Suas vestes enchiam o templo. Quando teve a visão, Isaías estava orando no átrio do templo (PR, 307). Diante dele, as portas do templo pareciam se abrir; e, no lugar santíssimo, ele viu o próprio Deus sentado sobre Seu trono. O heb. hekal, palavra em geral usada para designar o templo, o designa como o "templo’ ou “'palácio”, do grande Rei dos céus (ver SI 11:4; 29:9; Hc 2:20). As vestes são a infinita glória de Deus. João aplica essa visão a Cristo (ver Jo 12:41).
Is.6:2 2. Serafins. Do heb. serafim, literalmente, "os que queimam’’ ou "os que brilham". Seis asas. Em Apocalipse 4:8, as criaturas viventes cjue João viu ao redor do trono também tinham seis asas. No entanto, as criaturas viventes que Ezequiel viu tinham quatro asas (Ez 1:6). Isaías vê anjos com duas asas para cobrir o rosto, em atitude de reverência diante de Deus, duas asas para cobrir os pés e duas para voar. Ezequiel vê as criaturas viventes com duas asas para o corpo e duas estendidas para cima (Ez 1:11).
Is.6:3 3. Santo, santo, santo. Os anjos ao redor do trono de Deus se impressionam com o principal atributo divino: perfeita santidade de caráter. As criaturas viventes que João viu ao redor do trono também diziam: "Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso’’ (Ap 4:8). Deus quis imprimir na mente de isaías o conceito de Sua santidade a fim de que o profeta mantivesse esse atributo do caráter divino constantemente diante de Seu povo. Desse modo, eles seriam encorajados a abandonar seus pecados e aspirar à santidade. O rolo IQfs;i do Mar Morto (ver p. 86; vol. 1, p. 7) omite as palavras "dizendo’ , e a palavra "santo" ocorre apenas duas vezes. Cheia da Sua glória. Comparar com Is 40:5. A percepção da glória e da santidade de Deus fará com que os seres humanos se humilhem perante Ele. Num tempo em que trevas cobriam "a terra e a escuridão, os povos" (Is 60:2), Isaías ansiava pela hora quando toda a Terra estaria coberta da glória divina.
Is.6:4 4. As bases do limiar. Literalmente, "as bases dos umbrais", isto é, os orifícios onde os pivôs das portas se apoiavam. Os fundamentos do templo pareciam tremer ao som cia voz de Deus. Fumaça. Como a de incenso, refletindo a glória de Deus. O monte Sinai é descrito coberto de fumaça e tremendo granclemente (ver Ex 19:18). No fim de todas as coisas, o templo se enche de fumaça por causa da glória de Deus (ver Ap 15:8).
Is.6:5 5. Ai de mim! Isaías estava pronunciando “ais” sobre os pecadores dentre o povo de Deus (Is 5:8-30). Nesse momento, ao estar na presença do Deus santo, ele percebe sua própria imperfeição de caráter. Todos passam pela mesma experiência quando se aproximam de Deus. Os meus olhos viram. Esta visão de Deus na Sua santidade e glória deu a Isaías um conceito de sua pecaminosidade e insignificância. Ao olhar para Deus e depois para si mesmo, ele percebeu que não era nada em comparação com o Eterno. Na presença do "Santo de Israel" (Is 5:24), viu sua culpa. Moisés escondeu a face quando esteve na presença de Deus (Êx 3:6), e Jó odiou a si mesmo e se arrependeu no pó e na cinza (jó 42:6).
Is.6:6 6. Do altar. O altar de incenso (ver com. de Ex 30:1-5), sobretudo um altar de intercessão (ver com. de Ex 30:6-8). João viu orações que partiam do coração de pecadores arrependidos apresentadas com incenso diante do trono da graça (Ap 8:3, 4).
Is.6:7 7. Tocou a minha boca. O carvão do altar representava o poder purificador e refi- nador da graça divina, e também uma transformação de caráter. A partir de então, o anseio de Isaías por seu povo era que eles também fossem purificados e transformados. A grande necessidade hoje é de lábios tocados com fogo santo do altar de Deus.
Is.6:8 8. Envia-me a mim. A resposta de Isaías foi imediata. Como Paulo, Isaías tinha expectativa acerca de Israel: que o povo fosse salvo (ver Rm 10:1). Ele sabia que o juízo estava prestes a cair sobre o culpado, e ansiava ver seu povo abandonar o pecado. A partir de então, a única tarefa de Isaías era transmitira mensagem divina de advertência e esperança a fim de que Israel enxergasse o amor e a santidade de Deus, e, como resultado, fosse salvo.
Is.6:9 9. Ouvi, ouvi. Como muitos outros profetas, Isaías assumiu uma tarefa difícil. Deus o advertiu de que Sua mensagem seria em grande parte ignorada e que, a despeito de tudo que pudesse fazer, o povo continuaria nos maus caminhos. O fracasso aparente seria sua sina infeliz, mas certamente não maior do que a testemunhada no ministério de Jesus (Mt 13:14, 15; Jo 12:37-41) e Paulo (At 28:26, 27). Essas palavras de Isaías são citadas vez após vez como aplicáveis também nos tempos do NT. Contudo, Isaías teve a certeza de que sua obra não seria de todo vã, pois Deus lhe revelou que um remanescente seria salvo (Is 1:9; 6:13; 10:21). Paulo, porém, percebeu já em seus dias que os judeus tinham tomado sua decisão final e não eram mais o povo de Deus (At 28:26- 28; Rm 9-1 I).
Is.6:10 10. Torna insensível o coração. A percepção espiritual de Israel estava tão obscurecida que eles seriam incapazes de ouvir até as mais comoventes mensagens enviadas pelo Céu. A situação seria similar à do faraó, quando seu coração foi endurecido e ele recusou a mensagem do Senhor dada por Moisés (ver com. de Ex 4:21). Nos dias de Isaías, não foi o Senhor que cegou os olhos do povo ou que lhes endureceu o coração; eles mesmos provocaram essa situação sobre si quando rejeitaram as advertências divinas. A cada rejeição da verdade, o coração se torna mais duro e a percepção espiritual, mais obscurecida, até que finalmente não mais se discernem as coisas espirituais. Deus não se alegra com a morte dos ímpios e faz todo o possível para que abandonem seus maus caminhos, a fim de que vivam e não morram (Ez 18:23-32; 33:11; Mm 2:4; 2Pe 3:9).
Is.6:11 11. Até quando, Senhor? Isaías tinha uma triste perspectiva. Era difícil acreditar que a situação que o Senhor tinha descrito pudesse persistir por mais tempo. Certamente, depois de um tempo, o povo cairia em si e aceitaria a mensagem de salvação e libertação. Daí sua pergunta. Até que sejam desoladas as cidades. A triste resposta que o Senhor deu a Isaías foi que a situação prevalecería até que Judá tivesse se destruído. Não havia esperança de arrependimento, nenhuma esperança de salvação. Um remanescente seria salvo e, por causa desse grupo fiel, Isaías devia proclamar a mensagem de salvação. A nação, porém, como um todo se recusaria deixar os caminhos maus. Essa recusa, ao final, traria a ruína completa e irremediável. As cidades ficariam desertas, e a terra, desolada e abandonada. O pecado não traz felicidade, mas desgraça; em vez de prosperidade, ruína; em vez de vida, morte. Essa é a grande lição que o porta-voz divino apresenta ao mundo vez após vez (ver Lv 26:31-33; Is 1:20; 5:9; 14:17, 20; Jr 4:7, 20, 23-27; 7:34; 9:11; 26:6, 18; iVIq 3:12; etc.).
Is.6:12 12. Afaste dela os homens. Referência ao cativeiro, primeiramente pela Assíria nos dias de Isaías, e depois, por Babilônia, um século mais tarde. O povo seria levado para terras distantes. Isso foi predito por Moisés, de forma condicional, antes mesmo de Israel ter entrado na terra prometida (Lv 26:33; Dt 4:26-28; 28:64). Grande o desamparo. A terra que Deus queria ver florescer como um solo fértil se tornaria um deserto e estaria abandonada. Iam vez de prosperidade, haveria ruína.
Is.6:13 13. A décima parte. Pelo fato de alguns detalhes do hebraico deste texto não estarem claros, a tradução e a interpretação são difíceis. Uma tradução literal seria: "E ainda nela [isto é, na terra; ver v. 12] estará uma décima parte e ela [a terra ou a décima parte] voltará [ou restará ou retornará], e ela [a terra ou a décima parte] queimará como terebinto e como carvalho, que ao ser cortado fica o tronco nela [a terra ou a décima parte; ou "neles”, indicando o terebinto e o carvalho] e uma semente santa no seu tronco.” O sentido básico do versículo está claro. Os v. II e 12 descreveram a desolação de Judá na época do cativeiro babilônico. Embora a terra fosse deixada desolada por completo, isso não significaria o tim de Israel como nação (ver jr 4:27; 5:10, 18; 30:11; 46:28). A nação se levantaria outra vez. O quadro é de um povo que persiste na perversidade, cego e surdo às mensagens divinas até que seja levado para o cativeiro. Mas, apesar disso, se vislumbra a certeza de que a terra não permanecerá totalmente abandonada para sempre e o propósito de Deus para ela será finalmente cumprido (PR, 309, 310; comparar com o nome do primeiro filho de Isaías, “Sear-Jasube”, que significa literalmente, '‘[Una] resto volverá”). A ideia de que um “remanescente” voltaria ocorre repetidamente no livro (Is 4:2, 3; Como terebinto. Arvore da qual se extrai a terebintina. Nada restaria da árvore a não ser o toco, mas dele crescería uma nova árvore. Portanto, a mensagem era de encorajamento e esperança. A obra de Isaías não seria de todo vã; no final um remanescente seria salvo. A santa semente. No “toco” restaria vida que, ao final, produziría novamente e se tornaria uma nova árvore. A árvore é uma f igura comum no AT para representar o povo de Deus (ver Is 65:22; Jr 17:8; cf. Dn 4:14, 23). Desta "santa semente” surgiria um Israel novo e glorioso. ( PA . 148; Mj, 25; TM, 413; T6, 49, 325, 333; T8, 33, 185; T9, 46, 135 11-13 - PR, 309 Capítulo 7 teu lilho, que se chama Um-Resto-Volverá, ao encontro de Acaz, que está na outra extremidade do aqueduto do açude superior, junto ao caminho do campo do lavadeiro, (2 Acaz, porém, disse: Não o pedirei, nem tentarei ao Senhor. filho e lhe chamará Emanuel. teu povo e sobre a casa de teu pai, por intermédio do rei da Assíria, dias tais, quais nunca vieram, desde o dia em que Efraim se separou de judá.
Is.7:1 1. Nos dias de Acaz. Ver tabela, vol. 2, p. 62. Ao que tudo indica, esta mensagem foi transmitida por volta de 734 a.C., próximo ao início do reinado de Acaz (ver com. do v. 16). Sobre o contexto histórico dos eventos mencionados aqui, ver vol. 2, p. 70-71. Rezim, rei da Síria e Peca. Fontes assírias indicam que Uzias havia adotado uma posição firme contra a Assíria, e talvez também seu filho Jotão, mas Acaz era amigável. Acaz enviou ouro e prata tirados do templo e de seu próprio palácio a Tiglate- Pileser a fim de obter ajuda da Assíria (ver com. de 2Rs 16:5-10). Em 2 Reis 15:29, observa-se que Peca, de Israel, era contra a Assíria, porque Tiglate-Piieser investiu contra ele; e por meio de lontes assírias também se sabe que o mesmo se dava com Rezim, da Síria. Provavelmente, a maior parte das nações da Ásia ocidental estava nesse momento unida contra a Assíria, e o ataque de Peca e Rezim sobre Acax tinha o propósito de depô-lo e estabelecer um novo rei, e talvez, forçar judá a se unir contra a Assíria. Não prevaleceram. Judá tinha sofrido uma derrota desastrosa nas mãos de Peca e Rezim, e El ate, no golfo de Áqaba, tinha caído nas mãos da Síria (ver 2Cr 28:5-15; 2Rs 16:6). Mas, embora sitiada, a cidade de Jerusalém não foi tomada (2Rs 16:5).
Is.7:2 2. Deu-se aviso. Isto é, comunicou- se a Aeaz, o representante da casa de Davi. O ataque era diretamente contra a dinastia de Davi, visto que o propósito era depor Aeaz e estabelecer um novo rei, da casa de 1'abeal. no trono de Judá (v. 6). Ficou agitado. Ou, "estremeceu-se”. Aeaz estava aterrorizado com a perspectiva de ser deposto (v. 6). Como apóstata, ele não confiava em Deus, e parecia que seu reino logo sucumbiría. O coração. O rolo IQLs" do Mar Morto não contém estas palavras.
Is.7:3 3. Agora, sai. Embora Aeaz fosse um rei ímpio, o Senhor não tinha intenção de permitir que a dinastia de Davi fosse extinta (ver Gn 49:10; 2Sm 7:12, 13). Portanto, Isaías foi enviado ao rei para lhe informar do propósito do Senhor de preservar Judá e derrotar os invasores. Sear-Jasube (ARC). Literalmente, “Um- Resto-Volverá” (ARA). Deus designou que Jsaías e seus filhos fossem como sinais para o povo (Is 8:18). O mesmo se deu com o contemporâneo de Isaías, Oseias, cujos filhos também tinham nomes significativos (Os 1:4-9). Isaías manteve constantemente diante do povo essa mensagem do retorno do remanescente (Is 4:2, 3; 10:21; etc.). Açude superior. O suprimento de água da cidade sempre foi importante em casos de sítio. O "açude superior" foi identificado com o açude da fonte de Giom, conhecido como fonte da Santa Maria ou fonte da Virgem (ver mapa, vol. 2, p. 679). Estava situado no vale de Cedrom ao leste de Olel e ao sul da área do templo. Foi de Giom que Ezequias, mais tarde, tez seu famoso aqueduto, o túnel de Siloé (2Rs 20:20; 2Cr 32:30), que levava água ao tanque de Siloé, dentro da cidade. Nos dias de Aeaz, essa fonte estava fora da cidade e, sem dúvida, estudou-se a maneira de levar a água para dentro da cidade para que, em caso de sítio, os inimigos não pudessem usá-la.
Is.7:4 4. Aquieta-te; não temas. Com a ajuda do Senhor, não havia motivo para temer. O rei, porém, se recusou a confiar em Deus e, como resultado, se desesperou quando foi confrontado por circunstâncias com as quais não sabia lidar. Dois tocos de tíções. Uma expressão depreciativa. Os debilitados reinos da Síria e de Israel, assim como seus reis, embora parecessem fortes, não eram mais que restos de tíções fumegantes. Quase haviam se extinguido. Restava-lhes apenas um pouco de vida. Deus predisse o destino deles a fim de que Aeaz pudesse seguir uma estratégia inteligente. Aeaz devia se preocupar com o poder crescente da Assíria, não com os reinos cambaleantes da Síria ou de Israel. Durante os 40 ou 50 anos seguintes, judá seria quase totalmente engolido pela Assíria, contudo Aeaz seguia uma política que inevitavelmente facilitaria a vitória dos assírios.
Is.7:5 Sem comentário para este versículo
Is.7:6 6. Contra Judá. O plano era conquistar Judá. Façamos reinar. Aeaz devia ser deposto, a dinastia de Davi chegaria ao fim, e um novo rei "o filho de Tabeal”, seria colocado no trono. Não se conhece a identidade desse novo rei, mas acredita-se que fosse sírio, visto que o nome “Tabeal” é aramaico e significa “bom [é] Deus”. Israel e Síria tinham chegado a um acordo sobre o novo monarca “fantoche que assumiría o trono de Davi.
Is.7:7 7. Isto não subsistirá. A casa de Davi não cairia. O plano proposto por Israel e Síria estava direcionado contra Deus, e não podería dar certo. Deus tinha outros planos para a casa de Davi (ver Gn 49:10; 2Sm 7:12). Ele não permitiría que homens interferissem em Seu propósito para judá, ou que acabassem com a dinastia por meio da qual o Messias viría.
Is.7:8 8. Dentro de sessenta e cinco anos. O significado desta predição é incerto. Segundo a cronologia dos reis empregada de forma experimental neste Comentário (ver vol. 2, p. 62, 126, 127, 821), a predição foi feita por volta de 734 a.C., e nenhuma cronologia data a ascensão de Acaz antes de 742. Contudo, por volta de 722, Israel, o reino do norte, chegou ao fim com a queda de Samaria nas mãos dos assírios. Eruditos i> modernos concluíram que a frase introduzida com estas palavras foi inserida por um escriba posterior. Eles entendem que esta declaração parece interromper a corrente de pensamento entre os v. 8 e 9. Mas não há evidência segura de que a frase tenha sido inserida posteriormente. Supondo que o número 65 estivesse no texto original de lsaías, e não há razão convincente para se pensar o contrário, podem-se sugerir dois cumprimentos possíveis. Sessenta e cinco anos após 734 a.C., na contagem inclusiva, daria em 670, quando Esar-Hadom (681-669) reinava sobre a Assíria. E fato que Esar-Hadom (e depois dele seu sucessor Osnapar) transportou alguns povos meso- potâmios para o antigo território do reino do norte (Ed 4:2-10). Isso ocorreu tempos depois de Israel ter chegado ao fim como nação (723/722 a.C.). A estratégia assíria de espalhar os povos súditos foi planejada para apagar a antiga identidade e lealdade nacionais. As dez tribos foram absorvidas de tal maneira pelos povos vizinhos que são, com frequência, chamadas de as tribos “perdidas’. Muitos provenientes dessas tribos, mais tarde, uniram-se aos cativos de Judá e retornaram com eles após o exílio, mas como indivíduos de uma comunidade judaica que era a continuação do antigo reino de judá, não de Israel. Outra interpretação é de que os 65 anos tenham começado por volta da época do terremoto, durante o reinado de Uzias ou Jeroboão II. Esse terremoto foi o sinal dos juízos do Senhor sobre Israel, mencionados por Amós. Caso isso esteja correto, lsaías se refere aqui meramente à queda de Samaria em 723/722 a.C. Isso é possível, mas não provável, pois não se sabe a data exata do terremoto. Visto que não se tem um ponto de início definido dos 65 anos, não é possível nem necessário determinar o significado da predição. Em todo caso, uma profecia específica como essa era clara e significativa para o povo em cujos dias foi dada. Obviamente, era mais importante que eles a entendessem do que nós.
Is.7:9 9. Se o não crerdes. Era evidente que Acaz não cria no que Deus assegurava: que Peca e Rezim não teriam êxito em seus planos. Ele ainda estava com medo. “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11:6), e muito menos se submeter à Sua liderança sábia e misericordiosa.
Is.7:10 Sem comentário para este versículo
Is.7:11 11. Pede ao Senhor, teu Deus, um sinal. Deus fez esta oferta para fortalecer a fé de Acaz. Sinais como este são dados com frequência para firmar a fé de mentes vacilantes. Quer seja embaixo. Para os massoretas (ver vol. 1, p. 10, 11), o texto hebraico conso- nantal h‘mq shlh significava hdemeq shealah, literalmente, ”[naj profundidade demanda”. Porém, revisões posteriores da LXX e por parte de tradutores gregos, muitos séculos antes dos massoretas, consideraram h'mq sh’lh como haetneq sheolah, “as profundezas da sepultura”. Não há como saber que interpretação esteja correta, embora a estrutura gramatical das palavras no hebraico favoreça “a profundidade da sepultura” (sobre o significado de “sepultura”, ver com. de 2Sm 12:23; 22:6; Pv 15:11; para outros casos em que há um contraste entre a altura dos céus e a profundidade da “sepultura”, ver Dt 32:22; Jó 11:8; SI 86:13; 139:8).
Is.7:12 12. Não o pedirei. Acaz se recusou a ser persuadido. Ele não queria acreditar, e não queria saber de nada que o ajudasse a crer. Ele tinha estabelecido sua política, estava determinado a levá-la adiante e temia tudo que pudesse influenciá-lo a mudar. O auxílio que procurava era o da Assíria, não o de Deus. Nem tentarei ao Senhor. Isto é, não colocarei o Senhor à prova pedindo um sinal. Com isso, Acaz revelou sua teimosia e rebelião contra Deus. O Senhor ofereceu ajuda e direção, mas ele escolheu confiar na ajuda da Assíria. Acaz estava determinado a não ter nada a ver com Deus, e manifestou isso com toda clareza.
Is.7:13 Sem comentário para este versículo
Is.7:14 14. O Senhor mesmo vos dará. Acaz teria um sinal do Senhor a despeito de sua vontade, mas o Senhor escolhería o sinal. Para encorajar aqueles que permaneceríam fiéis nos anos de crise por vir, Deus entendeu ser conveniente proporcionar a certeza de que estaria com eles. A nação tinha recebido um sinal por meio de “Sear-Jasube”, o primogênito de [saias (ver com. do v. 3; cf. Is 8:18), cujo nome significava “Um-Resto- Volverá" e cuja presença era um lembrete constante de que nas futuras invasões assírias ura remanescente seria salvo. Vos. No v. 13, é possível notar que “vos” se refere à "casa de Davi”, isto é, a casa real de Judá, da qual Acaz era representante. Parece também que, nos v. 1 e 2, a expressão “casa de Davi” designa o próprio Acaz. Do mesmo modo, alguns consideram o plural “vos” do v. 14 como uma forma equivalente do pronome "nós”' impessoal, e concluem que o “sinal” foi, port anto, dado a Acaz pessoal mente, corno o representante cia “casa de Davi” e na sua posição como rei e líder de judá. Outros sugerem que o plural "vos" se refere a Acaz e seus sucessores no trono de Davi. Sinal. Do heb. ’oth, “sinal”, “prova”, "marca’’, “lembrete”. No AT, um oth pode ou não ser um milagre. Em essência, assim corno no caso do arco-íris da aliança (Gn 9:12), do sábado (Êx 31:13; Ez 20:12, 20), do sangue do cordeiro pascal sobre os umbrais (Ex 12:13) e dos incensários de Corá, Data e Abirão (Nm 16:38), o oth era um lembrete visível de uma importante verdade espiritual. Os “sinais” no Egito (Êx 4:8; 7:3; Dt 4:34; etc.) e os sinais dados a Gideão (jz 6:17) e a Ezequias (2Rs 20:8, 9; Is 38:7, 8) eram milagres designados a despertar cooperação e inspirar fé. Sem exceção, um “sinal” consistia de um objeto ou ato cujo propósito era confirmar ou recordar a verdade espiritual ou a mensagem profética ligada a ele pela Inspiração. O elemento miraculoso podia estar presente ou não. Uma das características essenciais de um “sinal” era que fosse literalmente visível à pessoa ou às pessoas a quem fosse dado, a fim de que, por sua vez, os olhos da fé pudessem perceber a vontade de Deus e se apegar firmemente às Suas promessas. Sempre que alguém pediu um "sinal”, como Deus convidou Acaz a fazer (Is 7:1 J), ou quando o próprio Deus escolheu o “sinal”, ele foi literalmente visível àqueles a quem foi dirigido. Em relação a isso, é importante observar a declaração de Isaías; “Eis-me aqui, e os filhos que o Senhor me deu, para sinais e para maravilhas em Israel da parte do Senhor dos Exércitos” (Is 8:18), cujo significado é aclarado pelo fato de ocorrer na mesma sequência profética com o “sinal” prometido em 1 saias 7:14. Os nomes “Isaías”, “Sear-Jasube" e “Maer-Salal-Hás-Baz”, que significam, respectivamente, “O Senhor salvará”, "Um-Resto-Volverá” e “Rápido- Despojo-Presa-Segura”, todos falaram com eloquência de acontecimentos relacionados às iminentes e repetidas invasões assírias a Judá. Isaías e seus filhos eram ‘sinais’' designados por Deus para assegurar, se possível, a cooperação de Acaz e judá durante os anos de crise que acompanhariam o colapso e o cativeiro do reino do norte, Israel. A virgem. Do heb. ‘almah. Esta palavra, singular e plural, ocorre apenas nove vezes no AT (Gn 24:43; Êx 2:8; iCr 15:20; SI 46, introdução; 68:25; Pv 30:19; Ct 1:3; 6:8; Is 7:14) e nunca num contexto em que seu significado preciso esteja claro. Essa incerteza tem gerado diferenças de opinião quanto à tradução de ‘almah como “virgem” ou "mulher jovem”. Têm-se feito grandes esforços para provar que o termo significa exclusivamente um ou o outro, mas, até o momento, a evidência apresentada em favor de qualquer das posições não foi suficiente para convencer os estudiosos do hebraico. Lexicógrafos do hebraico concordam que ‘almah vem da raiz 'alam, "estar maduro [sexualmente]"’, e que a palavra 'almah denota uma "mulher jovem”, capaz de ter filhos. Tanto ‘almah como elem, a forma masculina da palavra, indicam de forma clara maturidade física, mas não há evidência absoluta de que impliquem virgindade ou estado civil. Contudo, deve-se observar que, em Cântico dos Cânticos 6:8 e 9, "virgens”, alamoth (plural de 'almah), estão classificadas com “rainhas” e "concubinas” em contraste com uma jovem “imaculada”. De acordo com o termo hebraico ‘almah (Is 7:14), ela podia já ter concebido (ver, a seguir, "conceberá”); e, se ela ainda era virgem quando Isaías escreveu isso, haveria, então, outro nascimento miraculoso similar ao de Jesus, o que criaria um grande problema teológico (para mais informações sobre este caso, ver Problems in Bible Translation, p. 152-157). O termo hebraico empregado para designar uma virgem é bethulah, que significa precisamente "virgem” e nada mais, nos 50 casos em que ocorre no AT. No emprego bíblico, uma bethulah era, por definição, uma mulher para se casar, jovem ou não, embora provavelmente jovem, que não havia tido contato com nenhum homem. A palavra ‘almah não é usada nenhuma vez com referência à virgindade, como ocorre com bethulah e seus derivados. Bethulah não tem equivalente cognato masculino, mas com frequência é usada em relação a bachur, “jovem seleto” ou “jovem excelente”. Bachur e bethulah descrevem os mais altos ideais hebraicos de juventude, como ‘elem e ‘almah indicam maturidade física. Sem exceção, usam-se bachur e bethulah quando se mencionam claramente integridade moral e virgindade; e nunca se empregam ‘elem e ‘almah nesse sentido. Isaías descreve Deus Se alegrando com Seu povo como “o jovem [bachur] clesposa a donzela [bethulah]” (Is 62:5). E interessante que Sião, como um símbolo do povo de Deus, uma “virgem pura”, parthenos (2Co 11:2), seja mencionado (2Rs 19:21; Is 37:22; 62:5; jr 14:17; 31:4; Lm 1:15; etc.) como bethulah, mas nunca como ‘almah. De fato, nunca se emprega ‘almah para designar o povo de Deus. O Senhor só pode aceitar uma igreja propriamente descrita como bethulah. Deus se interessa mais pelo caráter do que pela idade. Isaías usa bethulah cinco vezes (is 23:4, 12; 37:22; 47:1; 62:5), e se quisesse que a jovem de Isaías 7:14 tosse compreendida como uma “virgem", no sentido estrito da palavra, pela lógica, ele usaria bethulah neste caso também. Porém, quando citou Isaías 7:14, Mateus usou a palavra parthenos, que significa estritamente “virgem” (sobre as suas razões para isso, ver com. de Mt 1:23). O contexto de Isaías 7:14, junto ao que foi dito anteriormente com relação às palavras traduzidas como “sinal’’ e “virgem”, torna claro que a predição Leita aqui tinha uma aplicação imediata dentro do contexto das circunstâncias históricas apresentadas no capítulo. A referência de Mateus à predição torna claro que ela também aponta para o Messias. Muitas profecias do AT têm aplicação dupla como esta, primeiramente, ao futuro mais imediato e, depois, ao luturo mais distante (ver com. de Dt 18:15). Na narrativa de Isaías 7, nada mais se diz quanto à identidade da "virgem” a quem (saias se refere. No entanto, no hebraico ela é designada como “a jovem", indicando uma jovem em particular. Porém, não se sabe se ela estava presente nessa ocasião ou se Acaz ou mesmo Isaías a conheciam (ver Gesenius’ Hebrew Gmnmar, j] 126; cf. Am 5:19, em que "um leão" (cf. NTLH) traduz a frase, hebraica "o leão” (cf. ARA), isto é, o leão que persegue o homem. Com base no silêncio de Isaías 7 acerca da identidade da “virgem”, alguns sugerem que a previsão teve seu cumprimento por meio de uma pessoa desconhecida para nós, mas bem conhecida de Acaz e Isaías. Com base na suposição de que o “sinal" devia ser de natureza miraculosa e de que a palavra 'almah significa estritamente “virgem” e não só “jovem mulher”, alguns sugerem que o cumprimento literal da predição nos dias de Isaías exige que a mãe do filho prometido fosse, como Maria, uma virgem no sentido estrito do termo. Certamente, Deus faria isso se desejasse. Mas, essa criança representaria, como Cristo, uma união das naturezas divina e humana, e assim privaria Cristo de Sua posição exclusiva como o hilho de Deus divino-humano. Tendo em vista o fato de que Acaz era um jovem de 21 anos nessa época (2Rs 16:1, 2; cf. vol. 2, p. 62), outros sugerem que essa “vir- gem/mulher jovem” pode ter sido sua própria esposa, ou alguma outra jovem da realeza presente na ocasião. Ainda outros sugerem que Isaías se refere à sua própria esposa “a proietísa” (Is 8:3), que pode tê-lo acompanhado na missão de se encontrar com o rei Acaz (ver com. de Is 8:3). O fato de o ministério profético de Isaías ter continuado por 50 anos ou mais após esse incidente, que se deu no começo de seu ministério (PR, 382; cf. Is 1:1; 6:1), torna claro que de próprio era então um jovem, e que sua esposa pode ter sido denominada naquela época como “a vir- gem/mulher jovem”. Conceberá. No hebraico, o verbo está no tempo perfeito, que indica, em geral, uma ação concluída, e seria traduzido normalmente como “concebeu”. Contudo, os profetas, com frequência, usavam o tempo perfeito para indicar ação futura. Eles eram tão confiantes quanto ao cumprimento de suas pre- dições que falavam de eventos futuros como se já tivessem acontecido (ver vol. 1, p. 3). Com base nisso, "conceberá" seria uma tradução mais exata. Não é possível determinar qual tradução reflete melhor a intenção do autor; porém, muitos consideram que a interpretação mais natural do hebraico indica que a concepção da criança como sinal já era um fato quando isaías falou. A sequência dos tempos verbais no v. 14 parece exigir isso. Os que consideram a “virgem/mulher jovem” como a esposa de Acaz, ou outra jovem da família real, sugerem que essa predição constituía um "sinar para Acaz, e que Isaías, supostamente, não sabería que a concepção tinha ocorrido e que nenhum deles podería, naquele momento, saber o sexo da criança não nascida. Mas é importante lembrar que um "sinal” não precisa ser necessariamente de natureza miraculosa (ver com. de “sinal” no v. 14). Chamará. O texto hebraico, geral mente aceito, diz, literalmente, "ela chamará”, embora em vários manuscritos se leie “tu chamarás”. De acordo com a última forma, a criança ainda não nascida seria um membro da família real, e sua mãe, a esposa de Acaz ou outra jovem cujo filho Acaz tinha o direito de nomear. Porém, é provável que “ela chamará” seja o correto. Emanuel. Do heb. Immanu 'El, literalmente, "Deus conosco ”, que significa “Deus [estáj conosco”, como o contexto torna claro, para livrar Israel de seus inimigos (sobre o sentido messiânico do nome, ver com. de Mt 1:23). Assim como o nome Isaías, que significa “o Senhor salvará |Judá]”, Sear- Jasube (v. 3) que é “[UmJ-Resto-Volverá”, ou seja, Judá não ca iria como o reino do norte, e Maer-Salal-Hás-Baz que é "Rápido-Despojo- Presa-Segura", o nome Emanuel era um sinal designado por Deus para revelar Seu propósito para Judá naquele tempo e a natureza dos eventos prestes a ocorrer (ver com. de Is 8:1-3, 8, 10). O sinal de Emanuel testificaria da presença de Deus com Seu povo para o guiar, proteger e abençoar. Enquanto outras nações seriam derrotadas, judá seria mantida; enquanto Israel perecería, Judá vivería. Quando Senaqueribe atacou a terra de Judá para destruí-la, Ezequias, filho de Acaz, sem dúvida encontrou nas palavras de Isaías sobre Emanuel uma fonte de confiança e força. Na sua mensagem de encorajamento ao povo de Jerusalém, Ezequias assegurou: "Com ele está o braço de carne, mas conosco, o Senhor, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras” (2Cr 32:8).
Is.7:15 15. Manteiga e mel. A “manteiga” dos tempos bíblicos era leite coalhado, considerado uma iguaria em muitas partes do Oriente, mesmo nos dias de hoje (ver Ex 3:17; ]•/. 5:25). Uma terra que mana “leite e mel” era uma terra de fartura. Portanto, a menção aqui de comer coalhada e mel indica abundância de alimento. A terra seria desolada, mas havería comida suficiente para os poucos que permaneceríam nela após a invasão assíria (Is 7:22). Quando souber. Literal mente, “ao [heb. le) saber”, isto é, “quando ele souber”. A preposição le tem o mesmo significado em Gênesis 24:63: "ao cair da tarde”; Gênesis 3:8: “quando ouviram a voz do Senhor”; Gênesis 8:11; “à tarde"; 2 Samuel 11:1: “no tempo em que”; etc. Quando a criança chamada Emanuel fosse madura o suficiente para "desprezar o mal e escolher o bem”, comería “manteiga e mel”. Não se sabe se esse momento se refere à idade de dois ou três anos, quando o paladar da criança se acentua, ou à idade de 12, quando a percepção moral está bem desenvolvida. Dois ou três anos mais tarde seria em torno de 732 a.C. e, 12 anos, por volta de 722 (ver com. de Is 7:1). Damasco caiu em 732, e Samaria, dez anos depois. Os poucos que não seriam levados cativos encontrariam muito alimento (ver com. dos v. 21,22) na terra desolada (ver com. dos v. 17-20, 23-25; e de Is 8:4).
Is.7:16 16. Na verdade. Do heb. lú, “pois” (AA). Este conectivo requer que a "criança” do v. 16 seja identificada com o “filho" dos v. 14 e 15, e não com o “filho” Sear-Jasube, do v. 3, como sugerem alguns. A palavra lú não permite o v. 16 ser separado daquilo que o precede imediatamente. Além disso, o artigo definido “o” (AA) que precede “menino”’ : (v. 16) requer que a última criança mencionada seja o precedente, neste caso Emanuel. Antes que este menino. Ver com. do v. 15. Desamparada a terra ante cujos dois reis. Isaías advertiu Acaz a não temer Rezim e Peca, os “dois tocos de tições fumegan- tes” (v. 4). Nesse momento, ele declara que a criança que logo nascería não teria mais que dois anos quando esses reis perdessem seus tronos. Acaz deve ter subido ao trono no final de 735 a.C. ou início de 734, quando teve esse diálogo com isaías. No ano 735, Tiglate- Pileser III, da Assíria, estava em campanha contra Urartu, na região da Armênia. Em 734, ele lutou contra a Filístia, e em 733 e 732, contra Damasco (vervol. 2, p. 44, 45). A Assíria estava empregando um esforço persistente para ter controle de todo o noroeste da Ásia. Na campanha contra Assíria, Peca e Rezim se opuseram a Acaz, que tinha se aliado com Tiglate-Píleser (2Rs 16:5-7). Judá não tinha razão para temer se seus líderes tão somente confiassem na promessa implícita no nome Emanuel: “Deus [está] conosco”. No tempo em que a criança Emanuel tivesse cerca de dois anos de idade, os reinados de Peca e Rezim chegariam ao fim. Isso seria em 732 a.C., o segundo dos dois anos em que Tiglate-Pileser faria guerra contra Damasco (comparar com ísaías 8:3, 4, em que se prediz outra vez o tempo do cumprimento dessa profecia; ver ainda 2Rs 15:30; 16:9).
Is.7:17 17. Mas o Senhor fará vir sobre ti. Acaz tinha deixado claro que não pediria o auxílio divino. Em vez disso, ele planejava confiar na Assíria (2Rs 16:5-7). No entanto, Ísaías o advertiu que a Assíria não ajudaria Judá, e sim será fonte de angústia (Is 7:17- 20; 8:7, 8; 10:6). Mais tarde, quando a Assíria invadiu judá, este buscou ajuda do Egito, mas isso também foi em vão (Is 30:1-3; 31:1- 3, 8). O profeta tenta esclarecer tudo isso ao rei. Rei da Assíria. Dias de trevas e perigo estavam diante de Judá, dias de angústia como não havia desde a revolta de jeroboão dois séculos antes. O rei da Assíria invadiría não só Israel, mas também judá. Se Judá tivesse buscado ao Senhor, Ele teria derramado Suas bênçãos e não teria permitido que os assírios invadissem a nação. Ísaías buscou ferventemente guiar o rei e seu povo de volta para Deus, mas eles se recusaram. Por essa razão, a Assíria teria permissão de invadir o país.
Is.7:18 18. Assobiará o Senhor às moscas. Assobiará às moscas para reunir os exércitos desde distantes partes do Egito. O período da 24a dinastia do Egito foi, aproximadamente, de 750 a 715 a.C. No entanto, contemporânea dessa dinastia havia outra fundada por Piye, um poderoso líder da Núbia, que finalmente estendeu seu domínio até o sul do Egito (ver vol. 2, p. 36). Essa dinastia etíope, a 25a, governou o Egito de 715 a 663, aproximadamente. Quando Senaqueribe atacou Judá, evidentemente a segunda invasão (ver vol. 2, p. 49), Tiraca (ver vol. 2, p. 36, 49, 50, 144; e com. de 2Rs 18:13; 19:9), o quarto rei da 25a dinastia (ver vol. 2, p. 36, 62), ameaçou deter o avanço da Assíria (ver 2Rs 19:9; Is 37:9). È provável que muitos do povo de judá tenham confiado que o Egito os livraria da Assíria (2Rs 18:21). O rei “etíope” é chamado aqui de "mosca”, porque as moscas incomodam, e os egípcios provariam ser um estorvo em vez de um auxílio para Judá. ísaías ressalta a tolice do povo de Deus em buscar ajuda do Egito (Is 30:1-7; 31:1-3). O Senhor, não o Egito, é que salvaria Judá da Assíria (Is 31:4-9; 37:33-36). As abelhas. A Assíria é comparada a uma abelha. Abelhas, neste caso, simbolizam um inimigo persistente (Dt 1:44; SI 118:12). O ferrão de uma abelha, embora doloroso, é raramente fatal. A Assíria iria contra judá como o cetro da ira divina (Is 10:5-7), mas a nação não perecería.
Is.7:19 19. Elas virão. Continua a metáfora da invasão dos insetos. Os egípcios e assírios invadiríam todas as partes do país como moscas e abelhas.
Is.7:20 20. Naquele dia. Isto é, ao mesmo tempo. O profeta dá mais detalhes com respeito aos eventos em Judá. Uma navalha alugada. A metáfora muda. Ísaías tinha comparado Judá a um homem doente, em cujo corpo não havia nenhuma parte sã (ls 1:5, 6). Desta vez, a nação é comparada a um homem sujeito à indignidade suprema de ter os pelos e cabelos raspados da cabeça aos pés, incluindo a barba. Os orientais consideravam isso uma desgraça. Doutro lado do rio. O Eu ( rates (ver com. de Js 24:2). A Assíria seria um instrumento nas mãos do Senhor para devastar e humilhar a impenitente judá (comparar com a metáfora empregada em ls 10:5-7).
Is.7:21 21. Uma vaca nova. O país seria em grande medida devastado com a invasão assíria. Senaqueribe afirma ter levado "incontável número de animais grandes e pequenos”. Por "animais grandes", os assírios queriam dizer vacas e bois, e “animais pequenos”, ovelhas e cabras. Embora a maior parte do gado fosse levada, algumas das pessoas que permaneceram conseguiram salvar alguma vaca e talvez algumas ovelhas.
Is.7:22 22. A abundância de leite. Porém, o restante deixado na terra não seria abandonado pelo Senhor. As bênçãos do Céu estariam sobre eles, e eles comeríam “manteiga e mel”. Embora o homem trouxesse maldição, Deus abençoaria o remanescente fiel (ver com. do v. 15).
Is.7:23 23. Mil siclos de prata. Isto é, “peças de prata” (ver com. de Gn 20:16; cf. Ct 8:11). Uma peça de prata por uma vide era um preço alto, e, portanto, essas vides deviam ser de elevada qualidade. O significado, nesse caso, é que as melhores vinhas se tornariam em deserto, por falta de cuidado. Quando a “vinha” de Israel foi amaldiçoada, ela produziu espinhos e abrolhos (Is 5:6).
Is.7:24 24. Com flechas e arco. Estes seriam levados para proteção contra animais selvagens que vagueavam pelas regiões outrora cultivadas, mas então, desoladas. Ou, talvez, homens caçassem por esporte nessas regiões.
Is.7:25 25. Que os homens costumam sachar. Literalmente, “que costumava ser cavada”. Para ali não irás. No hebraico, “não virás”. Espinhos e abrolhos. Fazendas outrora pacíficas e produtivas se tornariam em desertos, porque seus antigos donos e cultivadores seriam levados em cativeiro para jamais retornarem à terra natal. Capítulo 8 I Por meio de Maer-Salal-Hás-Baz, Isaías -profetiza que Síria e Israel serão subjugados pela Assíria. 5 Do mesmo modo, Judá sofrerá devido à infidelidade. 9 Os juízos de Deus serão implacáveis. 11 Os que temem a Deus serão consolados. 19 Os idólatras sofrerão grandes aflições.
Is.8:1 1. Também. Literal mente, "e”; neste caso, é equivalente a “então”, ou “de novo”. No hebraico, o termo imn, “e”, ligado à forma do verhoyomer, “disse” (literalmente, “dirá”) parece resultar o que é conhecido como “construção consecutiva de imu” (ver vol. 1, p. 3). Isso liga o cap. 8 ao 7, e o torna uma continuação daquela narrativa. Em outras palavras, o cap. 8 deve ser considerado uma sequência do 7 e, portanto, uma explicação, ou esclarecimento dele. Do mesmo modo, os acontecimentos de Isaías 8 devem ser entendidos como relacionados de lorma direta aos de Isaías 7. O tempo dessa profecia é aproximadamente o mesmo que o do capítulo anterior, no final de 735 ou início de 734 a.C. (ver com. de Is 7:1, 16). A profecia em si também está estreitamente relacionada à do capítulo tropeço e rocha de ofensa às duas casas de Israel, laço e armadilha aos moradores de Jerusalém. anterior, e deve ser entendida dentro do contexto desse capítulo. Ardósia. Do heb. gillayon, “tablete”. A mesma palavra é traduzida como “espelhos” (Is 3:23). De maneira inteligível. Uma tradução literal do heb. cheret enosh, expressão idiomática que indica “um instrumento comum [ou estilo]”, isto é, um instrumento ou um estilo comumente usado para escrever. Maer-Salal-Hás-Baz (AA). Literalmente, “rápido-despojo-presa-segura”. Este nome, registrado num tablete, tinha o propósito de indicar a iminência da invasão assíria predita em Isaías 7:17 a 25. Por cerca de um ano antes do nascimento da criança, esse nome foi testemunha muda da mensagem simbólica para os habitantes de Jerusalém, dando-lhes ampla oportunidade de considerar seu significado (ver mais detalhes no v. 8).
Is.8:2 2. Testemunhas. Para atestarem a autenticidade e, desse modo, enfatizar a importância do documento. Urias foi o sacerdote chamado mais tarde por Acaz para construir um novo altar para o templo segundo o padrão de um altar que ele tinha visto em Damasco (ver com. de 2Rs 16:10, 11). Não se conhece a identidade de Zacarias.
Is.8:3 3. Profetisa. A esposa de Isaías também devia ter o dom profético e o auxiliava em seu ministério. As mulheres que exerciam esse dom eram chamadas de “profeti- sas” (]z 4:4; 2Rs 22:14; 20 34:22; Lc 2:36). Por outro lado, esse título pode ter sido dado a ela simplesmente por ser esposa de um pro- !> teta. iVIaer-Salal-Hás-Baz era o segundo filho de Isaías (ver Is 7:3). Como o primogênito de Isaías foi um sinal para o povo de que um "resto volvería”. O segundo seria um sinal de um juízo que não tardaria em chegar.
Is.8:4 4. Meu pai. Com a idade de um ano, uma criança em geral sabe dizer “papá” e “mamá”. Antes que a criança tivesse dois anos, os assírios devastariam Israel e Síria. Essa profecia se cumpriu em 732 a.C., quando Peca e Rezim perderam seus tronos, e, mais tarde, a vida (Is 7:16; cf. 2Rs 15:30; 16:9). Assim, o ato de escrever o nome iVIaer-Salal-Hás-Baz num tablete era um sinal de que os assírios logo viriam para saquear Samaria e despojar a Síria (ver com. de Is 8:1). Israel e Síria caíram nas mãos da Assíria, judá foi poupado por um tempo. Deus tinha dito a Acaz para não temer (Is 7:4), e predisse o nascimento de uma criança, Emanuel, que seria um sinal para assegurar que o Senhor estaria com Judá e o pouparia do destino infeliz de seus vizinhos ao norte. Num tablete de argila, Tiglate-Pileser escreveu que o povo de Israel depôs seu rei, e que ele então colocou Oseias no trono (ver vol. 2, p. 69). De acordo com 2 Reis 15:29 e 30, nos dias de Peca, Tiglate-Pileser tomou “a Gileade e à Galileia, a toda a terra de Naf- tali, e levou os seus habitantes para a Assíria”, e Oseias matou Peca e tomou seu trono. E, de acordo com 2 Reis 16:7 a 9, quando Acaz pediu a ajuda da Assíria, Tiglate-Pileser tomou Damasco, levou cativo seu povo e matou Rezim. Em vez de confiar na ajuda divina, Acaz pediu a Tiglate-Pileser para sal- vá-lo das mãos dos reis de Israel e da Síria (2Rs 16:7). Mas, ao fazer isso, Acaz abriu as portas para a destruição de Judá. O cronista declara que, por causa de Acaz, o Senhor humilhou a judá e, embora Tiglate-Pileser tenha atendido, ele ”o pôs em aperto, em vez. de fortalecê-lo” (2Cr 28:19, 20).
Is.8:5 Sem comentário para este versículo
Is.8:6 6. As águas de Siloé. Este aqueduto fluía da fonte de Giom, numa caverna na colina oriental de Jerusalém, cujas águas formavam um riacho que enchia o antigo Tanque de Siloé. Mais tarde, Ezequias construiu um túnel (no qual se encontrou a inscrição de Siloé ver vol. 2, p. 48, 71) o qual levava as águas de Giom para um novo tanque de Siloé dentro da cidade. Essas águas calmas de Siloé representavam a mensagem de segurança contra a Assíria, implícita no nome Emanuel, “Deus conosco”. Recusar as calmas águas de Siloé era o mesmo que recusar o conselho de Deus. Ao buscar ajuda da Assíria, Acaz atraiu sobre judá “as águas do Eufrates, fortes e impetuosas", pois “o rio”, “o rei da Assíria”, transbordaria “por todas as suas ribanceiras” e inundaria “a largura da tua terra [Judá]” (v. 7, 8). Tudo isso estava implícito no nome Maer-Salal-Hás-Baz, “Rápido-Despojo-Presa-Segura” (ver com. do v. 1). Diante de Rezim. O significado do lembrete do v. 6 é obscuro diante do contexto. Acaz e o povo estavam com um medo mortal de Rezim e Peca, filhos de Remalias (Is 7:1, 2). Com base numa correção do texto hebraico, alguns traduziram a última frase como “derretendo de medo diante de Rezim e do filho de Remalias” (ARA; etc.). Se bem que essa frase concorde com o contexto, também envolve uma reconstrução bem improvável do hebraico. Outros, supondo que a frase seja uma inserção editorial antiga, sugeriram que fosse omitida, para que a ideia da primeira parte do v. 6 seguisse naturalmente no v. 7. Porém, deve-se observar que o rolo lOls" do Mar Morto confirma o texto massorético.
Is.8:7 7. As águas do Eufrates. Aqui, o rio Eufrates simboliza a Assíria (ver com. de js 24:2; cf. Jr 47:2). As posteriores invasões assírias a judá são descritas como um rio que transborda em suas ribanceiras e inunda os campos vizinhos. Estas águas primeiramente engoliríam a nação de Israel e, depois, inundariam (Is 7:8) Judá. Os assírios com frequência se referiam a seus exércitos como uma inundação que destruía nações.
Is.8:8 8. Penetrarão em Judá. Por causa de sua desobediência e descrença, a terra de judá não permanecería total mente livre do ataque da Assíria. Israel perecería por completo, mas Judá não seria vencido inteiramente. Pequena a princípio, a inundação v crescería em tamanho até “ao pescoço” de judá (ver ls 30:28). A história registra que, ao final, toda a terra de judá, com exceção da cidade de Jerusalém, caiu temporariamente nas mãos da Assíria (ver com. de 2Rs 18:13). As alas estendidas. Em vez disso, “de suas asas”, em referência às correntes de água do rio transbordando nas ribanceiras. O rio representava o rei da Assíria (v. 7). Emanuel. Sobre este nome, ver com. de Is 7:14. A menção do nome Emanuel é um lembrete de que Israel podia ter tido Deus com eles. Israel, porém, perdeu por completo a presença divina, e o mesmo quase aconteceu com judá. Muitos dos líderes do povo de judá tinham abandonado ao Senhor, e como resultado Sua presença não podería estar com eles. No entanto, outros, um pequeno remanescente fiel, seriam salvos. Em princípio foi para o bem deles que essa mensagem foi dada.
Is.8:9 9. Enfurecei-vos. Do heb. róu, de rdd, que pode significar também “ser mau”, “irritar-se”, ou “quebrar-se”. Do mesmo modo, róu significaria também “estar irritado” ou “estar quebrado”. É provável que os tradutores da Vufgata Latina tenham considerado o texto hebraico sem vogais (ver vol. 1, p. 3, 10, 11) da palavra róu como sendo da raiz rciah, "ter negócios um com outro”, e desse modo traduziram róu como congregamini, “reuni-vos”, ou “associai-vos”. As traduções da NTLH e da AGE seguem essa possível leitura da Vulgata Latina. Os tradutores da LXX parecem ter tido diante de si um texto hebraico que trazia deu em vez de róu, e traduziram de‘u para o grego como gnõle, "saber”. No hebraico, as letras r e d são quase idênticas e podem ser facilmente contundidas (ver p. xxi; para exemplos, ver com. de Gn 10:4; 25:15; js 9:4; ISm 12:11; 2Sm 8:12; 23:30). Deu vem da raiz yada, "saber”, e a forma deu seria traduzida como “sabei-o”. Deu está mais em harmonia com o contexto, e pode ser traduzido como “tomai conhecimento”, ou "sabei vós". No hebraico, Isaías 8:9, tem forma poética, e a tradução “sabei vós” formaria um paralelismo com as palavras "dai ouvidos” (ver vol. 3, p. 9-12). O povos. Ou, “ó nações”. Isaías fala às nações pagãs que pensariam em “tomar conselho” (cf. v. 10, ARC) contra Deus e as adverte de que “Deus está conosco”. Na forma poética do v. 9, “ó povos” forma um paralelismo com "de países longínquos’.
Is.8:10 10. Forjai projetos. Deus é capaz de reduzir a nada todos os planos dos ímpios para frustrar Seu propósito. Ele fez isso nos dias de Acaz. Deus é conosco. Do heb. ‘Immanu 'El, as mesmas palavras transliteradas no v. 8 como Emanuel. Os v. 9 e 10 apresentam o significado da mensagem, centrada em Emanuel, que Deus estava tentando imprimir no coração do povo. No fim, os planos dos assírios não prevaleceríam contra o povo de Deus porque Ele estava "com” eles (ver Is 10:5-12). Isaías pregou fervorosamente esta mensagem ao povo de Judá e, sem dúvida, muitos aprenderam a confiar em Deus. O rei Ezequias, filho de Acaz, foi um deles. Quando Senaqueribe atacou judá, Ezequias encorajou o povo com as inspira- doras palavras: "Sede fortes e corajosos, não temais, nem vos assusteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele; porque Um há conosco maior do que está com ele. Com ele está o braço da carne, mas conosco, o Senhor, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras” (2Cr 32:7, 8). Por ele ter confiado, o Senhor esteve com Ezequias e, ao final, 185 mil do exército de Senaqueribe foram mortos numa só noite pelo anjo do Senhor (2Rs 19:35).
Is.8:11 11. Pelo caminho deste povo. Isaías não devia ceder à tendência popular de se distanciar de Deus. O Senhor deu uma ordem enfática, "tendo forte a mão sobre mim". Assim, Isaías não teria dúvidas quanto ao caminho a seguir.
Is.8:12 12. Não chameis. Embora Deus falasse a Isaías pessoalmente, Ele se dirigiu a "este povo” (v. 11). Deus continua falando ao povo no v. 15. No v. 16, outra vez, Ele se dirige a Isaías pessoalmente. Conjuração. Do heb. qesher, “conspiração , como é traduzida a palavra em mais da metade dos casos (2Sm 15:12; 2Rs 15:15, 30; Ez 22:25; etc.). Em 2 Crônicas 23:13 e outros textos, é traduzida como “traição”; só em Isaías 8:12 é traduzida como “conjuração". Nesse sentido, denota uma “confederação" formada contra alguém. Hoje, a palavra "confederação” é usada em geral no sentido de "aliança”, embora ainda signifique também "uma combinação de pessoas para propósitos ilegais”, A palavra é usada, neste caso, com esse último sentido. Síria e Israel tinham conspirado ou estavam "confederados” contra Judá (Is 7:2, 5, 6), e Acaz, por sua vez, tinha feito aliança com a Assíria contra Israel e Síria (2Rs 16:7-9). Acaz e o povo de Judá temiam a conspiração sírio-israelita, ou confederação, e tinham se unido aos pagãos numa tentativa de se contrapor ã mesma. Acaz foi repreendido pelo Senhor porque confiou na ajuda dos pagãos em vez de no auxílio divino. Aliar-se com idólatras foi uma ofensa ao Deus dos céus por parte de Seu povo. Deus queria que o povo se mantivesse independente, separado do mundo. Deve-se tomar conselho com Deus e encontrar lorça nEle. Apenas assim se pode ter a presença do Senhor para concluir Sua obra no mundo. Se o povo de Deus faz alianças com os que não O temem, a política dos homens inevitavelmente pisa os princípios do Céu, e a obra do Senhor sofre. Nossa força não está na associação íntima com o mundo, mas na cuidadosa separação dele.
Is.8:13 13. Ao Senhor dos Exércitos, a Ele santificai. Ou, "considerai santo o Senhor dos Exércitos”. Isaías teve uma visão da santidade de Deus (ls 6:1-4), e nesse momento chamava o povo de Judá a reconhecer a santidade do Senhor. A menos que o povo tivesse uma visão da infinita santidade de Deus, jamais poderia alcançar santidade. Seja Ele o vosso espanto. Ver com. de Dt 4:10; 6:2. Um povo que temesse a Deus não precisaria temer o homem. Acaz estava com medo de Peca e Rezim porque recusou temer ao Senhor. Contudo, o temor de Deus é bem diferente do temor do homem. Temer o Senhor não significa ter medo d Ele, mas mostrar-Lhe respeito, confiar nEle e amá-Lo, vir à Sua presença com alegria.
Is.8:14 14. Ele vos será santuário. Do heb. miqdash, "lugar sagrado”, “santuário”. Aqueles que temiam o Senhor (ver com. do v. 13) encontrariam um refúgio do perigo (ver com. de SI 91:1). Isaías tentou desviar o povo das coisas terrenas e aproximá-lo de Deus. Cristo toi e é o verdadeiro “santuário” de Israel. Pedra de tropeço. Jesus Se referiu a Si mesmo como a Rocha (Mt 21:42-44). Paulo citou lsaías 8:14 com referência a Cristo (Rrn 9:33), e Pedro fez uma aplicação detalhada deste versículo (lPe 2:6-8). Durante a construção do tempo de Salomão, não se podia encontrar lugar para determinada pedra enorme cortada e transportada para o local do templo. Por muito tempo, ela ficou no caminho dos construtores, sem uso e rejeitada. Porém, no final, descobriu-se que essa era a pedra mais importante de toda a estrutura, a pedra angular, e foi finalmente colocada na posição vital (ver DTN, 597, 598). Jesus é a pedra angular do judaísmo há tanto tempo rejeitada. Para os que não conheciam a Cristo, Ele era uma pedra de tropeço e ofensa. Ele estava constantemente no caminho deles, impedindo- os de levar adiante seus planos e cumprir seus desígnios ímpios. A pedra na qual tropeçaram era a pedra angular do próprio Céu, sem a qual é impossível ter vida, alegria e paz. As duas casas de Israel. Esta frase torna evidente que lsaías se dirige não apenas a Judá, mas também a Israel. Tanto Israel quanto Judá se voltaram contra o Senhor e Sua lei, e encontraram nEle ofensa em vez de o santuário de vida e esperança que Ele prometeu ser. Laço e armadilha. A metáfora da pedra mucla para a da armadilha, para ressaltar outro aspecto do problema. Cristo e Sua mensagem seriam como laço ou armadilha > para os habitantes ímpios de Jerusalém. Ele que deveria ser vida, esperança e proteção de toda a humanidade seria armadilha para os que se recusassem a andar em Seus caminhos. Porém, só assim a vida pode ser preservada na terra. Se os ímpios pudessem andar sem restrições em seus maus caminhos, logo destruiríam a si mesmos e aos habitantes da Terra. Somente cortando as atividades dos ímpios e colocando algumas restrições sobre eles além das quais não se pode seguir, é que a continuidade da vida é possível na Terra. Todo servo de Deus pode agradecer o fato de Deus ser como laço e armadilha para os ímpios, pois de outro modo não baveria paz, alegria, liberdade ou esperança para os habitantes da Terra.
Is.8:15 15. Tropeçarão e cairão. O Senhor está se referindo primeiramente ao povo do tempo de lsaías. Contudo, em todas as eras, os que se rebelam contra Deus e Sua lei também “tropeçarão e cairão', ao recusarem as advertências da Palavra de Deus. Os que, por falta de discernimento espiritual, não entendem as mensagens da Palavra de Deus, com frequência fazem com que essas mensagens se tornem em tropeço para quem está sob sua influência. Ninguém será enganado se tiver percepção espiritual e amor pela verdade.
Is.8:16 16. Resguarda o testemunho. Esta era a tarefa de lsaías. Estas palavras se referem ao antigo costume de atar um documento e selá-lo. Alguns dos papiros aramaicos judaicos do 5° século a.C., descobertos em Elefantina, no Egito, foram encontrados ainda amarrados com linha e o nó selado com argila estampado com impressão de um selo talhado (ver vol. 3, p. 687). Essa era a forma de confirmar a autenticidade do conteúdo do documento e mantê-lo intacto. Assim deve ser com as palavras de Deus e Sua lei. fsaías tinha dado uma mensagem vital ao povo, a mensagem divina de vida para a nação. Essa mensagem devia ser preservada com diligência. Deus tinha dado a Israel Sua santa lei, e obediência a ela significava vida a toda a humanidade. Era vital que a lei fosse guardada intacta ao longo das eras, que sequer um i ou til fosse mudado ou invalidado por algum motivo (ver com. de Mt 5:17, 18).
Is.8:17 17. Esperarei. lsaías é quem fala. Esta é sua resposta pessoal à mensagem de Deus nos v. 12 a 16. Não importa o que os outros fizessem, o profeta afirma seu propósito de obedecer a Deus e encontrar nEle confiança e força. Esconde o Seu rosto. Deus jamais esconde o rosto de forma arbitrária de qualquer nação ou pessoa. No entanto, quando o ser humano Lhe dá as costas, Ele esconde Seu rosto dele (ver Is 59:1, 2). Deus não falará para sempre a quem não quer ouvir. Foi por Israel se recusar a ouvir a Palavra do Senhor e a obedecer à Sua lei que Ele escondeu deles a lace. A experiência da nação como um todo é similar à de Saul quando o Senhor já não o ouvia (1 Sm 28:6). A Ele aguardarei. Não importa qual seja a experiência dos outros, Isaías buscaria a Deus, ouviria Suas palavras e andaria nos Seus caminhos (ver js 24:15).
Is.8:18 18. Eis-me aqui, e os filhos. Conforme indicado por seus nomes (ver com. de Is 7:14), Isaías e seus filhos tinham sido ordenados por Deus a serem sinais ao povo de Judá. Por meio deles, Deus proclamou uma mensagem vital ao povo. O nome “Isaías'' significa “o Senhor salvará De fato, o nome de Isaías é o tema do livro que leva seu nome (ver p. 72). Com relação às circunstâncias imediatas, isso significava salvação do poder de Israel, cia Síria e da Assíria. O nome do primogênito de Isaías, Sear-|asube, significa “[Umj-Resto-Volveráe essa criança com seu nome significava para o povo que um remanescente seria salvo. Deus não iria destruir Judá por completo dessa vez, como planejou lazer com Israel. O nome do segundo filho de Isaías, Maer-Salal-1 lás-Baz, significa “Rápido-Despojo-Presa-Segura” Esse filho era um lembrete constante de que o juízo se aproximava rapidamente e que logo cairia sobre os que rejeitassem a graça de Deus. Para os que eram fiéis e verdadeiros a Ele, a criança Emanuel era a certeza da contínua companhia de Deus.
Is.8:19 19. Quando vos disserem. Isaías condena as fontes de conselho nas quais Acaz e muitos em Judá confiavam. Necromantes. Ver com. de Lv 19:31; Dt 18:11. Por meio de suas iniqu idades, os filhos de Israel haviam se separado de Deus, assim como fez Saul, até que o Senhor já não lhes respondia (ver com. de ISm 28:6). E, como Saul, o povo buscava demônios para ter direção e ajuda. O espiritualismo prevalecia, como hoje, e o povo buscava a direção dos espíritos. Murmuram. Do heb. tsafaf, “sussurrar”, “chilrear” (ver com. de Lv 19:31). O médium sussurrava. Nestas palavras se nota um tom de ridicularização e desprezo. Os emissários do diabo com frequência empregavam os meios mais sem sentido e degradantes para fazer contato com os espíritos. Ao consultar os espíritos de demônios, as pessoas se tornam como eles em caráter e ações. Satanás exerce influência praticamente ilimitada sobre aqueles que abandonam a “lei" e o “testemunho” (Is 8:20) e preferem ouvir mensagens mais agradáveis dos espíritos maus. Não consultará o povo ao Seu Deus? Em vez de procurar os médiuns para conselho. Foi o auge da tolice o fato tle Israel abandonar a Deus, o autor da vida, e se entregar ao autor da miséria e da morte. A favor dos vivos se consultarão os mortos? Vistos que "os mortos não sabem coisa nenhuma” (Ec 9:5), é óbvio que não podem ser consultados e que qualquer intento de fazê-lo é engano. Não há maior insensatez do que abandonar o Deus vivo e se colocar sob a influência do autor da morte. Aqueles que recusam a verdade porque ela não lhes agrada ficam indefesos contra as mentiras do diabo (ver 2Ts 2:10, 11).
Is.8:20 20. A lei. Do heb. torah, indicando toda a vontade revelada de Deus. Este é o termo bíblico comum para os escritos inspirados, em especial os de Moisés (ver com. de Nm 19:14; Dt 4:44; 30:10; 31:9; Pv 3:1; ver vol. 1, p. 13, 14). fsaías desvia a atenção do povo das palavras e da sabedoria de homens e de demônios para a sabedoria revelada de Deus. Os profetas de Deus eram suas testemunhas, ou porta-vozes, e o “testemunho” que davam era a mensagem divina de sabedoria e vida. lsaías dirige o ser humano à Palavra de Deus como o padrão da verdade e o guia para o viver correto. Deus Se revelou na Sua Palavra. O que quer que alguém diga que não esteja em harmonia com essa Palavra não tem luz em si mesmo (ver com. de ls 50:10, 11).
Is.8:21 21. Duramente oprimidos e famintos. lsaías se refere àqueles que rejeitaram Deus e a luz de Sua Palavra, em particular aos que rejeitaram a mensagem profética de lsaías 7 e 8. Iodos eles caminhavam pela escuridão, em perplexidade e angústia, ansiando por algo que não sabiam o quê, procurando algo que jamais poderíam encontrar, estando longe de Deus. Em trevas e inquietação, sem luz e sem esperança, irritados por sua situação, culpam os líderes humanos pelo que passam, amaldiçoam a Deus porque colherão os resultados da desobediência. O profeta descreve bem a experiência dos rebeldes de todas as eras. Em lsaías 9:1 a 8, sua visão inspirada contempla brevemente o futuro, o tempo do primeiro advento de Cristo, a luz que dissiparia a escuridão do ser humano com os brilhantes raios do Sol da Justiça (Ml 4:2; ver com. de \l: 1:23).
Is.8:22 22. Olharão. Estas pessoas olham para o céu, mas sem perceber Deus ou a luz. Então olham para a terra e encontram apenas angústia de alma e perplexidade. Sem Deus, o mundo é um enigmático labirinto de incerteza e angústia. O Messias, pelo qual o profeta anseia (Is 9:1-7), é a única luz e a esperança de um futuro melhor. Capítulo 9 I A alegria a ser desfrutada com o nascimento e o reino do Messias. 8 Os juízos sobre Israel por causa do orgulho, 13 da hipocrisia 18 e impenitência. I Mas para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de Nahali; mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios. se alegram na ceita e como exultam quando repartem os despojos.
Is.9:1 1. Aflita. Literalmente, “mais pesarosa”, isto é, à que se deve dar grande consideração e, portanto, ser honrada ou feita gloriosa. O paralelo do v. 2 entre “sombra” e “luz” parece requerer um contraste no v. 1, entre aflição e honra. A obscuridade. Na Bíblia hebraica, Isaías 9:1 corresponde a Isaías 8:23. Os v. 1 a 7, de Isaías 9, estão intimamente relacionados aos versículos finais do cap. 8, que apresentam um quadro de extrema miséria e escuridão. Nos dias de Isaías, os exércitos da Assíria impuseram miséria e escuridão (Is 9:2) para Zebulom e Naftali, duas das Com tudo isto, não se aparta a Sua ira, e a mão dEle continua ainda estendida. tribos que estavam mais ao norte de Israel. Isaías se deu conta de que isso era resultado da escuridão espiritual e, com visão profética, contemplou a “grande luz” (v. 2, 6, 7), que dissipará a escuridão dos seres humanos (Jo 1:4-9; 8:12; 9:5). As mesmas regiões que viram tanta angústia veriam uma revelação de glória e luz. A descrição é a da vinda do Messias ao mundo com a mensagem de vida e esperança. O Sol da Justiça brilhará (Ml 4:2) sobre um mundo imerso em trevas e trará salvação em Suas asas (ver DTN, 34, 35). Zebulom. Na época em que Isaías escreveu estas palavras, a terra de Israel vivia em angústia, principalmente as regiões fronteiriças ao norte e ao leste, pois Tiglate-Pileser III invadira o país e tomado a “Quedes, a Hazor, a Gileade e à Galileia, a toda a terra de Naftaii, e levou os seus habitantes para a Assíria" (2Rs 15:29). O caminho do mar. Na Antiguidade, davam-se nomes descritivos às estradas (ver Nm 21:22; Dt 1:2; ver com. de Nm 20:17; Dt 2:27). Alguns identificam “o caminho do mar” com a famosa rota das caravanas que ia desde Damasco e das regiões além do Jordão, passava pela Galileia, até o mar Mediterrâneo (ver com. de Mc 2:14). Outros identificam “o caminho do mar” com a rota costeira que ia em direção ao norte para Tiro e Sidom. Galileia dos gentios. A Quedes mencionada em 2 Reis 15:29 ficava na Galileia, e era uma cidade de refúgio (Js 20:7; 21:32). Nos dias de Salomão, o distrito da Galileia se estendia até a região de Tiro (1 Rs 9:11). O nome “Galileia” significa “círculo” ou “circuito”. A Galileia dos tempos do NT tinha uma área um pouco maior que a antiga. Ela era chamada de “Galileia das nações” porque era habitada por população mista, da qual apenas uma pequena porção era judaica. Contudo, essa região estava ligada ao mundo por meio de estradas que levavam a Damasco, ao Eufrates, à Mesopotâmia, Tiro, Asia Menor, Europa ao norte e a Samaria, Judeia e Egito ao sul. Foi nessa região, acessível ao mundo, que Jesus passou a maior parte de Seu ministério.
Is.9:2 2. Grande luz. Para o povo da Galileia, que vivia numa escuridão tão impenetrável, uma grande luz logo brilharia (ver Jo 1:4-9). A mente do profeta foi dirigida à vinda do Messias ao mundo. Estas palavras se cumpriram no começo do ministério público de Cristo na Galileia (ver com. de Mt 4:12-16). Desde a época do cativeiro das dez tribos em
Is.9:3 3. A alegria lhe aumentaste. Vinte manuscritos hebraicos, a Siríaca e os tar- guns trazem lo em vez de lo\ “lhe aumentaste” em vez de “não” (KJV), que parece mais apropriado ao contexto. O profeta descreve um dia mais feliz, quando o Messias terá vindo para Seu povo, trazendo paz e alegria. Eles seriam em maior número (ver ls 26:15; Ez 36:10, 11) e sua felicidade se multiplicaria. Como se alegram na ceifa. Isto é, alegria como a dos trabalhadores na época de colheita, que para os agricultores é a mais feliz do ano. No outono, os hebreus tinham a Festa dos Tabernáculos, tempo de grande alegria e ações de graça (ver Ne 8:17). Alegravam-se porque sabiam que Deus estava com eles (Fl 3:1; 4:4). Cristo veio para proclamar paz e felicidade (Is 61:3; Lc 2:13, 14).
Is.9:4 4. Quebraste o jugo. Cristo quebraria o jugo do pecado e aliviaria a humanidade da opressiva carga de culpa e ansiedade que pesa tanto (Is 61:1, 2; ver com. de Lc 4:18, 19; Mt 11:28-30). No dia dos midianitas. Durante os dias dos juizes, Israel esteve com frequência sob a dura mão de um opressor, mas era fínalmente libertado por um herói nacional (ver vol. 2, p. 30-35). Gideão teve uma vitória gloriosa sobre um inimigo esmagador, quebrou o poder dos midianitas e libertou o povo (Jz 7:19-25).
Is.9:5 5. Toda bota. A figura é de luta e derramamento de sangue, de tumulto, agitação e morte, mas de vitória final e queima dos restos da batalha. O conflito entre Cristo e Satanás atinge o clímax na grande batalha do Armagedom, o prelúdio do reino eterno do Messias (SI 46:6-9; 76:2, 3; Is 63:1-6; Ez 38:21, 22; 39:9; J1 3:11, 16; Zc 9:9, 10; 14:13; Ap 16:14, 16; 19:11-19).
Is.9:6 6. Um menino nos nasceu, lsaías conclui a descrição da era vindoura de paz com uma notável profecia sobre o grande Príncipe da Paz. A paz jamais será alcançada neste mundo por meio de esforços humanos. Na descrição do Rei vindouro, que reinará com justiça e santidade, lsaías emprega termos que não podem pertencer a nenhum governante terreno. Sem dúvida há apenas uma pessoa em todo o universo a quem se possa aplicar esta descrição: Cristo. Em nenhum outro lugar da Bíblia se encontra ideia tão excelsa, tamanha beleza de expressão, intensidade de sentimento na descrição do Salvador e Rei vindouro. De fato, lsaías teve a visão do Senhor da glória quando essas palavras foram escritas. A mão de Deus estava sobre ele e um anjo guiava sua pena, assim como no caso de outros escritores do AT. No Salmo 110, Cristo é apresentado como o Rei vindouro, que será 'sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (v. 4). No Salmo 2, Ele é descrito regendo as nações com vara de ferro; e no Salmo 45 é descrito cavalgando em majestade. O governo. Cristo governará sobre todo o Céu e a Terra (ver Dn 2:44, 45; Mt 25:31; 28:18; Lc 1:32, 33; iCo 15:25, cf. SI 110:1; Fp 2:10; Ap 11:15). Maravilhoso Conselheiro. Ver Is 11:2, 3; 25:1; 28:29. Este nome encerra a ideia de sabedoria, amabilidade e consideração, um nome que suscitaria adoração e louvor de todos os seres no Céu, na Terra e em todo o universo (ver Fp 2:9-11; Ap 5:12, 13). Deus Forte. Jesus, o Filho, não é menos Deus que o Pai. Ele é um com o Pai desde a eternidade (ver SI 90:2; Pv 8:22-30; Mq 5:2; jo 1:1; 14:9, 11; DTN, 19). Pai da Eternidade. Assim como Deus, o Pai, é eterno, Cristo também o é. lsaías o chama de Pai porque Ele é o Pai de toda a humanidade de uma forma especial, como Criador do ser humano e do mundo (jo 1:3; Ef 3:9; Cl 1:16; Hb 1:2; cf. Gn 1:26). Nenhuma outra palavra a não ser “Pai” expressa de forma tão completa o amor e o cuidado de Jesus para com Seu filhos. Quando Cristo governar, será como pai para Seu povo (Is 22:21, 22; cf. Ap 3:7). ’ Príncipe da Paz. Ver Zc 9:9, 10; Ef 2:14. A paz só existe onde há justiça (Is 32:17, 18), e Jesus é o rei justo (jr 23:5, 6; 33:15, 16), que imputa e concede Sua própria justiça ao ser humano. Ele veio ao mundo para trazer a paz (Lc 2:14; Jo 14:27; ver também Fp 4:7).
Is.9:7 7. Seu governo. Daniel prediz que o reino de Cristo esmiuçará todos os reinos da Terra e “consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Dn 2:44; cf. Ap 11:15). O anjo Gabriel declarou que “o seu reinado não terá fim” (Lc 1:33). O trono de Davi. Ele foi um símbolo de Cristo, e é por meio de Cristo que o trono de Davi será estabelecido para sempre (Gn 49:10; 2Sm 7:11-13; SI 89:3, 4, 29, 36; 132:11, 12; jr 23:5; 33:17; Lc 1:32; ver com. de Dt 18:15; ICr 28:7; Mt 1:1). O juízo e a justiça. Literalmente, “com justiça e com retidão” (ver Is 11:4, 5; 16:5). O zelo. Por que o Senhor fará tudo isso? Ele é movido por zelo santo e ardente, por um espírito de amor. O seu amor não pode < permanecer inativo. Quando Ele pensa no ser humano perdido em pecado, isso o impulsiona a realizar obras de graça e perdão. Não há poder maior que o amor, nada que possa mover alguém a fazer maior sacrifício ou mais vigoroso serviço. O amor todo- abrangente de Cristo O move a governar com espírito de serviço abnegado, com “juízo e justiça”.
Is.9:8 8. Contra Jacó. Como o contexto torna claro (v. 9-17), a mensagem apresentada em seguida é dirigida "contra Jacó” como presságio do juízo divino. Este versículo dá início a uma nova seção, que se estende até o cap. 10:4, na qual o Senhor repreende a nação de Israel. A visão do Rei que reinará em glória termina, e o profeta volta a atenção para os problemas da situação imediata. A época é a mesma que a dos capítulos anteriores, pois Rezim, da Síria, ainda está vivo (v. II), e a mensagem deve, portanto, ter sido dada entre 735 e 732 a.C., quando Rezim morreu. Em Israel. O v. 8 menciona tanto Jacó quanto Israel. A mensagem de Isaías 9:8 até 10:4 é primeiramente dirigida às dez tribos rebeldes, em geral chamadas de Efraim ou Samaria (Is 9:9, 21). No v. 14, é muito provável que se empregue o termo “Israel" para se referir à nação do norte. No v. 8, no entanto, “Israel” se refere à nação do norte, Israel, e "jacó”, à do sul, ou judá. sendo esté o caso, o sentido é cjue o Senhor enviou a mensagem por meio de judá a Israel. Porém, num sentido mais geral, Isaías, com frequência, usa os termos jacó e Israel para todo o povo de Deus (ver Is 10:20-22; 27:6; 29:23; 40:27; 41:8, 14; 43:1, 22, 28; 44:5; 46:3; 48:1, 12; 49:6). Após a queda final do reino do norte, ambos os termos, em geral, se referem a Judá.
Is.9:9 9. Efraim. O Senhor tinha assegurado que os planos de Efraim e da Síria contra judá não teriam êxito (Is 7:4-7). Eles já tinham passado por alguns reveses, mas Peca, de Israel, ainda estava determinado a continuar o ataque a Judá. Em soberba e altivez de coração. Com arrogância perversa, Peca se recusou a aceitar as advertências dadas por meio de Isaías, e decidiu seguir adiante com seus planos contra Acaz.
Is.9:10 10. Tornaremos a edificar. Isaías se refere ao fracasso dos esforços anteriores de Peca, que, nesse contexto, fazia planos para recuperar o que havia perdido (ver Is 7:1). É como se um edifício de tijolos tivesse sido demolido, mas Peca o reconstruísse de novo, desta vez com pedras. Os “sicômoros”, tendo sido cortados, (ver com. de Lc 17:6; 19:4), seriam substituídos por cedros, mais caros e duráveis (ver lRs 10:27). Ele estava mostrando sua perversidade e rebeldia contra a vontade do Céu.
Is.9:11 11. Os adversários. O Senhor enviaria os assírios, inimigos de Rezim, contra Israel. Em 2 Reis 15:29, está o relato das medidas de Tiglate-Pileser contra Peca.
Is.9:12 12. Os siros. Nesse momento, a Síria era aliada de Efraim contra judá (Is 7:1, 2), mas o Senhor prometeu colocar os siros contra Israel, seu antigo inimigo. Alianças entre nações do Oriente eram efêmeras, e o aliado de hoje podia se tornar um inimigo implacável no dia seguinte. Os siros atacariam Israel desde o norte e o leste, e os filisteus viriam contra eles do sul e do oeste. Os hebreus tinham o leste como referência (ver com. de Gn 29:1; Êx 3:1; Nm 3:23). Assim, os siros provinham do “Oriente” e os filisteus, do “Ocidente". Continua ainda estendida. A mesma expressão é usada com relação a outros juízos (ver Ex 7:19; 8:5; Is 5:25). O Senhor tinha ferido Israel com juízos, mas Sua mão estava estendida como se fosse mandar mais juízos sobre a nação. Tiglate-Pileser UI tomou grande parte de Israel, mas não o destruiu; o cerco de Salmaneser V, ainda por vir, traria o fim completo da nação.
Is.9:13 13. Não se voltou. Deus enviou Seus juízos, não para destruir, mas para que o povo se arrependesse. Contudo, eles falharam em aceitar as mensagens de repreensão, e continuaram em iniquidade e perversidade. Por isso, outros juízos mais severos, inevitavelmente cairiam. Para quem o fere. Ver Is 1:5, 6.
Is.9:14 14. Corta de Israel. Visto que Israel não se arrependeu, o Senhor não podia fazer mais nada além de enviar mais juízos, que cortariam deles "cabeça e cauda” (ver com. do v. 13). A nação seria destruída por com- ; pleto, e os juízos cairiam em especial sobre aqueles que desviaram a nação (ver v. 16). A palma e o junco. A palma se refere aos nobres e aos governantes do país. O junco pode se referir aos que fingiam humildade (Is 58:5), ou, de acordo com lsaías 9:14 e 15, aos falsos profetas.
Is.9:15 15. O ancião. Ver ls 3:2, 3. Príncipes, juizes, oficiais civis e militares estavam dentre os líderes mais importantes da nação. O juízo seria particularmente severo para essa classe. Que ensina a mentira. A classe mais desprezível da nação era o grupo responsável por prover liderança espiritual, mas que conduzira o povo pelos caminhos do erro e da necessidade, lsaías não os poupou nas mensagens de repreensão (Is 28:7; 29:9, 10).
Is.9:16 16. São enganadores. Nações devem ler líderes, mas líderes, às vezes, conduzem na direção errada. Muitas nações foram destruídas porque seus líderes desviaram o povo. A pessoa que aspira à liderança deve considerar com seriedade as pesadas responsabilidades desse posto. O destino de uma nação depende do conselho e do exemplo de seu líder. Israel falhou porque seus líderes desviaram o povo.
Is.9:17 17. Não se regozija. O rolo fQIs" do Mar Morto traz “não tem piedade”, que parece se harmonizar melhor com o contexto. ímpios. Ver com. de Mt 6:2; 7:5; 23:3, 13. Quando Israel caiu, o povo estava totalmente entregue ao mal. Eles ainda professavam a religião, mas se regozijavam abertamente com a iniquidade. Todas as classes estavam envolvidas, e todos sofreriam, do jovem até o velho. Quando a iniquidade chegou a esse ponto, a justiça exigiu que caíssem os juízos.
Is.9:18 18. Lavra como um fogo. Esta é uma descrição impressionante dos efeitos da iniquidade. O pecado mata, mas não cura. A iniquidade queima e cria cinzas e desolação, mas não conserta ou constrói. Abrolhos e espinhos, destinados apenas para a destruição, simbolizam a iniquidade que prevalecia entre o povo (ver Is 5:6; 7:23-25; 10:17; 27:4; 32:13). Quando o país estivesse coberto de espinhos e abrolhos, de modo a asfixiar as boas árvores da floresta, então a iniquidade irrompería como fogo para consumir a si mesma. O pecado seria punido; na realidade, traria sua própria destruição (ver Is 33:11, 12; Jr 21:14; Jl 1:19, 20; Hb 6:8). Desse modo, a terra ficaria limpa, pronta para o crescimento da nova vegetação (ver 2Pe 3:10-13).
Is.9:19 19. A terra está abrasada. Ver com. dos v. 1, 2. O profeta vê uma cena de caos e confusão. As pessoas estão confusas, e o país está coberto de trevas. Paixão e amargura, ódio e vício, injustiça e crueldade dilaceraram de tal modo o coração das pessoas e inflamaram seu espírito que todas se voltavam contra o próximo. Tal será o efeito final do mal quando "a espada de cada um se voltará contra o seu próximo" (Ez 38:21) e quando cada um “levantará a mão contra o seu próximo" (Zc 14:13).
Is.9:20 20. A carne do seu próximo. Uma descrição vivida dos efeitos finais da cobiça e da corrupção. No fim, o egoísmo consome a si mesmo. Aquele que não se interessa pelo bem-estar de seu próximo está, na verdade, trabalhando contra seus próprios interesses. Ninguém pode, ao final, ser perfeitamente feliz e próspero a menos que seu próximo também esteja feliz. Quando alguém se exalta, oprimindo seu próximo, prepara caminho para a própria destruição. Quando nações se destroem a fim de promover seus interesses egoístas, cometem a maior das tolices, pois estão se destruindo a si mesmas e ao mundo em que vivem. Assim como no passado, nações e indivíduos se destruíram mutuamente por causa de discórdia e cobiça, o mundo hoje está no processo de provocar a própria destruição.
Is.9:21 21. Manassés ataca a Efraim. Essas duas tribos eram irmãs e tinham interesses em comum. Vias, quando Efraim se levantou contra Manassés e vive-versa, a destruição de ambas foi inevitável. E quando essas duas tribos se levantaram contra sua irmã judá, estavam assegurando que logo viria seu próprio fim. Nenhuma nação pode suportar por muito tempo tal confusão de crime, ? concupiscência e sangue, como foi o caso do reino do norte durante os primeiros anos de Isaías. Continua ainda estendida. No capítulo seguinte há outra série de crimes para os quais a mão do Senhor continuou estendida para punir. Isso dá continuidade à linha de pensamento. Ed, 73; GC, 46; MDC, 27; PP, 34, 755; TM, 222; Capítulo 10
Is.10:1 1. Leis injustas. Israel e Judá eram culpados do mal denunciado nesta passagem, que é o mesmo já denunciado em Judá (Is 1:23; 5:23). O crime era a injustiça contra o pobre e o necessitado, contra viúvas e órfãos, desafortunados e oprimidos. As pessoas pensavam apenas em si mesmas e em seus interesses. O mal dessa época era o egoísmo e a cobiça, um mal que estava corroendo o coração do povo.
Is.10:2 Sem comentário para este versículo
Is.10:3 3. No dia do castigo. Em vez de pronunciar julgamento contra os opressores do pobre, o Senhor, ao levantar essa pergunta, faz com que pronunciem julgamento contra si mesmos. Esses juizes injustos sabiam o suficiente de justiça e equidade para ter a consciência de que eram culpados e que não escapariam no dia do castigo divino. Isaías havia declarado como os ímpios fugiríam para as rochas e cavernas para se esconderem da glória no dia do Senhor, 'quando Ele Se levantar para espantar a terra” (Is 2:19).
Is.10:4 4. Os prisioneiros. O texto hebraico do início do v. 4 não é claro. Porém, a idéia é que os juizes injustos dos v. 1 a 3, no dia da visitação do Senhor, estarão entre os prisioneiros, humilhados e atemorizados diante do Juiz do universo, e terão o mesmo destino: serão contados com os mortos.
Is.10:5 5. Cetro da Minha ira. Após ter enumerado os crimes pelos quais Seu povo professo seria julgado, o Senhor apresentou os meios que empregaria para executar o juízo contra ele. Deus decretou a sentença, e a Assíria será o instrumento pelo qual a sentença será executada. A Assíria é comparada a uma navalha alugada (Is 7:20).
Is.10:6 6. Nação ímpia. Isto é, judá, pois, nesse tempo, Samaria já havia sido subjugada (v. 11). Roube a presa. Isso lembra o nome do filho de lsaías: Maer-Salal-Hás-Baz (Is 8:3), que significa "Rápido-Despojo-Presa-Segura”. O Senhor ordenou que a Assíria executasse juízo contra Israel e Damasco (Is 8:4) e também contra Judá.
