"As coisas encobertas pertencem ao nosso Deus, mas as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos todas as palavras desta lei."
Deuteronômio 29:29

Capítulo e Verso Comentário Adventista > Habacuque
Hc.1:1 1. Sentença. Do heb. massa, um “pronunciamento” (ver com. de Is 13:1).Profeta. Dos outros Profetas Menores, apenas Ageu e Zacarias reivindicam para si o título de “profeta”.
Hc.1:2 2. Até quando [...]? O profeta estava angustiado por causa da pecaminosidade do povo e dos resultados que certamente se seguiriam. Pela linguagem que emprega, parece que Habacuque apresentava suaperplexidade a Deus já havia algum tempo, mas Deus não o escutava, isto é, aparentemente não fazia nada para deter os males em Judá. Habacuque deixa implícito que parece estar mais interessado tia retidão e na justiça do que o próprio Deus.Violência. Do heb. chamas, delitos em geral, não necessariamente envolvendo o causar dano corporal a outra pessoa, como a palavra “violência” sugere.
Hc.1:3 3. Destruição. Do heb. shocl, “violência” ou “devastação”, referindo-se com frequência à destruição causada pela pilhagem.Violência. Ver com. do v. 2. Na LXX, a última frase do v. 3 diz: “A sentença foi dada contra mim e o juiz recebe uma recompensa.’’
Hc.1:4 4. Lei. Do heb. torah (ver com. de Dt 31:9; Pv 3:1).Afrouxa. Do heb. pug, “ficar entorpecido". O profeta atribui a paralisação da eficácia da lei entre os habitantes de Judá ao fato de Deus não pôr fim à iniquidade. Em vez de “se afrouxa”, a LXX diz: “é frustrada”. Contudo, o hebraico do texto massorético é confirmado pelo texto hebraico citado no Comentário de Habacuque dos Ais do Mar Morto (ver p. 1153).Cerca. Cercar com má intenção (ver SI 22:12, 13). Como resultado, os justos são vitimados pelos ímpios, e a “justiça” é torcida e pervertida com relação a eles.
Hc.1:5 5. Entre as nações. Deus passa a responder à queixa do profeta. Ele acusa Habacuque de procurar entre as nações vizinhas a que Deus usará para punir o povo por seus pecados. A LXX começa este versículo assim: “Vede, ó desprezadores”, que é a versão que Paulo usa em Atos 13:41.Maravilhai-vos e desvanecei. Quando chegar repentinamente, a punição divina levará terror aos corações.Em vossos dias. Uma vez que Habacuque havia perguntado “até quando” (v. 2) seria permitido que esta iniquidade continuasse, o Senhor lhe assegura cjue aira divina chegaria quando os daquela época ainda estariam vivos.Não crereis. Uma indicação da severidade do juízo que estava por vir.
Hc.1:6 6. Os caldeus. Do heb. Kasdim (ver com. de Dn 1:4). A nação de Babilônia é então revelada como o agente da ira divina que Deus suscitaria para servir ao Seu propósito.Impetuosa. Do heb. nimhar. Isto prediz o rápido movimento das conquistas babi- lônicas, bem representadas pela figura das “asas de águia” da profecia de Daniel (ver com. de Dn 7:4).
Hc.1:7 7. Seu direito. Os caldeus eram tão fortes e autoconfiantes que não reconheciam nenhum poder exceto o deles, e atribuíam suas grandes realizações à própria capacidade (ver Dn 4:28-30).
Hc.1:8 8. Os leopardos. A rapidez do leopardo para apanhar a presa é proverbial (ver com. de Dn 7:6).Os lobos ao anoitecer. Ou, “os chacais ao anoitecer”. Estes animais são os mais ferozes à noite, quando estão vagueando à procura de alimento (ver Jr 5:6; Sf 3:3).Que se espalham. O contexto favorece a tradução da LXX: "avançam montados” (ver NTLH); isto é, avançam para vencer.Águia. Do heb. nesher, “um abutre”, ou “uma águia”. Moisés havia profetizado que se Israel se desviasse de Deus, seria punido por seus pecados por uma nação que tivesse cavalos tão velozes que poderíam apropriadamente ser comparados a águias (Dt 28:47-50).
