"As coisas encobertas pertencem ao nosso Deus, mas as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos todas as palavras desta lei."
Deuteronômio 29:29

Capítulo e Verso Comentário Adventista > Êxodo
Ex.1:1 1. Pois (ARC). Da partícula hebraica we, que em geral é traduzida como “e”. Êxodo é o primeiro livro aberto com uso dela. Exceto quatro dos livros históricos do AT, todos os demais começam assim. Os filhos de Israel. Sobre os nomes dos filhos de Jacó, ver comentário de Gênesis 29:32-30:24; 35:18; 46:8-26; 49:3-27.
Ex.1:2 Sem comentário para este versículo
Ex.1:3 Sem comentário para este versículo
Ex.1:4 Sem comentário para este versículo
Ex.1:5 5. Setenta. O registro dos que migraram com jacó para o Egito é dado aqui de modo a enfatizar o notável aumento dos filhos de Israel em número durante seus anos de permanência nesse país. Esse crescimento era o cumprimento das promessas feitas a Abraão (Gn 15:14) e a Jacó (Gn 46:3). Com relação ao número 70, do qual faz parte o próprio Jacó, ver comentário de Gênesis 46:27.
Ex.1:6 Sem comentário para este versículo
Ex.1:7 7. Os filhos de Israel foram fecundos. A família de Jacó aumentou de forma milagrosa, tanto durante a vida dos 12patriarcas como após a morte deles. As bênçãos proferidas sobre a humanidade na criação (Gn 1:28) e a promessa feita depois a Abraão (Gn 22:17) foram então cumpridas com abundância.A terra se encheu deles. Isto se refere em especial à terra de Gósen, onde os hebreus viviam (Gn 47:1, 11). O clima do Egito, a fertilidade do solo, a virilidade natural da etnia hebreia e as bênçãos divinas resultaram num extraordinário crescimento da população.
Ex.1:8 8. Novo rei. Não somente outro indivíduo, mas uma nova dinastia. Visto que este comentário adota a data da metade do século 15 para o êxodo, pode-se supor que José tenha vivido durante o domínio dos hic- sos no Egito (ver com. de Gn 39:1; também p. 170-ss; 522, 523). Portanto, os reis da 18a dinastia, que libertaram o Egito dos hicsos, foram os faraós da opressão.Os hicsos eram asiáticos assim como os hebreus e, embora tivessem adotado costumes egípcios, foram amigáveis com José e sua família. A expulsão dos hicsos, porém, suscitou um novo espírito nacionalista e todos os estrangeiros foram vistos com suspeita, principalmente aqueles favorecidos pelos hicsos. A contribuição feita por José para o bem-estar do povo foi esquecida, principalinente porque ele era asiático e também ministro de um rei estrangeiro. A geração que havia experimentado os sete anos de fome tinha morrido, e os descendentes dos filhos de Jacó foram confrontados com uma situação totalmente nova: uma população egípcia nativa e uma dinastia que odiava os israelitas.
Ex.1:9 9. Ele disse. "Ele” se refere a um rei do início da 18a dinastia, que pode ser Ahmés, o grande libertador do Egito ou seu filho Amenhotep I (1546-1525 a.C.), se não o mesmo rei da época do nascimento de Moisés. Entretanto, se ele foi o rei em cujo palácio Moisés foi criado, então a referência é a Tutmés 1 (1525-1508 a.C.), o pai de Hatshepsut.Ao seu povo. Sem dúvida, o rei estava deliberando com seus ministros e conselheiros. Nos poucos documentos que falam a respeito da guerra de libertação, encontram-se duas declarações de que os reis Sekenenré e Kamés reuniam seus conselheiros antes de agir. Embora Kamés já tivesse decidido a questão, independente do conselho deles, ele de fato discutiu o assunto com seus ministros.Mais numeroso e mais forte. E provável que o faraó estivesse exagerando, uma vez que o Egito era uma grande nação. E o tipo de exagero que pessoas sem princípios usam para justificar uma atitude extrema e infundada.
Ex.1:10 10. Usemos de astúcia. O faraó sugeriu uma hábil estratégia política para evitar o perigo de revolução e a possibilidade de que os israelitas pudessem se unir aoshicsos e deixar o Egito. Provavelmente, o que ele temia não era tanto a conquista de seu reino. Entre os hebreus, havia muitos homens hábeis e, portanto, o faraó propôs retê-los como escravos para empregá-los em seus vários projetos de construção. Isso pode ter ocorrido durante ou logo após a revolta contra os hicsos, seus irmãos étnicos.