Is.10:7 7. Não entende assim. Esta é uma revelação interessante sobre o modo como o Senhor age com as nações. Quando alguns poderes precisaram ser castigados, o Senhor usou a Assíria como vara para punir. No entanto, a Assíria não tinha idéia de que estava sendo usada como instrumento nas mãos do Senhor. Tanto quanto sabiam os líderes assírios, suas políticas foram determinadas por seus próprios interesses egoístas. Em outras palavras, não era o Espírito do Senhor que movia a Assíria contra Israel e Judá. Então, como é possível dizer que a Assíria foi um instrumento nas mãos do Senhor? A mão protetora de Deus foi retirada do povo contra o qual o castigo tinha sido decretado, e assim a Assíria pôde cumprir sua vontade egoísta e má. Ê assim que o Senhor cumpre Sua vontade soberana num mundo que está em rebelião contra Ele. Os propósitos de homens e demônios eram revogados a fim de que se realizassem os propósitos de Deus (ver com. de 2Cr 18:18; 22:8; Dn 4:17).
Is.10:8 8. Meus príncipes. Os líderes da Assíria se gloriavam de que seu poder e sua glória eram tão excelsos que os monarcas cias nações vizinhas pareciam como nada diante deles. Os governantes da Assíria se deleitavam em apresentar longas listas de reis vassalos que lhes pagavam tributo e os reverenciavam.
Is.10:9 9. Calno como Carquemis. Cal no (Calné), Kullani para os assírios, foi uma cidade tomada pela Assíria em 738 a.C. O rei Pisiris, de Carquemis, pagou tributo a Tiglate- Pileser, em Arpade, em 743. Carquemis estava situada na curva do Eufrates, cerca de 600 km a noroeste de Jerusalém, e Kullani ficava a 75 km ao sudoeste de Carquemis. Hamate como Arpade. Dezenove distritos de Elamate foram subjugados pela Assíria em 743 a.C., ou logo depois. Arpade teve um papel importante nas campanhas assírias de 743 até 740. Arpade ficava a poucos quilômetros de Kullani; e Hamate, no Orontes, estava a 190 km ao norte pelo leste de Damasco. Damasco ficava a cerca de 160 km a nordeste de Samaria. Samaria, como Damasco. As campanhas de Tiglate-Pileser, de 733 e 732 a.C., foram contra Damasco, e em 727 houve ainda outra campanha contra essa cidade. Samaria foi sitiada por Salmaneser V e tomada em 723/722 (ver vol. 2, p. 70, 144), e seus cidadãos foram levados cativos para a Assíria. Contudo, a maior parte das regiões norte e leste do reino de Israel já tinha sido subjugada por Tiglate-Pileser, por volta de 732, alguns anos antes de Samaria ser forçada a se submeter ao domínio assírio.
Is.10:10 10. Os reinos. A Assíria tinha conseguido dominar as cidades importantes citadas no v. 9. Seus deuses não tiveram poder para protegê-las contra a Assíria, que considerava seus deuses superiores sobre todos os outros, e cria que suas vastas conquistas confirmavam isso. Para o rei assírio, e para todos os povos antigos, a grandeza de um deus era medida pelo poder da nação que o adorava. Portanto, os "deuses” de Jerusalém e Samaria foram considerados inferiores aos deuses das muitas nações já conquistadas pela Assíria.
Is.10:11 11. A Samaria e aos seus ídolos. Os assírios criam que os deuses das outras nações eram semelhantes aos seus. Para eles, o Deus de Jerusalém não era diferente do deus de nenhuma outra cidade. Visto que o Deus de Samaria tinha falhado em salvá-la, da mesma forma o Deus de Jerusalém não seria capaz de protegê-la do poder da Assíria.
Is.10:12 12. Toda a Sua obra. Deus tinha uma tareia para cumprir: trazer juízo sobre Sião e Jerusalém. A Assíria seria o instrumento dEle para desempenhar essa tarefa. Mas, quando a obra estivesse concluída, o Senhor puniria a Assíria por seu orgulho e arrogância. Castigará. O hebraico diz, literalmente, “pedirei contas”. A versão ARC mantém a mudança da terceira pessoa, na primeira parte do versículo, no hebraico, para a primeira pessoa aqui (“visitarei’’), talvez para dar ênfase.
Is.10:13 13. Minha mão. Comparar com Dn 4:30. A análise da política assíria apresentada em Isaías 10:13 justifica o juízo de Deus contra essa nação. A primeira vista, pode parecer injusto que o Senhor usasse a Assíria para realizar a tarefa para depois puni-la por ter feito o que Ele queria (ver com. de Ex 4:21; 9:16). No entanto, a razão disso está clara. A Assíria pensava só em si mesma, não em Deus (ver com. de Is 10:7). Ela deseja apenas saquear e conquistar. Quando humilhou Jerusalém, considerou a si e a seu deus como > mais fortes que Jerusalém e seu Deus. Os assírios não sabiam que, ao cumprir os próprios desígnios, estavam sendo usados por Yahweh para realizar Seus propósitos, e que não seria capaz de fazer nada contra Judá ou qualquer outra nação sem o aval do Senhor. A Assíria precisava aprender que há um Deus nos céus interessado no que é justo, um Deus que fará com que todos os transgressores recebam o que merecem, mesmo aqueles que exteriormente professam adorá-Lo. A Assíria era culpada diante de Deus pela cruel dominação de muitos países do Oriente. Seus crimes contra o ser humano e contra Deus, seu orgulho, sua arrogância e perversidade demandavam punição, e por essas razões o Senhor a castigou (sobre os princípios de Deus ao lidar com as nações, ver Ed, 173-184; ver com. de Dn 4:17). Os limites dos povos. Isto é, limites nacionais. Era propósito da Assíria eliminar essas fronteiras e impedir revoltas posteriores por meio de uma política de deportação em massa. Em consonância com essa política iniciada pela Assíria, o povo de Israel foi levado a vários lugares na Mesopotâmia e na Média (2Rs 17:6), e o povo de Babilônia, Elão e de outras nações distantes foi estabelecido nas cidades de Israel (2Rs 17:24; Ed 4:9, 10). Roubei os seus tesouros. Ver com. do v. 14. A Assíria tinha orgulho de suas depredações e crueldades. Inscrições de reis assírios revelam a jactância pela pilhagem e pelo sangue derramado. Elas listam com detalhes a quantidade de prata e ouro, gado e bens levados, o número de corpos deixados empalados em estacas, as pirâmides de corpos deixadas fora dos muros das cidades e rios de sangue com os quais haviam banhado montes e planícies. Deus conhecia essa jactância, e apresentou os motivos por que era necessário que a Assíria prestasse contas. Como valente. Literalmente, “como um déspota”, “como um tirano”. A mesma palavra hebraica é traduzida como "touro” ou “touros” (SI 50:13; Is 34:7), pois se interpreta que esse atributo de força designe um animal de força excepcional. A Assíria se vangloriava sem cessar de seu poder e habilidade de subjugar e humilhar outros povos poderosos da Terra.
Is.10:14 14. Como se ajuntam os ovos. Ver com. do v. 13. Os tesouros e as posses das nações eram considerados pela Assíria como meros despojos a serem levados. Com palavras muito semelhantes à linguagem deste texto, os reis assírios se gloriavam de se apoderarem dos tesouros de povos vizinhos e distantes. Por exemplo, a famosa biblioteca de Assurbanípal continha, em grande parte, registros e objetos tomados durante as conquistas assírias. Não houve quem movesse. Por onde os exércitos assírios passavam, deixavam morte e devastação. Os reis assírios descrevem regiões bonitas que deixaram desabitadas, inteiramente desoladas e desertas. Isaías apresentou um quadro vivido e exato da arrogância desses reis.
Is.10:15 15. Gloriar-se-á o machado [...]? A Assíria foi um instrumento nas mãos do Senhor, mas se vangloriava como se fosse mais poderosa do que Deus. Os reis da Assíria conheciam pouco sobre Yahweh, que Se assenta no trono do universo e conduz os povos da Terra, colocando e tirando quem deseja (ver Dn 5:19). Nenhum monarca terreno pode fazer algo sem ter a permissão de Deus, e nenhuma nação pode continuar a existir em oposição à vontade divina. Como todas as outras nações da Terra, a Assíria era “como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança” diante do poder de Deus (Is 40:15). A Assíria precisava aprender que a mão de Deus “está estendida sobre todas as nações”, e que Sua mão jamais poderá ser retirada por um ser humano (ls 14:26, 27). Como se a vara brandisse. Literal - mente, "fazer-se grandioso”. Os que a levantam. Literalmente, “aquele que a levanta”, isto é, Deus.
Is.10:16 16. Todos gordos. A palavra traduzida como “gordos” é usada de forma simbólica (ver com. de Gn 49:20; Ez 34:16-18); é também traduzida como “robustos” (jz 3:29), Obviamente os homens mencionados, isto é, guerreiros, não eram literalmente “gordos”, mas sim fortes e vigorosos. Aqui, “todos gordos” se referem aos governantes da Assíria, e, talvez, também ao exército assírio. Deus colocaria Sua mão sobre eles e ficariam deli- «jjjj nhados e esqueléticos. Em outras palavras, o poder assírio desaparecería. Fogo. Deus poria fogo nos seus gloriosos palácios e os convertería em montões de ruínas fumegantes (ver Am 1:4). Um século depois de Isaías ter feito essa declaração, o império assírio ficou em ruínas. Nínive foi reduzida a cinzas, e Assur, Calá e Dur Sharrukin foram cobertas pela areia do deserto.
Is.10:17 17. A Luz de Israel. Para o pecado e os pecadores, a glória divina é fogo consumidor (ver Êx 24:17; Dt 4:24; 9:3; Is 33:14; Hb 12:29). O brilho do Deus santo é a glória e a alegria dos redimidos, mas é chama que consome “espinhos” e “abrolhos”, metáforas empregadas por Isaías ao descrever a obra nefasta do pecado (ver com. de Is 9:18). Em Ezequiel 2:6 também se usa essa expressão figurativa para designar os ímpios; em Hebreus 6:8, do mesmo modo, fala-se de espinhos e abrolhos como os frutos amaldiçoados do mal, cujo fim é ser queimado. Num só dia. Estas palavras apontam para uma destruição rápida e repentina que cairia sobre os assírios. Isaías antevê cenas como a destruição de 185 mil homens do exército de Senaqueribe em uma noite (Is 37:36).
Is.10:18 18. A glória da sua floresta. Num dia, o poderio assírio tinha força e glória; no outro, tinha desaparecido da terra, como uma vasta floresta arruinada pelo fogo. Na Bíblia, pessoas e nações ímpias são comparadas a árvores majestosas, cujo orgulho e beleza serão destruídos (Ez 31:3-18; Dn 4:10- 26; cf. Is 30:27-33). Um doente se definha. Do heb. noses, particípio do verbo nasas, “vacilar”, que significa neste caso, literalmente, “alguém que vacila”. Alguns sugerem o significado "homem enfermo”. A LXX diz “o que foge”, assim como a Vulgata. Os assírios eram vistos avançando de todos os lados, e parecia que nada poderia detê-los. Contudo, o profeta previu o tempo quando a Assíria se tornaria enferma e cairia. Ela vacilaria e cairia. Esta tradução de nasas é mais apropriada ao contexto dos v. 16 a 19, e em especial o v. 18.
Is.10:19 19. O resto das árvores. Isto é, do povo (ver com. do v. 18). Pode ser uma referência à destruição do exército de Senaqueribe diante dos portões de Jerusalém (Is 37:36), visto que ele e parte de suas forças expedicionárias voltaram para Assíria (Is 37:37; ver com. de 2Rs 19:36). Mas, depois que o “fogo” (ls 10:16) consumisse a “floresta”, restariam bem poucas “árvores”, tão poucas que uma criança as poderia contar.
Is.10:20 20. Os restantes de Israel. Após observar que alguns poucos assírios escapariam do juízo, o profeta se volta para aqueles em Israel que sobreviveríam à invasão assíria. Poucas vezes a destruição foi completa. Até na nação do norte houve alguns que permaneceram após os assírios terem feito sua obra. Em judá, o povo de Jerusalém e alguns outros escaparam da destruição resultante da invasão de Senaqueribe. O profeta sempre retoma a ideia do retorno, ou da sobrevivência de um remanescente, incorporada ao nome de seu filho, Sear-Jasube (Is 7:3; ver também 10:21, 22; 11:11, 16; 46:3). Nunca mais. Acaz confiou na Assíria (2Rs 16:7-9; 2Cr 28:16-21) em vez de em Deus. Porém, os assírios não foram leais a Judá, ou a qualquer outra nação. Eles se interessavam apenas em si mesmos. O propósito de Deus era que, depois da terrível destruição ocorrida em Judá pelas mãos de Senaqueribe, o remanescente confiasse nEle. Foi Ele quem lhes deu livramento em resposta à oração sincera de Ezequias (Is 37:14-36), e nEle o remanescente fiel depositaria confiança. Finalmente, eles reconheceríam na Assíria um mestre cruel em vez de um amigo e auxiliador. Demonstrou-se que a confiança em Deus era o único caminho para segurança e vitória.
Is.10:21 21. Os restantes se converterão. Do heb. shearyashuv. Isaías tinha em mente seu filho Sear-Jasube (ver com. de Is 7:3). A verdade suprema que Isaías apresentou a Israel, contudo, foi a lição de Emanuel, “Deus conosco” (ver com. de Is 7:14; 8:8). Quando o povo colocou a confiança no Senhor, que estava com eles, os maiores poderes da Terra não puderam prevalecer. Deus permitiu que o povo tivesse essas experiências difíceis com < o fim de convertê-lo (ver com. de ls 10:13).
Is.10:22 22. A areia do mar. O prometido retorno do remanescente era uma mensagem de esperança e também de destruição. Para aqueles que se recusaram a retornar para o Senhor e continuaram com sua conduta hipócrita e mundana, a mensagem do “restante” não trouxe esperança. A promessa de restauração e salvação era apenas para o “restante”. Todos os demais se perderiam. Os transgressores e os que conheciam a Deus só no nome não escapariam dos juízos que logo cairíam sobre o país. Embora Israel fosse como areia do mar (ver Gn 22:17; 32:12), apenas o fiel remanescente seria salvo. Destruição será determinada. Deus permitiría que o país fosse destruído, mas o resultado seria um povo mais reto. Embora punitiva, a disciplina seria antes corretiva. O juízo sobre os ímpios não poderia ser evitado, mas um restante se convertería ao Senhor, e neles Deus cumpriría a obra de justiça. O apóstolo Paulo aplica este versículo à grande obra final do Senhor na Terra (Rm 9:27, 28; cf. 2Pe 3:10-13).
Is.10:23 23. Destruição. Devastação que consumiría tudo (ver Is 28:22).
Is.10:24 24. Não temas. Esta é a aplicação prática da mensagem de Isaías (ver com. de Is 7:4,7,9). Os assírios seriam como uma “vara” para punir (ver com. de Is 10:5), mas deviam ser temidos. Eles feririam, mas não destruiríam. Isaías manda o povo permanecer fiel a Deus e confiar nEle, e assim seria poupado. Embora muitos se perderiam, um remanescente seria salvo. O remanescente não devia temer. Deus envia mensagem similar hoje. A maneira dos egípcios. Faraó tinha exercido toda sua ira contra os israelitas no Egito, mas não pôde impedir o êxodo. Os assírios também eram poderosos e cruéis, mas um remanescente escaparia de seus ataques.
Is.10:25 25. Indignação. Isto é, a ira do Senhor contra os ímpios, tanto entre os que professavam adorá-Lo quanto entre os pagãos. Os ímpios pereceríam, e então a indignação do Senhor cessaria. Mais uma vez a destruição dos exércitos assírios é predita (ver com. do v. 19).
Is.10:26 26. A matança de Midiã. Isaías (9:4) se referiu à quebra da vara do “opressor, como no dia dos midianitas”. Desta vez, ele novamente compara a destruição iminente dos assírios com a derrota dos midianitas e de seus líderes (Jz 7:19-25). A sua vara. No Egito, o faraó manejou uma vara de opressão, mas Deus, uma vara de libertação. Quando a vara do Senhor foi estendida sobre o mar, os exércitos egípcios pereceram. Assim como o Senhor castigou os inimigos de Seu povo no passado, Ele outra vez feriria os que atacassem Sião nos dias de Isaías. O que já fez uma vez, o Senhor fará novamente. O remanescente fiel sempre triunfará, não os ímpios.
Is.10:27 27. Por causa da unção (ARC). O significado desta expressão não está claro. A palavra traduzida como “unção ' significa “óleo” ou “gordura” (ARA). Traduz-se “unção” porque se usava óleo no rito de unção.
Is.10:28 28. Vem a Aiate. Aqui se inicia um poema que descreve um invasor se aproximando desde o norte até as imediações de Jerusalém, causando terror nos habitantes. Não está claro se o poema foi uma profecia de alguma invasão assíria específica, ou se é simplesmente uma descrição poética da maré de invasões que inundou a terra de Judá (ver com. de ls 8:7, 8). Na época da invasão (no 14° ano de Ezequias), Senaqueribe não se aproximou de Jerusalém a partir do norte. Seus exércitos alcançaram a costa marítima do Mediterrâneo em Sidom, e então marcharam em direção ao sul para a Filístia, e de lá avançaram terra adentro em direção às cidades de Judá. Foi para Laquis, sudoeste de Jerusalém, que Ezequias enviou a mensagem prometendo tributo (2Rs 18:14). No entanto, parece ter havido duas invasões de Senaqueribe (vervol. 2, p. 46, 49). O poema de Isaías apresenta de forma vivida o terror que acometería os habitantes de Jerusalém à medida que a força inimiga se aproximava < cada vez mais da cidade, devastando o país. Alguns supõem que nesta passagem se descreva um real avanço de tropas assírias a Jerusalém, talvez as de Sargão, cujo registro foi perdido. Isso é possível, mas improvável. Pode ser que se refira ao avanço de parte do exército de Senaqueribe enviado contra Jerusalém enquanto a outra parte se dirigia ao Egito. O propósito desse poema é descrever o terror dos habitantes de Jerusalém e áreas vizinhas ao ver o inimigo se aproximar. Nem todas as cidades mencionadas ficavam numa rota que normalmente um exército seguiría. Aiate ficava provavelmente em Ai, 15,5 km ao norte, pelo leste de Jerusalém. A partir dela, o exército marchou em direção ao sul para Migrom e Micmás,
Is.10:29 29. Passa. De Micmás, a rota segue por meio de um desfiladeiro e sobe para Geba, a 10 km de Jerusalém. Ramá, de Benjamim (2,5 km ao oeste de Geba), e Gibeá, a cidade de Saul (3,5 km ao sul de Ramá), estavam na estrada direta entre Micmás e Jerusalém.
Is.10:30 30. Galim. Foi identificada como Khirbet Kakúl, dois quilômetros a sudeste de Gibeá, de Saul (lSm 25:44); e Laís não era longe dali. Anatote, lar de jeremias, ficava três quilômetros a sudeste de Gibeá e quatro a nordeste de Jerusalém.
Is.10:31 31. Madmena. iVladmena e Gebim não foram localizadas, mas acredita-se que ficavam um pouco ao norte de Jerusalém.
Is.10:32 32. Nobe. Cidade do sacerdote Aime- leque e local do tabernáculo nos dias de Saul (lSm 21:1), Nobe ficava possivelmente no monte Scopus, a nordeste de Jerusalém. O poema diz que o invasor agitaria o punho ao monte da filha de Sião, isto é, Jerusalém, um alvo tão próximo e, contudo, completamente fora cie seu alcance. Fora dos muros da cidade e incapaz de entrar, Rabsaqué usou de palavras desafiadoras 2 R s 18:19-35).
Is.10:33 33. Senhor dos Exércitos. Ver vol. 1, p. 150. Isaías desvia o olhar dos atemorizados habitantes de Jerusalém e contempla o Senhor dos Exércitos no trono do universo, olhando Seu povo. A Assíria tinha se vangloriado de que podería cortar os cedros e os ciprestes do Líbano (2Rs 19:23), mas o Senhor deixa claro que derrubará as grandes "árvores” (ver com. de Is 10:19) e cortará "as brenhas da floresta” (v. 34). Essa é uma continuação das metáforas dos v. 18 e 19. O homem propõe, mas Deus dispõe. A orgulhosa e arrogante Assíria planejava derrubar Judá como fizera a outras nações do antigo Oriente, mas ela devia aprender que há um Deus que rege as nações. Isaías proferiu palavras encorajacloras a Ezequias, com respeito à maneira como o Senhor revelaria Seu poder contra os exércitos de Senaqueribe e salvaria Jerusalém (ver 2Rs 19:20-34).
Is.10:34 34. E o Líbano cairá. Quando atacou Judá, o poderoso Senaqueribe afrontou o Senhor com sua altivez: “'Com a multidão dos meus carros subi ao cimo dos montes, ao mais interior do Líbano; deitarei abaixo os seus altos cedros e seus ciprestes escolhidos, chegarei a suas pousadas extremas, ao seu denso e fértil pomar” (2Rs 19:23). Essas palavras podem ser compreendidas tanto de forma literal como figurada. Os assírios certamente planejavam cortar os lindos cedros do Líbano para uso próprio. Mas, da mesma forma, queriam destruir as nações simbolizadas por árvores majestosas (ver com. de Is 10:19). Israel já tinha sido cortado, e Judá seria o próximo. Porém, o Senhor deixou claro que a esse respeito tudo seria conforme Sua direção e vontade, não segundo o propósito de um homem. Israel tinha sido destruído somente porque Deus tinha retirado Sua mão protetora. Ao final, judá também cairia, como o próprio Isaías predisse (Is 2:11-13). Contudo, o Senhor é que derrubaria a árvore majestosa de Judá, não a Assíria, como pensava Senaqueribe. Isaías predisse a destruição da altiva e poderosa Assíria, mas sem esquecer que o orgulho de Judá também seria humilhado, que essas “árvores”, outrora bonitas e majestosas, seriam cortadas diante do Senhor. Capítulo 11
Is.11:1 1. Do tronco. Literalmente, “o toco” ou "rizoma'; traduzida como “tronco” também em jó 14:8 e Isaías 40:24. Um rebento. O capítulo anterior des- ? creve uma punição que envolve Assíria e Judá. As bonitas e frondosas “árvores” de Judá seriam cortadas por causa da iniquidade. O texto é semelhante ao de Daniel 4:10 a 26, em que Nabueodonosor e seu reino são comparados a uma árvore majestosa cortada, por punição divina, restando apenas o tronco. O Senhor tinha grandes planos para a nação hebraica quando esta foi estabelecida. Era Seu propósito que ela fosse uma mensageira de luz e da verdade para o mundo, e que sua influência benéfica crescesse até envolver toda a Terra e levar vida e paz a todos. Mas, devido à desobediência, a nação seria humilhada e levada cativa (sobre os propósitos de Deus para Israel, ver 12-25). Contudo, por meio da semente de Davi, um Rei se levantaria e cumpriría o que Davi e seus sucessores no trono de Judá falharam em realizar. Quando a nação fosse cortada, e restasse apenas um tronco, brotaria das raízes aparentemente sem vida um renovo que crescería e florescería (ver Is 4:2; 53:2; Ap 5:5; 22:16). Ele se tornaria uma “árvore’ de justiça e, linalmente, cobriria toda a 'ferra, trazendo paz e felicidade a todos. A descrição é de uma era dourada vindoura, de alegria e esplendor, quando toda a Terra se alegrará em justiça e os inimigos da retidão e da paz serão destruídos completamente, [saias retoma essa cena vez após vez (ver Is 35:6-10; 65:17-25; 66:22, 23). O Messias é o renovo justo (ver Jr 23:5, 6; 33:15-17; Zc 3:8; 6:12, 13; sobre a natureza dupla da promessa feita a Davi, ver com. de Dt 18:15).
Is.11:2 2. O Espírito do Senhor. A natureza do Messias e de Sua missão claramente é esboçada nos v. 1 a 5 (ver também I s 61:1-3; Mt3:16, 17; Jo 1:33; ver com. de Lc 4:18-21). De sabedoria e de entendimento. Distinguem-se os termos heb. chokmah, “sabedoria”, e binah, “entendimento” (ver com. de Pv 1:2; sobre o crescimento de Jesus em sabedoria, ver com. de Lc 2:52; ef. Is 50:4; sobre a sabedoria e a missão de Cristo, ver com. de Mc 1:35; 3:13). A mais excelsa sabedoria vem somente de Deus (ver SI 111:10). Ninguém pode ensinar sabedoria ao Deus onisciente (Jó 38:4-41; Is 40:13, 14). Ele sabe tudo, entende tudo e leva tudo em consideração: passado, presente e futuro, em tudo o que diz ou faz. Conhecimento. Do heb. claath (ver com. de Pv 1:2; cf. jó 28:28; SI 111:10; Pv 1:7; Ec 12:13). Ao ensinar os seres humanos o temor ao Senhor, a loucura dos caminhos da impiedade, e a sabedoria da retidão, Jesus deu evidências inquestionáveis de que era o Messias (ver Mt 13:54; Jo 7:15; ver com. de Mc 6:2).
Is.11:3 3. Deleitar-se-á no temor do Senhor. Do heb. ruach, literalmente, “Ele o inspirará”. Ele se alegra em fazer a vontade do Senhor. Sua mente é a mente de Deus, Sua vontade, a de Deus (ver Jo 10:30; 14:10). Jesus revelou que é divino e viveu a justiça de Deus diante dos homens. Na verdade, esse foi um dos motivos pelos quais Ele veio à Terra (ver com. de Mt 1:23; Lc 2:49). A vista dos seus olhos. Os seres humanos tendem a julgar pela aparência, mas o conselho de Cristo é: “não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça” (Jo 7:24; ver com. de iSm 16:7). Diz-se de Jesus que: “conhecia a todos” e “sabia o que era a natureza humana” (Jo 2:24, 25). Todo cristão deve evitar julgar “segundo a vista dos seus olhos”, bem como repreender outros “segundo o ouvir dos seus ouvidos”. Muitos cristãos formam opiniões precipitadas sobre seus irmãos e os criticam sem motivos reais.
Is.11:4 4. Com justiça. Os juizes eram corruptos, aproveitavam-se dos pobres e desafortunados, e os ricos oprimiam viúvas e órfãos (Is 1:23; 10:1, 2; Jr 5:28; Am 2:6; 4:1; 5:10, 11; 8:4-6; Zc 7:10). Havia um contraste notável entre o espírito do Messias prometido e o espírito daquele tempo. Justiça, equidade, misericórdia e consideração para com as necessidades dos pobres e oprimidos são os princípios que caracterizam o rei ideal (ver SI 72:2, 3, 12-14). Decidirá. Do heb. yakach, “pedir contas”. « Ferirá a terra. Isaías descreve o Messias retornando à Terra para subjugar os inimigos e assumir o reino eterno (ver Dn 2:43, 44; Ap 19:11-21; cf. Ap 12:5; 14:14-20). Então “ferirá” os governantes injustos da Terra. Quando estabelecer Seu reino, Cristo “esmiuçará e consumirá” todos as nações da Terra (Dn 2:44) e “e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro" (Ap 2:27; cf. SI 2:8, 9). Uma “afiada espada de dois gumes” sai da boca de Cristo (Ap 1:16), o qual destrói o Anticristo “com o sopro de sua boca” (2Ts 2:8; ver também Os 6:5). Assim como Cristo criou tudo com a palavra de Sua boca (SI 33:6, 9; Jo 1:1-3), Ele destruirá tudo o que é mau.
Is.11:5 5. O cinto dos seus lombos. O Messias é descrito vestido de justiça. A metáfora indica a estrita consideração por justiça e verdade, integridade e fidelidade. O Messias seria a própria encarnação da justiça. Em contraste, o Anticristo trabalha “com todo engano de injustiça” (2Ts 2:10). Os seguidores de Cristo usarão as mesmas vestes de justiça que Ele usa (ver com. de Mt 22:11, 12; cf. Is 61:10; Ap 3:18). Rins. Literalmente, os “lombos”, a parte do corpo entre as costelas falsas e os ossos do quadril. Em contraste, a palavra traduzida como "lombos”' se refere aos quadris e à parte inferior das costas.
Is.11:6 6. O lobo. O reino do Messias fará mudanças no reino animal bem como na vida humana. Derramamento de sangue e crueldade não existirão mais. Os instintos básicos do mundo animal serão transformados por completo. A lei do reino cie Deus será a lei da vida e do amor. Ali não haverá morte, nem doença, nem dor.
Is.11:7 7. Pastarão. Não haverá animais carnívoros na nova Terra. Todas as criaturas viverão em amizade umas com as outras e com o ser humano.
Is.11:8 8. Aspide. Do heb. sifoni, “serpente venenosa”. Desmamado. Assim como os animais pequenos não terão medo de criaturas que, neste mundo, são seus inimigos mortais, na nova lerra as crianças não terão nada a temer. Ali não se conhecerá a inimizade e o medo entre animais ou seres humanos.
Is.11:9 9. O meu santo monte. Isto é, o reino de Cristo, que encherá toda a Terra (Dn 2:35). Ele será santo porque Deus é santo e seus habitantes compartilharão Sua natureza. Ali não ferirão nem destruirão, porque os interesses de um não conflitarão com os do outro. O bem-estar de um será o de todos. O egoísmo será coisa do passado. O único pensamento do ser humano será para o bem de seu próximo e o viver para a glória de Deus. A terra se encherá. Comparar com Hc 2:14. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibrará por toda a vasta criação (GC, 6/8).
Is.11:10 10. As nações. Esta é uma profecia sobre Cristo e a proclamação do evangelho a todo o mundo (ver p. 15-17). Em todas as partes da Terra, o Messias será considerado o meio de salvação do pecado. Mensageiros de Cristo serão Seus representantes, apon- tando-0 como o sinal distintivo para guiar os povos da Terra no caminho de luz e bênçãos. A raiz de Jessé. Ver com. do v. 1. Morada. Do heb. nuach, "lugar de descanso” ou “moradas"; ver Jo 14:2, 3. Os que encontram a Cristo encontram paz e descanso, uma paz que o mundo não pode dar e que os ímpios jamais conhecerão. A experiência mais abençoada possível para um ser humano é desfrutar o “descanso”' que Cristo oferece, descanso dos cuidados e fardos do pecado (ver com. cie Mt 11:28). Desse modo, o ser humano pode encontrar neste mundo uma breve e feliz amostra do descanso glorioso e da paz do mundo eterno.
Is.11:11 11. Tornará. Isto é, em contraste com a libertação do Egito. Os hebreus sempre relembravam com alegria a libertação do jugo do Egito e a entrada na terra prometida. No futuro, haveria a libertação do cativeiro babi- lônico. Era propósito de Deus que, quando os judeus retornassem do cativeiro, tendo aprendido as lições que Ele queria que aprendessem, rapidamente se colocassem à altura de Seu plano glorioso para eles como nação. Assim, o mundo logo seria preparado para a vinda do Messias e para a proclamação do evangelho (ver p. 16). No entanto, Israel falhou outra vez, e a libertação prometida será cumprida no fim do mundo, quando Deus estender Sua mão para libertar Seu povo deste mundo mau e guiá-lo à Canaâ celestial (ver com. de Ap 18:4).
Is.11:12 12. Israel [...] Judá. No que se refere às nações literais de Israel e judá, o cumprimento da promessa feita aqui ocorreu na libertação do cativeiro babilônico. Contudo, a falha em viver à altura dos privilégios gloriosos concedidos a eles, ao retornarem do cativeiro, tornou inevitável sua rejeição como nação (ver com. do v. 11). Portanto, essa promessa será cumprida no Israel espiritual, a igreja (ver p. 21-23). Da mesma forma, essas palavras apontam para a grande obra de libertação do pecado realizada no mundo todo. Em todas as partes, homens e mulheres estão atuando como sinais distintivos, ou faróis, guiando pessoas no caminho da luz e da verdade. A obra de Deus no mundo contemporâneo é o cumprimento da profecia de [saias e também um sinal de coisas maiores no futuro (ver com. de Ap 18:4). Os quatro confins. O rolo iQls" do Mar Morto não tem a palavra “quatro”.
Is.11:13 13. A inveja de Efraim. A história do povo de Deus foi de ciúmes, inveja, problemas, dissensões e guerra. A visão de Isaías do futuro não seria perfeita ou completa se não incluísse a cura das antigas feridas e a reconciliação entre Israel e Judá. Antes da extinção final do reino do norte, Ezequias empreendeu esforços sinceros para despertar um espírito de reconciliação convidando os membros das tribos do norte a irem a )erusalém para a celebração da Páscoa nacional (2Cr 30).
Is.11:14 14. Filisteus. Os povos aqui mencionados eram antigos inimigos de Israel. Essa profecia era condicional e se cumpriría se Israel losse fiel a Deus (ver ]r 18:7-10). Como resultado do persistente fracasso de Israel em cooperar com Deus, a nação perdeu as bênçãos divinas, e o Senhor não podia subjugar os inimigos como teria feito (ver p. 18). Contudo, essa promessa se cumprirá na igreja hoje, pois Deus vencerá todos os seus inimigos (ver Dn 7:18; 12:1; Ap 19:2; ver com. de Dt 18:15). O estabelecimento do reino messiânico levará à derrota completa de todos os seus inimigos. Quando Cristo vier, o reino que estabelecer (ver Alt 25:31) "esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre" (Dn 2:44).
Is.11:15 15. O braço do mar do Egito. Isto é, o que se conhece como golfo de Suez, um braço do Mar Vermelho. Suas águas outra vez se secariam, talvez de forma figurada e não literal, para facilitar outra libertação miraculosa e gloriosa do Egito. O Eufrates. Do heb. hannahar, usado comumente no AP para se referir ao Etilra- tes (ver Gn 15:18; ver com. de Gn 24:10). O Eufrates se secaria para preparar o caminho para a libertação do jugo babilônico. As duas nações da Antiguidade que mais duramente oprimiram o povo hebreu loram Egito e Babilônia, e ambas loram feridas pela mão do Senhor a fim de livrar Seu povo. O Egito foi ferido no êxodo, quando o Senhor secou as águas do Mar Vermelho. Babilônia foi ferida perto do fim dos 70 anos de cativeiro (que no tempo de Isaías estava ainda no futuro), quando Ciro desviou o Eufrates de seu curso para que pudesse tomar a cidade de Babilônia (ver ls 44:27, 28; ver com. de Jr 51:36). Foi depois da conquista da cidade de Babilônia (ver com. de Ed 1:1) que Ciro promulgou o decreto permitindo aos judeus deixar Babilônia, retornar à judeia e reconstruir o templo (2Cr 36:22, 23; Ed 1:1-6). Assim como Deus libertou os hebreus dos egípcios e, depois, dos babilônios, Ele libertará todo Seu povo fiel no fim dos tempos.
Is.11:16 16. Caminho. Assim como Deus guiou Seu povo em segurança pelo “terrível deserto” (Dt 1:19), e mil anos depois os tirou de Babilônia (ver ls 19:23-25; 35:8), Ele conduzirá em segurança o remanescente no terrível tempo de angústia predito por Daniel (ver com. de Dn 12:1; cf. jr 30:7). Assíria. Isto é, Mesopotâmia, o berço da Assíria. Nos dias de Isaías, Babilônia era uma província da Assíria (ver vol. 2, p. 37-39; ver com. de Ed 6:22). Como o houve. O maravilhoso poder de Deus demonstrado na terra do Egito e no Mar Vermelho permanecia vivo na memória do povo. Continuamente eles relembravam esses eventos dramáticos como evidência de que Deus era o Deus verdadeiro e que eles eram Seu povo escolhido. Capítulo 12 Ação de graças dos fiéis pelas misericórdias de Deus.
Is.12:1 1. Graças te dou, ó Senhor. Este capítulo é um salmo de ação de graças, uma continuação apropriada do capítulo anterior, no qual o Messias liberta os justos das mãos dos opressores. Como o cântico de Moisés (Êx 15) foi cantado pelos filhos de Israel após a libertação do jugo egípcio, outro cântico de libertação será cantado quando 'o Senhor tornará a estender a mão para resgatar o restante do Seu povo” (Is 11:11). Hinos de triunfo semelhantes estão nos cap. 25 e 26. Após a vitória final, os remidos de todas as eras cantam um cântico de triunfo (Ap 15:3).
Is.12:2 2. Deus é a minha salvação. No tempo da invasão de Senaqueribe, loi Deus que salvou Seu povo, não os muros que cercavam Sião ou os exércitos de Judá (Is 37:33-36). Nos últimos dias, o remanescente fiel será salvo do poder do inimigo pelas mãos do Senhor. O Senhor Deus. Do heb. Yah Yahweh, uma repetição do nome sagrado, primeiro na forma abreviada e depois na completa, talvez como ênfase. Esta repetição do nome divino é característica de Isaías.
Is.12:3 3. Fontes da salvação. Quando os israelitas estavam no deserto, Deus lhes deu água da rocha (Êx 17:6; Nm 20:8-11). Esse milagre foi celebrado mais tarde com uma cerimônia impressionante na Festa dos Tabernáculos (ver DTN, 449). A água era retirada da fonte de Siloé (ver com. de Is 8:6) e levada ao templo, num recipiente de ouro, e colocada no altar do holocausto. Quando os sacerdotes iam para a fonte, acompanhados de um coro de levitas, muitos adoradores os seguiam para beber da água viva que jorrava da fonte da colina do templo. Jesus mencionou essa cerimônia (jo 7:37), quando, no último dia da festa, Ele convidou o povo a ir a Ele e beber. Cristo é a fonte da qual flui a água que traz vida e cura às nações (Ez 47:1; & jf 3:18; Zc 14:8; ver DTN, 37).
Is.12:4 4. Tornai manifestos os Seus feitos. O povo de Deus é encorajado a relembrar as misericórdias divinas e a contar a outros as bênçãos recebidas. Se houvesse mais louvor entre o povo de Deus haveria menos desânimo e crítica. O ser humano falha em não relembrar as misericórdias do Céu e, com isso, tende a se esquecer de Deus (Rm 1:21- 23) e a se demorar nos erros de seus irmãos.
Is.12:5 5. Coisas grandiosas. Incontáveis são os atos de misericórdia da parte de Deus para com Seus filhos. Então, porque não relembrá- los e cantar louvores ao Senhor por Suas misericórdias? Cantar afasta o desânimo, o medo e a tentação e fortalece contra os ardis do diabo.
Is.12:6 6. O Santo de Israel. Ver com. de Is 1:4. O profeta não representava um Deus distante, que Se encerra num Céu santo, mas um Deus que habita com Seu povo (ls 57:15; 66:1, 2). O tato de Deus estar com Seu povo — Emanuel, ‘'Deus conosco” — era a mensagem da vida do profeta e de suas palavras (ver Is 7:14; 8:8, 10). Os que foram libertos do pecado interior e dos inimigos exteriores (ver com. do v. 1) não podem permanecer em silêncio. Não é suf iciente pensar que só no futuro, sobre o mar de vidro, será o momento de se unir ao cântico dos remidos. É nosso privilégio nesta vida alçar a voz e cantar, com a alegria e a paz do Céu no coração. Este hino de louvor (ls 12) conclui o que é chamado de “Livro de Emanuel”, da profecia de Isaías. Capítulo 13 Minha ira, os que com exultação se orgulham. indignação, para destruir toda a terra. ira do Senhor dos Exércitos e por causa do dia do Seu ardente furor. voltará para o seu povo e cada um fugirá para a sua terra.
Is.13:1 1. Sentença. Ou, “carga”. Em sentido técnico, como aqui, “oráculo”, “mensagem solene”. Isaías emprega este título com frequência nas mensagens contra diversos povos (ver Is 15:1; 17:1; 19:1; 21:1; 22:1; 23:1). Esta profecia continua até Isaías 14:28 (ver com. de Is 14:1). Ela foi dada no ano 716/715 a.C. (ver com. de Is 14:28). Depois de ter transmitido uma série de mensagens contra Judá e Jerusalém, Isaías dirige a atenção a outras nações. Esta seção inclui os cap. 13 a 23. As mensagens não eram destinadas primeiramente às nações às quais fazem referência, mas ao povo cie Deus, Israel, a fim de que pudesse entender como Deus lida com as nações. Isaías começa com Babilônia e, logo, fala de IVloabe, Síria, Etiópia e Tiro. No período patriarcal, Babilônia era a grande potência do Oriente. Mas, cerca de 800 anos antes do tempo de Isaías, Babilônia foi ofuscada por nações como Egito, Assíria e o império beteu que ocuparam posições dominantes no antigo Oriente Médio. Embora, nos dias de Isaías, Babilônia fosse um reino vassalo do império assírio, ela começava a recuperar seu poder perdido, e dentro de mais um século se tornaria outra vez a nação principal da Ásia Ocidental. Em 729/728 a.C., Tiglate-Pileser III, da Assíria, se tornou rei de Babilônia, governando com o nome de Pulu, e em 709 Sargão se tornou rei de Babilônia. Durante os reinados de Sargão e Senaqueribe, Meroclaque-Baladã, de Babilônia, se tornou uma séria ameaça ao poder assírio. Ele foi expulso de Babilônia várias vezes, mas sempre regressava. Foi Merodaque-Baladã que fez aliança com Ezequias, para ajudá-lo nas lutas contra a Assíria. Enfurecido pelas frequentes revoltas de Babilônia, Senaqueribe, em 689, destruiu a cidade, que foi reconstruída mais tarde naquele século (sobre esse período, ver vol. 2, p. 37-41, 71, 72, 141, 142.
Is.13:2 2. Alçai um estandarte. Deus daria o sinal para a destruição de Babilônia. Foi Ele que dirigiu as questões entre as nações de modo que um poder após outro atentasse para a cidade orgulhosa e ímpia até que, finalmente, fosse destruída por completo. O estandarte colocado sobre um monte seria visto claramente, e assim foi com o sinal do Senhor para a destruição de Babilônia. Mover as mãos ou acenar era um gesto de ira e ameaçava juízo contra a cidade (ver com. de Is 10:32). O monte escalvado. Literalmente, “monte plano” ou “monte descoberto”.
Is.13:3 3. Meus consagrados. Ou, “meus dedicados", pessoas separadas para uma tarefa específica. Os assírios (Is 10:5), os babilônios (Jr 25:9; Hc 1:6) e, mais tarde, os medos e persas (Is 13:17; 45:1-4; cf. Dn 5:30, 31) tiveram que desempenhar seus papéis divinamente designados na história. > Os que com exultação se orgulham. Literalmente, “orgulhosos de minha arrogância”. A Assíria (ver Is 10:7-14) e Babilônia (ver Dn 4:30; 5:20-28) foram orgulhosas e arrogantes ao exercerem o poder dado a elas pelo Céu.
Is.13:4 4. Os montes. No hebraico, o cap. 13 é poético, e Isaías provavelmente usa “montes” num sentido poético simples. É improvável que esses “montes” sejam simbólicos porque esta não é uma profecia simbólica. Rumor como o de muito povo. Literalmente, “barulho de tumulto”. Passa revista às tropas. Comparar com Jr 50:9, 10, 14, 29-31; Ez 38:14-16; |l 3:1, 2, 9-17; Si 3:8; Zc 14:2, 3; Ap 16:13, 14; 17:14, 17; 19:11-21. O exército é revistado para a batalha contra Babilônia. Deve-se notar que Isaías 13 é intitulado “profecia contra Babilônia” (v. 1), e que em sua totalidade o capítulo é uma previsão literal da queda e desolação da Babilônia histórica. Mas os escritores do NT apresentaram a queda da Babilônia histórica como um tipo da queda da Babilônia simbólica (ver Ap 14:8; 17:16; 18:4; 19:2). Portanto, a descrição dada neste versículo da queda da Babilônia histórica pode também ser considerada uma descrição da queda da Babilônia simbólica com todos os detalhes aplicados à queda da Babilônia simbólica (sobre o duplo cumprimento de algumas previsões, ver com. de Dt 18:15; e também p. 21, 22). De guerra. Ou seja, “batalhar” ou “para batalha”.
Is.13:5 5. Os instrumentos. Isto é, os meios usados por Deus para levar juízo sobre Babilônia. Contra o Egito e outras nações, assim como no fim do mundo, Deus manifesta Sua “indignação” (ver Èx 7:19—12:30; Is 26:20; 34:2-8; Na 1:5-7; Ap 14:10; 15:1).
Is.13:6 6. O Dia do Senhor. Esta expressão ocorre pelo menos 20 vezes nos escritos dos profetas do AT. E sempre empregada com referência ao tempo do juízo divino sobre uma cidade ou nação (em vez de indivíduos), ou ao castigo final dos habitantes de todo o mundo. Em contraste, as Escrituras descrevem o que se pode chamar de “o Dia do Senhor” como o “dia da salvação” (ls 49:8; 2Co 6:2), “tempo aceitável” (SI 69:13, ARC; Is 49:8), quando ainda perdura o tempo da graça para os seres humanos e para as nações (ver SI 95:7, 8, Hb 4:7). Por outro lado, “o Dia do Senhor” é quando, historicamente, se encerra o tempo de graça de uma cidade ou nação, e, por fim, o destino de todos é fixado para sempre. Durante o “dia da salvação”, pessoas e nações estão livres para exercer o poder que Deus dá para escolher entre o bem e o mal, mas com a chegada do “Dia do Senhor”, a vontade de Deus se torna suprema, não sendo mais limitada pelo exercício da vontade humana. O “Dia do Senhor” contra Judá (ver Is 2:12; J! 1:15; 2:1; Sf 1:7) foi, portanto, quando, como nação, não mais se permitiu que continuasse no seu caminho ímpio e o juízo divino caiu sobre ela (ver Ez 12:21-28). O mesmo se deu com o reino do norte, Israel (Am 5:18), com o Egito (Ez 30:3), Edom (Ob 15) e com outras nações da Antiguidade (ver Dn 5:22- 31). O que acontece com uma cidade ou nação quando chega o “Dia do Senhor” é similar ao que acontecerá ao mundo todo no final do tempo da graça. Em Mateus 24, por exemplo, a descrição feita por Cristo do “Dia do Senhor”, sobre a cidade de Jerusalém e a nação judaica, é similar ao que se dará com o mundo todo na vinda de Cristo na "consumação do século” (Mt 24:3; Lc 21:20; cf. Mt 24:30). Portanto, princípios aplicados ao “Dia do Senhor”, referentes ao juízo sobre qualquer cidade ou nação, também se aplicam ao “Dia do Senhor” a sobrevir ao mundo como um todo. Uma descrição profética do AT sobre o destino de uma cidade ou nação antiga em termos do “Dia do Senhor’’ se aplica também, em princípio, ao "grande Dia do Senhor” (Sf 1:14) no fim dos tempos. Tendo em vista que os escritores do NT consideram o destino da antiga Babilônia como um tipo do destino da Babilônia espiritual (ver com. de Is 13:4), e por aplicarem a expressão o "Dia do Senhor” ao tempo de Cristo voltar à Terra para julgar (iCo 5:5; 2Co 1:14; lTs 5:2; 2Pe 3:10), “o Dia do Senhor” sobre Babilônia, conforme descrito em 1 saias 13, em muitos aspectos, é também z uma descrição do “grande Dia do Senhor” no fim dos tempos. Como assolação. Nas Escrituras, “o Dia do Senhor” jamais é mencionado como um tempo quando os seres humanos terão uma segundo chance, outra oportunidade de aceitar a salvação. "O Dia do Senhor” é sempre um dia de juízo, destruição e trevas (ver J1 1:15; 2:1, 2; Am 5:18-20; etc.).
Is.13:7 7. Frouxos. Líteralmente, “relaxados”, "caídos . Esta postura das mãos reflete sentimento de desânimo, impotência e, às vezes, como neste caso, desespero. Era momentos de desespero ou terror, deixamos as mãos caírem em sinal de impotência (ver Hb 12:12).
Is.13:8 8. A mulher parturiente. Esta figura de linguagem descreve com frequência dor e angústia extremas (ver SI 48:6; Jr 4:31; 6:24; 13:21; 49:24; 50:43). Flamejante. As pessoas se olham com terror, o medo é refletido no olhar com a intensidade de uma chama.
Is.13:9 9. O Dia do Senhor. Ver com. do v. 6. Converter a terra em assolação. O pecado não produz vida e prosperidade, mas desolação, ruína e morte. O pecado deixou desoladas nações prósperas como Assíria e Babilônia, destruiu muitas das maiores cidades da Terra e, finalmente, deixará desolado o mundo todo. Escritores do NT aplicam esta profecia, originalmente uma descrição da queda literal de Babilônia, à desolação da Babilônia espiritual na segunda vinda de Cristo (ver com. do v. 4). Destruir os pecadores. A destruição do pecador não é, como imaginam alguns, um ato arbitrário da parte de Deus. O Senhor ama os pecadores e deseja salvá-los (Ez 18.23, 31, 32; 2Pe 3:9). Mas é o pecado que finalmente destrói o pecador. As pessoas que trilham o caminho da iniquidade, ao final, se tornam tão corruptas, cruéis e irracionais, que as medidas tomadas para prejudicar o próximo terminam envolvendo- os em ruína. “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu” (Gn 9:6). “Todos os que lançam mão da espada, à espada perecerão’' (Mt 26:52; cf. Ap 13:10). A História comprova a veracidade dessas declarações. Babilônia tomou a espada e foi destruída por ela. Isso também aconteceu com os heteus, a Assíria, Grécia e Roma. Um dia esse princípio selará o destino deste mundo pecaminoso.
Is.13:10 10. As estrelas. Com frequência se menciona a escuridão sobrenatural que bloqueará a luz dos luminares do céu como um dos fenômenos que acompanham o grande e terrível “Dia do Senhor” (jl 2:10, 11; 13:15, 16; Am 8:9; ver também Mt 24:29; Mc 13:24, 25; Lc 21:25; Ap 6:12, 13; GC 636, 637; ver PE, 41).
Is.13:11 11. Castigarei o mundo. A justiça requer que o errado seja punido. Deus é justo, e não permitirá que a impiedade fique impune. Os pecadores devem compreender que certamente o dia de prestação de contas virá (ver Ec 8:11).
Is.13:12 12. Mais escassos. O juízo sobre os ímpios envolve a despovoação da Terra, convertendo-a em assolação (v. 9). Apenas os remanescentes justos escaparão da destruição. Poucos em número, eles serão “preciosos ou “raros como o ouro de Ofir,
Is.13:13 13. Estremecer os céus. Com respeito à queda da Babilônia histórica, os v. 13 e 14 são uma descrição simbólica da completa desolação retratada de forma mais literal nos v. 19 a 22. Mas, em relação ao fim do mundo, este texto é literal (ver Hb 12:26; Ap 6:14; PP, 340). Tremendos cataclismos marcarão as cenas finais da história terrestre (ver Ap 6:14; 16:18, 21). É a voz de Deus que ‘abala os céus e a terra” (GC, 636; cf. Is 2:21). Do Seu ardente furor, isto é, contra a Babilônia histórica (ver v. 19; ver com. do v. 4). Em relação à Babilônia mística e ao fim do mundo, as cenas descritas aqui constituem os eventos finais da sétima das sete últimas pragas, quando “lembrou-Se Deus da grande Babilônia, para dar-lhe o cálice do vinho do furor da Sua ira'' (Ap 16:19).
Is.13:14 14. A gazela que foge. Ou, “como uma gazela perseguida” (BJ; ver com. do v. 4). Nos últimos dias, os ímpios de todas as nações estarão espalhados como ovelhas sem pastor. Assim como os animais assustados procuram lugares que antes foram locais de abrigo e refúgio, os ímpios buscarão um lugar para se esconder da ira de Deus, mas não encontrarão.
Is.13:15 15. Será traspassado. O profeta conti- - nua a descrição da queda de Babilônia, aplicada pelos escritores do NT à segunda vinda de Cristo (ver com. do v. 4). Os babilônios fogem diante de seus inimigos.
Is.13:16 Sem comentário para este versículo
Is.13:17 17. Os medos. No tempo de [saias, a Assíria era o principal inimigo de Babilônia. No ano 689 a.C., por exemplo, os exércitos de Senaqueríbe destruíram essa cidade por completo (ver vol. 2, p. 46). Porém, o reino dos medos era, na ocasião, um poder relativamente insignificante. Aqui, a profecia prevê um tempo quando a Média ter ia um papel proeminente na queda de Babilônia. Quando Babilônia caiu nas mãos de Ciro, em 539, os medos cooperaram com os persas. Na luta final, Dario, o medo, desempenhou papel importante (Dn 5:31). Isaías também predisse o papel que Ciro desempenharia na luta contra Babilônia (Is 44:27, 28; 45:1-3). Porém, a ruína final de Babilônia ocorreu séculos mais tarde (ver com. do v. 19). Prata. Os medos são descritos como um povo cuja principal preocupação não era riqueza. Eles buscavam o poder. Seu interesse não era saquear, mas conquistar.
Is.13:18 Sem comentário para este versículo
Is.13:19 19. A joia dos reinos. Um século depois da época em que Isaías viveu, Babilônia, sob a dinastia dos calcleus, atingiu o auge de seu poder e teve renome universal por seu esplendor e beleza. Sodoma. Ver com. de Gn 19:24. jeremias, que conheceu Babilônia no apogeu de seu poder, também predisse que a queda seria como a de Sodoma e Gomorra (Jr 50:40). Sua destruição seria absoluta; jamais seria reconstruída (Jr 51:64). Esse também será o destino da Babilônia espiritual, no fim do mundo (Ap 18:21). Durante o tempo de [saias, a cidade de Babilônia foi destruída por completo por Senaqueribe (ver com. do v. 17), porém, foi logo reconstruída por seu filho, Esar-Hadom. Mais tarde, quando se tornou rei de Babilônia, Nabucodonosor fez dela uma das cidades mais belas do mundo antigo. Ao conquistarem Babilônia em 539 a.C., os medos e persas não destruíram a cidade, mas fizeram dela sua capital. Meio século depois, quando a cidade se rebelou, Xerxes a destruiu parcialmente. Daí em diante jamais foi reconstruída por completo, tendo perdido sua antiga grandeza. Contudo, ela se tornou capital de Alexandre o Grande, depois que ele a tomou em 331 a.C.. Portanto, essa profecia de Isaías se cumpriu alguns séculos após sua morte. Quando Seleuco Nicator (312-280 a.C.) reinou sobre a parte oriental do império alexandrino (ver com. de Dn 7:6), Babilônia perdeu sua posição importante. Por volta de 305, esse rei estabeleceu uma nova capital às margens do Tigre, 54 km ao norte de Babilônia, onde ficava Opis, e a chamou de Selêucia, em homenagem a si mesmo. Os materiais e parte da população da nova cidade foram tirados de Babilônia, cuja grandeza foi então destruída de forma permanente. No entanto, Babilônia continuou tendo relativa importância por mais dois séculos. No tempo de Estrabão, em cerca de 20 a.C. ou um pouco depois, a maior parte da cidade tinha se tornado uma vasta desolação (Strabão, xvi.1.5), embora ainda habitada. No reinado de Trajano (98- 117 d.C.), estava completamente arruinada.
Is.13:20 20. Nunca jamais será habitada. Quando estava em ruínas, Babilônia foi finalmente abandonada. Um século depois de Isaías, jeremias fez uma previsão similar (Jr 51:37). O arábio. O termo “arábio” é empregado como designação geral para as tribos nômades de beduínos que vagueiam pelo deserto na parte oriental da Palestina. Não armará ali a sua tenda. Desde a desolação de Babilônia na antiguidade (ver com. do v. 19), o lugar não é habitado. Visitantes de gerações passadas, algumas vezes, relataram que beduínos daquela redondeza evitavam as ruínas devido a um temor supersticioso. Isso pode realmente ter sido verdade no passado, mas a razão que os beduínos dão hoje é simplesmente que as ruínas antigas não fornecem um lugar apropriado para se habitar ali. Como nos milênios passados, “o arábio não armará ali a sua tenda”. Contudo, caso beduínos se estabelecessem no local da antiga Babilônia não invalidaria a previsão de Isaías. O que o profeta tinha em mente não era tanto seus muros altos e palácios majestosos, mas a religião e a cultura pagas e seu poderio militar. Sua descrição da cidade como uma ruína abandonada declara em tom enfático que o orgulhoso império de sua época desaparecería da a Terra. Os séculos testemunham a exatidão da previsão de Isaías, pois nada resta daquela civilização antiga além de ruínas (ver também com. de Ez 26:14).
Is.13:21 21. As feras do deserto. Após ter sido abandonado, o local da antiga Babilônia se tornou habitat de animais selvagens. Em vez de homens fortes e lindas mulheres, feras do deserto habitariam a cidade. Horríveis animais (ARC). Do heb. 'ochim, palavra que ocorre apenas aqui e cujo significado é incerto. Imagina-se que a palavra 'ochim imite o uivar de um animal. Alguns creem que o termo se refira à “coruja” (ARA); outros traduzem ochim como “chio”. Avestruzes. Do heb. henoth, yaanah. Sátiros. Do heb. seirim, plural de sair, literalmente, “peludo” ou “desgrenhado”. Visto que os bodes são peludos, a expressão “peludo” passou a significar “bode”. O nome Seir (Gn 32:3) vem da mesma palavra hebraica. Mais tarde, empregou-se sa ir com referência a demônios ou divindades mitológicas com suposta aparência de bodes, mas não há evidência de que Isaías, neste caso, refira-se a demônios. As outras criaturas mencionadas em Isaías 13:21 e 22 são animais literais. Conforme usada aqui, sair significa simplesmente “bode [selvagem]’'.
Is.13:22 22. Hienas. Do heb. 'iyyim, provavelmente “chacais" ou “hienas”. Em vez da música alegre das festas babilônicas se ouviría nas ruínas dos palácios antigos o som lúgubre produzido pelas várias criaturas selvagens mencionadas neste versículo. Chacais. Do heb. tannim, “chacais”. A tradução “dragões” (KJV) deve-se à confusão de tannim com tannin, que significa “dragão” ou “baleia” (ver com. de SI 74:13). Está prestes a chegar. A cidade de Babilônia foi destruída por Senaqueribe, em 689 a.C., durante o tempo de Isaías (ver com. dos v. 17, 19). Porém, esse não foi seu final definitivo, visto que a cidade foi reconstruída. Capítulo 14 l A misericordiosa restauração de Israel por parte de Deus. 4 Hino triunfal sobre a queda de Babilônia. 24 O propósito divino contra a Assíria.
Is.14:1 1. O Senhor Se compadecerá de Jacó. Este capítulo continua a profecia do cap. 13 a respeito da queda de Babilônia (Is 13;I; cf. 14:28). A mensagem chegou a Isaías no ano 716/715 a.C. (ver v. 28; vol. 2, p. 62). A queda de Babilônia pelas mãos dos medos e persas resultaria na libertação e restauração de Israel, tomado cativo pelos babilônios. Logo depois de conquistar Babilônia, Ciro promulgou seu memorável decreto autorizando os judeus a voltar para seu lar e reconstruir o templo (2Cr 36:22, 23; Ed 1:1-3). Estrangeiros. Isto é, gentios. Isaías introduz um de seus temas favoritos: o grande ajuntamento de pessoas de todas as nações para adorar o Deus verdadeiro (ver p. 15). Ele retoma esse tema vez após vez (Is 44:5; 54:2, 3; 55:5; 56:4-8; 60:1-5; etc.). Esta profecia se cumpriu em parte no tempo do AT (ver p. 16), e de forma mais completa 1» no grande ajuntamento de gentios nos tempos apostólicos (At 10:1, 2, 48; 11:18; 13:46- 48; etc.). Também tem se cumprido hoje à medida que pessoas de todas as nações conhecem o evangelho de Cristo.
Is.14:2 2. Os povos. O rolo IQIs11 do Mar Morto traz “muitos povos”. Dominarão os seus opressores. Se os judeus tivessem servido ao Senhor com zelo quando voltaram de Babilônia, era plano divino que dominassem a terra (ver p. 17). Finalmente, todos teriam reconhecido uns aos outros como irmãos. Todos teriam adorado ao Senhor e se alegrado com a salvação. Contudo, os judeus falharam outra vez, após o cativeiro, em andar em harmonia com o ideal divino (ver p. 18), e nunca reconheceram o glorioso privilégio que poderia ter sido deles. Porém, quando os santos triunfarem no final da história deste mundo, o povo de Deus de todas as eras dominará seus opressores (Dn 7:14, 18, 27).
Is.14:3 3. Dar -te descanso. Assim como os israelitas tinham sido escravos no Egito, seriam cativos em Babilônia; e, como Deus lhes dera descanso da servidão no Egito, assim lhes daria descanso do cativeiro. A terra prometida seria esse local de descanso, mas Israel, por causa do pecado, outra vez não entrou no descanso prometido. Portanto, esta promessa está reservada para o Israel espiritual, que será reunido de todas as nações e liberto da tentativa final de Babilônia de escravizar o mundo. O povo de Deus linal- mente encontrará '‘descanso” na Canaã celestial, a terra renovada.
Is.14:4 4. Motejo. Do heb. mashal, palavra traduzida na ARA como ‘‘provérbio” 22 vezes e como "parábola” seis vezes (vervol. 3, p. 1061). Visto que, neste caso, mashal se aplica à seção inteira, os v. 4 a 28, e não apenas à exclamação do v. 4, é preferível a tradução “parábola” (ver SI 49:4; Ez 17:2; 24:3). Esta seção se aplica à Babilônia histórica (ver Is 13:1; 14:28; ver também com. de Is 14:1; sobre a aplicação à Babilônia espiritual, ver com. de Is 13:4). Quando fosse liberto do cativeiro (Is 14:1-3), o povo de Israel zombaria de seu opressor. O rei da Babilônia. Ele era o principal responsável pela política babilônica (sobre “o rei da Babilônia” como designação simbólica de Lúcifer, ver com. do v. 12). A cidade dourada (ARC). A tradução do heb. maãhevah, “dourada ”, faz supor que a palavra seja derivada do aramaico dahav, “ouro”. Contudo, a palavra hebraica para “ouro’’ é zahav, e não havia razão para os hebreus empregarem uma palavra para “dourada’’ derivada do aramaico em vez de uma de sua própria língua. Portanto, sugeriu-se que maãhevah foi considerada como marhevah, “terror”, sendo que as letras hebraicas para r e d são semelhantes (ver p. xxi) e facilmente confundidas. A LXX, a Siríaca e os Targuns apoiam a leitura “terror”, assim como o rolo lQIs!1 do Mar Morto. Lima forma equivalente da palavra é traduzida como “perturbam” em Cântico dos Cânticos 6:5. Portanto, parece provável que a última frase devesse ser “cessou o terror”, ou “tirania” (ARA). Isso a torna paralela à frase “cessou o opressor!” (ver com. de Is 13:19; e Nota Adicional a Daniel 4).
Is.14:5 5. A vara. Vara e cetro são símbolos de poder. O Senhor quebraria por completo o poder de Babilônia (ver Com. de Is 13:19-22).
Is.14:6 6. Que feriram os povos. Babilônia, que na sua fúria feria as nações com “golpes incessantes” e as dominava com ira, se tornaria objeto da ira e seria ferida com golpes recorrentes, dos quais não se recuperaria (ver Jr 50:23).
Is.14:7 7. Toda a terra. Literal mente, a descrição do mundo quando o rei de Babilônia cessasse sua obra (v. 4), e simbolicamente, quando o governo de Satanás chegar ao fim (ver com. de Is 13:4). Somente então a terra terá descanso e sossego. O destino de Satanás trará alegria ao povo de Deus, pois a opressão terá acabado, e os santos herdarão a Terra renovada e reinarão para sempre. Num sentido figurado, o mundo todo, que por tanto tempo gemeu sob a maldição do mal, se regozija ao se libertar do poder do opressor.
Is.14:8 8. Ciprestes. Do heb. beroshim, ‘‘zimbros [fenícios]”. O “rei da Babilônia” (v. 4) é comparado a uma árvore (ver Dn 4:11, >22; cf. Jz 9:8-15; Ez 31:16). As outras “árvores” da “floresta” se regozijam quando essa "árvore” pretensiosa e arrogante é cortada. Os monarcas assírios se gabavam de terem cortado as florestas e deixado o país como um deserto (ver Is 37:24). Do mesmo modo, os exércitos de Babilônia devastaram os países conquistados (ver Jr 25:11). Haverá alegria universal quando a obra de destruição for concluída. “Apóstolos e profetas” exultarão com a queda da Babilônia espiritual (Ap 18:20; cf. 19:1-6). Ninguém já sobe contra nós para nos cortar. Ninguém chega para cortar as árvores, e as florestas da terra se regozijam com seu livramento.
Is.14:9 9. O além. Do heb. sheol (ver com. de Pv 15:11), a morada figurada dos mortos. A mesma palavra é traduzida como “cova” (Is 14:11). Sheol é personificado saudando o rei de Babilônia (ver v. 15). Aqueles a quem matou lhes dão as boas-vindas, a quem uma vez escravizou povos como um tirano, e enviou outros à morte. De forma figurada, os poderes do mal serão tirados de seus “tronos” na Terra para descer às sombras da morte (ver Ap 20:10, 14). Ezequiel usou a mesma metáfora (Ez 32:18-32; comparar com ls 24:22; Ap 6:15, 16; 19:20).
Is.14:10 10. Como nós. O rei de Babilônia, que matou tantos outros, seria morto. Satanás (ver com. dos v. 4, 12), que conduziu tantos à ruína e à morte, finalmente entrará no reino da morte (ver Ap 20:10). O autor da morte provará de seu fruto amargo.
Is.14:11 11. Cova. Da mesma palavra hebraica traduzida como “além” no v. 9. Tua soberba. Toda a pompa e ostentação do mal desaparecem na frieza do túmulo. O outrora poderoso governante de Babilônia e dos exércitos do mal (ver com. dos v. 4, 12) será completamente humilhado no pó. A loucura da arrogância e do orgulho será ridicularizada (ver SI 2:1-4). Harpa. Ou, "harpas” (vervol. 3, p. 17). Gusanos. Do heb. rimmah, “larva”. A palavra “vermes” deriva de toleah. O orgulhoso rei de Babilônia está no sheol, sobre uma cama de gusanos, coberto com vermes. “Os caminhos da glória conduzem ao túmulo.”
Is.14:12 12. Estrela da manhã. Do heb. helel, líteralmente “brilhante”, da raiz halal, que significa “emitir luz”, “brilhar", “ser brilhante”. O substantivo helel e seus equivalentes em línguas afins era comumente empregado com referência ao planeta Vênus como uma estrela da manhã por causa de seu brilho sem igual. Vênus é o mais brilhante de todos os planetas e, quando atinge seu esplendor máximo, é sete vezes mais brilhante que Sírio, a mais refulgente de todas as estrelas fixas. Quando está localizada numa posição favorável, é facilmente visível a olho nu ao meio-dia. A LXX traduz helel como heõsphoros, “estrela da manhã”, literalmente, “o que traz a alva”, designação grega comum para Vênus quando aparecia no céu pela manhã. O nome Lúcifervem do latim e significa “portador de luz”. O termo, conforme usado aqui, foi primeiramente identificado com Satanás por Tertuliano, Jerônimo e outros pais da igreja primitiva, sendo depois empregado com esse sentido na Idade Média. Pedro se refere a Cristo como phõsphoros, “estrela da alva” (2Pe 1:19), que, literalmente, significa “portador de luz”. Em Apocalipse 22:16, Ele é chamado de "a brilhante Estrela da manhã [estrela da alva’]”. Aplicados a Satanás, os diferentes termos (helel, heõsphoros, Lúcifer, etc.) refletem a posição elevada que ele tivera no Céu, ao lado de Cristo, e indicam que ele é o rival de Cristo. Nenhum desses termos é um nome próprio, embora todos tenham esse sentido; em vez disso, são termos atributivos que denotam a elevada posição da qual Lúcifer caiu. Essa descrição se aplica a Satanás antes de sua queda, quando, depois de Cristo, era o mais poderoso no Céu e líder das hostes angélicas (ver descrição mais ampla de Satanás, sob a designação de “rei de Tiro”, no com. de Ez 28:12-19). Lançado por terra. Na guerra contra Cristo, Satanás foi derrotado, expulso do Céu e lançado para a terra (ver Ap 12:7-9; ver com. de Ez 28:16-18). Debilitavas as nações. Comparar com ? os v. 4-6, 9-11.
Is.14:13 13. Acima das estrelas de Deus. Ver com. de Jó 38:7. O desejo por exaltação própria foi a causa da queda de Lúcifer. Antes da queda, ele era o anjo mais belo e sábio. Orgulhou-se excessiva mente da honra que Deus lhe conferiu e buscou glória ainda maior. Monte da congregação. Do heb. har- tnóed; ou, “monte de Deus”, na passagem paralela de Ezequiel 28:16. Lúcifer aspirava a sentar-se no “monte da congregação”, mas o Senhor o lançaria “fora do monte de Deus”. O rei de Babilônia era um pagão, e, na mitologia pagã, os deuses se reuniam num alto monte, onde decidiam as questões da Terra. O rei da Babilônia histórica (ver com. de Is 14:4) tentaria usurpar o controle dos deuses, isto é, ter suprema autoridade sobre as questões da Terra. Como rei da Babilônia espiritual (ver com. de v. 4), Satanás de forma similar aspirava a impor sua vontade sobre as questões do Céu, isto é, governar o universo de Deus. Nas extremidades do Norte. O Salmo 48:2 situa o monte Sião “para os lados do Norte”, isto é, ao norte da principal parte da cidade. Supunha-se que Anu, o mais importante dos antigos deuses de Babilônia, tinha seu trono no terceiro céu. Sua constelação estava entre as estrelas polares, ao redor das quais todas as outras giravam. Com frequência, a mitologia pagã representava os deuses se reunindo numa montanha ao norte. Alguns creem que Isaías fez uso desta figura ao descrever as pretensões de Lúcifer (v. 12), “rei da Babilônia” (v. 4). O nome Baal-Zefom (Êx 14:2) significa literalmente “Baal do norte”.
Is.14:14 14. Semelhante ao Altíssimo. Lúcifer desejava ser como Deus em posição, poder e glória, mas não em caráter. Ele desejava para si a honra que a hoste angélica prestava a Deus. Sendo apenas uma criatura, ele buscou a honra devida somente ao Criador. Em vez de procurar tornar Deus supremo nas afeições da hoste angélica, buscou para si mesmo o primeiro lugar.
Is.14:15 15. Reino dos mortos. Do heb. sheol, morada figurada dos mortos (ver com. do v. 9). Da elevada posição à qual aspirava, Satanás seria lançado às profundezas mais baixas, e ali seria esquecido (ver Lc 10:18; Ap 12:9). Há uma série de contrastes marcantes em Isaías 14:4 a 19, entre exaltação e completa humilhação. No mais profundo do abismo. Literalmente, “as partes mais remotas da cisterna”. Aqui, “abismo” é sinônimo de sheol, a morada figurada dos mortos. Este emprego do heb. hor, “abismo”, é comum no AT (ver Is 24:22; Ez 31:14, 16; etc.)
Is.14:16 16. Os que te virem. Repete-se a figura dos v. 9 e 10. Os “mortos”, os “príncipes da terra”, que precederam Lúcifer no “abismo” (v. 15), fitam-no com surpresa quando ele desce para se juntar a eles. Deve-se ter em mente que toda esta seção emprega uma linguagem simbólica (ver com. de v. 4). E este o homem [...]? Ver com. do v. 10.
Is.14:17 17. Assolava as suas cidades. Uma descrição literal das conquistas babilônicas (ver com. dos v. 4, 6). Quando Deus estava prestes a criar este mundo, Lúcifer, o “rei da Babilônia" espiritual (ver com. do v. 4), quis ser consultado. Ele pensou que pudesse melhorar a obra de Deus e prometeu um nível de existência mais elevado àqueles que o seguissem. Mas, quando assumiu o controle deste mundo, não fez nada além de transformá-lo num deserto amaldiçoado. Finalmente, todos verão que Satanás fez do mundo um vasto deserto, muito diferente do belo mundo que saiu das mãos de Deus (Gn 1:31). Desolação e morte, não alegria e vida, são os resultados inevitáveis do governo de Satanás. Não deixava ir para casa. O “rei da Babilônia” histórica (ver com. de v. 4) mantinha seus povos cativos em completa su|ei- ção (comparar com a atitude do rei do Egito, em Ex 5:2). O rei de Babilônia teria o mesmo destino que infligia a outros. Do mesmo modo, Lúcifer em atitude desafiadora se recusa a libertar os presos que mantém no cárcere da morte (Jd 9).
Is.14:18 18. No seu túmulo. Ver com. do v. 19. Durante os mil anos, os ímpios estarão nos seus túmulos (ver Is 24:22).
Is.14:19 19. Lançado fora da tua sepultura. Devido ao ódio ao “rei de Babilônia” (ver ç com. do v. 4), a ele seria negada uma sepultura honrosa (ver 2Cr 24:25). D urante os mil anos, Satanás experimentará a morte em vida. Ao redor dele estarão todos os ímpios mortos, mas ele mesmo não poderá encontrar o descanso da morte. Para ele não haverá alívio da miséria e do remorso, nem do horror que trouxe sobre a Terra. Será um cadáver vivo para o qual um túmulo comum seria honroso demais (comparar com Is 14:9-11). Pisado de pedras. Comparar com o v. 15.
Is.14:20 20. Não te reunirás. Ver com. do v. 19. Mataste o teu povo. Ver com. do v. 6. Quando o ser humano pecou, Satanás se tornou o príncipe deste mundo e o governante dos pecadores. Mas, nesses milhares de anos, tudo o que fez foi devastar este mundo e matar pessoas. No lugar da honra e da glória que com tanta ânsia buscou, fez de si objeto de completa vergonha e desgraça.
Is.14:21 21. Preparai a matança. Isto é, para os “filhos” do “rei de Babilônia” (ver com. de v. 4; comparar com J1 3:9-17). Morte e destruição serão o destino final de todos os filhos da iniquidade. Finalmente, o próprio Satanás e todo seu exército da maldade serão devorados pelas chamas e reduzidos a cinzas (ver Ez 28:16-18; Ml 4:1, 3; Ap 20:9, 10). Por causa da maldade. Ver com. de Ez 18:2.
Is.14:22 22. Babilônia. Tanto o “rei de Babilônia” (ver com. de v. 4) como Satanás, o “rei” da Babilônia espiritual, se exaltaram (ver Dn 4:30, 37; Is 14:13). O nome Babilônia significa “portão de Deus” (ver com. de Gn 10:10; 11:9), mas provará ser o portão do interno. Em vez de algo glorioso, a Babilônia histórica se tornaria em vergonha. Ignomínia e reprovação, em vez de glória e honra, seriam seu destino. Nome e posses, amigos e parentes, filho e neto, descendente e posteridade, tudo seria cortado da famosa cidade. Ninguém restará para dar continuidade a seu nome. O mesmo se dará no fim dos tempos com a Babilônia espiritual (ver Ap 18:4, 21-23).
Is.14:23 23. Vassoura da destruição. A cidade orgulhosa é comparada a resíduo e lixo, que deve ser varrido. Babilônia contaminara a terra, e não tinha o direito de permanecer onde continuaria a ofender o ser humano e o próprio Deus. O mundo ficaria mais limpo quando essa imundícia fosse varrida. Com essas palavras é concluída a sentença contra Babilônia.
Is.14:24 24. Como pensei. A longa mensagem contra Babilônia é seguida de um pronunciamento contra a Assíria (v. 24-27). A Assíria estava acostumada a seguir seu próprio caminho. Com o poder de seus exércitos, ela imaginava que podia impor sua vontade ao mundo. Porém, Deus lhe ensinaria que é Ele que controla a Terra. Nenhum propósito contrário à Sua vontade pode prevalecer.
Is.14:25 25. A Assíria. Estas palavras se referem ao tempo quando Senaqueribe invadiu a Judeia e enviou parte de seu exército para sitiar Jerusalém. Seu jugo seria pesado para a terra por um tempo, mas, íinalmente, Deus quebraria esse jugo e libertaria o povo.
Is.14:26 26. A mão. Quando [saias teve uma visão da grandeza de Deus, também percebeu a insignificância do ser humano. Nessa época, o mundo todo estava atemorizado com o poder assírio. Isaías, porém, viu o Senhor como “quem na concha de Sua mão mediu as águas e tomou a medida dos céus a palmos", diante de quem as nações são consideradas "como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança” (Is 40:12, 15). Somente aquele que conhece a Deus tem um entendimento claro das questões humanas. "Todas as nações são perante Ele como coisa que não é nada; Ele as considera menos do que nada, como um vácuo” (v. 17). Para alguém que viu a Deus sentado sobre o trono eterno, a Assíria não era motivo de maus presságios nem de temor. No tempo de provação, quando a Assíria parecia prestes a esmagar sua terra, Judá precisava muito de uma mensagem de encorajamento como esta.
Is.14:27 27. Voltar atrás. I saias viu a mão de Deus estendida em juízo contra a Assíria e as outras nações de seu tempo, e sabia que não havia poder nos céus ou na ferra que a fizesse voltar atrás. Quando se propõe a lazer algo, Deus cumpre o que deseja, a despeito da vontade humana (ver Nm 23:19; Jó 9:12; ls 43:13; Dn 4:32, 35). Estas palavras concluem a mensagem contra a Assíria.
Is.14:28 28. No ano. Aqui começa outra profecia curta, desta vez contra a Filístia (v. 28-32). Acaz morreu em cerca de 715 a.C. e foi sucedido por seu filho Ezequias que governou sozinho.
Is.14:29 29. Toda a Filístia. Ver com. de Êx 15:14. Áspide. De uma serpente comum sai ria outra ainda mais vil e venenosa, e dela, por sua vez, sairia uma serpente voadora. É como se o vento suscitasse o redemoinho, ou do chacal nascesse um dragão.
Is.14:30 30. Os primogênitos dos pobres serão apascentados. Entrelaçada à profecia do juízo contra a Filístia está uma promessa de prosperidade para os pobres e desafortunados de Judá. Esta deveria ser a obra de Cristo, o Filho ideal do rei de Judá (ver SI 72:2-4). Os "primogênitos” dos pobres são aqueles que herdam uma porção dupla, não de riquezas, mas de pobreza. Farei morrer. O rolo IQIs'1 do Mar Morto diz "matarei ”. Tua raiz. Da raiz de |udá viria o Hei que o salvaria, mas a raiz do adversário de Judá, aqui mencionada, seria destruída pela fome. Judá seria ferido por seus adversários mas haveria um remanescente que voltaria e seria salvo (Is 10:20, 21; ver com. de ls 7:3). Contudo, os remanescentes dos inimigos de Judá pereceríam.
Is.14:31 31. Ó Filístia toda. O profeta visualizava um tempo quando a Filístia (ver com. do v. 29) não mais existiría. Toda a nação seria destruída. Como fumaça vinda do norte, um juízo cairia sobre a Filístia. Invasores babilônios se aproximaram da Palestina a partir do norte para trazer juízos sobre a terra (Jr 1:14; 4:6; 6:1, 22; Ez 1:4). Um século mais tarde, se predisse outra vez juízo desde o norte contra a Filístia (Jr 47:2). Fumaça. Provavelmente, a fumaça de cidades e vilas incendiadas por um exército invasor. Ninguém há que se afaste. Toda a frase diz, literalmente, "ninguém se aparta de seu objetivo” , significando neste contexto "nenhum desertor nas suas fileiras”. (3 inimigo desceria como uma unidade, sem desertores, e como um só homem cairia sobre sua vítima, a Filístia.
Is.14:32 32. Aos mensageiros. Talvez uma delegação real enviada para consultar o profeta, que então responde. Depois de transmitir mensagens de destruição contra a Assíria, Babilônia e Filístia, a pergunta natural seria sobre o destino de Judá. A resposta é dada rapidamente: “O Senhor fundou a Sião”, e, portanto, ela não tem nada a temer. Capítulo 15 O estado lamentável de Moabe.
Is.15:1 1. Sentença contra Moabe. Ou, “mensagem solene com respeito a Moabe’'. Nos cap. 15 e 16, Isaías profere uma profecia contra o vizinho a leste de Judá, Moabe. Pouco se sabe da geografia política e da história de Moabe, e, portanto, muito dessa profecia não está claro. Com frequência, Israel e Moabe guerreavam entre si. cujos fugitivos vão até Zoar, novilha de três anos; vão chorando pela subida de Luíte e no caminho de Horonaim levantam grito de desespero; A famosa Pedra Moabita, encontrada nas ruínas de Dibom, em 1868 (ver vol. I, p. 100, 101; vol. 2, p. 946, 947), conta da sujeição de Moabe a Onrí e Acabe, e de sua revolta exitosa contra seu próprio rei, Mesha (ou Mesa ver 2Rs 3:4-7). Cidades como Dibom, Nebo, Medeba, Jaza (Yahats) e Horonaim (Hauronen), mencionadas nesta profecia (Is 15:2, 4, 5), também são citadas na Pedra lVIoabita. Em Jeremias 48, está registrada uma profecia similar contra Moabe que emprega quase as mesmas palavras. Ar. Do heb. ar, palavra que se supõe ser uma variante de 'ir, significando “cidade”. Não se conhece nenhuma cidade com o nome de Ar (comparar com “a cidade de Moabe ", em Nm 22:36).
Is.15:2 2. Dibom. Nesta cidade foi encontrada a Pedra lVIoabita (ver com. do v. 1). Ela está 19 km ao leste do Mar Morto e cinco ao norte de Arnom. Nebo e Medeba estão próximas ao limite norte do Mar Morto. Na famosa Pedra Moabita, o rei Mesba se vangloria de ter sido ordenado por Quemos a tomar Nebo de Israel, e de ter sitiado a cidade e matado 7 mil homens, mulheres e crianças, os quais ofereceu a seu deus. Vlesha declara que Medeba foi tomada por Onri, que, com seu filho Acabe, a ocupou por muitos anos. Calvas. Raspavam-se cabeça e barba em sinal de profunda tristeza. Esse costume pode ter tido alguma relação com a idolatria, visto que os israelitas foram proibidos de segui-lo (Lv 19:27; 21:5; Dt 14:1; cf. Jr 7:29; 16:6; Ez 7:18; Vlq 1:16).
Is.15:3 Sem comentário para este versículo
Is.15:4 4. Hesbom. O pranto seria ouvido ainda mais ao norte. Hesbom (Tell Hesbân) está cerca de 10 km ao norte de Medeba e 24 km a nordeste da foz do Jordão. Eleale ficava num monte 2,7 km a nordeste de Hesbom. Quando os israelitas ocuparam o país, o território ficou com Rúben (Nm 32:3, 37), mas depois foi tomado por Moabe (ver Is 16:9; Jr 48:34). A localização de Jaza não é exata, mas pode ter sido próxima a Medeba. Os israelitas derrotaram Seom, rei dos amorreus, nesse lugar (Nm 21:23, 24; Dt 2:32, 33; Jz 11:20, 21), e a cidade passou a fazer parte do território de Rúben (Js 13:15, 18). De acordo com a Pedra Moabita, Jaza foi a sede dos israelitas na luta contra Vlesha, mas foi capturada por Mesha e acrescentada ao distrito de Dibom. Os armados de Moabe. Era tão terrível o açoite que viria sobre Moabe que mesmo os soldados estariam em pânico e gritariam de terror. Os que deveríam ajudar não poderíam fazê-lo, os que deviam ter coragem se encheríam de terror.
Is.15:5 5. O meu coração. A cena representada diante do profeta é tão terrível que seu coração se comove de piedade e clama pelo povo ferido. Zoar. Esta cidade provavelmente ficava próxima ao limite sul do Mar Morto. Temporariamente poupada na destruição de Sodoma e Gomorra, ela foi mais tarde destruída e, então, ao que tudo indica, reconstruída (ver com. de Gn 19:22-24, 30). Novilha de três anos. O texto hebraico traz Eglath shelishiyyah, “Eglate, a terceira", e sendo assim, uma cidade nas proximidades de Zoar. Luíte. Comparar com Jr 48:5. O local desta cidade é desconhecido. Horonaim. É mencionada por Mesha na Pedra Moabita (ver com. do v. 1) como uma cidade conquistada por ele a mando de Quemos. Ê mencionada outra vez em Jeremias 48:3, 5 e 34.
Is.15:6 6. As águas de Ninrim. Mencionadas também em Jeremias 48:34, e talvez seja o local de um reservatório usado para fins de irrigação. Acredita-se que Ninrim ficava junto a um leito de rio que desembocava nas margens ao sudeste do Mar Morto. Quando o reservatório foi destruído, a área ficou desolada.
Is.15:7 7. Torrentes dos salgueiros. A situação desesperadora em Moabe fez com que os habitantes fugissem para um lugar conhecido como o ‘"ribeiro dos salgueiros”, cuja localização é desconhecida.
Is.15:8 8. Eglaim. Nenhum dos lugares mencionados no v. 8 foi identificado com exatidão.
Is.15:9 9. As águas de Dimom. Este lugar não foi identificado. Possivelmente, seja o mesmo que Dibom (v. 2). Nesse caso, “as águas” poderíam ser as de Arnom. Alguns as consideram como um riacho perto de Madmena. Ainda acrescentarei. Apesar do terrível juízo sangrento, outros juízos se seguiríam. Nesta passagem, leão possivelmente seja um símbolo de outros invasores (ver Jr 4:7; 5:6). Capítulo 16 I Moabe é exortado a render obediência ao reino do Messias e 6 é ameaçado por cansa do orgulho. 9 O profeta lamenta por Moabe. 12 O juízo contra Moabe. murchos: os senhores das nações talavam os melhores ramos da vinha de Sibma, que se estenderam até Jazer e se perderam no deserto, sarmentos que se estenderam e passaram além do mar. I I Pelo que por Moabe vibra como harpa o Meu íntimo, e o Meu coração, por Quir-Hercs.
Is.16:1 1. Enviai cordeiros. Quando Onri e Acabe subjugaram Moabe, este pagou tributo a Israel na forma de cordeiros e carneiros (2Rs 3:4). A partir de então, Moabe teria que pagar um tributo similar a ilida. Sela. Ver com. de 2Rs 14:7; cí. jr 48:28. Sela significa “rocha", e acredita-se ter sido o nome da capital de Edom. O povo de Moabe foi forçado a deixar suas cidades, fugir para o deserto e se estabelecer nas rochas. Então, numa condição desolada, eles foram chamados a reconhecer a supremacia do "monte da í:íIha de Sião” com pagamento de tributo.