Hc.1:9 9. Para fazer violência. A “violência", mencionada anteriormente como o pecado de Judá (ver com. do v. 2), será a punição infligida a judá pelos caldeus.Suspira. A palavra hebraica pode ser traduzida como “vento oriental” (cf. ACF, BJ; ou “vento do deserto”, cf. NV1) e também como “para o oriente” (cf. ARC; ver com. de Jr 4:11; 18:17).Seguir avante. Do heb. megammath, palavra cujo significado é obscuro. Ela ocorreapenas aqui em todo o AT e, devido à incerteza de sua definição, a frase toda tem sido traduzida de formas variadas.Como areia. Uma figura que indica o grande número de prisioneiros e os des- pojos que seriam tomados. Isto concorda natural mente com a figura anterior do temido vento oriental que, ao soprar, forma dunas de areia.
Hc.1:10 10. Escarnecem. Do alto de sua autos- suficiência (ver com. do v. 7), os babilônios olhavam para baixo e riam de reis e príncipes estrangeiros.Amontoando terra. Uma alusão à construção de rampas ou aterros para atacar uma cidade (ver com. de 2Sm 20:15; ver também ilustração no vol. 2, p. 47). A LXX diz: “fazer um aterro”.
Hc.1:11 11. Passam. Com o sentido de seguir em frente e avançar pela terra, ou de extrapolar todos os limites do orgulho.Fazem-se culpados. Isto se devia ao fato de os babilônios atribuírem seu sucesso à própria força e habilidade, fazendo de seu poder um deus (ver com. do v. 7). O profeta deixa implícito que a nação usada para punir a Judá seria, ela própria, punida por seus pecados.
Hc.1:12 12. Não és Tu [...]? Habacuque, falando por seu povo, apela a Deus por misericórdia para que não pereçam (v. 12-17). Olhando para além das perspectivas ameaçadoras, o profeta afirma, com fé: “Não morreremos” (ver PR, 386).Juízo. No sentido de “punição”.Rocha. Do heb. Tsur (ver Dt 32:31; 2Sm 22:3, 47). Este título enfatiza a ideia de que Deus é um apoio seguro e inamovível para Seu povo. A frase final do texto hebraico citada no Comentário de Habacuque dos Ms do Mar Morto (ver p. 1153) diz: “Ó Rocha, como Aquele que o castiga, Tu o escolheste.”
Hc.1:13 13. Tão puro de olhos. Uma vez que anatureza sem pecado de Deus não pode tolerar o “mal” (ver SI 5:4-6) e não pode aprovar a “iniquidade” (ver SI 145:17), o profeta fica perplexo pelo fato de Deus permitir que os caldeus procedam “perfidamente” em relação a Seu povo. Eles são idólatras e, segu ndo o ponto de vista de Habacuque, eram muito piores do que Judá. Como, então, Deus podería, com justiça, usá-los para punir a Judá?Do que ele. Isto é, do que “o perverso”.
Hc.1:14 14. Os peixes. Muitas vezes o justo fica tão mudo e indefeso nas mãos de um opressor ímpio quanto o peixe na rede dos pescadores.Os répteis. Ver SI 104:25.Não têm quem os governe. NoComentário de Habacuque dos Ms do Mar Morto, a última frase diz: “Como uma criatura rastejante a ser governada” (ver Gn 1:26).
Hc.1:15 15. Levanta. Aqui o profeta mostra figu- rativamente como os babilônios conquistavam as nações, sendo que o equipamento de pesca representa os exércitos caldeus. Contudo, esta mesma figura poderia representar a atividade de qualquer pessoa ímpia.Ele. Isto é, “o perverso” (ver com. do v. 13).
Hc.1:16 16. Oferece sacrifício. Um modo metafórico de indicar que os caldeus não reconheciam o Deus verdadeiro, mas atribuíam o sucesso à sua própria habilidade (ver com. de Hc 1:7; cf. Is 10:12, 13).