Is.16:2 2. Pássaro espantado. Ou, ‘um pássaro fugitivo” ou “um pássaro perdido”, uma ilustração dos fugitivos de Moabe, que não sabiam onde buscar refúgio.
Is.16:3 3. Dá conselhos. Alguns creem que estas palavras são dirigidas a Sião pelos moabítas, que foram forçados a deixar seu país; outros as veem como conselhos dados pelo profeta ao povo humilhado de Moabe. Parece que o último caso é o mais provável. Depois de levar juízo sobre Moabe, o Senhor aconselha seus derrotados habitantes quanto ao caminho em que devem andar. Dali em diante, deveríam andar com justiça e ser misericordiosos com os vizinhos. No dia da calamidade de judá, o povo de Moabe se regozijou com a tribulação do povo de Deus (ver Jr 48:27; Sf 2:8). Desta vez, o Senhor lhes adverte a mostrar bondade para com Judá, a não tomar vantagem dos exilados forçados, a buscar refúgio em Moabe. Assim como as sombras da noite, eles deveríam esconder os fugitivos e não entregá-los a seus perseguidores.
Is.16:4 4. Habitem entre ti. Moabe é advertido a permitir que os estrangeiros de Judá se refugiem no seu meio e a escondê-los dos que buscavam destruí-los. Esta mensagem foi dada a Moabe um século antes de os babilônios invadirem judá, quando milhares de judeus buscaram refúgio em Moabe (Jr 40:11). No entanto, naquele tempo o conselho não foi levado em conta, e os moabitas se deleitaram com as desgraças que caíram sobre judá (Jr 48:26, 27). Por essa razão, um terrível juízo cairia sobre Moabe (Sf 2:8, 9).
Is.16:5 5. Em benignidade. As palavras do v. 4, uma advertência a Moabe, também se aplicam ao reino de Cristo. O profeta parece divisar um tempo quando um representante da casa de Davi, o Messias (ver com. de Is 11:1), governará Moabe. E a misericórdia e não a crueldade que traz segurança, paz e prosperidade aos povos da Terra. Se Moabe fosse misericordioso, seu trono seria estabelecido; caso contrário, a nação seria destruída. O Senhor ouviu “o escárnio de Moabe” contra Seu povo e por isso declarou ‘'Moabe será como Socloma", e anunciou que Ele seria "terrível contra eles” (Sf 2:8, 9, 11).
Is.16:6 6. Da soberba de Moabe. O orgulho e a arrogância eram as evidentes fraquezas de Moabe e as principais razões para sua destruição (ver Jr 48:29; Sf 2:10). Sua arrogância. Literalmente, “seu falar ocioso”, "sua jactância" (comparar com jr 48:30). r\ altivez de Moabe era falsa e provaria ser vã.
Is.16:7 7. Uivará Moabe. Se Moabe tivesse dado ouvidos ao conselho do Senhor, seu trono teria sido estabelecido com justiça e misericórdia; mas, visto que se recusou, o resultado seria pesar e destruição. Toda a nação choraria de angústia quando chegasse a hora da destruição. Pastas de uvas. Literalmente, ‘‘bolos de uva”. Em Oseias 3:1, a mesma palavra é traduzida como "bolos de passas" (ver com. de 2Sm 6:19; Ct 2:5). Talvez, bolos de uvas fossem um dos principais produtos de Quir- Elaresete, e seus habitantes lamentariam a perda de seu principal meio de sobrevivência.
Is.16:8 8. Hesbom. Ver com. de Is 15:4. Sibma. Esta cidade foi designada a Rúben (Nm 32:37, 38; Js 13:15, 19) e era famosa por suas uvas (Jr 48:32). As vinhas deste país belo e próspero foram destruídas pelos invasores cruéis. A cidade de Sibma situava-se próxima a Hesbom, mas sua localização é incerta. A figura dos ramos das vinhas moabitas que se estendiam em várias direções talvez sugira os lugares aos quais o produto de suas vinhas era exportado, na forma de bolos de passas. Até Jazer. Isto é, os ramos da florescente vinha de Hesbom e Sibma se estendiam ao norte até Jazer, uma cidade na fronteira norte (oeste ou noroeste de Rabá, de Amom), originalmente em Gileade (Nm 32:1, 3, 35; 2Sm 24:5; ICr 26:31). Eles se estendiam ao leste no deserto árabe, e ao oeste atravessavam o Mar Morto e reapareciam nas ladeiras de En-Gedi (Ct 1:14). As palavras de Isaías descrevem as vinhas florescentes de Elesbom e Sibma como uma só vinha que se estendia em todas as direções (ver Jr 48:32).
Is.16:9 9. Caiu já dos inimigos o eia. A última parte do v. 9 diz, literalmente, “pois caiu um grito sobre teus frutos de verão e sobre tua colheita”. Em tempos de paz e prosperidade este seria o grito de júbilo dos ceifeiros; mas, em tempo de guerra (ver com. do v. 7), seria o grito do invasor ao tomar posse da colheita e destruir árvores e vinhas. Os targuns trazem “caiu um saqueador”. O profeta se junta aos habitantes de iVloabe para chorar por suas desgraças.
Is.16:10 10. Alegria. A época de colheita nos campos e nas vinhas era um período de alegria e celebração. Em vez disso, lágrimas tomariam o lugar do riso.
Is.16:11 11. Coração. Considerado pelos hebreus como o órgão das emoções (ver com. de Gn 43:30). Aqui as emoções são descritas como vibrantes e tristes como as notas de uma lira acompanhando um canto fúnebre. O profeta expressa empatia para com o povo contra quem profere a mensagem.
Is.16:12 12. Moabe se cansa. Quando iVloabe se apresentar no lugar alto de seu deus, embora se fatigue com tantos encantamentos e orações, Quemos não ouvirá (ver i Rs 18:26-29).
Is.16:13 13. Há muito. Literalmente, “desde então”, uma expressão hebraica que significa "antigamente”, “no passado”. Em Isaías 48:3, 5 e 7, é traduzido como “desde a antiguidade”, “desde aquele tempo” e “há muito”, e em 2 Samuel 15:34, “como fui, dantes". O significado é que a mensagem de Isaías é apenas uma repetição de antigas mensagens transmitidas.
Is.16:14 14. Dentro de três anos. Declarações prévias do juízo contra Moabe não tiveram um limite específico de tempo. Tais como os de jornaleiros. Um jor- naleiro trabalha enquanto dura seu contrato. Ele não permanece além desse período. Assim seria com o juízo prestes a cair sobre Moabe. Estabeleceu-se um tempo para esse juízo, e isso não poderia ser adiado. Pequeno e débil. Moabe não seria destruído por completo. Um remanescente permanecería, mas seria pequeno e débil. Capítulo 17 sem haver quem os espante. foram abandonados ante os filhos de Israel, e haverá assolação;
Is.17:1 1. Sentença contra Damasco. Ver com. de Is 13:1. Os v. 1 a 11 são uma mensagem contra Damasco e Israel. Deve-se lembrar de que, nos dias de Acaz, a Síria se uniu a Israel contra Judá, e que Isaías tinha predito a derrota da Síria e de Israel (Is 7:1-16). Esta profecia fala de juízos mais amplos. De ser cidade. Um forte golpe viria sobre Damasco; ela não mais faria parte das grandes cidades do mundo. Por um tempo, a cidade pareceu ter ficado em ruínas, mas foi f inalmente reconstruída, pois um século depois, Jeremias transmitiu outras mensagens contra ela (Jr 49:23-27).
Is.17:2 2. As cidades de Aroer. Na Síria não se conhece nenhum distrito com este nome, embora houvesse uma cidade com o mesmo nome no território israelita, ao leste do Jordão (Nm 32:34; Dt 2:36; 3:12; js 13:25; 2Sm 24:5). Provavelmente, para evitar essa aparente dificuldade, ou talvez seguindo outro texto hebraico, a LXX diz: “suas cidades serão abandonadas para sempre", como se falasse de Damasco. As cidades dentro do território designado seriam tão completamente destruídas que dali em diante os rebanhos pastariam no local onde houve cidades florescentes.
Is.17:3 3. De Efraim. Efraim, o reino do norte, ou Israel, ainda está ligado à Síria na mente do profeta. Visto que se uniram para atacar Judá (2Rs 16:5; Is 7:1, 2), as duas nações sofreriam o mesmo juízo decretado pelo Senhor (ver com. de Is 7:4, 7, 16). A glória. A glória de Israel foi efêmera. Assim também seria com os restantes da Síria.
Is.17:4 4. Jacó. Clara referência a Efraim, o reino do norte. As dez tribos seriam extintas. Portanto, esta mensagem deve ter sido transmitida antes de 723/722 a.C., data quando o reino do norte chegou ao fim (ver vol. 2, p. 69, 144).
Is.17:5 5. O segador. A metáfora desta vez é a de um segador que colhe “trigo” (ver com. de Lv 2:14) no campo. Da mesma forma, as cidades de Israel seriam cortadas pelo cruel invasor assírio. No vale dos Refains. Este era o pedregoso, porém fértil, “vale dos gigantes” ao sul de Jerusalém, na direção de Belém (ver com. de Js 15:8).
Is.17:6 6. Rabiscos. Do heb. 'oleloth, o ato de "catar” uvas ou azeitonas, mas não o grão. A referência é à colheita das azeitonas, como > deixa claro o restante do versículo. A idéia é mais uma vez a de um restante que escapará da destruição geral, dessa vez em Israel. Muito embora o juízo viesse, e a nação como um todo sofresse um golpe devastador, uns poucos restariam, como as azeitonas na ponta dos ramos mais altos da árvore depois de terem sido violentamente sacudidos. Esse conceito de um restante aparece vez após vez em todo o livro de Isaías (ver Is 10:20-22; 11:11, 16; 37:4, 32). O “restante” é sempre o grupo que sobrevive a um tempo de punição divina sobre Judá por suas transgressões. Presume-se que o restante tenha aprendido a obedecer e que permanecerá fiel a Deus.
Is.17:7 7. Olhará o homem para o seu Criador. O juízo não seria em vão, pois faria com que o devoto e sincero dirigisse os olhos a Deus. A importante mensagem de Isaías ao povo era: “Eis aí está o vosso Deus!” (Is 40:9). Pode ser necessário sofrer amarga desilusão e desastre para que as pessoas desviem os olhos das coisas terrenas, mas os juízos do Senhor linalmente fariam com que desviassem o olhar dos ídolos e o voltassem para o Criador.
Is.17:8 8. O que fizeram seus dedos. Isto é, os ídolos (ver Dt 4:28; Is 2:8; 3E.7; 37:19; Os 14:3; Mq 5:13). Os pagãos buscavam ajuda dos deuses que eles mesmos tinham feito. Os hebreus encontravam auxílio no Deus que era seu criador.
Is.17:9 Sem comentário para este versículo
Is.17:10 10. Da Rocha. Deus é a real defesa de Seu povo (SI 28:1; 31:2; 62:2; 71:3; 89:26; 95:1). Ao abandonar ao Senhor, o povo em vão buscaria proteção por meio de rituais idólatras. Plantações formosas. Plantações como trigo, cevada ou diferentes tipos de vegetais ou flores, plantados em cestas e potes e que germinavam rapidamente. Eram considerados como símbolos do poder mágico dos deuses da fertilidade. Embora lossem consideradas poderosas, essas divindades não possuíam força alguma e nada podiam fazer por seus adoradores. Mudas de fora. Literalmente, “brotos” ou "rebentos” de "[deuses] estranhos ou “[deuses] ilícitos" (ver SI 44:20; 81:9), talvez brotos usados de uma forma similar às “plantações formosas”.
Is.17:11 11. A colheita. Não poderia haver colheita abundante dessas plantas cujo crescimento era forçado. Como as plantas cresciam rapidamente, assim também se enfraqueciam rapidamente. A ideia parece ser de que o povo, tendo abandonado a Deus, sua força real, buscaria em vão a força dos deuses da fertilidade. Essas divindades não dariam mais do que uma colheita de dor e decepção no dia do perigo e da derrota.
Is.17:12 12. Grandes povos. O poder contra quem esse ai é pronunciado não é revelado. Porém, era algum inimigo do povo de Deus que viria contra ele como as águas de uma grande inundação, ameaçando destruí-lo por completo. Há uma profecia assim a respeito da Assíria (Is 8:7, 8), que pode ser o poder mencionado aqui.
Is.17:13 13. Deus as repreenderá. Embora os exércitos assírios sob o comando de Senaqueribe ameaçassem inundar por completo a judá, o Senhor interviría (ver Is 37:36). Em vez de derrotar Israel, o inimigo seria derrotado. Como a palha dos montes. Os símbolos empregados aqui expressam bem a completa fraqueza e insignificância dos exércitos assírios diante do poder de Deus. Num momento, avançariam como as impetuosas ondas de um mar poderoso, ameaçando destruir a terra de judá; e no outro, seriam como palha lançada pelo vento. Tufão. Literalmente, ‘'roda”. Supõe-se que se trata do cálice de um cardo (Gundelia tournefortii) que, ao secar-se, toma a forma de uma roda.
Is.17:14 14. Antes que amanheça. A noite, que para Sião começou com escuridão e pavor, findou com vitória e regozijo (ver Is 37:22-36). Daqueles que nos despojam. De acordo com os registros de Senaqueribe, ele levou um grande despojo de judá na sua primeira invasão (vervol. 2, p. 46). Capítulo 18 l Deus cuida de Seu povo e destrói os etíopes. 7 O crescimento do povo de Deus. orvalho no calor da sega.
Is.18:1 1. Ai da terra onde há o roçar de muitas asas de insetos. Literalmente, "a terra de grilos alados” ou ”a terra de ventos uivantes”. O termo hebraico tsiltsal, “grilos”, é traduzido como "gafanhoto” (Dt 28:42) e "címbalos” (2Sm 6:5; SI 1.50:5). Aqui se refere à Etiópia (ver com. de Gn 10:6). Um disco de sol com asas estendidas era um emblema egípcio popular. Neste capítulo e no seguinte, a Etiópia e o Egito estão juntos. A 25a dinastia comandou o Egito desde cerca de 715 a 663 a.C., quando o Egito foi governado por uma linhagem de reis "etíopes” (na verdade, níibios; ver vol. 2, p. 35, 36). Tiraca, que esteve no trono desde cerca de 690 a 664 a.C., é o mesmo Tiraca (2Rs 19:9), que Senaqueribe esperava encontrar quando marchou contra a judeia. Quando os "etíopes” avançaram desde onde hoje é o Sudão e estenderam seu domínio a todo o Egito, ameaçando os exércitos da Assíria, que estavam nessa época invadindo a Judeia, os israelitas, que costumavam confiar em homens e cavalos em vez de em Deus, buscaram o auxílio da Etiópia. O Senhor queria que Seu povo compreendesse que sua única deíesa estava nEie e não nas forças do Egito. Afinal, os egípcios eram apenas homens e ímpios. Aquela era a ocasião de ter uma sentença pronunciada contra eles. Era melhor estar sob as asas do Todo-Poderoso (SI 17:8; 57:1; 91:4) do que sob as asas sussurrantes do Egito. Esse país podia parecer formidável, mas sua força falharia quando Deus pronunciasse a sentença contra ele (ver com. de Is 19:1).
Is.18:2 2. Que envia embaixadores. Esses embaixadores podem ter sido enviados para convidar Juclá a se aliar aos egípcios contra a Assíria. Por mar. Imagina-se que seja uma referência ao Nilo. Como ocorre no árabe moderno, esta designação parece ser empregada para grandes rios como o Nilo e o Eufrates (ver Is 19:5; 21:1; Na 3:8). No Nilo, usavam-se navios leitos de papiro e junco. Ide, mensageiros velozes. O hebraico da segunda parte do v. 2 é obscuro, e há sugestões diferentes sobre como deveria ser traduzido. Porém, Isaías parece advertir a Etiópia, ou o Egito, de que ao enviar embai- 1» xadores a Juclá os enviava a uma nação dispersa e aflita em resultado da guerra. As invasões assírias devastaram o país, des- truindo-o como numa enchente (ver Is 8:7, 8) e deixando-o desolado e humilhado. Os egípcios não ganhariam nada se aliando a judá, e este último não teria a ajuda do Egito.
Is.18:3 3. Todos os habitantes. Todos os povos devem saber que o Senhor está no controle das questões humanas (ver com. de Dn 4:17, 37). É Deus quem ordena a marcha das nações. Em sentido figurado, é Ele quem levanta o estandarte sobre os cumes dos montes da Terra (ver Is 5:26), direcionando as nações sobre o que devem ou não fazer.
Is.18:4 4. Estarei calmo. O v. 4 apresenta um quadro claro de como o Senhor faz valer Sua vontade entre as nações (ver Ed, 173). Seus olhos estão sobre tudo, e Sua mão está no controle. De forma equilibrada, decreta juízo ou bênçãos, tratando todos os povos segundo Sua infinita sabedoria e justiça. Nada acontece sem seu conhecimento; nenhum juízo cai sem Sua permissão. Quando o grão está maduro para a colheita Ele envia seus ceifeiros para cumprir a missão.
Is.18:5 5. Podará [...] e cortará. A descrição de Isaías da obra dos ceifeiros divinos continua (ver Mt 13:39; Ap 14:14-20). A 'ferra é um vasto campo de colheita. Quando, em infinita sabedoria, o Senhor vê que uma nação está pronta para a destruição, Ele envia seus ceifeiros para cortá-la (ver Dn 4:13-15; 5:25-31).
Is.18:6 6. Deixados juntos às aves. Quando o Senhor conclui Sua obra e uma nação recebe o castigo, é como se os brotos e ramos tivessem sido cortados, para ser dispersos sem cuidado e deixados aos animais da terra e às aves do céu.
Is.18:7 7. Será levado um presente. Betrata-se a nação destruída como uma oferta, ou “presente”, ao Senhor. A guerra traria sofrimento, desolação e dor. A nação de judá seria ferida, dispersa, pisada e despojada por seus inimigos, mas o resultado final seria uma nova nação que reconhecería e serviría ao Senhor. Capítulo 19 errar o Egito os que são a pedra de esquina das suas tribos. abençoará, dizendo: Bendito seja o Egito, Meu povo, e a Assíria, obra de Minhas mãos, e Israel, Minha herança.
Is.19:1 1. Sentença contra o Egito. Sobre a palavra “sentença", ver com. de ls 13:1. Este capítulo pode ser considerado como uma continuação do 18, pois nessa época a Etiópia (Ntibia) e o Egito eram um, sendo que o Egito era governado por vários reis etíopes (ver com. de Is 18:1). Contudo, a descrição tem um contraste marcante com a apresentada no cap. 18. No cap. 19, Deus é descrito cavalgando "uma nuvem ligeira”, trazendo juízo sobre essa terra infeliz. Num sentido higurado, até os deuses do Egito estremeceríam diante do Deus dos céus.
Is.19:2 2. Egípcios se levantem contra. Esta é uma descrição exata do tipo de desastre que com Frequência significava derrota para os egípcios. Se os egípcios tivessem permanecido unidos, nenhuma nação da Antiguidade podería derrotá-los. Ao sul eram protegidos pelas cataratas do Nilo, ao leste e oeste, pelas areias do deserto, e, ao norte, pelo mar. Suas defesas naturais eram ideais. No entanto, os egípcios provaram ser seus piores inimigos. A inquietação interna e as dissensões resultaram em Fraqueza e ruína. Quando egípcios se voltavam contra egípcios, como faziam com Frequência; quando em várias partes do país, reis locais se levantavam e buscavam assegurar a supremacia sobre seus vizinhos, o resultado era no mínimo anarquia e caos e, às vezes, conquista por um inimigo estrangeiro. Mais tarde, os governantes egípcios contrataram mercenários estrangeiros para protegê- los de outros egípcios e, como resultado disso, os gregos começaram a ter considerável influência sobre os egípcios. Finalmente, em 525 a.C., Cambises, da Pérsia, marchou contra o Egito e foi coroado o primeiro faraó da 27a dinastia. Os dias de glória e independência egípcias chegaram ao fim.
Is.19:3 3. Anularei o seu conselho. Ao contundir os egípcios, o Senhor os humilhou. Eles buscaram seus ídolos por direção e sabedoria, mas o resultado foi apenas mais confusão e tolice, que apressou a ruína da nação.
Is.19:4 4. Um senhor duro. Estas palavras não se referem necessariamente a um único governante, pois foram muitos os reis duros e cruéis. Elas podem se referir à Assíria como nação em vez de a um único rei; e, mais tarde, ao domínio babilônico, persa, mace- dônico, romano, árabe ou britânico sobre a terra do Egito. No seu orgulho e esplendor, os egípcios tinham recusado por completo o conselho do Senhor, que então permitiu que caíssem nas mãos de tiranos.
Is.19:5 5. O rio. Provavelmente o Nilo (ver com. de Is 18:2). O Egito dependia do Nilo. Sempre que o nível do rio estava baixo demais para fluir aos canais de irrigação, ocorria um desastre econômico (ver com. de Gn 41:34). O nível baixo do Nilo deixava todo o sistema de irrigação completamente seco.
Is.19:6 6. Os rios apodrecerão (ARC). Provavelmente, o complexo do Delta do Nilo e os canais de irrigação. Os braços do Nilo. Literalmente, "rios do Egito”. A palavra usada para “braços” é yeor (ver com. de Gn 41:1).
Is.19:7 7. Secarão. O Egito existia graças ao Nilo (ver com. de Gn 41:34). Heródoto declarou que o Egito era o “presente do Nilo”. Quando o Nilo estava baixo, a plantação ao longo das margens murchava (v. 6) e secavam as colheitas semeadas ao lado do rio e de seus canais de irrigação.
Is.19:8 8. Os pescadores. A pesca era uma das importantes ocupações do Egito. Com o nível baixo de água, o suprimento de peixe seria restrito, e os egípcios seriam privados de um importante item da alimentação.
Is.19:9 9. Linho fino. A produção de linho também era uma ocupação importante no Egito. Aqui se descreve a falência da indústria de linho, mas, possivelmente, a referência seja, de forma figurada, à falência de toda a indústria. Pano de algodão. Literalmente, "[gêneros] brancos’, indicando talvez “algodão branco" (ver com. de Et 1:6; comparar com o uso da palavra “púrpura” para indicar “estofas de púrpura'’; ver com. de Et 1:6; cf. At 16:14).
Is.19:10 10. Seus grandes. A mesma palavra é traduzida como'‘fundamentos” (SI 11:3). Se esse for o sentido aqui, a ideia é de que os "fundamentos’ da vida e da indústria egípcias seriam esmagados, significando que “as colunas da terra [Egito] serão despedaçadas’’ (TB). Todas as classes sofreriam com a fome severa. A cena é a de um juízo severo, que cairía sobre todos. Todos os jornaleiros. A tradução da KJV ("os que fazem açudes”) baseia-se nos Farguns e na Vulgata. A leitura literal do texto hebraico consonantal (ver vol. 1, p. 1, 2) é “todos os trabalhadores contratados enfrentarão problemas”.
Is.19:11 11. Os príncipes de Zoã. Os gregos chamavam Zoã de Tânis. A cidade foi fundada sete anos depois de Hebrom (Nm 13:22). Estava situada no Delta, num dos braços orientais do Nilo. Esta cidade se tornou a capital de Ramsés 11, no século 13 a.C. Um século depois de Isaías, o profeta Ezequiel pronunciou um severo juízo sobre a cidade (Ez 30:14).
Is.19:12 12. Determinou. Enquanto os idólatras conselheiros do faraó planejavam e prediziam grandes coisas para o Egito, Isaías revelava a intenção do Senhor de humilhar o país. Se os famosos magos do Egito tivessem sido sábios, teriam buscado cumprira vontade do Senhor, aconselhando a nação a seguir Seus caminhos (ver Is 47:13-15).
Is.19:13 13. Os príncipes de Mênfis. Ver Jr 46:19; Ez 30:13, em que o Senhor decreta juízo contra esta capital egípcia e seus ídolos. Esta era uma das principais cidades reais do baixo Egito, e foi o primeiro ponto de ataque quando os assírios invadiram o país.
Is.19:14 14. Espírito estonteante. Literal mente, “um espírito oscilante', isto é, de incerteza, não de sabedoria. Toda a verdadeira sabedoria procede de Deus. Os líderes do Egito se tornaram tolos e se encontravam num estado de completa confusão. Sua perversidade e confusão não procediam de Deus, mas da recusa em andar nos caminhos divinos. Em sua insegurança e vacilação, eles se •: transformaram em ébrios cambaleantes, dignos de pena.
Is.19:15 15. Cabeça ou cauda. Isto é, toda classe de pessoas, líderes orgulhosos e pobres humildes. Na confusão e angústia, nada podiam fazer.
Is.19:16 16. Serão como mulheres. Descreve-se um estado de terror e desespero, de fraqueza e pânico. A varonilidade do Egito desaparecería, e os homens seriam tão temerosos como as mulheres.
Is.19:17 17. Espanto para o Egito. |udá era uma das nações mais fracas do antigo Oriente, e o Egito uma das mais fortes. Mas, quando o Senhor mandasse juízos sobre o Egito, sua autoconfiança se perdería. O Egito rejeitou o conselho do Senhor e, finalmente, seu povo ficaria atemorizado diante daqueles que O honravam e serviam. Os acontecimentos seriam tais que os ímpios reconheceríam a mão de Deus estendida contra eles.
Is.19:18 18. Naquele dia. Isto é, quando o Egito compreender a tolice e a futilidade de se opor à vontade de Deus (v. 17; comparar com a mesma expressão em Is 2:11, 17; 4:2; 26:1; 29:18; 52:6; Jl 3:18; Zc 2:11; 9:16; 12:8; 13:1; 14:4, 9; Ml 3:17). “Naquele dia” parece ser uma expressão típica dos profetas acerca do tempo quando Deus Se revelar às nações e estabelecer seu reino messiânico. O restante de Isaías 19 (v. 18-25) é uma profecia condicional do tempo quando, de acordo com o plano original de Deus para a evangelização do mundo (ver p. 16, 21), os egípcios reconhecerem o verdadeiro Deus e O servirem como o povo hebreu fazia (ver v. 25). Cinco cidades. Poderíam ser cinco cidades específicas, cujos nomes não estão aqui (sugeriu-se Heliópolis, Leontópolis, Elefantina, Dafne e Mênfis), ou poderia ser simplesmente um número simbólico. Dentre os egípcios pagãos, que por muito tempo rejeitaram a mensagem da graça divina, muitos se voltariam para o Senhor e aprenderíam a "língua" e os costumes do povo de Deus (ver p. 16). Em Sofonias 3:8 a 10, há uma descrição similar (ver também Zc 14:16-19). Juramento. Isto é, fariam um voto de lealdade ao Senhor, reconhecendo o verdadeiro Deus. Cidade do Sol. Do heb. ‘ir haheres, literal mente, “a cidade da destruição”. Quinze manuscritos hebraicos, o rolo do Mar Morto lQlsa, a versão de Símaco da LXX, a Vulgata e o árabe trazem 'ir hacheres, ou o seu equivalente, "a cidade do sol”. O nome da cidade egípcia de Heliópolis significa “cidade do sol". Heliópolis é o nome grego da cidade de Om, mencionada em Gênesis 41:45 e 50. Estava situada próximo ao declive oriental do Nilo, cerca de 30 km ao norte de Mênfis (Nofe; ver Is 19:13, ACF), e quase ao oeste do limite norte do golfo de Suez. Jeremias se refere à cidade como Bete-Semes, palavra hebraica para "casa do sol” (jr 43:13). Esta cidade era o centro da adoração ao Sol. Se ‘ir hacheres estiver correto, Isaías está comentando o fato de que, das “cinco cidades” que "farão juramento ao Senhor dos Exércitos”, uma seria a Cidade do Sol, centro egípcio de culto ao Sol.
Is.19:19 19. O Senhor terá um altar. Dois templos hebreus foram erigidos mais tarde no Egito: um em Elefantina, construído antes de 525 a.C. e destruído em 410; e o outro em Leontópolis, no Delta, próximo a Mênfis, construído em resposta ao pedido de Onias a Ptolomeu Filometore Cleópatra por volta de 150 a.C. Porém, é muito improvável que este versículo se refira a um desses templos. A profecia cios v. 18 a 25 é estritamente condicional (ver com. do v. 18). Os egípcios nunca juraram lealdade ao verdadeiro Deus (v. 18) e nunca se tornaram Seu povo (v. 25). Esta predição jamais se cumpriu, em parte, porque Israel foi infiel à sagrada missão que lhe foi confiada (ver p. 17-21). Se Israel tivesse sido leal, povos de todas as nações, incluindo o Egito, teriam se voltado para o Senhor (ver Zc 14:16-19). Centros de adoração ao verdadeiro Deus teriam substituído aqueles nos quais deuses pagãos eram adorados. O profeta previu um tempo quando o mundo se voltaria para o Senhor e O serviría. Contudo, como resultado do fracasso de Israel, essa profecia condicional não pôde se cumprir. Mas, na Terra renovada, todas as nações dos salvos adorarão ao Senhor (Is 11:9; 45:22, 23; Dn 7:27).
Is.19:20 20. Ele lhes enviará um salvador. A profecia condicional contínua (ver com. do v. 18). *< Que os há de livrar. Do heb. rab, de onde vem a palavra rahi, que significa "meu grandioso”. O rolo lQIsa do Mar Morto diz yrd, que pode ser tanto do termo radah, “governar”, "dominar”; ou doyarad, “descender”, “descer”. No primeiro caso, a última parte do v. 20 seria "ele governará e os libertará”; e no último, "ele descerá e os livrará”, que é o mais provável.
Is.19:21 21. Conhecerão o Senhor. "Naquele dia” (v. 18). As bênçãos do evangelho não seriam possessão exclusiva de Israel (ver p. 15-17).
Is.19:22 22. Ferirá, mas os curará. A mensagem de Isaías para o Egito começou com uma profecia de juízo e destruição (v. 1-17). O Senhor, porém, é Deus de misericórdia. Ele fere para depois curar. O objetivo de t-81 Deus ao enviar juízos não é destruir, mas restaurar, para o Egito, bem como para Judá.
Is.19:23 23. Do Egito até à Assíria. Isaías predisse o dia quando o Egito e a Assíria adorariam ao Senhor (ver com. do v. 18). As nações viveriam juntas em paz e irmandade, com júbilo em servir ao Senhor. Esta profecia terá seu cumprimento na Terra renovada, quando todos O conhecerão "desde o menor até ao maior deles” (Jr 31:34; cf. Is 11:16; 35:8).
Is.19:24 Sem comentário para este versículo
Is.19:25 25. Egito, Meu povo. Os israelitas chegaram a se considerar o povo exclusivo do Senhor. Eles se esqueceram de que Ele é o Deus de toda a Terra e que deseja que todas as nações sejam salvas. Isaías mostra ao povo de Israel suas oportunidades e responsabilidades. O tempo viria quando a Assíria pagã, bem como o Egito, conheceríam a Deus. Oseias teve uma visão semelhante (Os 1:10). Capítulo 20 Símbolo prefigura o cativeiro do Egito e da Etiópia.
Is.20:1 1. Tartã. Literal mente, ‘comandante”, sendo tartã o título do comandante-em-chefe dos exércitos assírios, não seu nome pessoal. Nos anais do IIo ano de Sargão (711 a.C.), registra-se que Azuri, rei de Asdode, se rebelou contra a Assíria e que Sargão imediatamente enviou um exército, depôs Azuri, e colocou seu irmão mais novo, Aimiti, no trono de Asdode. Contudo, os asdoditas se recusaram a aceitar o rei que da Assíria lhes impôs, e em lugar dele colocaram um aventureiro grego no trono. De acordo com os anais de Sargão, outras cidades filisteias, com Judá, Edom e Moabe, se juntaram na batalha contra a Assíria. Enviaram um pedido a ‘‘Piru |faraó?], rei de Musru [Egito?], para que fosse aliado deles, mas [que eraj incapaz de salvá-los”. Quando Sargão atacou Asdode, o usurpador grego fugiu “para o território de Musru, que pertence à Etiópia”, e um assírio foi feito governador. O rei da Etiópia estava atemorizado com o avanço de Sargão e, rapidamente, tomou medidas para fazer paz com a Assíria: prendeu o grego e o enviou à Assíria. Sargão. Por muitos anos, a única referência disponível a esse importante rei assírio foi esta declaração. Antes, céticos contestavam a exatidão histórica deste texto, mas durante as escavações em Khorsabad, nos anos de 1843 a 1845, Pauf-Émile Botta descobriu o palácio de Sargão, junto com suas famosas inscrições que falam da história deste importante rei.
Is.20:2 2. Solta de teus lombos o pano grosseiro. Em geral se usavam panos de saco em sinal de luto, e soltá-lo era, portanto, um sinal de alegria (Sl 30:11). Mas, neste caso, o pano de saco parece ter sido a veste distintiva de Isaías, como as vestes de pelos de camelo de João Batista (Mt 3:4) e o cinto de couro e pelos de Elias (2Rs 1:8). Despido. Ver com. de ISm 19:24. A palavra ‘arom, "despido”, tanto pode significar completamente nu ou parcialmente vestido. Neste caso (como em Is 58:7; Ez 18:7, 16; Mq 1:8), aponta-se o último significado. Isaías deixou de lado sua veste exterior e usou apenas as vestes interiores, uma prática comum no Oriente até hoje, principalmente entre os trabalhadores. O ato seria sinal de humilhação, privação e vergonha.
Is.20:3 3. Três anos. Não está claro se Jsaias se vestiu continuamente assim por três anos ou apenas em vários intervalos durante um período de três anos, para recordar ao povo a humilhação que viria do Egito.
Is.20:4 4. Levará os presos do Egito. Sargão não deixou registros de uma invasão ao Egito, mas, se "Musru , para onde o usurpador grego fugiu, era o Egito (ver com. do v. 1), é provável que muitos egípcios que fizeram parte do movimento contra a Assíria tenham sido do mesmo modo enviados à Assíria em humilhação, como retratado aqui. No entanto, nos reinados cie Esar-Hadom (68J-699 a.C.) e de Assurbanípal (669-627?), o Egito foi, em várias ocasiões, invadido pelos exércitos assírios, e muitos cativos, mesmo da linhagem real, foram levados à Assíria.
Is.20:5 Sem comentário para este versículo
Is.20:6 6. Ilha (ARC). Do heb. /, “ilha”, ou, como neste caso, “costa”. Os povos de toda a costa da Palestina, incluindo Eilístia e Fenícia, e talvez Ghipre, fizeram parte da revolta contra os assírios, mas foram duramente dominados. Eles descobriram, para sua tristeza, que nem com a ajuda do Egito e da Etiópia poderiam resistir ao poder assírio. Fugimos. O rolo IQIs" do Mar Morto diz “confiamos [no apoio] ’. De qualquer lorma, o significado será o mesmo. Capítulo 21 l O profeta lamenta o cativeiro do povo e tem uma visão da queda de Babilônia pelas mãos dos medos e persas. 11 Edom despreza o profeta e é advertido a se arrepender. 13 O tempo da calamidade da Arábia. de camelos, ele que escute diligentemente com grande atenção.
Is.21:1 1. Sentença. Ver com. de Is 13:1. O deserto do mar. A nação contra a qual se dirige esta mensagem solene, embora o título não contenha seu nome, é eviden- temente Babilônia (ver v. 2, 9; PR, 531; cf. v. 4). A LXX omite “do mar”, Isaías parece comparar a vasta imensidão do deserto com o mar. Alguns traduzem esta expressão como “deserto arenoso”. Ele virá. Não está claro se o que vem é a "sentença” ou a invasão medo-persa a Babilônia (ver v. 2). O último parece mais provável, pois o v. 2 diz que os elamitas e médios devem subir e sitiar. Neste caso, essa invasão é comparada a um tufão que vem do sul (do heb. negeb\ ver com. de Gn 12:9), e a terra da Média seria a “horrível terra” à qual Isaías se refere,
Is.21:2 2. Dura visão. O profeta tem uma visão dura e terrível de um podei: saqueador, traidor, violento e destruidor. Esse era Babilônia (ver Is 14:4, 6). ”o opressor”. Elão e Média foram chamados a subir contra ela para pôr um fim ao gemido e miséria que causava.
Is.21:3 3. Desfaleço-me. A cena de destruição apresentada ao profeta é tão horrível que ele fica completamente desfalecido.
Is.21:4 4. O meu coração cambaleia. Isto é, “minha mente está confusa ". A noite que eu desejava. O temor do profeta reflete o de Belsazar e dos babilônios na noite do banquete (ver v. 5), a qual Isaías previu nessa “dura visão” (v. 2; ver PR, 531).
Is.21:5 5. Põe-se amesa. Ver Dn 5:1 -4; Jr 51:39. Uma festividade desenfreada marcou a noite da queda de Babilônia nas mãos dos exércitos da Média e da Pérsia. Estendem-se tapetes. Do heb. safoh hatsajith, literal mente, “ordene [os assentos]”, isto é, arrumem os tapetes ou sofás nos quais os convidados se reclinariam durante o banquete.
Is.21:6 6. Põe o atalaia. Primeiramente, mostrou-se a Isaías a aproximação do exército elamita e médio (v. 2), depois, os festivos babilônios (v. 4, 5) e, então, a entrada das lorças invasoras na cidade (v. 6-9). O profeta se identifica como um atalaia nos muros de Babilônia antes de sua queda, e como tal relata o que vê.
Is.21:7 7. Uma tropa de cavaleiros de dois a dois. Provavelmente, “cavaleiros a par” (ARC). Isaías vê o inimigo avançando para o ataque.
Is.21:8 8. Um leão. Do heb. aryeh. O rolo lQIs11 do Mar Morto diz hrh (hdroeh), “o que vê”. A declaração seria: ‘o que vê [isto é, o atalaia’ do v. 6] gritou”, O que diz o rolo do Mar Morto IQIs" se harmoniza melhor com o contexto.
Is.21:9 9. Ergueu ele a voz e disse. O atalaia ainda está falando. Eie não responde a alguém que se dirigiu a ele. De acordo com o emprego da expressão hebraica, uma pessoa pode falar em resposta a uma situação, ou, como aqui, expressar sua reação ao que observa (ver Mt 11:25; 17:4, 17; ver com. de Jó 3:2). Caiu Babilônia. Este é o clímax da cena que o profeta relata (ver com. do v. 6). Os ídolos de Babilônia foram humilhados até o pó; eles não conseguiram proteger a orgulhosa cidade (Jr 50:2; 51:17, 18, 47, 52; cf. Is 47:13- 15; comparar com Jr 51:8; Ap 14:8; 18:2).
Is.21:10 10. Debulhado. O texto diz, literalmente, "pisado meu, filho da minha eira”. Na Bíblia, com frequência, o juízo é comparado a uma colheita (ver Is 41:15; Jr 51:33; Am 1:3; Mq 4:13; Hc 3:12; Mt 13:39; Ap 14:14-20).
Is.21:11 11. Sentença contra Dumá. Ver com. de Is 13:1. A LXX diz “Edom" em vez de ‘‘Dumá’’. Dumá era um dos descendentes de Ismael (Gn 25:14; lCr 1:30). Visto cjue a profecia menciona o monte Seir, alguns situam Dumá em Edom, mas não se conhece nenhuma cidade edomita com este nome. Por isso, alguns consideram Dumá como um nome simbólico para Edom. Porém, bavia uma Dumá no deserto Árabe, a leste de Edom, a qual podia estar ligada aos ismaelitas. Guarda. Ver com. do v. 6. A que hora estamos da noite? Literalmente, "o que da noite?”, talvez significando "que hora é da noite?” (ver T6, 407). Alguns em Edom perguntam com urgência e insistência ao profeta quais são as novas. A hora é de escuridão e perigo, e eles estão ansiosos para saber quando a manhã virá, trazendo alívio da ansiedade e do medo.
Is.21:12 12. Vem a manhã. A resposta do atalaia é misteriosa e prevê coisas ruins. Ele não dá uma resposta definitiva, simplesmente diz que, embora a manhã possa vir, haverá noite outra vez. Há pouca luz ou esperança no porvir. As horas adiante são escuras, lúgubres e incertas. Assim seria o futuro de Edom: ser pisado sob os pés por uma sucessão de conquistadores e, finalmente, reduzido à completa desolação. O atalaia de Deus sobre os muros de Sião hoje deve estar pronto para responder àqueles que perguntam que hora é da longa noite da Perra, e para quando se pode aguardar o alvorecer do dia eterno (ver GC, 632). Se quereis perguntar. Estas palavras pressupõem uma expectativa de saber o significado da resposta do atalaia. Ele não lhes deu uma resposta definitiva, e permaneceram na escuridão. Poderíam perguntar outra vez, se desejassem, mas não haver ia certeza de que uma segunda pergunta obteria resposta mais satisfatória do que a primeira.
Is.21:13 13. Sentença contra a Arábia. Ver com. de Is 13:1. Esta é outra profecia difícil de se compreender. Caravanas de dedanitas passariam a noite no deserto Árabe. Parece que os dedanitas habitavam as proximidades de Tema, ao sul de Dumá e sudeste de Edom (ver jr 49:7, 8). Dedã era famosa por seu comércio (Ez 27:15, 20). Em Jeremias 25:23 e 24, se mencionam tanto Dedã como Tema em relação com "os reis da Arábia” e o "misto de gente que habita no deserto”. Jeremias e Ezequiel também tinham mensagens de destruição para Dedã (Jr 49:8; Ez 25:13). Dedã foi identificada com o oásis de el-üla, no norte de Hejaz.
Is.21:14 14. Traga -se água. As palavras indicam o pedido dos dedanitas (v. 13), que foram forçados a fugir do inimigo sem provisões. Seus vizinhos, os temanitas, foram chamados a se compadecer de sua sede e fome. Ao encontro. LiteraJmente, “encontrar”. Terra de Tema. Tema e Dumá são alistadas como descendentes de Ismael (ver Gn 25:13-15; iCr 1:29, 30). lema está situada no deserto Árabe, 264 km a sudoeste de Dumá, e 480 km a leste da ponta da península do Sinai.
Is.21:15 Sem comentário para este versículo
Is.21:16 16. Um ano. O rolo lQIs:1 do Mar Morto traz “três anos ". Tal como o de jornaleiro. Ver com. de Is 16:14. Um jornaleiro trabalharia apenas o tempo pelo qual foi contratado. O significado é que a queda de Quedar não seria adiada. Dentro de um ano, o juízo certamente cairia. Quedar. Quedar é alistada como uma tribo ismaelita, como também Dumá e Tema (ver Gn 25:13-15). Mas, em outra parte, Quedar parece ser um termo geral para designar povos nômades do deserto Árabe !? (Si 120:5; Ct 1:5; cf. Is 42:11; 60:7; Jr 2:10). Isaías proclama um longo juízo que cairia dentro de um ano sobre toda a região desér- tica do norte da Arábia. Tiglate-Pileser III declara que impôs duro castigo sobre Samsi, uma rainha árabe. Afirma ter matado 1,1 mil de seu povo e tomado 30 mil camelos e 20 mil cabeças de gado. Da mesma forma, Sargão declara ter recebido tributo de uma rainha árabe na forma de pó de ouro, marfim, cavalos e camelos, e declara também ter dominado outras tribos árabes que nunca tinham pagado tributo. Contudo, não se sabe o ano exato em que isso ocorreu.
Is.21:17 17. Restante. Do heb. shear, “remanescente” (ver Is 10:20, 21, 22; 11:11, 16; 14:22; 16:14; 17:3). Sargão declara que, ao derrotar as tribos árabes de Tamud, lbadídi, Marsimanu e Haíapa, deportou os restantes e os estabeleceu em Samaria. Tl, 430; T6, 407 Capítulo 22 ] O profeta lamenta a invasão de Judá pelos persas. 8 Ele reprova a sabedoria humana e a alegria mundana. 15 Profetiza a destruição de Sebna 20 e sua substituição por Eliaquim, que prefigura o reinado do Messias. da ruína da filha do meu povo.
Is.22:1 1. Sentença. Ver com. de Is 13:1. Vale da Visão. Jerusalém é o “vale da Visão”, como a própria mensagem torna claro (ver v. 4, 8-10). Que tens agora [...]? Literalmente, “o que a ti, assim?’, ou seja, “o que aconteceu que ages assim? Todo o teu povo. Literalmente, “todos vós'. Aos telhados. Os telhados planos das casas da Palestina eram locais de várias atividades (Jz 16:27; Ne 8:16). Em época de grande perigo, o povo se reunia nos telhados, despreocupadamente, comendo e bebendo (ver v. 13).
Is.22:2 2. Aclamações. Literalmente, “ruído”. Não foram mortos à espada. Enquanto o país de Judá era devastado pelos exércitos assírios e multidões morriam, os habitantes de Jerusalém não estavam arriscando a vida no campo de batalha, ajudando seus compatriotas. Em vez disso, estavam envolvidos numa estranha e tumultuada busca por prazer. Era um pecado agir assim num tempo quando tantos de seus irmãos estavam sofrendo a morte e a pobreza (v. 4-11), princípalmente visto que Deus proclamou luto (v. 12).
Is.22:3 3. Todos os teus príncipes fogem. Talvez Isaías se refira a uma trégua no sítio a Jerusalém, causado pela aproximação de Tiraca com seu exército etíope (ver Js 37:8, 9), 0 que deu a alguns dos príncipes de Jerusalém uma oportunidade de fugir da cidade. Essa interrupção do sítio, embora temporária, pode ter sido considerada pelo povo de Jerusalém como marco do fim do perigo assírio, o que pode ter levado à alegria geral. São presos sem que se use o arco. È incerto o signil icado da expressão hebraica assim traduzida. Alguns sugerem a tradução "sem o arco, foram presos”, indicando que, na tentativa de escapar, os líderes foram capturados sem suas armas e sem ter se envolvido na batalha.
Is.22:4 4. Desviai de mim a vista. Isaías é profundamente afetado com a triste situação de Jerusalém, e pede que o deixem só. Mais tarde, Jeremias também chorou amargamente pelo destino da cidade, a qual chamou de "filha de meu povo” (Lm 3:48; cl. Jr 8:19).
Is.22:5 5. Dia de alvoroço. Isaías descreve um dia de angustia e desespero quando o inimigo cerca a cidade e derruba seus muros com máquinas de guerra, e o povo clama aos montes (ver Is 2:19, 21; Os 10:8; cf. Lc 23:30; Ap 6:16). Vale da Visão. Ver com. do v. I.
Is.22:6 6. Elão tomou a aljava. Entre as forças assírias que invadiram a Judeia estavam arqueiros habilidosos de Elão (jr 49:35). Quir. Não se sabe a exata localização de Quir. Em 2 Reis 16:9, é mencionada como o lugar ao qual Tígiate-Pileser levou cativo o povo de Damasco (ver Am 1:5). Descobre os escudos. Isto é, se p reis para para a batalha.
Is.22:7 7. Os teus mais formosos vales. Havia muitos vales ao redor de Jerusalém, incluindo os de Hinom e Cedrom. Estes se encheríam de forças hostis atacando a cidade.
Is.22:8 8. Tira -se a proteção. Isto é, revelam- se as defesas secretas de Judá, tornando possível vencer a nação. Casa do Bosque. O arsenal real. Os escudos de ouro (mais tarde, bronze) da guarda real eram guardados na Casa do Bosque do Líbano (ver com. de iRs 10:17; 14:27). Retrata-se o povo buscando suas armas de defesa.
Is.22:9 9. As brechas. Diante da ameaça de ataque, o povo de Jerusalém percebeu várias partes do muro da cidade de Davi que precisavam de reparo urgente (2Cr 32:5). Açude inferior. Ver com. de 2Cr 32:4. Um reservatório construído especialmente para suprir a cidade com água durante um cerco e também para privar de água o inimigo tora da cidade.
Is.22:10 10. Contareis as casas. Fez-se uma lista das casas de Jerusalém, algumas das quais foram selecionadas para serem demolidas, a fim de prover material para consertar os muros da cidade.
Is.22:11 11. Um reservatório entre os dois muros. E provável que este “reservatório” fosse o túnel construído por Ezequias para levar água da antiga fonte em Giom, a uma distância de 533 m ao sudoeste, a outro reservatório, conhecido como tanque de Siloé (ver vol. 2, p. 71). Do lado de fora do muro anterior, e também mais além do aqueduto de Ezequias e do tanque de Siloé, se construiu um segundo muro (ver com. de 2Cr 32:5). Todo o suprimento de água de Giom estava disponível aos habitantes de Jerusalém, mas era completamente inacessível ao inimigo fora da cidade. Os muros protegiam o sistema de fornecimento de água. Que há muito as formou. Muitos em Jerusalém já não buscavam a proteção de Deus, mas dependiam de seus próprios recursos e invenções. Eles se esqueceram de que o Senhor era o verdadeiro construtor da cidade, e só Ele podia dar o auxílio necessário em tempo de angústia.
Is.22:12 12. O Senhor [...] vos convida naquele dia para chorar. O perigo que assolava a cidade deveria levar o povo ao arrependimento e à oração. Isso ocorreu com Ezequias (Is 37:1-4, 15-20). Tendo em vista a aproximação do dia do Senhor, Joel da mesma forma convidou o povo a se voltar a Deus com jejum e pranto, para que Ele fosse misericordioso (jl 2:12-17).
Is.22:13 13. E só gozo e alegria que se veem. A despeito da situação desesperadora, o povo não se voltou para Deus, mas continuou em bebedeiras e banquetes. Eles tinham se entregado à sensualidade desenfreada, da qual nada podería dissuadi-los (comparar com o que Paulo diz sobre a filosofia de Epicuro, em ICo 15:32).
Is.22:14 14. Esta maldade. O povo recusou se voltar para o Senhor, e a iniquidade não pôde ser perdoada. Isso não foi um decreto arbitrário da parte de Deus. Enquanto persistiam na perversidade, o Senhor não podia salvá-los.
Is.22:15 15. Com Sebna. A posição de Sebna como tesoureiro era uma das mais importantes no reino. Talvez fosse o vizir real, agindo em favor do rei em todas as questões importantes do país, o que podia incluir finanças nacionais, questões internas e responsabilidade pela casa real. Como regente, Jotão "tinha o cargo da casa’’ (2Rs 15:5).
Is.22:16 16. Uma sepultura. Isaías se indignou com a arrogância de Sebna. Parecia ter subido ao poder havia pouco tempo, se enriquecido e ainda não possuía uma sepultura familiar onde enterrar seus antepassados. Portanto, decidiu construir uma majestosa sepultura para honrar-se em sua posição de importância e assegurar um lugar na memória das gerações futuras. Em vez de devotar esforços para salvar a nação no tempo de perigo, seu principal objetivo era promover seus interesses pessoais. Sepulcros talhados na rocha, do tipo que Sebna estava construindo para si, são comuns nos arredores de Jerusalém. Nahman Avigad identificou a tumba de Sebna com uma que se encontra nas ladeiras do Monte das Oliveiras, descoberta há muitos anos, e da qual se levou uma inscrição ao Museu Britânico. Essa inscrição diz: “Este é [o sepulcro de Sebna], que está sobre a casa. Não há prata nem ouro, mas [seus ossos] e os ossos de sua serva esposa. Amaldiçoado seja quem o abrir!" (Os colchetes indicam uma restauração conjectural de porções incompletas e ilegíveis da inscrição no seu estado atual).
Is.22:17 17. O Senhor te arrojará violentamente. Sebna não ocuparia o sepulcro, mas morrería num país estrangeiro.
Is.22:18 18. E te fará rolar. Isaías predisse vivi- damente o destino de Sebna. Terra espaçosa. Provavelmente a Mesopotâmia. Os carros. O orgulho foi a fraqueza de Sebna. Ele adquiriu um carro esplêndido, que o acompanharia ao cativeiro.
Is.22:19 19. Eu te lançarei fora. O Senhor removería Sebna de sua posição de honra. Quando os mensageiros de Senaqueribe chegaram a Jerusalém, outro já estava em seu lugar sobre a casa (ver com. do v. 21), enquanto ele assumiu a posição inferior de escrivão (Is 36:22).
Is.22:20 20. Meu servo Eliaquim. Ele não é mencionado antes, e nada se sabe de seu passado.
Is.22:21 21. Vesti-lo -ei. Eliaquim deveria assumir a posição de Sebna, junto com as vestes e o cinto, insígnias da função. Esta predição logo se cumpriu (Is 36:22; cf. Pv 16:18; Dn 4:37; Lc 14:11). Ele será como pai. Diferente de Sebna, Eliaquim exercería a função com sabedoria, governando para o bem do povo e sendo como “pai” para ele quando necessário. Nada se sabe de suas atividades posteriores a não ser o fato de que estava à frente da delegação que atendeu os enviados de Senaqueribe que foram exigir a rendição de Jerusalém (Is 36:11, 22).
Is.22:22 22. A chave. Como mordomo real, Eliaquim tinha as chaves do palácio.
Is.22:23 23. Como estaca. Ou, “como uma cavilha’', tosse para firmar uma tenda ao chão ou para pendurar artigos domésticos. Aqui se usa no último sentido, como símbolo de algo firme e seguro e no qual se pode confiar. Um trono de honra, Eliaquim seria uma honra para a casa de seu pai, humilde até então. E o Senhor que exalta o pobre e o humilde a posições de confiança e honra (iSm 2:7, 8; ver com. de Lc 14:11).
Is.22:24 24. Toda a responsabilidade. Literalmente, "todo o peso [ou honra] ”. Continua o emprego do símbolo de uma cavilha onde se penduram objetos.
Is.22:25 25. Será arrancada e cairá. Este versículo suscita discussão. Alguns creem que se aplica a Eliaquim, que, a despeito de todas as coisas boas que se diz até aqui a seu respeito, ao final se provará indigno, como seu antecessor, e será retirado de sua posição de confiança e honra. Outros creem que isso não pode se aplicar a Eliaquim, pois parece impróprio que uma predição de vergonha venha tão próxima a uma de honra, sem explicação. Neste versículo, encontra-se o clímax de uma solene mensagem contra Judá e Jerusalém (ver com. do v. 1). Esta parte pode se referir à nação em geral, e não a Eliaquim como indivíduo. Essa cavilha seria arrancada, o que ali estivesse pendurado, cai ria, e o fim seria desgraça e ruína. Foi esse o destino de Jerusalém e Judá, e daqueles contra quem se dirigiu essa “sentença”. Capítulo 23
Is.23:1 1. Sentença contra Tiro. Ver com. de Is 13:1. Tiro e Sidom eram as principais cidades da grande nação marítima da Fenícia (ver vol. 2, p. 52-54), e, portanto, esta mensagem é do juízo divino contra a Fenícia. Tiro e Sidom eram com frequência alvo de ataque de grandes nações do antigo Oriente Médio, inclu indo Assíria e Babilônia e, mais tarde, de Alexandre o Grande. A qual desses ataques se refere Isaíasr Provavelmente a todos. Certamente o Senhor tinha uma mensagem para a Fenícia na época de Isaías, e a profecia, ou "sentença”, incluiria medidas contra Tiro, tomadas por Tiglate-Pileser III, Sargão II e Senaqueribe. Mas, sem dúvida, a profecia é de natureza mais aharcante e se refere também a tempos posteriores, quando o juízo predito se tornaria ainda mais completo, como nos dias de Nabucodonosor e Alexandre o Grande (sobre a profecia paralela de Ezequiel, ver Ez 26-28; ver o uso de figuras semelhantes, em Is 23:2, 8, 11, 15, 17; Ap 17:2,5; 18:2,3, 5, 1], 23; ver também com. de Is 47:1; Jr 25:12; 50:1; Ez 26:13). Navios de Társis. Em geral, acredita- se que Társis era uma colônia fenícia da Espanha (ver com. de Gn 10:4). “Navios de Társis”, várias vezes mencionados com relação a Tiro, provavelmente eram grandes navios que carregavam metais (ver com. de Is 2:16) e outras mercadorias (Ez 27:12). Neste caso, a referência é a navios que voltavam de Társis. A profecia de Isaías retrata os grandes navios de Társis carregados de riquezas, navegando pelo Mediterrâneo até o porto de origem em Tiro, os quais, pouco antes de ali chegarem, ficam sabendo que. a cidade foi conquistada. Nem ancoradouro. Os navios não tinham mais porto aonde ir. Chipre. Ver com. de Nm 24:24. Esta seria a última escala na viagem da Espanha a Tiro, quando a tripulação ficaria sabendo do desastre sobrevindo a seu porto natal.
Is.23:2 2. Calai-vos. Ou, “emudecei-vos”, de espanto, angústia e terror. Litoral. Ou, ”a costa” da Fenícia. Sidom. O termo Sidom com frequência representa toda a Fenícia. Na Antiguidade, a cidade de Sidom foi mais importante do que Tiro (ver vol. 2, p. 53). Os gregos dos tempos homéricos e os assírios, às vezes, usavam o termo Sidom nesse sentido. Tiro era conhecida como a metrópole dos sidônios, e o rei de Tiro como ”rei dos sidônios” (ver com. de 1 Rs 16:31).
Is.23:3 3. A semente do Canal (ARC). Era (.1) uma parte do Nilo, (2) um corpo de água não identificado na fronteira oriental do Egito ou (3) o Wâdi el-Arish (o “Rio do Egito”), comu- mente considerado como o limite sudoeste da Palestina (ver com. de lCr 13:5). É evidente que a “semente do Canal” significa o “cereal” (ARA) do Egito. A fenícia importava cereais do Egito, e navios fenícios, sem dúvida, os transportavam. Do Nilo. Ver com. de Ts 19:5, 6.
Is.23:4 4. Envergonha-te. Não ter descendência era considerado grande desgraça (ver com. de Gn 16:4; 20:18; 30:23; 38:25). Retrata-se Sidom lamentando o fato de não ter filhos. Ela está só, desolada e abandonada, pranteando seu desamparo e impotência (ver Is 477-9; Ap 18:7). Fortaleza. Do heb. màoz, “refúgio”.
Is.23:5 5. Quando a notícia. A primeira frase diz, literalmente, “quando no Egito se ouvir a notícia”. Ao saber da destruição da Fenícia, o Egito ficaria angustiado. Visto que os assírios tinham se vingado de Tiro e Sidom, estavam em posição de atacar o Egito. Nos dias de Nabucodonosor e Alexandre o Grande, a conquista de Tiro antecedeu a invasão do Egito (ver Ez 29:18-20).
Is.23:6 6. Ui vai. A destruição de Tiro traria angústia a toda a costa da Fenícia (ver com. do v. 2) e a outras áreas que dependiam do comércio tenício. Os habitantes de Tiro que podiam escapar da cidade fugiríam a lugares distantes como Társis.
Is.23:7 7. Vossa cidade que andava exultante. O profeta ironicamente se refere à então futura destruição de Tiro (ver o cântico satírico contra Babilônia, em ls 14:4- 2.3). Havia colônias fenícias espalhadas pelas margens do Mediterrâneo, do Mar Negro e da costa atlântica da Europa.
Is.23:8 8. Quem formou este desígnio [...]? Quem é responsável pela destruição que humilhará Tiro? Firo era uma cidade forte e poderosa, mas um poder maior pronunciou juízo contra ela. Cujos mercadores. Comparar com Ap 18:23.
Is.23:9 9. O Senhor dos Exércitos. Isaías responde à pergunta do v. 8. Firo se opõe arrogantemente ao Deus do Céu, supondo ser maior do que Ele (Ez 28:2-8), mas o Senhor a reduzirá à humilhação e vergonha (ver ls 13:11; 14:24, 26, 27). A destruição de Tiro seria uma demonstração a todos de como o Senhor humilha o orgulho e a arrogância humana.
Is.23:10 10. Percorre livremente como o Nilo a tua terra. O rolo lQIs" do Mar Morto diz: "trabalha a tua terra”, e a LXX parece concordar com essa versão. O significado deste versículo não está claro, e há várias interpretações. A terra mencionada é a “filha de Társis”, isto é, a própria Társis, ou seus habitantes. Eles deixarão sua cidade como um rio que transborda e irão aonde puderem. Já não há quem te restrinja. Isto é, estão livres para fazer o que quiserem, e Tiro não pode mais restringi-los. Depois da queda de Tiro, as colônias fenícias dependeríam de si mesmas. Algumas (como Cartago) se tornaram ainda mais poderosas que Tiro.
Is.23:11 11. Turbou os reinos. A mão do Senhor estava estendida sobre muitas nações, e elas estremeciam até os fundamentos. No sentido figurado, Deus estava turbando o mundo todo, a fim de cumprir Sua vontade (ver ls 2:19; cf. Ag 2:6, 7; Hb 12:26, 27). Nesse processo, muitas nações seriam removidas e outras estabelecidas. Canaã, Do heb. Kenáan, Canaã, nome com o qual os fenícios se autodesignavam.
Is.23:12 12. Nunca mais exultarás. Retrata-se a destruição final dos fenícios. O q ue quer que fizessem, não teriam êxito. Até esse momento, Sidom tinha permanecido virgem; ela fora capaz de se proteger contra a invasão. Porém, seria despida de sua veste de virgindade e reduzida à vergonha e reprovação diante do mundo inteiro. Se os fenícios fugissem para Chipre (ver com. do v. 1) não encontrariam descanso, pois ali também cairíam nas mãos do inimigo. Não haver ia como escapar.
Is.23:13 13. Não era povo. O hebraico do v. 13 é obscuro. Na época de Isaías, a Assíria marchou contra Tiro, mas não a conquistou. Mais tarde, Nabucodonosor a sitiou por 13 anos terríveis (ver Ez 28:18). Talvez aqui se profetize essa campanha de Nabucodonosor.
Is.23:14 14. Uivai. Ver com. do v. 1. A profecia da destruição de Tiro termina do mesmo modo como começa. Os “navios de Társis”, dos fení- cios, lamentariam que Tiro, sua fortaleza, estaria em ruínas.
Is.23:15 15. Setenta anos. E difícil fazer uma aplicação literal desta profecia, pois a história de Tiro não é suficientemente conhecida. Não é possível especificar quando os 70 anos começaram nem quando terminaram. Alguns creem que o período corresponda aos 70 anos do cativeiro judaico em Babilônia (2Gr 36:21; fr 25:11; 29:10; Dn 9:2; Zc 1:12; 7:5), que começaram com a primeira conquista de Jerusalém por Nabucodonosor e terminaram com o retorno dos judeus sob ordens de Ciro e Dario, da Pérsia. Nabucodonosor começou o cerco de 13 anos a Tiro pouco depois de conquistar e destruir Jerusalém em 586 a.C. Tiro foi urna cidade importante também durante o período persa, sendo conquistada outra vez por Alexandre, em 332 a.C. Segundo os dias de um rei. É provável que a palavra “rei" seja usada com referência a "reino”, como em Daniel 2:44; 7:17; e 8:21. Portanto, essa expressão pode indicar o período da ocupação babilônica. Dar-se-á com Tiro o que consta na canção da meretriz. Tiro desejava a supremacia comercial e faria qualquer coisa pelo lucro. Quanto a isso, ela era como a prostituta Babilônia, que se vendeu para obter ganho (Is 47:15; Ap 17:2; 18:3).
Is.23:16 16. Toma a harpa. Uma lira. Tiro recorrería mais uma vez a seus exitosos ardis para seduzir os mercadores a negociar com ela a fim de lucrar às suas custas. Ela é comparada a uma prostituta que toca e canta, e usa essas habilidades para seduzir homens desprevenidos (ver Pv 7:7-21). Babilônia também fez uso de "encantamentos” para estender sua influência (Is 47:9, 12; Ap 17:4; 18:3).
Is.23:17 17. E se prostituirá. Isto é, as relações ilícitas que Tiro mantinha com outras nações visando ao lucro. Honra, direito, justiça e decência foram esquecidos para se obter lucro. Emprega-se a mesma expressão no caso da Babilônia mística (Ap 17.2; 18:3). O mundo não era diferente naquela época. A maldição de Babilônia e Tiro será a mesma da era moderna.
Is.23:18 18. Serão dedicados ao Senhor. Isto é, “algo consagrado”. Prediz-se a destruição de Tiro e o triunfo final de Síão. Apesar de seus ardis, Tiro não continuaria para sempre enganando e deíraudando as pessoas. Ela cairía, mas Jerusalém triunfaria. A prostituta Babilônia teria o mesmo destino (jr 51:7, 8; Ap 17:1, 5, 16; 18:2, 7-23). Capítulo 24
Is.24:1 1. Devastar e desolar a terra. Como todas as mensagens proféticas de )saias, a do cap. 24 foi originalmente dirigida ao Israel literal e descreve o modo como Deus deixaria a terra desolada e como teria vencido os inimigos de Israel se este tivesse sido fiel. Mas, em vista da infidelidade desse povo, essa profecia, como outras, será cumprida com o povo de Deus hoje (ver p. Isaías fala dos juízos de Deus sobre diversas nações (Is 13-23). Mas, a partir deste capítulo, sua visão profética se dirige ao horizonte mais amplo da história. Nos cap. 24 a 28. ele descreve as cenas finais, quando o povo de Deus será liberto e seus inimigos, derrotados. Neste capítulo, o profeta apresenta uma descrição vivida da Terra depois que. os reis forem subjugados (v. 21, 22) e antes de o Senhor dos Exércitos reinar "no monte Sião e em Jerusalém” (v. 23). Vai transtornar a sua superfície. Literalmente, “desconsertar sua face”. Esta é uma descrição das catástrofes que estremecerão o mundo na segunda vinda de Cristo (ver SI 46:1-3, 6, 8; Ap 6:16; 16:18-20).
Is.24:2 2. O que suceder ao povo. Na volta de Cristo, não haverá classes favorecidas; todos sofrerão as mesmas calamidades. Pobre e rico, alto e baixo, pessoas de todas as classes, raças e profissões terão a mesma sorte (ver Ap 6:15; 19:18).
Is.24:3 3. De todo devastada. Quando Cristo voltar, todos os ímpios vivos serão mortos e todos os justos subirão com Ele para o Céu (ver Jr 25:30-33; Lc 17:26, 29, 30; lTs 5:3; Ap 19:11-21; 20:4-6). A terra ficará desolada (ver Jr 4:25).
Is.24:4 4. Os mais altos do povo da terra. Literalmente, "os altos do povo”. Aqueles que se exaltaram a posições acima de seu próximo serão humilhados pelo Senhor (ver Js 2:11, 12, 17; 13:11).
Is.24:5 5. A terra está contaminada. Deus é santo. Ele deu Sua lei para manter o ser humano puro e o mundo incontaminado. Ao rejeitarem essa lei, os seres humanos contaminam a si mesmos e o mundo. O contágio do pecado alcança o solo abaixo dos pés, o alimento, a água e o ar (ver Gn 3:17; Nm 35:33; SI 107:34). A cada ano, a Terra se torna mais e mais corrompida. Se Deus não interviesse, chegaria um tempo quando a corrupção do pecado depreciaria a raça humana de tal modo que seria impossível viver (ver Gn 6:5, 11, 12; DTN, 36, 37). Aliança eterna. Ver com. de Jr 31:31- 33; Ez 16:60.
Is.24:6 6. A maldição consome. Não é Deus, e sim Satanás, o instigador do pecado, o responsável pela maldição que resulta dele. Em toda parte, as forças do mal estão operando e se pode ver clara mente a obra de Satanás (DTN, 636; GC, 589). Na doença e na morte, em terremotos e tempestades, em incêndios e enchentes, manifesta-se a obra do mal. A transgressão das leis de Deus não trouxe paz e prosperidade, mas problemas, pestilência, dor e morte. Queimados. Provavelmente, a quarta praga (Ap 16:8, 9). Poucos homens restarão. Ê provável que isto se refira aos justos remanescentes, que não sofrerem os juízos divinos.
Is.24:7 7. Pranteia o vinho. As vinhas são destruídas e os frutos da terra, consumidos no calor consumidor da quarta praga (Ap 16:8, 9; GC, 628). Cessou o cântico dos alegres ceifeiros, pois a f erra está desolada.
Is.24:8 8. Tamboris. Ver vol. 3, p. 15, 16. Harpa. Lira; ver vol. 3, p. 17-19. Quando sobrevierem as calamidades dos últimos dias, as pessoas não mais pensarão em "regozijo” ou “alegria” (ver Jr 7:34; 16:9; 25:10; Ap 18:22; cfEz 26:13; Os 2:11).
Is.24:9 9. Entre canções. Em geral, a bebida está associada a festividade e prazer. Naquele dia, o Senhor transformará as festas em pranto e as canções, em lamento (Am 8:10; cf. Dn 5:1-6).
Is.24:10 10. Caótica. Do heb. tohu, "caos”, "vazio”, "vaidade”. Em Gênesis 1:2, a palavra é traduzida como "sem forma”. Não está claro se “a cidade representa Babilônia (ver Jr 51:8). se a palavra "caótica” significa sua corrupção moral (ver lSm 12:21; Is 41:29) ou se tanto “a cidade” quanto seu estado caótico simbolizam o mundo todo. Ambas seriam apropriadas ao contexto e à idéia bíblica. O mundo retornará ao seu primitivo estado caótico.
Is.24:11 11. Gritam por vinho. Os seres humanos tentam escapar da calamidade embriagando-se. Fez-se noite para toda alegria. O sol da alegria se pôs e caíram as sombras da noite eterna (ver jr 8:20). O ser humano, por fim, se desperta para o fato de que, ao excluir Aquele que é a luz da vida, trouxe sobre si urna noite sem fim.
Is.24:12 12. Desolação. “A cidade” (v. 10) ficou arruinada. O mundo todo loi reduzido a um deserto desolado, sem luz ou vida.
Is.24:13 13. Oliveira. Ver com. de Is 17:6. Em sua visão da destruição da Terra, Isaías tem um vislumbre da salvação do remanescente (ver Is 1:9; 10:20-22; 11:11). Eles serão como as poucas azeitonas que permanecem numa árvore "quando abalada por um vento forte” (Ap 6:13), ou como as poucas uvas que restam quando a colheita chega ao fim.
Is.24:14 14. Cantam. Quando em toda parte houver pranto e ranger de dentes por causa dos horrores a sobrevirem ao mundo, os justos verão que sua tristeza se transforma em alegria e que se inicia a alegre manhã da eternidade (ver Is 25:8, 9).
Is.24:15 15. Glorifícai ao Senhor. Há muitas razões para que os justos gloritiquem a Deus. Não fosse por Sua graça, pereceríam com o mundo. No Oriente. Do heb. urim, de br, “luz”. E possível que urim se refira ao "Oriente’ como a região da luz, no amanhecer. As “terras do mar” podem se referir às ilhas do Mar Mediterrâneo, sendo um termo poético para "ocidente A palavra yam, "mar”, designa com frequência o "ocidente” (e é traduzida assim em Gn 28:14; Nm 34:6; etc.). Se esse é o significado em Isaías 24:15, deve-se entender que de todas as partes se ouvem louvores a Deus (ver v. 16).
Is.24:16 16. Glória ao Justo! Ouvem-se cânticos em honra a Cristo, o justo (ver v. 15). Nessa hora, é inapropriado cantar "glórias” aos seres humanos, por mais “justos” que sejam (compare com o cântico universal de louvor a Deus, em Ap 19:1-6). Definho. O significado do hebraico é incerto. O profeta parece se desviar da glória futura para a vergonha e miséria do presente. "Definho” é um termo empregado como símbolo de fraqueza e tristeza, resultado dos juízos divinos (SI 106:15; ver Is 10:16; cf. 17:4). Após um breve vislumbre das alegrias do povo de Deus na hora do livramento, Isaías se volta às aflições e decepções dos perdidos, e segue a descrição do terrível juízo porvir. Perfidamente. Quando for tarde demais, os seres humanos perceberão sua deslealdade para com Deus. A mesma palavra é traduzida como "deslealdade”, em Êxodo 21:8. Implica um curso de ação diretamente contrário ao conhecimento do que é correto.
Is.24:17 17. Terror, cova e laço. Descrevem-se em rápida sucessão os terrores e calamidades que cairão sobre os ímpios. Jeremias 48:44 apresenta esta mesma sucessão de juízos. Nenhum ímpio escapará dos efeitos das sete últimas pragas; o que escapar de uma será pego pela outra (Is 24:18).
Is.24:18 18. As represas do alto. Cedo ou tarde a ruína certamente virá, pois morte e destruição virão de todas as direções. Ioda a natureza foi desviada de seu curso (GC, 636; cf. Gn 7:11; 8:2). Dos céus descerá fogo em vez de chuva (SI 50:3; 2Pe 3:7, 10, 12). Os fundamentos. A Terra se estremecerá pela voz de Deus (SI 46:2, 3; Is 2:19; Hb 12:26, 27; Ap 16:18).
Is.24:19 19. De todo quebrantada. Do heb. parar, literal mente, na forma aqui empregada, “se sacode daqui para lá”. Parar é traduzida como “despedaçou”, em Jó 16:12. Violentamente se moverá. Do heb. mut, literalmente, na forma aqui empregada, significa “vacilará”.
Is.24:20 20. Balanceará como rede de dormir. Literalmente, “balançar para frente e para trás como uma barraca”. A “barraca” era um abrigo temporário para se passar a noite enquanto se vigiava a vinha (ver Is 1:8). O texto hebraico de Isaías 24:19 e 20 não dá espaço a conjecturas de que a Terra será movida de sua órbita durante o grande dia do Senhor. Essa descrição se refere ao terremoto por ocasião do retorno de Cristo, que será a maior calamidade que jamais houve (ver Ap 16:18-20). Todo o contorno da superfície terrestre será mudado. Montes serão abalados de seus fundamentos, ilhas serão deslocadas, e a superfície terrestre se assemelhará às ondas de um mar tempestuoso (ver SI 46:2, 3, 6). O apóstolo Pedro (2Pe 3:7, 10-13) apresenta outra descrição vivida da completa destruição a sobrevir ao mundo. Das ruínas, o Senhor criará “novos céus e nova terra, nos quais habita justiça”.
Is.24:21 21. Os reis da terra. Do heb. marom, traduzido como “os mais altos do povo”, no v. 4, que são “da terra”. Contudo, no v. 18, a mesma palavra ocorre outra vez como “alto”, ao que tudo indica referindo-se ao “céu” (Gn 7:11). Em Isaías 24:21, as palavras “os reis da terra, na terra” implica que a frase “no céu, as hostes celestes” se refere a Satanás e aos anjos maus. Paulo se refere a Satanás como “o príncipe da potestade do ar” (Ef 2:2), e aos líderes invisíveis do mal, como "os dominadores deste mundo tene- •<§ broso” que habitam “nas regiões celestes” (Ef 6:12). Ele fala do tempo quando Cristo os subjugará (ICo 15:24, 25). Isaías prevê o tempo quando anjos e homens maus serão punidos (ver Mt 25:41; 2Pe 2:4, 9; Ap 20:10-15).
Is.24:22 22. Como presos. Satanás e suas legiões de anjos maus, “as hostes celestes”, do v. 21, e "os reis da terra” serão “ajuntados como presos”. Os primeiros estarão confinados a esta Terra, que, em seu estado caótico (v. I, 3, 19, 20), será sua prisão por mil anos (ver com. de Ap 20:1, 2, 7); e os últimos serão confinados na prisão da sepultura (ver com. de Ap 20:5). Masmorra. Do heb. bor, uma “cisterna” cavada para armazenar água. Durante a estação seca, ou quando não era usada como “cisterna”, servia de prisão (ver Gn 37:20; Jr 38:6-13; Zc 9:11; etc.). A palavra bor também é usada como sinônimo de “sepultura” (SI 30:3; SI 88:4, 5; Is 14:15; 38:18; etc.). Depois de muitos dias. Isto é, após os mil anos (ver Ap 20:2-7; GC 661). Depois desse tempo, Satanás será solto de sua prisão por um curto período, e os ímpios mortos se levantarão para se preparem para a conquista da nova Jerusalém (ver com. de Ap 20:7-9).
Is.24:23 23. O sol se confundirá. A fonte de luz mais gloriosa que se conhece se torna insignificante quando comparada à glória de Cristo (ver Is 60:19, 20; Ap 21:23; 22:5). Quando o Senhor dos Exércitos reinar. Refere-se ao glorioso dia quando os santos reinarão com Cristo em alegria e glória eternas. A nova Jerusalém será a capital da Terra, e Cristo reinará para sempre (Jr 3:17; Dn 2:44; 7:14; Zc 14:4, 9; Ap 11:15; 21:2-5; 7:15-17). I - GC, 657; PR, 537, 726 1-8- Ed, 380; T9, 14 3 - GC, 657 4, 5-CS, 461; GC, 590 Capítulo 25
Is.25:1 1. Exaltar-Te-ei. Este capítulo, em particular os v. 1 a 5, é um cântico de louvor. O profeta ergue a voz em agradecimento ao Senhor por acabar com o reino do pecado e estabelecer Seu reino glorioso, conforme anunciado em Isaías 24:23. Os Teus conselhos antigos. O plano para a salvação do homem não foi uma ideia tardia. Muito antes cie criar este mundo, Deus Se reuniu com Cristo para discutir o plano a ser seguido no caso do surgimento do pecado. Cristo Se ofereceu e Se tornou o “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13:8). Então começou o “conselho de paz” (Zc 6:13, TB; ver PP, 63) entre Cristo e o Pai em favor da humanidade perdida. O propósito eterno de Deus era que o ser humano desfrutasse a vida; e, para que isso se cumprisse, empregaram-se todos os recursos dos Céus (ver Is 46:10).
Is.25:2 2. Da cidade. Provavelmente uma referência a Babilônia (ver com. de Is 14:4; 24:10). o centro simbólico das forças do mal no tempo de Isaías. Babilônia se levantou contra Jerusalém; e, por meio desse centro pagão. Satanás lez grandes esforços para controlar o mundo. Mas ele seria reduzido a um montão de ruínas (sobre o cumprimento desta profecia nos dias de Isaías, ver com. de Is 13:19-22: 14:4). Poucos dias antes da segunda vinda de Cristo, a Babilônia espiritual será destruída (Ap 18:10, 21). A destruição da Babilônia aponta para a destruição do poder de Satanás (ver com. de ls 14:4-23; jr 51:24-26, 41, 53, 55, 64).
Is.25:3 3. Povos fortes. O texto hebraico não tem artigo antes de "povos” nem de ‘cidades', portanto, a aplicação é geral, em vez de particular. Quando o Senhor destruiu Babilônia (ver com. do v. 2), esperava-se que outras nações reconhecessem Seu poder. Em Apocalipse .11:8 e 13, se diz que o juízo derramado sobre a "cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito" deixou as outras pessoas "aterrorizadas", as quais deram "glória ao Deus do céu”. No Salmo 76:9 e 10, o Senhor Se levanta “para julgar e salvar todos os humildes da terra", o que resulta em louvor a Deus por parte das nações.
Is.25:4 4. A fortaleza. Esta verdade se aplica a todo livramento que o Senhor dá ao pobre e necessitado em relação aos opressores. Nos dias de Isaías, isso se aplicou à destruição dos exércitos de Senaqueribe que marcharam contra Judá. Nos dias de Daniel, a aplicação é à queda de Babilônia (ver com. de ls 14:4-6), e, na segunda vinda de Cristo, se aplica à destruição de todos os poderes do mal. A tempestade. As forças do mal são comparadas a uma tempestade terrível que golpeia um muro.
Is.25:5 5. O ímpeto dos estranhos. Isto é, de “estrangeiros" (ver com. de Êx 12:19). O pensamento do versículo anterior continua com mudança nas metáforas empregadas. Compara-se a opressão pelos estrangeiros ao calor sufocante de uma seca prolongada que queima os pastos e abrasa a terra. Sombra. O "calor" será dissipado por uma "nuvem” que Deus manda para fazer sombra sobre Seu povo. O hino. Literal mente, “o cântico” (ver SI 119:54; ls 24:16; etc.). Quando o Senhor intervier, o cântico dos inimigos do povo de Deus será silenciado.
Is.25:6 6. Neste monte. Isto é, o monte Sião (ver com. de SI 48:2; cf. ls 24:23). Um banquete de coisas gordurosas. A festa de coroação de Cristo (ver com. de Ap 19:7-9). Isaías vislumbra o tempo quando a Babilônia espiritual (ver com. de v. 2) será destruída (Ap 19:2) e a nova Jerusalém será a capital da nova Terra (Ap 21:1-3). Deus chama os seres humanos a aceitar Seu convite a esse banquete (IMt 22:2-4, 9, 10; cf. Lc 14:16, 17; sobre a aplicação dupla das profecias de Isaías, ver com. de ls 24:1 cf. p.
Is.25:7 7. O véu. Neste mundo, a humanidade caminha na sombra das trevas, com um véu sobre os olhos. Pode ser um véu de tristeza ou pranto, ou de ignorância (Is 29:10; iCo 13:12; 2Co 3:12-18; Ef 4:18). Esse véu cobre o mundo todo, embora esteja levantado no caso das pessoas que aceitam a Cristo. Não haverá, porém, véu algum naquele dia feliz quando "a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar", e quando "toda a terra estfarjá cheia da Sua glória” (ls 11:9; 6:3). Nações. Esta promessa inclui o povo de Deus de todas as eras e nações.
Is.25:8 8. Tragará a morte. Isaías apresenta uma descrição gloriosa da ressurreição, a vitória sobre a morte quando Jesus voltar a reinar. Paulo (ICo 15:54, 55) e João (Ap 7:17; 21:4) falam do mesmo tema. Para sempre. Ver SI 44:23; Is 34:10. Enxugará [...] as lágrimas. Comparar com Ap 21:4. Opróbrio. Isto é, a ignomínia e o opró- brio a que os justos de todas as eras foram submetidos durante sua permanência na Terra. Então a zombaria dos pagãos “onde está o seu Deus?" (SI 79:10) vai se calar para sempre. Os justos não mais são oprimidos e afligidos, mas vitoriosos, coroados com justiça e cantando louvores de júbilo eterno.
Is.25:9 9. Este é o nosso Deus. Este alegre grito de triunfo sai dos lábios dos santos quando Cristo surge nas nuvens dos céus. Seu sincero clamor por livramento se transforma em hinos de louvor. Em quem esperávamos. Depois do surgimento de muitos falsos Cristos (ver com. de iVlt 24:24) e depois da obra-prima do engano satânico, a personificação de Cristo (GC, 624), os santos reconhecerão com júbilo Aquele em quem esperaram com paciência por muito tempo. Os ímpios aclamaram Satanás como se fosse Cristo, e como o salvador do mundo, mas os santos negaram a Satanás sua lealdade e a dedicaram a Jesus.
Is.25:10 10. Neste monte. Ver com. do v. 6. Moabe. Neste grande hino de louvor, Moabe representa todos os inimigos do povo de Deus. Por séculos, os moabi- tas foram um espinho na carne de Israel, mas, então, eles e todos os seus inimigos serão para sempre dominados (sobre profecias de juízo contra Moabe, ver Is 15; 16; jr 48; Ez 25:8-11). A palha. Misturada com esterco pelas patas do gado. Noutra metáfora, o Senhor pisa o lagar (Is 63:3; Ap 14:20).
Is.25:11 11. Como as estende o nadador para nadar. Estas palavras se reterem a Moabe, que luta contra as águas turbulentas da angústia, esforçando-se em vão para escapar. O salmista orava por livramento do mar de dificuldades em que se encontrava (SI 69:1, 2, 14, 15). Alguns imaginam que é o Senhor que descansará Sua mão ao pisar a “palha” (Is 25:10). A altivez. Literalmente, “seu orgulho”.
Is.25:12 12. As altas fortalezas. Moabe é descrito como uma fortaleza alta e forte que será vencida pelo Senhor. A nação novamente simboliza num sentido geral todos os inimigos do povo de Deus (ver com. do v. 6). Assim, prediz-se a destruição de todas as fortalezas dos exércitos das trevas e o aniquilamento de todas as forças do mal. Todos os pagãos serão destruídos, e somente o povo de Deus será exaltado no grande dia da ira divina (ver Dn 7:27). HR, 411; Tl, 354; T8, 253 Capítulo 26
Is.26:1 1. Naquele dia. Isto é, o grande dia do Senhor retratado nos cap. 24 e 25. Este dia será de angústia e destruição para os ímpios, mas de salvação e alegria para o povo de Deus. Este capítulo é um cântico de esperança e confiança do povo de Deus, quando as dificuldades inundarem a Terra e Cristo estiver prestes a voltar para reinar. Temos uma cidade forte. Nos dias de Isaías, esta cidade era a Jerusalém histórica e o monte Sião (Is 24:23). Senaqueribe empregou o poder da Assíria contra Jerusalém, ? mas não a conquistou (ver com. de Is 36; 37). O que o poder humano não podia fazer pela cidade, o poder divino fez. Deus fez de Jerusalém uma fortaleza e cidade de salvação, cujos muros eram intransponíveis.
Is.26:2 2. A nação justa. Jerusalém será chamada “cidade de justiça, cidade fiel” (Is 1:26), porque seus habitantes serão santos e justos. Apenas os que são leais a Deus e que O servem com fidelidade podem esperar entrar “na cidade pelas portas” (Ap 22:14; ver com. de Mt 7:21-27). Que guarda a fidelidade. Isto é, “permanece fiel”.
Is.26:3 3. Em perfeita paz. Literal mente, "em paz, paz". Paz, perfeita será a herança dos santos no reino de Deus, e pode ser a feliz experiência dos filhos de Deus no presente. Perfeita submissão à vontade divina traz a bênção da serenidade perfeita. O cristão maduro está em paz com Deus, consigo mesmo e com o mundo ao redor. Paulo fala dessa experiência (2Co 11:23- 28; cf. Is 4:8-10), propõe uma filosofia do sofrimento (2Co 4:17, 18) e expressa a segurança de quem confia em Deus (Fp 4:7). Problemas e agitação podem rodear o povo de Deus, contudo, ele ainda desfruta calma e paz. de espírito das quais o mundo nada sabe. Essa paz interior se ref lete no semblante alegre, temperamento tranquilo e na vida fervorosa que estimula as pessoas ao redor. A paz do cristão não depende das condições de paz no mundo, mas se o Espírito de Deus habita em seu coração (ver com. de Alt 11:28-30; Jo 14:27).
Is.26:4 4. O Senhor Deus. Ver com. de Is 12:2. Uma rocha eterna. Cristo é a “Rocha eterna" para todos os que aprendem a confiar nEle (ls 17:10; ver com. de Dt 32:4; Alt 16:18; lCo 10:4).
Is.26:5 5. Na cidade elevada. Talvez Babilônia (ver com. de ls 25:2), a cidade cujo rei arrogante queria estar acima das estrelas de Deus (ver com. de Is 14:4, 13). A Babilônia e a Jerusalém espirituais sempre foram arqui- inimigas no grande conflito (ver com. de Is 14:4; Ap 17:5; 18:24; sobre a queda literal de Babilônia, ver Is 13:19-22; sobre a queda da Babilônia espiritual, ver Ap 16:19; 17:16; 18:2, 6, 8, 20-23; 19:2).
Is.26:6 6. Os pés dos aflitos. Isto é, do povo oprimido de Deus (ver com. de Alt 5:3). Antigamente, os conquistadores eram representados em monumentos de vitória com os pés no pescoço dos inimigos conquistados. Esta passagem diz que o afligido e o humilde pisarão os pés sobre a orgulhosa Babilônia, que se prostrará perante eles. O liei povo de Deus por muito tempo suportou a cruel opressão de Babilônia, mas os papéis se inverterão. Babilônia será humilhada no pó, e o povo de Deus triunfará sobre ela. Isaías 14:2 diz: “cativarão aqueles que os cativaram e dominarão os seus opressores”. O mesmo se dará com a Babilônia espiritual.
Is.26:7 7. Plana. Literalmente, “suave” ou “nivelada”. Tu, que és justo. Deus é justo ao lidar com justos e ímpios. Ele abre o caminho para aqueles que O servem, guiando-os nas veredas da justiça e direcionando-os sempre adiante e acima em direção aos portões da cidade eterna. Aplanas. Literalmente, "suavizas”, “nivelas”. Em vez de “aplanas a vereda do justo”, o rolo lQIs“ do Alar Alorto diz: “faz seguro o caminho dos justos”.
Is.26:8 8. Juízos. Ver com. de SI 119:7. O desejo. Os justos anseiam ser como Deus e estar com Ele. O “nome” de Deus revela Seu caráter e vontade. O desejo sincero do povo de Deus é de uma manifestação plena de Sua vontade, para que possa andar nos caminhos e propósitos divinos.
Is.26:9 9. Com minha alma. A alma de Isaías suspira por Deus como a do salmista (SI 42:1, 2; 62:1, 5; 63:1, 5, 6). Quer o ser humano compreenda ou não, os desejos do coração só podem ser satisfeitos com o conhecimento de Deus e a comunhão com Ele. Sem Deus, sempre faltará algo no coração e na vida que nada neste mundo pode suprir plenamente. Teus juízos. Os juízos de Deus impressionam a todos, exceto pecadores insensíveis. Por meio desses juízos, muitos se retiram dos caminhos do mal para trilhar as veredas da o* justiça. Há aqueles que se preocupam tanto com as coisas deste mundo que nada, a não ser os juízos divinos, os despertarão.
Is.26:10 10. Favor. O oposto de “juízos” (v. 9). A prosperidade não consegue obter o mesmo que a adversidade. Alguns não apreciam a bondade nem aprendem com ela. Embora rodeados de uma atmosfera de bondade e justiça, eles não correspondem, mas continuam agindo de forma injusta. Não percebem que Deus sabe e se importa.
Is.26:11 11. Nem por isso a veem. Quando Deus ergue a mão para guiar e proteger Seu povo, os ímpios não veem. Isso acontece porque estão cegos para as coisas espirituais. No entanto, virá o tempo quando serão forçados a ver. Então, se envergonharão da escolha que fizeram. Zelo. Do heb. qinah, “ardor”, “paixão", “zelo ". Esta parte do v. 11 se harmoniza melhor com o contexto da seguinte forma: "verão [Teu] ardor por [Teu] povo, e se envergonharão”. O Teu furor, por causa dos Teus adversários. Isto é, “o fogo [reservado] para Teus inimigos”.
Is.26:12 12. Concede-nos a paz. Fogo para os inimigos de Deus (v. l i), mas para os justos, paz. Por nós. Deus trabalha constantemente por Seu povo, nunca contra ele. As provas e decepções que experimentam são para seu bem.
Is.26:13 13. Outros senhores. Provavelmente uma referência a nações como Egito e Assíria. Por algum tempo, Israel foi forçado a se submeter ao seu controle, mas reconhecia apenas um Senhor: Deus. Louvar o nome de Deus é honrá-Lo e ser fiel a Ele.
Is.26:14 14. Mortos. Isto é, os inimigos de Israel que buscaram destruí-lo. Isso aconteceu com o exército egípcio no Mar Vermelho e com os assírios sob o comando de Senaqueribe.
Is.26:15 15. Aumentaste o povo. Isto é, Judá. Em contraste, todos os inimigos de judá pereceram (v. 14). A cena de vitória retratada se cumprirá somente quando Cristo tiver todos os inimigos sob Seus pés (SI 110:1; Mt 22:44) e quando “os reinos deste mundo” forem sujeitados ao Seu governo sábio e justo (ver Dn 2:44; Ap 11:15). Deus cumprirá na Terra renovada o que teria cumprido em Israel se a nação tivesse sido fiel a Ele (ver p. 14-17). A todos os confins da terra dilataste. De acordo com o plano original de Deus, as fronteiras de Israel seriam estendidas pouco a pouco até que abarcassem o mundo todo (ver p. 15-17). Quando Israel rejeitou a Cristo, e foi, por sua vez, rejeitado, a igreja cristã herdou a promessa da expansão nacional, a ser cumprida definitiva e completamente na nova Terra (ver p. 1 7, 21,22).
Is.26:16 16. Na angústia Te buscaram. Eles buscaram a Deus como resultado do castigo. Dificuldades estimulam a busca sincera de pessoas ansiosas por livramento.
Is.26:17 17. Como a mulher. A comparação expressa a amarga angústia e consternação do povo de Deus na hora da provação (jr 4:31; 6:23, 24; 30:6; ver com. de Is 13:8). Essa dolorosa experiência será seguida de uma eternidade de alegria (ver jo 16:20, 21).
Is.26:18 18. O que demos à luz foi vento. Séculos de esforço não parecem ter produzido resultados dignos. Israel sentia ter servido a Deus em vão. As gloriosas promessas não foram cumpridas. Nas p. 14 a 17, há um esboço do plano original de Deus para Israel, e o fracasso da nação em cumprir o plano divino e receber as bênçãos prometidas.
Is.26:19 19. Os vossos mortos. Das experiências insatisfatórias do presente, a atenção do profeta é dirigida novamente às alegrias gloriosas do futuro, quando “os mortos em Cristo ressuscitarão" para estar com o Senhor (lTs 4:16, 17). Ezequiel comparou a restauração dos judeus após o cativeiro babilônico à ressurreição dos mortos (Ez 37:1-14). A libertação do poder do inimigo foi um símbolo da libertação maior do poder de Satanás e da morte. O retorno dos judeus da Babilônia histórica prefigurou a libertação de todo o povo de Deus da Babilônia espiritual (ver com. de Ap 18:2, 4). Que habitais no pó. Isto é, na sepultura (Gn 3:19; Ec 12:7).
Is.26:20 20. Ira. Isto é, a ira de Deus contra os inimigos. A "ira ’ de Deus tomará forma nas sete últimas pragas (Ap 14:10; 15:1; cf. Is 34:2; Na 1:6). Enquanto os primogênitos no Egito eram mortos, o povo de Deus devia permanecer nos seus lares (Êx 12:22, 23). Durante as sete pragas, Deus convida Seu povo a fazer dEle seu esconderijo, que Ele seja para eles “refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (SI 46:1). Assim protegido, Seu povo não deve temer “ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares” (SI 46:2; cf. 25:5; 91:1-10). A ira de Deus dura "por um momento’’ (Is 54:8; cf. SI 30:5). O juízo é, para o Senhor, “obra estranha” (Is 28:21); mas o momento da ira divina contra os ímpios é também o de livramento e triunfo do povo de Deus.
Is.26:21 21. Descobrirá o sangue. Esta Terra está poluída por crimes e por sangue inocente derramado, que clama por vingança, como o sangue de Abel (Gn 4:10; Ap 6:10; 18:20, 24; 19:2; sobre a vingança do Senhor sobre os ímpios, ver Mq 1:3-9; Jd 14, 15; Ap 19:11-21). PR, 725; TM, 182 21 - Ev, 26; GC, 657; PR, 278; PP, 339; HR, 415; TM, 458; T2, 446; Capítulo 27 I O cuidado de Deus para com Sua vinha. 7 As punições divinas diferem dos juízos. 12 Os judeus e os gentios. deserto; ali pastam os bezerros, deitam-se e devoram os seus ramos. I 3 Naquele dia, se tocará uma grande trom- beta, e os que andavam perdidos pela lería da Assíria e os que forem desterrados para a tciia do Egito tornarão a vir e adorarão ao Senhor no monte santo em Jerusalém.
Is.27:1 1. Leviatã (ARC). Ver com. cie Jó 41:1: SI 74:13, 14. Na mitologia cananeia antiga, "leviatã’ era uma serpente de sete cabeças que lutava contra os deuses e as lorças cio bem, portanto, era considerado uma incorporação das forças do mal. Textos cananeus antigos de Ras-Shamra (ver vol. 1, p. 107, 108) falam de um monstro, “Lotã”, de sete cabeças, o qual se crê ser o mesmo referido na Bíblia como "leviatã” (do heb, liwyathan). No antigo mito mesopotâ- mico da criação, havia uma tradição de um conflito original entre os deuses e um dragão. Essas e outras lendas pagãs parecem indicar um conceito conluso, mas persistente, de Satanás como uma serpente envolvida numa luta mortal contra a descendência da mulher (Gn 3:15; cf. Ap 12:3, 4). O "leviatã”, em Jó, como Jica claro a partir do contexto, é um animal literal (Jó 41:1, ACF), o qual em geral acredita-se ser o crocodilo. O salmista, referindo-se à destruição do exército egípcio, no Mar Vermelho, fala que o Senhor fez em pedaços “as cabeças do leviatã” (Sl 74:13, 14, ACF). Um crocodilo de muitas cabeças seria um monstro simbólico bastante apropriado para designar o Egito. Havia muitos crocodilos no rio Nilo. Isaías (cap. 27, 30, 31) menciona várias vezes o Egito, e isso tende a confirmar a ideia de que o “leviatã" aqui seja, em primeiro lugar, símbolo do Egito (comparar o “dragão”, em Is 27:1, com o de Ez 29:3; ef. Ez 32:2, 4). O Apocalipse descreve Satanás como “um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças' (Ap 12:3), e declara que "Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão” e que “foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo” (Ap 12:7, 9). Aquele “dia”, quando o Senhor matará o "leviatã”, deve ser o dia quando "o Senhor sai do Seu lugar, para castigar a iniquidade dos moradores da terra” (Is 26:21). Mas não está claro se as palavras de Isaías podem ser aplicadas a Satanás.
Is.27:2 2. A vinha deliciosa. Isaías entoou um triste cântico sobre Israel (Is 5:1-7), descrito como uma vinha infrutífera. Nesta passagem, o cântico é de alegria, pois a vinha finalmente enche de frutos o mundo todo (Is 27:6).
Is.27:3 3. Eu, o Senhor, a vigio. O contraste entre esta vinha e a anterior é marcante. Em Isaías 5:1-7, o Senhor tirou a cerca da vinha, deixou-a desolada e ordenou que chuva nenhuma caísse sobre ela. No exemplo anterior. diz-se de lorma específica que a vinha era "a casa de Israel, e os homens de |udá” (Is 5:7). Aqui também parece ser assim (ver Is 27:6). Cristo também comparou os discípulos aos ramos de uma videira (Jo 15:1-8).
Is.27:4 4. Não há indignação em Mim. Deus não está irado com Sua vinha. Espinheiros e abrolhos. Na vinha anterior, espinhos e abrolhos tomaram o lugar da vinha original, e o Senhor pronunciou sentença contra Israel (Is 5:6). Espinhos e abrolhos representam a obra do inimigo; Deus os queimará (ver Mt 13:30).
Is.27:5 5. Apoderem da Minha força. Ou, "minha proteção”. Na hora do conflito, quando o inimigo direciona seus esforços contra o povo de Deus, a igreja é advertida a buscar a proteção divina. Se a igreja faz isso, os esforços do inimigo não terão êxito. O povo de Deus terá feito as pazes com Ele e O terão como amigo. Podem confiar nEle e, mesmo em meio às maiores provações, ficarão em paz. Estas palavras são particularmente apropriadas ao tempo de angustia, durante as sete últimas pragas, quando Satanás fará tudo o que puder contra os santos.
Is.27:6 6. Jacó. Isto é, Israel (ver com. de Gn 32:28). Fruto. Ver com. de Is 5:2; Jo 15:2-8. Deus planejou que Israel proclamasse a salvação ao mundo todo (ver p. 15-17). Quando a nação de Israel falhou, a tarefa foi dada ao Israel espiritual, os cristãos. A igreja, com- > posta de gentios e judeus, é representada por ramos injetados para substituir os ramos naturais rejeitados da árvore de Israel (ver Rm 11:11, 12, 15-26).
Is.27:7 7. Feriu o Senhor a Israel [...]? Feriu Deus o Seu próprio povo como feriu os que guerreavam contra eler Isaías traça um contraste entre o modo como Deus fida com Seu povo e como lida com os inimigos. O povo de Deus pode sofrer prova e tribu- lação, mas não será destruído por completo. Deus “fere’’ Seu povo para o benefício dele (ver I Ib 12:5-11; Ap 3:19), não para destruí- lo, mas para mudar seus defeitos de caráter.
Is.27:8 8. Com medida (ARC). Ou, possivelmente, “uma medida dupla”. A “medida” é se ah (ver vol. 1, p. 144, 145; sobre o contexto, ver com. do v. 7). O Pai celeste pune Seus filhos apenas para o bem deles. Seu propósito não é ferir, mas curar (ver Jr 10:24). Os juízos de Deus sobre Seu povo são com clemência e misericórdia. Com forte sopro. Literal mente, “o expulsou [isto é, Judá] com seu alento veemente”, ou “ele expeliu seu lento severo”. O significado não está total mente claro. O vento oriental era quente, seco, sufocante, que vinha do deserto, um símbolo apropriado de morte e destruição (Gn 41:6; Jó 27:21; SI 48:7; Jr 18:17; Os 13:15). No sentido figurado, esse vento representa juízos que Deus permite virem sobre Seu povo. Diz-se que o “vento oriental” é o “alento” de Deus. A punição parecia decorrente de causas naturais, embora na realidade, fosse ordenada ou permitida por Deus. Expulsaste. Literalmente, a frase diz: “ao mandá-lo embora, contendes com ele”. Não está claro o sentido exato das palavras de Isaías. Pode ser que esteja se referindo ao cativeiro babilônico posterior, que era uma disciplina (ver Is 48:10; Jr 30:11-17; Os 2:6- 23; iVlq 4:10-12).
Is.27:9 9. A culpa de Jacó. E propósito do Senhor purificar Seu povo, não destruí-lo (ver com. dos v. 7, 8). A punição do v. 8 é instrumento de purificação. O fruto. Isto é, o resultado. O “fruto” da punição, arrependimento e perdão, será a remoção de todo vestígio de idolatria. O cativeiro babilônico curou a idolatria dos judeus (PR, 705). Como pedras de cal. As pedras do altar serão esmagadas como se fossem cal, e os postes-ídolos (do heb. asherim; ver com. de Êx 34:13; Dt 7:5; 16:21; 2Rs 17:10) serão destruídos. Deus permite que provações sobrevenham a Seu povo a fim de purificá-lo de suas iniquidades.
Is.27:10 10. A cidade fortificada. Isto é, Jerusalém, como símbolo do povo de Deus. O que era uma cidade florescente se tornaria um deserto. Onde havia casas, seria pasto (ver Is 7:23-25). Esta profecia se cumpriu um século depois, em 586 a.C. (ver Dn 9:16, 17).
Is.27:11 11. E lhes deitam fogo. Esta é uma continuação da última parte do versículo anterior. Uma árvore cujos ramos não têm folhas (v. 10) murcha e morre. A madeira fica seca. Os ramos são cortados e usados como lenha para o fogo. A metáfora é semelhante à de Ezequiel 31:12 e 13, em que a queda da Assíria é comparada a uma árvore cujos ramos caem. João Batista e Jesus compararam os ímpios a árvores cortadas e lançadas ao fogo (Mt 3:10; Jo 15:6). Paulo comparou os judeus aos ramos naturais cortados e substituídos pelos ramos enxertados: a igreja (Rm 11:12-20).
Is.27:12 12. Naquele dia. Ver com. de Is 26:1,2. Debulhará. Literalmente,‘‘bater”, isto é “trilhar [grão]”, a fim de separá-lo da palha. Esse é o grande dia do juízo, quando o trigo é reunido no celeiro celestial e a palha é queimada (J1 3:13; Mt 3:12; 13:39, 40; Ap 14:14-19). Ribeiro do Egito. A terra prometida a Israel se estendia do rio Eufrates ao rio do Egito (ver com. de Gn 15:18; IRs 4:21; 8:65). As nações dentro dessas fronteiras seriam “debulhadas”, e suas terras, dadas ao povo escolhido de Deus. Um a um. Deus reúne os justos um a um, não coletivamente, mas como indivíduos.
Is.27:13 13. Naquele dia. Ver com. de ls 26:1; 11:16; sobre a libertação de Jsrael do cativeiro, ver p. 16, 18. Capítulo 28 í O profeta condena Efraim por seu orgulho e embriaguez. 5 O remanescente entrará no reino do Messias. 7 Reprovado o erro. 9 A falta de vontade de aprender, Mea segurança dos fiéis. 16 A promessa do Messias. 18 A segurança será provada. ) Ai da soberba coroa dos bêbados de Efraim e da flor caduca da sua gloriosa formosura que está sobre a parte alta do lertilís- simo vale dos vencidos do vinho! que transbordam, com poder as derribará por terra. passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque, por nosso refúgio, temos a mentira e debaixo da falsidade nos temos escondido. endro, e o cominho, com pau. carro e os seus cavalos.
Is.28:1 1. Soberba coroa. Ou, “a orgulhosa coroa". Bêbados de Efraim. Este capítulo é a única mensagem de Isaías de reprovação dirigida especificamente ao reino do norte (embora se mencione também Jerusalém no v. 14). Portanto, deve ter sido transmitida antes da conquista de Samaria pelos assírios em 723/722 a.C. Samaria, a “soberba coroa" de uma nação de bêbados, foi repreendida mais de uma vez pela embriaguez (Am 4:1, 2; 6:1, 6). Com frequência, os profetas advertiram sobre esse vício (Is 5:11, 12; 28:7, 8). Porém, como deixa claro o contexto, Isaías se refere em primeiro lugar aos líderes do reino do norte, que estavam bêbados tanto literal como figurada mente e eram incapazes de guiar a nação em harmonia com a vontade de Deus. Da flor caduca. Desde a morte de Jeroboão 11, em 753, até a queda do reino, 30 anos depois, todos puderam ver como diminuía a força e a glória de Israel. O reino estava se desintegrando com rapidez (ver com. de 2Rs 15:29; lCr 5:26). Quando Isaías transmitiu esta mensagem, a nação era, de fato, uma "flor murcha” (NVI). Fertilíssimo vale. Samaria ficava num vale bonito e fértil.
Is.28:2 2. Homem valente. Isto é, Assíria, o ‘Tetro" da “ira” divina (ver com. de Is 7:17- 20; 10:5).
Is.28:3 3. Pisada. Isto é, pelos invasores assírios.
Is.28:4 4. Figo prematuro. Ver com. de Mc 11:13. A plantação regular era colhida no mês de agosto. Os primeiros figos, que amadureciam em junho, eram considerados uma iguaria especial (ver Os 9:10; Mq 7:1). Eram colhidos com rapidez e logo devorados. Assim seria com Samaria.
Is.28:5 5. Os restantes. Quando Israel caiu, os de Judá permaneceram relativamente fiéis ao Senhor, e para eles o Senhor era uma coroa de glória (verOs 1:6, 7; 4:15-17; 11:12).
Is.28:6 6. O espírito de justiça. Deus deu ao bom rei Ezequias espírito de sabedoria e bom juízo que, em tempos de crise, o capacitaram a tomar sábias decisões. Isso salvou a nação da destruição que sobreveio a Israel no norte. Deus promete este espírito de discernimento aos líderes em todo tempo. Contra as portas. Ou, “às portas”. Os assírios tinham avançado aos portões de Jerusalém, e sua queda parecia inevitável, mas o Senhor fez as hostes assírias retrocederem e Judá foi salvo (ver Is 37:35-37).
Is.28:7 7. Também estes cambaleiam. O povo de Judá, em particular seus líderes, também tinham se tornado escravos do vinho. Mesmo os sacerdotes e profetas, que deveriam dar exemplo, se desviaram. Na embriaguez, eles cambaleavam e perambulavam fora do caminho. Os falsos profetas estavam embriagados enquanto apresentavam suas mensagens, e os sacerdotes tropeçavam em seu serviço sagrado. Ao se entregarem ao vinho e à bebida forte, eles já não podiam fazer “diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo” (Lv 10:9, 10). Tropeçam no juízo. Literalmente, “confusos”. Eles não podiam pensar com clareza e lógica.
Is.28:8 8. Não há lugar sem imundícia. Retratam-se as piores características da embriaguez (ver v. 8). Os sacerdotes e o povo estavam contaminados, literal e espiritualmente.
Is.28:9 9. A quem, pois, se ensinaria [...]? Os sacerdotes e profetas, cujo ofício era ensinar o povo, tinham se desviado e, portanto, não podiam exercer suas responsabilidades (ver com. de Mt 23:16). A mente deles estava tão obscurecida que Deus não podia lhes ensinar. Portanto, era necessário que tossem postos de lado e que novos líderes fossem escolhidos: homens que tossem humildes e dispostos, zelosos e espirituais. Os antigos líderes cuja mente estava empalidecida deviam ser substituídos por homens a quem Deus pudesse transmitir Suas mensagens de verdade e sabedoria. Embora os sacerdotes mais experientes pudessem considerá- los como bebês, eram humildes, submissos e capazes de aprender os caminhos de Deus.
Is.28:10 10. Preceito sobre preceito. A verdade deve ser apresentada de forma clara e lógica, um ponto conduzindo naturalmente ao outro. Só assim os seres humanos podem conhecer a fundo a verdade. A instrução deve ser dada como se fosse para crianças, repetindo o mesmo ponto vez após vez, e indo de um ponto ao outro por meio de etapas fáceis e suaves, de modo que pessoas cuja mente foi obscurecida pelo pecado sejam capazes de a acompanhar. Tal instrução pode parecer simples, mas é eficaz.
Is.28:11 11. Língua estranha. Isto é, “uma língua estrangeira”. Deus tinha talado ao povo na língua deles por meio de Seus mensageiros, os profetas, mas eles não ouviram. Então, falaria com eles por outros meios, primeiramente os assírios e, mais tarde, os babilônios, os persas e os romanos. Paulo aplica esta passagem a homens cujo falar era incompreensível aos ouvintes (ICo ]4:21).
Is.28:12 12. Este é o descanso. O verdadeiro descanso só pode ser encontrado se a revelada vontade de Deus for ouvida e obedecida. Jesus convidou os cansados a ir a Ele, e prometeu dar-lhes descanso (Mt 11:28). No entanto, Israel e Judá recusaram ouvir (ver com. de Is 6:9, 10) e, por isso, não encontraram o descanso que lhes pertencia (ver também com. de Hb 3:18, 19; 4:1-11).
Is.28:13 13. Caiam para trás. Deus falou a Seu povo com clareza e simplicidade, e ele não tinha desculpas. Assim, os conselhos, que tinham o propósito de trazer bênçãos, se colocavam como testemunhas contra eles. A “principal pedra, angular” da verdade tinha se tornado para eles “pedra de tropeço e rocha de ofensa” (lPe 2:6-8; cf. Is 28:16). O que lhes foi dado como auxílio se tornou motivo para queda (ver com. de Rm 7:10).
Is.28:14 14. Homens escarnecedores. Os líderes do povo de Deus rejeitaram a instrução divina e escarneceram das advertências dadas a eles. Isaías estava se dirigindo aos mesmos homens que, em sua sabedoria mundana, tinham zombado de seus ensinamentos e persistiram em defender uma política que resultaria na ruína nacional. Com palavras amargas de reprovação, Isaías lhes advertiu em linguagem inconfundível sobre o destino que lhes aguardava (ver com. dos v. 21-23).
Is.28:15 15. Dizeis. Os escarnecedores do v. 14 talam, e essa é sua resposta sarcástica à mensagem solene de advertência registrada nos v. 1 a 13. Aliança com a morte. Isaías tinha advertido que esses homens cairiam para trás, que se quebrantariam e seriam enlaçados e presos (v. 13). Os escarnecedores, porém, apenas riam e expressavam despreocupação. A morte, diziam eles, tinha concordado em deixá-los viver a despeito dos decretos do Céu. Declararam que certamente não morreríam por seus erros (ver com. de Gn 3:4). Além. Do heb. sheol, o reino figurado dos mortos (ver com. de Pv 15:11). Sheol é apresentado de forma figurada como uma nação estrangeira com a qual os "escarnecedores” fizeram a aliança. O rei dessa nação é a “morte”. Esses líderes do povo professo de Deus eram tão vis e réprobos que escarneciam abertamente da verdade e da justiça. O ímpio rei Acaz, pai de Ezequias, fez uma aliança com a Assíria e aceitou os deuses e os cultos assírios; de fato, substituiu o altar do Senhor em Jerusalém por um altar pagão (2Rs 16:7- 18). Eles esperavam escapar dos açoites servindo ao diabo. O dilúvio do açoite. Isto é, os juízos divinos que Isaías tinha predito (ver Is 8:8). Nosso refúgio. Os escarnecedores falavam de suas próprias crenças e políticas como “'mentira”. Eles sabiam que estavam falando falsidades, mas por alguma razão preferiam isso à verdade.
Is.28:16 16. Sião. Ver com. de SI 48:2. Uma pedra. Os líderes de Judá, completamente enganados, estavam construindo sobre a areia. Ruína e destruição seria o destino inevitável da nação se os líderes continuassem no mau caminho (ver com. de Is 3:12). Necessitava-se melhor fundamento. Pedra preciosa, angular. O Messias (ver Mt 21:42; At 4:10, 11; Rm 9:33; I I 2:20; lPe 2:6-8). Eis a Pedra já provada sobre a qual a igreja podia estar em segurança. Por mais poderosa que fosse a tempestade a açoitar a estrutura erguida, esse fundamento jamais cederia (ver com. de Mt 7:24-27). Era comum o uso de antigas pedras angulares (ver com. de Mt 21:42; sobre Cristo como a Rocha sobre a qual se construiu a igreja, ver com. de Mt 16:18). Não foge. A expressão hebraica pode significar também “não se alarma”, “não age por impulso”. 7\quele que tem fé em Cristo pode caminhar adiante com perfeita confiança; jamais precisará fugir precipitadamente. Ele não se alarmará em meio a circunstâncias difíceis, mas confiará em Deus (ver com. de Is 26:3, 4).
Is.28:17 17. Farei do juízo arégua. Literalmente, “porei a justiça como uma linha de medir”. A injustiça prevalecia, mas o Messias (ver com. do v. 16) restauraria nos seres humanos o conhecimento do que constitui a conduta correta para com Deus e para com o próximo (ver com. de Mt 5:19-22), enaltecendo e honrando a lei (Is 42:21). Isaías continua a figura do v. 16, extraída da construção de um edifício. A igreja de Deus teria a Cristo como “pedra angular”, e se lhe exigiría alcançar as normas divinas de retidão e justiça (ver com. de Mq 6:8; ct. IPe 2:5-10). Prumo. Um prumo é usado para determinar se muros, janelas e portas estão em harmonia com o fundamento, para que a construção seja estável e simétrica. Saraiva varrerá. Somente uma estrutura construída sobre Cristo e Seus padrões de justiça, retidão e verdade pode permanecer segura (ver com. de Mt 7:24-27). Aqueles que constroem sobre um fundamento falso verão que sua estrutura não pode suportar a prova do tempo (comparar com Ap 16:21). O refúgio. Isto é, o refúgio de mentiras (ver com. do v. 15).
Is.28:18 18. Aliança com a morte. Ver com. do v. 15. Planos que ignoram a Deus resultarão em amarga decepção, ao final.
Is.28:19 19. Todas as vezes que passar. Ou, ‘quando passar”. O profeta continua com a figura de uma enchente que golpeia a casa. Os escarnecedores (v. 14) pensavam que tal enchente jamais viria e que sua estrutura de mentiras permanecería (ver Mt 7:26, 27; cf. 2Pe 3:3-7). Quando o ser humano cair em si, seu despertar será triste, pois sua casa de mentiras estará se desmoronando ao seu redor (ver GC, 562). Terror. Somente quando for tarde demais os escarnecedores entenderíam a “notícia”, ou “mensagem”, que Isaías pronunciava contra eles (ver Jr 8:20), e ela lhes aterrorizaria.
Is.28:20 20. A cama será tão curta. A figura muda. A “cama’’ representa a política seguida pelos líderes de Judá. Essa política, diziam, traria paz e descanso à nação. Mas Isaías adverte que seria insuficiente para satisfazer suas necessidades. Não compreendiam a verdadeira natureza de sua condição como nação e o tipo de remédio, ou "cama”, necessária para trazer o bem-estar nacional. Suas estratégias eram insuficientes para atender as demandas da situação em que o povo se encontrava. Os recursos nos quais confiavam não os salvariam. Os esquemas supostamente inteligentes, contudo maus, aos quais os seres humanos com frequência recorrem, certamente trarão nada além de decepção e vergonha. O único refúgio seguro em tempos de dificuldades é confiar no Senhor e fazer o que é reto (ver SI 37:3).
Is.28:21 21. Como no monte Perazim. Quando t> Davi foi ungido rei, os filisteus ficaram contra ele, mas foram mortos em Perazim e Gibeão (lCr 14:8-16). Assim como o Senhor Se manifestou ao derrotar os inimigos de Davi, também Ele subjugará os inimigos de Sião nos últimos dias. Sua obra estranha. Deus é, por natureza, misericordioso, clemente e longânimo (Êx 34:6, 7; Ez 18:23, 32; 33:11; 2IV 3:9). É estranho a Ele causar dor e sofrimento, punição e morte às Suas criaturas. Mas, ao mesmo tempo, Ele “não inocenta o culpado” (Éx 34:7). As vezes, a justiça divina parece demorar tanto que os seres humanos concluem que jamais virá (Ec 8:11; Sf 1:12; Ml 2:17; 3:14) e que podem continuar impunes nos seus caminhos maus. Todos que presumem tirar vantagem da longanimi- dade e misericórdia divinas são advertidos de que o juízo é certo (ver Ez 12:21-28; ver com. de Is 28:14, 22, 23). Quando Cristo vier como guerreiro para subjugar os inimigos (Ap 19:11-21), as pessoas O verão atuando num papel que parece bem diferente de tudo o que já viram. O Cordeiro de Deus então aparecerá como “o Leão da tribo de Judá" (Ap 5:5).
Is.28:22 22. Não mais escarneçais. Ver com. do v. 15. [saias roga que não mais escarneçam das advertências da destruição vindoura. Grilhões não se façam mais fortes. A resistência apenas acrescentaria a culpa e aumentaria a punição (ver Jr 28:10, 13). Uma destruição, e essa já está determinada. Literalmente, “uma decisão para aniquilar”, isto é, erradicar da terra o pecado e extirpar os pecadores.
Is.28:23 23. Inclinai os ouvidos. Nos v. 23 a 29, tsaías apresenta uma lição tirada do trabalho de um agricultor - lavrar, semear e trilhar-, mas deixa a interpretação da parábola para o leitor. Assim como existe uma época apropriada para cada um desses processos agrícolas, também o Agricultor celestial, no devido tempo, fará o que deve ser feito (ver Is 5:1- 7; Tg 5:7). Os escarnecedores (Is 28:14, 21, 22) não deveríam se enganar e pensar que o tempo da colheita pode ser adiado indefinidamente. Deus lida com o ser humano segundo suas necessidades individuais, seja com punição ou com misericórdia, mas sempre segundo o que é melhor para cada um (ver DTN, 224, 330; MDC, 150).
Is.28:24 24. Lavra todo dia. Nenhum lavrador experiente passará todo o tempo lavrando ou semeando, apesar da importância desses processos. Mas é essencial que cada atividade seja realizada no tempo certo. Nenhum dos processos continua para sempre; assim é com o Agricultor celestial.
Is.28:25 25. Nivelado a superfície. Isto é, “preparado a superfície”. Cada semente é plantada de forma específica no lugar preparado para ela. Um tipo de semente é espalhado, outro semeado em fileiras, e ainda outro enterrado em sua cova. Deus adapta Seu modo de lidar com o ser humano de acordo com o que é melhor para cada um. Endro. Do heb. qetsach. Imaginava-se que tosse uma erva cultivada como forragem, mas ela foi identificada como Nigella saliva, ou cominho preto. Esta planta cresce cerca de 50 cm e geralmente tem Ho- res amarelas, às vezes, azuis. Suas várias sementes pretas e aromáticas são usadas no Oriente como tempero e também para auxiliar na digestão. Cominho. Do heb. kammon, o “cominho’ dos tempos do NT, também Cuminum cymimmi (ver com. de Mt 23:23). Ele se assemelha em aroma e aparência às sementes alcaravia, mas é menos saborosa. Como o endro, este também é usado no Oriente para auxiliar na digestão. O trigo. Literalmente, “painço”, una cereal inferior ao trigo e usado em geral pelas classes mais pobres. Cevada. Cereal mais usado pelas classes pobres. O significado da palavra traduzida como “devido lugar” é desconhecido. Espelta. Um tipo de trigo de qualidade inferior. Na margem. Literalmente, “determina uma fronteira”.
Is.28:26 Sem comentário para este versículo
Is.28:27 27. O endro não se trilha. Um fazendeiro que usasse um trilho pesado para trilhar sementes, para as quais seria suficiente uma leve batida com uma vara, seria considerado tolo. O que Isaías quer dizer é que alguns indivíduos, assim como o endro e o cominho, reagem satisfatoriamente a uma trilha leve. O Senhor pode lidar de forma ? mais gentil com eles do que com outros.
Is.28:28 28. É esmiuçado o cereal? O objetivo do trilho não é esmagar e arruinar o grão, mas separá-lo da palha. Porém, o método leve usado para trilhar o cominho (ver com. do v. 27) seria ineficaz para trilhar grãos usados para fazer pão. Usava-se com frequência trilhos pesados, cavalos ou gado, nos casos do trigo, painço, espelta e cevada. Da mesma forma, o Senhor precisa empregar métodos mais severos ao lidar com alguns. No entanto, mesmo as punições mais pesadas não duram para sempre. O objetivo de Deus não é destruir, mas apenas separar a palha inútil do valioso grão. Quando esse objetivo é atingido, cessa o trilho.
Is.28:29 29. Maravilhoso em conselho. Os juízos divinos não se baseiam em vingança, mas em justiça e sabedoria. Quando entende os caminhos de Deus, o ser humano O considera, de fato, um maravilhoso conselheiro (Is 9:6). Grande em sabedoria. Literalmente, “fez grande o êxito”. Deus não é só onisciente, mas também onipotente; não apenas sábio, mas todo-poderoso. Ele não é apenas “grande em sabedoria”, mas também pode fazer com que Seus planos alcancem o resultado pretendido. Capítulo 29 I O severo juízo divino sobre Jerusalém. 7 A insaciabilidade dos inimigos. 9 A loucura 13 e a grande hipocrisia dos judeus. 18 Promessas de santificação para os piedosos. palavras de um livro selado, que se dá ao que sabe ler, dizendo: Lê isto, peço-te; e ele responde: Não posso, porque está selado; Meu nome; sim, santificarão o Santo de Jacó e temerão o Deus de Israel.
Is.29:1 1. Lareira de Deus. Ou, “Ariel” (ARC). Um nome simbólico que se aplica a Jerusalém ou a uma parte dela. Não se conhece a etimologia e o significado desta palavra, e pode ter sido cunhada por I saias. Pode ter sido uma palavra enigmática semelhante a Sesacjue (Jr 25:26, ARC), que representava Babilônia (ver com. de Jr 51:41). Há a possibilidade de o nome significar ‘'altar de Deus’’ (ver Ez 43:15,16) em que a palavra é traduzida como “altar”, na ACF). Outros sugerem a tradução “leão de Deus”. Este e os capítulos seguintes parecem se referir à invasão de Senaqueribe a judá e ao inútil cerco a Jerusalém. Antes da invasão assíria, Deus deu claras advertências dos terrores que sobreviríam. Os judeus foram repreendidos pela hipocrisia, teimosia e pelo fracasso em não entender a importância dos eventos anunciados. Acrescentai ano a ano. O povo continuava com seus afazeres sem se preocupar com o futuro, como se um ano fosse seguir ao outro sem mudança na rotina de vida prazerosa. Celebravam as festas anuais e continuavam adorando no templo, contudo se envolviam em crimes que ameaçavam destruir a nação (ver Is 1:4, 10-13, 21-23).
Is.29:2 2. Porei a Lareira de Deus em aperto. O Senhor pronunciou juízo contra Jerusalém, e a cidade será para Ele como “lareira" - talvez como um “altar” (ver com. do v. 1) sobre o qual seus habitantes seriam o sacrifício (ver Ez 11:3, 7).
Is.29:3 3. Acamparei ao derredor de ti. Jerusalém é retratada como sitiada. Cenas como as descritas nesta passagem aparecem com frequência nas esculturas assírias (ver fo» com. de Ez 4:2; ver vol. 2, ilustração da p. 47). Levantavam-se rampas contra os muros da cidade, e se traziam máquinas de guerra para derrubar as defesas (ver Jr 33:4; Ez 4:2). Essa é uma boa descrição do método usado por Senaqueribe para tomar Jerusalém (ver 2Rs 19:32).
Is.29:4 4. Lançada por terra. Jerusalém, embora não fosse tomada, seria humilhada até ao chão. Completamente humilhado, Ezequias enviou seus embaixadores ao rei assírio, admitindo seu erro, implorando favor e expressando disposição de aceitar as exigências feitas (2Rs 18:14). Jerusalém é comparada a um inimigo capturado, humilhado diante de quem o conquistou, com a face no chão e balbuciando votos de submissão, na esperança de salvar a vida (ver com. de Lv 19:31; Dt 18:11).
Is.29:5 5. Inimigos. Isto é, os exércitos que cercavam a cidade. Num instante. Sobre o inesperado livramento de Jerusalém, ver Is 37:36.
Is.29:6 6. Vem o castigo. Jerusalém seria “visitada” (ARC) com juízos divinos. Com frequência emprega-se linguagem similar para descrever os momentos em que Deus Se revela (Êx 19:16; SI 77:18; Hb 12:18, 19; Ap 8:5; 11:19; 16:18). Aqui, as palavras podem ser uma representação figurada dos terrores da guerra, ou uma descrição literal de alguma terrível convulsão da natureza que açoitou os exércitos assírios (ver com. de 2Rs 19:35).
Is.29:7 7. Como sonho. Um sonho vem e vai rapidamente. As forças assírias desapareceríam como um sonho do qual se acorda (SI 73:19, 20).
Is.29:8 8. Como o faminto. Na imaginação dos assírios, eles já tinham engolido Jerusalém. Senaqueribe tinha certeza da vitória, mas Deus de repente frustrou suas expectativas, destruindo o exército sitiador e o enviando para casa de mãos vazias (ver ls 37:36, 37).
Is.29:9 9. Tardai (ARC). Is aías convida o povo de Jerusalém a fazer uma pausa nas suas atividades para considerar a real natureza de sua situação. Ficai estatelados. Literal mente, “olhem com espanto um para o outro”. Cegai-vos. Literalmente, “contemplai [com ansiedade] ao redor e olhai”. Bêbados estão, mas não de vinho, lsaíás desvia o olhar dos exércitos assírios e se dirige mais uma vez para o povo de Jerusalém. Ele lhes havia transmitido uma mensagem que podia tê-los feito tremer, mas estavam como em um estupor, incapazes de perceber a importância solene da advertência. Haviam perdido a sensibilidade e a razão, não por causa da embriaguez, mas porque estavam tão ocupados com as questões terrenas que não podiam compreender a mensagem celestial (ver com. do v. 1).
Is.29:10 10. Fechou os vossos olhos. Ver com. de ls 6:9, 10. O povo de Judá andava tateando como cegos, como se em letargia (ver com. do v. 9). Os olhos do entendimento estavam fechados. Os líderes, cuja responsabilidade era guiar os assuntos da nação, tinham perdido todo senso de direção. Os videntes, que profetizavam por dinheiro, estavam completamente cegos. Deus tinha lhes enviado mensagem após mensagem, mas a cada rejeição da luz se tornavam mais cegos, e a percepção da verdade ficou embotada. Nesse sentido é que o Senhor “fechou” os olhos deles (ver com. de Ex 4:21).
Is.29:11 11. Toda visão. Isto é, tudo o que Isaías tinha falado a eles. Um livro selado. Era comum que documentos fossem enrolados e selados (ver com. de Ne 9:38; ver também ilustração, vol. 3, p. 67). As mensagens solenes de Isaías não tinham mais valor para o povo de Jerusalém do que se o profeta as tivesse escrito e selado, a fim de que não pudessem ser lidas. Descrença e desobediência tinham impedido de forma tão eficaz que a luz celestial chegasse até eles, que era como se nunca tivesse sido revelada. Para os que se recusam a estudar a Bíblia e crer em suas solenes advertências, ela é como um livro selado. Os profetas deram ao mundo mensagens inspiradas de luz e esperança, mas hoje, como outrora, o mundo caminha na escuridão porque se recusa a enxergar (ver com. de Os 4:6).
Is.29:12 12. Ao que não sabe ler. Isto é, que professa não compreender os caminhos de Deus, como os videntes do v. 10. Uma pessoa pode ser sábia nas coisas deste mundo, mas analfabeta para as coisas de Deus. Ao mesmo tempo, alguém pode ser um mero novato nos conhecimentos mundanos e, contudo, sábio nas coisas de Deus. Preconceito e descrença fecham os olhos do entendimento espiritual para o que Deus tem revelado com vistas ao esclarecimento e bênção do mundo.
Is.29:13 13. Com os seus lábios. O povo de Jerusalém professava religiosidade, mas no coração sequer conhecia a Deus. Assim também era nos dias de Cristo (ver com. de Mt 7:21-23; 15:8, 9; 23:4; Mc 7:6-9); o povo era hipócrita (ver com. de Mt 6:2). A adoração consistia de um ritual desprovido de verdadeira comunhão com o Céu (ver 2Tm 3:5). Imaginavam que o desempenho exterior cumpria os requerimentos divinos e que mereciam o favor divino (ver com. de Mq 6:6-8).
Is.29:14 14. A sabedoria dos seus sábios. Quando o ser humano não leva Deus em consideração, sua sabedoria se torna tolice. Por não amar a luz, é deixado na escuridão (ver 2Ts 2:12; cf. Os 4:6). Essa foi a experiência dos líderes judeus. Escureceram o conselho com “palavras sem conhecimento” (Jó 38:2), e a luz da nação foi condenada a se transformar em trevas.
Is.29:15 15. Quem nos vê? Buscavam esconder a hipocrisia, as motivações e ações, na esperança de que nem o homem nem Deus detectassem seu verdadeiro caráter.
Is.29:16 16. Que perversidade a vossa! Tentavam fazer com que o oleiro seguisse as ordens do barro. Achavam que sua sabedoria era maior do que a do Criador. Esses líderes espirituais eram ateus que, na prática, se mascaravam sob o disfarce da religião.
Is.29:17 17. Dentro em pouco. Isaías não era só profeta de castigos, mas também de esperança. Ele era um verdadeiro otimista; não via apenas a escuridão do presente, mas também a luz gloriosa do futuro (ver com. de Is 9:2). Embora Judá perecesse e seus campos férteis não dessem mais frutos, chegaria o tempo quando a terra seria novamente frutífera, quando "o deserto se tornará em pomar, e o pomar será tido por bosque” (Is 32:15; ver também Is 35:1; 41:17-19; 55:13).
Is.29:18 18. Os cegos [...] as verão. Ver com. de Is 6:9, 10. Isaías previu um tempo quando as condições dos v. 10 a 12 seriam revertidas (comparar com Is 35:5, 6; 42:7; 52:15; 60:1-5; Lc 1:79; 4:18; jo 8:12; At 26:17, 18; 2Co 4:4; I í 1:18).
Is.29:19 19. Os mansos. Chegaria o tempo em que o evangelho seria proclamado a todos os povos da Ferra, para o pequeno e o grande, para o pobre e o rico (ver p. 15-17).
Is.29:20 20. O tirano. O inimigo de Deus e de Seu povo. Provavelmente, uma referência a Senaqueribe e sua fala arrogante (verv. 5; cf. Is 25:4, 5). A verdade aqui declarada se aplica a todo inimigo que se opõe ao progresso da obra de Deus.
Is.29:21 21. Condenam um homem. Talvez Isaías tivesse sido acusado de falta de patriotismo por causa de suas mensagens de reprovação e advertência. Os que são repreendidos se voltam contra quem os repreende e tentam inventar meios, embora injustos, de enganar esses representantes de Deus a fim de provocarem sua queda e silenciarem a voz de repreensão. Sem motivo. Do heb. tohu, traduzido como “sem forma”, em Gênesis 1:2. As acusações com as quais se procurava fazer Isaías parecer um ofensor não tinham fundamento. Negam ao justo o seu direito. Isto é, planejavam deliberadamente perverter a justiça (ver Êx 23:6; Am 5:12; Ml 3:5).
Is.29:22 22. Já não será envergonhado. Abraão e jacó aqui representam o verdadeiro povo de Deus. Assim como o Senhor tinha libertado os pais da nação, também libertaria seus descendentes dos inimigos. O ataque de Senaqueribe traria vergonha e temor, mas Isaías previu um dia melhor, pelo qual os fiéis podiam aguardar.
Is.29:23 23. Temerão o Deus de Israel. Revela-se a vitória final da justiça. O ‘‘tirano’’ (v. 20) foi reduzido a nada, Israel não seria mais envergonhado (v. 22), e seus filhos, perdidos por muito tempo, seriam reconduzidos ao redil. Quando os fiéis de toda a Terra forem levados ao redil, se juntarão a Jacó em adoração e servirão ao Senhor.
Is.29:24 24. Os murmuradores. No tempo de Isaías, como no deserto (Ex 17:2, 7; Nm 14:22; 20:3; Dt 1:27; 6:16; SI 95:10, 11; 106:25). Isaías proclama que existe esperança até mesmo para o coração mais duro e rebelde. Hão de aceitar instrução. Muitos que erraram (ver Is 28:7; 29:10-13) escaparão das trevas (Is 29:18) e aprenderão com as experiências pelas quais passaram. Embora a grande maioria do povo não aproveitasse as mensagens de conselho e advertência repetidamente enviadas por meio do mensageiro de Deus, haveria um pequeno “remanescente” (ver Is 1:9, ARC; 11:11, 16; ete.) cujo coração reagiría e se voltaria para o Senhor. Capítulo 30
Is.30:1 1. Ai dos filhos rebeldes, [saias ainda tem em mente a invasão de Senaqueribe, quando Rabsaqué zombou de Ezequias por confiar no Egito (2Rs 18:19, 21; Is 36:4, 6). Este capítulo mostra que um grupo considerável de Judá era a favor da aliança com o Egito. Em vez de se voltarem para Deus e confiarem nEle, esses covardes se rebelaram contra Deus e buscaram o auxílio dos pagãos. Para acrescentarem pecado sobre pecado. Foi por causa dos pecados de judá que se permitiu aos exércitos assírios marchar contra a nação. Desta vez, judá cometeu mais um pecado ao buscar o auxílio do Egito contra a Assíria.
Is.30:2 2. Refúgio. Isto é, se refugiar na proteção. A sombra do Egito. Uma terra de sol quase constante e pouca sombra. Nessa época, o Egito era fraco e incapaz de prestar ajuda efetiva contra a Assíria. Poucos anos depois disso, o Egito foi invadido pelos exércitos de Esar-Hadom e Assurbanípal (ver vol. 2, p. 37). O grupo de Judá que era a favor do Egito e que lhe pediu ajuda não pediu conselho a Deus porque sabia que estava agindo contrariamente à Sua vontade. Ao entrar na terra prometida, Israel foi proibido de fazer t* aliança com os povos vizinhos (Ex 23:32, 33; Dt 7:2; Jz 2:2). Quando Josué fez aliança com os gibeonitas, ele o fez sem pedir o conselho de Deus (Js 9:14).
Is.30:3 3. Em vergonha. O Egito era uma nação fraca nessa época (ver com. do v. 2). Senaqueribe zombou dos judeus por terem procurado uma nação que não podia ajudá- los, e declarou que a “cana esmagada” do Egito furaria as mãos de qualquer um que se apoiasse nela (Is 36:6; 2Rs 18:21).
Is.30:4 4. Estão em Zoã. Uma cidade construída no braço que passava por Tânis do Nilo, identificada com a atual vila de Tsâm el-Hagar, na parte ocidental do Delta, Visto que o Delta do Nilo está em constante alargamento, de modo que as bocas do Nilo estão bem mais ao norte do que nos tempos bíblicos, é provável que Zoã fosse um porto na foz do rio na época de Moisés. A cidade tinha sido construída sete anos depois de Hebrom (Nm 13:22). Os hicsos (ver com. de Gn 39:1; 45:10) fizeram desta cidade sua capital e a chamaram de Avaris, que, mais tarde, foi chamada de Tânis pelos gregos. Um século depois de Isaías, no tempo de Ezequiel, ainda parecia ser uma cidade importante (Ez 30:14). Hanes. É a Heracleópolis na parte oriental do Delta ou a Heracleópolis no banco ocidental do Nilo, cerca de 90 km ao sul pelo oeste de Mênfis.
Is.30:5 5. De um povo. isto é, “por causa de um povo ". A aliança com o Egito só prroduziu vergonha. Suas promessas de ajuda se provaram inúteis, pois isso provocou a ira da Assíria sobre Judá. Foi a aliança de Oseias com o Egito e sua recusa de pagar tributo à Assíria que, alguns anos antes, movera Salmaneser contra Samaria (2Rs 17:4-6).
Is.30:6 6. A Besta do Sul. Nesta mensagem solene, o profeta retrata vividamente a viagem vergonhosa dos emissários, com jumentos e camelos carregados de presentes, no caminho pelo Neguebe e pelo deserto do Egito para buscar ajuda de uma nação da qual Deus os havia libertado. A terra pela qual passaram era desolada, habitada por animais selvagens, víboras e serpentes venenosas.
Is.30:7 7. Gabarola que nada faz. Talvez, "Raabe [Egito; ver com. de Si 87:4; cf. Is 51:9], a inativa”. O Egito prometería ajuda, mas, na verdade, não faria coisa alguma quando seu auxílio fosse necessário.
Is.30:8 8. Escreve-o num livro. A verdade que Isaías estava prestes a declarar não era importante só para aquele momento. Nela havia uma lição para gerações futuras (ver iCo 10:11). Raabe (ver com. de Is 30:7), o dragão (ver Is 51:9; ver com. de Jó 9:13), representava ninguém mais que Satanás, o grande enganador (Ap 12:9). Aqueles que abandonaram o Senhor e buscaram a ajuda do Egito estavam na verdade se voltando para Satanás e, ao fazerem isso, buscavam em vão por socorro, pois Satanás era um inimigo derrotado, que não podia sequer salvar a si mesmo. A mensagem a ser escrita num livro é dada imediatamente. Para os dias vindouros. Os Targuns, a Siríaca e a Vulgata dizem: “para testemunho”.
Is.30:9 9. Povo rebelde. Israel tinha seguido Satanás em sua rebelião e guerra contra Deus. Como seus pais, antes deles (jo 8:44), tinham se refugiado na mentira (ver com. de Is 28:15).
Is.30:10 10. Profetizai-nos ilusões. Quando foi expulso do Céu, o único objetivo de Satanás era enganar o mundo (Ap 12:9). Ao praticar o engano, o povo de Judá estava seguindo o diabo. Eles escolheram ignorar os profetas de Deus, cujas mensagens eram sempre mal recebidas. Tanto se desviaram da verdade que estavam satisfeitos com o erro, e desejavam mensagens que os fizessem se sentir confortáveis em seus erros.
Is.30:11 11. Apartai-vos. Eles sabiam que Isaías era um profeta verdadeiro, mas não queriam nada com ele nem com Deus. A simples ideia de santidade os enchia de ressentimento e ódio.
Is.30:12 12. Pelo que. Deus reage à atitude descrita nos v. 8 a 11. O povo, isto é, a maioria deles, não ouviria, mas as palavras de Isaías testemunhariam contra eles no dia do juízo. Na opressão e na perversidade. O rolo lQlsa do Mar Morto diz "te regozijarás", em vez de "na perversidade”. Esses ímpios oprimiam o fraco e então se vangloriavam do que faziam. A justiça e a disposição de ouvir a lazão caracterizam os verdadeiros filhos de Deus. Com sua recusa arrogante de ouviras palavras de Isaías, esses ouvintes réprobos deram prova da justiça da sentença pronunciada sobre eles.
Is.30:13 13. Prestes a cair. Uma barriga num muro alto mostra que ele está prestes a cair. A estrutura construída por esses homens estava sobre um fundamento de areia, e certamente seria arruinada (ver com. de Mt 7:26, 27).
Is.30:14 14. O vaso do oleiro. Uma vez quebrado em pedaços, um vaso de barro jamais pode ser emendado para uso. Assim seria com os homens ímpios de Jerusalém. 1’otal destruição os aguardava. Sem nada lhe poupar. Ou seja, Ele não terá compaixão.
Is.30:15 15. Em vos converterdes e em sossegardes. A única esperança de Judá era abandonar o caminho do mal e se voltar para Deus. Ao lazer isso, encontraria confiança, descanso e paz. Ao buscar a força humana, encontrara apenas decepção, problemas e derrota. Mas a confiança em Deus traria paz, tranquilidade e força.
Is.30:16 16. Sobre cavalos. A Assíria tinha introduzido a cavalaria, e os judeus confiavam nesses animais a fim de resisti-la. Isaías declara que os cavalos seriam úteis apenas para facilitar a retirada. Na Antiguidade, usava-se o cavalo quase que exclusivamente para a guerra.
Is.30:17 17. Pela ameaça de apenas um. Deus tinha prometido que, se lossem fiéis, cinco deles perseguiríam cem, e cem persegui riam dez mil (Lv 26:8). Porém, por causa da perversidade de judá, a bênção prometida se invertería. Durante a época de Isaías, Piankhi, do Egito (ver vol. 2, p. 36, 62), se jactou de que com a ajuda de seu deus, Amom, "muitos darão as costas a uns poucos, e um derrotará mil”. Contudo, em tom de zombaria, Isaías proclamou que quem fugiría seriam as forças do Egito, nas quais os réprobos judeus estavam depositando sua confiança. Como o mastro. Judá ficaria sozinha como uma árvore solitária no cimo de um monte, ou como um estandarte num outeiro, dodos veriam o terrível resultado da transgressão.
Is.30:18 18. Por isso. Deus não queria mandar sobre Seus filhos desviados os juízos com os quais os ameaçava, e com Sua misericórdia lhes daria toda oportunidade possível para arrependimento e salvação.
Is.30:19 19. Habitará em Sião. Estas palavras consoladoras dirigidas aos habitantes de Jerusalém foram muito apropriadas para o período de ansiedade e angústia que se seguiu á queda de Samaria e ao cativeiro de Israel. Assegura-se aos habitantes de Sião que não sofreriam o mesmo destino de seus vizinhos do norte. Deus ouviria seu clamor e os salvaria, bem como à cidade (ver ls 37:21-36).
Is.30:20 20. Pão de angústia. Esta predição se cumpriu durante a invasão de Senaque- ribe a Judá, quando somente Jerusalém permaneceu. Não se esconderão mais. Os juízos prestes a cair sobre o país fariam parecer que Deus o tinha abandonado (ver SI 13:1; 83:1; etc.). Finalmente, os mestres fiéis de Judá, Isaías e seus companheiros, seriam reconhecidos, e sua fé, recompensada. Eles e suas mensagens seriam vindiçados quando Deus livrasse Jerusalém.
Is.30:21 21. Ouvirão. Deus lhes daria a direção do Espírito Santo para guiá-los no caminho reto e corrigi-los quando estivessem para se desviar. Todos que desejam podem ouvir o “cicio tranquilo e suave" (IRs 19:12).
Is.30:22 22. Imagens esculpidas. Com temor a Deus, tízequias e os fiéis de Judá destruiríam as imagens esculpidas e todos os monumentos de idolatria (ver 2Cr 31:1). Esses objetos de adoração seriam descartados como completamente inúteis. Assim como os perversos habitantes de Jerusalém não queriam nada com o Santo de Israel (Is 30:11), tampouco o remanescente fiel desejaria ter alguma relação com a idolatria.
Is.30:23 23. O Senhor te dará chuva. A chuva após a semeadura era a “chuva temporã” (ver com. de J1 2:23), que caía no outono (ver vol. 2, p. 92, 93). Esta promessa incluía tanto bênçãos temporais como espirituais. A nação recebería bênçãos nos cestos e na amassa- pji» deira, nos frutos da terra e no aumento do gado e dos rebanhos (Dt 28:3-5; Jl 2:24-26) e, além disso, teria o Espírito Santo de Deus (Jl 2:28, 29; At 2:17, 18).
Is.30:24 24. Que lavram a terra. Ver com. de Gn 45:6. Forragem com sal. Literalmente, “forragem mista” ou "forragem úmida’’, isto é, “mistura”, supostamente um tipo superior de alimento para o gado. Os bois e jumentos que lavravam a terra teriam o melhor alimento. Em geral, se alimentavam de cevada misturada com palha, mas “então” (v. 23), disse Isaías, mesmo os jumentos se alimentariam com os melhores cereais, talvez com sal ou ervas alcalinas. A ideia era de que havería abundância. Os seres humanos também estariam muito melhor. Forquilha. Instrumento para separar a palha do trigo (ver com. de iVlt 3:12).
Is.30:25 25. Correntes de águas. Isaías contempla ribeiros nas montanhas e montes, normalmente secos e sem vegetação. Mesmo os lugares mais improváveis produziríam colheita abundante. O profeta previu uma época áurea na qual a terra seria restaurada à sua beleza e fertilidade originais. Da mesma forma, Deus regaria a terra com a graça celestial, transformando os desertos secos do mundo em lindos jardins e campos florescentes (ver Is 35:1, 2; 41:17-19; 43:19, 20; 44:3, 4; 55:1; Jo 4:10, 13, 14; 7:37-39). No dia. Isto é, o dia em que Deus subjugaria todos Seus inimigos (ver Is 66:16; Jr 25:33; Zc 14:1-3, 8, 9; etc; ver também p. 17). Caírem as torres. As torres fortificadas que guardam os muros das cidades inimigas cairiam (comparar com a queda da Babilônia espiritual, em Jr 51:8, 29; Ap 16:19; 18:21; ver com. de Is 13:1-18).
Is.30:26 26. A luz [...] do sol. Isaías descreve um mundo em que não haverá nada que se interponha para ofuscar a luz da lua ou do sol (verZc 14:6, 7; Ap 21:23). Sete vezes. Nao se pode afirmar se isso significa um aumento exato de sete vezes na intensidade de luz visível, ou se “sete vezes” significa simplesmente um grande aumento de luz, ou perfeição qualitativa em vez de quantitativa.
Is.30:27 27. Nome do Senhor. Deus Se levanta para defender a causa de Seu povo sitiado (ver Ap 19:11-21; GC, 633, 642, 656; T6, 406). E Cristo quem leva o nome de Deus (Êx 23:21). Cheios de indignação. O tempo da indignação divina será o das sete últimas pragas (Ap 15:1, 7; 16:1). Ouando vier novamente, Cristo matará os ímpios com “o sopro dos Seus lábios” (Is 11:4), com chamas de fogo (SI 50:3; 97:3; 21V 3:10).
Is.30:28 28. Torrente que transborda. A ira de Cristo é retratada como torrente que inunda, que a tudo arrasta (ver Is 8:8). Para peneirar as nações. O trigo deve ser separado da palha (ver com. de Mt 3:12; 13:38-40). A palha queimada é reduzida a nada (ver com. de Ec 1:2), e o instrumento empregado no processo de separação é, portanto, chamado de "peneira de destruição”. Um freio. A figura muda, e as nações são retratadas como controladas por um poder que as impele à destruição contra a própria vontade.
Is.30:29 29. Festa santa. E provável que seja a Festa dos Tabernáculos, no outono quando se colhiam os frutos (Lv 23:34, 39-43; Ne 8:14-18). Era uma ocasião de grande alegria. Em tempos posteriores, a lesta incluía um ritual noturno em que o pátio do templo era iluminado com grandes lâmpadas levantadas em dois altos estandartes, que iluminavam a cidade (ver DTN, 463). A Festa dos Tabernáculos era com frequência chamada de “a festa” (I Rs 8:2; 2Cr 7:8, 9). A cerimônia das luzes celebrava a coluna de fogo que tinha guiado Israel na marcha pelo deserto e apontava adiante para a vinda do Messias como a Luz, do mundo. Nessa ocasião, o povo se dirigia a Jerusalém com grande alegria, cantando cânticos sagrados e tocando instrumentos. Rocha de Israel. Ver Dt 32:4; SI 18:2, > 31, 46; Is 2:10; 17:10.
Is.30:30 30. Sua voz majestosa. Numa linguagem bastante simbólica, Isaías descreve a derrota dos exércitos assírios (ver v. 31). Usa-se linguagem similar em outras passagens para descrever eventos da segunda vinda de Cristo (Ap 16:18-21; 19:15). Que desce com indignação de ira. Literalmente, “a descida”. Chuvas torrenciais. Literalmente, "o romper [de nuvens]”.
Is.30:31 31. Assíria. No tempo de Isaías, a Assíria era o maior inimigo de judá. Esta previsão aponta para a destruição do exército de Senaqueribe (ver Is 37:36). Assim como os assírios feriam com vara, também seriam feridos com a vara da ira de Deus. Do mesmo modo, todos os ímpios, final mente, serão feridos com “vara de ferro” (SI 2:9; Ap 2:27; 12:5; cf. Is 19:15).
Is.30:32 32. Cada pancada. O texto hebraico da primeira frase do v. 32 é obscuro. Vários manuscritos antigos trazem "cada golpe da vara de castigo ! De acordo com essa leitura, cada pancada do juízo divino sobre a Assíria seria recebida com cânticos de vitória e regozijo por parte do povo de Deus.
Is.30:33 33. A fogueira. Mais uma vez menciona- se a destruição do exército de Senaqueribe em linguagem simbólica (ver com. do v. 30). Este nome foi dado ao vale de Hinom, ao sul de Jerusalém, onde seres humanos, em especial crianças, eram sacrificados a Moloque (ver com. de 2Rs 16:3; 23:10; |r 7:31; cf. Jr 19:6, 11-13). Esse lugar se tornou símbolo do fogo dos últimos dias. A transi iteração grega do termo heb. ge Hinnom (vale de Hinom), Geenna, é sempre traduzida como "inferno”, no NT (ver com. de Mt 5:22). Nesse caso, a ‘'fogueira" é o lugar onde os inimigos do Senhor serão consumidos pelo fogo (ver Is 33:14; I Ib 12:29; Ap 209). IS Aí AS 31:5 Capítulo 31 Senhor dos Exércitos descerá, para pelejar sobre o monte Sião e sobre o seu outeiro.
Is.31:1 1. Descem ao Egito. 1 saias continua a repreender (ver Is 30:2-7) os líderes de Judá por buscar a ajuda do Egito contra a Assíria. A cavalaria de Judá era tão fraca que os assírios ironicamente ofereceram 2 mil cavalos a Ezequias se este pudesse arranjar-lhes cavaleiros (Is 36:8). Os líderes hebreus tentaram remediar essa debilidade apelando ao Egito. E se estribam em cavalos. Isto é, "dependem de cavalos”. Na Antiguidade, cavalos eram usados quase que exclusivamente para a guerra. Deus concedeu uma vez a Israel uma vitória notável sobre os cavalos e carros do faraó (Êx 14:9, 17, 18, 23, 27; 15:19), mas foi esquecido, e Seu povo buscou o Egito como fonte de auxílio, nesse tempo uma nação relativamente fraca (ver vol. 2, p. 37).
Is.31:2 2. Todavia, este é sábio. Há um tom sarcástico nestas palavras. Aqueles que buscaram ajuda do Egito imaginavam que sua estratégia política era sábia. Mas Isaías lhes recorda que Deus unicamente é sábio e Ele cumpre Suas ameaças contra os que desprezam Sua palavra.
Is.31:3 3. Os egípcios são homens. A despeito de toda sabedoria da qual se orgulhavam e dos recursos materiais, os egípcios eram seres humanos. Isaías ressalta que a força de uma nação não está nas suas vantagens materiais, mas no vigor moral e espiritual de seus líderes e de seu povo.
Is.31:4 4. Como o leão. Uma ilustração vivida do poder e do cuidado divinos.
Is.31:5 5. Pairam. O Senhor é representado como um pássaro de asas abertas sobre seus filhotes. Assim o Senhor protegeria Jerusalém (ver SI 57:1; 91:4). E, passando (ARC). Do heb. pasach, a mesma palavra usada em Êxodo 12:13, 23 e 27, quando o Senhor “passou” sobre Seu povo sem ferir seus primogênitos; daí o nome “Páscoa”. Talvez, ao usar a palavra ;pasach, o objetivo de lsaías fosse relembrar o grande livramento concedido aos antepassados.
Is.31:6 6. Convertei-vos. Um dos maiores objetivos de lsaías era levar o povo de judá de volta a Deus, e assim salvar a nação. A menos que eles abandonassem o erro, teriam o mesmo destino de Israel (2Rs 17:6).
Is.31:7 7. Lançará fora os seus ídolos. Em lsaías 2:20, o povo é retratado como quem se desfaz de seus ídolos quando se é tarde demais. Então, fazem isso com espírito de penitência e voltam ao Senhor (2Cr 31:1).
Is.31:8 8. A Assíria cairá. Não foi a mão do homem que destruiu o exército de Senaque- ribe, mas a de Deus (Is 37:36). A “espada” era o juízo da parte do Senhor (Dt 32:41,42; lCr 21:16; fs 34:5, 6; 66:16; |r 9:16; Ez 9:1; 2L9-14, 20).
Is.31:9 9. Não atinará com a sua rocha. A primeira frase diz, literalmente, “sua rocha [significando 'seu abrigo ou 'sua fortaleza’] passará [por causa doj horror”. A “rocha” da força assíria se desmoronaria (sobre o termo heb. sela, “rocha”, ver com. do SI 18:2). Seus príncipes. Isto é, os “oficiais” do exército assírio, que literalmente seriam “desertados do estandarte” ou “desertariam do estandarte”, ao perceberem que Deus defendia Sião. Cujo fogo está em Sião. O Senhor é retratado como "fogo devorador” (Is 33:14; Hb 12:29). Os assírios seriam "devorados” quando atacassem Jerusalém. O “fogo” simbólico do tempo de lsaías se torna em fogo literal na hora do ataque à nova Jerusalém, no final dos mil anos (Ap 20:9; cf. Zc 14:2, 3). Capítulo 32 do fraudulento jamais se dirá que é magnânimo. Vista Acrea do Sítio da Antiga Susã O rio Shavur ^provavelmente parte do Ulai), que é visível à esquerda, faz limite com a atual vila de Shush, cjue e ad|aecnte as iuinas da antiga cidade de Susa (a Susà bíblica). A elevação no centro é chamada de Outeiro da Acropole. em cujo topo cstao as rumas do palácio real. Podem-se ver claramente as trincheiras dos esca\adores e as aieas esca\adas \uas do Ou teu o da Acmpole está o Outeiro de Apadana, onde ficava o grande salào dc lestas A direita, hca parte de um dos vanos outeiros que cobrem as ruínas da antiga cidade. O Rei Merodaque-Balaclà (721-709 e 703 a.C.), de Babilônia, Investe um Alto Oficial Este monumento, de localidade desconhecida. é uma pedra limite que representa o rei jYlarduque-Apal-iddma (Merodaque-Balada). à esquerda, impondo as mãos sobre um de seus oficiais. No alto do monumento estão representações simbólicas de divindades chamadas como testemunhas: da esquerda para a direita, o deus Nahu. representado pelo símbolo de um escnba e um dragão com chifres: Nmhursag, representado pelo símbolo de um templo com superestrutura em forma de Omega; ha, representado pelo símbolo de uma rã e uma cabra com corpo de peixe: e Marduque, representado pelo símbolo de um dragão e a ponta dc uma lanca (ver com. de Is 39:1: ver também com. de 2Rs 20:12). iesia do Oriental Insliiute oí lhe Umversitv of Chiea Placas de Marfim do Palácio de Sargão, em Calá l£sscs fragmentos de placas de marfim foram encontrados por Layard há mais de 3 00 anos nas ruínas do palácio de Sargão II, em Nimrud, antiga Calá. lides são muito semelhantes às placas de marfim encontradas nas escavações de Somaria, em 1932. Provavelmente, essas placas pertenciam à “casa de marfim” de Acabe (ver com. de 3 Rs 22:39) e decoravam as paredes e as mobílias do palácio (ver Am 3:15; 6:4). Os marfins de Samaria mostram tamanha semelhança com os do palácio de Sargão que é possível concluir que os marfins de Sargão são parte dos saques feitos pelo exército do rei na conquista de Samaria. © rhe frustees oí lhe Rritísh Museum guarda servirão de cavernas para sempre, folga para os jumentos selvagens e pastos para os rebanhos;
Is.32:1 1. Reinará um rei com justiça. Isaías desvia a atenção do iminente ataque assírio a Jerusalém (Is 31:8, 9) para se referir ao tempo de paz que viria a seguir. Depois da retirada de Senaqueribe, em 701 a.C., seguiu-se um tempo de paz sob o justo reinado de Ezequias (ver vol. 2, p. 71, 72). De forma similar a derrota de todas as forças de Satanás será seguida do eterno reinado de Cristo em justiça e glória. Como de costume, o quadro profético de paz e segurança depois da tríbulação une a descrição das glórias do mundo porvir com a era messiânica. Nesse contexto messiânico, o "rei'’ é Cristo.
Is.32:2 2. Varão (ARC). O Messias seria para Seu povo uma fonte de conforto, contentamento e descanso, um lugar de proteção e abrigo. No deserto seco e abrasador, Ele seria como um ribeiro de águas vivas ou como a sombra refrescante de uma grande rocha.
Is.32:3 3. iNão se ofuscarão. A situação predita em Isaías 6:9 e 10 seria revertida. Os olhos do entendimento espiritual seriam abertos para que o ser humano compreendesse as coisas de Deus.
Is.32:4 4. Temerários. Comparar com Is 6:10. Os “temerários” são os que não tomam tempo para meditar em alguma coisa em busca de conclusões sólidas. No entanto, no tempo prometido da restauração, eles vão agir com prudência. Abençoados com entendimento claro e perspicaz, não gaguejarão e falarão com intrepidez.
Is.32:5 5. Fraudulento. O versículo diz, literalmente, “o tolo não mais será chamado nobre, nem o patife, honroso”. O ser humano não mais confundirá ignorância com sabedoria ou trevas com luz. Não chamarão ao mal bem e ao bem, mal (Is 5:20).
Is.32:6 6. Proferir mentiras. Isaías retrata de forma vivida as ações do '‘louco”. Nos dias melhores do porvir, as pessoas serão reconhecidas pelo que são, não pelo que alegam ser. O pecador será classificado como tal, e receberá justo castigo.
Is.32:7 Sem comentário para este versículo
Is.32:8 8. O nobre. Isto é, o generoso. Ele não sofrerá por ser generoso.
Is.32:9 9. Mulheres que viveis despreocupa- damente. Isaías se dirige às mulheres favorecidas de Jerusalém, que, por viverem de forma opulenta, são as que mais sofreriam as dificuldades de um cerco. Anteriormente, as altivas "filhas de Sião” foram repreende das (Is 3:16-26).
Is.32:10 10. Um ano e dias. Literal mente, “dias sobre um ano . Em pouco mais de um ano, sobreviríam dificuldades às mulheres despreocupadas do v. 9. A vindima se acabará. A perda literal da vindima, com a consequente escassez de vinho para as ocasiões festivas. Ou pode ser uma linguagem figurada para se descrever a perda de todas as formas de alegria.
Is.32:11 11. Tremei, mulheres. Elas são chamadas a lamentar e a se arrepender, a vestir panos de saco em vez de vestes caras. Era tempo de orar e jejuar, não de fazer banquetes e festas.
Is.32:12 12. Batei no peito. Esta atitude é uma maneira de os orientais expressarem pesar e angústia. A prosperidade logo daria lugar a desolação e miséria. Vinhas frutíferas. Ver eom. do v. 10.
Is.32:13 13. Espinheiros e abrolhos. Símbolo de desolação (ver com. de Is 7:23-25). Casas onde há alegria. As majestosas mansões onde os ricos se reuniam para banquetes e bebedeiras. A previsão do v. 13 se cumpriu em parte durante a invasão de Sena- queribe, mais completamente quando Nabu- eodonosor saqueou o país e, ainda mais tarde, quando os romanos devastaram a terra de Judá.
Is.32:14 14. Palácio. As gloriosas construções humanas ficariam em ruínas. Folga para os jumentos selvagens. Ver com. de Is 7:25.
Is.32:15 15. Até que se derrame sobre nós o Espírito. Estas palavras se cumpriram em parte na grande reforma feita por Ezequias, mas de forma mais completa no Pentecostes (Jl 2:28; At 2:17; ver também Os 6:3; 11 2:23; Zc 10:1; Ap 18:1). Pomar. Em primeiro lugar, uma expressão simbólica (fs 32:16; cf. Is 5:1-7; Gl 5:22, 23). Chegaria o tempo em que o Espírito de Deus seria derramado sobre o mundo, o que faria com que regiões espiritualmente áridas e desoladas florescessem como a rosa. Este era um dos temas favoritos de Isaías (Is 29:17; 35:1; 41:17-20; 55:13). Será tido por bosque. O que já era um campo fértil se tornaria ainda mais produtivo.
Is.32:16 16. Juízo. A justiça florescería no que havia sido antes um deserto moral, e a justiça do que já era um campo fértil em nada se diminuiría.
Is.32:17 17. O efeito da justiça. /V justiça é o resultado de se viver em harmonia com a vontade de Deus. Deus é amor, e todos os Seus mandamentos são "justiça” (SI 119:172). Aqueles que amam a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmos estão em paz com Deus e com o mundo ao redor. A paz duradora prevalece apenas onde existe sólido fundamento de justiça. Sem justiça, não pode haver paz (Is 48:22). Os que se apegam ao pecado jamais encontrarão paz, não importa o quanto a busquem. É essencial a todos os povos entender esse princípio importante e fundamental.
Is.32:18 Sem comentário para este versículo
Is.32:19 19. Ainda que haja saraivada. Os Tar- guns dizem: “a floresta é destruída por completo”. Em contraste com as “moradas de paz” dos justos (v. 18), a desolação será o destino dos ímpios (ver Ap 16:19; 18:2, 21).
Is.32:20 20. Semeais junto a todas as águas. Aos que trabalham com fidelidade promete- se uma colheita abundante e segura. Do boi e do jumento. Os judeus empregavam tanto bois quanto jumentos na agricultura (Dt 22:10; Is 30:24). Estes eram os animais domésticos de carga no antigo Oriente. LS, 208, 214; Mj, 217; TM, 425; T3, 406, 420; T4, 76; T5, 381, 389, 403; IV,. 314; T7, 19, 36; T8, 146; T9, 35, 127, 132; Capítulo 33 »¦ tacas nunca serão arrancadas, nem rebentada nenhuma de suas cordas.
Is.33:1 1. Ai de ti. Este capítulo Foi sem dúvida inspirado no juízo que caiu sobre os exércitos de Senaqueribe (Is 37:36). Os invasores tinham devastado Judá, mas o Senhor o libertaria do poder dos opressores. O capítulo alterna um grande consolo para os fiéis com severas repreensões para os ímpios. A visão profética de Isaías vislumbra também a gloriosa era messiânica (ver com. de Is 32:1). Que não foste destruído. As guerras agressivas da Assíria contra seus vizinhos foram devastadoras. Seu interesse principal era saquear, e com esse propósito enviava seus exércitos. Mas, ao final, ela recebería a paga com a mesma moeda (ver Mt 7:2; cf. Jr 50:15, 29; 51:24; Ap 13.40).
Is.33:2 2. Em Ti temos esperado. Ver com. de Is 25:8, 9. O nosso braço. Muitos manuscritos hebraicos antigos, os Targuns e a Siríaca trazem “nosso braço’. Isaías pede ajuda a seu próprio povo, talvez em especial aos defensores da cidade. A frase seguinte “nossa salvação" se refere claramente aos que estavam com ele em Jerusalém.
Is.33:3 3. As nações são dispersas. Refere-se à destruição dos exércitos de Senaqueribe (ver Is 37:36, 37). Nessa ocasião, a “arrogância'' dos assírios (ls 37:29) causou sua derrota.
Is.33:4 4. O vosso despojo. Isto se refere ao saque do acampamento assírio depois do por eles nao navegará. aniquilamento dos invasores e da fuga precipitada dos poucos sobreviventes. Como lagartas e gafanhotos devoram tudo o que é verde, os hebreus no tempo devido despojariam os orgulhosos assírios.
Is.33:5 5. O Senhor é sublime. O espetacular aniquilamento dos exércitos assírios (ls 37:36) rendeu honra e renome ao verdadeiro Deus. Encheu a Sião. Presumia-se que a lição da invasão de Senaqueribe resultaria num reavivamento religioso na cidade de Jerusalém e nas vilas de judá.
Is.33:6 6. Estabilidade. Judá encontraria força e estabilidade, não em exércitos armados, mas em Deus e na lealdade à Sua vontade revelada (ver Jó 28:28; SI 11140; Pv 1:7).
Is.33:7 7. Os mensageiros de paz. As condições de paz que os assírios determinaram aos mensageiros de Ezequias eram tão duras (2Rs 18:14-16) que eles choraram “amargamente”. Quando os enviados hebreus se encontraram com Rabsaqué, acharam seus termos de rendição tão duros que voltaram “com suas vestes rasgadas” (2Rs 18:37).
Is.33:8 8. As estradas estão desoladas. As estradas de Judá não mais estavam abertas aos viajantes. O exército de Senaqueribe tinha reduzido a terra a tal condição que não mais se ousava viajar pelas estradas. Cidades. O rolo ]Qlsa do Mar Morto traz edim, "testemunhas ’, no lugar de ‘irim, “cidades”, sendo que a única dilerença no texto consonantai é entre o de o r (ver vol. 1, p. 2; ver com. de Gn 10:4).
Is.33:9 9. A terra geme. Todo o país de judá foi devastado durante a invasão assíria. O mesmo ocorreu com outros distritos da Palestina.
Is.33:10 10. Agora, Me levantarei. A dificuldade humana é a oportunidade divina. Ouando parecia não haver esperança, e que o último vestígio de resistência por parte de Judá seria logo esmagado pelo conquistador cruel, o Senhor Se levantou para libertar o restante de Jerusalém.
Is.33:11 11. Concebestes palha. Este versículo enfatiza a futilidade e vaidade das pretensões assírias. Iodos os esforços produziríam apenas palha. As estratégias ousadas terminariam devorando quem as tramara.
Is.33:12 12. Como se queima a cal. Eles seriam destruídos por completo, como se queima a cal, ou como espinhos ardem no logo.
Is.33:13 13. Reconhecei o Meu poder. Ao imputar o juízo sobre a Assíria, Deus ensinou a todos a futilidade da sabedoria e da torça humana. Com frequência, Ele permite que uma situação atinja o ponto crítico para que, ao intervir, o ser humano reconheça a autoridade e o poder divinos.
Is.33:14 14. O fogo devorador. Deus é logo consumidor para os ímpios (Hb 12:29). Somente os “limpos de coração [...] verão a Deus' (Mt 5:8) e viverão. As perguntas feitas aqui são similares às do Salmo 15:1; e 24:3. Isaías responde no versículo seguinte.
Is.33:15 15. O que anda em justiça. Respostas semelhantes são apresentadas nos Salmos 15:2-5; e 24:4. Sem dúvida, a justiça é essencialmente uma questão de coração e mente, mas também de se "andar na luz,” (IJo 1:7). Conceitos corretos se refletirão em palavras e atos corretos. O ganho de opressão. A Assíria tinha se enriquecido oprimindo nações mais fracas. No entanto, muitos em Jerusalém e Judá tinham reunido suas riquezas de forma similar (ver com. de Js 5:7). Com um gesto de mãos. Isto é, num gesto indicando recusa em ter lucros ilícitos. O que tapa os ouvidos. Isto é, se recusa a participar de planos contra a vida de pessoas inocentes. Fecha os olhos. O Senhor é "tão puro de olhos que não pode ver o mal” (Ele 1:13). Os que O servem também não toleram o mal.
Is.33:16 16. Este habitará nas alturas. Isto é, em segurança. Cidades antigas eram construídas “nas alturas" para se proteger contra invasores. Ocupar um terreno alto é sempre vantajoso na guerra. As fortalezas. Os que amam e servem ao Senhor desfrutam proteção e cuidado quando em diliculdades. Esta promessa será um conforto especial ao povo de Deus durante a grande crise dos últimos dias, quando encontrará lugares seguros fora do alcance dos que buscam destruí-lo (ver SI 61:2, 3; 91:1, 2). Enquanto os ímpios sofrerão por lalta de ali mento e água (ver Ap 16:4-9; cf. GC, 626, 628), os santos terão as necessidades sat isfeitas.
Is.33:17 17. O rei. Durante as provas e tribula- ções dos últimos dias, o povo de Deus encontrará consolo na expectativa da vinda de Cristo. Eles O verão em glória (ver com. de Is 25:8, 9), e a terra da promessa que contemplaram com os olhos da fé, como se estivesse 'longe” (Is 33:17), se tornará uma realidade.
Is.33:18 18. Recordará dos terrores. Liberta) dos inimigos, o povo de Deus meditará nas eenas terríveis pelas quais passou. As provas do passado parecerão um sonho. Isso aconteceu quando Jerusalém foi livrada dos exércitos de Senaqueribe, e acontecerá outra vez com os santos na segunda vinda de Cristo. Onde está aquele que registrou [...]? Passada a prova, os judeus perguntavam: Onde estão os escribas assírios, que fixavam o tributo a ser exigido de cada vitimar E os senhores do cerco? Todos tinham desaparecido, e tudo estava em paz. Do mesmo modo, na segunda vinda de Cristo, os fiéis se regozijarão na libertação das mãos daqueles que havia pouco buscavam matá-los.
Is.33:19 19. Povo atrevido. Os insolentes, cruéis e zombadores invasores assírios, não mais existiríam. Em vez de verem os assírios, veriam ”o Rei na Sua formosura” (v. 17; comparar com Ex 14:13).
Is.33:20 20. Olha para Sião. Os invasores hostis se foram; todo perigo desapareceu. A cidade santa está em paz (comparar com jl 3:16-20). Nossas solenidades. Ver com. de Lv 23:2.
Is.33:21 21. Rios e correntes largas. Uma descrição da fertilidade e da beleza da terra prometida restaurada. Aqui estão os “rios” e as "correntes” que "alegram a cidade de Deus” (SI 46:4; comparar com o rio, em Ez 47). Barco nenhum de remo. Nenhum navio inimigo navegaria seus rios (ver Ez 47:1; Jl 3:18; Zc 14:8; Àp 22:1).
Is.33:22 Sem comentário para este versículo
Is.33:23 23. Tuas enxárcias. Continua a mesma figura do v. 21. O inimigo é como um navio cujas enxárcias estão soltas, cujo mastro vacila e cuja vela é inútil. A vitória dos santos é a vergonha e a derrota para seus inimigos. Os “coxos”', que em geral não prestam serviço militar, tomam parte na vitória e despojam seus inimigos.
Is.33:24 24. Estou doente. Não haverá doentes na terra renovada, nem de corpo nem de alma (ver Jr 31:34). A cura da enfermidade e o perdão dos pecados ocorrem juntos (ver SI 103:3; Mt 9:2, 6). Cristo restaura das moléstias físicas e espirituais. Capítulo 34 I Os juízos com os quais Deus vinga Seu povo. 11 A desolação dos inimigos. 16 A certeza da profecia. porque o Senhor tem sacrifício em Bozra e grande matança na terra de Edom.
Is.34:1 1. Ouça a terra. A mensagem de Isaías 34 não é apenas para Judá, mas para todas as nações e para todas as épocas. Isaías descreve o terrível e triste destino dos ímpios, tanto nos seus dias quanto no fim dos tempos. Ele contempla o grande dia da matança, quando os ímpios serão mortos e seus corpos ficarão espalhados como os do exército de Senaqueribe após a visita do anjo destruidor da parte do Senhor (Is 37:36). Na destruição do exército assírio, ele vê de antemão o destino final de todos os exércitos do mal que lutam contra Deus. Edom (v. 5) representa os inimigos do bem porque, com frequência, ele foi o mais cruel e impiedoso dos inimigos de Judá (ver 2Cr 28:17; Ez 35; Am 1.11; Ob).