Hc.1:17 17. Esvaziando. O profeta pergunta se será permitido aos caldeus prosseguirem em suas conquistas e continuarem “esvaziando a sua rede” para enchê-la novamente com os despojos de guerra. O v. 17 no texto hebraico, citado no Comentário de Habacuque dos Ms do Mar Morto (ver p. 1153), diz: “Portanto, ele desembainhará sua espada continuamente para matar nações sem mostrar misericórdia.”Capítulo 2I Habacuque deseja uma resposta, mas lhe é mostrado que ele precisa esperar pela fé. 5 O juízo sobre os caldeus, por serem insaciáveis, 9 cobiçosos,adquiridos, para pôr em lugar alto o seu ninho, a fim de livrar-se das garras do mal!interior, não há fôlego nenhum.
Hc.2:1 1. Pôr-me-ei. Habacuque demonstra aqui claramente sua fé em Deus. Apresenta-se como alguém que toma posição, assim como um atalaia (ver Ez 3:17; 33:7), num lugar alto, a fim de ter uma visão clara de tudo ao redor e poder ver e ouvir qualquer coisa que se aproxime.Torre. Do heb. matsor, ‘uma fortaleza”, isto é, um lugar a partir do qual se resiste a um cerco. No texto hebraico citado no Comentário de Habacuque dos Ms do Mar Morto (ver p. 1153), esta palavra é acompanhada de um sufixo que significa ‘minha”.Vigiarei para ver. Habacuque acredita ter apresentado a Deus uma objeção válida ao plano de usar os caldeus como instrumentos contra Judá (Hc 1:6, 13). Assim, ele espera uma resposta (ver p. 1153, 1154).A minha queixa. Ou, “à minha objeção”.
Hc.2:2 2. Escreve. O Senhor responde à fé de Seu servo e o encoraja em sua obra. A escrita daria permanência às mensagens do profeta.Tábuas. Do heb. luchoth, geralmente placas de pedra, às vezes, de madeira. A referência deve ser a placas colocadas em lugares públicos onde todos poderíam lê-las.Quem passa correndo. A frase diz, literalmente: “para que seu leitor possa correr”, isto é, lê-la prontamente, fluentemente e sem esforço.
Hc.2:3 3. No tempo determinado. A visão se cumprirá no devido tempo (ver G1 4:4).Mas se apressa. Do heb. puach, “respirar”, “soprar”. O significado seria: “ela respira rapidamente [isto é, se apressa] para o fim”.Se tardar. Nesta frase, a LXX usa o pronome masculino, como o faz a ARA. Segundo o texto hebraico, que traz o pronome neutro, embora o cumprimento da visão sobre a vinda dos conquistadores caldeus parecessedemorada, no devido tempo ela se cumprida. Segundo o texto da LXX, a ideia parece ser de que, embora o inimigo parecesse tardar, certamente viría, conforme o predito. A referência em Hebreus 10:37 é ao texto da LXX, e as palavras, juntamente com uma frase da LXX em Isaías 26:20, são aplicadas ao segundo advento do Senhor.A profecia de Habacuque 2:1 a 4 foi fonte de encorajamento e conforto para os primeiros crentes no Advento, conhecidos como mileritas. Quando o Senhor não voltou na primavera de 1844, como se esperava a princípio, os mileritas experimentaram profunda perplexidade. Foi pouco depois do desapontamento inicial que eles viram um significado especial nas palavras do profeta: “Pois a visão aguarda um tempo designado; ela fala do fim, e não falhará. Ainda que se demore, espere-a” (NVI). Eles se apoiaram “na linguagem do profeta” (Tl, 52) e saíram a proclamar o clamor da meia noite: “Eis o noivo! Saí ao seu encontro!” (Mt 25:6; ver GC, 392).
Hc.2:4 4. Sua alma. Na primeira metade do versículo, a LXX diz: “Se retroceder, nele não se compraz a Minha alma”, que é a versão dada em Hebreus 10:38. E interessante notar que o texto hebraico citado no Comentário de Habacuque dos Ms do Mar Morto (ver p. 1153) está de acordo com o texto masso- rético neste caso.Em sua aplicação primária, estas palavras reprovam o profeta por sua imprudência e falta de fé.Justo. Do heb. tsadiq, “justo”, “sem culpa”, usado em referência a uma pessoa ou coisa que foi examinada e encontrada em boas condições. Esta frase final apresenta o caráter do homem bom em contraste com o do homem mau descrito na primeira parte do versículo.Fé. Do heb. amunah, “constância”, “fide- dignidade” ou “fidelidade”, usada aqui para descrever a relação de alguém para com Deus. A confiança em Deus vem da certeza de que Ele irá guiar, proteger e abençoar os que cumprem a Sua vontade. Habacuque afirma principal mente que o que vive por fé e confiança pura no Senhor será salvo, mas que perecerá o soberbo, que mostra orgulho obstinado e perversidade no pecado.Onde o texto massorético diz “sua” fidelidade (fé), a LXX diz “Minha” fidelidade, sendo que é Deus mesmo quem está falando. Na citação desse texto, que se encontra em 1 lebreus 10:38, comparativamente poucos manuscritos do NT seguem a LXX, enquanto a maioria dos manuscritos não traz o pronome “sua” nem “minha” modificando o substantivo “fé”. Tanto o texto massorético como o da LXX se baseiam em grandes verdades, pois uma pessoa “viverá”, ou será aceita aos olhos divinos, pela fidelidade a Deus, que, por sua vez, baseia-se na fidelidade de Deus em cuidar de Seus filhos. E provável que esta variante no texto se deva à semelhança na forma das letras hebraicas waw e yod percebida na época em que a LXX foi traduzida. Naquele tempo, a escrita dessas letras era praticamente idêntica. Usadas junto a amunah como sufixos, waw significaria “sua”, e yod, “minha”.Embora primaria mente este versículo se refira aos que, por causa de sua fé no Senhor, seriam salvos dos caldeus e ainda encontrariam paz, ainda que Judá fosse destruída, num sentido mais amplo, o versículo enuncia uma verdade aplicável a todos os tempos. Paulo emprega essa declaração do AT mais de uma vez como tema de uma dissertação sobre a justiça pela fé (ver Rm 1:16, 17; G1 3:11; Hb 10:38, 39).
Hc.2:5 5. Assim como. Novamente é enfatizado o contraste entre o caráter do ímpio, delineado na primeira parte do v. 4, e o do justo, mencionado no final do mesmo versículo.Em Habacuque 2:5 a 19, Deus enumera os pecados de Babilônia. Ele sabe que os babilônios são perversos, como Habacuque os acusa (1:13). Contudo, Deus ainda está no comando dos negócios da Terra, e todos - inclusive Habacuque - devem calar-se diante dEle (2:20).Vinho, Em lugar de “vinho”, o texto hebraico citado no Comentário de Habacuque dos iMs do Mar Morto (ver p. 1153) traz hon, “poder” ou “riqueza”.Arrogante. Ou, “orgulhoso”.Boca. Do heb. nefesh (ver com. de IRs 17:21; SI 16:10).Sepulcro. Do beb. sheol (ver com. de Pv 15:11). Como a morte e o sheol são representados como insaciáveis (Pv 27:20; Is 5:14), assim os babilônios se reuniam e ajuntavam para si “todas as nações” e “todos os povos”.
Hc.2:6 6. Todos estes. As “nações'' e os “povos” (v. 5) conquistados pelos babilônios.Provérbio. Ver com. de Mq 2:4.Penhores. Do heb. ‘ahtit, palavra que ocorre apenas aqui no AT e cujo significado é considerado como sendo “penhores”, isto é, vestes ou outras coisas dadas como garantia por dívidas. Em outras palavras, faz-se a pergunta: “Quanto tempo Babilônia vai continuar acumulando dívidas de direito e justiça para com os povos que ela subjuga antes que esses penhores sejam resgatados mediante a aplicação de irada retribuição aos habitantes de Babilônia?