Is.34:2 2. Indignação. Ver com. de Is 26:20. Contra todo o exército delas. Assim como Deus estava indignado contra os exércitos assírios que atacaram Jerusalém, também estará contra todas as forças do mal que se levantarão contra Seu povo (comparar com J1 3:2; Zc 12:2-9; 14:2, 3; Ap 16:14, 16; 17:14; 19:11-19). Ele as destinou para a destruição. Do heb. charam, "devotar à destruição’’ (ver com. de lSm 15:3).
Is.34:3 3. O mau cheiro. Isto é, de guerreiros inimigos mortos. Quando Deus destruiu as forças de Senaqueribe, os corpos dos mortos ficaram espalhados como lixo (ver ls 66:16; jr 25:33; Ez 39:11-20; Ap 19:17-21). Os montes se inundarão. Ou, "se tornarão líquidos”, "fluirão” (ver Ap 14:20).
Is.34:4 4. O exército dos céus. Isto é, o Sol, a Lua e as estrelas (ver 2Rs 21:3; 23:5; jr 8:2; 33:22; etc.). Em vez de "todo o exército dos céus se dissolverá”, o rolo lQls“ do Mar Morto traz "as profundezas se abrirão e todo o exército dos céus se enfraquecerá”. Dissolverá. Ver com. de ls 13:10, 13; 24:23; llh 1:10-14. Os céus se enrolarão. Referência ao céu atmosférico (ver com. de 2Pe 3:7, 10-12; Ap 6:14; ví. Is 24:19, 20; Jr 4:23, 28). Cairá. Ver com. de Mt 24:29; Ap 6:13.
Is.34:5 5. Minha espada. A espada do Senhor simboliza Seus juízos sobre os ímpios (comparar com Dt 32:41, 42; Jr 46:10; Ap 19:13, 15, 21). Edom. Ver com. de Ez 35:15. Com Frequência, todos os inimigos do povo de Deus são tipificados por alguma nação cujo ódio e crueldade foram particularmente amargos. Esse foi o caso do Egito, Babilônia, Edom, Amom e Moabe. Embora parentes próximos dos judeus, os edomitas sempre manifestaram um particular rancor contra eles (ver com. de Is 34:1). E possível que, sob o pretexto da invasão assíria, Edom tenha se unido aos assírios para descarregar sua ira contra fudá e, talvez por isso, o nome de Edom esteja associado com o da Assíria nesta sentença condenatória de Isaías. Os juízos divinos sobre Edom ilustram o grande dia de Deus (ver com. de ls 63:1-6).
Is.34:6 6. Sacrifício em Bozra. Esta era uma importante cidade de Edom (ls 63:1; cf. Cm 36:33; iCr 1:44) situada 38,5 km ao sudeste do Mar Morto. Amos predisse a destruição de seus palácios (Am 1:12), e Jeremias declarou que ela se tornaria desolação e opróbrio (jr 49:13, 22). Os cordeiros, bodes e carneiros representam o povo de Edom, que seria morto como animais no sacrifício. Jeremias usa uma figura de linguagem similar (Jr 46:10).
Is.34:7 7. Bois selvagens. Do heb. reemim (ver com. de Mm 23:22). Os animais deste versículo, que representam as nações fortes da Terra, acompanhariam os frágeis, ou seja, os cordeiros, bodes e carneiros do v. 6, ao local de sacrifício.
Is.34:8 8. O dia da vingança. Literalmente, "o caso , num sentido legal. As nações aqui são representadas como participantes do grande conflito entre Cristo e Satanás, aliadas do mal contra Sião, a cidade de Deus (comparar com Zc 3:1, 2). Descreve-se a aparente tar- dança da hora da retribuição, na qual “Edom" (ver com. de Is 34:5, 6) será punida por sua persistente hostilidade contra o povo escolhido de Deus (ver Is 63:1-4; cf. Jr 46:10; sobre a aplicação deste versículo ao grande Dia de Deus, ver CC, 673).
Is.34:9 9. Enxofre. As figuras do v. 9 se baseiam na destruição de Sodoma e Gomorra (ver com. de Gn 19:24). A região ocupada por essas cidades fica provavelmente no limite sul do Mar Morto (ver com. de Gn 14:3). Ainda hoje se pode encontrar ali petróleo e betume. Quando Cristo voltar, toda a Terra será devastada numa grande catástrofe (2Pe 3:10, 12; Ap 20:10, 14).
Is.34:10 10. A sua fumaça. Expressões similares são usadas em Apocalipse 14:11; e 19:3. A destruição de Sodoma e Gomorra é apresentada como um exemplo do “fogo eterno", que destruirá os ímpios (Jcl 7). Essas cidades, cuja destruição é "exemplo a quantos venham a viver impiamente", foram consumidas “a cinzas" (2Pe 2:6). I odos os ímpios serão destruídos por completo da mesma forma e “se desfarão em fumaça” (SI 37:20). A orgulhosa Babilônia, cuja fumaça "sobe pelos séculos dos séculos” (Ap 19:3), será “consumida no fogo” (Ap f 8:8). O fogo do juízo final não deixará dos ímpios “nem raiz nem ramo"' (Ml 4:1; cf. SI 37:9, 10; Ob 10), como se jamais tivessem existido (ver Ez 28:18, 19; Ob 16).
Is.34:11 11. O pelicano. Do heb. cjcuith, um pássaro não identificado, impuro, possivelmente uma espécie de coruja ou ave de rapina. É traduzido como “pelicano" em outros textos (Lv 11:18; Dt .14:17). Ouriço. Do heb. qipocl, talvez, "porco espinho". Em Sofonias 2:14 o "ouriço” e o "pelicano" são mencionados juntos de novo. O cordel de destruição e o prumo de ruína. Do heb. tohu [...1 bohu, os mesmos termos traduzidos como "sem forma” e “vazia” em Gênesis 1:2, com o significado de “caótico” e “desabitado” (ver com. de Gn 1:2). A mesma figura vivida da Terra se verá durante o milênio (ver com. de Is 24:1, 3; Ap 20:1-3; sobre a palavra aqui traduzida como "cordel", ver com. de Is 28:17).
Is.34:12 12. Para proclamarem. O significado do hebraico da primeira frase do v. 12 é obscuro. Lê-se, literalmente, "seus nobres, e não há um reino para proclamarem’. Já não existem. Todos os líderes de Edom l ugiriam, e o reino ficaria um caos.
Is.34:13 13. Chacais. Ver com. de ls 13:22. Avestruzes. Ver com. de Is 13:21.
Is.34:14 14. Sátiros. Ver com. de ls 13:21. Os versículos 11 a 15 apresentam uma descrição bastante simbólica do mundo em estado caótico. Fantasmas. Do heb. lilith, uma palavra cujo significado é "demônio ímpio”, em acadiano.
Is.34:15 15. A coruja. Do heb. qipoz, talvez uma pequena serpente. O rolo IQls" do Mar Morto traz cjipod, que seria “ouriço” (ver com. do v. 11) ou, possivelmente, a coruja de orelha curta.
Is.34:16 16. No livro do Senhor. Além das Escrituras, em nenhuma outra fonte há informação sobre o que acontece quando "a indignação do Senhor está contra todas as nações" (ver com. do v. 2). Faltará. Literalmente, "sentir falta”, “ansiar". Capítulo 35 c a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus.
Is.34:17 Sem comentário para este versículo
Is.35:1 1. O deserto e a terra se alegrarão. Este capítulo apresenta um quadro inspirador de como será a terra restaurada. As regiões áridas e desérticas do mundo não mais existirão. O narciso. Do heb. chavatseleth, que se imagina ser o narciso, uma flor comum na Palestina. Outros a identificam com o açafrão ou a prímula. Os v. 1 e 2 retratam a beleza e a fragrância que florescem novamente após a libertação da maldição do pecado.
Is.35:2 2. Líbano. Os montes do Líbano, o monte Carmelo e a planície de Sarom eram famosos por seu verdor e beleza. Em Isaías 33:9, uma maldição despojou essas regiões de seu verdor e as deixou desertas. Contudo, seriam restauradas por Deus à sua beleza edênica (ver Is 41:19; 55:12, 13; 65:10).
Is.35:3 3. Fortalecei. Ou, “firmai”. Os mensageiros de Deus devem encorajar as pessoas a olhar adiante para as glórias da terra renovada e a confiar no poder divino para libertá- las deste mundo amaldiçoado pelo pecado.
Is.35:4 4. A vingança vem. Isto é, sobre os inimigos, para salvar os féis (ver Mt 25:32, 34, 41). A destruição dos inimigos do povo de Deus prepara o caminho para a libertação, e o conhecimento disso deve encorajar e dar esperança a Seus filhos (ver ls 25:9; jo 14:1-3; Tito 2:13).
Is.35:5 5. Os olhos dos cegos. Esta promessa se cumprirá tanto literal quanto simbolicamente. Pessoas espiritualmente cegas (ls 6:9, 10) terão a visão espiritual restabelecida e o entendimento moral desobstruído. Na terra renovada, todas as moléstias físicas também serão curadas.
Is.35:6 6. Aguas arrebentarão. Também será realidade de forma literal e simbólica (ver com. do v. 5; sobre a aplicação simbólica, ver SI 46:4; Zc 13:1; Jo 4:10; 7:37; e sobre o cumprimento literal, ver Ez 47:1-12; Ap 22:1, 2).
Is.35:7 7. A terra sedenta. Fertilidade e beleza vão caracterizar até as regiões da terra que agora são estéreis e áridas. Chacais. Ver com. de ls 13:22.
Is.35:8 8. Bom caminho. Ver com. de Is 11:16; 19:23-25. Se o povo de Israel tivesse sido fiel a Deus, a terra da promessa teria sido restaurada à sua fertilidade e beleza edênicas (ver v. 1-4, 7), e as enfermidades teriam desaparecido deles (ver v. 5, 6; ver também p. 14, 15). De todas as nações teriam chegado pessoas sinceras em buscam da verdade, as quais teriam trilhado “o Caminho Santo” até Jerusalém para aprender do verdadeiro Deus (ver p. 15-17). “O Caminho Santo” não seria para o "imundo” ou hipócrita; contudo, seria tão claro que mesmo os mais simples, se honestos na busca pela verdade, não se perderíam nele. Todos "os resgatados do Senhor" finalmente iriam a Sião por esse caminho “com cânticos de júbilo, |e| alegria eterna coroaria sua cabeça” (ver com. de Is 35:10; cf. ls 52:1; Jl 3:17). No entanto, Israel foi infiel e, por isso, não alcançou o glorioso destino que poderia, e as promessas deste capítulo pertencem ao novo Israel (CBV, 159, 160; ver p. 21-23). Caminho que. Dezenove manuscritos hebraicos, incluindo o rolo lQIsado Mar iVIorto, e a Siríaca não contêm estas palavras.
Is.35:9 9. Não haverá leão. Na Antiguidade, os leões eram uma séria ameaça a viajantes de regiões desoladas e selvagens. Deus assegurava, porém, uma viagem segura aos que viajassem a Jerusalém pelo Seu santo caminho.
Is.35:10 10. Os resgatados. Isto é, os de todas as nações que aceitassem a salvação. Com cânticos. A jornada para Sião era feliz. Peregrinos que iam a Jerusalém participar das festas o faziam com o coração cheio de alegria e com ações de graça a Deus. Cantavam salmos de louvor (ver SI 121; 122) ao imaginar as horas felizes que teriam na cidade sagrada, em companhia de outros e em comunhão com Deus. Esta seria a experiência dos “resgatados” de todas as nações. C l l i. 370; T4, 131; T5, 489 Mj, 116; PR, 730; San, 95 Capítulo 36 e da sua própria figueira, e bebei, cada um da água da sua própria cisterna;
Is.36:1 1. E aconteceu (ARC). Este capítulo marca o início de uma nova seção do livro de Isaías. Os cap. 36 a 39 são de natureza principalmente histórica em vez de profética e tratam das invasões de Senaqueribe, da doença de Ezequias e da visita dos enviados de Merodaque-Baladã. Estes capítulos são paralelos, e em grande medida idênticos a 2 Reis 18:13 a 20:19. Em geral, deve-se buscar nos comentários desta passagem a interpretação desses capítulos. No ano décimo quarto. Ver com. de 2Rs 18:13. Senaqueribe se tornou rei da Assíria, em 705 a.C. e fez sua primeira campanha contra as cidades de Judá em 701. No seu próprio relato sobre essa campanha, no qual declara ter conquistado 46 das cidades muradas de Judá, enumera as seguintes razões para a expedição: (1) o fato de Ezequias ter se recusado se submeter ao Jugo assírio; (2) ter pedido socorro ao Egito e à Etiópia; e (3) ter ajudado os í ilisteus de Ecrom na rebelião contra a Assíria e aprisionando seu rei Padi, que tinha sido leal à Assíria.
Is.36:2 2. Enviou Rabsaqué. Ver com. de 2Rs 18:17, 19. Este era o título do principal copeiro do rei da Assíria. Ele era um importante oficial militar, colaborador do Tartã e do Rabe-Saris, no comando das forças assírias enviadas contra Jerusalém. Laquis. Ver com. de 2Rs 18:14. Açude superior. Ver com. de 2Rs 18:17.
Is.36:3 3. Eliaquim. Ver com. de 2Rs 18:18.
Is.36:4 4. Em que te estribas. Ver com. de 2 Rs 18.19.
Is.36:5 5. Bem posso dizer-te. Cerca de 20 manuscritos hebraicos antigos, o rolo IQÍs" do Mar Morto e o texto paralelo em 2 Reis 18:20 (ARC) trazem “Dizes tu”. A primeira parte do versículo diz, literal mente: “Tu dizes, certamente a palavra dos lábios, plano e força para a guerra", que significa “Tu dizes, certamente [nossos] planos e força [são adequados] para a guerra”. Poder para a guerra. Ver com. de 2Rs 18:20. Ezequias pagava tributo para a Assíria, como seu pai Acaz antes dele (2Rs 16:7, 8). Foi sua recusa em pagar tributo que levou os exércitos da Assíria contra ele.
Is.36:6 6. Cana esmagada. Ver com. de 2Rs 18:21.
Is.36:7 7. Removeu. Ver com. de 212s 18:22; cf. 2Cr 31:1.
Is.36:8 8. Dois mil cavalos. Ver com. de 2Rs 18:23, Está claro que Judá não tinha cavalaria treinada. Os assírios zombaram de Ezequias por ter presumido resistir-lhes com uma cavalaria tão débil.
Is.36:9 9. Confias no Egito. Ver com. de 2Rs 18:21, 24. Antes, Isaías tinha repreendido os líderes de Judá por contiar no poderio militar e pela aliança com o Egito (ls 30:1-4; 31:1), e os advertiu de que a confiança no Egito seria inútil (ls 30:7; 31:3).
Is.36:10 10. O Senhor mesmo me disse. Ver com. de 2Rs 18:25. Numa de suas inscrições, Senaqueribe afirma ter recebido a sanção de seu deus Asur para atacar os inimigos.
Is.36:11 11. Em aramaico. Ver com. de 2Rs 18:26. Era propósito dos enviados assírios fazer com que os habitantes de Jerusalém se rebelassem contra seu rei e amedrontá-los de modo que se submetessem.
Is.36:12 12. Assentados sobre os muros. Ver com. de 2Rs 18:27. Os enviados de Senaqueribe fizeram parecer que estavam mais interessados no bem-estar dos habitantes de Jerusalém do que o próprio Ezequias. Que importava a Senaqueribe que num prolongado cerco o povo comesse o próprio excremento e bebesse a própria urinar1 A única forma de evitar isso, diziam, era o povo se rebelar contra seu rei.
Is.36:13 13. Em judaico. Ver com. de 2Rs 18:28.
Is.36:14 14. Não vos engane. Ver com. de 2Rs 18:29. Rabsaqué retrata Ezequias como um enganador vanglorioso, interessado apenas em si mesmo e que não se importava com o bem-estar de seu povo.
Is.36:15 15. Nem tampouco Ezequias vos faça. Ver com. de 2Rs 18:30. A menos que os assírios pudessem distanciar o povo de seu Deus, não poderiam submetê-los ao seu poder. Portanto, a questão era bem clara: lealdade a Deus ou aliança com o rei assírio. O desafio de Senaqueribe era na realidade um desafio ao próprio Deus.
Is.36:16 16. Fazei as pazes comigo. Ver com. de 2Rs 18:31. Rabsaqué fez grandes promessas para que o povo fosse desleal a Ezequias e se aliasse a Senaqueribe.
Is.36:17 17. Como a vossa. Ver com. de 2 Rs 18:32. Se fosse propósito de Senaqueribe dar ao povo de judá o que prometia, ele os teria deixado no seu próprio país. A ameaça de levá-los a uma terra distante provava que suas palavras eram zombaria e promessas vãs.
Is.36:18 18. Os deuses. Ver com. de 2Rs 18:33.
Is.36:19 19. De Hamate. Ver com. de 2Rs 18:34. Samaria tinha caído nas mãos dos assírios apenas 22 anos antes desse ataque de Senaqueribe a Judá. O fato de a capital do reino do norte não ter resistido ao poder assírio foi considerado como evidência clara de que Jerusalém também seria derrotada.
Is.36:20 20. Dentre todos os deuses. Ver com. de 2Rs 18:35.
Is.36:21 21. Eles, porém, se calaram. Ver com. de 2Rs 18:36. Não havia resposta efetiva para os arrogantes enviados assírios. Somente Deus poderia lhes dar resposta adequada, e Ezequias creu que Ele o faria. Nada que os enviados hebreus pudessem ter dito teria feito com que Senaqueribe desistisse de seu objetivo. Portanto, Ezequias lhes ordenou sabiamente que se calassem.
Is.36:22 22. Rasgaram suas vestes. Ver com. de 2Rs 18:37. Capítulo 37 I 1 Já tens ouvido o que fizeram os reis da Assíria a todas as terras, como as destruíram totalmente; e crês tu que te livrarias? ano o que daí proceder; no terceiro ano, porém, semeai e colhei, plantai vinhas e comei os seus frutos.
Is.37:1 1. Rasgou as suas vestes. Ver com. de 2Rs 19:1. A presença de Ezequias na “Casa do Senhor estava em harmonia com o conselho de Joel 1:8 a 14, dado em outro tempo de crise.
Is.37:2 2. Ao profeta Isaías. O rei estava num dilema tal que somente um profeta do Deus verdadeiro podia indicar uma saída.
Is.37:3 3. Dia de angústia. Ver com. de 2Rs 19:3. Assim como Deus respondeu às orações sinceras de Seu povo nos dias de Isaías, Ele sempre o ouvirá e livrará (ver SI 46:5- 11: 91).
Is.37:4 4. Terá ouvido. Ver com. de 2Rs 19:4. Deus pode salvar “totalmente” todos os que vão a Ele, “vivendo sempre para interceder por eles" (Hb 7:25).
Is.37:5 Sem comentário para este versículo
Is.37:6 6. Não temas. Ver com. de 2Rs 19:6.
Is.37:7 7. Meterei nele um espírito. Ver com. de 2Rs 19:7.
Is.37:8 8. Libna. Ver com. de 2Rs 19:8.
Is.37:9 9. Tiraca. Ver com. de 2Rs 19:9; ver também vol. 2, p. 36, 49. A aproximação de Tiraca fez com que Senaqueribe renovasse seus esforços para assegurar a submissão imediata de Ezequias. Enviou mensageiros. O rolo lQls" do Mar Morto diz que "ele enviou mensageiros novamente''.
Is.37:10 10. Não te engane. Ver com. de 2Rs 19:10. Como falhou em tomar Jerusalém pelas armas, Senaqueribe estava fazendo esforços desesperados para tomá-la por meio de palavras. Sua mensagem, desta vez, loi bem parecida com a anterior (Is 36:15,
Is.37:11 11. A todas as terras. Ver com. de 2Rs 19:11. Os reis assírios eram desalmados e cruéis, orgulhavam-se de sua crueldade. Com o horror de seus feitos sangrentos esperavam aterrorizar o coração dos homens e das nações, a fim de submeter o mundo ao seu controle.
Is.37:12 12. Gozã, Harã. Ver com. de 2Rs 19:12.
Is.37:13 13. De Hamate. Ver com. de 2Rs 19:13. A mesma pergunta já tinha sido feita com respeito aos deuses de Hamate e Arpade (Is 36:19) e, desta vez, sobre os reis dessas cidades. A resposta implícita é que eles tinham tido o destino terrível de todos que ousaram resistir aos exércitos assírios. O rolo ]Qls“ do Mar Morto acrescenta “Samaria” depois de "Iva".
Is.37:14 14. Recebido a carta. Ver com. de 2Rs 19:14.
Is.37:15 Sem comentário para este versículo
Is.37:17 17. Para afrontar. Ver com. de 2Rs 19:16. Para Ezequias, as palavras de Senaqueribe se dirigiam não a ele, mas a Deus. Ezequias governava como representante de Deus na terra.
Is.37:18 18. Assolaram todos os países. A Assíria estava no auge de seu poder. Tiglate- Pileser 111 (745-727 a.C), Salmaneser V (727- 722), Sargão II (722-705) e Senaqueribe (705-681) foram os maiores reis que a Assíria teve, e sob seu domínio as nações da Asia Ocidental foram esmagadas e devastadas. Se Senaqueribe se orgulhava, Ezequias admitiu que não o (azia sem motivos. O rolo JQls" do Mar Morto omite "e suas terras”.
Is.37:19 19. Deuses não eram. Ver com. de 2Rs 19:18.
Is.37:20 20. Todos os reinos. Ver com. de 2Rs 19:19.
Is.37:21 21. Assim diz o Senhor, [saias, aparentemente, não estava presente quando Ezequias fez sua oração sincera, mas o Senhor informou ao profeta acerca da oração e da resposta favorável que lhe seria dada. Nesse tempo de crise nacional, Deus não deixaria Seu povo sem esperança (ver com. de 2Rs 19:20).
Is.37:22 22. A virgem. Como uma virgem, Sião foi ameaçada por Senaqueribe, que estava determinado a humilhá-la perante o mundo. No entanto, Sião corajosamente se negou a se submeter à Assíria, e Deus a recompensaria por sua fidelidade (ver com. de 2Rs 19:21).
Is.37:23 23. O Santo. Ver com. de 2Rs 19:22. Foi a Ele que Sião foi prometida em casamento e, ao vituperá-la, a Assíria insultava a Deus. Por honra de Seu próprio nome, Deus defendería Sião.
Is.37:24 24. Disseste. Ver com. de 2Rs 19:23. O homem estava colocando a si mesmo e a sua débil força contra o poder de um Deus onipotente. A exemplo de Lúcitcr, Senaqueribe era culpado de se gloriar de si mesmo. Sua ênfase estava em si mesmo: "meus carros”, "eu subi , "eu deitarei abaixo” e "eu chegarei” (cf. Is 14:13, 14). As inscrições de Senaqueribe são repletas de jactâncias como essas. Porém, mais uma vez se demonstraria que “a soberba precede a ruína” (Pv 16:18) e que "Deus resiste aos soberbos” (Tg 4:6).
Is.37:25 25. Cavei e bebi. Senaqueribe continuava a se vangloriar de seu poder e invencibilidade. Nada podia detê-lo. As dificuldades que sobrevêm a mortais comuns nada significavam para ele (ver com. de 2Rs 19:24). Aguas. O rolo lQIsa do Mar Morto diz: "águas cie estrangeiros”, como em 2 Reis 19:24.
Is.37:26 26. Faço executar. Ver com. de 2Rs 19:25. Se Deus não tivesse deixado de proteger as nações, os exércitos da Assíria não teriam prevalecido contra elas.
Is.37:27 27. Debilitados. Ver com. de 2Rs 19:26.
Is.37:28 28. Eu conheço o teu assentar. O rolo lQJs'1 do Mar Morto diz: “conheço teu levantar e teu assentar” (ver Lm 3:63). Deus adverte Senaqueribe de que conhece seus leitos e intenções. As palavras “sair” e "entrar” incluem todas as atividades da vida (ver SI 121:8; 139:2, 3).
Is.37:29 29. O Meu anzol no teu nariz. Ver com. de 2Rs 19:28. Os assírios com frequência recorriam às mais bárbaras crueldades no tratamento com suas vítimas. Senaqueribe seria tratado como tratou os outros. Emprega-se a mesma figura para se referir ao que finalmente acontecerá aos que praticam a iniquidade (Is 30:28; Ez 38:4).
Is.37:30 30. Por sinal. Ver com. de 2Rs 19:29. Ezequias e o povo de judá foram assegurados de que Deus lhes daria um sinal, como fazia com frequência (ls 7:11, 14; 38:8), como garantia do cumprimento da predi- ção. A invasão assíria tinha paralisado todas as atividades agrícolas normais, mas asse- gurou-se ao povo que haveria alimento suficiente. Pode ser que o ano seguinte fosse um ano sabático, durante o qual suficiente alimento crescería por si mesmo. Porém, no terceiro ano se retomaria a vida normal com suas atividades. O cumprimento desta pre- dição dentro do tempo determinado seria um sinal da certeza do cumprimento da promessa mais ampla dos v. 31 e 32.
Is.37:31 31. O que escapou. Ver com. de 2Rs 19:30.
Is.37:32 32. O zelo do Senhor. Ver com. de 2Rs 19:31. Apenas a intervenção divina salvaria Judá. Sem Deus não havia esperança. Israel já tinha sido destruído, e parecia que nada poderia impedir que judá tivesse o mesmo destino.
Is.37:33 33. Levantar tranqueiras. Ver com. de 2Rs 19:32. Os soldados de Senaqueribe já estavam acampados ao redor da cidade, mas não procederíam com as operações usuais de um cerco. Nenhuma arma seria lançada contra os muros para permitir o avanço das máquinas de guerra e dos arqueiros, e nenhum inimigo conseguiría entrar na cidade. Parecia que Jerusalém estava no limiar de um cerco desesperador, mas esse cerco não se realizaria.
Is.37:34 Sem comentário para este versículo
Is.37:35 35. Por amor de Mim. Ao defender Jerusalém, Deus estava defendendo Sua própria majestade e honra contra a blasfêmia de Senaqueribe (ver com. do v. 24).
Is.37:36 36. O Anjo do Senhor. Ver com. de 2Rs 19:35. Em geral, os anjos são enviados para salvar e não para destruir. Nada se sabe do método empregado pelo anjo nesta ocasião, mas qualquer que tenha sido, a visitação foi repentina e arrasou com a força dos sitiadores. Em harmonia com a antiga relutância de registrar informações desfavoráveis nas crônicas nacionais, os registros assírios não mencionam esta catástrofe. Várias explicações lendárias carecem de valor.
Is.37:37 37. Senaqueribe. È interessante que Senaqueribe tenha sido poupado. Talvez ele estivesse com a parte de seu exército enviado contra Tiraca (v. 9; ver 2Rs 19:9, e mapa, vol. 2, p. 1053). Talvez o Senhor o tenha feito voltar à sua terra natal envergonhado e humilhado como uma lição do que ocorre a quem se coloca contra Deus (ver com. de 2Rs 19:36).
Is.37:38 38. Seus filhos, o feriram. Ver com. de 2Rs 19:37. Embora se permitisse que Senaqueribe voltasse para a Assíria, ele não escapou de uma morte violenta. Os registros assírios e babilônicos confirmam o relato bíblico de seu assassinato pelas mãos de seus filhos. Senaqueribe foi morto em 681 a.C., e Esar-Eladom começou a reinar. Não se sabe quanto tempo depois de seu retorno de Jerusalém isso aconteceu (ver vol. 2, p. 49, 50). Capítulo 38 I Ao receber a mensagem sobre a morte, Exéquias ora e tem a vida prolongada. 8 O sol retrocede dez graus como sinal do cumprimento da promessa.
Is.38:1 1. Naqueles dias. Ver com. de 2Rs 20:1.
Is.38:2 2. Orou. Ver com. de 2Rs 20:2.
Is.38:3 3. Com inteireza de coração. Ver com. de 2Rs 20:3. Neste tempo de crise, Ezequias pode ter sentido que a nação precisava de seus serviços e que era completamente correto que apresentasse seu honroso passado como razão por que lhe devia ser permitido viver.
Is.38:4 Sem comentário para este versículo
Is.38:5 5. Assim diz o Senhor. Ver com. de 2Rs 20:4, 5. As lágrimas de Ezequias tocaram o coração de Deus, que interveio.
Is.38:6 6. Livrar-te-ei. O livramento seria duplo, ou seja, da morte e das mãos de Senaqueribe. Satanás estava determinado a causar a morte de Ezequias e a queda de Jerusalém. Sem dúvida, pensava que se Ezequias estivesse hora do caminho, seus eslorços para a reforma cessariam e a queda de Jerusalém poderia acontecer mais rapidamente. O rolo 1QJsn do Mar Morto acrescenta ao versículo "por amor de Mim e por amor de Davi, Meu servo” (ver 2Rs 20:6).
Is.38:7 7. Como sinal. Ver com. de 2Rs 20:8. A despeito das aparências, Ezequias seria curado. O sinal antes da cura foi dado para fortalecer sua fé e a de seu povo (ver com. de Is 37:30).
Is.38:8 8. Farei retroceder. De acordo com 2 Reis 20:9 e 10, Ezequias pôde escolher se queria que a sombra do relógio de sol retrocedesse ou se adiantasse. Ele escolheu o mais difícil. Aqui o registro está resumido (ver com. de 2Rs 20:10, 11).
Is.38:9 9. Cântico de Ezequias. Este salmo de Ezequias (v. 9-20) não se encontra no registro de 2 Reis. Parece que os v. 21 e 22, originalmente, seguiam o v. 8. Mas, na forma presente do registro, o poema de Ezequias foi inserido dentro da narrativa e não depois dela. O v. 9 é o subtítulo do salmo, e é similar a vários dos cabeçalhos encontrados no livro de Salmos. Como muitos salmos, o poema é um registro de uma experiência individual, escrita de forma a ser usada na adoração no templo. O tema do poema é a experiência de um homem que esteve face a face com a morte, orou com sinceridade por sua vida e teve sua oração atendida. Talvez para tornar o poema adequado à liturgia, não se mencionem itens de natureza mais pessoal.
Is.38:10 10. Em pleno. Literalmente, "em meio a". Neste tempo, Ezequias tinha, provavelmente, cerca de 40 anos (ver com. de 2Rs 18:2, 13).
Is.38:11 11. Não verei o Senhor. A morte não o traria à presença de Deus, mas cortaria sua comunicação com Ele, assim como com os homens (ver Jó 14:21; 17:13; SI 6:5; 115:17; 146:4: Ec 9:5, 6; Is 38:18).
Is.38:12 12. A minha habitação. Uma "tenda” nômade que poderia ser rapidamente mudada de um lugar a outro. De acordo com a figura, a habitação de Ezequias seria retirada da terra dos vivos para a dos mortos (ver 2Co 5:1-3; cf. Fp 1:23). Tu [...] me cortarás. Literal mente, “enrolarás". Ezequias estava tecendo a teia da vida, mas seu modelo seria mudado. Deveria parar de tecer antes que o modelo tosse concluído, e tirá-la do tear. Nesta figura, Ezequias expressa sua desilusão e frustração quanto à perspectiva de cessar prematuramente o que lhe parecia uma tarefa pela metade.
Is.38:13 13. Espero com paciência. Literalmente, “eu me compus”, "eu me calei”. No Salmo 131:2, a mesma expressão hebraica é traduzida como "fiz calar e sossegar a minha alma) Ao encontrar-se com um inimigo implacável, a enfermidade, diante da qual se sentia indefeso, Ezequias encarou a perspectiva de se conformar com o que parecia inevitável. No rolo IQls1’ do Mar Morto, não há este versículo, mas ele está no rolo lQls“.
Is.38:14 14. Como a andorinha. Ezequias compara seu clamor com o gemido dos pássaros mencionados. As vezes, ele se queixava em voz alta; às vezes, seu clamor era interno e inaudível. Ele mal tinha forças para levantar os olhos a Deus e clamar por libertação do terror que estava sobre ele como um carrasco com sua arma apontada. Responde Tu por mim. Literalmente, "sê meu fiador" ou “levanta-Te por mim ". A figura é a de um devedor que se encontra nas mãos do credor exigente. A morte pressiona Ezequias a quitar sua dívida de imediato, e o rei apela para que Deus o resgate.
Is.38:15 15. Assim me fez. O significado do v. 15 não é claro. Alguns sugerem que se refere à surpresa do enfermo por sua recuperação repentina, e que lhe faltam palavras para expressar a gratidão a Deus. Outros creem que se encontrava impossibilitado de falar, consternado por ter sido ferido, ao que parece, por Deus. Se o Senhor, a quem considerava como amigo, permitiu-lhe que chegasse aos portões da morte, o que ele podia dizer? Nada há mais a fazer do que chorar e lamentar a má sorte e passar os dias em amargura de alma.
Is.38:16 16. Por estas disposições Tuas vivem os homens. O ser humano vive pela palavra de Deus (Dt 8:3; Mt 4:4), seja no corpo ou espiritualmente. Quando Ezequias foi curado fisicamente, também teve restauração espiritual. Ao restaurar a saúde física do rei, o Senhor lhe concedeu muito mais do que ele pedira (ver Is 38:17; Mt 9:2-7).
Is.38:18 18. A sepultura. A morte cessa por completo todo pensamento e atividade (ver com. de SI 115:17; 146:4; Ec 9:5). O que angustiava Ezequias era a ideia de que na morte ele não poderia agradecer nem louvar a Deus (SI 6:5; 30:9; 88:10, 11; 115:17).
Is.38:19 19. Fará notória aos filhos a Tua fidelidade. A gratidão inspirou Ezequias a falar a outros da fidelidade e bondade de Deus.
Is.38:20 20. Salvar -me. A prontidão de Deus em salvar Ezequias o induziu a expressar neste salmo a alegria que sentiu (ver com. do v. 9). Nós o louvaremos. O restante do v. 20 está na forma de um pós-escrito que declara o propósito do rei em compor o salmo e sua intenção quanto à forma de usá-lo.
Is.38:21 21. Uma pasta de figos. Isto é, uma cataplasma de figos (ver com. de 2Rs 20:7). O Senhor podia curar Ezequias sem o uso desta cataplasma; mas, se existem remédios naturais, Deus quer que sejam usados para a cura. Usá-los não demonstra falta de fé; pelo contrário, recusar-se a fazer isso é presunção e revela falta de discernimento.
Is.38:22 22. O sinal. Ver com. de 2Rs 20:8. Por meio de Isaías, o Senhor já tinha dito a Ezequias que ele seria curado e que, no terceiro dia, seria capaz de ir à Casa do Senhor (2Rs 20:5; sobre a natureza deste sinal, ver com. de Is 38:7, 8). Capítulo 39 I Merodaque-Baladã envia mensageiros a Ezequias por causa de sua milagrosa recuperação, e conhece os tesouros do rei. 3 Ao saber disso, Isaías prediz o cativeiro babilônico. Respondeu Ezequias: Viram tudo quanto há em minha casa; coisa nenhuma há nos meus tesouros que eu não lhes mostrasse.
Is.39:1 1. Merodaque-Baladã. Ver com. de 2Rs 20:12; ver também vol. 2, p. 72. Este nome é comum nas inscrições assírias de Sargão e Senaqueribe. Merodaque-Baladã, originalmente governador de Bit-Yakin, um pequeno estado ao norte do golfo Pérsico, foi rei de Babilônia de 721 a 709 a.C, e novamente por um curto período em 703. Na época da enfermidade de Ezequias e quando esses homens foram enviados, ele era um rei no exílio. Como Ezequias tinha resistido a Senaqueribe de forma tão decidida, Merodaque-Baladã o considerou um aliado valioso. Os enviados, aparentemente, foram parabenizar Ezequias por sua recuperação, e talvez garantir sua ajuda na amarga luta contra os esforços assírios para dominar todo o antigo Oriente Médio.
Is.39:2 2. Ezequias se agradou. Ele se envaideceu com essa inesperada atenção de um rei de Babilônia, e ficou feliz com o interesse de outros em resistir à Assíria. Portanto, Ezequias recebeu bem os enviados babilônios como aliados e amigos, sem imaginar que em pouco tempo, Babilônia tomaria o lugar da Assíria como o grande poder do Oriente e que um de seus reis conquistaria Judá. Mostrou aos mensageiros a casa. Sobre a tolice de Ezequias em fazer isso, ver com. de 2Rs 20:13.
Is.39:3 3. Então, Isaías, o profeta, veio. Antes Isaías proferira mensagens contra alianças com estrangeiros (Is 8:9-13; 30:1-7; 31:1-5).
Is.39:4 4. Que viram [...]? Ver com. de 2Rs 20:15. Salomão tinha previsto o tempo quando pessoas chegariam de terras distantes para aprender sobre o Deus de Israel (lRs 8.41-43; ver também p. 15, 16). A falha em aproveitar a oportunidade de testemunhar do verdadeiro Deus mostrou a ingratidão de Exéquias pela bênção de ter sua saúde restaurada (ls 38:1,9).
Is.39:5 Sem comentário para este versículo
Is.39:6 6. Levado para a Babilônia. Ver com. de 2Rs 20:17.
Is.39:7 7. Teus próprios filhos. Ver com. de 2Rs 20:18.
Is.39:8 8. Boa é a palavra. Esta atitude reflete o egoísmo do rei (ver com. de 2Es 20:19). Paz e segurança. Ver com. de 2Rs 20:19. Ezequias foi consolado com a ideia de que Deus lhe mostraria lavor em adiar sua punição. Muitas vezes. Deus adiou a execução de uma sentença quando as pessoas se arrependeram e se mostraram submissas a Ele (ver I Rs 21:28, 29; 2Rs 22:18-20). Capítulo 40 I 1 Como pastor, apascentará o Seu rebanho; entre os Seus braços recolherá os cordei- rinhos e os levará no seio; as que amamentam Ele guiará mansamente.
Is.40:1 1. Consolai o Meu povo. Este capítulo dá início à terceira e última parte do livro de Isaías (sobre o Dêutero-Isaías, ver p. 71-76). Em muitos aspectos, os cap. 40 a 66 constituem a parte mais importante da profecia de Isaías. Os cap. 1 a 35 consistem em grande parte de uma série de repreensões contra a transgressão e pronunciamentos de juízos futuros. Os cap. 36 a 39 relatam a invasão de Senaqueribe, a enfermidade e recuperação de Ezequias e a visita dos enviados de Babilônia. Nos capítulos seguintes, a mensagem do profeta é totalmente diferente tanto no conteúdo quanto no estilo. Pronunciamentos de juízos e destruição ficam em sua maioria no passado, e o restante do livro tala das promessas do derramamento da graça de Deus sobre os justos. Em geral, considera-se que os cap. 40 a 66 são o motivo de Isaías ser chamado de "profeta do evangelho’. Aqui, em linguagem sublime e inspirada, Isaías apresenta o tuturo glorioso de Israel como o “servo” fiel de Deus, a libertação em relação a todos os inimigos, a vinda do Messias e o estabelecimento do reino messiânico. A mente do profeta visualiza o tempo quando Deus terá compaixão de Seu povo e lhe concederá as bênçãos da justiça e da paz. Nesta seção, há muitas predições a respeito do Messias, Seu caráter e ministério, a vida e o serviço abnegado e Sua morte. Descreve-se o crescimento da igreja e a participação dos gentios. Também há descrições fascinantes da Terra restaurada à paz e beleza edênicas. Israel, isto é, o povo de Judá (visto que o reino do norte não existia mais), é visto como o povo escolhido de Deus, Seu “servo”. Seu "escolhido”, em quem Deus Se v compraz (Is 42:1: etc.). A ameaça da Assíria, o principal inimigo de Judá, nos cap. 1 a 39, ficou no passado, ao menos em grande parte; e, por meio do profeta lsaías, Deus prepara Seu povo para uma calamidade ainda maior: o cativeiro babitônico um século mais tarde. Na nova seção, que tem início com o cap. 40, Deus encontra os israelitas desanimados por causa do aparente fracasso de Seu propósito para eles como nação. Por isso os insta a vislumbrar com fé a perspectiva gloriosa que os aguardava no retorno do cativeiro (ver p. 18, 19). Na primeira parte do livro, lsaías proclama uma mensagem de repreensão; mas aqui, apresenta promessas de consolo e esperança. A seção anterior fala da impiedade do povo; esta fala da justiça de Deus. Os cap. 1 a 39 falam principalmente do êxito do inimigo em desviar o povo de Deus de seus elevados propósitos. Os cap. 40 a 66 falam do êxito do Senhor em fazer Israel voltar â posição ideal como a luz e a esperança do mundo, e apresentam um quadro notável do Messias como Servo de Deus, e cios que seguem Seus passos e são Suas testemunhas. Além disso, há descrições sublimes de Deus como a esperança de Seu povo e do retorno de Seu povo a Ele, ocupando assim a posição de Seus representantes na Terra. Eles são libertos do poder de Babilônia, reocupam a terra da promessa, e os lugares desolados da Terra se tornam “como o jardim cto Senhor” (Is 51:3).
Is.40:2 2. Falai ao coração. O livro de lsaías se inicia com uma dura mensagem de repreensão a Jerusalém (Is 1:2-10). Ela era então “cidade sitiada” e ímpia como Sodoma e Gomorra (Is 1:8-10). Mas, nesse momento, lsaías prevê um tempo quando “sua milícia’’ é finda e Deus lhe envia uma mensagem de consolo. O castigo foi dado por causa de seus pecados e, nessa circunstância, são oferecidos perdão e restauração. Da sua milícia. Isto inclui as invasões militares do tempo de lsaías, as conquistas de Babilônia sob o comando de Nabucodonosor, mais de um século depois e, no sentido figurado, a milícia mais ampla da igreja contra os poderes das trevas em todas as eras. Olhando adiante, com visão profética, para o tempo de restauração no final do cativeiro babilô- nico, lsaías fala confiantemente, como se os inimigos de Israel já estivessem derrotados (ver vol. 1, p. 3).
Is.40:3 3. Preparai. Era propósito de Deus que, com a libertação do cativei ro babi tônico, Israel como nação se esforçasse ao máximo para se preparar e preparar as nações vizinhas para a vinda do Messias. Um glorioso futuro aguardava a nação, pois o programa divino seguiría aceleradamente e sem interrupções até que o Messias surgisse e Seu reino eterno fosse estabelecido (ver p. 16, 17). O processo de preparo alcançaria o clímax na vida e no ministério de João Batista, a cuja obra se referem estas palavras (ver com. de Mt 3:3). Do mesmo modo, é privilégio da igreja, no presente, preparar o caminho do Senhor, para que volte à Terra com poder e glória. Assim como no caso do Israel antigo, esta obra de preparação é dupla, e consiste primeiramente de uma transformação de caráter e, em segundo lugar, da proclamação do evangelho a toda a humanidade (comparar com Is 62:10-12; Ml 3:2). O caminho. Sobre o simbolismo empregado aqui, ver com. de Mt 3:3.
Is.40:4 4. Todo vale. Os preparos para a vinda de um monarca terreno envolviam o reparo do caminho por onde ele passaria, para que não houvesse dificuldades no percurso. Com relação à vinda do Messias, estas palavras têm aplicação espiritual (ver com. de Mt 3:3). Era obra de João Batista convidar a todos a preparar o coração e a vida para a vinda de Jesus (Mt 3:5-12; Le 3:3-17). Os mensageiros de Deus nos últimos dias devem proclamar mensagem semelhante.
Is.40:5 5. A glória do Senhor. Conforme revelada na vida e no ministério do Senhor Jesus (Jo 1:14; 2:11; 2Pe 1:16; ver com. de Lc 2:52). Na segunda vinda de Cristo, os seres humanos contemplarão a Sua glória (Mt 16:27; 25:31: Ap 1:7).
Is.40:6 6. Que hei de clamar? O mensageiro do Senhor estava perplexo. Que mensagem apropriada pocleria dar num tempo em que a nação estava sofrendo por causa de seus pecados? Que mensagem havia para Sodoma » e Gomorra (ls 1:9, 10) no dia da destruição? Toda a carne é erva. Comparar com Jó 14:2; SI 90:5; 102:11; 103:15;Tg 1:10; lPe 1:24.
Is.40:7 7. Soprando nelas o hálito do Senhor. Como vento abrasador, o fôlego do descontentamento de Deus reduz a nada os conselhos dos ímpios. O que é imundo não pode subsistir na Sua presença. Deus envia Seu Espírito a fim de que os imundos e ímpios sejam transformados e renovados à imagem de seu Criador, mas, se resistirem, perecerão como a flor do campo.
Is.40:8 8. Seca-se a erva. O ser humano não é imortal. No que se refere ao elemento básico da vida, ele não é superior à erva do campo (ver Ec 3:9-21). A palavra de nosso Deus. A vontade revelada de Deus constitui o alimento espiritual com o qual o ser humano subsistirá (Alt 4:4; Jo 6:48-63). A verdade nunca muda, pois seu Autor é “o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (Elb 13:8, ARC). Aqueles que vão a Ele em busca de alimento para a alma jamais terão fome (jo 6:35) ou sede (Jo 4:14).
Is.40:9 9. Sião. Ver com. de SI 48:2. As '“boas- novas” são a mensagem da bondade e do perdão de Deus. Num tempo de perigo e trevas, Sião tem uma mensagem de esperança e luz. Israel era o mensageiro apontado para levar essas boas-novas ao mundo (ver p. 13-17). Eis aí está o vosso Deus! Vez. após vez, nesta seção do livro, Isaías aponta para evidências do infinito poder de Deus, de modo a encorajar os desanimados habitantes de Judá a crer que as gloriosas promessas ainda podem ser deles (ver ls 40:4, 5, 8, 10, 15, 17, 18, 26-29; 41:20; 42:13, 14; 43:13-19; 44:6; etc.). O grande erro do professo povo de Deus foi tirar os olhos do Senhor e Criador e olhar para si mesmo. Eles precisavam de uma visão de Deus e de Sua misericórdia e justiça. A Isaías foi dada tal visão no tempo de seu chamado para o ministério profético (ls 6:1, 3). Depois de ter visto a Deus, estava apto a ajudar o povo a vê-Lo, pois só assim podiam ter vida e esperança. A maior tarefa já confiada aos mortais é chamar homens e mulheres perdidos a contemplar o Redentor.
Is.40:10 10. Deus virá. Isaías descreve a vinda do Senhor para julgar (Is 25:9; 62:11, 12; Ap 22:12). O braço de Deus está estendido com misericórdia aos justos e com juízo aos ímpios (Is 51:5; 52:10; 63:5; cf. Mt 25:33, 34, 46). Galardão. Também, “salário”, isto é, a recompensa a ser paga pelo trabalho realizado (ver ls 49:4; 62:11).
Is.40:11 11. Como pastor. O cuidado solícito de Cristo por Seu povo, alimentando-o e protegendo-o do perigo, é, com frequência, comparado ao trabalho de um pastor amoroso e fiel no cuidado de suas ovelhas (ver SI 23:1; 77:20; 80:1; 95:7; 100:3; jr 13:17; 31:10; Ez 34:11-16; 37:24; Mt 9:36; 18:12; Lc 15:4; Jo 10:11; lPe 2:25). O pastor reúne suas ovelhas, carrega aquelas que estão traças demais para caminhar e guia gentilmente as que estão prestes a dar cria (ver Cn 33:13). Assim também, Cristo tem todo cuidado com Seu rebanho. Deus não é um mestre insensível ou um tirano cruel, mas a própria personificação do amor.
Is.40:12 12. Quem na concha de Sua mão mediu. A descrição sublime que Isaías apresenta da sabedoria, do poder e da majestade eterna de Deus não tem paralelo (ver jó 38:4- 37). Outra vez, em Isaías 40:26 a 28; e 41:19 e 20, o profeta se refere ao poder de Deus manifestado nas obras da criação (comparar com SI 96:5; ver com. de Is 41:21). Deus é o grande artífice do universo, que fez os céus e a Terra. Para Ele não há tarefa grande demais nem responsabilidade pequena demais. Coisas inlinitamenle grandes e incompreensíveis para o ser humano são como nada para Ele. b nosso privilégio confiar num Deus grandioso, sábio e bom. Toda Sua sabedoria e poder estão à disposição dos que creem e confiam nEle (comparar com ls 57:15; ver DTN, 827).
Is.40:13 13. Quem guiou. Ao ser confrontado com uma tareia difícil, em geral, uma pessoa busca outros que têm experiência para obter conselho e direção. Deus não pede nem precisa da ajuda de ninguém. Não existe ninguém mais sábio ou capaz, do que Ele. Paulo cita esta passagem de Isaías em Romanos 11:33 e 84, ao mencionar a sabedoria e o conhecimento infinitos de Deus (ver também iCo 2:16). s* 14. Na vereda do juízo. Esta série de perguntas tem a ver com conhecimento e sabedoria, temas que ocorrem repetidas vezes em Provérbios. Deus é a fonte e a personificação da sabedoria, e todo conhecimento e compreensão vêm d Ele (ver com. de Pv 1:7).
Is.40:14 Sem comentário para este versículo
Is.40:15 15. As nações. Nos dias de Isaías, a Assíria era a nação mais poderosa da Terra, temida por todas as outras. Mas o Senhor faria saber a Seu povo que essa poderosa nação era nada diante dEle. Quando se teme a Deus não é necessário temer os grandes poderes humanos. A despeito dos planos e propósitos do ser humano. Deus faz cumprir Sua vontade (ver ls 14:24-27; ver com. de Dn 4:17).
Is.40:16 16. Nem todo o Líbano basta. Comparar com SI 50.10-12. Os hebreus davam muita importância aos sacrifícios como parte da religião. Isaías, no entanto, diz que, se toda a madeira das grandes florestas do Líbano fosse usada como combustível para um grande sacrifício composto de todos os animais que vivessem ali, essa oblação não seria suficiente para a majestade de Deus.
Is.40:17 Sem comentário para este versículo
Is.40:18 18. Com quem. Ver com. do v. 9. Quando se compreende a grandiosidade e inlini- tude de Deus percebe-se a completa tolice da idolatria. Muitos hebreus estavam seguindo os pagãos em seus cultos aos ídolos, e Isaías tentou fazer com que voltassem a servir e a adorar o verdadeiro Deus.
Is.40:19 19. O artífice. Os ídolos são obras das mãos do ser humano, mas este é obra das mãos de Deus. Nos dias de Isaías, pessoas empregavam suas habilidades e os metais mais preciosos para fabricar ídolos. No entanto, mesmo assim, eram apenas produtos de mãos humanas. Que virtude poderia haver em ter como objetos de adoração coisas feitas pelo ser humano? Isaías adverte a que adorem o verdadeiro Deus porque Ele é o criador. Que tolice adorar aquilo que se faz! E como se o Criador adorasse as próprias criaturas!
Is.40:20 20. Madeira. O pobre, que não pode fazer um ídolo de metal precioso o faz de madeira. Mas, ao fazer esse ídolo, o que ele tem além cie madeira? Por quanto tempo durará? Até que a madeira apodreça. Isaías apresenta a seu povo a tolice de se adorar deuses feitos por mãos humanas.
Is.40:21 21. Acaso, não sabeis? Vocês estão sem conhecimento? O bom senso não lhes mostra a tolice de suas ações? Isaías apela às intuições básicas do ser humano, sem mencionar o mandamento ou a revelação divina. Mesmo sem o benefício da revelação, o ser humano tem senso o suficiente para perceber que ídolos feitos por mãos humanas não são objetos adequados para adoração (ver Rm 1:18-23).
Is.40:22 22. A redondeza. Do heb. ckug, a grande abóbada celeste ou, possivelmente, o horizonte, como também em jó 22:14. Em Provérbios 8:27, a mesma palavra hebraica é traduzida como “horizonte”. Acima do grande universo que criou, o Senhor dos céus reina supremo. ?\lguns encontraram neste versículo evidência de que Isaías sabia, supostamente por meio de revelação, que a Terra é redonda. De lato, ele deve ter sabido disso. No entanto, o heb. chug parece indicar um círculo em vez de uma esfera. A evidência de que ele sabia da esfericidade da Terra deve vir de outras fontes. A descrição aqui parece ser a de Deus entronizado acima da abóbada celeste. Mesmo os homens mais poderosos são insignificantes em comparação a Ele. No “Céu dos céus" (I Rs 8:27), Deus habita, e o estende como se fosse uma cortina (ver SI 104:2; cf. Is 66:1).
Is.40:23 23. Os príncipes. Deus remove reis e extermina nações. Os governantes do mundo ocupam seus tronos somente enquanto Ele permite (ver SI 75:7; Jr 27:5; Dn 2:21; 4:17, 25; At 17:26; Rm 13:1; ver Nota Adicional a Daniel 4). Por que temer os reis de Babilônia, Assíria, Egito ou qualquer outro poder enquanto Deus lor Deus?
Is.40:24 24. Mal foram plantados. Os supostos poderosos da ferra não são superiores à erva que murcha ou à flor que cai (v. 8). Desaparecem quando o hálito do Senhor sopra sobre eles (v. 7).
Is.40:25 25. Diz o Santo. O atributo característico de Deus não é tanto Sua grande sabedoria p* e Seu poder como o é Sua perfeita santidade. Esse é o segredo de Sua sabedoria e de Seu poder. A justiça é o f undamento de Seu trono. Em marcante contraste com Deus, as divindades dos pagãos: Baal, Moloque, Ishtar, etc., são imaginações vis, a própria deificação dos vícios e paixões humanos.
Is.40:26 26. Levantai ao alto os olhos. Se os seres humanos apenas levantarem os olhos para o céu, terão o privilégio de contemplar evidência indiscutível do Criador e Mantenedor de todas as coisas (ver SI 19:1-3; At 14:17; Rm 1:19-23). Ele Se assenta acima de todo o exército dos céus e governa o universo que criou. Ao se contemplar o número de estrelas, sua disposição ordenada, sua glória e beleza, não se pode deixar de impres- sionar-se com a insignificância humana em contraste com o poder transcendente de Deus. Todos os corpos celestes seguem sua órbita, cada um tem seu lugar, nome e função na grande órbita sideral.
Is.40:27 27. Meu caminho está encoberto. Muitos em Judá pensavam que Deus os linha esquecido e que Ele não os tratava com justiça. Havia muitas coisas, porém, que eles próprios não compreendiam. Assentado no Seu trono nos céus, Deus vê tudo, sabe e considera tudo. Ele pesa com cuidado todo fato, tanto passado como presente, tanto futuro como passado. Não há nada que não considere, nenhum detalhe Lhe escapa. Tudo o que faz é sábio, correto, justo e bom. Que é o ser humano para se sentir negligenciado ou tratado com injustiça por Deus?
Is.40:28 28. Não sabes? Ver com. do v. 21. O eterno Deus. Quão velho é o mais ancião e quão sábio é o mais sábio dos seres humanos que se compare ao eterno Deus? Este mundo não existe mais que por um momento, em comparação com a eternidade. O mais sábio dos sábios é, na melhor das hipóteses, a encarnação da fraqueza e da tolice, em comparação com o Eterno. Ninguém pode sondar a profundidade da providência e da sabedoria divina (SI 145:3; Rm 11:33). Ele que "conta o número das estrelas", e cujo “entendimento não se pode medir", é bom e misericordioso o suficiente para suprir as necessidades do ser humano (SI 147:3-5; ver At 14:17).
Is.40:29 29. Faz forte. O Deus que não desfalece anima o coração desfalecido. Quaisquer que sejam as necessidades humanas, Deus pode supri-las (ver SI 104:27; 145:15). Os que com espírito manso e humilde reconhecem suas próprias fragi 1 idacles e faltas podem ter a certeza de que suas necessidades serão satisfeitas (Is 57:15; Mt 5:3-6). O ouvido de Deus está sempre atento ao clamor daqueles que se sentem incapazes de realizar as tarefas que têm adiante e que desejam a ajuda do Céu. E na debilidade humana que o poder de Deus se aperfeiçoa (2Co 12:9). Esse fato tem sido comprovado na vida de inúmeras pessoas.
Is.40:30 30. Os jovens. Jovens no ápice do vigor ficam fracos e exaustos; mesmo pessoas no começo da vida alcançam um ponto em que lhes faltam as forças. Muitas lutas são perdidas por causa da debilidade do corpo e do espírito, mesmo da parte dos mais fortes.
Is.40:31 31. Os que esperam no Senhor. Isto é, buscam o Senhor com sinceridade e humildade por sabedoria e força, e esperam com paciência Sua direção (ver com. de Is 30:21; cf. 57:15). Renovam as suas forças. A vida cristã é um processo constante de receber de e dar a Deus. A força aumenta no serviço ao Mestre (cf. Mc 5:30), mas sempre há novos suprimentos de graça e vitalidade da parte dAquele que nunca Se cansa. A pessoa que não recebe continuamente força de Deus logo se encontrará num estado em que será incapaz de servi-Lo (ver DTN, 827). Como águias. Uma bela visão da natureza é a de uma águia planando no céu, cada vez mais alto, sem esforço aparente. De mesmo modo, o filho de Deus que recebe força do alto é capaz de ir sempre adiante e para cima, conquistando novas alturas (ver SI 103:5). Dia após dia é privilégio do cristão seguir, mediante a graça, de vitória em vitória (ver l Co 15:57; 2Co 2:14; Ed 18; DTN, 679). A força divina é recebida progressivamente, e o progresso é constante. Surgem metas cada vez mais elevadas, e fínalmente o cristão conquista "o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Fp 3:14). < Ev, 88, 579; MM, 330; T9, 96, 114 3, 4 - DTN, 215 Capítulo 41 a palha. <
Is.41:1 1. Calai-vos. Deus ordena aos povos de terras distantes a ouvir em silêncio Sua voz (sobre o contexto, ver com. de Is 40:1). Renovem as suas forças. Ver com. de Is 40:31. Neste e em capítulos posteriores, isaías apresenta o Senhor como amigo e libertador de Israel em relação ao poder de Babilônia (ver Is 43:14; 44:26-28; 45:1-6; 46:1, 2; 47; 48:14, 20). Babilônia, que confiava tanto em seus ídolos e se gloriava contra Deus e Seu povo, está destruída, mas os santos terão livramento glorioso. A libertação de Israel do cativeiro babilônico e seu retorno a Jerusalém simboliza a libertação do povo de Deus do poder do inimigo nos últimos dias, pouco antes de entrar na Jerusalém celestial (ver Ap 18:1-4; 22:14).
Is.41:2 2. O justo (ARC). Isto é, C/iro (ver com. de ls 44:28; 45:1), rei da Pérsia, que destruiu o império babilônico e libertou os judeus (2Cr 36:22, 23; Ed 1:1-4; 5:13-15; 6:3-5). Deus suscitou Ciro em ‘'justiça”, para reconstruir a cidade de Jerusalém e libertar os cativos (Is 45:13). Ciro era um símbolo de Cristo, que também foi chamado "em justiça ’ (ls 42:6) e cuja tarefa era ‘‘proclamar libertação aos cativos” (ls 61:1). Assim como Ciro derrotou a antiga Babilônia, também Cristo derrotará a Babilônia mística (Ap 16:19; 17:1, 5; 18:2, 21). Ciro foi muito honrado na Antiguidade como homem íntegro e corajoso, e singular entre os antigos conquistadores do Oriente por seu elevado caráter e pela justiça e sabedoria de seus decretos. Foi Deus quem suscitou Seu servo Ciro e subjugou as nações da Terra diante dele (ver Is 44:28; 45:1-5; ver com. de Is 41:4, 8). A primeira metade de Isaías 41:2 diz, literalmente, "quem suscitou do Oriente, justiça [ou vitória ou vindicação] o encontrará a seus pés”. Assim Isaías descreve o vitorioso avanço de Ciro, quando um após outro de seus inimigos se inclinariam perante ele em submissão.
Is.41:3 3. Uma vereda. Ciro escreveu um novo capítulo na história oriental. Suas conquistas se estenderam desde as margens do mar Egeu, ao oeste, até Partia, as regiões do rio Laxartes, e as extensas estepes além cio mar Cáspio, ao leste. A rapidez e a vasta extensão de suas conquistas deram-lhe a reputação de maior monarca do Oriente de sua época. Tal era sua fama que até hoje seu nome é lembrado. Diferente dos conquistadores que o precederam, Ciro era generoso e relativamente humano para com os inimigos vencidos. Nenhum general antes dele se igualou como estrategista e conquistador.
Is.41:4 4. Quem fez [...]? Foi Ciro que se tornou por si só o grande conquistador da Antiguidade, ou foi a mão de Deus que agiu no Oriente? E Deus que ordena tudo o que ocorre na Terra e no Céu. E Ele que define as tarefas a serem desempenhadas pelos seres humanos e que direciona Seus servos no tempo devido para executar Seus decretos. Os propósitos de Deus são ordenados desde o princípio, e século após século Ele chama os seres humanos a cumprir Sua vontade.
Is.41:5 5. Os fins da terra. Mesmo as regiões remotas da Terra ficaram perplexas e aterrorizadas com as rápidas conquistas de Ciro (ver com. de Dn 8:4). Um poder sobrenatural parecia acompanhá-lo e dirigi-lo para alcançar todos os seus objetivos.
Is.41:6 6. Um ao outro ajudou. Numa tentativa de deter as conquistas de Ciro, as nações se consultavam entre si. Lídia fez aliança com Egito e Babilônia contra Ciro.
Is.41:7 7. O artífice. Os artífices que se ocupavam na fabricação de imagens uniram esforços, para se animarem e se ajudarem mutuamente na multiplicação de deuses, os quais esperavam que os livrassem das mãos de Ciro. As nações da Terra buscavam seus falsos deuses para frear um movimento inspirado e dirigido pelo Senhor do Céu.
Is.41:8 8. Mas tu, ó Israel. Para as nações da Terra, Ciro era um conquistador, mas para Israel, um libertador. Ao chamar Ciro a Seu serviço, Deus não rejeitou Israel, contudo, reafirmou o chamado feito a seus pais (Éx 19:5, 6). Os nomes Israel e Jacó são usados alternada mente para representar tanto Jacó quanto seus descendentes (ver com. de Gn 32:28). Servo Meu. O termo “servo”, do heb. 'eved, é característico de toda esta seção do livro de [saias (cap. 40-66) e, com a ideia de libertação por meio do grande Conquistador, constitui seu tema (ver com. de Rt 2:20). 'Eved combina a ideia de adoração com a de serviço. Um 'eved, não só servia seu mestre, mas também, presume-se, o honrava. Portanto, o termo significava muito mais que mero serviço em troca de salário, indicando que o serviço prestado era a manifestação exterior de uma atitude interior. Esse serviço não era forçado, mas realizado com disposição (ver Èx 21:5, 6). O serviço físico acompanhava o do coração. A mão auxiliadora demonstrava um coração amoroso. Do mesmo modo, um “servo” do Senhor é aquele que O serve e O ama, alguém que presta serviço abnegado. No hebraico, a palavra 'adhon significa “Senhor” e "mestre”, e é complemento de ‘eved, “servo”. Quando a palavra "Senhor", escrita apenas com inicial maiuscula, ocorre no AT, traduz a palavra heb. Ádhonai, como no Salmo 8:1 (vervol. 1, p. 149, 150). Nesta seção do livro de Isaías, às vezes, “eved se refere a Israel como o “servo” do Senhor, como aqui e em Isaías 41:9; 42:19; 43:10; 44:1, 2, 21; 45:4; 48:20; 49:3, 5; 54:17; 63:17; 65:8, 9, 13, 15; 66:14. Ao se referir a Israel, eved implicava a relação da aliança, em virtude da qual Israel tinha se tornado “servo” de Yahvveh (ver Êx 19:3-9; 24:3-8). De acordo com essa aliança, Israel devia adorar e servir ao Senhor, obedecendo os Seus mandamentos e, como Seu representante, guiar todas as outras nações a servir e obedecer a Deus (ver p. 13-17). No contexto relacionado à aliança, com o sentido que Isaías dá à palavra eved ao se referir a Israel, o termo tem muitos significados que, em geral, escapam a quem não conhece o idioma original. Emprega-se o termo ‘eved com menos frequência para designar o Messias como o "Servo” do Senhor para a salvação da humanidade (Is 42:1; 49:6; 50:10; 52:13; 53:11). Assim, em Isaías 53, o Messias é representado como o “Servo sofredor" de Yahweh (ver ls 52:13; 53:2, 11). Antes da vinda de Jesus, os comentaristas judeus em geral reconheciam a aplicação de Isaías 53 ao Messias. Mas, desde então, quase sempre negam seu sentido messiânico, e explicam que aqui, como <7 em outras passagens, o "servo” designa um personagem da época, ou Israel como povo. Em Isaías 56:6, eved designa proséli- tos judeus, isto é, gentios convertidos à fé judaica. Por sua vez, em Isaías 65:15, pode- se entender eved como uma referência particular aos cristãos, visto que os "servos’’ do Senhor ali mencionados serão chamados por outro nome (ver IPe 2:9, 10). Já em Isaías 44:26, ‘eveti parece aplicar-se ao próprio protela Isaías.
Is.41:9 9. Das extremidades da terra. Deus chamou Abraão para sair de Ur e ser Seu representante bem como fundador da nação de Israel. Quatrocentos e trinta anos depois de Abraão ter entrado na terra da promessa (Êx 12:40, 41; Gl 3:17), Israel foi chamado do Egito para, outra vez, entrar na mesma terra; mas, dessa vez, como “reino de sacerdotes e nação santa’’ (Êx 19:5, 6). Neste caso, porém, é provável que Isaías esteja se referindo em particular à reunião dos exilados procedentes das terras pelas quais tinham sido espalhados (ver l.s 11:16; 56:8; etc.). Eu te escolhi. Israel pertencia a Deus por direito de escolha divina, para ser Seu representante na Terra (ver p. 13, 14). Ele não o rejeitou, a despeito de seus pecados e apesar de a Assíria ter espalhado as tribos do norte, e apesar de que judá logo seria levado ao exílio por Nabucodonosor. Isaías enfatiza essa ideia vez após vez (ver Is 42:1; 43:J, 10; 44:8, 21: 45:4; 55:3, 4; 65:8, 9, 22). O desânimo de Israel, implícito em Isaías 40:1 e 2, se devia ao temor de que Deus tivesse abandonado a nação (ver com. de 2Rs 19:30; ver também Is 37:31; 40:1-5, 9-11; cf. Is 5:1-7).
Is.41:10 10. Não temas. Nos dias de Isaías, havia muitos motivos para temer. O reino do norte tinha sido destruído pelo poderio militar da Assíria, e parecia que Judá não resistiría mais. O povo necessitava de uma mensagem de conforto e esperança, e Isaías buscava inspirá-lo com coragem e ânimo (ver Is 40:1, 2; 41:13, 14; 43:5; 44:2). Eu sou contigo. Nos dias de Isaías, os judeus necessitavam da promessa implícita no nome Emanuel (ver com. de Is 7:14), de que Deus estaria com eles.
Is.41:11 11. Envergonhados e confundidos. Esta promessa se cumpriu de forma impressionante com a destruição do exército de Senaqueribe. Aquele que luta contra o povo de Deus, luta contra o próprio Deus. Com a ajuda do Senhor, o servo mais débil supera todos os poderes das trevas, l odo aquele que luta contra Deus ou contra Seu povo linal- mente perecerá, enquanto o humilde e fiel herdará a terra (Sl 37:9-11, 20, 29, 37, 38; lVlt 5:5). Em vez de “perecerão”, o rolo iQls1’ do Mar Morto diz “se secarão".
Is.41:12 12. Nada. Aniquilação será o destino final dos inimigos de Deus (Sl 37:9, 10, 20; Pv 10:25; Ob 16; Ml 4:1). O rolo lOls11 do Mar Morto omite as palavras "buscá-los-ás, porém não os acharás".
Is.41:13 13. Eu [...] te tomo pela tua mão direita. Um sinal de acordo e amizade (ver com. de Am 3:3). Neste caso, é um sinal da aliança. Israel pertencia a Deus e desfrutava da direção, força e proteção divinas.
Is.41:14 14. Ó vermezinho de Jacó. Deus relembra ao povo de Israel que ele não têm valor ou força em si mesmo. Sem Deus ele era fraco, desvalido e insignificante, prontos a ser desprezado e pisado (ver jó 25:6; Sl 22:6). O teu Redentor. O Santo de Israel é o redentor de Seu povo. Os judeus estavam perdidos e aparentemente sem esperança, mas Deus Se comprometia a lazer em seu favor o que faria um parente próximo (Lv 25:47-49; ver com. de Rt 2:20). Isaías, com frequência, apresenta Deus como o redentor de Seu povo (ls 35:9, 10; 43:1, 14; 44:6, O Santo de Israel. Ver com. de Is 40:25.
Is.41:15 15. Os montes trilharás. No antigo Oriente, trilhava-se o trigo com pesados trilhos de lâminas cortantes (ver Am 1:3). Israel tinha sido cruelmente “trilhado” pela Assíria, e Babilônia viria da mesma forma contra Judá. Mas, finalmente, quem trilhou seria trilhado (ver jr 51:2, 33; cf.Dn 7:21,22, 25, 27; Mq 4:13). Os “montes” representam os poderes ímpios cia Terra (ver Jr 51:25; Dn 2:35).
Is.41:16 16. O vento os levará. Literal mente, "os separará”. Depois de trilhado o trigo, a palha era separada do grão. No dia do juízo divino, quando Deus Se levantar para “trilhar" a Terra, os ímpios provarão ter menos valor do que a palha (SI 1:4; Dn 2:35; Ml 4:1; ver com. de Mt 3:12; 13:41, 42).
Is.41:17 17. Buscam águas. Ouando os juízos de Deus caírem sobre os ímpios, eles ficarão sem alimento e água, mas o povo de Deus terá suas necessidades satisfeitas (ver com. de Is 33:16). Também é verdade que serão satisfeitos os povos espiritualmente sedentos e famintos da Terra (ver Is 55:1; Mt 5:6).
Is.41:18 18. Açudes de águas. Com frequência. Isaías descreve as regiões da terra não alcançadas pelas bênçãos do evangelho como lugares secos e áridos que necessitam da refrescante graça divina (Is 12:3; 35:6, 7; 43:19, 20; 44:3). Aqui ele prediz qual será a sorte de Israel se a nação retornar para o Senhor, e a maravilhosa transformação a ser realizada pela proclamação do evangelho (ver com. de Ez 47:1-12). Cristo é a água da vida para um mundo sedento (Jo 4:14, 15; 7:37; ver Ap 22:1-3; cl. Zc 13:1). Também é verdade que este mundo outrora belo tem em muitos lugares se tornado um deserto.
Is.41:19 19. O cedro. Este versículo dá continuidade à ideia do v. 18. Regiões outrora sedentas da graça divina florescerão como as llores. Recantos de justiça surgirão onde se desconheciam as verdades da Palavra de Deus. Toda a Terra será transformada quando ouvir e receber a mensagem do sacrifício e do amor de Cristo (ver com. de Is 35:1; cf. 55:12, 13). A árvore de sita (ARC). Sita é uma transi iteração do heb. shittah, "acácia" (ARA). A oliveira. Fonte primária de azeite para usos diversos na antiga Palestina. Cipreste. O zimbro da Fenícia. Olmeiro. Arvore não identificada com precisão. Buxo. Provavelmente o cipreste do Líbano.
Is.41:20 20. A mão do Senhor. Os esforços humanos não são suficientes para transformar este mundo pecaminoso. O mundo mau será transformado por meio da influência do Espírito de Deus, e o ser humano deve compreender a necessidade de cooperar com Deus para ter um mundo melhor. Deus criou o ser humano justo, e só Ele pode recriá-lo como um ser justo (ver 2Co 5:17). Ê o Senhor que coloca no coração o desejo de santidade (ver Fp 2:13). Tudo o que vemos neste mundo em termos de paz, beleza, justiça e pureza é resultado da atuação do Espírito de Deus.
Is.41:21 21. Apresentai a vossa demanda. Deus desafia os adoradores dos falsos deuses a apresentar evidências convincentes do poder desses deuses. Nesta passagem (v. 21-26), propõe-se a habilidade de prever o futuro como uma prova do poder divino. Nesta seção do livro, Isaías vez após vez aponta a profecia preditiva como prova de que o verdadeiro Deus é tudo o que diz ser (ver Is 41:4; 42:9; 43:9; 44:7; 45:11, 21; 46:9, 10; 48:3-7, 16). Outra grande prova do Deus verdadeiro é Seu poder criador (ver com. de Is 40:12, 26; cf. SI 96:5).
Is.41:22 22. As coisas passadas (ARC). Deixem os ídolos pleitearem sua própria causa. Oue eles mostrem o que têm feito para o mundo. Fizeram algo para torná-lo um lugar melhor para se viver? "Trouxeram retidão, justiça, misericórdia ou verdade? O que podem revelar do passado remoto? Podem dizer como o mundo ou o ser humano veio á existência? As coisas futuras. Que os ídolos façam predições, se puderem, acerca da natureza das coisas futuras. Que eles tentem abrir o futuro como se fosse um livro. Deus pode, eles não. Ele conhece o futuro e o passado. Satanás sabe algo do que está por vir, mas o que sabe é resultado do que Deus revelou. Eie também pode prever, em parte, o caminho que tomará o homem que está sob seu controle. Mas somente Deus pode realmente predizer o futuro. Depois de ter desafiado os adoradores dos deuses falsos, o Senhor faz uma série de previsões surpreendentes acerca do luturo. Há profecias sobre Ciro (Is 44:28; 45:1), da vinda do Messias para dar a vida pelo ser humano *¦ (ls 53), de Sua obra divina (Is 61:1-3), da proclamação do evangelho ao mundo (Is 54:1-3; 60:1-5), da humilhação de Babilônia e de seus ídolos (ls 46:1,2; 47:1-5; 48:14), da libertação dos judeus do cativeiro babilônico (Is 51:11), da restauração da Terra à sua beleza edênica (Is 65:19-25; 66:22, 23) e do julgamento dos ímpios (Is 66:14-16, 24). O cumprimento dessas predições é evidência concreta de que Yahvveh é o Deus verdadeiro.
Is.41:23 23. Fazei bem ou fazei mal. Os pagãos acreditavam em espíritos bons e maus. Ambos eram adorados. Presume-se que se adoravam bons espíritos a fim de se obter benefício deles, e maus espíritos, a fim de desviar sua ira.
Is.41:24 24. Sois menos do que nada. Este é o veredito de lsaías sobre os ídolos (ver iCo 8:4). Pessoas que fabricam deuses e os adoram são abominação ao mundo. Eles trazem o mal e não o bem ao próximo; degradam a si mesmos e ao semelhante (ver Dt 7:25, 26).
Is.41:25 25. Do Norte. Ver com. do v. 2. Ciro é representado avançado desde o norte e o leste. Babilônia estava ao leste de judá; mas, na Palestina, entrava-se desde a Mesopotâmia pelo norte, próximo a Carquemis, no braço do Eufrates. Por essa razão, com frequência se relaciona Babilônia ou Assíria ao norte (ver com. de Jr 1:14; 3:18; 4:6; etc.). Ele invocará o Meu nome. Fica claro que, pelo menos em parte, Ciro conhecia o Deus do Céu (ver 2Cr 36:23; Ed 1:2). Pisará magistrados como lodo. 'Pisará [...] sobre lodo ”. Preparava-se o lodo ou barro pisando-o com os pés (Na 3:14). Com a ajuda de Deus, Ciro poderia pisar seus inimigos (Is 41:2; 45:1) e conquistar o Oriente.
Is.41:26 26. Quem anunciou [...]? Ver com. dos v. 21-23. lsaías predisse as conquistas de Ciro, que provou ser um dos mais hábeis e renomados conquistadores da história. No entanto, qual dos deuses de Babilônia predisse sua vinda? Que notável oportunidade tiveram alguns famosos deuses do Oriente de predizerem a vinda de Ciro, para que seus devotos pudessem dizer: “Ele está certo; sua presciência e divindade provam isso!"
Is.41:27 27. Eu sou o que primeiro disse a Sião. Literalmente, “primeiro a Sião, aqui estão, aqui estão”. O contexto (v. 26) e a segunda parte do paralelismo do v. 26 indicam que Deus Se refere a Sião. Os deuses pagãos ficaram em descrédito ao não revelar o surgimento de Ciro (v. 26), mas Deus o fez, e muito antes de seu nascimento. Todos podiam compreender isso, se tão somente quisessem.
Is.41:28 28. Nem mesmo [...] conselheiro. Nenhum sábio ou vidente do Oriente foi capaz de prever o futuro. Nenhum podia responder ao desafio de Yahvveh.
Is.41:29 29. Vácuo. Do heb. lohu, “vazio” (ver com. de Gn 1:2). Capítulo 42 lançará forte grito de guerra e mostrará Sua força contra os Seus inimigos. fogo ao redor, contudo, não O entenderam; e os queimou, mas não fizeram caso.
Is.42:1 1. Meu servo. Sobre o contexto deste capítulo, ver com. de Is 40:1. "Servo" neste caso designa Cristo (ver com. de Is 41:8). Em Mateus 12:18, esta profecia é aplicada a Cristo. De lato, muitas expressões neste capítulo só podem ser aplicadas a Ele. Com frequência, Jesus Se referiu a Si mesmo como tendo sido enviado pelo Pai para desempenhar uma missão (Jo 4:34; 6:38; 14:31). A respeito da natureza de Sua obra, declarou que "não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate por muitos" (Mt 20:28), e que estava entre Seu povo "como quem serve” (Lc 22:27). Neste e nos capítulos seguintes, Isaías apresenta o quadro mais completo do Messias e de Sua missão na Terra em todo o AT. Em grande parte devido a essas profecias, Isaías é conhecido como "o profeta do evangelho". Minha alma se compraz. Ver com. de Mt 3:17. Sobre Ele o Meu Espírito. Isaías claramente se relere aos três membros da divindade: “Farei [o Pai) repousar sobre Ele [o "Servo”, Messias] o Meu Espírito [o Espírito Santo]" (Mt 12:18). De modo especial. o Espírito Santo desceu sobre Cristo no batismo (ver com. de Mt 3:16; Lc 4:18; ver também Jo 1:32, 33; At 10:38). O direito. Ou, “justiça’. Destaca-se nesta seção a missão de Cristo aos gentios (ver Ls 45:22; 49:6, 7, 12, 22; 54:3, 5; 56:3-8; 60:3-5; 62:2). Uma das surpreendentes verdades apresentadas de forma singular por Isaías é que a mensagem da graça divina não seria destinada somente aos judeus, mas a todos os seres humanos.
Is.42:2 2. Sua voz na praça. O Messias realizaria uma obra grandiosa em silêncio e com modéstia, sem pompa ou espetáculo.
Is.42:3 3. A cana quebrada. Ver com. de Mt 12:20. O Messias ministraria com amor aos fracos, feridos e oprimidos. Ele seria amigo dos pecadores humildes e contritos, de todos que se encontram em necessidade. Pessoas que para si mesmas e para os demais parecem quase sem esperança encontrariam nhle conforto, força e coragem. A torcida que fumega. Isto é, um pavio de linho que queima rapidamente, prestes a se extinguir.
Is.42:4 4. O direito. Ou, "justiça”. A despeito das diticuldades que poderia encontrar, o Messias perseveraria em restaurar a lei justa do universo na lerra. As terras do mar. Designação comum no AT para os países situados às margens do Mediterrâneo. Equivale aos “gentios”. Aguardarão a Sua doutrina. O rolo lQIs1* cio Mar Morto diz “Fará que possuam [ou herdem] Sua lei”. O termo heb. iorah, "lei”, inclui toda a revelada vontade de Deus (ver com. de SI 19:7; Pv 3:1). Nesta passagem, Isaías se refere à conversão dos gentios (ver p. 15-17).
Is.42:5 5. Criou os céus. Ver com. de Is 40:12,
Is.42:6 6. Em justiça. O plano da salvação não é apenas um meio de resgatar o ser humano do pecado, mas também de vindicaro caráter justo de Deus perante o universo (ver com. de Jo 17:4, 6). Tomar-Te-ei pela mão. Cristo foi guiado dia após dia no cumprimento cie Sua missão na lerra (ver com. de Mc 3:13; Lc 2:49; 01 V 208, 417), assim é com a igreja. Aliança. Cristo seria não só o mediador da aliança, mas é a própria aliança. Ele é seu centro e essência. Ele não só traria paz, mas seria “nossa paz”, para que nós, “estranhos às alianças da promessa”, pudéssemos nos aproximar de Deus por meio de Seu sangue precioso (Ef 2:12-14; Mq 5:5). Luz. Ver p. 15, 16. Sem Cristo, o ser humano tateia e tropeça na escuridão. Mas, em Cristo, o mais infeliz e ignorante tem o privilégio de encontrar a luz da vida (ver Is 49:6; Lc 2:32; Jo 1:4-9; At 13:47).
Is.42:7 7. Para abrires. Ver com. de Lc 4:18. A restauração da visão tísica em várias ocasiões testemunhou de que Cristo tinha o poder de conceder visão espiritual (jo 9:1-9; cf. Is 61:1-3).
Is.42:8 8. Meu nome. Sobre o nome Yahvveh, “Senhor", ver vol. 1, p. 149-151; com. de Êx 3:14, 15.
Is.42:9 9. Primeiras predições. Predições feitas por Isaías e outros profetas já tinham se cumprido. O cumprimento dessas profecias anteriores dava peso e valor às predições surpreendentes apresentadas então perante o povo (ver jr 28:9). Antes que sucedam. Profecias são como semente. Quando Isaías falava, não havia a menor evidência de que suas palavras se cumpriríam, mas sete séculos depois, as profecias desta passagem tiveram um glorioso cumprimento em Cristo.
Is.42:10 10. Cantai ao Senhor. Dias de escuridão e desânimo tinham sobrevindo à judá, e tempos ainda mais escuros estavam por vir. isaías proclamou, contudo, uma mensagem de conforto e esperança (Is 40:1, 2). Sempre que contemplasse o glorioso futuro, o povo poderia mesmo assim se alegrar, cantar e agradecer a Deus os dons da graça e do amor.
Is.42:11 11. Quedar. Uma tribo árabe descendente de Ismael (Gn 25:13; ver ls 21:13, 16; Ez 27:21). Seus membros viviam em tendas negras (Ct 1:5) e cuidavam de rebanhos e camelos (ls 60:7; jr 49:28, 29). Aqui são mencionados junta mente com “os que habitam nas rochas”, que é Selá (ver com. de Is 16:1) ou Petra (ver com. de 2Rs 14:7), como repre- > sentantes de povos distantes que ouviríam a mensagem da graça de Deus e voltariam a Ele com louvor e cânticos (ver p. 15-17).
Is.42:12 12. Nas terras do mar. Isto é, na costa do mar Mediterrâneo (ver com. do v. 4).
Is.42:13 13. Zelo. Ou, ''fúria' . O Senhor zela pela honra e integridade de Seu nome (ver v. 8).
Is.42:14 14. Por muito tempo. Do heb. 'olarn, literalmente, “por uma era’’ (ver com. de Ex 21:6). iNeste caso, é óbvio que “por muito tempo” indica um período limitado que terá um fim. Por muito tempo Me calei. A hora da vingança divina í inalmente chegaria. Por longo tempo, o Senhor permitira ao ímpio seguir seu caminho de maldade (ver Ec 8:11). Chegaria, porém, a hora do acerto de contas, hora de Deus realizar “a Sua obra estranha” (ls 28:21). Ele puniria os ímpios segundo suas obras. Ofegarei, e estarei esbaforido. Com linguagem simbólica, o profeta descreve c fim da tolerância divina.
Is.42:15 15. Os montes e outeiros devastarei. A vingança divina sobre os que desprezaram a misericórdia é descrita com linguagem simbólica. Convulsões literais abalarão a Terra quando Cristo voltar (ver Ap 6:14-17; 16:17- 21; cf. ls 24:1, 3, 5, 19-21).
Is.42:16 16. Os cegos. Isto é, os cegos espirituais (ver com. do v. 7). O castigo divino cairá sobre aqueles que rejeitaram a luz delibera- damente (v. 13-15), ao passo que os sinceros, embora ignorantes, iriam à luz e teriam a oportunidade de aceitar a misericórdia e a graça de Deus. Os caminhos escabrosos, planos. Ver com. de ls 40:4.
Is.42:17 17. De vergonha. Quando o Senhor Se revelar (v. 14), os que confiam em lalsos deuses terão evidência irrefutável da tolice de seus atos. Seus deuses não poderão ajudá-los.
Is.42:18 18. Surdos, ouvi. Ver com. de Is 6:9, 10; 42:7, 16. Estas palavras são dirigidas ao professo povo de Deus (ver v. 19), do qual muitos estavam espiritualmente cegos e surdos. Isaías chama a todos os que reconhecem o nome do Senhor, mas cuja percepção espiritual foi enfraquecida, para abrir olhos e ouvidos a fim de reconhecer a revelada vontade de Deus.
Is.42:19 19. Quem é cego, como o Meu servo [...]? Não está claro se “servo” aqui se refere ao Messias, como pode indicar o contexto do capítulo como um todo (ver v. I), ou a Israel, como sugere o contexto mais imediato dos v. 16, 18 e 20 (ver com. de Is 41:8). No livro de Isaías, em geral, a cegueira se refere à cegueira espiritual do professo povo de Deus (ver com. de Is 6:9, 10). Isso é verdade sobre os "cegos" de Isaías 42:16. Alguns sugerem que o V. 19 se refere à cegueira do Messias às faltas de Seus seguidores (cf. Tl, 707, em que se usa este texto para expressar outra ideia). Porém, os v. 18 e 20 indicam que o servo "cego" do v. 19 faz mal em não ver, e que Deus o insta a mudar sua atitude. Portanto, é provável que o "servo” “cego” e ”surdo” do v. 19 seja o povo de Deus (ver Ap 3:17-20).
Is.42:20 20. M as não as observas. Ver Is 43:8; com. de 6:9, 10: 42:7, 16, 18.