Hc.2:7 7. Os teus credores. Aqueles que os babilônios prejudicaram se levantariam e os atacariam. Historicamente, foram os medos e os persas que saquearam os caldeus e destruíram o império deles.Despojo. Isto é, “saque” (ver Jr 50:9, 10).
Hc.2:8 8. Despojarão a tí. Como vingança, todas as nações tomadas e saqueadas pelos babilônios, principalmente os medos e os persas, iriam destruir os caldeus (ver Is 21:2; 33:1). A tomada de Babilônia vingaria o “sangue" que os babilônios cruelmente derramaram.A terra. Alguns creem que o profeta aqui se refira particularmente à terra da Palestina.
Hc.2:9 9. Ajunta [...] bens mal adquiridos. Literalmente, “um ganhador de mau ganho” para sua casa; provavelmente, uma referência à família real ou à dinastia babilônica.Pôr em lugar alto o seu ninho. Uma figura que significa segurança.Mal. Usado aqui no sentido de calamidade (ver com. de Is 45:7).
Hc.2:10 10. Contra a tua alma. As maquinações do rei caldeu para assegurar glória “destruindo [...] a muitos povos” provocou sua própria “vergonha” e assegurou sua queda (ver Pv 8:36).
Hc.2:11 11. Pedra. Uma figura notável para indicar a enormidade da culpa de Babilônia. Não só os homens, mas as coisas inanimadas iriarn condenar a iniquidade dos caldeus (ver Lc 19:40).
Hc.2:12 12. Edífica. Neste terceiro "a.i” (ver v. 6, 9), a condenação repousa sobre os babilônios porque sou poder foi edil içado sobre a matança e a “iniquidade” (ver Dn 4:27; cf. Mq 3:10). Babilônia foi ampliada e. embelezada por despojos tomados das nações conquistadas. Embora este versículo se aplique primariamente a Babilônia, as verdades aqui declaradas são atemporais.
Hc.2:13 13. Senhor dos Exércitos. Ver com. de Jr 7:3.Para o fogo. Iodos os edifícios e fortalezas dos babilônios, erigidos por meio de trabalho escravo, seriam, no final, apenas combustível para o “fogo”; e, assim, eles se fatigariam “em vão” (ver Jr 51:29, 30, 58).
Hc.2:14 14. A terra se encherá. Habacuque reitera um pensamento já expresso por isaías (ls 11:9). A destruição de Babilônia tipifica a destruição de todos os ímpios no dia final.
Hc.2:15 15. Misturando [...] seu furor. O texto massorético diz "teu furor" (ver ACF). A versão “seu furor” vem do texto hebraico citado no Comentário de Habacuque dos Ms do Mar Morto (ver p. 1153). Como o homem quedá de beber ao seu companheiro para tirar vantagem dele, os caldeus fizeram o mesmo com as outras nações, e era justo que, por sua vez, eles tivessem de beber do cálice da ira de Deus (ver Ap 14:8, 10).Contemplar as vergonhas. Esta é uma figura que ilustra (ver Gn 9:20-23) a condição humilhante à qual as nações conquistadas eram reduzidas sob o governo iníquo e tirano dos babilônios (ver Lm 4:21). Em vez de “vergonhas” ou “nudez” (ABC, NVI), o texto hebraico citado no Comentário de Habacuque dos Ms do Mar Morto (ver p. 1153) díz “festas”.
Hc.2:16 16. Farto. O mau tratamento imposto por Babilônia aos oprimidos provocaria sua própria queda. Eles iriam beber até o fim a taça da retribuição divina.Exibe a tua incircuncisão. Literalmente, “sê contado como incircunciso”, do heb. arai, “deixar incircunciso”. Isto é, que Babilônia receba o mesmo tratamento ignominioso que dispensou a outros (ver com. do v. 15). Neste versículo, o texto hebraico citado no Comentário de Habacuque dos Ms do Mar Morto (ver p. 1153) mostra uma interessante diferença em relação ao texto massorético. Em vez da palavra 'arai, o comentário traz rdal, “rodopiar" ou "cambalear' (as consoantes hebraicas são as mesmas, mas a posição delas está alterada). A versão mal se encaixa bem melhor no contexto; neste caso a frase d iria: "Bebe tu também e cambaleia." Em outras palavras, os babilônios deviam sofrer as mesmas indignidades e crueldades impostas aos inimigos conquistados. Esta variante do texto é apoiada pela LXX, que aqui usa o verbo "tremer”.
Hc.2:17 17. Violência contra o Líbano. O que Babilônia fez ao Líbano tornaria sobre ela (ver Ls 14:4-8). Alguns consideram que “Líbano” aqui seja uma referência ao templo de Jerusalém, que tora construído de cedros do Líbano (ver IRs 5; Zc 11:1, 2). Outros veem uma referência aos cedros cortados na época da invasão.
Hc.2:18 18. Aproveita. O profeta ironicamente pergunta que benefício os caldeus tiram da confiança depositada em seus deuses (ver Is 44:9, 10; Jr 2:11). Frequentemente, o AT enfatiza a loucura de se confiar em “ídolos mudos’’ (ver SI 115:4-8; Jr 10:1-5; etc.).
Hc.2:19 19. À madeira. Madeira e pedra eram os materiais comuns usados no antigo Oriente para fazer estátuas.De ouro e de prata. Estes metais preciosos eram usados para embelezar a pedra ou a madeira (Is 40:19; ver com. de Dn 3:1).
Hc.2:20 20. O Senhor. Deus está em Seu templo, sentado no trono. Ele guia o destino das nações (ver com. de Hc 2:5; Dn 4:17).Seu santo templo. Habacuque, de maneira desafiadora, apresenta a diferença entre o Deus vivo e majestoso e os ídolos vãos e sem vida. Embora o profeta primariamentese refira ao templo de Jerusalém como o lugar da habitação do Deus verdadeiro, em sentido mais amplo, ele talvez estivesse pensando também no “templo” de Deus no Céu (ver lRs 8:27-30; SI 11:4; Mq 1:2, 3). Devido à exaltada majestade de Deus, “toda a terra”, constituída pelos súditos do Rei do universo, é convocada a esperar, silenciosa e humildemente, diante dEle (SI 46:10; ver com. de Si 76:8).Cale -se. Isto é, não se atreva a questionar a sabedoria de Deus na condução do destino das nações, como Habacuque o fez (Hc 1:13; 2:1). A linguagem deste versículo é, às vezes, apropriadamente aplicada à reverência na Casa de Deus, embora esse não fosse o intento original.Toda a terra. Isto é, todos os seres humanos, inclusive o profeta Habacuque (ver com. de Hc 1:13; 2:1, 4).Capítulo 3I Em oração, Habacuque treme ante a majestade de Deus. 17 A firmeza de sua fé.como tempestade, avançam para me destruir; regozijam-se, como se estivessem para devorar o pobre às ocultas.
Hc.3:1 1. Oração. Da maneira usada aqui, este termo se aplica a um salmo, um hino ou um cântico devocional (ver os subtítulos dos Salmos 17, 90 e 102).Sob a forma de canto. O heb. diz: “sobre (ou de acordo com) Shigyonoth”. Alguns pensam que o termo designe cânticos apaixonados, de rápidas mudanças emocionais expressas por ligeiras mudanças no ritmo. A estrutura da oração de Habacuque pode ter refletido esse tipo de poesia (ver vol. 3, p. 708, 709).
Hc.3:2 2. Alarmado. O profeta introduz a “oração” expressando seu assombro pela iminente ira divina e pede a Deus que Se lembre “da misericórdia”. O profeta que, anteriormente questionava, reconhece ser sábia a maneira de Deus tratar os seres humanos (ver com. de Hc 1:2, 13; 2:1) e humildemente admite seu erro.Aviva. O profeta sabe que Deus, embora fosse punir Seu próprio povo por causa da apostasia, haveria de exercer seguros juízossobre os inimigos deles. Também compreende que, no fim, Israel será redimido e toda a Terra “se encherá do conhecimento da glória do Senhor” (Hc 2:14). Por isso, ele «s solicita fervorosamente a Deus que essa boa “obra” de restauração seja avivada. Com o espírito corrigido, ele não deseja de maneira menos fervorosa o sucesso do plano de Deus para Israel (ver p. 13-17) do que desejava a princípio (ver com. de Hc 1:2).No decurso. Habacuque suplica que o propósito redentor de Deus seja manifesto “no decurso dos anos”, não depois que os anos expirarem. Em outras palavras, o profeta anseia pelo cumprimento das promessas divinas de redenção.Lembra-Te da misericórdia. O profeta sabe que a principal esperança está na misericórdia do Céu, não na bondade humana.