Is.42:21 21. Engrandecer a lei. Cristo enalteceu a "lei", do hei), torah (ver com. de SI 19:7; Pv 3:1), tanto por preceito como por exemplo, mostrando que ela é sábia e justa. Obediência à revelada vontade de Deus sempre promove justiça, alegria e paz entre os seres humanos. No Sermão do Monte, Cristo enalteceu a lei ao aplicar seus princípios às intenções do coração, bem como aos atos exteriores (ver com. de Mt 5:17, 20, 21). A vida de Cristo de perfeita harmonia com os requisitos da lei confirmou tudo o que Ele proclamou a respeito dela (jo 15:10; 17:4; Rm 8:3, 4).
Is.42:22 22. Um povo roubado e saqueado. Deus tinha advertido Seu povo de que o resultado da desobediência seria pesar e desastre (Dt 28:15-68), e essas advertências estavam então se cumprindo. As dez tribos de Israel já não existiam; Judá estava desolado, e muitos de seu povo tinham sido levados cativos pela Assíria, enquanto outros tiveram que se esconder em covas e cavernas. Algo pior aconteceu um século mais tarde, com as repetidas invasões de Nabucoclonosor.
Is.42:23 23. Quem há entre vós que ouça isto? Deus permitiu que sobreviesse a tributação a fim de que o povo caísse em si e se dispusesse a ouvi-Lo. Ouviríam eles, desta vez, Suas palavras de sabedoria e vida? Ou seguiríam seu próprio conselho, como seus pais no passado?
Is.42:24 24. Quem entregou Jacó [...]? Deus permitiu a invasão assíria (ver com. de Is 8:7, 8; 10:5, 6). A teimosia em desobedecer acarretou sofrimentos ao povo de Judá. Quando se recusou a servir ao Senhor, Ele retirou dele Sua mão protetora e permitiu que o inimigo devastasse o país.
Is.42:25 25. Não O entenderam. Os juízos que caíram sobre a nação foram parcialmente em vão. A despeito de seus sofrimentos, o povo não compreendeu a terrível natureza do pecado e a razão de sua triste condição. Isso pressagiou mais dificuldades. Os juízos de Senaqueribe seriam seguidos de uma calamidade muito mais grave que sobreviría à nação nos dias de Nabueodonosor. I - D l N. 74; CBV, 33; Capítulo 43 ouvir; deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as Minhas testemunhas, diz o Senhor; Eu sou Deus. *í
Is.43:1 1. Mas agora. Sobre o contexto, ver com. de Is 40:1. As ameaças e repreensões do final do cap. 42 contrastam com promessas de esperança. O juízo é seguido de misericórdia; o amor de Deus é maior que Sua ira. '‘Em toda a angústia deles, foi Ele angustiado'' (Is 63:9). Apesar das transgressões do povo, ainda os amava e desejava que se voltassem para Ele de todo o coração. Que te criou. Ver com. de Is 40:12, 26, 28. Deus tinha criado Israel, como uma nação, para honrar Seu nome (v. 7, 21). Até então, tinham talhado nisso. No entanto, Deus tentava fazer com que vissem que ainda eram Seu povo, chamado por Seu nome, e ordenados a serem Seus representantes especiais e Suas testemunhas entre as nações (ls 43:10; 44:8). Não temas. Ver com. de Is 41:10. Chamei-te. Ver com. de Gn 32:28.
Is.43:2 2. Pelas águas. Mesmo quando se encontravam nas situações mais adversas, os servos de Deus tinham a certeza de que Ele estaria com eles para sustentá-los e salvá-los. Não lhes foi prometida ausência de dificuldades e aflições, mas consolo e livramento final. Muitas vezes, Israel passou “pelo togo e pela água ', mas Deus o salvou (SI 66:12; cf. ls 8:7, 8). "Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor de todas o livra” (SI 34:19; cf. vs. 17, 18). Na Bíblia, com frequência, água e fogo simbolizam agentes purificadores (Nm 8:7; jó 23:10; cf. 2Pe 3:5-7).
Is.43:3 3. O Santo. Ver com. de Is 40:25. Etiópia e Sebá. Ver com. de Gn 10:6, 7. Alguns sugerem que este versículo se refere à queda do Egito, Etiópia e Sebá pelas mãos da Pérsia, em troca da liberação dos judeus do cativeiro babilônico. Ciro promulgou o primeiro decreto permitindo que os judeus deixassem Babilônia e reconstruíssem o templo (2Cr 36:22, 23; Ed 1:2-4), e seu filho Cambises conquistou o Egito (ver vol. 3, p. 350). A ideia dominante aqui é o elevado valor de Israel aos olhos do Senhor (ver também Ez 29:18, 19).
Is.43:4 4. Eu te amei. Ver Dt 7:7, 8. Por causa de Seu amor, Deus faria tudo o que Israel precisasse. Nos dias de Moisés, este amor foi demonstrado com a libertação dos israelitas das mãos do faraó e, nos dias de (saias, com o livramento do povo dos exércitos de Senaqueribe. O amor de Deus por Israel era imparcial, pois Deus "não faz acepção de pessoas” (At 10:34). O que importa para Deus não é a nacionalidade, mas o caráter (At 10:35).
Is.43:5 5. Desde o Oriente. Estas palavras tiveram um cumprimento parcial no retorno dos judeus do cativeiro babilônico. Elas teriam outro cumprimento na reunião dos f iéis de todas as partes do mundo durante a era cristã (ver p. 21-23). O cumprimento completo se dará apenas quando os justos forem reunidos desde os quatro cantos da Terra por ocasião da volta cie Cristo (iVlt 8:11; 24:31; Lc 13:29).
Is.43:6 6. Não retenhas. Com linguagem poética, Isaías continua a descrever a conversão de pessoas de todas as nações. O rolo lQIs1’ do Mar Morto diz em vez de “Meus filhos" e "Minhas filhas”, “seus filhos” e "suas filhas”.
Is.43:7 7. Chamados pelo Meu nome. E, portanto, pertencentes a Deus. Isso inclui gentios e judeus, pois são “coerdeiros” (Ef 3:6), chamados a serem “raça eleita”, “a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (lPe 2:9; comparar com At 11:26; Tg 2:7).
Is.43:8 8. Cego. Ver com. de Js 6:9, 10; 42:7,
Is.43:9 9. Todas as nações. As nações da "Ferra são exortadas a apresentar seu caso diante do tribunal do universo. Elas terão oportunidade de se vindicar. Mas, se não puderem fazer isso, serão chamadas a reconhecer que o Senhor é Deus e que Seus caminhos são verdade. Daí em diante não haverá desculpa para a cegueira (ver v. 8).
Is.43:10 10. Minhas testemunhas. Ver p. 13-16. Todos que reconhecem a Deus (v. 9) são chamados a serem Suas testemunhas perante o mundo. Deus deu muitas provas de Sua sabedoria e de Seu poder, como no Egito (Ex 3:12-15) e no monte Carmelo (1 Rs 18:36-39). De forma especial, no passado, os judeus deviam testemunhar de Deus. Como nação, deviam ser testemunho vivo de que o Senhor é Deus. O remanescente em Jerusalém, depois da invasão de Senaqueribe, era, para o mundo daqueles dias, um testemunho do amor de Deus por Seu povo e de Seu poder para livrá- lo. Mesmo hoje, embora não seja mais o povo escolhido de Deus, a nação judaica é um notável testemunho de que a palavra de Deus é verdadeira. A igreja atualmente tem um papel similar ao de Israel na Antiguidade (ver lPe 2:9).
Is.43:11 11. Fora de Mim. Nos dias de Moisés, Deus salvou Seu povo do poder do Egito e, nos dias de Isaías, do poder da Assíria. Em todas as era Ele o tem salvado do poder do pecado. Quando veio ao mundo, Jesus tinha o propósito de salvar “Seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21). Não há outro meio de salvação (At 4:12).
Is.43:12 12. Deus estranho, isto é, nenhum ídolo (Dt 32:16; Is 42:8; 44:10; )r 3:13). Quando Israel servia os deuses estranhos, o Senhor não podia manifestar Seu poder em favor de Seu povo. Ele predisse que traria Seu povo à terra prometida e o salvaria das mãos dos inimigos, levando-o de volta do cativeiro babilônico. Nenhum deus estranho poderia ter previsto ou feito isso. Em todas essas coisas, os filhos de Israel eram testemunhas da presciência e da fidelidade de Deus.
Is.43:13 13. Quem o impedirá? Qual dentre os seres humanos pode deter a Deus? Ele cumpre Seus propósitos a despeito do ser humano. Quando a Assíria tentou destruir Judá contra a vontade divina, Deus destruiu o exército dos sitiadores (Is 14:24-27; 37:33-36).
Is.43:14 14. O que vos redime. Ver com. do v. 11. O Santo. Ver com. de Is 40:25. Enviarei inimigos contra a Babilônia. Isaías prediz o cativeiro com um século de antecedência. Com conhecimento do que está para acontecer, Deus fala dos eventos futuros como se já tivessem se cumprido (ver vol. 1, p. 3). Ele demonstrou poder ao salvar Seu povo das mãos de Senaque- ribe; e aqui prediz o que acontecerá entre Seu povo e Babilônia. Para que os babilônios não pensem que a vitória sobre Judá é evidência da superioridade de seus deuses, ? o Deus de Israel prediz, o acontecimento e o declara como cumprimento de Seu propósito eterno (ver Is 10:5-15). Fugitivos. Do heb. barichim. Nos navios com os quais se vangloriavam. O significado do hebraico aqui é obscuro. A LXX diz: “os caldeus serão atados em barcos’’, e a Vulgata: “os caldeus em seus majestosos navios”. A Bj traduz a frase como: “os caldeus mudarão os seus gritos em lamentações”.
Is.43:15 15. Vosso Rei. Sob o regime teocrático, Deus era o rei de Israel (Êx 15:18; SJ 10:16; 29:10; 146:10; Is 44:6; Ap 11:15). Aqui são apresentados os Seus maravilhosos atributos: Seu caráter (o “Santo”); Seu poder (o "Criador”); e Sua autoridade (o “Rei”).
Is.43:16 16. Um caminho no mar. Alusão à travessia do Mar Vermelho (Êx 14:16; SI 77:19). Assim como mostrou Seu poder ao libertar o povo do cativeiro egípcio, Deus mostraria também poder ao libertá-lo de Babilônia. O mesmo poder está disponível hoje para libertar os seres humanos do cativeiro do pecado.
Is.43:17 17. O exército e a força. Literalmente, “um grandioso poder”. Apagados como uma torcida. Isto é, "como um pavio [de linho]” (ver com. de Is 42:3). No Mar Vermelho, os exércitos egípcios foram exterminados como a chama de um pavio. O caminho da libertação para o povo de Deus se tornou o caminho da morte para os exércitos do faraó.
Is.43:18 18. Não vos lembreis. Deus fez grandes coisas por Seu povo no passado, mas aqueles eram pequenas em comparação com o que faria no futuro.
Is.43:19 19. Rios, no ermo. Provável alusão às águas que mataram a sede de Israel no deserto (ver Êx 17:6; Nm 20:8; SI 78:15, 16; ICo 10:4). A visão do profeta é dirigida à grande obra que Deus realizará ao levar a mensagem de Sua graça a terras secas e áridas (ver com. de Ez 47:1, 8, 9; ver p. 14-17, 21-22; ver também Is 35:6, 7; 41:18; 44:3). A travessia no deserto foi um verdadeiro milagre, assim como a travessia do Mar Vermelho. O poder de Deus é o mesmo hoje. Assim como Deus abriu caminho para a Canaã terrena, também abrirá para a Canaã celestial.
Is.43:20 20. Os animais do campo. O quadro é simbólico, atribuindo a animais selvagens emoções e atitudes humanas. O aspecto de todo o deserto seria transformado. Jardins substituiríam as areias ardentes; pastos florescentes e campos férteis substituiríam os desertos assolados; e as criaturas selvagens do deserto se alegrariam com a notável transformação. Esses resultados gloriosos seguiriam a proclamação do evangelho nas regiões espiritualmente desoladas da Terra.
Is.43:21 21. Formei para Mim. Ver Dt 7 7, 8; ei. Ez 16:1-14.
Is.43:22 22. De Mim te cansaste. Sem o cuidado e as bênçãos divinas, Israel jamais se tornaria uma nação (v. 21), mas o povo não valorizou o que Deus tinha feito por eles (ver Dt 6:10-12; 8:7-18; Is 5:1-7; Ez 16:15; Os 2:5-9). Eles se deixaram envolver pelas coisas terrenas e perderam o interesse pelas coisas de Deus.
Is.43:23 23. Não te dei trabalho. Comparar com ís 1:11, 12; Ml 2:13. Os requisitos de Deus não eram pesados. O que o Senhor pedia que Seus filhos fizessem era para benefício deles, não dEle. Não instituiu a lei ritual para Seu bem, mas para o bem deles, a fim de que pudessem entender melhor os caminhos da salvação.
Is.43:24 24. E Me cansaste. Por causa do pecado, Cristo teve que deixar o Céu e assumir “a forma de servo” (Fp 2:7). Foram nossos pecados que fizeram com que o Rei da glória se tornasse um servo entre os seres humanos. Os requisitos divinos são razoáveis e para o bem do ser humano, mas este não estava disposto a fazer sua parte. Deus estava cansado da hipocrisia de sua pretensa adoração (Is 1:13, 14).
Is.43:25 25. Apago. Isaías claramente apresenta Cristo como salvador do ser humano em relação às garras do pecado. É Ele quem perdoa os pecados, e o perdão divino não é meramente uma transação legal que apaga do registro os erros do passado, mas um poder transformador que erradica o pecado da vida. Ao apagar as transgressões, Deus transforma os pecadores em santos. Dessa forma, Ele efetivamente dá fim ao pecado. A doutrina da expiação do pecado é apresentada de forma clara no AT bem como no NT Dos teus pecados não Me lembro. Comparar com Is 1:18; Ml 7:19. Isso acontece uma vez que os pecados são confessados, abandonados e perdoados. Deus trata o pecador arrependido como se este nunca bouvesse pecado (ver Ez 18:20, 21). As palavras de Cristo dirigidas à mulher surpreendida em pecado são para todos: “Nem Eu tampouco te condeno; vai e não peques mais” (jo 8:11).
Is.43:26 26. Desperta-Me a memória. Comparar com Is 1:18; Hb 4:16. A passagem pode ser parafraseada: coloque diante de Mim seus atos justos, se pode, para que por eles seja justificado. Se você tem algo bom a dizer em seu favor, diga-o; com alegria o absolvo de seu registro de pecado se seus atos o justificarem. Entremos juntos em juízo. Na linguagem jurídica de seu tempo, Isaías convoca o povo de Israel a se apresentar perante o tribunal divino.
Is.43:27 27. Teu primeiro pai. Isto é, Adão, o pai da raça humana, desde cujo tempo o pecado existe no mundo. Teus guias. Isto é, os líderes do povo.
Is.43:28 28. Pelo que profanarei. O juízo caiu sobre o povo de Judá por causa de suas transgressões. Os pagãos os insultaram quando os exércitos de Senaqueribe cercaram Jerusalém (Is 36:4-20; 37:10-13). Capítulo 44 porquanto és Meu servo! Eu te formei, tu és Meu servo, ó Israel; não Me esquecerei de ti.
Is.44:1 1. Israel, a quem escolhí. Ver com. de Is 43:10. Depois de repreender o povo por seus pecados (ls 43:22-28), o Senhor pronuncia palavras de conforto e coragem. Eles devem se lembrar de que Deus os escolheu e os ama; tem compaixão por eles e os salva.
Is.44:2 2. Jesurum (ARC). Nome poético para Israel que significa “ser reto” (ver com. de Dt 32:15). Deus recorda a Israel que Ele o escolheu para ser “nação santa” e para que obedeça à Sua voz (Ex 19:5, 6).
Is.44:3 3. Sobre o sedento. Ou, “[a] terra sedenta”. A primeira parte do versículo é simbólica; sua explicação se encontra na segunda parte. O derramamento do Espírito de Deus é comparado às chuvas refrescantes (J1 2:23, 28, 29). O “sedento” é o que tem sede de Deus e de justiça (SI 42:1,2; Mt 5:6; Jo 4:13, 14).
Is.44:4 4. Como salgueiros. O povo sobre o qual o Espírito de Deus seria derramado florescería como árvores junto às correntes das águas (ver SI 1:3; jr 17:8; Ez 47:12).
Is.44:5 Sem comentário para este versículo
Is.44:6 6. Rei de Israel. Neste versículo apre- j sentam-se alguns dos atributos divinos mais notáveis: Ele é Senhor, Rei de Israel, Redentor de Israel, Comandante dos exércitos celestiais, o Eterno, o “primeiro” e o “último”, e o único Deus verdadeiro. Nos v. 9 a 20, Isaías ressalta o contraste de Deus com os ídolos.
Is.44:7 7. Quem há, como Eu [...]? E Deus quem ordena e dispõe as questões da terra; é Ele que conhece o passado e anuncia o futuro. Ele designou Israel como povo justo e eterno. Tudo isso testifica de que Ele é o verdadeiro Deus; e ídolos não podem fazer o que Ele faz (ver com. de Is 41:4, 21-26). Desde que estabeleci. Por meio de um reajuste do texto hebraico desta frase e da seguinte, a AA traduz: “Quem tem anunciado desde os tempos antigos as coisas vindouras?”, sem alteração da ideia fundamental.
Is.44:8 8. Nem temais. Ver com. de Is 41:10. Não há outra Rocha. Do heb. tsiir, um termo bíblico comum para Deus, que indica Suas características eternas e Sua força (ver Dt 32:4; 2Sm 22:3; 23:3; SI 18:2; cf. Is 26:4). Israel não tem nada a temer tendo Deus como sua torça e defesa.
Is.44:9 9. Nada. Do heb. tohu, “vazio” (ver com. de Gn 1:2; Is 41:29). As suas coisas preferidas. Isto é, coisas nas quais se comprazem, especialmente relacionadas com a adoração aos ídolos. Eles mesmos são testemunhas. Os ídolos cegos e insensíveis dão testemunho eloquente de que são cegos e nada sabem.
Is.44:10 Sem comentário para este versículo
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Is.44:12 Sem comentário para este versículo
Is.44:13 Sem comentário para este versículo
Is.44:14 14. A chuva. O ser humano pode plantar a semente da qual nasce a árvore, mas só Deus pode fazê-la crescer. Sem o poder de Deus não existiríam árvores das quais esculpirem ídolos.
Is.44:15 15. Faz um deus. E mero acaso qual pedaço de madeira será usado para o fogo e qual será usado para se fazer um ídolo!
Is.44:16 16. Metade queima no fogo. Que tolice fazer um ídolo com algo que o próprio ser humano pode destruir! Coze a carne. O rolo lQIs" do Mar Morto diz "ele se assenta sobre seu carvão".
Is.44:17 17. Livra-me. A madeira não podería se livrar do logo se o homem escolhesse quei- má-la em vez de adorá-la! Quanta tolice da pessoa, que usou a maior parte da madeira para fazer fogo, esculpir um ídolo com o que sobra e esperar que ele lenha lorça e inteligência para ajudá-la!
Is.44:18 18. Nada sabem. Pessoas que adoram imagens têm pouco conhecimento. Seu coração tolo está obscurecido, e, embora professem ser sábias, na verdade são tolas (Rm 1:21-23). Porque se lhes grudaram os olhos. Ver com. de Is 6:9, 10.
Is.44:19 19. Um pedaço de árvore. Literalmente, “a madeira seca de uma árvore”. Aquele que adora um ídolo reverencia um pedaço de madeira, conversa com ele e se ajoelha diante dele, sem pensar que é tão insensato como se fizesse pedidos a uma vara ou ao batente de uma porta.
Is.44:20 20. Tal homem se apascenta de cinza. Quão tolo seria alguém que se alimentasse de cinzas, esperando nutrir-se delas. Da mesma forma é tolice pensar que um ídolo pode benef iciar o ser humano.
Is.44:21 21. Lembra-te destas coisas. Deus ordena a Israel atentar para o que Ele disse sobre a tolice de se adorar ídolos. Israel pertence a Deus e deve servi-Lo.
Is.44:22 22. Como a nuvem. Assim como o sol e o vento dispersam as nuvens, Deus faz desaparecer as transgressões de Seu povo.
Is.44:23 23. Regozijai-vos, ó céus. Os "céus e as ‘‘profundezas da terra" simbolizam o mundo todo (ver com. de Is 40:22). Não só Israel, mas toda a terra, se regozijará com o amor e a graça de Deus.
Is.44:24 24. Que faço todas as coisas. Ver com. de Is 40:12, 22, 26, 28. Os céus. Ver com. de ís 34:4; 40:22.
Is.44:25 25. Sinais. Do heb. othoth, "sinais”, “indícios”. Isso se refere aos sinais dados pelos sábios pagãos para justificar suas declarações. Deus confundiría a sabedoria desses pagãos e provaria que suas palavras são mentira. Enlouqueço. Não no sentido de insanidade, mas de torná-los tolo. Quando dessem em nada, suas previsões manifestariam sua tolice.
Is.44:26 26. Confirmo a palavra. Assim como Deus revela a tolice dos falsos proletas, Ele vindica a legitimidade dos verdadeiros. Suas predições se cumprem (ver com. de Jr 28:9). Meu servo. Neste caso, provavelmente, o profeta Isaías (ver com. de Is 41:8). Ela será habitada. Mais de um século antes, Jerusalém foi conquistada por ; Nabucodonosor, e seu povo, levado cativo. Deus predisse a restauração. Essa é uma predição surpreendente, em contraste marcante com a profecia referente à cidade de Babilônia, que ao final ficaria desolada como Sodoma e Gomorra, e jamais seria habitada (ver Is 13:19, 20).
Is.44:27 27. À profundeza. Do heb. tsulah, “profundezas do [oceano ou rio]”. Este é o único emprego desta palavra no AT. Esta predição se cumpriu quando Ciro desviou as águas do Eufrates para que os soldados pudessem entrar em Babilônia. Jeremias fez predições semelhantes referentes à queda de Babilônia, comparando sua queda com a seca do rio Eufrates (ver eom. de Jr 50:38; 51:36; cf. Ap 16:12).
Is.44:28 28. Ciro. Esta profecia é surpreendente por mencionar Ciro pelo nome, um século e meio antes de seu tempo, e predizer o papel notável que desempenharia na libertação dos judeus (ver IRs 13:2, sobre uma profecia com respeito à reforma de josias). Sem dúvida, Ciro deve ter ficado muito surpreso ao saber que uma profecia judaica o citava pelo nome, descrevia a conquista de Babilônia e predizia sua política com relação aos judeus cativos, um século e meio antes de seu nascimento (ver PR, 557). Meu pastor. Ao derrotar Babilônia e libertar os judeus, Ciro tez pelo Israel nacional o que Cristo fará por todos os escolhidos ao derrotar a Babilônia espiritual e libertar Seu povo do domínio dela (Ap 18:2-4, 20; 19:1,2). Será edificada. Logo após conquistar Babilônia, Ciro promulgou o decreto que permitiu aos judeus cativos retornar à sua terra natal e reconstruir o templo (2Cr 36:22, 23; ver com. de Ecl 1:1-4). Capítulo 45 estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor, e não há outro.
Is.45:1 1. Ao Seu ungido, a Ciro. A mensagem de Isaías 44 continua no cap. 45 sem interrupção (ver 44:28). Os hebreus empregavam o título "ungido”, do heb. mashiach (Messias), tanto para se referir ao sumo-sacerdote (Ex 30:30) quanto ao rei (lSm 24:6; ver com. de SI 2:2). Cristo (gr. Christos, “ungido”) foi ungido pelo Espírito Santo para realizar Sua obra em favor da humanidade caída (Is 61:1; Lc 4:18; At 10:38; ver com. de iVlt 1:1). Escritores antigos falam de Ciro como um homem de nobreza singular e caráter reto. As portas. Heródoto, historiador grego, relata que, na noite em que Ciro conquistou Babilônia, as portas da cidade ao longo do Eufrates não estavam fechadas. Um banquete estava sendo realizado, e permitiu-se que o povo cruzasse o rio livremente.
Is.45:2 2. Endireitarei os caminhos tortuosos. A LXX e o rolo lQlsa do Mar Morto dizem “nivelarei os montes” (ver com. de Is 40:3, 4). O Senhor prepararia o caminho para Ciro realizar a obra divina. A linguagem do versículo é simbólica.
Is.45:3 3. Os tesouros. Ciro se apoderou de enormes tesouros quando tomou Sardes, na Asia Menor, capital de Creso, o riquíssimo rei de Lídia. O mesmo aconteceu quando conquistou Babilônia. Em seu êxito, Ciro devia reconhecer a mão do Senhor.
Is.45:4 4. Por amor do Meu servo Jacó. Era ? a vontade de Deus que os judeus voltassem à sua terra após 70 anos, mas é evidente que Babilônia não estava disposta a libertá-los. Portanto, Deus suscitou os persas e fez de Ciro Seu instrumento para libertar os judeus.
Is.45:5 5. Não há outro. Ciro viveu num país onde poucos, ou ninguém, reconheciam o Senhor. No entanto, Deus ordenou o curso dos eventos de tal modo que Ciro tivesse uma oportunidade de reconhecê-Lo como o governante supremo e aquele que lhe designou essa missão (ver com. de Ed 1:2),
Is.45:6 6. Para que se saiba. Por meio da influência de Ciro, pessoas de todas as nações ouviríam falar do Senhor, que o tinha designado.
Is.45:7 7. Eu formo a luz. Foi por volta da época de Ciro, ou logo depois, que o zoroas- trísmo se tornou a religião da Pérsia. Sua divindade era Ahura-Mazda, o dito deus da luz e da vida, que estava em constante conflito com os exércitos malignos da escuridão sob o comando de Arimã. Deus Se revelou a Ciro, e, por meio deste, ao mundo, que Ele era o Criador da terra, o verdadeiro Deus da luz. Paz. O rolo lQIsa do Mar Morto diz “bem”. Mal. Do heb. rd, que pode significar tanto maldade moral, que brota do coração, ou problemas que advêm a alguém. Neste caso, emprega-se o último sentido (ver Is 47:11; Am 3:6). Deus é o autor da “luz” e da “paz”. Ele permite o “mal”, tanto moral como material, para que a humanidade e os anjos testemunhem o resultado de se desviar dos princípios eternos da justiça (ver com. de Dn 4:17). Na Bíblia, com frequência representa-se a Deus como causador daquilo que Ele não impede (ver com. de 2Cr 18:18).
Is.45:8 8. Destilai. O rolo iQIs" do Mar Morto traz “irrompei em pedaços”. Chovam justiça. Isaías retrata a justiça descendo do céu como uma chuva suave, que traz paz e refrigério à terra árida (ver SI 72:6; Os 6:3; J1 2:23). Abra-se a terra. O rolo lQIs" do Mar Morto diz, nesta frase e na seguinte, “o que fala à terra, e brotam salvação e justiça”. Este rolo não traz ‘'juntamente”, nem “Eu, o Senhor, as criei”.
Is.45:9 9. Contende com o seu Criador. O contexto deixa claro que esta advertência é dirigida a Ciro. Deus o chamou para realizar uma tarefa específica, e tudo lhe iria bem se ele cooperasse com o plano divino. Dirá o barro [...]? O rolo lQls:i do Mar Morto diz “Ai do que diz”, etc. A tua obra não tem alça. Literalmente, “ou tua obra, não há mãos para ela?”. Ciro, representado aqui por um caco de barro, não deveria contender por causa do papel que Deus lhe designou. Deus o havia suscitado para um propósito particular, e, sem a mão guiadora de Deus, ele jamais se tornaria o grande líder que foi. Visto que Deus tinha feito dele o que era para um propósito particular, Ciro devia cumprir sua missão.
Is.45:10 10. Por que geras? Ciro não deveria se ressentir ou se rebelar contra o papel designado a ele. É interessante imaginar a reação de Ciro a esse conselho, caso estas palavras de Isaías tenham sido lidas a ele por Daniel (ver PR, 557).
Is.45:11 11. Quereis, acaso, saber as coisas futuras? Os Targuns trazem esta frase como um questionamento: “perguntarás... ?” Um estranho não tem o direito de interferir na maneira como alguém dirige sua casa; da mesma forma, Ciro não devia questionar a maneira como Deus lida com Seu povo Israel. O Senhor não tem obrigação de prestar contas de Seus atos. O que Ele faz é para o bem deles, e isso é tudo o que Seus filhos precisam saber. Quereis dar ordens [...]? A última parte do versículo deve estar em forma de pergunta: “Quereis dar ordens [...] acerca das obras de Minhas mãos?” Caso contrário (verARC), ov. 11 contradiría as declarações dos v. 9 e 10. Ciro devia aceitar as ordens que Deus lhe deu, e não buscar satisfazer seus próprios desejos quando estes estivessem em conflito com a vontade divina (sobre os princípios envolvidos na relação de Deus com Ciro, ver com. de Êx 9:16; Dn 4:17).
Is.45:12 12. Criei nela o homem. Deus criou o mundo e seus habitantes e teve um propósito benéfico para isso. Ciro talvez não compreendesse os propósitos divinos, mas isso não seria desculpa para deixar de cumprir o papel designado a ele (ver v. 13). As Minhas mãos estenderam os céus. Isto é, os céus atmosféricos (ver com. de Is 40:12).
Is.45:13 13. Suscitei a Ciro. Ver com. de Is ? 44:28; 45:1. Até aqui (v. 1-12), Deus se dirige a Ciro de forma direta, na segunda pessoa. Nesta passagem, ao falar com Seu próprio povo sobre o plano de retorno à Judeia, Deus se refere a Ciro na terceira pessoa. Libertará os Meus exilados. Este é o propósito para o qual Ciro foi exaltado por Deus (ver com. de Ed !:E4).
Is.45:14 14. A riqueza do Egito. Isto é, o produto do trabalho. Deus Se dirige a Seu povo, antes de seu retorno do cativeiro (ver com. do v. 13). Assim como os v. 1 a 12 esboçam a vontade de Deus para Ciro, os v. 13 a 25 constituem uma declaração do propósito divino de restabelecer os judeus em sua terra natal. Passarão ao teu poder. Os judeus não seriam apenas restabelecidos na sua terra natal; eles se tornariam uma grande nação, honrada por todas as outras (sobre o papel de Israel após o retorno do cativeiro, ver p. 16-19; ver também SI 68:31; 72:10; Is 60:1-11).
Is.45:15 15. Deus misterioso. Embora os caminhos de Deus não sejam sempre evidentes ao ser humano (às vezes, podem parecer escondidos), Ele Se manifestará no devido tempo com misericórdia e bênção.
Is.45:16 Sem comentário para este versículo
Is.45:17 17. Israel, porém, será salvo. Era propósito divino que, depois do retorno de Babilônia, Israel fosse leal a Deus, tornando possível o cumprimento de todas as antigas promessas (ver p. 16-19). Porém, com o passar do tempo, Israel outra vez abandonou o Senhor, perdeu Sua bênção e foi substituído no plano divino pelos crentes em Cristo (ver p. 21-23). Do mesmo modo, todas as promessas feitas ao Israel nacional pertencem à igreja. Paulo declara: “Todo o Israel será salvo”, e ele define Israel como a igreja (ver com. de Rm 11:26). Em toda a eternidade. Isto é, “para sempre”.
Is.45:18 18. Para ser habitada. Ver com. do v. 12. A terra não foi criada em vão (do heb. tohu; ver com. de Gn 1:2). Foi designada para ser o lar do ser humano. A despeito dos propósitos do inimigo e da ruína que ele pode trazer por meio do pecado, o plano original de Deus se cumprirá afinal. A criação teve um propósito; não foi meramente um fim em si mesma. O pecado adiou o cumprimento desse propósito, mas, embora adiado por um tempo, ele se cumprirá finalmente. Os propósitos infinitos de Deus não conhecem pausa, nem pressa (ver DTN, 32).
Is.45:19 19. Não falei. Nao so a criaçao foi um ato planejado (ver com. do v. 18), mas também a escolha de Israel por parte de Deus. Assim como o Senhor suscitou a Ciro, não apenas para ser um grande governante, mas para desempenhar um papel no plano divino, Deus suscitou a Israel - e depois, o libertou do cativeiro - para realizar Seu propósito eterno por meio desse povo (ver com. de Êx 9:16; Dn 4:17).
Is.45:20 20. Escapastes das nações. Os judeus, libertados por Ciro para voltar às suas casas, deviam se reunir e agradecer a Deus a libertação, reconhecendo as evidências de Seu amor e poder. Também deviam reconhecer a tolice da idolatria. A história revela que o cativeiro babilônico curou os judeus da idolatria, muito embora apenas um número relativamente limitado deles tenha voltado para a Palestina.
Is.45:21 21. Declarai. Este desafio se dirige aos que adoram ídolos. Deixe-os, se puderem, apresentar provas convincentes de sua divindade (ver com. de Is 41:22, 23; 43:9; 44:7). Deus justo e Salvador. Justiça e misericórdia são os princípios que determinam todas as relações de Deus com a humanidade. Satanás defende que essas qualidades são incompatíveis e que Deus não é misericordioso com Suas criaturas no exercício da justiça divina, nem é justo no exereício da misericórdia. O plano de salvação mostra que essa acusação é falsa (ver com. de SI 85:10).
Is.45:22 22. Olhai para Mim. Ver com. de is 56.7; cf. Nm 21:9; Jo 3:14. Não há outro. Ver com. de At 4:12; cf. Jo 6:68.
Is.45:23 23. Todo joelho. Todos finalmente reconhecerão a justiça e a misericórdia divinas (ver com. do v. 21; sobre o cumprimento destas palavras, ver com. de Rm 14:11; Ep 2:10, II; Ap 5:13; cf. Ap 15:3; 19:1-6).
Is.45:24 24. No Senhor. Ninguém pode ser justo sem Cristo, pois não há justiça em nós mesmos (Is 64:6; Rm 7:18). Para ter caráter justo, o ser humano depende completamente de Cristo (ver com. de Rm 8:1-4; Cl 2:20).
Is.45:25 25. Será justificada. Ser justificado significa ser absolvido, ou declarado inocente (ver com. de Rm 5:1). Cristo morreu para tornar isso possível à humanidade. Capítulo 46 ] Os ídolos de Babilônia não -puderam se salvar. 3 Deus salva Seu povo até o fim. 5 Os ídolos não se comparam a Deus em poder, 12 nem podem oferecer salvação.
Is.46:1 1. Bel se encurva. Em Isaías 40:19, 20; 41:23, 24; 44:9-20; 45:16, o profeta enfatiza a tolice de se adorar ídolos. Neste capítulo, tala em particular dos deuses de Babilônia. Bel, que significa “senhor”, era o título empregado a Marduque, o deus babilônico (Jr 50:2; 51:44). Durante as festividades de Ano Novo, os reis de Babilônia tomavam as mãos de Marduque e recebiam confirmação do reinado para o ano seguinte. Os reis da Assíria seguiram a mesma prática quando se tornaram governantes de Babilônia (ver vol. 2, p. 44). O nome Bel ocorre nos nomes Beltessazar (Dn 1:7) e Belsazar (Dn 5:1). Nebo. Ou, Nabu, o deus babilônico St-do conhecimento e da literatura. Seu centro de adoração era em Borsipa, próximo a Babilônia. Depois de Marduque, este era o mais importante dos deuses, e era considerado seu filho. Nebo honrava seu pai com uma visita anual a Babilônia, durante a celebração de Ano Novo. Em retribuição, Marduque acompanhava Nebo em parte do caminho de volta para Borsipa. O nome de Nebo faz parte dos nomes Nabucodonosor (ver com. de Dn 1:1) e Nabopolassar. Sobre os animais. Nas viagens mencionadas, Bel e Nebo eram levados por homens ou nos lombos de animais. Em contraste, o Deus de Israel tinha levado e libertado Seu povo (v. 3). Enquanto Bel e Nebo precisavam da ajuda de seus devotos, o verdadeiro Deus ajudava aqueles que O adoravam.
Is.46:2 2. Entram em cativeiro. Quando Senaqueribe destruiu a cidade de Babilônia, em 689 a.C., levou a estátua de Marduque para Asur como um despojo de guerra (ver vol. 2, p. 49, 50). Esse ídolo permaneceu ali até o reinado de Assurbanípal, quando foi devolvido a Babilônia. Isaías retrata de forma vivida a completa impotência do maior dos deuses babilônicos.
Is.46:3 3. A quem desde o nascimento carrego. Ver com. de ls 46:1; cf. Dt 1:31; Is 63:9.
Is.46:4 4. Até à vossa velhice. O Senhor jamais deixaria de cuidar dos Seus. Enquanto houvesse vida, Ele os protegeria como pais amorosos protegem seus filhos.
Is.46:5 5. A quem Me comparareis? Isaías faz essa pergunta vez após vez (ver com. de Is 40:18, 25).
Is.46:6 6. Para que faça um deus. Ver com. de Ts 40:19, 20; 41:7 cf. 44:9-17. Quando alguém conhece a Deus e ainda assim se recusa a honrá-Lo, seu coração fica entenebreeido e, professando ser sábio, se torna tolo.
Is.46:7 7. Levam-no. Ver com. do v. 1, Nenhuma resposta. Ver com. de Is
Is.46:8 8. Lembrai-vos disto. Deus advertiu Israel dos males da transgressão (Dt: 28:14- 68; 32:37-41), contudo, não foi ouvido (Is 6:9, 10). 1 saias reitera essa mensagem (Is 1:2, 4, 5, 21-23; 43:27; 58:1; 59:13), na esperança de salvar a nação da tragédia. “Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado” (EF, 72; sobre o perigo de se esquecer de Deus, ver Dt 6:12; 8:11; Rm 1:21-23; ver com. de Êx 20:8).
Is.46:9 Sem comentário para este versículo
Is.46:10 10. Anuncio o que há de acontecer. Ver com. de Is 41:4, 22; cf. 44:7; 45:21. O Meu conselho permanecerá de pé. Isaías apresenta este argumento da suprema autoridade e do poder divinos diversas vezes (ver com. de ls 14:24; cf. 14:26, 27; 43:13). A História não é mero acaso (ver com. de Dn 4:17). Deus tem um propósito para o mundo, e esse propósito prevalecerá (ver com. de ls 45:18, 19).
Is.46:11 11. A ave de rapina desde o Oriente. Esta expressão representa Ciro (ver com. de ls 41:2; 44:28; 45:1). Ciro foi um “pastor” para o rebanho disperso de Israel, mas uma ave de rapina para Babilônia, a inimiga do povo de Deus.
Is.46:12 12. Vós, os que sois de obstinado coração. Literal mente, “fortes de coração” (ver com. de Ex 4:21). O professo povo de Deus se mostrou teimoso e voluntarioso. Não ouvia a Deus nem à razão. A teimosia é o arqui-inimigo da justiça, ao passo que a mansidão leva à bondade (ver com. de Mt 5:5).
Is.46:13 13. Faço chegar a Minha justiça. Isto é, Deus libertaria Seu povo de Babilônia, por meio de Ciro (Is 45:13). A libertação do cativeiro babilônico é um símbolo da grandiosa libertação dos grilhões do pecado por meio de Cristo. Não tardará. O cativeiro babilônico duraria 70 anos (Jr 25:11, 12; 29:10). Ao fim dele, os judeus retornariam à sua terra natal com o decreto de Ciro (2Cr 36:21-23; Ecl 1:1-4). Perto do final dos 70 anos, o Senhor revelou a Daniel a profecia da restauração e da vinda do Messias (Dn 9:2, 24, 25). Os profetas, com frequência, referem-se à vinda do Messias como o clímax da obra de restauração iniciada com o retorno do cativeiro (ver Zc 6:11-13; etc.). Se Israel tivesse sido fiel, a história do plano da salvação teria logo chegado ao seu clímax (ver p. 16, 17). Capítulo 47 I Os juízos divinos sobre Babilônia e a Calãeia. 6 Por causa da falta de compaixão, 7 Ao orgulho 10 e da autossuficiência 11 eles são inevitáveis. das tuas feitiçarias e da abundância dos teus muitos encantamentos.
Is.47:1 "1. Virgem filha. Comparar com “a virgem, filha de Sião” (Is 37:22), ""virgem filha do Egito"" (Jr 46:11). Em contraste, Babilônia era prostituta (cf. Ap 17:1, 5). As prostitutas ligadas aos antigos templos orientais eram chamadas de “virgens santas"", mas não eram virgens nem santas. Babilônia se jactava de sua religião, que aparentemente tinha glória • e beleza, mas na verdade era abominação. O profeta desmascara a “virgem filha"" e revela sua vergonha. Em vez de se sentar num trono, ela assumiría seu lugar, no pó da terra, símbolo de luto e desolação (et. Is 3:26; comparar com Ap 17:4). Leitores atentos observam a surpreendente semelhança entre boa parte do simbolismo e da linguagem do Apocalipse e passagens de lsaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. Fica claro que João, sob inspiração divina, usou muito da linguagem dos profetas antigos, a fim de apresentar as experiências da igreja numa terminologia familiar e significativa ao leitor do AT. A opressão causada pela Babilônia histórica e sua subsequente desolação ofereceram a João uma descrição vivida da opressão do povo remanescente de Deus pela Babilônia espiritual e da final desolação da mesma. O simbolismo e a linguagem do Apocalipse se tornam mais claros e significativos quando estudados à luz do que os profetas antigos escreveram com respeito aos acontecimentos de seus dias. Vários aspectos do castigo da Babilônia histórica (Is 47) ajudam a entender o castigo da Babilônia espiritual (Ap 16—19).
Isaías 47
1. ""assenta-te no chão'' (v. í). 2. “nunca mais te chamarás a mimosa c delicada"" (v. I); ""dada a prazeres, que habitas segura-' (v. 8), 3. ""toma a mó (v. 2). 4. ""tomarei vingança"" (v. 3). 5. ""senhora de reinos"" (v. 5): “eu serei senhora para sempre"" (v. 7); ""eu só, e além de mim não há outra; não Picarei viúva, nem conhecerei a perda de Klhos"" (v. 8). 6. ""porém não usaste com ela de misericórdia [...] fizeste mui pesado o leu jugo (v. 6). 7. ""num momento, no mesmo dia” (v. 9). 8. ""da multidão das tuas feitiçarias"" (v. 9). 9. ""Pelo que sobre ti virá o mal [...] da qual por expiação não (e poderás livrar: sobre ti, de repente, virá tamanha desolação"" (v. 13). 10. ""o fogo os queimará (v. 14). 1 1. ""aqueles com quem negociaste"" (v. 15).
Apocalipse 16 a 19.
1. ""lançaram pó sobre a cabeça"" (18:19). 2. ""viveu em luxúria"" (18:7; ""tudo o que é delicado e esplendido"" (18:14). 3. ""levantou uma pedra como grande pedra de moinho’’ 4. ""e lembrou-Se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor da Sua ira"" (16:19); ""dai-lhe em retribuição como também eia retribuiu"" (18:6); ""poderoso é o Senhor Deus, que a julgou"" (38:8); “julgou a grande meretriz"" (39:2). 5. “a grande cidade que domina sobre os reis da terra-’ (17:18): ""estou sentada como rainha. Viúva, não sou. Pranto, nunca hei de ver!” (18:7). 6. ""vi a mulher embriagada com o sangue dos santos” (1 7:6); ""e nela se achou sangue de profetas, de santos e dc todos os que foram mortos sobre a terra"" (18:24).7. ‘ém um só dia [...j em uma só hora"" (18:8, 10, 17, 19). 8. ""do vinho do furor da sua prostituição"" (18:3); “todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria"" (18:23). 9. ""e a farão devastada e despojada, e lhe comerão as carnes,-' (17:16); “seus flagelos"" (18:4. 8); ""no cálice em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela [...] dai-lhe em igual medida tormento e pranto [...] morte, pranto e fome"" (18:6-8). 10. ""e a consumirão no íogo (17:16); ""e será consumida no fogo"" (18:8); “iumaceira do seu incêndio"" (18:9). 11. ""Os mercadores destas coisas, que, por meio dela, se enriqueceram"" (18:15); “os teus mercadores foram os grandes da terra"" (18:23).
Ver também com. de Is 13; 14; 23; Jr 25:12; 50:1; Ez 26:13."
Is.47:2 2. Mói a farinha. Babilônia se considerava uma senhora (Is 47:7; cf. Ap 18:7), mas se tornaria uma escrava (cf. Ex 11:5; Jó 31:10). Seria privada dos ornamentos e das roupas l inas com que se enfeitava, e todos veríam a figura de uma escrava, deformada por anos de trabalho pesado. Tira o teu véu. Isto é, remova-o. Desnuda as pernas. Literalmente, “tira a saia’’. Assim as imagens assírias retratam as mulheres cativas. Atravessa. O quadro é de um grupo de escravas tristes, despojadas de suas vestes, de pés descalços e nuas atravessando um riacho a caminho da terra do cativeiro.
Is.47:3 3. Não pouparei a homem algum. O significado desta frase não está claro. A mudança de uma letra no hebraico resultaria em: ‘‘Não perderei sequer um homem”, isto é, dos cativos. Deus não mostraria misericórdia a nenhum babilônio (ver jr 50:3, 13, 14, 25, 29, 31, 40; 51:6, 22-24, 62).
Is.47:4 Sem comentário para este versículo
Is.47:5 5. Assenta-te calada. Em vez de alegria e regozijo, haveria silêncio de desolação e morte (ver Jr 50:12, 13, 39; 51:26, 29, 43, 62). Senhora de reinos. Ver Is 47:7; Ap 18:7.
Is.47:6 6. Muito me agastei. Sobre o tempo passado usado para se referir ao cativeiro futuro, ver vol. I, p. 3. Deus permitiu que Babilônia punisse o ímpio povo de Judá (ver Jr 5:15; TIb 1:6), mas não sancionou as crueldades que Babilônia lhe infligiu. Por causa da crueldade e voracidade, Deus destruiría Babilônia, a destruidora (jr 50:10, 11; 51:25). Deus lidou com a Assíria de forma semelhante (Is 10:5-15).
Is.47:7 7. Eu serei senhora para sempre! Com jactanciosa confiança, Babilônia pensava que seria sempre a principal cidade e senhora do mundo. Da mesma forma, Roma se considerava a “cidade eterna”. Nos últimos dias, a Babilônia espiritual também se considerará urna rainha destinada a jamais prantear (Ap 18:7). Nem te lembraste do seu fim. Em sua prosperidade e glória, Babilônia não ponderou o resultado de sua conduta ímpia e de sua arrogância. Felizes os que se lembram de que “aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (G1 6:7), e que os caminhos do mal são sempre “caminhos de morte” (Pv 14:12).
Is.47:8 8. Segura. Ou, “com [falso senso de] segurança”. Além de mim não há outra. Só Deus pode afirmar isso (Dt 4:35, 39; Is 44:8; 45:5), mas Babilônia logo declarou isso de si mesma. Nínive também havia se vangloriado de forma semelhante (Sf 2:15). Não ficarei viúva. Comparar com Ap 18:7.
Is.47:9 9. Virão em cheio. Ou, “abundantemente”. Tuas feitiçarias. O misticismo de Babilônia não a salvaria da destruição. Na última noite da história de Babilônia, os astrólogos e videntes chamados diante de Belsazar foram incapazes até de ler a escrita na parede, sem falar na incapacidade de salvar a cidade de sua sorte (Dn 5:7, 26-31). E por meio da feitiçaria que a Babilônia espiritual consegue enganar e desviar as nações da terra (Ap 18:23). Pela prática do ocultismo, os feiticeiros babilônios professavam ter contato com os deuses. Contudo, quando suas declarações foram postas à prova puderam apenas admitir vergonhosa mente que não possuíam tal poder (Dn 2:2, 11).
Is.47:10 10. A tua sabedoria. Ver com. de Dn 1:4. Isso te fez desviar. Comparar com Ez 28:15-17. Além de mim não há outra. Ver com. do v. 8.
Is.47:11 11. Por encantamentos não saberás conjurar. Também se pode traduzir assim: “[contra o qual] não conhecerás encantamentos”. Deus predisse a queda de Babilônia um século e meio antes, de fato antes de surgir o império neobabilônico. Mesmo assim, todos os sábios da Babilônia ficaram surpresos quando essa hora chegou (Dn 5:4-9; cf. Mt 24:39). Os feiticeiros não tinham encantamentos contra o decreto dos céus e o poder de Ciro.
Is.47:12 12. Tirar proveito. Mais exatamente, “capaz de permanecer”. As palavras de Isaías tinham um tom irônico. Como sabia que Babilônia recorrería à feitiçaria a despeito de qualquer advertência, Isaías propôs, com evidente ironia, que continuasse com sua tolice. Talvez sua mágica funcionasse, afinal (comparar com Os 4:17)!
Is.47:13 13. Os que dissecam os céus. Literalmente, “os que dividem os céus”. A astrologia, embora ainda não muito desenvolvida, era forte na antiga Babilônia. Estudava- se o céu com atenção bem como sinais de eventos futuros. Mas de nada valeríam os esforços dos astrólogos babilônios. Isaias desafiou os sábios de Babilônia a continuar com a prática do ocultismo e a concluir por si mesmos que vantagem isso daria na hora da destruição predita pelo Senhor. Os que em cada lua nova te predizem. Literalmente, "os que fazem saber [o tempo das] luas novas”, um campo da antiga ciência da astronomia.
Is.47:14 14. O fogo os queimará. Não fogo literal, visto que os persas não destruíram Babilônia com fogo (sobre sua ruína, ver com. de ls 13:19, 20). Os conselheiros seriam inúteis para os que neles confiaram, tão inúteis contra as chamas da guerra como o restolho consumido pelo fogo.
Is.47:15 15. Aqueles com quem negociaste. Babilônia era “terra de comerciantes’’ e “cidade de mercadores’’ (Ez 17:4). A Babilônia espiritual também está intimamente ligada aos “mercadores da terra’ (Ap 18:11-19). O grande interesse da Babilônia antiga estava em coisas materiais e em ganho financeiro. O uso ilegítimo de bênçãos materiais sempre prova ser uma maldição para aqueles que as acumulam (ver Dt 8:10-18; Os 2:5-9; Lc 12:13-21; verp. 19, 20). Capítulo 48 porventura, não o admites1? Desde agora te faço ouvir coisas novas e ocultas, que não conhecias. que te ensina o que é útil e te guia pelo caminho 11 em que deves andar.
Is.48:1 1. Ouvi isto. lsaías se dirige aos hipócritas de Israel, aqueles que professavam servir a Deus, mas na verdade faziam o que queriam (ver com. de Mt 6:2). Da linhagem de Judá. Os Targuns trazem "a semente de Judá”. Confessais. Literalmente, “fazeis recordar”.
Is.48:2 2. Da santa cidade. Esses traidores professavam ser cidadãos de Sião, mas o eram apenas no nome (ver Is 29:13; Jr 7:4, 9-11; Mq 3:11; Mt 3:9; 15:8; Jo 8:33, 39; Rm 4:1,2; 9:6). Eles buscavam os benefícios que resul- tavam da lealdade a Deus, mas não estavam dispostos a pagar o preço da obediência (ver com. de Mt 7:21-27). Queriam todos os privilégios do díscípulado, mas se recusavam a assumir as responsabilidades,
Is.48:3 3. As primeiras coisas [...] anunciei. Ver com. de ls 41:4, 23; 42:9. Não os pagãos, mas o infiel povo de judá é chamado a reconhecer a presciência de Deus. De repente. Ou, de forma inesperada. Deus predisse esses eventos, mas os hipócritas infiéis foram pegos de surpresa (ver Mt 24:39). Em 1 Tessalonicenses 5:1 a 8, há um conselho semelhante para os que aguardam a vinda do Senhor.
Is.48:4 4. Obstinado. Quando Deus chamou Israel, Ele já sabia o que aconteceria. As advertências contra a transgressão foram dadas porque o Senhor sabia dos perigos que eles encontrariam e como cairíam facilmente na tentação (ver com. de Dt 9:6; cf. com. Ex 4:21).
Is.48:5 5. Meu ídolo. Israel tinha acabado de sair do Egito quando atribuiu sua libertação a um ídolo (Ex 32:4). Na época do cativeiro de 586 a.C., Jeremias também repreendeu Israel pela dureza de coração (jr 44).
Is.48:6 6. Já o tens ouvido. Aquilo que o Senhor predisse se tornou realidade, e eles o viram com seus próprios olhos. Acaso, não reconhecerão Sua presciência? Coisas novas. O Senhor revela mais informações sobre os eventos que ocorreríam. Nem o ser humano, nem seus ídolos poderíam levar o crédito por predizer essas coisas.
Is.48:7 Sem comentário para este versículo
Is.48:8 8. Mui perfidamente. Ver com. do v. 1. Deus conhecia o caráter perverso dos israelitas e sabia que não queriam acreditar e que, até o fim, tentariam justificar sua rebeldia. A seguir, Ele apresenta uma série de predições incomuns, incluindo o cativeiro por vir, a missão de Ciro um século antes de sua época, a libertação do jugo babilônico e outros eventos que culminariam com a vinda do Messias. Transgressor. Ou, “rebelde” (Dt 29:4; 31:27).
Is.48:9 9. Por amor do Meu nome. Por causa da perversidade (ver com. dos v. 1,2), o povo de Judá não merecia a misericórdia ou o favor de Deus. Sua queda, porém, traria opróbrio sobre Seu santo nome, pois O considerariam caprichoso, vingativo e incapaz de cumprir Seus próprios planos. O nome de Deus representa Seu caráter: um Deus “compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade” (Ex 34:6). Por essa razão, Deus continuaria a manifestar bondade e misericórdia para com eles, apesar da teimosia humana. Eles eram Seu povo, e Seu plano para a salvação do mundo estava, então, ligado a eles (ver p. 13-17).
Is.48:10 10. Não resultou prata. De preferên- i> cia, “como a prata”. Israel não seria refinado com calor tão intenso como o necessário para purificar a prata, pois assim teria sido consumido por completo. Israel seria corrigido apenas "em justa medida” (Jr 30:11; Os 11:9), isto é, apenas até o necessário para consumir a imundícia e a escória (ver Ez 22:15-22). Provei-te. Ou, “purifiquei-te” ou “refinei-te (ver Ml 3:2, 3).
Is.48:11 11. Por amor de Mim. Ver com. do v. 9. Se não tivesse redimido Israel, o nome do Senhor teria sido profanado entre os pagãos. Deus restauraria os filhos de Israel, não por mérito deles, mas por Sua misericórdia, para a glória de Seu nome.
Is.48:12 12. A quem chamei. Nos v. 1 e 2, Deus Se dirige a Israel como um povo que levava Seu nome com hipocrisia e não com sinceridade. Deus lhes relembra do chamado original para ser Seu povo (ver Dt 7:6-16; 10:15; 14:2; SI 135:4; ls 41:8; 43:1; 44:1, 2). Ao relembrá-los de Seu amor, Deus buscou atraí-los de volta para Si (ver Ez 16:1-14; Os 11:1-8). Sou o primeiro. Ver Ls 41:4; cf. Ap .1:5, 8, 17; 22:13. Era uma honra e uma responsabilidade ser escolhido por Deus como loi Israel.
Is.48:13 13. Minha mão fundou. Ver com. de Is 40:12, 26, 28. O Deus que criou o universo é o mesmo que formou a nação de Israel e lhe deu a missão de ser Sua representante na Terra (ver p. 13, 14).
Is.48:14 14. Ajuntai-vos. Mais uma vez, Deus se dirige àqueles que adoravam ídolos (ver com. do v. 5). O Senhor amou a Ciro. Estas palavras podem se referir a Ciro (ver v. 14, 15; ls 44:26-45:4) ou a Israel (cf. ls 45:4; 48:12, 13).
Is.48:15 15. Já o chamei. Ver com. do v. 14. Tanto Ciro (ls 4:1-4) quanto Israel (43:1; 48:10) foram chamados por Deus.
Is.48:16 16. Chegai-vos a Mim. Isto é, ao Senhor. Deus chama a atenção do povo para o que está prestes a dizer. Não falei em segredo. Ver v. 3 a 7. Deus Me enviou. De acordo com o contexto, parece que Cristo é quem laia. Foi Deus quem enviou jesus em Sua missão. Jesus tem estado com o Pai desde o início (Jo 1:1-3); mas, quando o Pai Lhe deu uma obra a realizar neste mundo de pecado, Ele deixou o Céu para cumpri-la (jo 1:14; 3:34; 6:29, 57; 17:3, 4). Quando Jesus veio ao mundo como o Messias, Deus enviou o Espírito Santo para estar sobre Ele (Is 11:2; 42:1; 61:1-3; Mt 3:16; Lc 4:18-21; Jo 1:32, 33; At 10:38). Aqui são mencionado os três membros da Divindade (ver com. de Is 42:1).
Is.48:17 17. Que te ensina o que é útil. Isto é, "te ensina o que é bom para seu próprio bem”. Cristo veio para ensinar à humanidade os segredos da paz e das bênçãos (Mt 6:33; 16:24- 26; Jo 6:33; 10:9, 10; 17:3) e guiá-la no caminho da vida eterna (Jo 10:9; 14:6; Hb 10:20).
Is.48:18 18. Meus mandamentos. Os mandamentos de Deus foram ciados para guiar a humanidade nos caminhos da paz e da justiça (SI 119:1, 2, 6, 9, 165; Pv 3:1, 2). Todas as leis de Deus são para o bem do ser humano, para guiá-lo no caminho da retidão e protegê- lo do pecado e do sofrimento.
Is.48:19 19. Como a areia. Ver Gn 22:17; 32:12. A obediência resultaria numa descendência numerosa; mas a desobediência causaria extinção (Is 1:19, 20).
Is.48:20 20. Saí. Esta é uma antecipação do tempo quando Deus chamaria Seu povo para sair de Babilônia, a fim de não ter o mesmo destino dela (jr 50:8; 51:6, 45). Nos últimos dias, faz-se o mesmo convite urgente ao povo de Deus; contudo, com respeito à Babilônia espiritual (Ap 18:4).
Is.48:21 21. Não padeceram sede. Isto aconteceu com Israel no caminho do Egito à terra prometida (Ex 17:6; SI 105:41; sobre a aplicação simbólica destas palavras, ver com. de Is 41:17-19; 43:19, 20; jo 4:10, 14).
Is.48:22 22. Não há paz. Comparar com Is 57:20,21. As sinceras exortações e repreensões deste capítulo (v. 1, 4, 8, 10, 17, 18) culminam com esta declaração categórica a respeito dos resultados trágicos da transgressão. Paz é o resultado seguro da justiça (ver com. de Is 32:17), e é completamente inatingível para os que andam nos caminhos do mal. No v. 18, a paz está associada à obediência aos mandamentos de Deus. Embora o ser humano busque a paz com sinceridade, não pode assegurá-la a não ser pelos meios instituídos por Deus.
Is.49:1 1. Ouvi-Me, terras do mar. Deus tala às "terras do mar’’, ou nações gentias que ficavam às margens do Mediterrâneo. Este versículo dá início a uma seção importante do livro de Isaías (Is 49-53), na qual o “servo" do Senhor é basicamente Cristo (ver com. de ls 41:8). O tema desta seção é a missão gloriosa do “servo” de Deus e Seu ministério neste mundo. Israel deve ser restaurado, e os gentios, reunidos (sobre o papel de Israel na proclamação do evangelho, ver p. 13-19). Desde o ventre de Minha mãe fez menção do Meu nome. Desde o momento da concepção, Cristo foi separado para um propósito: trazer salvação à humanidade (Mt 1:20, 21). O quadro profético do Messias em Sua obra é inigualável.
Is.49:2 2. Como uma espada aguda. Isto é, a mensagem do Messias seria eficaz. A espada é um símbolo apropriado do poder cortante, penetrante da Palavra de Deus (ver Os 6:5; Ef 6:17; 2Ts 2:8; Hb 4:12; Ap 1:16; 19:15,21). Flecha. Outro símbolo do poder penetrante das palavras de Cristo. Na Sua aljava. Cristo foi guardado por Deus até a hora de Sua missão (Mc 1:15; Cl 4.4). Com a chegada do tempo predito por Daniel (ver com. de Dn 9:25; Mc 1:5), Cristo veio ao mundo e prontamente cumpriu a missão.
Is.49:3 3. Tu és o Meu servo, és Israel. Ver com. de Is 41:8.
Is.49:4 4. Debalde tenho trabalhado. Israel, mencionado no v. 3, responde. O infortúnio desanimava os fiéis em Israel, e sua culminação ainda por vir no cativeiro babilônico os faria sentir que era inútil esperar mais pelo prometido destino glorioso de Israel (ver p. 16-19). Parecia que os dias se prolongavam e que todas as visões haviam falhado (ver Ez 12:22-28). De forma similar, também foi verdade que Cristo, às vezes, sentiu que Seu ministério em prol da humanidade era pouco apreciado.
Is.49:5 5. Mas agora. O Messias fala outra vez. Para reunir Israel a ele. Nove manuscritos hebraicos, os Targuns e o rolo lQIs" do Mar Morto trazem o heb. Io, “a ele”, em vez de Io) “não” (ARC). Cristo veio para trazer Israel de volta a Deus (ver Ez 34:11-16; Mt 15:24).
Is.49:6 6. Luz para os gentios. Embora tenha vindo como um Pastor para reunir as ovelhas perdidas de Israel (ver com. do v. 5), o Messias tinha “outras ovelhas, não deste aprisco" (Jo 10:16). Ele veio para ser o Salvador, não só de Israel, mas do mundo (jo 3:16). Barreiras nacionais seriam derrubadas (Ef 2:14), e Sua mensagem de esperança chegaria aos confins da Terra (Mt 24:14; sobre a missão de Israel no mundo, ver p. 12-25).
Is.49:7 7. Os reis O verão. Comparar com ls 52:15. O Messias viria como “servo” (ls 49:5; 52:13; ver com. de Is 41:8) e seria desprezado (Is 52:14; 53:2, 3), mas chegaria o tempo em que os mais honrados da "ferra se ajoelhariam diante dEle e O adorariam (ver SI 72:10, 11; ver com. de Is 45:23; 52:13-15; ver também p. 15-17). Ninguém foi tão odiado como Ele, e ninguém é mais amado do que Ele. Por ter Se humilhado, foí-Lhe dado “o nome que está acima de todo nome ”, para que diante dEle “se dobre todo joelho” (Fp 2:9, 10).
Is.49:8 8. No tempo aceitável. Literalmente, “num tempo de favor [divino]”, referindo-se à vida e ao ministério de Cristo (ver Is 61:2; cf. Lc 4:19). Cristo veio ao mundo para ser mediador da nova aliança entre Deus e a humanidade (ver jr 31:31-34; Mt 26:28; Lc 22:20; Hb 8:6-13). As herdades assoladas. Uma expressão figurada. O Messias traria a Seu povo o cumprimento das promessas feitas aos pais. Eles se tornariam “coerdeiros” com Ele (Rm 8:17; cf. Cl 3:29; Ef 3:6; Hb 1:14). A terra estava desolada e árida espiritualmente, como resultado do pecado (ver D I V 36, 37); mas, quando chegou a hora, Deus enviou Seu filho ao mundo (Cl 4:4), e por meio dEle derramou ‘‘um dilúvio de graça vivificadora, o qual nunca seria impedido nem retido enquanto o plano da salvação não se houvesse consumado” (DTN, 37). A vinda do Messias deu início ao “ano aceitável do Senhor" que se destinava a edificar “os lugares antigamente assolados” e a renovar “as cidades arruinadas, destruídas de geração em geração” (Is 61:1-4; cf. Lc 4:18, 19).
Is.49:9 9. Para dizeres aos presos. Ver com. de Is 42:7. Em trevas. Isto é, as trevas da ignorância e do pecado. Cristo veio à Terra como a Luz do mundo, para tirar a humanidade das trevas para a gloriosa e salvadora luz do evangelho (Jo 1:4, 5, 9; 3:19; 8:12; 9:5; 12:35, 36, 46; 1 Pe 2:9).
Is.49:10 10. Não terão fome. Representa-se um rebanho aos cuidados de um pastor amoroso, que não lhe deixa faltar pasto nem água (ver SI 23; Jo 10:11, 14). Nem o sol os afligirá. Isto é, um calor abrasador, como do vento seco que saía do deserto.
Is.49:11 11. Caminhos. Estes “caminhos” ser- viriam para a proclamação do evangelho a todas as nações e para as pessoas viajarem a Jerusalém para adorar o verdadeiro Deus (ver com. de Is 1:16; 35:8; 40:3; 62:10; ver p. 15, 16).
Is.49:12 12. De longe. Os exilados de Israel voltariam de todas as partes à sua terra natal, e dos confins da Terra caminhariam para a verdadeira luz (ver com. do v. 11; ver Is 56:6-8). Sinim. Provavelmente, uma terra distante ao sul ou a leste de judá, visto que o norte e o oeste já foram mencionados. Das várias tentativas feitas para identificar a "terra de Sinim”, nenhuma foi conclusiva. A interpretação tradicional, de que se refere à China, baseia-se na suposta semelhança entre o heb. Sinim, “Sinim”, e Ch in, uma dinastia que governou a China durante a última parte do 3° século a.C. Em tempos bem remotos, a Cbina manteve relações comerciais com países do Ocidente. Porcelanas com inscrições chinesas foram encontradas na antiga Tebas, no Egito. Parece que judeus persas também comercializavam com mercadores de seda chineses. Porém, não existem evidências para o uso de Sinim nem de Ch’in para designara China até séculos após a época de Isaías.. Devido a essa falta de evidência histórica que designe a China como Sinim, alguns eruditos sugerem a leitura Se%ven[im], ou Syene (Aswân) no alto Egito. O uso aramaico tende a confirmar essa sugestão. O rolo lQIsa do Mar Morto diz Sewenyyim, que também aparentemente favorece a identificação com Syene. A LXX diz “Pérsia”. Outras identificações propostas são o Sinai, no deserto de Sim (Ex 16:1), Fenícia e o deserto da Arábia, ao norte.
Is.49:13 13. Cantai, ó céus. Ver com. de Is 44:23; cf. SI 96:11, 12. Consolou o Seu povo. Ver com. dos v. 14, 15; Is 40:1.
Is.49:14 14. Mas Sião diz. Deus tinha grandes planos para Seu povo, mas este pensava que o Senhor o havia esquecido (ver com. de Is 40:27; 54:6, 7; cf. SI 137:1-4).
Is.49:15 15. Pode uma mulher [...]? O amor mais forte que o ser humano conhece é o de uma mãe por seu filho, e Deus usa esse amor para ilustrar o Seu amor por Israel.
Is.49:16 16. Nas palmas das Minhas mãos te gravei. Ou, “te inscreví”, “te esculpi”. Israel temia que Deus tivesse Se esquecido das promessas da aliança feitas a seus pais (ver com. do v. 14). A situação de Israel na época de Isaías podia sugerir tal esquecimento. No entanto, Deus declarou que eles não tinham ideia da profundidade e da durabilidade de Seu amor por eles como um povo (ver Dt 7:7, 8). Por toda a eternidade, as marcas dos pregos nas mãos de Cristo serão um lembrete de Seu amor pelos pecadores (ver jo 15:13). Teus muros. Isto é, os muros de Sião, símbolo da força e do bem-estar da nação.
Is.49:17 17. Teus filhos. Isto é, os judeus do exílio, que voltariam para reconstruir os muros de Jerusalém após a destruição por Nabucodonosor (2Rs 25:10). Teus destruidores. Os assírios e, principalmente, os babilônios. Os destruidores de Jerusalém seriam destruídos.
Is.49:18 18. Todos estes. Isto é, os exilados que regressariam (ver Is 60:4, 5), e que, junto com os prosélitos gentios, reergueríam os muros de Sião (ls 60:3, 4, 10; ver p. 15, 16). De todos estes te vestirás. Representa- se Sião vestida com seus habitantes como urna noiva elegantemente adornada. Os exilados e os prosélitos seriam para ela como ornamento de graça e beleza (ver Is 62:3; M 13:17).
Is.49:19 19. Estreita demais, judá seria restaurada e repovoada. Se a nação restaurada tivesse sido fiel, o território original se tornaria pequeno demais para o aumento da população (ver ls 54:2, 3; Zc 10:10). Os que te devoravam. Ver v. 17.
Is.49:20 20. Teus filhos. As primeiras duas frases do v. 20 provêm de duas palavras do hebraico que significam, literalmente, "os filhos da tua orfandade” (ACF), isto é, "os filhos nascidos durante seu luto” (NV1). Sião tinha perdido seus filhos e filhas, e tinha sido rejeitada por seu esposo, Yahweh. Contudo, ela voltaria a ter filhos (ver ls 54:1).
Is.49:21 21. Quem me gerou [...]? Sião, ao se considerar abandonada e desolada (ver com. do v. 14), se entristece com sua situação (ver Is 54:1). Em exílio. Antecipando-se ao cativeiro babilônico, Isaías, sob inspiração divina, ouve o Israel cativo falar do que lhe sucedería “às margens dos rios da Babilônia” (SI 137:1).
Is.49:22 22. As nações. As nações ajudariam os judeus a retornar à sua terra natal e a restaurar Sião após o cativeiro (ver com. de Ed 7:15; 8:25-27; ver p. 16-19).
Is.49:23 23. Reis serão os teus aios. Os governantes da terra ajudariam os judeus a retornar à sua pátria e a reconstruir Sião.
Is.49:24 24. Tirar-se-ia a presa ao valente? Uma pergunta retórica, cuja resposta está nos v. 25 e 26. Os presos poderiam fugir ao tirano? O rolo lQIsa do Mar Morto diz "os cativos do déspota [ou, 'tirano’]”, o que parece estar mais em harmonia com o contexto.
Is.49:25 25. Os presos. Refere-se, primeiramente, aos hebreus cativos, os que foram levados pelos assírios e os que seriam levados por Nabucodonosor, e depois, de modo figurado, a todos os feitos cativos por Satanás. Salvarei. A resposta é enfática: Deus pode e irá salvar. Seu povo nada tem a temer. Eles não devem concentrar a atenção na força de seus opressores, mas no poder de seu grande Libertador. Teus filhos. Isto é, os filhos de Sião (ver v. 14-22). Isaías se refere em particular aos exilados hebreus espalhados por terras estrangeiras. No uso comum do hebraico, "filhos” é sinônimo de "descendentes”. Isaías não está falando em particular de “filhos” no sentido geral da palavra (2Rs 2:3, 5, 7, 15; SI 149:2; etc.). Os que se opõem a Deus e a Seu povo se voltariam um contra o outro (Ez 38:21; Zc 14:13) e, assim, se destruiríam mutuamente. E privilégio dos pais reivindicar para c seus filhos a promessa feita ao antigo Israel, pois os pequeninos são objeto do amor divino.
Is.49:26 26. Todo homem saberá. Ver com. de Is 45:23. MCH, 297; CC, 54; San, 93; T4, 329; T5, 633 15, 16-T5, 230 Capítulo 50
Is.50:1 1. A carta de divórcio de vossa mãe. A mãe é judá, os filhos são os judeus, e o pai é Deus. Não havia certificado de divórcio, pois Deus não havia Se divorciado de judá (ver Dt 24:1-4); ela é que O havia deixado. Oseias, contemporâneo de [saias, apresenta parábola semelhante (ver Os 1-3; cf. Ez 16:8, 15). Deus jamais renunciou aos Seus direitos como esposo legal de judá, e tentou de todos os meios possíveis persuadi-la a voltar (comparar com a experiência de Oseias com Gômer, em Os 2). Meu credor. A metáfora muda. Judá, no cativeiro babilônico, seria escrava e con- cluiria que seu Amo a vendera para satisfazer as exigências de credores (ver Lv 25:39; Dt 15:12). Deus, porém, não tem credores. Os judeus, por sua má conduta, se venderam e se tornaram servos do pecado (Is 52:3; cf. Rm 6:16). Essa foi a razão por que foram feitos escravos de pagãos.
Is.50:2 2. Acaso, se encolheu tanto a Minha mão [...]? A sujeição de Judá aos pagãos se devia à incapacidade de Deus de salvá-la? Não! Ele salvou Israel do Egito, da Assíria e ainda o salvaria de Babilônia. Cheirem mal os seus peixes. Alusão à primeira das pragas devastadoras do Egito (Êx 7:17-21).
Is.50:3 3. Negridão. Alusão à nona praga do Egito (Êx 10:21-23).
Is.50:4 4. Eruditos. Ou, “os discípulos”. Este ver- síeulo introduz uma nova seção. O Messias, o “Servo” (ver com. de Is 41:8) de Yahweh, declara Sua dedicação à tarefa diante de Si: Sua missão terrena. Ele vem como Mestre da humanidade, no entanto, é instruído pelo Pai (ver Jo 3:2; 5:19; 8:28; DTN, 208, 417). Para que Eu saiba dizer. Antes de o Messias vir à Terra, “o plano [para Sua vida] jazia perante Ele, perfeito em todos os seus detalhes”. Contudo, ao viver como homem entre os homens, pôs de lado o conhecimento prévio dessas coisas e foi guiado pela vontade do Pai, conforme Lhe era revelada dia após dia (DTN, 147; ver com. de Lc 2:49). Este fato torna ainda mais significativas as muitas ocasiões em que se registra que Jesus passava noites inteiras em oração (ver com. de Mc 3:13). Dizer boa palavra. O Messias viria ao mundo como a “Palavra” viva (Jo 1:1, NVI) ou porta-voz de Deus, e Sua missão constante era confortar e instruir os que estavam cansados do pecado (Mt 11:28; ver DTN, 208, 417; PJ, 139, 336). O inquieto coração dos pecadores só encontra paz na salvação generosamente oferecida por meio de Cristo.
Is.50:5 5. O Senhor Deus Me abriu os ouvidos. Os “ouvidos” de Cristo estavam sempre prontos a ouvir o que o Pai falava (ver com. do v. 4). Ele nunca buscou fazer Sua própria vontade, mas a de Seu Pai, que O enviou (SI 40:6, 8; Jo 5:30; ver com. de Lc 2:49). Mesmo na amarga experiência do jardim do Getsêmani, Ele não recusou o “cálice” levado a Seus lábios trêmulos (Mt 26:42; Fp 2:8).
Is.50:6 6. As costas. A previsão do v. 6 se cumpriu quando Jesus foi açoitado (Mc 15:15). Aos que Me arrancavam os cabelos. O NT não registra este fato. Os judeus consideravam grave insulto o ter os cabelos arrancados (ver Ed 9:3; Ne 13:25). Em vez de lemortim, “aos que me arrancavam os cabelos", o rolo lQIsa do Mar Morto diz lemotlim, “aos que esbofeteiam”. A LXX diz. o mesmo. O rosto. Ver Mc 14:65; 15:19.
Is.50:7 7. Como um seixo. Uma figura que indica firme determinação (Ez 3:8, 9). Isso se cumpre na vida de Jesus (ver com. de Lc 9:51).
Is.50:8 8. Perto está. O Pai estava próximo quando Jesus foi pendurado na cruz, embora Jesus tenha Se sentido abandonado (ver DTN, 753, 754). Meu adversário. Satanás, “o acusador” (Ap 12:10; cf. Zc 3:1), atacou Cristo, mas suas alegações não eram válidas (ver Jo 14:30). Cristo era inocente e sabia que o acusador era ciente disso. As acusações apresentadas contra Cristo revelaram a maldade dos que tentavam incriminá-Lo.
Is.50:9 9. Deus Me ajuda. A confiança no amor do Pai e a perfeita submissão à Sua vontade sustentaram o Salvador durante o último conflito contra os poderes das trevas (sobre a confiança em momentos difíceis, ver SI 37:3-20, 32-40). Consumidos. Ou, “gastos”, isto é, perecerão (ver SI 102:26). A traça. Comparar com Is 51:8; ver com. de \lt 6:19, 20.
Is.50:10 10. Servo. Ver com. de Is 41:8. Andou em trevas. Há momentos de trevas e perplexidade mesmo para os que seguem o Senhor. O inimigo desencoraja e confunde. Assim foi a experiência de jó e, mais tarde, de João Batista. Ic privilégio de todos que se encontram em circunstâncias semelhantes depositar a confiança em Deus. No tempo certo, Ele manifesta Seu poder.
Is.50:11 "11. Acendeis fogo. Existe sempre o perigo de os que professam servir ao Senhor abandonem o caminho do Céu para andarem seus próprios caminhos. Em lugar da luz do Céu, buscam a sua própria. Como Nadabe e Abiú, oferecem ""fogo estranho"" perante o Senhor (Lv 10:1, 2; ver com. de Mt 6:22, 23). "
Is.51:1 1. Ouvi-Me. lsaías se dirige aos piedosos de Israel, os que com sinceridade e tervor ansiavam pelo cumprimento das promessas feitas a seus pais, mas que ficaram desanimados por causa da demora e do aparente fracasso (ver com. de Is 49:4, 14; 50:1). Eles se esqueceram de como o Senhor tinha conduzido os pais no passado (ver EF, 72). Deus os convida a se voltarem a Ele e esquecerem suas dúvidas e apreensões. Para os que buscam a justiça e o livramento só há um caminho para alcançar esses objetivos: obediência fiel à voz do Senhor. Justiça. Do heb. tsecleq, em geral, indica “retidão’, mas também “justiça”, "êxito” ou '‘livramento". Os que semeiam retidão colherão justiça, êxito e livramento. Um é a causa, e o outro, o resultado. Neste caso, é possível apontar ambos os sentidos da palavra. O primeiro é enfatizado no v. 7, e o segundo, no 5. Se fizesse apenas o que é correto, Israel podería esperar justiça, êxito e livramento. De que fostes cortados. Israel devia refletir no modo como Deus conduziu a nação no passado. A partir de um começo humilde, eles se tornaram uma grande nação. Assim como a pedra é tomada da pedreira e se transforma em parte de um lindo templo, o povo de Israel foi tirado do Egito e da Mesopotâmia e preparado por Deus para ser Seu representante. Quantas maravilhas o Senhor fez em favor desse povo! Então, Ele os insta a ter ânimo e a crer pela fé que Ele fará o mesmo mais uma vez.
Is.51:2 2. Olhai para Abraão. Deus relembra Israel de sua origem como nação (Gn 11:28, 31; 12:1, 4, 5). Triunfos do passado devem inspirar coragem no presente e esperança no futuro (ver Os 1:10). Eu [...] o abençoei. O rolo lQlsa do iVlar Morto diz "o frutifiquei” (ver Gn 17:6; 28:3; 48:4; 49:22).
Is.51:3 3. Sião. Ver com. do SI 48:2; Is 40:1. Como o Éden. Ver Dt 28:4-6; Pj, 289. Música. O rolo IOI s1 do Mar Morto acrescenta: "E o pesar e os suspiros fugirão.”
Is.51:4 4. A lei. Do heb. torah, que inclui toda a vontade de Deus revelada (ver com. de Dt 31:9; SI 19:7). Deus promete continuar a revelação de Suas promessas a Israel (ver Am 3:7). O Meu direito. A justiça divina seria outra vez estabelecida na Terra (ver com. de Is 42:4, 6), e a confiança no governo de Deus traria um espírito de paz e segurança.
Is.51:5 5. Minha justiça. Isto é, “Meu livramento (ver com. do v. 1). O livramento que Deus promete a Seu povo não tardará. As terras do mar. Ver com. de Is 42:4. A restauração de Israel seria seguida da reunião das nações gentílicas (ver p. 15-17).
Is.51:6 6. Os céus desaparecerão. Ver com. de Is 34:4. No lugar desta frase e da seguinte, o rolo lQlsa do Mar Morto diz: “e veja quem criou estas coisas” (ver Is 40:26). A hora se aproxima quando os céus atmosféricos “se desfarão” (2Pe 3:10, II). Céus e terra podem passar, mas a vontade de Deus (ver com. de Is 51:4) permanece para sempre (ver Mt 5:18). Para sempre. Quando Deus restaurar a Terra a seu estado original, ela nunca mais voltará ao presente estado de caos moral.
Is.51:7 7. Que conheceis a justiça. Os que conhecem a justiça são definidos neste versículo como os que têm a lei de Deus — uma transcrição de Seu caráter - no coração. Sua vontade revelada (ver com. do v. 4) está gravada na mente deles, e seu caráter é semelhante ao caráter divino (ver Gl 2:20; Cl 1:27; Ijo 3:2, 3). Não temais. Ver com. de Is 41:10, 13. O opróbrio dos homens. Ver com. de Mt 10:28.
Is.51:8 8. A traça. Ver com. de Mt 6:19, 20; cf. Is 50:9. Pecado e pecadores desaparecerão, mas a justiça é permanente. A transgressão trará inevitavelmente a ruína, mas a obediência traz vida e bênção (ís 1:19, 20, 28; Jo 3:16; Rm 6:23; ver com. de Mt 7:21-28). Minha justiça. Ver com. dos v. 1, 6.
Is.51:9 9. Nos dias passados. Representando os piedosos de Israel, Isaías roga a Deus que repita os grandes feitos de livramento que marcaram o passado (ver com. dos v. 1, 2). Raabe (ARC). Um termo poético para o Egito (ver com. de SI 87:4; Is 30:7). Assim como libertara Seu povo no passado, Deus o faria novamente. O monstro marinho. Ver Ap 12:7-9; ver com. de Is 27:1.
Is.51:10 10. Tu. O “braço” do Senhor (v. 9). Secou o mar. Referência â travessia do Mar Vermelho (ver Êx 14:21; cf. Is 43:16).
Is.51:11 11. Os resgatados. Ver com. de Is 35:10. Isaías outra vez prediz o retorno do cativeiro babilônico. Da mesma forma, “todo o Israel'’ (Rm 11:26), ou os filhos espirituais de Abraão (Gl 3:29), será libertado da tirania da Babilônia espiritual (Ap 18:1-4; 19:1, 2; 21:1-4). Em vez de “remidos”, o rolo lQlsa do Mar Morto diz ‘‘[ovelhas] dispersas” (ver Jr 50:17).
Is.51:12 12. Eu, Eu. A repetição do pronome enfatiza o Senhor como a fonte da confiança de Israel. Se Deus estava com eles, quem seria contra eles (ver Rm 8:31)? Consola. Ver com. de Is 40:1. Erva. Ver com. de Is 40:6,
Is.51:13 13. Esqueces do Senhor. Esta foi a causa de todas as dificuldades que sobrevieram a Israel e de todas as que ainda enfrentariam. Paulo laia do perigo de se esquecer de Deus (ver Rm 1:20-24). Que te criou. Ver com. de Is 40:12, 26, 28. E temes continuamente. Ver com. de Is 41:10.
Is.51:14 14. O exilado cativo. A primeira frase do versículo diz, literalmente, “depressa o que se ajoelha será libertado”. O rolo lQIsa do Mar Morto diz "o angustiado” em vez de "o que se ajoelha". Não descerá à sepultura. O Egito já fora à “sepultura” na qual Israel se definhava. Do mesmo modo, por um tempo, Babilônia passaria por isso. No entanto, nenhum poder na Terra podería frustrar o propósito divino de libertar os Seus quando chegasse a hora. A palavra heb. bor, “sepultura”, também indica lugar de aprisiona- mento (ver Gn 37:20; Jr 38:6, “cisterna”; Gn 40:15; Is 24:22, “masmorra”; Zc 9:11, "cova”).
Is.51:15 15. Agito o mar. Ver com. do v. 10.
Is.51:16 16. Minhas palavras. Isto é, as palavras de Deus na boca de Isaías. Estenda novos céus. Ou, “estabeleça os céus" (ver com. de Is 40:12). Isaías contempla a Terra restaurada ao seu estado edênico (ver Is 65:17; 66:22; 2Pe 3:13).
Is.51:17 17. Desperta, desperta. No v. 9, Israel dirige estas palavras ao Senhor. Aqui, Deus fala a uma Jerusalém pecadora para despertá-la de um estupor causado pelo cálice da ira de Deus. Aplicação de castigo é associada em geral ao derramamento da taça da ira (SI 75:8; Jr 25:15, 16; I./ 23:32-34; Ap 14:10). Exorta-se com fervor a Jerusalém para que desperte e volte a si antes que seja tarde demais.
Is.51:18 18. Nenhum a guiou. Os filhos de Jerusalém tinham perecido na batalha (Is 49:20, 21), e ela se encontrava só no exílio (ver com. de Is 49:21). Ela teve muitos filhos, mas nenhum deles estava presente para ajudá-la. Na hora de maior necessidade, ela se encontrava totalmente abandonada. O alívio só viria de Deus.
Is.51:19 19. Estas duas coisas. A primeira (fome e espada) ocasionou a outra: desola- <> ção e destruição (ver Ez 14:21; Ap 6:8). Quem foi o teu consolador? O rolo lQIsa do Mar Morto, a LXX, a Siríaca e a Vulgata dizem “Quem o consolará?”
Is.51:20 20. Como o antílope. Do heb. to', que ocorre apenas aqui e em Deuteronômio 14:5, e cujo significado é incerto. Ao que tudo indica, era um animal selvagem limpo (ver Dt 14:5), identificado por alguns como o carneiro selvagem e, por outros, como o antílope. Jerusalém é descrita sitiada, e seus defensores, caídos pelas ruas. Eles são como um animal selvagem capturado numa rede, tentando freneticamente escapar e que, finalmente, desistem devido ao cansaço.
Is.51:21 21. Embriagada. Ver com. de Is 29:9; 51:17.
Is.51:22 22. Minha ira. Ao castigar Israel, Deus lidou com o povo como um pai amoroso lida com um filho desviado (ver Pv 3:11, 12; Hb 12:5-11; Ap 3:19). De fato, para Israel, a taça foi mais amarga. Jamais dele beberás. O Senhor Se levanta em resposta ao apelo do v. 17 (ver v. 18, 19) para consolar (ver com. de Is 40:1) e resgatar Jerusalém. A hora de sua libertação está próxima.
Is.51:23 23. Dos que te atormentaram. A razão para passar adiante a taça da fúria divina aos opressores de Israel é claramente apresentada em Isaías 10:5 a 13; e 49:25. A crueldade desmedida dos conquistadores de Israel demandava justiça. Capítulo 52 ] O Messias persuade o povo a crer na redenção gratuita, 7 a receber os mensageiros das boas-novas, 9 se alegrar em Seu poder, 11 e se libertar do cativeiro. 13 O reino do Messias é exaltado. próprios olhos distintamente veem o retorno do Senhor a Sião.