Hc.3:3 3. Deus vem. Os v. 3 a 16 apresentam um quadro sublime da vinda do Senhor em juízo para o livramento de Seu povo. O quadro é apresentado no contexto do livramentodo Israel literal, mas descreve também a vinda de Cristo para inaugurar o reino de justiça (ver GC, 300; no que diz respeito a princípios de interpretação, ver vol. 4, p. 22-25). Numa figura impressionante, ele descreve o efeito dessa vinda sobre a natureza e sobre os ímpios. Habacuque usa exemplos do trato passado de Deus para com Seu povo a fim de ilustrar esses eventos finais da história (ver com. do v. 11).Temã. Região que pertencia a uma das divisões tribais de Edom, ou o nome de todo o país de Edom (ver com. de Jr 49:7; para comparação, ver Is 63:1-4).Parã. O profeta alude aqui a majestosos eventos ligados à promulgação da lei no Sinai (ver com. de Dt 33:2), usando-os como ilustração do que ocorrerá no dia do juízo. Como Deus desceu em esplendor para reiterar a lei a Seu povo, Ele aparecerá em glória para a salvação desse povo e para a punição dos malfeitores (ver com. de Gn 21:21).Selá (ARC). Uma palavra colocada entre a primeira parte do versículo e a segunda, que não se encontra na ARA. Provavelmente usada para indicar algum tipo de ênfase ou mudança na melodia (ver vol. 3, p. 709).
Hc.3:4 4. Raios. Literalmente, “chifres".Ali está velado o Seu poder. Quando o Salvador Se manifestar, as feridas do Calvário, os sinais de Sua humilhação, serão vistos como Sua mais elevada honra; ali estará Sua glória, “o esconderijo de Sua força” (ARC; ver GC, 674; ver com. do v. 3).
Hc.3:5 5. A peste. Habacuque apresenta o efeito da vinda do Senhor. Cairá “a peste” sobre os injustos. Em outras palavras, sobrevirá destruição aos ímpios.Pestilência. Do heb. reshef, “chama”, aqui, provavelmente, usada no sentido figurado de “praga”, "pestilência”.
Hc.3:6 6. Os montes. Os próprios símbolos da estabilidade (ver Gn 49:26; Dt 33:15) “esmigalham-se” por ocasião desse grande evento. Em contraste com “os montes primitivos” e“os outeiros eternos” apenas na aparência, os “caminhos” de Deus são verdadeiramente eternos e imutáveis (Nm 23:19; Ml 3:6).
Hc.3:7 7. Cusã. Alguns creem que o termo se refira a Cuxe, outro nome para a antiga Etiópia (ver com. de Gn 10:6). A LXX diz: “as tendas dos etíopes”. Contudo, outros creem que Cusã fosse uma tribo vizinha de Midiã.Midiã. Ver com. de Gn 25:2. “Tendas” e “acampamentos” podem figurativamente representar os moradores de Cusã e Midiã.
Hc.3:8 8. Irado. Para enfatizar o poder divino sobre toda a criação, Habacuque pergunta retoricamente se Deus estava irado com a natureza inanimada quando exibiu Seu poder.Andas montado. Deus é representado como se viesse com grande hoste de carros e cavalos, por assim dizer, para defender Seu povo e esmagar os inimigos (ver SI 68:17).