Is.52:1 1. Desperta, desperta. Comparar com Is 51:9, 17. Tuas roupagens formosas. Isto é, vestes de beleza e santidade (ver Ex 28:2). Sião havia muito estava num estado de vergonha e obscuridade. Enfim ela se despertaria e reassumiría sua posição de honra e glória (ver p. 15-19).
Is.52:2 2. Do pó. Ver com. de Is 3:26; 47:1. Sião trocaria o pó pelo trono, uma vida de exílio por outra, de esplendor.
Is.52:3 3. Fostes vendidos. Os judeus se venderam ao serviço do mal e, como resultado, sofriam nas mãos de seus vizinhos pagãos, os assírios, nos dias de Isaías, e ainda seriam cativos em Babilônia. De fato, a troca tinha sido infeliz, pois trocaram virtude, honra, liberdade e paz por transgressão, desonra, cativeiro e derramamento de sangue (ver Rm 6:16). Sem dinheiro. Na redenção de Israel da opressão das mãos das nações vizinhas, Isaías viu uma promessa de livramento final do domínio do pecado. Assim como Ciro libertaria o povo de Deus do cativeiro babi- lônico (Is 44:28-45:13), Cristo o libertará do cativeiro do pecado (Rm 3:24; IPe 1:18, 19). Deus não estava obrigado a pagar um resgate por Seu povo, nem ao príncipe do mal ou às nações que os mantiveram em cativeiro.
Is.52:4 4. Ao Egito, para nele habitar. Os hebreus tinham se estabelecido no Egito a convite do laraó. Não fizeram nada para provocar os maus-tratos impostos pelos egípcios. Assíria. E provável que se refira a reis assírios como Tiglate-Pileser 111 e Senaque- ribe. Os assírios não tinham razão para tratar os hebreus como fizeram. Crueldade e avareza foram as causas de seu duro proceder. Em alguns casos, escritores bíblicos usam os termos "Assíria” e "assírio” num sentido amplo, incluindo também os babilônios (ver com. de Ecl 6:22).
Is.52:5 5. E blasfemado. Visto que podiam oprimir o povo hebreu, os pagãos pensaram que seus deuses eram mais fortes que Yahweh. Isso os levou a desprezar e a blasfemar do verdadeiro Deus.
Is.52:6 6. Saberá o Meu nome. Saber o nome de Deus é entender Sua vontade e confiar nEle (SI 9:10; 91:14).
Is.52:7 7. Que formosos. Não existe mensagem que traga mais alegria que a de livramento e paz. Para os judeus sob jugo estrangeiro, nada poderia produzir mais alegria do que a certeza de que o livramento estava próximo. Paulo aplica estas palavras de Isaías à proclamação da mensagem do evangelho (Rm 10:15). O livramento aqui predito era, primeiramente, o do Israel nacional resgatado das nações que o oprimiam (ver com. de Is 40:1; 44:28-45:13). Em segundo lugar, do maior livramento do pecado e de todo o mal, por meio do Servo sofredor (ver com. de Is 41:8; 42:1) do cap. 53, isto é, o Messias. Deve-se observar que Isaías 52:7 a 15 constitui uma introdução ao cap. 53. Boas-novas. Isto é, o evangelho (ver com. de Mc 1:1; 2:10). O teu Deus reina! Ainda que as evidências apontem o contrário, Deus ainda está no controle das questões da ferra (ver com. de Dn 4:17). O poder para libertar Israel e, mais tarde, o triunfo do evangelho provam que Ele reina, não Satanás (ver Ap 11:15).
Is.52:8 8. Teus atalaias. Os atalaias espirituais sobre os muros de Sião se alegram juntos com a aproximação do mensageiro, portador das boas-novas de livramento. Olho a olho (ARC). Isto é, "face a lace', como se traduz, a mesma expressão hebraica em Números 14:14 (comparar com Nm 12:8, "boca a boca”; ver também ICo 13:12). Desde as torres de vigia, as sentinelas veem o Senhor que Se aproxima para reinar (Is 52:7). O retorno do Senhor a Sião. A LXX e o rolo lQlsa do Mar Morto acrescentam “com misericórdia”.
Is.52:9 9. Rompei. Ver com. do v. 7.
Is.52:10 10. Desnudou. O poder de Deus foi manifesto, levando a vitória a Seu povo sobre os inimigos (ver SI 98:1, 2; cf. Ez 4:7).
Is.52:11 11. Retirai-vos. Isto é, de Babilônia (ver com. de Is 48:20). Isaias outra vez anseia pelo tempo do retorno dos hebreus de Babilônia (comparar este convite com a exortação para sair da Babilônia espiritual, em Ap 18:1-4). Purificai-vos. Por causa da iniquidade, a nação de Israel foi atacada pelos assírios e, mais tarde, levada cativa. Os exilados que voltariam deviam constituir um povo puro. Sem reforma de coração e vida, a restauração física de Israel ao seu lar seria de pouco valor permanente. Os que saíssem da Babilônia espiritual deviam também se purificar (Ap 18:4; 21:27; cf. ljo 3:3). Levai os utensílios. Os líderes de Israel seriam responsáveis por levar os utensílios sagrados do templo, de Babilônia a Jerusalém (Ed 1:7, 8; 5:14, 15; 6:5). Em geral, os sacerdotes e levitas ficavam a cargo de tudo o que pertencia ao templo (Nm 3:8, 38). Eles deviam se manter livres de qualquer forma de contaminação (Lv 20:26; 21:1; 22:2, 32). Os líderes do povo de Deus têm a responsabilidade solene diante de Deus de dar exemplo digno de um viver correto.
Is.52:12 12. Apressadamente. Os israelitas foram compelidos a deixar o Egito apressadamente (Èx 12:33, 39), mas não deveria ser assim no retorno de Babilônia (ver 2Cr 36:22, 23; Ed 1:1-4). A diferença era que o faraó não estava disposto a libertá-los (ver com. de Ex 4:21), ao passo que Ciro, sim (ver Is 44:28-45:13; cf. PR, 557). Irá adiante de vós. O Senhor preparou o coração de Ciro para proclamar o decreto de restauração (Is 44:28; 45:1-4, 13; PR, 557). O rolo 1 Qls11 do Mar Morto acrescenta ao v. 12: "Ele será chamado Deus de toda a terra”.
Is.52:13 13. Eis que o Meu Servo. Estas são as palavras introdutórias de urna nova seção que continua até Isaias 53:12. Este capítulo deveria terminar com o v. 12 e não com o 15, pois Isaías 53:1 continua a linha de pensamento sem interrupção. Nesta nova seção, o Messias surge como o Servo sofredor (ver com. de Is 41:8; 42:1). Nas Escrituras, não há outro texto que apresente de forma mais vivida a natureza vicária e o caráter expiatório da morte de Cristo. Foi a vontade de Deus que a obra da restauração, iniciada com o retorno do cativeiro, acontecesse em ritmo acelerado e atingisse seu clímax com a vinda do Messias, que, por meio de Seu sacrifício no Calvário, proveria livramento do cativeiro do pecado. O livramento do cativeiro babi- lônico, possibilitado por Ciro, que derrotou Babilônia (ver com. de Is 44:28; 45:1), pre- figurou o livramento maior do domínio do pecado feito possível pela vitória de Cristo sobre os poderes das trevas e da morte (ver Cl 2:14, 15; Ap 1:18). Com o tempo, os judeus enfatizaram cada vez mais as profecias que apontavam para a vitória de Israel sobre os pagãos (ver p. 19, 20). Por fim, a ideia de salvação material e terrena para Israel como nação praticamente ofuscou o conceito aqui apresentado por Isaías, de que o Messias primeiramente os libertaria de lorma individual do poder e do castigo do pecado (ver DTN, 30; ver com. de Lc 4:19). O que Israel precisava não era tanto de um poderoso Salvador militar que desse vitória sobre seus inimigos, mas do Messias que desse a vitória sobre o pecado. Procederá com prudência. Ou, “prosperará”, conforme se traduz a mesma palavra hebraica em Jeremias 23:5 (ARC). O Alessias, o Ser\'o sofredor, teria êxito em Sua missão (ver Ep 2:10, 11). Exaltado e elevado. O Messias Se humilharia, mas Deus O exaltaria grandemente (Fp 2:6-10; ver com. de Lc 14:11). Os poderosos da Terra se maravilhariam de que um homem tão insignificante segundo os padrões humanos pudesse ter tão tremenda influência sobre o pensamento e a ? vida do ser humano e sobre o curso da história (ver Is 52:14, 15). Hoje, milhões de pessoas consideram honra serem conhecidos como cristãos.
Is.52:14 14. Pasmaram muitos. E surpreendente que o tão honrado Filho de Deus Se humilhasse de forma voluntária como Cristo o fez. Jesus velou Sua divindade na humanidade (ver com. de Lc 2:48) a fim de que o ser humano fosse atraído a Ele, não pela glória exterior, mas pela beleza de Seu caráter. Os judeus ficaram pasmados com o fato de que alguém que não assumiu altas honras, mas viveu humildemente como Jesus, pudesse ser o Messias da profecia. Eles não viram nEle '‘formosura”, nenhuma glória exterior, que os “agradasse” (ver com. de Is 53:2). A vista dEle. Os Targuns e a Siríaca dizem "nEle". Seu aspecto. Depois de voltar do conflito contra Satanás no deserto da tentação e durante o conflito maior com os poderes das trevas no Getsêmani (DTN, 137, 689), a aparência de Jesus era tão diferente que até para Seus amigos foi difícil reconhecê-Lo.
Is.52:15 15. Admiração às nações. O significado do hebraico é incerto. A LXX diz: "muitas nações se maravilharão”. Uma leve alteração no texto hebraico resulta: “faz que muitas nações contemplem”, o que se assemelha à LXX. O mundo se maravilharia ante o fato de o humilde Servo sofredor, o Messias, vir a ser “exaltado e elevado” e se tornar “mui sublime” (v. 13). Fecharão a sua boca. Os poderosos da Terra se emudecerão diante dEle, em espanto e reverência (ver Jó 29:9; 40:4). Tl, 262; T2, 335, 552; T3, 60; 14. 322, 330; T5, 83, 227, 591; T7, 148 12-Ev, 61 Capítulo 53 Cqrfnto© (25* dinastia etíope) ml*. JBBbé; (c. 700 a.C.) Império assírio Reino elamita Reino do Egito Países e povos que pagavam impostos Cidades e nós O reputavamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. i> tado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi Ele ferido.
Is.53:1 1. Quem creu [...]? Quem teria crido no relato da humilhação e exaltação do Messias, o Servo do Senhor (ver com. de Is 52:7, 13-15)? A história do amor abnegado do Salvador e Seu sacrifício vicário, tema de Isaías 52:13 a 53:12, é a mensagem mais maravilhosa, as melhores “boas-novas” (ver com. de Is 52:7) dos tempos e da eternidade. A divisão entre Isaías 52 e 53 deveria ser no v. 12 do cap. 52, e não no 15. Comentaristas judeus modernos negam que a descrição vivida do "servo” sofredor (ver com. de Is 52:13), em Isaías 53, seja uma predição, ou que se aplique ao Messias. Comentaristas cristãos liberais, em geral, tendem a concordar com essa posição. A tendência de ambos é de aplicar isaías 53 aos sofrimentos dos judeus nas mãos de seus inimigos, ou à experiência dramática de um judeu do tempo de Isaías. Alguns sugerem que o profeta esteja descrevendo sua própria experiência. O NT (Mt 8:17; Jo 12:38) claramente aplica Isaías 53 a Cristo. Nossa pregação. Literalmente, "o que temos ouvido . Isto se refere às "boas-novas" de Isaías 52:/, relatadas detalhadamente em O braço. O instrumento pelo qual alguém cumpre seus propósitos. Aqui o “braço” de Deus, ou poder, se revela na salvação do ser humano.
Is.53:2 2. Ele (NVI). Isto é, o "servo” apresentado em Isaías 52:13, ou o Messias (ver com. cie Is 41:8). Perante Ele. Provavelmente signifique “diante de Deus”, no sentido de ser submisso à Sua vontade, e sujeito ao Seu cuidado (ver com. de Lc 2:49). Como renovo. Cristo cresceu física, mental e espiritualmente em harmonia com as leis naturais do desenvolvimento humano (ver com. de Lc 2:52). Como uma planta tira o sustento do solo, Ele Se sustentaria da sabedoria e da força de Deus. A metáfora de um "renovo" parece ser uma alusão ao “rebento" (Is 11:1). Raiz. Do heb. shoresh. Embora seja usada no sentido literal, a palavra ocorre com muito mais frequência no Al’ de forma figurada. A metáfora se baseia no lato de que, em muitos casos, uma planta ou árvore pode ser cortada pela raiz, mas se a raiz permanece, a planta cresce outra vez. Neste versículo, a palavra para "raiz” equivale à "planta tenra”. Terra seca. Uma planta que nasce em solo sem água não cresce de forma plena e não é atrativa. Para os líderes dos judeus, o caráter de Jesus não era atrativo. Nem formosura. Literalmente, “sem aparência”, isto é, nada que chamasse a atenção. Os seres humanos não deveríam ser atraídos a Cristo por meio de demonstração de glória sobrenatural, mas pela beleza de uma vida justa (ver DTN, 23, 27, 43). Ele andou entre os homens como homem, o Homem perfeito. Isaías não se refere à aparência pessoal de Cristo como homem, mas apenas ao fato de que Ele não era o tipo de Messias em que os judeus estavam interessados (ver com. de Lc 4:29; sobre a aparência pessoal de Jesus, ver com. de Lc 2:52). Homem de dores. Ao assumir a forma humana, Cristo Se sensibilizou com toda dor, pesar e desilusão que o ser humano ? conhece. Por meio da humanidade de Jesus, a Divindade experimentou tudo o que a humanidade mortal herdou. Ele sofreu todos os maus-tratos e maldades que homens ímpios e anjos maus puderam fazer contra Ele, tendo como clímax o julgamento e a crucifixão. Escondem. Em vez de se compadecerem de Cristo em Sua aflição, os seres humanos se desviaram dEle com amargura e desprezo. Não tiveram compaixão e O repreenderam por Seu destino trágico (ver Mt 26:29-31; 27:39-44). Até os discípulos O abandonaram e fugiram (Mt 26:56).
Is.53:3 Sem comentário para este versículo
Is.53:4 4. Nossas enfermidades. Os v. 4 a 6 enfatizam a natureza vicária dos sofrimentos e da morte de Cristo. O fato de ter sido pelos pecadores e não por Si mesmo que Ele sofreu e morreu é reiterado nove vezes nestes versículos, e novamente nos v. 8 e II. Ele sofreu em lugar do pecador. Assumiu a dor, a humilhação e os maus-tratos que outros mereciam (ver DTN, 25). Ferido de Deus. O inimigo fez parecer que os sofrimentos de Jesus eram um castigo infligido sobre Ele por um Deus vingativo por ser pecador (ver DTN, 471). Se isso fosse verdade, Ele não poderia ser o Redentor do mundo.
Is.53:5 5. O castigo. Isto é, a punição necessária para nos reconciliarmos com Deus (ver Rm 5:1).
Is.53:6 6. Todos nós [...] como ovelhas. Isto parece uma expressão proverbial (SI 119:176; cf. Zc 10:2; Mt 18:11, 12; sobre o resgate da “ovelha perdida”, ver com. de Lc 15:1-7; e sobre a relação entre o pastor e as “ovelhas”, ver com. de Jo 10:1-18).
Is.53:7 7. Não abriu a boca. Isto é, para protestar, reclamar ou se defender. O silêncio era evidência de submissão completa e inquestionável (ver Mt 26:39-44). O que o Messias fez foi de forma voluntária e com alegria, a fim de que pecadores condenados pudessem ser salvos (sobre o cumprimento desta profecia, ver Mt 26:63; 27:12, 14).
Is.53:8 8. Por juízo opressor. Ou, “por meio de opressão ". O Messias não foi julgado com justiça. Apesar do pretenso procedimento judicial, o veredito não foi justo. Foi arrebatado. Isto é, pela morte. “Ele morreu”. E de Sua linhagem, quem dela cogitou? O significado do hebraico não está de todo claro, e diferentes traduções são propostas. Esta seção de Isaías é poética. A segunda frase do primeiro paralelismo poético do v. 8, normalmente se relacionaria em significado à primeira frase (ver vol. 3, p. 8). Isso permitiría que a pergunta traduzida como “quem dela cogitou?” se traduzisse também da seguinte forma: “quem se interessava por Seu destino?”, isto é, ‘"com o que Lhe aconteceu”. A primeira frase se refere claramente ao julgamento e à condenação de jesus, e a segunda, assim traduzida, ao fato de que ninguém O defendeu. Ele sofreu tudo sozinho. Outros sugerem que a frase significa que Jesus não teria posteridade natural para perpetuar Sua linhagem. Por causa da transgressão. Sobre a natureza viçaria dos sofrimentos e da morte de Cristo, ver com. dos v. 4-6.
Is.53:9 9. Com os perversos. O Servo justo (ver com. de Is 52:13) foi morto como pecador, não como santo. Após ter dado a vida pelos transgressores, foi colocado entre eles em Sua morte. Com o rico. Ele seria sepultado na tumba de um homem rico, a de José de Arimateia (Mt 27:57-60). Posto que. Ou, “apesar de”, “embora”. Cristo sofreu a sorte de um pecador, embora não tivesse feito nada para merecer isso.
Is.53:10 10. Ao Senhor agradou. O Senhor não Se alegrou com o sofrimento de Seu Servo (ver com. de Is 52:13), o iMessias. Em vista do bem- estar eterno do ser humano e da segurança do universo, Ele teve de sofrer. A frase “ao Senhor agradou” indica que isso “foi da vontade do Senhor”. Só assim o plano de salvação poderia ter êxito. Os sofrimentos de Cristo faziam parte do plano eterno (At 2:23; 3:18). Alma. Do heb nefesh, que significa, “ele próprio” ou “Sua vida” (ver com. de lRs 17:21; SI 16:10). Sua vida substituiu a nossa (ver com. de Is 53:4; ver DTN, 25). Por causa do pecado, o ser humano perdeu a inocência, a capacidade de amar e de obedecer a Deus, seu lar, seu domínio sobre a lerra e mesmo sua vida. Cristo veio para restaurar todas as coisas permanentemente, p* não só na Terra, mas em todo o universo. Como oferta pelo pecado. Do heb. asham, traduzido em geral como “oferta pela culpa” (ver Lv 5:6). Esta oferta era apresentada quando se exigia uma restituição, fosse a alguém ou a Deus. A morte do Servo de Deus proporcionou uma expiação aceitável e efetiva do pecado que ocasionou a perda. Este sacrifício era essencial à redenção e restauração do ser humano (Jo 1:29; 17:3; 2Co 5:21; lPe 2:24). Sua posteridade. Isto é, “sua descendência”: aqueles que estivessem dispostos a recebê-Lo, aos que cressem “no Seu nome” (Jo 1:12) e nascessem de novo (Jo 3:3). Ele “suportou a cruz” em vista dessa “alegria que Lhe estava proposta” (Hb 12:2). A informação de que Cristo verá Sua posteridade aponta para a ressurreição. Prolongará os Seus dias. Aqui se afirma com mais clareza a ressurreição (ver Hb 7:16, 25; Ap 1:18). A vontade do Senhor. Ver com. sobre “ao Senhor agradou”. Cristo Se deleitava em fazer a vontade de Seu Pai (Mt 26:39, 42; Jo 4:34; 5:30; 6:38), e, por meio dEle, a vontade de Deus prevalecería mais uma vez entre os homens (Mt 6:10; 7:21; Jo 17:6). A missão do Messias teria êxito.
Is.53:11 11. Trabalho. Isto é, o resultado de Sua obra. A LXX e os rolos de Isaías encontrados no Mar Morto contém ainda a palavra “luz”, de modo que a primeira frase diz “pelas fadigas de Sua alma, verá luz”. Ficará satisfeito. Seu sacrifício não seria em vão. Por causa de Sua morte, muitos viveriam; por causa de Seus sofrimentos, muitos encontrariam paz e alegria eternas (ver DTN, 25; cf. Hb 12:2). O resultado justificaria o sacrifício necessário para alcançá-lo. O Meu Servo, o Justo. O Pai está falando de Seu Filho, o Messias (ver com. de Is 41:8; 52:13). Com o Seu conhecimento. O significado desta frase não está de todo claro. Pode se referir ao conhecimento íntimo que Cristo tem do caráter e da vontade do Pai, que Ele veio revelar ao ser humano (ver Is 11:2; 50:4; Mt 11:27; Jo 1:18; 5:19; 8:28; 10:15; 17:3). Levará sobre Si. Reafirmação da natureza vicária do sacrifício do Messias enfatizada nos v. 4 a 6, 8 e 10.
Is.53:12 12. Por isso, Eu lhe darei. Deus recompensará o Servo vitorioso com um lugar de honra diante de todo o universo. O despojo. Tudo o que se perdeu como resultado do pecado (ver com. do v. 10) seria restaurado. Cristo Se tornou “herdeiro de todas as coisas'’ e divide Sua herança com os que resgatou das mãos do inimigo (Hb 1:2; Rm 8:17; Cl 1:12; etc.). Eles compartilham de Sua vitória, não como vassalos ou escravos, mas como homens e mulheres redimidos por Seu sangue e destinados a reinar com Ele para sempre (2Tm 2:12; Ap 5:10; 22:5). Ele recebeu um “nome que está acima de todo nome”, para que diante do qual "se dobre todo joelho” (Fp 2:9, 10). Derramou a Sua alma. Ver com. do v. 10. Intercedeu. Aqui se prediz claramente o ministério intercessório de Cristo (Rm 8:34; Hb 7:25: 9:24; IJo 2:1). PE, 109, 160; GC, 633, 641; MDC, 12; MM, 19; CC, 13; San, 77; HR, PR, 686; Tl, 287 Capítulo 54 i Isaías profetiza ampla aceitação do povo de Deus. 4 Ele fala de segurança, 6 da certeza de livramento, 11 de edificação 15 e preservação.
Is.54:1 1. Canta alegremente, ó estéril. Um tom de alegria sublime caracteriza os cap. 54 a 62, que descrevem o glorioso triunfo do evangelho em toda a Terra. Israel, que até então era “estéril” de resultados (ver p. 17-19; cf. Is 5:1-7; Jo 3:3, 5; G1 5:22, 23), teria êxito em sua tarefa. Seus próprios filhos e filhas seriam “ensinados do Senhor” (Is 54:13), os gentios se converteríam (56:6) e o templo em Jerusalém se tornaria “Casa de Oração para todos os povos” (56:7). O papel de Israel como nação no plano de Deus era o de ser instrumento divino para a conversão do mundo (ver p. 13-17). A falha final de Israel resultou na transferência dos privilégios e responsabilidades próprios da aliança para a igreja cristã (ver p. 17-23).
Is.54:2 2. Alarga o espaço. Em linguagem sim- t bólica, a terra de Canaã era o “espaço” da tenda” de Israel. Mas, “quando o número de Israel aumentasse, deveríam ampliar os limites até que seu reino abarcasse o mundo” (PJ, 290), e Jerusalém deveria ser "estabelecida como a poderosa metrópole da Terra” (DTN, 577; ver também p. 16, 17). Não o impeças. Israel devia prosseguir com fé e fazer os preparativos para o grande ajuntamento dos fiéis. O povo de Deus, na nova aliança, deve esperar também grandes coisas dEle e realizar grandes conquistas. Deus não estará satisfeito, e Sua obra na Terra não poderá ser concluída, até que a igreja se levante com fé e se una aos agentes divinos para proclamar ao mundo o Salvador crucificado, ressuscitado e prestes a vir.
Is.54:3 3. Transbordarás. Se Israel se erguesse com té para cumprir seu destino como nação, o êxito excedería suas maiores expectativas. Assim será no tempo do fim quando o povo de Deus estiver pronto para receber o poder que Ele deseja manifestar. Possuirá as nações. Ver com. do v. 2. As cidades assoladas. Seria necessário ocupar outra vez as cidades de Israel que ficaram em ruínas quando seus habitantes foram mortos à espada ou levados cativos, pois haveria um aumento da população.
Is.54:4 4. Da vergonha da tua mocidade. Yahvveh tirou Israel do Egito para ser Sua noiva, mas ela se prostituiu ao servir a outros deuses (Jr 3:1-11; Ez 16:8-16; Os 2:5-13). Essa foi sua desgraça e vergonha. Seu passado sombrio seria perdoado e esquecido, e a nação recebería os privilégios e a honra que origi- nalmente lhe foram prometidos (ver p. 15-19). Da tua viuvez. Uma alusão ao cativeiro em Babilônia, quando, por causa da infidelidade a seu Marido, a nação de Israel foi levada cativa (Lm 1:1; 2:5, 6; cf. Os 2:6-13).
Is.54:5 5. Teu marido. Embora a nação de Israel tivesse abandonado seu “marido”, Ele a traria de volta e seria novamente seu esposo (ver Ez 16:8; Os 2:14-20; 3:1-5). Deus de toda a terra. Ver com. de Is 56:7. Chegará a hora quando todos os povos da Terra se submeterão ao governo sábio e justo de Deus, e toda a Terra estará outra vez sob Seu domínio (ver p. 15-17; ver com. de Is 45:23). Todo aquele que recusar se submeter ao Deus do Céu perecerá (ver Zc 14:9- 19). Yahvveh não é Deus só dos judeus, mas também dos gentios (fim 3:29). Isaías contemplou toda a Terra “cheia da Sua glória” (Is 6:3). Habacuque falou do tempo quando “a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar" (Hc 2:14).
Is.54:6 6. O Senhor te chamou. Quando Israel deixou o Senhor, continuou Deus a amar Seu povo e a convidá-lo a voltar. Isso foi exemplificado na experiência de Oseias e sua infiel esposa, Gômer (Os 2:2-23; 3:1-5). Repudiada. Ou, “rejeitada”, isto é, como "esposa”.
Is.54:7 7. Por breve momento. Durante os 70 anos do cativeiro babilônico, Israel pareceu estar abandonado e esquecido. Contudo, na verdade, Deus permitiu essa experiência amarga a fim de revelar a Israel a tolice de seus caminhos e persuadi-lo de que a sabedoria consiste em ser fiel a Ele (ver Os 2:6-23). Em meio às dificuldades e às desilusões da vida, o povo de Deus tem o privilégio de ouvir a voz divina que chama a deixar os próprios caminhos e a andar com o Senhor. Acolher-te. O ajuntamento de Israel é um dos temas favoritos de Isaías (ver Is 11.12; 27:12; 43:5, 6; 56:8; 60:4; 66:18). O retorno literal dos judeus à sua terra natal após o cativeiro babilônico, predito nesta passagem, prefigurava a grande reunião de todo o povo de Deus na Canaã celestial.
Is.54:8 8. Num ímpeto de indignação. Este versículo repete o pensamento do v. 7 (com respeito à ira de Deus, ver com. de 2Rs 13:3).
Is.54:9 9. Como as águas de Noé. Manuscritos antigos e algumas versões dizem “os dias de Noé para Mim”. Depois do dilúvio, Deus prometeu que não mais destruiría a terra com água (Gn 9:11, 15). Promessa semelhante foi dada ao povo de Judá desde que permanecesse fiel a Deus, depois que retornasse à sua terra natal.
Is.54:10 10. Os montes se retirarão. Por meio de Isaías, Deus reafirma a veracidade de Suas promessas. Cristo afirmou o caráter 4 permanente da vontade de Deus conforme revelada nas Escrituras (Mt 5:18). A aliança da Minha paz. Isto é, a aliança divina que resulta em paz (ver Nm 25:12; Ez 34:25; 37:26). Quando o Messias veio, a hoste angélica proclamou a mensagem divina de "paz na terra entre os homens” (Lc 2:14), e quando Ele voltou para o Pai, deixou uma promessa de paz (Jo 14:27).
Is.54:11 11. Ornamento (ARC). Do heb. pok (ver com. de 2Rs 9:30, em que a palavra é traduzida como “pintou”). E te fundarei. O Senhor prediz como será a Jerusalém restaurada (comparar com a descrição de João da nova Jerusalém, em Ap 21:14-20). Safiras. Ver com. de Jó 28:6.
Is.54:12 12. Baluartes. Ou, “janelas” (ARC), "torres” (NTLH). A LXX diz “ameias”. Tua muralha, de pedras preciosas. Ver Ap 21.48.
Is.54:13 13. Filhos. Expressão hebraica comum para designar descendência, sem levar em conta a idade. Inclui os que são jovens, mas não se refere exclusivamente a estes. Neste caso, refere-se a todos os judeus, como "filhos’ de Jerusalém. Ensinados do Senhor. Até então, em sua inconstância, os judeus tinham se recusado a ouvir a instrução do Senhor (ver com. de (s 1:2). Daí em diante, depois da restauração, eles estariam dispostos a aprender de Deus. Em João 6:45, Cristo aplica estas palavras de Isaías a Si mesmo e a Seus ensinamentos. Na nova aliança, Deus escrevería os princípios de Sua lei no coração dos seres humanos (ver Jr 31:33, 34; Jo 14:26,27; !Ts4:9; Hb 8:10, 11; I |o 2:27; sobre a consideração para com a revelada vontade de Deus, ver com. de Mt 7:21-27). Paz. Isto é, bem-estar completo: de coração, mente, corpo e relacionamento com o próximo.
Is.54:14 14. Em justiça. Apenas o que é justo permanece. A vontade de Deus revelada é a única certeza que este mundo conhece. Não chegará a ti. Ver SI 46:1-7; cf. com. do SI 91:7.
Is.54:15 15. Poderão suscitar contendas. Ou, “poderão atacar”. Com frequência, os ímpios conspiram contra o povo de Deus, mas esses esforços estão destinados ao fracasso. Se tivessem permanecido fiéis a Deus depois do cativeiro, os judeus teriam recebido bênçãos inumeráveis (ver p. 16, 17). Seus inimigos conspirariam para tomar deles essas bênçãos, mas cairíam nessa tentativa (ver Ez 38:8-23; Zc 12:2-9; 14:2, 3). Nos últimos dias, haverá também, da parte dos exércitos do mal, um esforço conjunto para destruir os santos, mas não terão êxito (ver Ap 16:14-16; 19:11-21; ver p. 17, 21-23).
Is.54:16 16. O assolador. Isto é, aquele que devasta. Deus afirma Seu controle soberano sobre os poderes da Terra. Nenhuma lorça pode operar a menos que Ele permita (ver com. de Dn 4:17). Nenhum inimigo pode ultrapassar os limites que Deus estabelece.
Is.54:17 17. Arma. Ver com. do v. 16. Deus cuidará dos Seus e os vindicará diante dos inimigos. Nem homens maus nem demônios podem prevalecer contra eles (ver Is 50:8, 9; Zc 3:1, 2). Servos do Senhor. Isto é, o povo de Israel (ver com. de Is 41:8). Seu direito. Ou, “sua vindicação”. Deus vindicará a causa de Seus servos. Quando o inimigo os acusar e lutar contra eles, Ele os declarará inocentes e os libertará. Ao ser confrontado com circunstâncias difíceis em que parece a ponto de ser vitimado pelos ímpios, o servo de Deus pode dizer como o salmista: “O Senhor está comigo; não temerei. Que me poderá lazer o homem?” (SI 118:6). MCH, 33 14-Ed, 182 14, 15, 17- FEC, 478 17-Ed, 155; GC, 288; COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTíSTA Capítulo 55 I) assim será a palavra que sair da Minha boca: não voltará para Mim vazia, mas fará o que Me apraz e prosperará naquilo para que a designei.
Is.55:1 1. Todos vós, os que tendes sede. Isto é, aqueles que têm sede de entender a vontade e os caminhos de Deus e obter graça para estar em paz com Ele (Sl 42:1, 2; 63:1; Mt 5:6; Jo 7:37; Ap 21:6; 22:17). O ser humano foi criado com um anseio interior por Deus que é satisfeito somente na comunhão com Ele. A beleza poética deste capítulo se sobressai nas Escrituras. E um notável convite ao pecador para aceitar as bênçãos da salvação. Ninguém está excluído: “quem quiser receba de graça a água da vida’’ (Ap 22:17). Não existe fundamento para a ideía de que alguns são criados para a salvação e outros, para a perdição, alguns para serem salvos e outros para se perderem. Deus não interfere no livre exercício do poder de escolha (ver Ez 18:31, 32; 33:11; 2Pe 3:9). Neste capítulo, enfatiza-se a reunião dos gentios e o êxito do plano eterno de Deus para restaurar a Terra ao seu estado original de pureza e perfeição (ver Is 55:5, 8-11; ver p. 15-17). Vinde às águas. Deus convida a todos, de todas as partes, para participar de Sua graça. 3\gua, vinho, leite e pão (v. 2) representam as bênçãos espirituais (ver iVlt 26:27-29; jo 4:10, 13, 14; ICo 11:25-27; iPe 2:2). Os que não tendes dinheiro. Na linguagem simbólica empregada nesta passagem, a pessoa sem "dinheiro” é a que está ciente cie sua necessidade espiritual (ver com. de Mt: 5:3). Ela sabe que não tem méritos para oferecer a Deus como pagamento pelo precioso dom da salvação. Deus, no entanto, convida a todos esses a ir a Ele a despeito de sua pobreza espiritual. O preço da salvação foi pago pelo Salvador. Vinde, comprai. Os que desejam as bênçãos espirituais não só devem ter tome e sede de justiça, mas também se esforçar para obtê-las (ver com. de Mt 13:44-46). As bênçãos da salvação são gratuitas; contudo, só podem ser obtidas à custa de tudo o que a pessoa é e possui. Deus não prometeu salvação aos indiferentes a ela ou aos que não estão dispostos a se esforçar para obtê-la. Vinho e leite. As bênçãos da salvação são representadas por produtos que, no antigo Oriente, eram considerados símbolos das coisas boas da vida. Todas as necessidades do pecador serão satisfeitas em Cristo Jesus.
Is.55:2 2. Gastais o dinheiro. Uma repreensão para os que gastam tempo, esforço e dinheiro em coisas de pouco ou nenhum valor, ao passo que negligenciam o mais importante na vida (ver com. de jo 6:27). Não satisfaz. Os que não participam das riquezas espirituais que Deus tem proporcionado, de forma gratuita, sofrerão de fraqueza espiritual e dificilmente se darão conta da fome oculta da alma, que as coisas materiais jamais satisfazem. E vos deleitareis. Deus encoraja o ser humano a manter seu foco nas coisas espirituais em vez de nas materiais (ver com. de Mt 6:24-34; cf. Mt 23:23). Os que elegem as coisas espirituais como prioridade descobrirão que, dessa forma, as necessidades materiais são satisfeitas abundantemente. Com finos manjares. Uma expressão hebraica comum que significa abundância e prosperidade, neste caso, prosperidade espiritual (ver Gn 27:28, 39; 45:18; etc.).
Is.55:3 3. Inclinai os ouvidos. Isto é, estar atento às realidades espirituais. O ser humano deve estar pronto a ouvir o que Deus quer lhe dizer (ver com. de Is 30:21) e estar disposto a conhecer e a fazer o que Ele lhe revela. E a vossa alma viverá. Isto é, "vivereis” (ver com. de SI 16:10). Somente os que reagem ao apelo anterior (v. 1-3) e participam das bênçãos do Céu poderão verdadeiramente “entrar na vida” (Mt 19:17). Unicamente em Cristo o ser humano pode ter vida “em abundância” (jo 10:10). Uma aliança perpétua, judeus e gentios (ver G1 3:29; ver com. de Is 55:1) são convidados a tornar a relação da aliança uma realidade em sua experiência pessoal. Isto se refere à "nova” aliança, sob a qual Deus promete escrever Sua lei no coração do ser humano (ver com. de Jr 31:31-34; 14b 8:1(1, 11). Esta aliança inclui todas as promessas feitas aos pais (Gn 12:1-3; 17:7, 8; SI 89:3, 4, 28, 29, 36, 37; 105:8-12; ver também p. 13, 14). Fiéis misericórdias prometidas a Davi. Ver p. 31. Davi foi um grande pecador. Mas, quando seus pecados foram apontados, ele se arrependeu de forma sincera (ver com. cie SI 51) e, com isso, tornou-se objeto da misericórdia divina. Estas misericórdias são tão “fiéis" hoje como no tempo de Davi.
Is.55:4 4. Eis que Eu o dei. Isto é, Davi (v. 3), que foi um símbolo de Cristo e sobre cujo trono Cristo Se assentaria (SI 89:3, 4, 20, 35-37; Ez 34:23, 24; Os 3:5; ver com. de Dt 18:15; Mt 14). Davi é visto como um exemplo da experiência de alguém que recebe amplamente os privilégios e as responsabilidades da relação da aliança (ver p. 18). Como príncipe. Do heb. nagid, “chefe”, "líder ", “capitão ", “governante" (ver ISm 10:1; 13:14; 1 Rs 1:35; ICr 5:2; 28:4; Dn 9:25).
Is.55:5 5. Uma nação. Refere-se aos gentios (SI 18:43; Cl 2:9; Ef 2:19; IIV 2:9, 10). Os judeus eram o único povo a quem Deus escolheu “de todas as famílias da terra” (Am 3:2). Com frequência, eles se referiam aos gentios como “estrangeiros” (ver Is 56:6). Correrá para junto de ti. Ver p. 15-17. Este te glorificou. Sobre o que Deus planejou para Israel, ver p. 13-15.
Is.55:6 6. Buscai o Senhor. Foi nisto que Israel falhou. A razão do exílio foi que a nação não buscou conbecer e obedecer à vontade de Deus (ver ís 6:9-12). Repetidas vezes, Deus convidou Israel a buscá-Lo (ver Dt 4:29; SI 105:4-6; Jr 29:13, 14; etc.). Ao longo dos séculos, Deus tem feito exortações semelhantes à igreja (2Co 6:2; Ap 22:17). í- Enquanto está perto. Deus estava “perto” de Seu povo Israel (Dt 4:7; SI 148:14), mas também está “perto” de todos os que O invocam (SI 46:1; 145:18). Porém, virá o tempo em que a obstinada rejeição dos rogos do Espírito de Deus fechará a porta da graça e retirará a presença divina (Is 1:15; Os 5:6; Mt 25:10-12; cf. Jo 7:34; 8:21).
Is.55:7 7. Deixe o perverso. Inúmeras vezes Deus, por meio de Seus mensageiros, chama o ser humano a abandonar a vida de pecado, sob a promessa de perdão! (Is 1:16-19; jr 7:3- 7; Ez 18:23, 30-32; Mt 11:28, 29; l .c 24:47; At 3:19; 13:38).
Is.55:8 8. Meus pensamentos. Pouco o ser humano compreende da misericórdia de Deus, e de Seu propósito infinito para com toda pessoa salva pela graça divina. Com frequência, os pensamentos do ser humano são afetados pela amargura e indiferença; contudo, os planos divinos são ricos em misericórdia e graça per- doadora (Êx 34:6, 7; SI 103:8-14; jr 29:11-13).
Is.55:9 9. Mais altos do que a terra. O ser humano pensa no tempo; Deus, na eternidade. O ser humano pensa em si mesmo; Deus, nas criaturas de Suas mãos. O ser humano pensa no que pode conseguir, e Deus, no que pode outorgar.
Is.55:10 10. Assim como descem a chuva e a neve. As forças da natureza obedecem Aquele que as criou. A chuva serve a Deus quando refresca a terra e a faz produzir verdor, fra- grância, beleza e alimento para alegria e bem- estar do ser humano. Tornam. A chuva é um dom de Deus ao ser humano. Ela desce para cumprir o propósito benéfico para o qual foi enviada. Uma vez cumprido o propósito, ela retorna ao céu como vapor, pronta para ser enviada de novo. Assim é com tudo o que Deus ordena, seja na vida material ou espiritual.
Is.55:11 11. A palavra. A palavra de Deus representa Sua vontade e está dotada de poder para ser eficaz. Ela tem poder para criar (Gn 1:3; SI 33:6, 9), conceder energia espiritual, vida e bênção (Dt 8:3; Mt 4:4; Ap 1:3), julgar e condenar (Hb 4:12; Ap 19:15), levantar o ser humano da sepultura (jó 14:14, 15; jo 11:43, 44; ITs 4:16) bem como para curar e redimir (Mt 9:2, 6; Mc 2:5, 9-12; Jo 5:24; 6:63). O que Me apraz. O que ocorre com a chuva e a neve (v. 10) também se dá com a Palavra de Deus. Todas cumprem o propósito benéfico para que foram enviadas. Assim foi com Cristo, a Palavra viva (jo 1:1), em cujas mãos "a vontade do Senhor” prosperaria (ver com. de Is 53:10).
Is.55:12 12. Saireis. O cumprimento da vontade do Senhor (v. II) traz alegria. Os v. 12 e 13 descrevem o povo de Deus percorrendo o mundo com a missão de levar vida e cura. Eles são como semeadores, espalhando por toda parte a Palavra da vida. A natureza que irrompe em louvor representa a alegria que preenche o coração do ser humano quando este aprende do amor de Deus e de Seu propósito para com ele.
Is.55:13 13. Em lugar do espinheiro. Isaias repete uma de suas metáforas favoritas: a transformação do mundo. De um deserto desolado, ele se tornaria um jardim florescente (Is 35:1, 2, 6; 41:18, 19; 43:19; 44:3; etc.; cf. Ez 47.1-12). Na Bíblia, com frequência, os justos são comparados a árvores frutíferas (SI 1:3; Lc 6:44, 45), e os ímpios, a espinhos e abrolhos (Is 9:18). O poder de Deus transformará a face da f erra, fazendo com que cresçam jardins de deleite e beleza onde havia desertos abrasadores e áridos. Virtude e santidade substituem vício e impiedade, e alegria e paz tomam o lugar do medo e das dificuldades. Capítulo 56 tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, todos sem exceção.
Is.56:1 1. Assim diz o Senhor. O pensamento central de Isaías 56 é a conversão dos gentios. Em contraste com essa brilhante perspectiva, traça-se o sombrio quadro de Israel, que não está disposto a recebê-los. É necessária grande obra de reforma antes que Deus possa incorporar a Seu povo esses “separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa” (Ef 2:12). Essa reforma deve visar ao restabelecimento da liei observância do sábado. A mensagem deste capítulo é repleta de significado para o povo de Deus hoje. Mantende o juízo e fazei justiça. Comparar com Mq 6:8. Religião não é mera teoria, mas prática intensa. O povo de Deus deve manter a ortodoxia quanto à conduta e quanto à doutrina, a fim de que Deus possa trabalhar por meio dele para a conversão de outros (ver com. de Mt 7:21-27). Prestes a vir. Se Israel tivesse cooperado plenamente com os requerimentos divinos, as gloriosas promessas não teriam tardado. O mesmo se dá com a igreja. A manifestar-se. Revelar-se, isto é, no cumprimento das gloriosas promessas para fazer de Israel o instrumento divino na conversão do mundo (ver p. 15-17). O evangelho não era apenas para os judeus, mas para todos.
Is.56:2 2. Que se guarda de profanar o sábado. Era tão importante para o gentio convertido observar o sábado fielmente (v. 6) como era para os judeus. A observância genuína do sábado é evidência de que > a pessoa reconhece a Deus como criador e redentor, e de que está disposta a render-Lhe obediência em tudo (ver com. de Is 58:13; Ez 20:12, 20). Para os gentios, é tão essencial reconhecer esses princípios como o foi para os judeus. Deus criou ambos, planejou a salvação de ambos (Rm 1:16, 17) e tem direito de exigir dos dois grupos obediência e lealdade. Além disso, os princípios envolvidos no relacionamento do ser humano com Deus como criador e redentor não são diferentes na era cristã, e a observância do sábado não é menos importante hoje.
Is.56:3 3. O estrangeiro. Isto é, o gentio convertido ao judaísmo. O Senhor [...] me separará. O gentio convertido não devia se sentir inferior ao judeu. Ambos deviam ter os mesmos privilégios e responsabilidades envolvidos na relação da aliança. Uma árvore seca. Uma árvore seca não pode produzir fruto. Os eunucos não deviam, segundo a lei, entrar “na assembléia do Senhor” (ver com. de Dt 23:1), isto é, não podiam participar dos serviços no templo. Isaías assegura a essas pessoas que o amor e a aceitação por parte de Deus são imparciais. Eles não deviam se sentir abandonados por Deus nem desprezados em Israel.
Is.56:4 4. Que guardam. Ver com. do v. 2. índependentemente de circunstâncias sobre, as quais não têm controle, os que amam a Deus e O servem de coração são aceitos (ver At 10:34, 35).
Is.56:5 5. Nome melhor. De acordo com os hebreus, a felicidade plena do ser humano dependia de se ter um ou mais filhos por meio dos quais se preservasse o nome da família e a herança (ver com. de Mt 1:1). Ao não deixar descendentes, um eunuco podería temer que seu nome e herança fossem esquecidos em Israel. Porém, Deus prometeu a essas pessoas que, se permanecessem fiéis a Ele, daria a elas algo muito melhor do que lilhos, isto é, reeeberiam novos nomes (Ap 2:17), e a certeza de que esses nomes estariam escritos no livro da vida (Ap 3:5). A deficiência lísica de forma alguma afeta a posição do ser humano perante Deus. Para o Senhor, o que importa é o caráter e a fidelidade aos princípios de justiça e verdade. Nome eterno. Isto é, um que não seja afetado pelos defeitos físicos ou outras condições além do alcance humano.
Is.56:6 6. Aos estrangeiros. Ver com. do v. 3. Os gentios deviam desfrutar os mesmos direitos e privilégios dos judeus. A única condição era a submissão aos requerimentos do Senhor. Amarem. O rolo iQIs'1 do Mar Morto diz: “bendizerem" O sábado. Ver com. do v. 2. Este versículo é uma resposta convincente a quem afirma que o sábado não é para os gentios.
Is.56:7 7. Ao Meu santo monte. Isto é, para participar do reino messiânico (ver Is 11:9; 57:13; jl 3:17; cf. SI 48:2). Isaías outra vez se refere à gloriosa assembléia dos gentios (ver p. 15-17). Minha Casa. Era propósito de Deus que o templo fosse uma casa de oração (lRs 8:30, 38, 41-43), mas os judeus, em certos momento de sua história, fizeram dela um “covil de salteadores" (Jr 7:11; cf. Lc 19:46). Para todos os povos. Se Israel tivesse sido fiel, pessoas de todas as nações teriam ido a Jerusalém para louvar a Deus (ver p. 1 5-17); mas, devido à transgressão, os judeus foram finalmente rejeitados, e o templo, destruído (Jr 7:11-15; Mt 23:37, 38; 24:1, 2). As bênçãos que seriam deles foram dadas aos gentios (Is 60:3; Ml 1:11; At 13:46, 47; ver p. 21-23).
Is.56:8 8. Os dispersos de Israel. Referência aos judeus que, por sua conduta, se distanciaram de Deus. Pode se referir também aos judeus no exílio (ver Dt 30:1-3; SI 106:43-45; 147:2, 3; jr 29:10-14). Congregarei outros. Isto é, os gentios (verjo 10:16).
Is.56:9 9. Vós, todos os animais. A cena muda. Os “animais do campo" apontam para as nações estrangeiras que logo devorariam o povo de Judá por causa de seus pecados. Em contraste com as mais brilhantes perspectivas que resultariam da obediência, Isaías (v. 9-12) descreve a condição espiritual dos líderes e do povo e suas consequências (ver com. do v. 1).
Is.56:10 10. Seus atalaias. Aqueles cuja responsabilidade era instruir a outros, isto é, os líderes, eram incapazes e cegos para discernir o perigo (ver Jr 6:17; ver com. de Mt 15:14; 23:16b Nada sabem. Isto é, dos caminhos de Deus. Cães mudos. Os líderes de Israel não se portavam sequer como cão de guarda. Eles dormiam mesmo com a aproximação do perigo e não davam o alerta.
Is.56:11 11. Tais cães são gulosos. Em vez de buscar o bem-estar do rebanho confiado a seu cuidado, os líderes de Israel eram como cães que devoravam as ovelhas que deviam proteger (ver Jr 12:10, 11; Ez 34:8). Uma grande responsabilidade recaía sobre esses pastores, cujo único interesse estava em si mesmos. Deus os responsabilizaria pela perda do rebanho (jr 13:20; Ez 34:9, 10).
Is.56:12 12. Vinde. Numa época de perigo iminente, quando já se havia feito o convite aos “animais” para irem comer (v. 9), os pastores infiéis convidam seus companheiros para beber (cf. Mt 24:49; Lc 12:19). O dia de amanhã. Eles agiam como se o tempo não passasse, como se o juízo não estivesse próximo (ver v. 1). Suas bebe- dices e festanças eram contínuas e habituais. Quando Deus revelasse Sua “justiça ”, seriam destruídos, não libertos. A linha de pensamento introduzida nos v. 9 a 12 continua sem interrupção em 57:12. Capítulo 57 às tuas obras, elas não te aproveitarão. 4
Is.57:1 1. Perece o justo. Este capítulo dá continuidade, sem interrupção, à linha de pensamento introduzida em Isaías 56:9. Alguns observam que esta seção descreve as circunstâncias da primeira parte do reinado de Manassés (ver vol. 2, p. 72). Não se sabe se esta mensagem foi dada nessa época para encorajar os que sofriam, ou em outro momento. Os homens piedosos. Isto é, “os homens de chesed” (ver com. de Jó 10:1 2; SI 36:7). São arrebatados. Isaías se consola com o pensamento de que, em momentos como os descritos neste capítulo, a morte dos justos os livra de males maiores, que lhes sobreviríam caso continuassem vivos.
Is.57:2 2. Descansam no seu leito. Os justos encontrariam paz e descanso na morte. A sepultura seria para eles uma libertação bem-vinda das dificuldades e angústias (cf. Is 26:20; Ap 14:13; ver com. de Is 57:1).
Is.57:3 3. Descendência. Isaías exorta os obreiros da iniquidade a se aproximar e ouvir a palavra do Senhor. A Bíblia, muitas vezes, refere-se a homens como “filhos” daqueles cujas práticas imitam (jo 8:39, 41, 44).
Is.57:4 4. De quem chasqueais? Os ímpios zombavam dos justos e os ridicularizavam.
Is.57:5 5. Que vos abrasais na concupiscên- cia junto aos terebintos. Literalmente, "aqueles que se inflamam entre os carvalhos”. Estes são os “filhos da agoureira” e a “descendência da adúltera e da prostituta”, do v. 3. Isaías faz uma descrição vivida das orgias que se praticavam nos ritos religiosos dos cultos de fertilidade da época (ver vol. 2, p. 20-23). Paulo parece se referir a estas práticas licenciosas realizadas em nome da religião (Rm 1:24-32). Sacrificais os filhos. Os judeus apóstatas aos quais Isaías se dirige também eram culpados de oferecer sacrifícios humanos (ver com. de Lv 18:21; 20:2; cf. 2Rs 16:3,
Is.57:6 6. Pedras lisas dos ribeiros. Ribeiros, do heb. nachal, que pode se referir tanto ao próprio ribeiro quanto ao vale estreito que ele percorre. Isaías repreende os judeus apóstatas por outro ato idólatra: a adoração de colunas de pedra, como as adoradas pelos pagãos. Essas colunas eram ungidas com azeite e consideradas divinas (ver com. de Gn 28:18). Ofertas de manjares. Ver com. de Lv 2:1. Contentar-Me-ia Eu com estas coisas? Ou, "me arrependeria”, “me abrandaria”. As práticas idólatras tinham provocado a ira de Deus. Como poderia se acalmar com elas (cf. Jr 5:7, 9)?
Is.57:7 7. Pões o teu leito. A metáfora é apropriada porque a idolatria era considerada como adultério espiritual, e as formas mais degradantes de imoralidade faziam parte dos < supostos ritos sagrados das religiões pagãs (ver Ez 16:15-36; ver vol. 2, p. 20-23).
Is.57:8 8. Teus símbolos. Possivelmente o símbolo fálico, em geral adorado nos cultos de fertilidade (ver vol. 2, p. 20-22). Ordenou-se a Israel que escrevesse as palavras de Deus sobre os umbrais e as portas de suas casas a fim de que se lembrasse delas mais facilmente (Dt 6:5-9; 11:13, 18-20, 22). Porém, o infiel Israel removeu o memorial do Senhor e, no seu lugar, colocou símbolos idólatras. Puxas as cobertas. Ao abandonar o Senhor e se entregar a outros senhores, Israel cometeu adultério espiritual (Is 1:21; Jr 2:20; 3:1-14. 20; Ez 16:15-35; 23:13-49; Os 1:2; 2:2-13).
Is.57:9 9. Rei. Do heb. melek. No texto hebraico consonantal original (ver vol. 1, p. 1, 2), esta palavra também pode significar "Moloque”. Muitos comentaristas entendem que, neste caso, a palavra se refere a esse deus pagão. Contudo, alguns creem que se refere ao rei da Assíria (2Rs 16:7-13). O contexto favorece a primeira interpretação. A descrição que se segue é a de uma prostituta que se enfeita para atraíra presa. Assim, lsaías descreve Israel cometendo adultério espiritual (ver com. dos v. 5, 7, 8). Sepulcro. Do heb. sheol, a morada figurada dos mortos (ver com. de Pv 15:11).
Is.57:10 10. Não dizes. Os líderes judeus persistiam na apostasia e não admitiam que isso os levaria à ruína. Não desfaleces. Não se conhece o sig- nilicado exato desta expressão hebraica. No entanto, a ideia é de que o rei de judá encontrou meios de manter sua política pervertida, apesar das dificuldades.
Is.57:11 11. De quem. O temor do homem levou Israel a desobedecer a Deus, Essa conduta indicava que, para eles, era mais importante evitar a desaprovação do homem do que a desaprovação e os juízos de Deus. Esse temor levou Israel a fazer alianças com a Assíria (2Rs 16:7, 8) e o Egito (Is 36:6) e a ter relações amigáveis com certa facção babi- lônica (Is 39:1-3).
Is.57:12 12. Publicarei essa justiça. Deus iria expor ao mundo a justiça própria vã e vazia de judá.
Is.57:13 13. A tua coleção de ídolos. Isto é. “teus ídolos’. Na hora de aflição, Judá deveria clamar a seus ídolos por livramento.
Is.57:14 14. Aterrai. O rolo lQls1' do Mar Morto acrescenta “um caminho” (ver Is 62:10). Um caminho devia ser preparado para facilitar a viagem ao “santo monte” do Senhor (Is 57:13; ver com. de Is 35:8; 40:3, 4). Desse modo, lsaías, simbolicamente, insta com os líderes de Israel a remover obstáculos que impediam o cumprimento do propósito divino para Israel (ver p. 17-19).
Is.57:15 15. Que habita a eternidade. Literalmente, “habita para sempre”, lestas palavras sublimes caracterizam a Deus como eterno. A palavra shekinah, termo que designa a luz gloriosa da presença divina que pairava sobre a arca da aliança (Pj, 288; ver com. de Gn 3:24), deriva de shakan, que aqui se traduz como “habita . Alto e santo lugar. Isto é, o Céu mais elevado. Mas habito também. É uma ideia con- soladora saber que alguém tão grandioso como Deus cuida de nós e condescencle em habitar no nosso coração pela ié (Ei 3; 17; cf. G1 2:20; DTN, 23). Não importa quão insignificantes sejamos aos nossos próprios olhos, é nosso privilégio receber os maiores dons celestiais. Sejam quais forem as nossas necessidades, Deus está pronto a supri-las. Contrito. Contrição e humildade, o espírito de sincero arrependimento pelo pecado, somado ao sentimento de incapacidade de ganhar a salvação por si mesmo (ver Rm 7:18), são os requisitos essenciais para ser aceito por Deus (ver Mq 6:8; ver com. de SI 51:10: Mt 11:29). A contrição prepara o caminho para a justificação, assim como a humildade favorece a santificação. Deus pouco pode lazer por aquele que não sente a própria incapacidade e não busca poder do Alto (ver com. de Lc 15:2).
Is.57:16 16. Não contenderei. Em Sua infinita sabedoria e bondade, às vezes, Deus permite que dificuldades e punições recaiam sobre Seu povo. Por exemplo, Ele permitiu que os judeus fossem subjugados por Babilônia, mas, após 70 anos, fez com que voltassem para a Judeia (ver 2Cr 36:21-23; Jr 25:1!, 12; 29:10; Dn 9:2; comparar com SI í03:9). O espírito definharia. Se Deus fosse hostil para com os seres humanos devido à sua conduta, e contendesse com eles “para sempre ’, a vida que Ele deu seria extinta e os seres que criou deixariam de existir (ver com. de Gn 2:7). Porém, isso seria contrário ao Seu propósito criador.
Is.57:17 17. Da sua cobiça. Cobiça é uma lorma de egoísmo, e esse pecado tão evidente na época era a raiz dos outros males (Jr 6:13; Ez 33:31; lTm 6:10; ver com. de Lc 12:15). Eu Me indignei. Não é cia natureza de Deus ferir e destruir. Por um tempo, e a fim de cumprir determinado objetivo, Ele pode "esconder’' Sua face (SI 30:7; 89:46; Ez 39:29; ver com. de Is 54:8) e aparentemente abandonar aqueles que ama (ver com. de I Ib 12:6-11). Rebelde. Literalmente, “dando as costas”, "apostatando” (ver com. de Jr 8:5; Os 4:16). Os juízos que Deus permitiu cair sobre os hebreus não fizeram com que abandonassem o pecado. Eles persistiram em sua obstinada rebeldia. Como muitos hoje, escolheram fazer o que lhes agradava em vez de se sujeitarem aos princípios divinos.
Is.57:18 18. Aos que dele choram. Comentaristas em geral concordam que essa expressão deveria estar unida ao v. 19 para que se lesse, literalmente, "aos que dele choram como lrutos dos seus lábios”. Os israelitas que choravam pela maldade de seus atos e pelo mal que lhes sobreviera como nação tinham a promessa de misericórdia e livramento (Is 61:2: 66:10; Jr 13:17; Ez 9:4; ver com. de Mt 5:4). Eles louvariam a Deus por Sua misericórdia e graça (Os 14:2; H1 > 13:15).
Is.57:19 19. Paz. A mensagem divina de paz está nas boas-novas da salvação (ver com. de Is 52:7). O evangelho é para todos, para os de perto e de longe, judeus e gentios. Ê para todos dispostos a ouvir (At 2:39; Ef 2:12- 17). Deus sarará da enfermidade do pecado todos os que desejam abandoná-lo e seguir ao Senhor.
Is.57:20 20. Os perversos. Paz e cura (v. 19) são apenas para os que ouvem a mensagem de salvação. Os perversos não encontram paz porque rejeitam o único meio pelo qual podem alcançá-la.
Is.57:21 21. Não há paz. A paz é o fruto da justiça (ver com. de Is 32:17). Entre as obras da carne, estão “ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensão, facções’ (Cl 5:20, NVI), ao passo que amor, alegria e paz estão entre os frutos do Espírito (v. 22, 23). Os perversos não podem esperar paz de espírito nem tranquilidade. Onde ocorre afastamento dos princípios divinos, há inevitavelmente dissensão, discórdia e contenda. Se o mundo deseja se livrar da contenda, primeiramente deve abandonar o pecado, a causa de toda contenda. Somente a justiça interior pode produzir paz exterior. Capítulo 58 > tos da justiça, têm prazer em se chegar a Deus,
Is.58:1 1. Clama a plenos pulmões. Em Isaías 57:15 a 21, o profeta apresenta a mensagem celestial de reconciliação e paz. No cap. 58, ele fala sobre o que constitui o arrependimento e o que é essencial para que as bênçãos prometidas sejam derramadas. Um chamado ao arrependimento só é eficaz quando apresenta com clareza o que se deve fazer com o pecado e com a vida (ver Ez 13:10-16). Um chamado à reforma é um chamado à atitude decisiva (comparar com a mensagem de J1 2:12, 13). Anuncia ao Meu povo. Líderes que falham em traçar uma linha clara entre o certo e o errado, a fim de que o povo compreenda os princípios envolvidos, “são cegos, guias de cegos" (Mt 15:14; Lc 6:39; ver com. de Mt 23:16).
Is.58:2 2. Ainda Me procuram dia a dia. Exteriormente, a nação de juclá professava seguir o Senhor, mas o coração estava longe d Ele. As pessoas se apegavam a formas externas da religião e negligenciavam seus princípios básicos, jejuavam e oravam, observavam o sábado e as festas sagradas, apresentavam ofertas no templo e participavam das assembléias solenes, ao mesmo tempo em que se envolviam com toda forma de iniquidade (ls 1:11-15). O esforço era inconsistente, por servir a Deus e a Mamorn (ver com. de Mt 6:24-34). Professavam amar a luz, mas escolhiam viver na escuridão (ver com. de Mt 6:19-23). Queriam tudo o que o mundo e o Céu podiam oferecer. Desejavam os privilégios da obediência, sem assumir suas responsabilidades (ver p. 19, 20; ver com. de Mt 21:28-32).
Is.58:3 3. Por que jejuamos [...]? A hipocrisia permeava a vida religiosa (ver com. de Mt 6:2). Eles pensavam que recebiam a aceitação de Deus por meio da aflição física. Criam que o jejum expiava a iniquidade. A mente obscurecida não compreendia que Deus é justo e requer justiça. Esqueceram-se de que a essência da verda- > deira religião é o exercício da justiça, misericórdia e humildade (Mq 6:8; ver com. de Is 57:15). Cuidais dos vossos próprios interesses. As pessoas jejuavam porque queriam assim obter a aprovação divina. Não compreendiam o significado espiritual do jejum e da observância do sábado, e criam que cumprir as formas da religião lhes permitia satisfazer as próprias paixões e oprimir o pobre e o desamparado. Exigis que se faça todo o vosso trabalho. Literalmente, “oprime todos os vossos trabalhadores" (ver Lv 19:13; Tg 5:4).
Is.58:4 4. Para contendas e rixas. As formas do jejum eram religiosamente seguidas, mas o espírito do verdadeiro jejum (ver v. 6) havia se perdido. Práticas rigorosas serviam apenas para causar irritação. O jejum conforme ordenado por Deus (v. 6) ter ia resultado num viver virtuoso.
Is.58:5 5. Este o jejum. O jejum que faziam não era o indicado por Deus e, portanto, era inaceitável. Eles jejuavam apenas para garantir o favor de Deus e assegurar a aprovação cie seus atos maus, como se a abstinência de alimento fosse mais importante para Deus do que se afastar da iniquidade (ver com. de Mt 6:16).
Is.58:6 6. Que soltes as ligaduras. O verdadeiro jejum foi designado para purificar as inclinações e reformar a vida. Mas, entre os judeus, as práticas religiosas tinham se tornado um manto para ocultar a opressão dos fracos, o roubo às viúvas e aos órfãos, e todas as formas de suborno, engano e injustiça (Is 1:17, 23; Os 4:2; Am 2:6; 3:10; 4:1; 5:11; 8:4-6; Mq 6:11, 12). O verdadeiro propósito da religião é libertar o ser humano dos fardos do pecado, eliminar a intolerância e a opressão e promover justiça, liberdade epaz. Deus queria que Seus filhos fossem livres, mas os líderes de Israel os estavam convertendo em escravos e mendigos. Ataduras da servidão. Literalmente, "as ataduras do jugo”.
Is.58:7 7. Repartas o teu pão. A verdadeira religião é prática. Sem dúvida, inclui os ritos e as cerimônias da igreja, mas é na atitude perante o próximo que se manifesta a presença ou a ausência da verdadeira religião. Não é tanto uma questão de se abster do alimento quanto o é de compartilhar o alimento com o faminto. A bondade na prática é o único tipo de religião reconhecida no juízo divino (Mt 25:34-46).
Is.58:8 8. Tua luz. Ver com. de Is 60:1. Tua cura. O que se faz para o bem de outros resulta em benefício para si mesmo. O bem-estar do próprio está estreitamente ligado ao nosso próprio. Tua retaguarda. Ver Is 52:12; comparar com a experiência de Israel no deserto (Ex 14:19, 20). Quando são trilhados os caminhos que Deus escolhe, pode-se ter a certeza de Sua presença e proteção.
Is.58:9 9. Então, clamarás. As promessas de Deus dependem da obediência. Isaías indica a diferença entre a oração que Deus responde e aquela que não é aceitável para Ele (Is 1:11-17; 58:2-4). Se mostrasse favor àqueles que não se aproximam dEle com sinceridade e verdade, Deus os estaria confirmando em seus caminhos maus. Se tirares. Com crítica, censura, fofocas e insinuações, muitas pessoas tornam o fardo do próximo quase insuportável. Muitos cristãos são esmagados e enviados à sepultura desanimados e derrotados por terem sido objeto de escárnio de outros cristãos. Deus não pode se aproximar de Seu povo enquanto este estiver ocupado em criticar e oprimir o próximo.
Is.58:10 10. Abrires a tua alma. Isto é, ter interesse pessoal. Se a igreja vivesse à altura de suas oportunidades e responsabilidades, se seus membros fossem cristãos tanto em espírito como no nome, logo se cumpriría a missão, e o Senhor voltaria em glória. Vidas de serviço egoísta afastam a luz da glória de Deus (ver Is 9:2; 60:1, 2).
Is.58:11 11. O Senhor te guiará. Deus não pode guiar os obstinados, convencidos e egoístas. Para ser guiada por Deus, a pessoa deve primeiramente abandonar o eu e se entregar por completo à obra do Mestre. A experiência cristã de muitos é fria e árida porque lhes falta amor ao próximo. Lugares áridos. Em tempos de aridez espiritual, Deus promete refrigério aos que buscam com sinceridade ser uma bênção t> ao próximo.
Is.58:12 12. Antigas ruínas. Quando, finalmente, os judeus retornassem do cativeiro, encontrariam Jerusalém em ruínas. No entanto, o edifício moral da nação também estava em ruínas e devia ser reconstruído. Aqui se descreve uma grande obra de reavivamento, reforma e restauração. Havia uma brecha no muro, devido falta da prática da verdadeira religião (v. 3-5). Contudo, restavam os fundamentos e sobre eles uma nova estrutura seria erguida. Nos v. 6 a 10, apresenta-se o modo como se devia reconstruir as "antigas ruínas”. Isso devia ser feito mediante um reavivamento da religião prática. O v. 13 indica onde se deve começar a reforma. Veredas. Isto é, condutas retas. Antigas veredas outrora trilhadas pelo povo de Deus seriam restauradas (ver Jr 6:16). Os princípios retos devem ser honrados e seguidos em todos os relacionamentos da vida. A obra de restauração está acontecendo em todo o mundo. O sábado está sendo restaurado ao lugar de direito na lei de Deus e na vida das pessoas. Mais uma vez ensinam-se a homens e mulheres os caminhos do Senhor. Eles são convidados a entrar na cidade de Deus e a assumir seu lugar no templo vivo que está sendo construído (lCo 3:9-11, 16; Ef 2:20-2.2; 2Tm 2:19; lPe 2:4-9).
Is.58:13 13. Desviares o pé. A obra de restauração deve começar com um reavivamento da verdadeira observância do sábado, cuja essência é a comunhão com Deus e recordação de Seu poder criador, no cfia que Ele tornou sagrado. O destino de Judá como nação foi determinado por sua atitude com relação ao santo dia do Senhor (ver jr 17:24- 27). Nunca foi o propósito divino que o sábado fosse um fim em si mesmo, mas um meio pelo qual o ser humano pudesse se familiarizar com o caráter e os propósitos do Criador (ver com. de Ex 20:8). De cuidar. O termo “de” loi acrescentado pelos tradutores. Porém, o rolo !QK do Mar Morto diz “de”, assim como a LXX e a Siríaca. Teus próprios interesses. A essência do pecado é o egoísmo: fazer o que se deseja, sem levar em consideração a Deus ou ao próximo. O sábado dá ao ser humano a oportunidade de subjugar o egoísmo e cultivar o hábito de lazer o que agrada a Deus (1 Jo 3:22) e que contribui para o bem-estar de outros. Ouando compreendido e observado corretamente, ele se torna a chave para a felicidade do ser humano tanto aqui quanto no porvir. A verdadeira observância do sábado conduzirá à reforma descrita em lsaías 58:5 a 12. Os que não participam do espírito do sábado como Deus ordenou não percebem o que estão perdendo. O sábado é uma das maiores bênçãos do Criador aos seres criados. Deleitoso. A mera forma de observância do sábado tem pouco valor. Os que consideram o sábado uma carga não descobriram seu verdadeiro significado e valor. Santo dia do Senhor. Ver com. de Cn 2:1-3. E o honrares. Eis a prova decisiva para se determinar o que é certo e apropriado fazer no sábado: Isso honra a Deusr Ioda atividade cujo objetivo seja aprender mais dos caminhos, do caráter, das obras e da vontade do Criador, ou que seja um canal pelo qual Seu amor pode alcançar o coração e a vida do próximo, é sem dúvida, uma honra a Deus.
Is.58:14 14. Então, te deleitarás. Os que fazem do sábado o que Deus planejou que ele fosse têm comunhão íntima com Ele. Essa bênção não alcança os não observadores do sábado como deveria (comparar com o SI 40:8; ver com. de Ez. 20:12, 20). Os altos da terra. Promete-se prosperidade material e espiritual a quem de coração toma parte no espírito do sábado (ver com. de iVIt 6:33). A herança de Jacó. Inúmeras bênçãos fazem parte da "herança de Jacó” (ver p. 14, 15). GC, 459; OE. 304; LS, 202; TM, 89, 411; Tl, Capítulo 59 há; a salvação, e ela está longe de nós. ravilhou-Se de que não houvesse um intercessor; pelo que o Seu próprio braço Lhe trouxe a salvação, e a Sua própria justiça o susteve. <
Is.59:1 1. A mão do Senhor. Muitos em Israel atribuíam as dificuldades da nação à incapacidade de Deus de libertá-los. Sua concepção de Deus era como a dos pagãos com relação a seus deuses. Consideravam Yahweh como uma divindade local cujo poder era limitado e que não era capaz sequer de proteger Israel dos deuses e dos exércitos das nações vizinhas. Eles O culpavam por suas aflições. Nesta passagem, o Senhor responde a essas objeções. A culpa não está nEle, mas com eles. Deus é forte e bom. Seu braço é poderoso e Seu ouvido está atento aos clamores de Seus filhos. Ele pode e irá ajudar quando os obstáculos forem removidos. Nem surdo o Seu ouvido. A dificuldade estava na percepção espiritual de Israel, não no ouvido de Deus (ver Is 6:9, 10).
Is.59:2 2. Vossas iniquidades. O pecado levanta uma barreira entre o ser humano e Deus. Se os céus parecem distantes da Terra, é porque o pecado colocou um véu de separação entre o homem e Deus.
Is.59:3 3. Vossas mãos. O profeta repete a acusação feita em Isaías 1.15. Embora os judeus professassem de forma vigorosa a religião, suas palavras e obras eram continuamente más.
Is.59:4 4. Ninguém há que clame pela justiça. Literalmente, ‘'não há quem clame em justiça". O contexto torna claro que Isaías se refere à administração da justiça. A ideia é que, quando vai ao tribunal contra alguém, a pessoa o faz não para alcançar a justiça, mas para assegurar a sanção dos tribunais para a injustiça e opressão. Que compareça em juízo pela verdade. Literalmente, "pleiteie [seu caso] em verdade ', isto é, com honestidade. Durante o curso dos procedimentos legais, todos tiram vantagens ilegais de seu oponente (ver Is 1:17, 23; Os 4:1, 2; Am 2:6-8; 4:1; 5:11, 12; 8:4-6; Mq 3:11; 6:10-12; 7:2, 3).
Is.59:5 5. Ovos de áspide. Líderes e povo tramavam perversidades constantes. Teias de aranha. Teciam teias de engano para seduzir o próximo. A teia de aranha não parece ser um instrumento de morte; contudo, é ajustada de forma admirável para pegar a presa. É pisado. A aparente frustração dos planos malignos não evitava o mal em si. Os inimigos da justiça ainda podiam atingir seus objetivos.
Is.59:6 6. Sua teias. A teia de aranha não é própria para se vestir, e quem procura se vestir com ela revela vergonha e tolice. Os que se ocupam em tecer teias de aranha perdem tempo produzindo o que não só é inútil, mas prejudicial.
Is.59:7 7. Seus pés correm. As palavras “correm” e "velozes” descrevem o afã e a intensidade com que esses homens se envolviam com o mal. A consciência deles não estava adormecida, mas morta. Depois de cometer um ato perverso, ficavam impacientes para cometer o seguinte (comparar com Pv 1:16; 6:17, 18; Mq 7:3). Derramar o sangue inocente. Manas- sés “derramou muitíssimo sangue inocente” (2Rs 21:16). Deus decretou que “se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu” (Gn 9:6). Quando Judá foi destruída, seus líderes estavam entregues à “ganância”, prontos “para derramar o sangue inocente e para levar a efeito a violência e a extorsão” (jr 22:17). Uma das condições de Deus para se evitar a destruição de Jerusalém era que o povo não oprimisse o estrangeiro, o órfão e a viúva nem derramasse sangue inocente (jr 7:6). Pensamentos de iniquidade. Nos dias de Noé, Deus viu que “a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração” (Gn 6:5). Da mesma forma, planos ímpios pressagiam males para a presente geração (ver com. de Mt 24:37, 38). Desolação e abatimento. O rolo lQlsa do Mar Morto acrescenta “e violência”. Pensamentos maus dão origem a atos ímpios. Tentativas para frustrar o mal quando este alcança o estágio de ação geral mente são inúteis. A única maneira eficaz de se prevenir ações más é transformar os pensamentos. E esse aspecto da lei que Cristo apresenta no Sermão do Monte (ver com. de Mt 5:17-22). Seus caminhos. Viajar não era seguro.
Is.59:8 8. O caminho da paz. Quem deseja desfrutar paz deve primeiramente ter pensamentos de paz. A paz é o produto do pensamento reto e da ação reta (ver Is 32:17). O povo de Deus desfruta paz (Is 32:18) porque tem paz no coração. Esse é o remédio para a angústia e o pesar do mundo.
Is.59:9 9. Juízo. Isto é, “justiça”. Nos v. 1 a 8, Deus Se dirige ao povo. Nesse versículo, eles respondem, admitindo as acusações divinas. Justiça. Literalmente, “retidão”. Escuridão. Israel esperava pelo cumprimento das promessas da aliança (ver p. 14, 15) sem ter cumprido suas obrigações. Esperava usufruir os privilégios sem aceitar as responsabilidades. Por isso, a nação colheu a maldição da desobediência (ver p. 17-20). Israel não levou em consideração a justiça, honestidade, bondade c misericórdia, e Deus não pleitearia a causa contra seus opressores. Para sua tristeza, os israelitas descobriram que, pela medida com que mediram a outros seriam também medidos (ver com. de Mt 7:2). Estavam colhendo o que plantaram. Clamaram a Deus por ajuda, mas os céus acima deles pareciam bronze, e a terra abaixo, ferro (Dt 28:23).
Is.59:10 10. Apalpamos. Os v. 10 a 15 descrevem de forma vivida os resultados da transgressão. Quando os seres humanos se recusam a andar no caminho da retidão e da justiça, Deus permite que a escuridão lhes sobrevenha (Is 6:10; ct. Rm 11:25). Ele deixa que andem nos caminhos que escolheram, os quais, de forma inevitável, conduzem à angústia e perplexidade. Os seres humanos se encontram encerrados entre muros de dificuldades. Cegamente e em vão tateiam, em busca de uma saída. Esse loi o fim que Moisés predisse (Dt 28:20, 29).
Is.59:11 11. Bramamos. A angústia produz diferentes efeitos, às vezes, ódio e amargura, às vezes, angústia e sofrimento (ver com. do v. 9). “Para os perversos [...] não há paz” (ver com. de Is 57:21).
Is.59:12 12. Nossas transgressões. Representando o povo de Judá, Isaías reconhece com sinceridade suas transgressões (ver com. do v. 9). Eles não mais tentam se justificar. Começaram a receber a recompensa pelo pecado (ver Rm 6:23; cf. Tg 1:15).
Is.59:13 13. Retirarmo-nos. O pecado afasta as pessoas de Deus, nunca as aproxima. O caminho que Israel trilhava conduziría a nação mais e mais distante dos ideais que Deus colocou diante dela. O povo, por assim dizer (ver com. do v. 12), admite abertamente a culpa (ver com. do v. 9) e, ao lazer isso, dá o primeiro passo em direção ao Senhor. Em Isaías 58:5 a 14, apresentam-se os passos sucessivos essenciais para a reforma. Essa era a única esperança de Israel para evitar mais calamidades.
Is.59:14 14. Direito. Isto é, "justiça”. Isaías descreve a triste situação que prevalecia nos tribunais e nos negócios particulares dos judeus. Personifica-se a justiça, que é descrita como fugindo para a própria segurança. Ela temia se aventurar em público. Justiça. Literalmente, “retidão”. Esta também tinha sido deixada de lado e se encontrava fora da presença dos seres humanos. A verdade foi atacada e jazia como um guerreiro caído, pisado e incapaz de se levantar. Equidade e integridade foram banidas e não ousavam voltar. Esse é o resultado inevitável quando uma nação dá as costas para Deus e Sua lei (ver GG, 584, 585).
Is.59:15 15. Como presa. A seção que se inicia com o v. 9 se encerra com estas palavras. Os tempos eram tão maus que a pessoa correta corria perigo. Esta era a situação em Judá durante o reinado de Manassés que "derramou muitíssimo sangue inocente’’ (2Rs 21:16). O Senhor viu isso. Estas palavras dão início a uma nova seção. Concluiu-se a acusação divina dirigida a judá (v. 9-15). O Senhor então estuda a condição desesperada de Judá e Se oferece como salvador e intercessor (ver com. de Js 53:12). É encora- jador saber que, quando uma situação parece ruim e desanimadora, o Senhor não só sabe tudo sobre isso, como também está pronto a conceder alívio.
Is.59:16 16. Não havia ajudador. Na crise que se levantou, não havia ninguém para dar alívio (ver Ez 22:30) ou que pudesse deter o castigo, como lizeram Arão e Moisés (Nm 16:47, 48) ou Eineias (Nm 25:7, 8). Da perspectiva humana, a situação parecia sem esperança. O socorro vem de Deus, como no Egito, no Mar Vermelho e, vez após vez, na peregrinação pelo deserto e na ocupação da terra prometida. Deus atuaria para honrar Seu próprio nome e por amor de Seu povo abatido. Um intercessor. Ou, “ninguém que socorresse’’ (NTLU), isto é, em favor de Israel. Eles estavam distantes do Pai celeste e necessitavam de ajuda (ver com. dos v. 1, 2, 9). Sua própria justiça. É a misericórdia divina que faz com que o Onipotente intervenha em favor de Seu povo sitiado. A crise que afetou judá nos dias de Isaías ameaçava extinguir a nação. Mas, como tantas vezes se descreve no livro de Isaías, as Escrituras indicam, na crise mais delicada, uma lição de profunda importância sobre o grande conflito entre Deus e Satanás. Não é só a nação de Judá que está envolvida, mas toda a humanidade. A completa impotência de judá diante de seus inimigos é apresentada como exemplo da fragilidade de toda a raça humana na luta contra o pecado e as forças do mal. Sem a intervenção divina, o ser humano não tem esperança. Portanto, Cristo Se oferece como resgate por muitos e trilha o árduo caminho do condito que o leva finalmente à cruz.
Is.59:17 17. Couraça. Isaías descreve Cristo como um guerreiro armado que entra na batalha pela salvação do ser humano. Essa guerra não se combate com armas tangíveis. A couraça e o capacete são designados a proteger a cabeça e o peito, as partes do corpo mais vulneráveis (ver El 6:14, 17). Vestidura. Cristo batalharia até chegar aos domínios dos inimigos. Zelo. Este zelo dava coragem e aterrorizava as forças do mal (ver SI 69:9; 119:139).
Is.59:18 18. Segundo as obras deles. Para ser justo, o juízo deve ser proporcional à culpa. Quando Cristo retornar, será "para retribuir a cada um segundo as suas obras" (Ap 22:12). O Senhor "é tardio em irar-Se”, mas vem e hora quando Ele tomará "vingança contra os Seus adversários e Se indignará com os Seus inimigos (ver com. de Na 1:2, 3). As terras do mar. Isto é, nações distantes que oprimiram o povo de Deus (ver com. de Is 42:4).
Is.59:19 19. Temerão, pois, o nome do Senhor. Como o Egito antigo, as nações respeitarão o poder e a majestade de Deus quando Ele Se levantar para defender Seu povo (ver com. de Is 45:23). Quando os juízos de Deus "reinam na terra, os moradores do mundo aprendem justiça’’ (ls 26:9). A manifestação final do poder de Deus em favor de Seu povo fará com que todos O reconheçam, de uma extremidade à outra da Terra (SI 50:1-6; MI 1:11; Ap 5:13; 15:3, 4). Virá como torrente. O texto hebraico consonantal pode ser traduzido como na AA: "porque Ele virá tal como uma torrente impetuosa, que o assopro do Senhor impele”. A sintaxe e a forma verbal do hebraico parecem favorecer a última versão. A palavra tsar, traduzida como "inimigo’ (ACP), também significa “sofrimento”, "desânimo” ou angústia. Se tsar é o sujeito da frase, deve ser um substantivo: “inimigo”. Se é um modiíi- cador de “torrente”, cuja posição na frase parece favorecer essa ideia, uma tradução literal da frase seria: “Ele virá como um rio cie angústia”. Impelida. Do heb. nosesah. Se este verbo > provém de nasas, a tradução “arvorará contra ele a sua bandeira” (ARC) tem fundamento; mas se provém de nus, “impelida” ou "levada", então se deveria levar em conta a tradução da ARA, que, neste ponto, segue a interpretação mais natural do texto masso- rético. Ambas as traduções ficam em harmonia com o contexto. De acordo com a ARC, o povo de Deus está em grande angústia (ver v. 9. 15), mas Ele Se levanta para libertá-lo (ver v. 15, 16). Na tradução da ARA, a última parte do v. 19 dá sequência à descrição de Deus derrotando os inimigos de Seu povo, nos v. 16 a 18. Portanto, fica claro que nem o contexto nem o próprio texto hebraico podem se colocar de forma decisiva em favor de qualquer dessas traduções. Quando o inimigo avança com força aparentemente irresistível, e nada parece poder impedi-lo de derramar sua ira sobre os justos, Deus revela Seu poder grandioso (v. 16). Vez após vez na história, Deus interferiu poderosamente para libertar Seu povo. Isso ocorrerá novamente na grande crise do fim dos tempos, No momento em que os ímpios pensarem ter os santos em seu controle, o Senhor Se manifestará, destruindo os inimigos e resgatando os santos, conforme a promessa bíblica.
Is.59:20 20. Virá o Redentor. Esta profecia se cumprirá na segunda vinda de Cristo. O Senhor voltará para salvar Seu povo: os que abandonaram a transgressão e O aceitaram como salvador. Paulo sugere situação semelhante quando “todo o Israel será salvo” (Rm 11:26).
Is.59:21 21. Minha aliança. Ver com. de Gn 17:4, 7, 8; Jr 31:31-34; Hb 8:10, 11; 10:16. Capítulo 60 e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o Senhor, e a Sua glória se vê sobre ti.
Is.60:1 1. Dispõe-te, resplandece. O profeta descreve a obra gloriosa a ser realizada por Israel, supondo que haveria uma reforma, em harmonia com Isaías 58:6 a 14. Os cap. 60 a 62 descrevem essa obra grandiosa. Esse era o plano divino para o antigo Israel. Mas, como nação, os israelitas talharam na obra da reforma; e, portanto, Deus não pôde libertá-los de seus inimigos nem convertê-los em agentes capazes de levar salvação aos gentios (ver p. 13-17). Por isso, os privilégios e as responsabilidades da aliança foram transferidos ao Israel espiritual. Desde então, a gloriosa vitória do evangelho descrita nos cap. 60 a 62 pertence ao povo da nova aliança (ver p, 2J-23). Tua luz. A luz é símbolo da presença divina (ver DTN, 464; ver com. de Gn 3:24). Cristo veio à Terra como a luz da vida (Jo 1:4, 5; 3:19; 8:12; 9:5; 12:35, 36, 46; ver com. de Is 9:2). Aqueles que O recebem e creem em Seu nome (jo 1:9, 12), por sua vez, devem lazer a luz da graça brilhar para a glória de Deus (ver com. de Mt 5:14-16; IPe 2:9). Antes do retorno de Cristo, a mensagem do evangelho será proclamada com tal poder que toda a Terra será iluminada com a luz da verdade (Ap 18:1).
Is.60:2 2. Escuridão. Isto é, escuridão espiritual (ver com, de Is 9:2). Os seres humanos têm a tendência de amar “mais a trevas do que a luz ’ porque suas obras são “más” (Jo 3:19). O mundo está em trevas por não compreender a Deus. As pessoas más não valorizam a bondade que há no ser humano. íí Não reconhecem a luz celestial (jo 1:5, Sua glória. E a luz da glória de Deus refletida que se vê sobre Seu povo. Quando buscam honra para si mesmos, os seres humanos ofuscam a glória de Deus. Quando há disposição para negar o eu e deixar que Deus ocupe o primeiro lugar no coração e na vida, a glória divina pode ser vista (ver p. 14-17, sobre a glória de Deus no antigo Israel).
Is.60:3 3. As nações se encaminham. O reflexo do caráter divino visto em Israel, junto com as bênçãos do Céu, teria atraído os gentios e os convencido da superioridade da adoração e do serviço a Yahvveh (ver p. 15-17; cf. Is 49:6, 22). Pela providência divina, esta promessa se cumprirá com o novo Israel (ver p. 21-33; ver com. do v. I). E os reis. A glória de Deus revelada em Seu povo e em Sua igreja atrairá não só os humildes, mas também os grandes da Terra. Até mesmo reis serão atraídos à luz que brilha da Palavra de Deus (ver Is 49:23; 52:15).
Is.60:4 4. Levanta em redor os olhos. Deus exorta Israel a contemplar a gloriosa perspectiva descrita nos v. 1 a 3. A igreja, como o novo Israel, deve desviar os olhos das realidades terrenas a fim de ter um vislumbre do tempo prestes a chegar; e, tendo feito isso, buscar com fervor se preparar para esse dia. Tuas filhas. A última frase do v. 4 diz, literalmente, “tuas filhas serão atendidas ao [teu] lado”.
Is.60:5 5. Estremecerá. Literalmente, “tremer", isto é, de alegria (ver jr 33:9). Israel se emocionaria com a realização de seu destino glorioso. O rolo lQIsa do Mar Morto omite a palavra traduzida como “estremecerá”. E se dilatará de júbilo. Do heb. nahar. A abundância do mar. Referência ao comércio marítimo internacional dos dias de Isaías, que gerava riqueza para os comerciantes. As riquezas. Do heb. chel. Gentios convertidos fariam contribuições generosas e, dessa forma, apressariam a proclamação do evangelho (ver p. 16).
Is.60:6 6. A multidão de camelos. O versículo anterior se refere à “riqueza" proveniente do mar. Aqui se descrevem caravanas e o comércio por terra. Midiã. Uma região no deserto da Arábia (ver com. de Ex 2.9 5). Efa. Referência a uma tribo midianita (Gn 25:4; lCr 1:33) e à região habitada por ela. Sabá. Provável referência a uma região ao sul da Arábia (Gn 10:7, 28). A rainha de Sabá visitou Salomão e lhe deu presentes (1 Rs 10:1- 10). Em Mateus 12:42, ela é chamada “rainha do Sul”. O salmista predisse, um tempo em que os reis de Sabá ofereceríam presentes ao glorioso rei de Israel (SI 72:10, 11).
Is.60:7 7. Quedar. Queclar e Nebaiote eram filhos de Ismael que se estabeleceram no deserto da Arábia (Gn 25:13). O povo das regiões citadas nesta passagem era íamoso por seu gado e seus camelos (Jz 6:5). Para o Meu agrado subirão ao Meu altar. Os presentes dos gentios seriam aceitos pelo Senhor em sinal de que também sâo recebidos como indivíduos. Isaías mais uma vez descreve a grande assembléia de pessoas vindas de terras estrangeiras (ver com. do v. 1).
Is.60:8 8. Voando como nuvens. A metáfora muda, e a assembléia dos gentios em [erusalém é descrita como grandes bandos de pássaros.
Is.60:9 9. As terras do mar. Povos distantes reconheceríam a mensagem da graça divina (ver com. de Is 42:4). Multidões de todas as regiões da Terra anseiam por esperança e paz que somente o evangelho pode prover. Navios de Társis. Navios usados no comércio de metais (ver com. de Is 2:16). O salmista predisse um tempo em que “os reis de Társis e das ilhas’’ ofereceríam presentes ao rei de Israel (SI 72:10). Sua prata. Ao falar da vinda do "Desejado de todas as nações”, Ageu declarou que toda a prata e todo o ouro pertencem ao Senhor (Ag 2:7, 8, ARC). O salmista anteviu reis levando presentes ao templo (SI 68:29-31; ver com. de Is 60:5). As pessoas verdadeiramente convertidas apresentam seus maiores tesouros a Deus.
Is.60:10 10. Estrangeiros. Isto é, gentios (ver :» com. de Is 56:6). Edificarão os teus muros. Antigamente, os muros das cidades serviam de proteção e representavam sua força. Assim, edificar os muros de Sião significava aumentar sua força. Gentios ajudariam os judeus na proclamação do evangelho. No Meu furor te castiguei. O cativeiro babilônieo (ver com. de Is 54:7).
Is.60:11 11. Abertas de contínuo. Como medida de segurança, as portas da cidade eram fechadas à noite. Portas abertas à noite indicavam paz e segurança. Porém, como declarado aqui, a principal razão de deixá- las abertas à noite seria para acomodar a ininterrupta marcha de gentios que subi ria a Jerusalém para apresentar seus presentes ao Senhor como sinal de amor e devoção. Riquezas. Ver com. do v. 5. E, conduzidos com elas, os seus reis. Monarcas gentios se aproximariam de Jerusalém com esplendor real, acompanhados de servos e cortesãos (cf. Ap 21:24).
Is.60:12 12. A nação. "As nações que rejeitassem o culto ou o serviço do verdadeiro Deus deveriam ser desapossadas. [...] Quando o ntámero de Israel aumentasse, deveriam ampliar os limites até que seu reino abarcasse o mundo’’ (PJ, 290; ver p. 15-17). A falha de Israel em não cooperar com o plano de Deus tornou impossível o cumprimento desta profecia. No entanto, ela se cumprirá com o novo Israel, na vitória gloriosa do evangelho e no retorno de Jesus a esta Terra (ver p. 21- 23). Finalmente, o Deus do Céu "suscitará um reino que não será jamais destruído” e que “esmiuçará e consumirá todos estes reinos” (Dn 2:44; cf. Dn 7:27; Ap 11:15).
Is.60:13 13. A glória do Líbano. O Líbano era famoso por sua beleza, em particular, pelos majestosos cedros. Os cedros do Líbano foram usados no templo de Salomão (1 Rs SAIO), mas Isaías anteviu um novo templo que o superaria em glória. Ezequiel recebeu instruções detalhadas para esse novo templo, que, porém, nunca foi construído (ver Ez 40-44). O cipreste. Sobre as árvores alistadas nesta passagem, ver com. de Is 41:19. Olug ar dos Meus pés. Sião é chamada de “escabelo” dos pés do Senhor (JCr 28:2, ARC; SI 99:5).
Is.60:14 14. Inclinando-se. Isto é, em submissão voluntária, as nações reconheceríam a superioridade dos que amam e servem o verdadeiro Deus (ver p. J5, 16; comparar com Is 62:4, 5, 7, 11).
Is.60:15 15. Abandonada. Ver com. de Is 54:7, 8. Como uma esposa abandonada, Sião se tornou objeto de escárnio e opróbrio para os seus vizinhos (ver Lm 2:15). Contudo, ela seria restaurada à sua antiga posição e se tornaria outra vez o deleite do Senhor (Is 62:4). Se Israel tivesse sido fiel a Deus, Jerusalém teria permanecido para sempre como a gloriosa metrópole da Terra (ver DTN, 577; GC, 19).
Is.60:16 16. O leite. Isaías introduz outra metáfora para a riqueza e os recursos dos gentios, que fluiríam para Jerusalém continuamente (ver com. dos v. 5-7, 11; comparar com Is 49:23; 61:6; 66:12). Quando deixaram o Egito, os filhos de Israel receberam presentes dos antigos amos (ver com. de Êx 3:22). Quando retornaram do cativeiro babilônico, os judeus receberam presentes voluntários de prata e ouro dos vizinhos e amigos, bem como do tesouro real (Ed 1:6; 7:15’ 16, 21-23). Saberás. Ver com. de Ez 6:7.
Is.60:17 17. Por bronze. Assim como o ouro tinha mais valor que o bronze, e a prata, mais que o ferro, o Senhor aumentaria a riqueza de Israel (ver p. 15). Tudo o que sacrificaram para Deus seria finalmente recompensado. Tudo que se dedica ao serviço de Deus é recompensado além das expectativas (ver com. de Ec 11:1; Mt 19:29). Os teus inspetores. Os líderes de Israel seriam pessoas de “paz”. A palavra ''paz”, sem dúvida, é usada neste caso no sentido amplo de bem-estar geral. Os líderes de Israel conduziríam a nação ao êxito e à prosperidade. Justiça. Do beb. tsedeq, que às vezes significa "êxito”. A política governamental estaria em harmonia com os princípios divinos e, portanto, teria êxito. Exatores. Do beb. nogesim, que no plural, como é o caso, significa “autoridades”.
Is.60:18 18. Violência. Continua a ideia do v. 17. Em vez de opressão, brutalidade e luta (ver is 59:3-15), haveria princípios de amor fraterno, benevolência e consideração mútua. Aos teus muros chamarás Salvação. A presença e a bênção de Deus seriam os muros e baluartes de Jerusalém (verZc 2:5), e aclamações de louvor e gratidão substituiríam portas e ferrolhos (ver Is 26:1-3).
Is.60:19 19. Nunca mais. O sol não deixará de existir quando a Terra for restaurada, mas a cidade não mais precisará dele (Ap 21:23; 22:5). Luz perpétua. As palavras hebraicas depois desta frase, e também as mesmas palavras no v. 20, não estão no rolo IQIs1’ do Mar Morto. Esse é um caso claro de um frequente erro de escriba chamado “homeo- teleuto”, em que o escriba omite tudo o que está entre duas frases iguais, por não notar que a frase está repetida. O rolo IQIs“ do Mar Morto tem esta passagem.
Is.60:20 20. A tua luz perpétua. Enquanto o ser humano estiver neste mundo, se alternarão sol e sombra, luz e escuridão, riso e lágrimas. Mas, na cidade santa, Deus será a luz e a alegria constantes de Seu povo (ver com. do v. 1). Teu luto. Ver com. de Is 59:9-11.
Is.60:21 21. Justos. Justiça ou retidão é o objetivo pessoal de quem faz parte do povo de Deus. Na nova Terra, o ideal do Salmo 15 e do 24:3 a 5 se cumprirá. Será um mundo em que habita a justiça (2Pe 3:13), pois todos os seus habitantes serão justos. A tristeza não mais existirá, pois não haverá mais pecado (ver Ap 21:27; comparar também com Is 52:1; Zc 14:16). Herdarão a terra. As promessas feitas aos pais se cumprirão no tempo devido (ver Gn 12:7; Dn 7:18; Mt 5:5; Ap 21:3, 4, 7). Renovos. Os “homens de Judá” eram a 'planta dileta do Senhor” (Is 5:2, 7; cf. Is 29:23; Ef 2:10). Deus concede a semelhança divina a Seu povo e põe a lei no coração dele (Jr 31:33, 34). Pouco a pouco eles devem se assemelhar mais e mais a Deus (IJo 3:2; cf. Ef 4:15). A palavra heb. netser, “ramo”, “renovo”, “raiz”, é omitida no rolo lQIsb do Mar Morto.
Is.60:22 22. O menor. “Uma pessoa insignificante”'. Virá a ser mil. Isto é, “se tornará [um grupo, ou clã] de mil" (ver Is 54:1-3). Cristo comparou o reino do Céu a um grão de mostarda que se torna um grande arbusto (Mc 4:31, 32). Capítulo 61 / O ministério de Cristo. 4 O progresso 7 e as bênçãos dos fiéis. |i> 3 e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para a Sua glória.
Is.61:1 1. O Espírito. Este é um dos capítulos mais notáveis de ]saias. Para todos os cristãos, esta é uma profecia claramente messiânica, que Jesus aplicou a Si mesmo em Sua cidade natal, Nazaré (ver com. de Lc 4:16-21). Quem fala é Cristo, no Seu papel de Servo de Deus (ver com. de Is 41:8). O tema de [saias 61 está intimamente relacionado ao de Isaías 60 (comparar Is 61:3 com 60:9, 15, 18, 20, 21). Antigos comentaristas judeus reconheciam o valor messiânico desta e de muitas outras passagens em Isaías. Os v. 1 a 3 apresentam um quadro vivido do que o Messias realizaria por Israel e às pessoas, individualmente como nação. Porém, por rejeitar Jesus como o Messias (ver p. 17-20), a nação não se beneficiou do ministério de Cristo. O Senhor Me ungiu. Do heb. mashach, de que deriva o substantivo mashiach, "ungido” ou "Messias” (ver com. de SI 2:2; Mt 1:1; Lc 4:18). Sendo assim, mashach pode ser traduzido como “me fez Messias”. Na cerimônia de unção, a pessoa era separada para um ofício ou missão particular. Arão foi ungido por Moisés para ser sumo sacerdote (Ex 40:13). Tanto Saul quanto Davi foram ungidos por Samuel (ISm 10:1; 16:13). Elias devia ungir Jeú como rei e Eliseu como profeta (lRs 19:16). Cristo seria ungido por Deus, o Pai (SI 45:7), por meio do Espírito Santo (At 10:38), por ocasião de Seu batismo (Mc 1:10; Lc 3:21, 22). Pregar. A grandiosa obra de Cristo na terra era proclamar as "boas-novas” da salvação (ver com. de Mc 1:1). Após a unção, (esus foi de lugar em lugar pregando a mensagem de perdão e aceitação da parte de Deus (Lc 4:14, 15, 21, 31,43, 44; 5:32; 6:20; 8:1; etc.). Aos quebrantados. Em conformidade com a LXX, escritores do NT usam o termo “pobres” (ver com. de Lc 4:18; cf. Mt 11:5). A mensagem de Cristo se dirigia aos pobres e humildes de espírito (Mt 5:3, 5). O próprio Jesus era “manso e humilde de coração” (Mt 11:29), e aqueles que fossem a Ele deviam se tornar como Ele (ver Ijo 3:1-3). Curar. Jesus veio para aliviar o sofrimento dos que estavam tristes e cansados do fardo do pecado (ver com. de Mt 5:3; Mt 11:28-30; Lc 4:18). Cristo é o grande médico capaz de curar o coração e a alma dos seres humanos. Proclamar libertação. Os que se entregam ao pecado se tornam seus cativos e escravos (jo 8:34; Rm 6:16). Cristo veio libertar o ser humano da escravidão do pecado e fazê-lo livre nEle (Jo 8:36; Rm 6:1-23; 8:2, 15, 21). A frase em si e a ídeía que expressa são tiradas da proclamação feita no ano do jubileu (Lv 25:10; jr 34:8; Ez 46:17; ver com. de Lc 4:18). Pôr em liberdade os algemados. Literalmente, “restaurar a visão”, como na LXX, ou “recobrar a visão”, como em Lucas 4:18. O verbo heb. paqach jamais é usado no sentido de abrir uma porta, mas de restaurar a visão ao cego e a audição do surdo (Is 35:5; 42:7; etc.). Em Isaías 42:1 e 7, o Servo do Senhor, o Messias, devia lazer a obra predita nesta passagem.
Is.61:2 2. O ano aceitável. Literalmente, “o ano do favor [de Deus ao ser humanoj”. Isto se refere à manifestação da graça salvadora de Deus conforme demonstrada na vida e no ministério do Salvador (ver com. de Lc 4:19). O dia da vingança. O contraste é entre “favor” para os que aceitam o Messias e “vingança” para os que O rejeitam. Na sinagoga. em Nazaré, Cristo concluiu a leitura de Isaías com as palavras que precedem esta frase (ver com. de Lc 4:18). Jerusalém certamente veria “dias de vingança” (Lc 21:22, ARC), mas somente porque os judeus rejeitaram a Cristo e Sua mensagem de salvação (Mt 21:43, 44; 23:36-38). A destruição de Jerusalém foi um símbolo do grande dia da vingança (ver com. de Mt 24:3). Todos os que choram. Isto é, por seus próprios pecados (ver com. de Mt 5:4) e pelos pecados de outros (SI 119:53, 136; Jr 13:17; Ez 9:4; 2Co 2:1; 12:21; 2 l'e 2:8).
Is.61:3 3. Luto. Ver com. do v. 2. Coroa. Literalmente, “enfeite de cabeça”, “diadema” ou "guirlanda”, como a usada por um noivo ou um guerreiro vitorioso. Uma coroa de alegria substituiría as cinzas espalhadas sobre a cabeça em sinal de penitência e pesar (ver Is 58:5). Óleo de alegria. O Salmo 45:7 usa frase semelhante com referência a Cristo. Em tempo de luto e jejum, os hebreus se abs- tinham do uso de óleos de unção (Dn 10:3; cf. Mt 6:17). Todo sinal de tristeza devia ser deixado de lado, e o povo de Deus devia se enfeitar como para uma festa. As vestes de luto deveriam ser substituídas pelas que eram usadas em ocasiões de alegria (ver Zc 3:3-5; cf. Lc 15:22). Espírito angustiado. “Espírito abatido”. Carvalhos de justiça. No AT, muitas vezes, árvores simbolizam pessoas (ver com. de SI 1:3). Neste caso, representam os redimidos de Deus. Eles seriam justos porque se vestiríam da semelhança divina e seriam recriados à Sua imagem (ver com. de Is 60:1). Plantados. Ver com. de Is 60:21. Para a Sua glória. Deus é honrado quando Seus filhos produzem os frutos da justiça e revelam em sua vida os traços de caráter divinos (Jo 15:8; Cl 5:22, 23).
Is.61:4 Sem comentário para este versículo
Is.61:5 5. Estranhos. Isto é, gentios (ver com. de Is 56:6). Os que outrora foram inimigos de Israel se tornariam seus amigos. Os que tinham deixado o país desolado cooperariam com sua restauração (comparar com Is 14:1,2). Israel dirigiría a obra de restauração, e os gentios convertidos participariam disso (ver com. de Is 14:1, 2; 56:6-8; 60:3-10).
Is.61:6 6. Sacerdotes. Os filhos de Arão toram dedicados ao serviço do Senhor (Éx 40:13- 15). Isaías prediz o ministério de todo o povo de Deus, como um "reino de sacerdotes”, na grande tarefa de levar aos gentios o conhecimento do verdadeiro Deus (Ex 19:6; 1 Pe 2:5-9; ver p. 15-17). Riquezas. Do heb. chel, a mesma palavra empregada em Isaías 60:5 (ver com. de Is 60:5; ver também Rm 15:27; lCo 9:11). Na sua glória. Ou, "nas suas riquezas” (RSV). As riquezas dos gentios honram a causa de Deus (ver com. de Is 60:5, 6, 16; Ap 21:24).
Is.61:7 7. Dupla. Após a aflição de Jó, Deus o recompensou com o dobro daquilo que tinha antes (Jó 42:10). O povo de Deus sofreu demasiadamente, mas Deus o recompensaria em dobro (ver Is 40:2; Zc 9:12; cf. Jr 16:18; Ap 18:6). Afronta. Em vez de confusão e opróbrio, Deus daria alegria. Os papéis se inverteríam. Os judeus foram oprimidos e desprezados, mas então seriam honrados e exaltados. Nos v. 7 a 9, Isaías fala de Israel, em vez de para Israel, como nos v. 5 e 6.
Is.61:8 8. Odeio a iniquidade do roubo. O profeta parece retornar à ideia de Isaías 1:11 a 17. Deus considera a justiça, a misericórdia e o amor (SI 11:7; iVlq 6:8), mas rejeita as formalidades da adoração (ver com. de Is 1:11; 2Tm 3:5; cf. Jo 4:23, 24). Somente o que é "limpo de mãos e puro de coração”, que vive e trabalha corretamente e que fala a verdade que há no coração habitará no santo monte de Deus (SI 24:3-5; 15:1-5; ver com. de Mt 7:21-27). Recompensa. Do heb. peullah, literalmente, “uma recompensa [por uma obra realizada]'’, como empregada em Levítico 19:13; e Ezequiel 29:20. Deus recompensará segundo o mérito (ver com. de Mt 20:1-16). Aliança. Ver com. de Is 55:3; jr 31:31, 33.
Is.61:9 9. A sua posteridade. Isto é, “sua descendência’’. Conhecida. Isto é, conhecida favoravelmente (ver SI 76:1; Pv 31:23). Todos reconhecerão que o povo de Deus é especialmente abençoado e favorecido pelos céus (ver Dt 4:6-8; 28:10; p. 15, 16). As nações. Ver p. 15-17.
Is.61:10 10. Regozijar-me-ei muito. Sião agradece e louva a Deus pelos maravilhosos favores concedidos. Em Sua graça, Deus removeu a vergonha e tornou Sião gloriosa aos olhos do mundo (Is 49:13-23; 54:1-8; ver com. de Ls 54:5-7; 61:7). Vestes de salvação. Estas “vestes” representam o caráter perfeito de Cristo (14, 88) que Seu povo deve vestir, já nesta vida (PJ, 319; ver com. de Mt 22:1-14). Elá um contraste marcante entre essas vestes e os “trapos de imundícia” (ver com. de ls 64:6). Turbante. Da mesma palavra (peer) traduzida como “coroa” no v. 3 (ver com. ali). Como noiva. Ver com. de ls 49:18.
Is.61:11 11. Os seus renovos. O pecado deixou a Terra desolada e árida, mas ela não permanecerá assim para sempre. O evangelho da graça fará com que os lugares desérticos floresçam e produzam frutos de justiça para a glória de Deus (ver com. de Is 61:3; Cl 5:22, 23). Em contraste, Israel fora descrito como uma vinha má (ver Is 5:1-7; cf. 32:15, 16; 35:1, 2; 41:18, 19; 43:19-21; 44:3, 4; 55:12, 13). MM, 125; Te, 232; T7, 179 Capítulo 62 / O desejo do profeta de confirmar as promessas de Deus aos fiéis. 5 O ministério que move os mensageiros a pregar as boas-novas 10 e a preparar o povo. Senhor; e tu, Sião, serás chamada Procurada, C idade- Não- Deserta.
Is.62:1 1. Por amor de Sião. Este capítulo continua o tema de Isaías 61, sem interrupção: o glorioso futuro de Israel como o mensageiro escolhido por Deus para proclamar a verdade ao mundo, sob a condição de que permanecesse fiel (ver p. 13-17). Israel falhou em viver à altura dos privilégios da aliança, por isso as promessas se cumprirão para o novo Israel (ver p. 21-23). Ainda é o Messias quem fala, como em Isaías 61:1, e diz o que fará em favor de Sião (ver com. do SI 48:2). Sião é nome poético para Jerusalém. Não Me aquietarei. Cristo promete não deixar de trabalhar em favor de Seu povo até que o propósito eterno para ele se cumpra (ver com. de Is 42:4).
Is.62:2 2. As nações verão. Ver com. de Is 60:3-5. Um nome novo. Antigamente, dava-se um novo nome, ou se assumia um, dependendo do caso, para comemorar um evento de grande importância (Gn 17:5; 32:28; Rt 1:20; ef. Os 1:6, 9; 2:1). Os filhos de Deus recebem um novo nome apropriado à sua condição, ao estágio glorioso ao qual alcançaram como nação (sobre a natureza desse nome, ver ls 62:4, 12; comparar com Ap 2:17; 3:12; 19:12).
Is.62:3 3. Uma coroa de glória. No dia em que o propósito divino para Israel se tornar realidade, o nome de Deus será honrado quando todos os seres humanos virem o incomparável êxito e a prosperidade com que Ele abençoa Seu povo (ver p. 15-17). Deus deseja que o novo Israel, do mesmo modo, se torne instrumento de louvor e beleza em Suas mãos (ver p. 21-23).
Is.62:4 4. Desamparada. Ver com. de ls 49:14; 54:6, 7. Hefzibá (ARC). Literal mente, “meu deleite está nela". Este nome era uma promessa da restauração do favor divino. Hefzibá era o nome da esposa de Ezequias (2Rs 21:1), e Azuba, ''abandonada”, o nome da mãe de Josafá (2Cr 20:31). Desposada. Literal mente, “possuída” ou "casada” (ver Ez 16:8). Aquela que ficara viúva e desolada seria a esposa honrada do Rei-iVlessias! O filho de Oseias teve seu nome mudado de “Não-Meu-Povo” para “iVIeu-Povo" (Os 1:9, 10; 2:1).
Is.62:5 5. Como o jovem. Na Bíblia, usa-se com frequência o casamento para representar a aliança entre Deus e Seu povo (ver ls 54:5; jr 3:14; Ez 16:8-14; Os 2:19; 2Co 11:2; Ef 5:23, 27; Ap 19:7; 21:2). Como a noiva traz alegria ao noivo, a igreja alegra o coração de Deus. Ele cuidará dela como um esposo fiel provê sustento e protege a amada esposa.
Is.62:6 6. Guardas. É dever dos guardas no muro de Sião proteger o povo contra o perigo. No antigo Oriente havia perigo constante, e os guardas precisavam estar sempre alertas. lodo líder espiritual é um guarda, cujo dever é vigiar sobre os muros de Sião (ver com. de Is 21:11). Todo o dia e toda a noite. A obra de um ministro liei jamais está completa (ver 2Tm 4:2). Enquanto outros dormem, ele vigia. Quando outros estão fracos, ele deve ser forte. Ele deve ser vigilante, abnegado e alerta, pois de sua fidelidade depende a segurança do povo sob seu cuidado. Se ele dorme ou falha, o inimigo pode obter vitória, e almas se perdem. Fareis lembrado o Senhor. O guarda espiritual não deve prestar contas somente ao povo, mas também a Deus. Ele deve a todo o momento estar próximo a Deus, buscar Seu conselho e depender de Sua força. Dia a dia, é sua tarefa apresentar perante o Senhor as necessidades do povo e assegurar- se de que suas necessidades serão satisfeitas (sobre o exemplo pessoal de Cristo, ver com. de ls 50:4; Mc 3:13; Lc 2:49).
Is.62:7 7. Nem deis a Ele descanso. Os servos de Deus não devem ter descanso, nem deixar de buscar a Deus até que o propósito divino se cumpra. Devem ter profundo interesse em Sua obra, mesmo não sendo assalariados (ver com. de jo 10:12, 13), mas como quem prestará contas de tudo (ver com. de Elb 13:17; comparar com a lição de Cristo na parábola do juiz iníquo, em Lc 18:1-8). Até que restabeleça. Ver com. do v. 1.
Is.62:8 8. Jurou o Senhor. Depois de fazer um juramento, a pessoa devia levantar seu braço direito em solene afirmação de veracidade e sinceridade (Dt 32:40; Ez 20:5, 15). Pelo fato de os judeus terem pecado, Deus retirou Sua proteção e permitiu que os inimigos triunfassem sobre eles e saqueassem o país (ver com. de Is 59:1-15). Dali em diante, Ele os defendería de seus inimigos (ver com. dos v. 15-20). Deus satisfaria as necessidades deles e os abençoaria abundantemente (verp. 14, 15).
Is.62:9 9. Átrios do Meu santuário. A Lei levítica dizia que as ofertas pacíficas e as primícias deviam ser levadas ao templo em gratidão pelas bênçãos recebidas (Dt 12:5- 18; 14:23). Se o povo tivesse sido grato e fiel a Deus, teria continuado a receber as bênçãos e os inimigos não teriam triunfado (ver com. de Rm 1:21).
Is.62:10 10. Passai pelas portas, [saias se refere de forma profética à vinda do Messias (ver com. de Is 40:3-5). Todos os obstáculos seriam removidos; toda ofensa deveria ser posta de lado. Preparai. Ver com. de Is 40:3; 57:14. Aterrai. Ver com. de ls 57:14. Arvorai bandeira. Uma bandeira significa autoridade e exorta o ser humano a ser leal a essa autoridade. A lei de Deus é uma insígnia espiritual. Da mesma forma, as Escrituras como um todo têm o selo do Céu e convidam à leal obediência. E dever solene dos guardas espirituais de Deus arvorar a bandeira da verdade que Deus lhes confiou.
Is.62:11 11. Até às extremidades da terra. A mensagem de salvação deve alcançar as partes mais distantes da Ferra. Era plano divino que essa obra se realizasse por meio do Israel nacional (ver p. 14-17). A missão do novo Israel é trabalhar em conjunto com Deus para o cumprimento dessas gloriosas promessas (verp. 21-23). Eis que vem o teu Salvador. Ao vir pela primeira vez, Cristo ofereceu salvação à filha de Sião (Zc 9:9; Mt 21:5-9; jo 12:15). Mas, quando vier pela segunda vez, Ele recompensará Seu povo, cada um segundo suas obras (Is 40:10; Mt 16:27; Ap 22:12). Recompensa. Do heb.;peullah (ver com. de Is 61:8).
Is.62:12 12. Povo Santo. Cristo transforma Seu povo em "igreja gloriosa e sem mácula” (Ef 5:26, 27). Quando a provação lindar, a i SAÍ AS 62:12 obra de Cristo pela santificação de Seu povo estará completa, e os santos continuarão a se santificar (Ap 22:11). Remidos-Do-SENHOR. E Cristo que salva ou redime Seu povo. Esta é uma ideia enfatizada com frequência por Isaías. Ele fala de um "caminho santo” pelo qual "os resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião” (Is 35:8, 10). Consola Israel com a promessa de que Deus, o Criador, é quem o salvará (43:1); e declara que os redimidos "virão a Sião com júbilo” (51:10, 11; ver também 44:6, 23; 52:3). Cidade-Não-Deserta. Ver com. do v. 4. O povo de Sião pecou, e, por causa de seus pecados, o Senhor permitiu que juízos caíssem sobre ele. Pensou que havia sido abandonado e esquecido pelo Senhor (Is 49:14; 54:6, 7), mas Isaías transmite uma mensagem de consolo e reafirmação (ver com. de Is 40:1). I - AA, 571; CE, 32; CM, 38; CPPE, 398, 548; OP, 11; Ev, 70, 87, 425, 578; FEC, 532; LS, 394; TM, 459; 14. 595; T6, 253, Capítulo 63 que o Meu próprio braço Me trouxe a salvação, e o Meu furor Me susteve. Seu amor e pela Sua compaixão, Ele os remiu, os tomou e os conduziu todos os dias da antiguidade.
Is.63:1 1. Edom. Neste versículo, Eclom representa os inimigos de Deus e de Seu povo (ver com. de Is 34:5). Os edomitas eram descendentes de Esaú (Gn 25:30), irmão gêmeo de Jacó (Gn 25:24-26). Adotaram atitude de persistente hostilidade para com Israel (ver Gn 27:41; Nm 20:14-21). Mais tarde, durante o reinado de Acaz, nos dias de Isaías, os edomitas fizeram campanha militar contra judá e levaram o povo cativo (2Cr 28:17). Edom é acusado, junto a Gaza e Tiro, de tratar os cativos com crueldade (Am 1:6-11). Isaías laia da vitória do Messias sobre todos os Seus inimigos (Is 63:1-6). Bozra. Cidade importante de Edom, cerca de 40 km ao sul, pelo leste do Mar Morto. Isaías menciona um “sacrifício em Bozra” (ver com. de is 34:5, 6). Vivas cores. Do heb. chamuts, de uma raiz cujo significado é “estar levedado”, “estar fermentado”, que costuma ser interpretado como vestes de cores vivas. A LXX diz “vermelho”. Para salvar. Isaías enfatiza a natureza dupla da obra do Messias. Ele Se revelaria na plenitude da Sua força” para destruir os inimigos, mas “poderoso para salvar” Seus filhos.
Is.63:2 2. Lagar. Do heb. gath. Antigamente, colocavam-se as uvas em grandes tanques, onde pessoas as pisavam para extrair o suco. As vestes delas ficavam avermelhadas com o suco. João emprega a mesma metáfora (Ap 14:19, 20; 19:15).
Is.63:3 3. O lagar. Do heb. purah, mais especialmente tina do lagar. Na linguagem poética, purah é sinônimo de gath (v. 2). Sozinho. Quando o Messias veio, passou sozinho pela amarga agonia do Getsêmani. Seus discípulos, que deveríam tê-lo consolado, adormeceram (Mt 26:36-45). Em sua humanidade, Ele temeu pelos terríveis momentos então prestes a enfrentar. Ao contemplar o destino iminente de um mundo condenado, aceitou "Seu batismo de sangue, para que, por meio dEle, milhões de almas a perecer obtenham a vida eterna” (DTN, 693). Na cruz, rodeado por escuridão sobrenatural, sentiu-Se ainda mais sozinho (Mt 27:46; DTN, 754). Ira. Sobre a natureza da ira divina, ver com. de 2Rs 13:3. Com alegria, o Messias daria a todos a salvação; no entanto, muitos recusariam a olerta e escolheríam a morte (ver CC, 36, 37).
Is.63:4 4. O dia. Ver com. de ls 34:2-10; 35:4. O ano. Comparar com ls 34:8. No tempo em que os ímpios serão destruídos, os justos serão salvos.
Is.63:5 5. Não havia quem Me ajudasse. Literalmente, ''nenhum ajudador”. O rolo 101sb do Mar Morto diz “ninguém". Admirei-Me. Do heb. shaniam, traduzido como "espantava-me", em Daniel 8:27. Lsta metáfora enfatiza quão desesperadora era a situação. O Messias meditou sobre a triste situação do ser humano e Se determinou a resgatá-lo. Meu próprio braço. Ver com. de ls 40:10; 51:9; 52:10. Furor. Do heb. chemah, palavra comum no Al, usada 81 vezes para descrever a indignação divina (sobre a natureza da ira divina, ver com. de 2Rs 13:3).
Is.63:6 6. Pisei. Os ímpios são representados como uvas a serem [risadas no lagar da ira de Deus. Embriaguei-os. Com frequência as nações são representadas bebendo o cálice da ira derramado pelo Senhor (Jó 21:20; SI 75:8; Is 51:17. 22; Jr 25:15; Ap 14:10).
Is.63:7 7. Celebrarei. Este versículo dá início i uma nova seção, que se estende até o fim do cap. 64. I rata-se de uma oração de louvor e gratidão. Sião se lembra do terno amor e das misericórdias de Deus recebidos apesar da ingratidão e da rebelião. O poema se inicia com a atitude de se meditar na bondade de Deus e tornar conhecida a outros Sua misericórdia (cf. SI 89).
Is.63:8 8. Porque Ele dizia. Sem dúvida, uma referência á intervenção divina para libertar Israel do jugo egípcio. Mentirão. Do heb. shaqar, ''enganar", “ser falso". Certamente Israel desejaria manter a aliança com Deus. Seria pouco provável que o povo fosse tão tolo a ponto de quebrar finalmente os termos de tal aliança, perdendo assim as bênçãos prometidas. Deus expressa segurança quanto à reação positiva de Israel frente à disciplina, mas recorrentemente o povo desobedece (Sf 3:7). Salvador. Do heb. Moshia, da raizyasha, “ajudar", “salvar", raiz da qual deriva o nome de Jesus (ver com. de Mt 1:21). Cristo é o Salvador de Seu povo tanto no AT quanto no N I (ver PP, 366). A despeito das repetidas transgressões de Israel, Cristo interveio então mais uma vez em seu favor.
Is.63:9 9. Foi Ele angustiado. Literalmente, "Ele não era um adversário", ou “Ele não a11 i- giu". A tradução “foi Ele angustiado" se baseia em vários manuscritos hebraicos e na tradição massorética. Assim como um pai amoroso e bondoso se aflige quando seus filhos sofrem, o mesmo se dá com Deus. O Senhor viu a aflição dos israelitas no Egito (Ex 3:16) e os salvou quando clamaram a Ele. Na nova aliança, Ele é o Sumo Sacerdote que Se compadece das fraquezas de Seu povo (Uh 4:15). O Anjo da Sua presença. Este era o anjo pelo qual se manifestava a presença de Deus (Êx 14:19, 24; 23:20-23; 32:34; 33:14, 15; Dt: 1:32, 33), e era o próprio Cristo (ver PP, 366). Foi Cristo quem esteve sempre com Seu povo, guiando-o durante o dia, protegendo-o ã noite e conduzindo-o á terra prometida, apesar de toda oposição do inimigo. Quando se estabeleceu o tabernáculo, Cristo manifestou Sua presença no shekinah, acima do propiciatório e entre os querubins (Nni 7:89). Tomou. Do heb. natal, “levantar”, "tomar”. O Messias é descrito como um pai, que cuida amoravelmente de Seus filhos (ver Êx 19:4; Dt 1:31; 32:11, 12; 33:27; Is 46:4).
Is.63:10 10. Mas eles foram rebeldes. Estabelece-se um notável contraste entre a infidelidade de Israel e o amor e a fidelidade de Deus (ver SI 106). Contristaram o Seu Santo Espírito. O Espírito Santo era conhecido e ativo no AT, tanto quanto no NT. Paulo exorta a igreja a não entristecer o Espírito de Deus (Ef 4:30), Nos dias de Noé, Deus disse que Seu Espírito não agiría para sempre no homem (Gn 6:3). Os murmúrios e as reclamações de Israel no deserto eram dirigidos não tanto contra Moisés, mas em especial contra Deus (Êx 16:8, 9). Pelo que Se lhes tornou em inimigo. Isto é, parecia ser um inimigo. De lato, os juízos que caíram sobre o povo tinham um objetivo misericordioso. Deus tinha em mente a salvação final deles.
Is.63:11 11. O povo se lembrou. Não se sabe claramente qual é o sujeito desta oração. Alguns pensam que é Deus quem Se lembra do que fez e que Se determina a repetir os atos gloriosos. Outros pensam que é o povo que recorda as glórias do passado. Onde está aquele [...]? O povo é quem fala. Isso fica claro quando se considera o texto do rolo iQIsAlo Mar Morto, da LXX e da Siríaca: "Onde está aquele que trouxe do mar os pastores de Seu rebanho?” Em substituição a “pastores”' muitos manuscritos e a LXX apoiam o termo ‘'pastor”. O singular se refere a Moisés, o plural, provavelmente, a Moisés, Arão e outros líderes importantes. Nele. A referência é tanto a Moisés com seu dom especial (Nm 12:1-8) quanto ao povo (Ne 9:20).
Is.63:12 12. Cujo braço glorioso. Comparar com ls 40:10; 53:1. Este é o braço com que Deus realizara tantos atos poderosos para o livramento de Seu povo no Egito (Êx 6:6; 15:6, 12; Dt 4:34; 7:8). Mão direita. A mão direita representa força e ação (ver SI 20:6). > Fendeu as águas. A referência é à milagrosa divisão das águas do Mar Vermelho (Êx 14:21; SI 106:9). Um nome eterno. A lama do nome de Yahvveh tinha se espalhado pelo antigo Oriente por causa de Seus poderosos atos no livramento de Israel do cativeiro egípcio (ver Js 2:10; 2Sm 7:23).
Is.63:13 13. Pelos abismos. Isto é, pelas águas do Mar Vermelho (ver SI 106:9). Como o cavalo. Os hebreus caminharam por uma área normalmente coberta de água com tanta facilidade quanto um cavalo atravessaria, sem tropeçar, uma grande planície.
Is.63:14 14. Como o animal. Literal mente, “como o gado ". Assim como se leva o gado a um vale tranquilo e fértil com pasto abundante e descanso reparador após uma jornada longa e difícil, os filhos de Israel, após 40 anos de peregrinação, foram levados à terra de Canaã, o lar prometido.
Is.63:15 15. Atenta do céu e olha. Esta é uma oração de clamor por ajuda. Outrora, Deus guiara o povo de forma poderosa. Teria Se esquecido deles? Onde estavam o zelo e a força que antes se manifestaram de forma gloriosa? Teu coração. Considerado como o centro das emoções (ver Gn 43:30; 1 Rs 3:26; ls 16:11; Jr 4:19; Lm 1:20).
Is.63:16 16. Mas. Do heb. ki, ‘'pois”. Visto que Deus era o Pai de Israel, o povo poderia estar certo de Sua ajuda e orientação. Eles podiam se apoiar na promessa de que Deus, como Pai, sentiría responsabilidade para com eles e que Seu coração suspiraria por eles. Abraão, o pai terreno, estava morto e não podia ajudá-los, mas essa não era a situação de Deus. Nosso Pai. Ver o emprego da expressão “nosso pai”, em ]Cr 29:10; ls 64:8; sobre a paternidade divina, ver Dt 32:6; Jr 3:4; Ml 1:6; 2:10; iCo 8:6; Cl 4:4-6; Ef 4:6. Nosso Redentor. Desde a Antiguidade, Deus é conhecido como aquele que libertou Seu povo do jugo da opressão e o redimiu (Jr 2:20).
Is.63:17 17. Por que nos fazes desviar [...]? Na linguagem bíblica, com frequência, Deus é representado como autor daquilo que Ele n â o i m p e d e (ve r c o ni. d e IS m 16:14; 2 C r 18:18). A pergunta deve ser compreendida da seguinte íorma: "Senhor, por que permitiu que nos desviássemos?” Visto que Deus jamais força a vontade, Ele não impede o ser humano de seguir o caminho de sua escolha, mesmo que seja mau. Em certo sentido, o ser humano de lato não tem a permissão divina para fazer o mal, e sim para lazer o bem (Dt 30:19). Mas, por ser um agente moral livre, Deus não o impede de seguir o caminho mau se assim escolher. Dificilmente um jovem que abandonou o caminho da retidão recebería dos pais a bênção para fazer o mal. Como são maduros, os pais simplesmente não interferem nas escolhas deles. O pedido na oração do Pai Nosso, “'não nos deixes cair em tentação”, deve ser compreendido de forma semelhante. Deus não tenta o ser humano a pecar (Tg 1:13), mas permite as provas quando são para o bem (ver com. de Mt 6:13). As palavras são uma forma figurada de pedir para que não permita que caiamos em tentação. Endureces. Ver com. de Ex 4:21. Volta. Comparar com SI 80:14; 90:13.
Is.63:18 18. Só por breve tempo. Deus prometeu a Abraão que a terra de Canaã seria dada a ele e à sua descendência como herança eterna (Gn 13:14, 15; 17:8). Em comparação com a eternidade, o período entre Josué e lsaías não passava de ‘‘breve tempo”. As promessas de Deus são condicionais. Por causa de sua impiedade, os judeus perderam as promessas feitas a Abraão. Pisaram o Teu santuário. Na época de lsaías, os assírios tinham saqueado a maior parte da terra santa (Is 36—38), embora tenham desistido de tomar Juclá. Um século depois, os babilônios, sob o comando de Nabucodonosor, puseram fim à nação de Judá e destruíram Jerusalém, bem como o templo e os muros (2Rs 25:8-16). O templo ainda estava em pé quando lsaías proferiu estas palavras. Contudo, ele vislumbrava profeticamente o dia em que o edifício não mais existiría (ver is 64:11; vervol. J, p. 3).
Is.63:19 19. Tornamo-nos como aqueles. O clamor dos judeus se baseia no tato de que tinham se rebaixado ao nível dos pagãos, que não conheciam a Deus. Isso estava certo? Deus permitiría que os filhos de Abraão, que O tinham reconhecido como Pai (v. 16), ficassem na mesma condição daqueles que jamais O reconheceram? A confissão de lsaías em favor do povo (ver com. de Is 59:12, 13) alcança a mais profunda angústia. Eles se sentiam profundamente humilhados com o fato de que Deus aparentemente os tivesse rejeitado, e com humildade rogaram que não fossem de todo abandonados. E esse espírito de completo desalento e desespero que faz com que levantem os olhos aos céus com a oração que introduz o capítulo seguinte (sobre o contexto dessa situação, ver com. de Is 40:1). Capítulo 64 I O povo ora pela manifestação do poder de Deus. 5 Ao celebrar a misericórdia divina, confessa a corrupção natural 9 e se queixa da aflição. todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam. I I O nosso templo santo e glorioso, em que nossos pais Tc louvavam, foi queimado; todas as nossas coisas preciosas se tornaram em ruínas.
Is.64:1 1. Se fendesses os céus. Este capítulo dá continuidade à oração iniciada em Isaías 63:15. A divisão entre os capítulos neste ponto é inadequada, pois tende a obscure- cer a continuidade. No texto hebraico, a divisão se dá no final do v. 1. Em nome do povo, Isaías pede ao Senhor para Se manifestar em favor deles (ver com. de Is 63:19). O contexto cia oração é apresentado anteriormente. (9 santuário está desolado, e o povo, em terra estranha (ver com. de Is 63:18). Tremessem. Do heb. zalal, que, na forma aqui empregada significa "tremer?
Is.64:2 2. Como quando o fogo Inflama. Literalmente, "como o fogo inf lama os gravetos? A metáfora parece indicar que os montes não poderiam resistir à descida de Yahvveh assim como os gravetos secos não podem evitar ser inflamados quando em contato com o fogo, ou como a água é incapaz, de evitar a ebulição quando aquecida.
Is.64:3 3. Coisas terríveis. Comparar com 2Sm 7:23; SI 18:7-15; 65:5; 68:8; 145:6. Israel roga a Deus que repita os maravilhosos feitos do passado. Tremeram. Do heb. zalal, como no v. I.
Is.64:4 4. Deus. Ou, "um Deus" (AA). Enfatiza- se a disposição de Deus para intervir nas crises. Nenhum outro deus trabalha por seus seguidores como o Deus vivo. A referência não é às indizíveis glórias do mundo porvir, embora se aplique dessa forma a citação destas palavras em I Corínlios 2:9 (ver GC, 675), bem como ao tempo presente (ver PP, 602; D l N, 412). A LXX mostra pequenas variações: “Desde a antiguidade não ouvimos, nem nossos olhos viram um Deus além de Ti, e Tuas obras que farás por aqueles que esperam por misericórdia.” A citação de Paulo também revela algumas diferenças. A passagem do NT pode ser traduzida, literalmente, como: “aquilo que os olhos não viram, e ouvidos não ouviram, e não subiram ao coração do homem, tudo isso Deus preparou para os que O amam”. A ênfase de Paulo é no entendimento espiritual. Ele chama a atenção para o motivo por cjue os “poderosos deste século" crucificaram “o Senhor da glória”. Eles não tinham o discernimento espiritual que os faria compreender “a sabedoria de Deus". As coisas espirituais “se discernem espiritualmente" (iCo 2:14). O que os sentidos naturais não percebem sem Deus, Deus revela por meio do Espírito Santo àqueles que O amam. Aos seres humanos que possuem discernimento espiritual abre-se um mundo novo, que, porém, é fechado àqueles de sentidos espirituais embotados.
Is.64:5 5. Sais ao encontro. Os céus não estão distantes da Terra. Deus sai ao encontro dos que estão dispostos a encontrá-Lo. Visto que Deus é justo e santo, e que a impiedade constitui rebelião contra Ele e contra os princípios de Seu reino, Ele mantém íntima comunhão somente com aqueles que buscam a retidão. Que se lembram. Eles não só mantêm Deus na memória, mas agem conforme o conhecimento de Deus e da vontade divina. A palavra hebraica traduzida como “lembram" permite um sentido mais amplo. Por muito tempo. O hebraico desta frase é breve e obscuro. Tentaram-se muitas reconstruções. Alguns creem que a frase deve se referir à persistente rebelião de Israel contra Deus, como sugere a ARA. Outros entendem que o pronome “neles” (ARC) se refere aos "caminhos” mencionados antes, sendo por isso uma menção à contínua misericórdia divina e à graça salvadora ao penitente.
Is.64:6 6. Imundo. Do heb. tame', adjetivo que significa “imundo”. Isolado, como neste caso, pode se referir a algo imundo ou a uma pessoa imunda. Tame ocorre muitas vezes em Levítico para descrever a impureza cerimonial, Por si só, o ser humano não pode lavar a impureza do pecado, assim permanece imundo. Trapo da imundícia. Literalmente, “veste de menstruação”. Os melhores esforços do ser humano não podem produzir justiça, mas sim imperfeição. Somente a veste de justiça que Cristo oferece pode vestir alguém na presença divina (ver G1 2:16; Pj, 311). Murchamos como a folha. Uma folha separada da árvore logo murcha e morre. O mesmo se dá com o ser humano sem Cristo. O resultado do pecado é a morte (Rm 5:12; 6:23; Tg 1:15). Como um vento. Assim como o vento separa a folha do ramo e a leva cada vez mais distante da árvore, sua fonte de vida, o pecado leva o ser humano para longe de Deus e o conduz para a morte e destruição.
Is.64:7 7. E nos consomes. Do heb. mug, “derreter”, "dissolver”. Seguindo a raiz magan, a LXX, os Targuns e a Siríaca traduzem como “nos tem entregado nas mãos de nossas ini- quidades”. Com respeito ao tempo, o profeta se refere ao cativeiro babilônico (ver v. 10; cl. Is 63:18; ver com. de ls 40:1).
Is.64:8 8. Mas agora, ó Senhor. Este é um clamor fervoroso por misericórdia. Apesar da prevalecente indiferença para com a religião (v. 7) e o estado desesperador a que chegou a nação, Deus ainda era o Pai de Seu povo e podia ajudá-lo (ver com. de Is 63:16). Somos o barro. Esta oração de Isaías em favor do povo indica penitência e entrega. O espírito de resistência obstinada tinha desaparecido, e havia a disposição de ser moldado à imagem de Deus (ver Is 29:16; 45:9).
Is.64:9 9. Não Te enfureças. Em seu clamor por misericórdia, com humildade, o penitente reconhece a transgressão e o direito do Senhor de punir, mas roga que o castigo de Deus não dure tanto e que não seja severo demais (ver SI 79:8; 103:8-10).
Is.64:10 10. Sião, em ermo. Os v. 10 e 11 dão mais detalhes da desolação prestes a cair sobre Judá e Jerusalém, na época das invasões babilônicas (ver 2Rs 25:2-10). Nos dias de Isaías, esse evento ainda estava no futuro, mas o profeta o descreveu como se já tivesse acontecido (ver vol. 1, p. 3; para mais informações, ver com. de Is 40:1).
Is.64:11 Sem comentário para este versículo
Is.64:12 12. Conter-Te-ias [...]? O profeta na verdade estava dizendo: “Não Te preocupas com Teu templo e com Teu povo? Nenhuma dessas coisas O comove? Nossos (e Teus) inimigos prevalecerão? A justiça perecerá e a iniquidade triunfará? As forças do mal serão vitoriosas sobre a causa de Deus?” Capítulo 65 total mente,
Is.65:1 1. Fui buscado. Este versículo é compreendido de duas maneiras. Visto que Paulo cita a passagem e a aplica aos gentios (Rm 10:20), muitos consideram sua interpretação como o objetivo principal da declaração de Isaías. Outros creem que Isaías se refere a Israel em 65:1 bem como em 65:2 (cf. Rm 10:21). Eis-Me aqui. Do heb. hinneni. Por muitos anos Deus continuou a ser paciente com Seu povo e a dar-lhe oportunidade de arrependimento. Mas, quando continuaram a se voltar contra Seus mensageiros, eles alcançaram o ponto em que “não houve remédio algum” (2Cr 36:16). Mesmo os terríveis juízos tinham um propósito sábio e misericordioso.
Is.65:2 2. Estendi as mãos. Em petição e protesto, ou, possivelmente, como convite. Rebelde. Do heb. sarar, '“ser teimoso”, "ser rebelde”. Usa-se sarar para descrever a atitude dos príncipes em Isaías 1:23 e Oseias 9:15. Pensamentos. Do heb. machasheboth, que também pode ser traduzido como “projetos”, "desígnios” (ver jó 5:12; SI 33; 10; Pv 19:21; Jr 11:19; etc.). Os males cio mundo resultam da atitude humana de colocar as próprias idéias à frente dos planos e propósitos de Deus.
Is.65:3 3. De contínuo Me irrita. Ver Dt 32.21; 2Cr 34:25. Os v. 3 a 5 alistam várias provocações pelas quais os judeus causaram a própria queda. Sacrificando em jardins. Ver Is 1:29; 57:5; 66:17; Ez 20:28. Os nativos de Canaã tinham as formas mais imorais de culto nos belos jardins e bosques, e os hebreus com frequência seguiam esse exemplo. Sobre altares de tijolos. Literalmente, "sobre tijolos”. Antigos altares assírios e babilônicos eram em geral feitos de pedra. Os hebreus foram instruídos a fazer altares de terra, pedra ou metal (ver com. de Ex 20:24). Não se sabe do uso de altares de tijolos. A referência é provavelmente aos terraços de casas sobre os quais os judeus, ao menos no tempo de jeremias, ofereciam incenso ao exército do céu (Jr 19:13; cf. 32:29), ou talvez aos pavimentos de tijolos dos santuários pagãos. O rolo lQls'1 do Mar Morto mostra uma variação neste versículo. Em vez de "queimando incenso sobre altares de tijolos” há uma frase de significado incerto. A raiz de uma das palavras é obscura. Existe a possibilidade de a palavra provir de uma raiz acadiana que significa “verter uma libação”. Dessa forma, a frase seria: "suas mãos vertem libação sobre as pedras”. Porém, outras derivações são possíveis. Em vista disso, é incerta a natureza do rito pagão aqui mencionado. A LXX diz: “queimam incenso nos tijolos para demônios que não existem”.
Is.65:4 4. Entre as sepulturas. Provavelmente para se comunicar com os mortos (Is 8:19, 20; cf. Dt 18:10-12). Lugares misteriosos. Talvez tumbas em cavernas ou câmaras esculpidas na rocha, comuns na Palestina. Aqui parece condenar- se a necromancia, praticada nesses lugares. Carne de porco. Era proibido comer desta carne (Lv 11:7; Dt 14:8). É provável que a referência seja a refeições sacrificais. Oferecer carne de porco fazia parte de uma cerimônia sacrílega por meio da qual um judeu renunciava solenemente sua religião, no período macabeu (1 Macabeus 1:41-64; cf. 2 Macabeus 6:18, 19). Carne abominável. Ver Dt 14:2, 3; cf. Ez 4:14; At 10:13, 14.
Is.65:5 5. Fica onde estás. Esta pode ser uma referência a judeus apóstatas, talvez iniciados nos mistérios pagãos com os quais pensavam alcançar um tipo superior de santidade. A vida dessas pessoas podia estar cheia de corrupção, mas pretendiam ser santas, considerando-se imbuídas de um tipo especial de santidade negada a seus semelhantes. Como fumaça de fogo. Essas pretensões vãs em nome da religião eram ofensivas a Deus e se constituíam em contínua provocação.
Is.65:6 6. Está escrito. Visto que estão registrados, os pecados de Israel não seriam esquecidos, mas receberíam punição. Os atos de todos, bons e maus, são registrados no Céu pelos anjos, onde são testemunhas a favor ou contra eles (ver SI 56:8; Dn 7:10; 12:1; Ml 3:16; GC, 481). Não Me calarei. Isto é, Deus não ficaria parado, nem Se conteria para sempre. No seu seio (ARC). Alusão ao antigo costume de se guardar presentes dentro da dobra da veste (ver Lc 6:38).
Is.65:7 7. Nos montes. Ver 2Rs 15:4, 35; Is 57:7; Ez 6:13; 18:6; 20:27, 28; Os 4:13. Afrontaram. Do heb. charaf “insultar”. Medirei totalmente a paga devida. Isto é, Deus retribuirá os atos anteriores.
Is.65:8 8. Como quando se acha vinho. A metáfora é a de uma vinha cuja produção é na maior parte de uvas bravas (ver Is 5:4). Mas os vindímadores logo encontram um cacho de uvas boas capaz de produzir bom vinho e dizem: “Não o destrua.” Isso ilustra a atitude de Deus para com Seu povo. Eles pecaram, e decretou-se juízo sobre eles, mas nem todos eram ímpios, por isso e nem todos seriam destruídos. Os justos seriam poupados e restabelecidos em seu país. Há bênção nele. As uvas bravas são inúteis, e só servem para serem destruídas. As boas, que dão alimento, são bênção de Deus.
Is.65:9 9. Farei sair de Jacó descendência. Uma semente representa apenas uma pequena parte da planta que a produz. Pode parecer insignificante, mas é de grande importância, pois possui a capacidade de se reproduzir muitas vezes. Nem todos de Jacó e de judá serão salvos, apenas um restante (ls 1:9; 10:21; ! 1:11; 46:3). Meus montes. A Palestina é a região montanhosa e é apropriadamente representada por essas palavras (ver ls 14:25; cf. 57:13; Ez 36:1-8). Meus eleitos. Ou, “meus escolhidos”. Os eleitos de Deus não são alguns escolhidos de forma arbitrária pelo Senhor. Incluem todos os que escolhem seguir os caminhos retos de Deus (ver Is 43:20; 45:4; Mt 24:22).
Is.65:10 10. Sarom. Uma planície fértil ao longo da costa que se estende do Carmclo até Jope. Era uma região bela e fértil (ls 35:2), com pastos para ovelhas e gado (1 Cr 27:29) e jardins floridos (Ct 2:1). Deus promete recompensar com prosperidade e paz aqueles que O buscam. O vale de Acor. Acor era um vale da planície de jerico. Está relacionado tradicionalmente a Acã, onde ele foi apedrejado até a morte (Js 7:24-26). (.) nome provavelmente representa os limites orientais do país. Toda a Palestina, desde Sarom, no oeste, até Acor, no leste, devia ser uma região próspera e pacífica: o lar do povo do Senhor. O “vale de Acor” se tornaria “porta de esperança”' (Os 2:15).
Is.65:11 11. Que vos apartais do Senhor. O profeta volta a atenção aos pecadores e idólatras, a classe que censurou nos v. 2 e 3. No “santo monte” de Deus, estava a ‘‘Casa de Oração e o altar em que as pessoas ofereciam sacrifícios e adoravam a Deus (ls 56:7). Portanto, aqueles que se esqueciam do monte santo de Deus eram os que esqueciam o Senhor e adoravam outras divindades. Deusa Fortuna. Do heb. Gad. O nome Baal-Gade (em Js 11:17; 12:7) sugere que essa forma de culto era comum em Canaã quando os hebreus conquistaram o território. Era costume na Antiguidade apresentar um sacrifício aos deuses e então compartilhar o alimento oferecido num banquete em honra ao deus. E misturais vinho. Literal mente, “que enchem [cálices de] vinho misturado”. Para o deus Destino. Do heb. Meni.
Is.65:12 12. Também vos destinarei à espada. O verbo heb. manah é a raiz do substantivo meni (ver com. do v. 11). Porquanto chamei. Comparar com os v. 1 e 2. O povo estava aborrecido com o fato de que, quando precisaram de ajuda e clamaram a Deus, Ele não respondeu (ls 63:15; 64:12). Contudo, a culpa disso era deles e não de Deus. O povo se autodestruiu por causa da própria rebeldia (Os 13:9).
Is.65:13 13. Meus servos comerão. Os v. 13 a 15 apresentam uma série de contrastes entre os fiéis em Israel e os que se rebelaram contra Deus. Seus filhos terão suas necessidades satisfeitas, ao passo que os que adoram deuses pagãos passarão fome e sede (ver Is 3:1; 8:21).
Is.65:14 14. Gritareis. Estava próximo o tempo quando os que se alegraram com a iniquidade e se envolveram em testas em honra a deuses pagãos gritariam e chorariam pelas misérias que lhes sobreviríam, enquanto os fieis a Deus se regozijariam (ver ls 2:11-21; 35:6-10).
Is.65:15 15. O vosso nome. Comparar com jr 29:22. O nome desses judeus apóstatas seria usado em maldições. Deus vos matará. Ver o v. 12. Outro nome. Ver com. de ls 62:2. No rolo lQIs“ do Mar Morto há uma extensa omissão depois de “vos matará” até o v. 16. Ficam de fora as frases "e a seus servos chamará por outro nome: de sorte que aquele que se abençoar na terra, pelo Deus da verdade é que se abençoará”. No lugar delas só há a palavra “continuamente”, resultando em: “o Senhor Deus vos matará continuamente". No início do v. 16, há o acréscimo das palavras “de sorte que aquele que se abençoar”, fazendo com que se leia na primeira parte do v. 16 o seguinte: “e será que aquele que jurar pelo Deus da verdade e jurar na terra jurará pelo Deus da verdade”. E curioso que o escriba deixou um espaço em branco de quase uma linha no manuscrito. Ao que tudo indica, estava copiando de um manuscrito defeituoso, e tentou corrigir ou restaurar o texto.
Is.65:16 16. Deus da verdade. Literalmente, “o Deus do Amém”, isto é, “o Deus da fidelidade". A LXX diz “o Deus genuíno”, contras- tando-0 com as divindades pagãs. Esquecidas. Ver co?n. do v. 17.
Is.65:17 17. Eu crio. Nos v. 17 a 25, Isaías descreve novos céus e nova Terra que seriam criados se Israel ouvisse as mensagens dos profetas e cumprisse o propósito divino após retornar do cativeiro. Israel talhou; por isso, como aplicação secundária, esses versículos apontam para novos céus e nova Terra ao final do milênio. Porém, a descrição se refere primariamente à situação de Israel, e sua aplicação secundária deve ser feita apenas à luz do que os escritores do NT e o Espírito de Profecia têm a dizer a respeito da vida futura (ver p. 21-25). Quando se segue esse princípio de interpretação, a passagem não apresenta problemas. Contudo, na aplicação de todos os detalhes da passagem aos novos céus e nova Terra do futuro, surgem muitas dificuldades: (1) De acordo com o v. 20, a menos que a linguagem seja entendida metaforicamente, a morte ainda estará presente (ver com. do v. 20), ao passo que no Céu e na Terra dos quais fala João não haverá morte (Ap 21:4). (2) De acordo com Isaías 65:23 (ver o comentário ali) ainda nascem crianças. No Céu e na Terra que esperamos, "os que são havidos por dignos de alcançar a era vindoura [...] não casam, nem se dão em casamento” (Lc 20:35). O comentário dessa passagem é muito claro para ser mal aplicado. “Homens há hoje que expressam a crença de que haverá casamentos e nascimentos na nova Terra; os que creem nas Escrituras, porém, não podem admitir tais doutrinas” (MS, 99). (3) De acordo com Isaías 66:23, 24 adoradores a caminho de Jerusalém veem os cadáveres daqueles que transgrediram contra Deus, ao passo que, de acordo com Apocalipse 20—22, o fogo dos últimos dias renova por completo a Terra antes que se torne o lar dos remidos. Essas dificuldades são total mente removidas quando a passagem é interpretada segundo os princípios esboçados nas p. 12 a 25. O fracasso de Israel tornou impossível o cumprimento dessas profecias segundo o objetivo original. Contudo, os propósitos de Yahweh se cumprirão plenamente (ver PR, 705, 706). Haverá novos céus e nova Terra, mas a maneira como surgirão é um pouco diferente, visto que os propósitos de Deus, em vez de se cumprirem por meio do Israel nacional, serão cumpridos por meio do Israel da nova aliança (ver PR, 713, 714). Coisas passadas. Isso inclui ri a “as angústias passadas” (v. 16), as tribulações do cativeiro, as dificuldades deste mundo mau. A paz e a glória da nova Terra transcenderão de tal modo os problemas e os pesares deste mundo que as provas serão como nada (ver Jr 3:16; PE, 17; cf. Is 43:18, 19). Alguns creem que, nesta passagem, o profeta prediz um esquecimento completo das coisas desta Terra, ao menos com respeito a pecados passados. Contudo, o hebraico deste versículo não deve necessariamente ser entendido assim. O termo zakar, traduzido como "memória”, com frequência define a ação ou condição que resulta da memória consciente. Por exemplo, a declaração de que os filhos de Israel “não se lembraram do Senhor, seu Deus”' (Jz 8:34) não significa que nunca pensaram em Deus. Simplesmente significa que o povo não rendeu a Yahvveh a adoração condizente com o conhecimento dEle (ver com. de jz 8:34). Se esse significado se aplica à declaração de Isaías, então a passagem afirma que a memó- ii ria de coisas passadas não mais angustiará ou perturbará a mente nem causará algum sentimento ou remorso. No mundo porvir, “todas as perplexidades da vida serão então explicadas” (Ed, 305). Quando não mais veremos 'como em espelho, obscuramente” (ICo 13:12), teremos "conhecimento distinto e inteligente do que custou a "salvação” (GC, 651). O conhecimento do grande conflito será uma salvaguarda contra qualquer repetição futura da experiência do pecado (GC, 499). Jamais haverá memória delas. Literal mente, "subirão ao coração”.
Is.65:18 18. Mas vós folgareis e exultareis. Mesmo hoje, pode-se regozijar com as alegrias e glórias do mundo porvir. O quadro de um mundo novo e melhor provê força e coragem ao se enfrentarem as provas do presente. É mais fácil enfrentar desilusões e desâni- mos se o coração está focado nas abundantes alegrias da nova Terra, que logo será o lar do povo de Deus. O rolo lQIsn do Mar Morto tem os dois imperativos no singular, “folga- te” e “exulta-te". Porém, as versões antigas apoiam o texto massorético.
Is.65:19 19. Exultarei por causa de Jerusalém. Na época de Isaías, havia poucas razões para se exultar por Jerusalém. Os exércitos de Senaqueribe atacaram a cidade, e o rei assírio se gloriou de ter encerrado Ezequias como um pássaro numa gaiola (ver com. de 2Rs 18:13). Ouando os embaixadores babilônios visitaram Ezequias, Isaías previu o tempo quando os exércitos de Babilônia iriam contra Jerusalém e levariam seu tesouro e seu povo (Is 39:6, 7). Miqueias, contemporâneo de Isaías, previu o tempo quando Sião seria "lavrada como um campo” e Jerusalém e seu templo seriam destruídos (Mq 3:12). O Senhor planejava, porém, um futuro glorioso para Jerusalém (Is 52:9; 62:1, 7). A cidade poderia ter sido estabelecida como a grade metrópole da Terra, “o diadema de glória do mundo” (DTN, 577; ver p. 17). Mas, quando os judeus rejeitaram o Messias, findou o tempo da graça para Jerusalém (Mt 23:37, 38; DTN, 578). Porém, o novo Israel de Deus aguarda que sua alegria se cumpra na Jerusalém celestial.
Is.65:20 20. Criança para viver poucos dias. Isto é, uma criança que morre em idade tenra. Muitos comentaristas ficam perplexos com este versículo, visto que pressupõe a continuidade da morte e do pecado num tempo em que já deveríam ter sido banidos. O que é mais impressionante na descrição é que a morte e o pecado são representados como ainda existentes. A resposta para esse problema já foi dada (ver com. do v. 17). Isaías descreve os novos céus e a nova Terra com base em como isso se daria caso a nação de Israel tivesse cumprido o propósito divino. A ressurreição e a imortalidade teriam sido precedidas por um período no qual a observância das leis de Deus e a cooperação com o programa divino teriam eliminado em grande parte a enfermidade e morte prematuras. É essa característica que Isaías enfatiza neste versículo. A linguagem é poética, mas o significado geral parece claro. A primeira observação é com respeito à mortalidade infantil. Crianças não morreríam. Nem velho que não cumpra os seus. Isto é, não haveria mortes prematuras. Nenhum ancião morrería até que tivesse vivido seu período designado. Jov em. Do heb. naar. A declaração que diz respeito aos jovens é paralela à que fala dos outros grupos. Os jovens também não morreríam até terem cumprido seu período de vida. Aqui se estabelece o período de 100 anos. Não se sabe por que se escolheu esse número. Sem dúvida se trata de um número redondo, que, na época de lsaías, representava uma cifra bem acima da expectativa média de vida. De acordo com o Salmo 90:10, cujo autor acredita-se ser Moisés, a expectativa de vida do ser humano era de 70 anos. Poucos chegavam aos 80. Entre os reis de Judá, de Roboão a Jeoaquim, cujos anos de vida podem ser calculados aproximadamente, encontra-se uma média de 47 anos. Portanto, para os contemporâneos de lsaías, 100 anos estaria bem acima da idade que esperavam alcançar. Essas promessas feitas a Israel, com a condição de que cooperassem com o programa divino, podem ser comparadas às promessas do êxodo. Nessa época, o Senhor prometeu acabar com toda enfermidade (Dt 7:15). Visto que não cumpriram as condições, as promessas também não. “Entre as suas tribos não havia um só inválido” (SI 105:37; ver também PJ, 288). As mesmas promessas de longevidade e imunidade de doenças eram mais uma vez oferecidas a Israel, e sob as mesmas condições. As condições descritas aqui: um Israel espiritualmente reavivado finalmente trabalhando em harmonia com o plano divino e uma Palestina mais uma vez produtiva (Is 65:9, 10), teriam precedido a erradicação final do pecado e dos pecadores, a ressurreição e a subsequente imortalidade para os justos. lsaías descreve os passos que conduzem a esses eventos finais como teriam sido cumpridos pela nação de Israel. Com o fracasso de Israel e a consequente atribuição dessas promessas ao Israel da nova aliança (PR, 713, 714), alguns detalhes serão alterados, mas o clímax final — os novos céus e a nova lerra, onde habitará a justiça — ainda é a esperança bendita dos santos hoje (2-Pe 3:13; Ap 21:1, 2). A igreja tem orado há séculos por isso (iVlt 6:10). Alguns entendem que o significado da frase "morrer aos cem anos é morrer ainda jovem” é que, aos 100 anos, a pessoa ainda seria considerada jovem. Eles entendem que a comparação deve se feita com as condições deste mundo antes do dilúvio: “Antes do dilúvio, os homens viviam centenas de anos, e uma pessoa de cem anos era considera ainda jovem” (SG4, 156). Porém, seria estranho que se empregasse o verbo “morrer” (do heb. muth) para descrever a transição de juventude para a idade adulta. Visto que a passagem pode ser compreendida sem dificuldades conferindo-se a muth seu sentido normal, parece melhor evitar uma interpretação complicada e incerta da palavra. Amaldiçoado. Em contraste com as bênçãos que os justos desfrutariam, o pecador, mesmo se chegasse aos cem anos, seria amaldiçoado.
Is.65:21 21. Edificarão casas. Por meio de morte prematura, invasão e deportação, os israelitas tinham perdido seus lares, campos e vinhas. As novas condições de vida não seriam mais interrompidas por esses infortúnios. Nos novos céus e na nova Terra que logo seriam estabelecidos, a vida não seria interrompida nem mesmo pela morte. A vida na nova Terra seria bem semelhante à que o ser humano tinha no paraíso antes da entrada do pecado. Na “ferra renovada, haverá todos os deleites e as comodidades do Éden. Haverá árvores, flores e rios, frutas deliciosas e lindas moradas. O mundo será para o deleite do ser humano. Ele construirá para si o lar que desejar e, com o coração humilde de um aprendiz, dialogará com a natureza e com o Deus da mesma.
Is.65:22 22. A da árvore. Arvore é símbolo de permanência e imutabilidade (comparar com Is 40:6). Obras das suas próprias mãos. A vida na nova Terra não será de ócio. Os seres humanos trabalharão e colherão o fruto de seu trabalho. O trabalho será um consolo e fonte de deleite infinito. Os santos farão casas e jardins e terão tempo e meios para realizar seus planos.
Is.65:23 23. Nem terão filhos. Do heb. yalad, "nascerão filhos” (ver MS, 99). Calamidade. Do heb. behalah, ‘‘terror repentino”. Behalah ocorre também em Levítico 26:16; Salmo 78:33; e Jeremias 15:8. As mulheres não terão filhos que serão levados por enfermidades, desastre ou guerra. Os seus filhos estarão com eles. O quadro é de uma família unida, grande, feliz e próspera. Seus membros vivem juntos em paz e trabalham unidos para o bem comum. São todos filhos de um só Pai e, portanto, são todos irmãos, tendo os mesmos interesses.
Is.65:24 24. Antes que clamem. No pecado e na angústia, os israelitas clamavam a Deus, mas criam que Ele estava longe, e indiferente aos seus clamores e necessidades (Is 40:27; 49:14; 63:15; 64:12). Deus, no entanto, lhes havia dito claramente que era por causa de seus pecados que Ele não podia ouvir suas orações (Is 1:15; 59:1-3). Nessa nova situação, com o coração renovado pela graça divina, fazendo petições segundo a vontade de Deus, a resposta não tardaria. « Mesmo antes que Seus filhos expressassem seus desejos e chamassem, Deus anteciparia seus pedidos e lhes daria tudo o que pudesse contribuir para com seu bem-estar e felicidade.
Is.65:25 25. O lobo e o cordeiro. Ver com. de Is 11:6-8. A comida da serpente. Ver com. de Gn 3:14. Nem dano algum. Ver com. de ls 11:9. Te, 97 MCH, 358; PR, 731 25 - Ed, 304; PE, 18; MCH, 354; TJ, 68 Capítulo 66 uma oblação, como o que olerece sangue de porco; o que queima incenso, como o que bendiz a um ídolo. Como estes escolheram os seus próprios caminhos, e a sua alma se deleita nas suas abominações, ç;t> servos, e Ele Se indignará contra os Seus inimigos. a Sua ira em furor e a Sua repreensão, em chamas de fogo,
Is.66:1 1. Meu trono. Comparar com o SI 11:4; 103:19; Mt 5:34, 35; ver com. de IRs 8:27; 2Cr 2:6; 6:18. O estrado dos Meus pés. Ver com. do SI 99:5.
Is.66:2 2. Todas estas coisas. Os céus e a Terra e todas as coisas criadas são obra de Deus (Gn 1:1; SI 8:3; 33:6, 9; jo 1:3). Ele sustém a Terra e todo o universo com Seu maravilhoso poder. Ele não depende de um lugar ou morada construída pelo ser humano. Tais estruturas têm sua importância, mas sem um espírito humilde, contrito e obediente da parte daqueles que ali adoram, perdem seu valor (ver com. de Is 57:15).
Is.66:3 3. Imola um boi. (3 hebraico desta passagem é muito breve e permite várias interpretações. Não há conjunções entre as frases; por exemplo, a primeira oraÇcão diz: "o que imola um boi o que mata um homem”. O conectivo na ARA “como o que” e na NV1 “como quem” se baseiam na LXXe nos Tareuns. Traduzido dessa forma, se entende- ria que, sem a devida experiência espiritual, o que oferece um boi não seria mais aceitável à vista de Deus do que um assassino. As outras combinações de frases expressariam comparações semelhantes. Contudo, é possível acrescentar apenas o verbo “é”: “O que imola um boi é um assassino”, etc. Isso daria a ideia de que os que iam adorar a Deus com um boi, cordeiros, obla- ções (ofertas de cereais) e incenso, ao mesmo tempo, cometiam homicídio e se envolviam em ritos idólatras (ver Is 65:3-7). Seus próprios caminhos. A ideia deste versículo está relacionada à do seguinte. Como esse povo havia escolhido seus próprios caminhos ímpios, Deus “escolheria” punições condizentes com suas iniquidades.
Is.66:4 4. Infortúnio. Do heb. taalulim,, da raiz ‘alctl, que em uma de suas formas significa “lidar severamente com”. Provavelmente, um significado melhor de taalulim é “tratamento severo”, “aflições” (AA). Porém, em todo tratamento severo para com judá, o Senhor tinha um propósito sábio e misericordioso, como com as dez tribos. O que não pôde cumprir por meio deles em seu próprio país, cumpriría ao espalhá-los entre os vizinhos pagãos (PR, 292).
Is.66:5 5. Vós, os que a temeis. Isaías deixa de falar aos ímpios hipócritas para se dirigir ao remanescente justo. A sorte deste último não tinha sido fácil. Ele era desprezado e perseguido por falsos irmãos. Os arrogantes hipócritas cheios de justiça própria zombavam dele por sua piedade e devoção. Mas o profeta diz que os papéis se inverteríam, que a destruição seria a sorte dos escarne- cedores, e alegria e livramento, a dos justos. Para que vejamos. Literal mente, “veremos”. De acordo com o texto massorético, esta frase faz parte de um insulto: “Que o Senhor seja glorificado para que vejamos vossa alegria”. O rolo lQIsa do Mar Morto diz “Ele aparecerá” (KJV), em vez de “vejamos”.
Is.66:6 6. Voz de grande tumulto. A mente do profeta se projeta ao tempo da restauração. Isaías vislumbra a cidade e o templo restaurados e o Senhor Se levantando para retribuir os inimigos do novo estado (ver com. de Is 59:16-18).
Is.66:7 7. Antes que estivesse de parto. Sião é personificada como uma mulher prestes a dar à luz. A terra de Israel, que havia muito estava desolada (Ez 38:8), estaria repentinamente, com o retorno da multidão de exilados, cheia de vida nova.
Is.66:8 8. Num só dia. Era algo inaudito e incrível que uma nação pudesse voltar a existir tão depressa, Se os judeus no exílio tivessem atentado para a mensagem dos profetas, a restauração teria sido tão espetacular e gloriosa como a descrita aqui.
Is.66:9 9. Não farei nascer. Enfatiza-se a seriedade do propósito de Deus. O fracasso de Israel em cumprir o propósito divino não foi devido a alguma deficiência da graça. Da mesma forma, Deus não permitiría que esse fracasso frustrasse “o plano dos séculos para a redenção da humanidade” (PR, 705). A Jerusalém celestial, “nossa mãe” (Gl 4:26), será povoada pelas nações dos salvos (ver com. de Is 54:1).
Is.66:10 10. Que por ela pranteastes. Comparar com Is 57:18; 61:2, 3.
Is.66:11 11. Mameis. Os v. I I e 12 seguem descrevendo Jerusalém como a mãe de uma nação recém-nascida. Sem reservas, ela dá a seu filho todas as atenções habituais de uma mãe devota.
Is.66:12 12. Paz. Ou, “prosperidade”, “sucesso” (ver com. de Is 57:19). Glória. Do heb. kavod, que, neste caso, provavelmente signifique “riqueza”, como em Isaías 10:3; e 61:6 (sobre a riqueza dos gentios, ver com. de Is 60:5). Como uma torrente. Ver Is 48:18. Nos braços. Comparar com ls 60:4. Nos países orientais, os filhos normalmente são carregados nos quadris da mãe.
Is.66:13 13. Consola. Comparar com Is 49:15.
Is.66:14 14. Vosso coração se regozijará. Sem dúvida, uma referência à burla dos escarne- cedores (ver Is 65:5). Vossos ossos revigorarão. Em tempo de dificuldade, diz-se que os ossos se consomem (SI 31:10; cf. Lm 1:13), ou que, na enfermidade, "queimam em febre” (Jó 30:30). Aos Seus servos. O mesmo contraste é expresso, corno no v. 5 (ver com. ali).
Is.66:15 15. O Senhor virá. A restauração de Israel significaria morte para os apóstatas e ímpios. Assim, a segunda vinda de Cristo trará livramento aos santos e morte aos ímpios (Ap 19:19-21).
Is.66:16 16. Entrará o Senhor em juízo. Do heb. shafat, "julgar”. O rolo I.QIsa do Mar Morto diz: "porque com fogo Yahweh virá julgar, e com Sua espada toda a carne”. A descrição do cap. 66 bem como do 65 (ver com. de Is 65:17) corresponde ao que teria acontecido se os judeus tivessem escolhido cumprir o propósito divino. Por isso, as abominações mencionadas aqui são especificamente aquelas das quais os judeus apóstatas eram culpados.
Is.66:17 17. Os que se santificam. Estes apóstatas misturavam ritos pagãos com a adoração a Yahweh e, então, assumiam a atitude do “sou mais santo do que tu” (Is 65:5) em relação a seus irmãos. Os reinados de Acaz e Manasses se caracterizavam por esse tipo de culto (2Rs 16:10-16; 21:2-7). As cerimônias de consagração e purificação mencionadas eram, provavelmente, ritos de iniciação nos mistérios pagãos. Nos jardins. Estes jardins e bosques eram com frequência cenário de cerimônias religiosas cruéis e imorais. Os hebreus, muitas vezes, seguiam os pagãos adorando em tais lugares (Is 1:29; 65:3, 4; cf. IRs 14:23; 15:13; 2Rs 16:3, 4; 17:9-11; 18:4), embora tivessem recebido de Deus ordens para destruí-los (Êx 34:13; Dt 7:5). Após a deusa. A palavra “deusa” é um acréscimo. A referência deve ser a algum < objeto de adoração abominável e ofensivo. O termo heb. achad, “um”, é masculino no texto hebraico comum, mas feminino em vários manuscritos, dentre os quais estão os rolos do Mar Morto, de Isaías. Não se sabe a que se refere esse "ura”. Que comem carne de porco. Ver com. de Is 65:4. Este povo desafiava a Deus abertamente ao participar do que era abominável. Tanto o porco como o rato são alistados entre os animais impuros que os hebreus foram proibidos de comer (Lv 11:2, 7, 29, 44). Os judeus apóstatas exultavam em quebrar todas as restrições e pretendiam se santificar por meio daquilo que Deus disse que os contaminaria e os tornaria impróprios para comunhão com Ele. Ao pretenderem uma santidade superior, tinham alcançado os níveis mais baixos de degradação. Serão consumidos. O rolo lQJsa do Mar Morto omite este verbo, muito provavelmente em resultado de um erro de escriba. A destruição já foi mencionada nos v. 15 e 16.
Is.66:18 18. Conheço. O verbo não está no hebraico, mas a LXX trazepistamai, "entendo”, “sei”. Os Targuns dizem: “e diante de Mim estão revelados seus feitos e pensamentos”. Elas virão. A LXX diz “Eu virei”. Contemplarão a Minha glória. Isto é, uma revelação do caráter de Deus, neste caso, talvez, o aspecto revelado na destruição dos pecadores.
Is.66:19 19. Porei entre elas um sinal. O rolo ]Qísa do Mar Morto diz "porei sinais". Não se sabe o que era esse '“sinal” ou 'sinais”. A frase “porei entre elas um sinal” é um provável paralelo a "contemplarão a Minha glória". Ao virem a “glória’’ ou o “sinal” de Deus, aqueles que escapassem da destruição declarariam a todas as nações o que lhes tinha sido revelado sobre Deus. Társis. Em geral identificado com Tarteso, na Espanha (ver com. de Gn 10:4). Pul. Não se conhece com exatidão este lugar, mas acredita-se que represente um lugar ou povo da Alrica. Alguns creem que Pul é uma gral ia errônea de Pute (ver com. de Ez 27:10). Porém, o rolo lQlsa do Mar Morto diz ''Pul”. Lude. Uma região na Mesopotâmia ou na Asia Menor (ver com. de Gn 10:13, 22). Tubal. U ma tribo de |alé que vivia próximo ao Mar Negro (ver com. de Ez 38:2). Javã. O nome hebreu comum para designar os jônios ou gregos (ver com. de Gn 10:2). Terras do mar. Os lugares mencionados representam terras distantes em geral que não tinham ouvido antes do Deus de Israel, mas que então O conheceríam por meio da pregação dos enviados.
Is.66:20 20. Vossos irmãos. Os exilados ainda espalhados por terras estrangeiras. Em liteiras. Listam-se os vários tipos de transporte usados no antigo Oriente. Por todos os meios possíveis, pessoas de toda raça e todo lugar viajariam a Sião. Ao Meu santo monte, a Jerusalém. Ver com. de Is 2:2-4. Em vasos puros. Em contraste com o "ensopado de carne abominável’ oferecido por um "povo rebelde” (Is 65:2, 4; 66:16, 17).
Is.66:21 21. Para sacerdotes e para 1 evitas. Nesta etapa da restauração, a lei cerimonial ainda estaria em vigor (ver com. de Ez 40:1).
Is.66:22 22. Os novos céus. Ver com. de Is 65:17.
Is.66:23 23. De uma Festa da Lua Nova à outra. O ritual da Lua Nova durante a dispensação mosaica (ver Nm 10:10; 28:11- 14; cf. Am 8:5; sobre a importância da lua nova no tempo da restauração de Israel, ver Ez 46:1, 3). Um sábado a outro. O sábado é uma instituição eterna. Ele seria honrado apropriadamente no estado judeu restaurado e, na nova Terra porvir, será observado por todos (ver DTN, 283). Iodos observarão o sábado em reconhecimento eterno de Cristo como o criador do Eden e o recriador dos novos céus e da nova “Perra de justiça e santidade.
Is.66:24 24. Verão os cadáveres. Este versículo deve ser compreendido à luz dos princípios esboçados nos comentários de Isaías 65:17. A linguagem é mais uma evidência de que Isaías estava descrevendo o que seriam os novos céus e a nova Terra se a nação judaica tivesse aceitado seu destino divino. Antes de a nova Terra, da qual fala João (Ap 21; 22), se tornar a morada dos justos, e antes que os adoradores viajem à nova Jerusalém para render culto, todo vestígio de pecado terá sido removido e nenhum cadáver permanecerá para manchar a perfeição do Eden restaurado (ver 2Pe 3:10). Portanto, não se devem aplicaras palavras de Isaías de lorma direta à nova Perra futura. A aplicação é secundária, em harmonia com as declarações de escritores inspirados posteriores que mostram como o propósito eterno de Deus se cumprirá por meio do Israel da nova aliança (ver p. 24, 25). Os que aplicam este versículo à punição eterna das almas num inferno que queima constantemente fariam bem em observar que ele trata de cadáveres e não almas conscientes separadas do corpo, sendo atormentadas. Essa aplicação errônea da profecia também ignora os princípios de interpretação já mencionados. Verme. Do beb. toléah, aqui, provavelmente, a larva (ver uso da palavra em Ex 16:20; Jó 25:6; SI 22:6; Is 14.11). A descrição é de larvas que se alimentam dos cadáveres. Nunca morrerá. Por meio da mesma aplicação errônea já mencionada, alguns entendem que esta expressão indica vida eterna para os ímpios. Contudo, a expressão no hebraico é um imperfeito simples, um tempo verbal que indica ação incompleta e significa simplesmente que, no tempo considerado, a ação do verbo ainda não está completa. O tempo verbal não implica necessariamente que a ação jamais será completada. Por exemplo, em Gênesis 2:25 se emprega o imperfeito na declaração de que Adão e Eva "não se envergonhavam . Isso não era uma previsão de que jamais se envergonhariam. Gênesis 3:7 diz que, mais tarde, se envergonharam. A seguinte tradução expressa com mais clareza a ideia do texto hebraico: “seu verme ainda não tinha morrido". Nem o seu fogo se apagará. O tempo hebraico desta frase é. o mesmo que o da expressão “seu verme nunca morrerá”. Portanto, a frase pode ser traduzida “o seu fogo ainda não se apagou" (ver com. sobre “nunca morrerá”). Em Jeremias 17:27, em que Jerusalém é ameaçada com este fogo, deixa-se evidente que a expressão “não se apagará” não indica um fogo que queimará para sempre. Esse fogo foi aceso (2Cr 36:19), mas se apagou há muito tempo. O fogo que não se apaga é simplesmente o que ser humano algum é capaz de apagar. Contudo, quando tiver consumido o que deve consumir, naturalmente se apagará. Dessa forma, a Bíblia define claramente o que é o fogo que "não se apagará”. Também se pode observar que o texto hebraico de Isaías 66:24 é poético e que as expressões “seu verme nunca morrerá” e “nem o seu fogo se apagará” são paralelas. O significado da segunda expressão, que é definida claramente, sugere a interpretação que se deve dar à primeira (sobre a aplicação de Isaías 66:24 por Jesus, ver com. de Mc 9:44).