Hc.3:9 9. Tiras a descoberto. O significado é deixar pronto para a ação. O profeta retrata o Senhor como um guerreiro (ver Ex 15:3), que prepara Seu arco para usá-lo.Farta está a Tua aljava de flechas. O hebraico desta passagem é obscuro, e isto gerou variadas interpretações. A LXX diz: “Certamente retesaste teu arco contra os cetros, diz o Senhor.” A ARC diz: “Descoberto se fez o Teu arco; os juramentos feitos às tribos foram uma palavra segura.” A BJ diz: “Tu desnudas o Teu arco, sacias de flechas a sua corda.”
Hc.3:10 10. E se contorcem. Literalmente, “se contorcem de dor”; a linguagem figurada indica um terremoto (ver Ex 19:18; SI 114:6, 7; ver com. de SI 114:4).As profundezas. Do heb. tehom (ver com. de Gn 1:2).Mãos. Provavelmente um sinônimo poético para as ondas.
Hc.3:11 11. O sol e a lua. Aqui o profeta usa o evento de quando o sol e a lua se detiveram nos dias de Josué (Js 10:11-14; ver PP, 508) como ilustração da vinda do Senhor (ver com. de Hc 3:3).
Hc.3:12 12. Marchas. Ver Jz 5:4.Calcas aos pés as nações. Ver Is 63:1- 4; J1 3:13; Ap 14:14-16.
Hc.3:13 13. Tu sais. O propósito da vinda do Senhor é salvar Seu povo, Seu “ungido” (ver SI 20:5, 6; 28:8, 9).De todo. Literalmente, “até ao pescoço” (ver ARC). Estas palavras indicam que a “casa do ímpio” será completamente destruída.
Hc.3:14 14. Guerreiros. A versão ACF diz “vilas”. Do heb. paraz, uma palavra obscura.Tempestade. Ver Is 41:16; Jr 13:24.Me. Provavelmente o profeta se refira a si próprio para se identificar com o povo.
Hc.3:15 15. Pelo mar. Talvez uma alusão ao êxodo (ver Ex 15:1-19), como um tipo do livramento divino do povo de Deus que ocorrería posteriormente (ver com. de Hc 3:11). Na época do êxodo, Deus tirou Seu povo do Egito caminhando figurativamente por cima de “grandes águas” (ver SI 77:19, 20).
Hc.3:16 16. Meu íntimo. Isto é, todo o meu ser.
Hc.3:17 17. Figueira. Neste versículo são previstos os efeitos da invasão babilônica: a destruição da "figueira” e da “oliveira”, tão prezadas na Palestina, junto com a igualmente necessária “vide”, com os cereais e o gado. O mesmo ocorrerá durante as cenas finais da história da Terra, quando esta será igualmente desolada (ver DTN, 122; GC, 629).
Hc.3:18 18. Eu me alegro. Por mais terríveis que sejam os eventos que este capítulo prenuncia, ele se encerra com uma consoladora e reconfortante nota de alegria e de esperança da salvação “no Senhor”. O profeta assegura a si mesmo que, no fim, tudo ficará bem, por causa da fidelidade de Deus (ver SI 13:5, 6; 31:19, 20; Mq 7:7). Uma vez resolvido o problema (ver p. 1153, 1154), o profeta alegremente submete sua própria vontade à de Deus.
Hc.3:19 19. Como os da corça. Entre os rochedos escarpados e os caminhos traiçoeiros das montanhas, os pés da corça eram rápidos e seguros (ver 2Sm 22:34; SI 18:32, 33).E me faz andar. Habacuque se identifica com seu povo, como o fizeram Moisés (Êx 32:30-32), Jeremias (14:19-21) e Daniel (9:3-19). O sucesso de Israel (ver Is 58:14) é o próprio sucesso dele.Altaneiramente. O povo de Deus triunfará sobre toda oposição e habitará seguro sobre os altos da salvação (ver Dt 32:13; 33:29; Is 58:13, 14; Am 4:13). Todas as perguntas do profeta são respondidas pela fé em Deus, e Habacuque descansa satisfeito, sabendo que, por fim, o direito e a verdade triunfarão para sempre.Ao mestre de canto. Provavelmente o líder da música no templo. E possível que o salmo de Habacuque se destinasse a ser usado na adoração pública, para ser acompanhado por “instrumentos de cordas”.