Ex.1:11 11. Feitores. Literalmente, “superintendentes de obras [forçadas ou não remuneradas]”. O faraó imaginava que a opressão quebrantaria a força física dos israelitas e retardaria seu notável crescimento em número. Além disso, esperava subjugar seu espírito de independência e respeito próprio. Finalmente, ele poderia levar adiante seus grandes projetos de construção sem afligir seu próprio povo.Cidades-celeiros. Visto que a terra de Gósen situava-se na região oriental do Delta, o faraó colocou os israelitas para trabalhar em templos e outras construções governamentais na fronteira oriental. Na Antiguidade, a riqueza nacional era armazenada em templos, supostamente sob a guarda dos deuses.Pitom. Este nome é explicado como a tradução hebraica da expressão egípcia Per- Atum: “Casa de |o deus-sol] Atum”. Alguns eruditos identificaram essa cidade com o atual Tell el-Xíaskhuta, no Wadi Tumilat, cerca de 18 km a oeste do lago Timsah, na região oriental do Delta, onde o egiptologista suíço Edouard Naville descobriu grandes depósitos de cereais, em 1883. Ao concluir que essa cidade tinha sido construída por Ramsés lí, Naville creu que esse tinha sido o faraó da opressão. Muitos concordam com Naville a esse respeito. Outros identificaram Tell el-Maskhuta com Sucote (Êx 12:37), de onde os israelitas partiram ao deixar o Egito, já que as inscrições revelam que o nome egípcio do lugar era Tjeku. Contudo, até que haja mais evidências, a localização de Pitom permanece incerta.E Ramessés. Esta cidade foi identificada por Flinders Petrie com o Tell el-Reta- beh, em Wadi Tumila, cerca de 12 km a oeste do Tell el-Maskhuta. No entanto, outros eruditos identificam “Ramessés” com Tânis, a Zoã bíblica (Nm 13:22), chamada antígamente de Avaris, capital dos hicsos. Anos depois da expulsão desse povo do Egito, Ramsés II ampliou e embelezou a cidade e lhe deu seu nome.Contudo, Ramsés II não poderia ter sido o faraó da opressão. A cronologia bíblica do período desde o êxodo até a monarquia de Israel requer uma data do século 15 para o êxodo (ver lRs 6:1), que ocorreu, portanto, dois séculos antes do reinado de Ramsés II. O nome da cidade-celeiro “Ramessés” deve ser entendido como a modernização de um nome mais antigo. Outro exemplo dessa prática ocorre em Gênesis 47:11, em que a terra de Gósen é chamada “a terra de Ramessés”. Ninguém afirmaria que a chegada de Jacó ao Egito aconteceu sob o reinado de Ramsés II. Portanto, o antigo nome da região chamada “Ramessés”, em Gênesis 47:11, parece ter sido modificado por um mais moderno (ver com. de Gn 47:11). Também a antiga cidade de Laís é chamada Dã, em Gênesis 14:14, embora tenha recebido esse nome muitos séculos depois de Abraão e Moisés terem morrido. A explicação mais razoável para a modernização de nomes de cidades no relato de tempos antigos é a de que copis- tas posteriores mudaram esses nomes antigos e obsoletos por outros mais modernos, numa tentativa de esclarecer as narrativas para gerações futuras.
Ex.1:12 12. Tanto mais se multiplicavam. O primeiro plano do faraó não teve êxito. Quanto mais os hebreus eram oprimidos, mais cresciam em número, e os egípcios estavam perplexos diante desse crescimento extraordinário. Ficou claro que perseguição e duras provas não podiam frustrar o propósito divino, e as medidas destinadas a destruir opovo escolhido se revelaram fonte de mais fortalecimento.Inquietavam. O desânimo dos egípcios se devia ao subsequente fracasso de seus planos. A presença de um inimigo dentro de suas fronteiras, o qual não podia ser subjugado, era vergonhosa e irritante.
Ex.1:13 Sem comentário para este versículo
Ex.1:14 14. E lhes fizeram amargar a vida. Resolutos, os egípcios empregaram mais esforços para escravizar os israelitas. Os v. 13 e 14 não falam de uma nova opressão, mas da continuidade e da intensificação do programa de trabalhos forçados que já estava em curso.Em barro, e em tijolos. Embora a pedra fosse o principal material usado pelos egípcios para a construção de seus grandes templos e outros edifícios públicos, o tijolo era usado em grande escala para palácios e construções menores, para os muros das cidades, fortes, vaiados de templos e celeiros, como os mencionados no v. 11.Com todo o serviço. Originalmente os hebreus tinham sido empregados para cuidar dos rebanhos e das manadas reais (Gn 47:6). Porém, mais tarde, eles assumiram também tarefas agrícolas (Dt 11:10). Dificilmente haja lugar onde se requeira cuidado, diligência e trabalho tão constantes ao longo do ano quanto no Egito. A cheia anual do Nilo exige cuidado extremo para salvar o gado e impedir a inundação de casas e vilas e a destruição dos diques do rio. O cultivo é contínuo ao longo do ano, e o sucesso depende de um sistema de irrigação que requer trabalho e atenção ininterruptos. Se “o serviço do campo” também incluía escavar canais (Josefo, Antiguidades, ii.9.1), a vida dos hebreus certamente foi amarga. Trabalhar sob o sol forte do Egito, sem sombra e pouca brisa, do amanhecer ao anoitecer, e com os pés na água (Dt 11:10) deve ser uma experiência extremamente exaustiva. Quando Mehemet Ah construiu o canal alexandrino, em meados do século 19, perdeu 20 mil trabalhadoresde um total de 150 mil. A porcentagem de perda deve ter sido mais ou menos a mesma nos tempos antigos. Entretanto, para o faraó, quanto mais hebreus pereciam, mais rapidamente se cumpria seu cruel propósito.
Ex.1:15 15. Ordenou às parteiras hebreias. A segunda tentativa do faraó em controlar o aumento dos hebreus não foi velada. Da opressão cruel ele passou ao assassinato. Tem-se questionado se as parteiras eram de fato hebreias, pois nesse caso o rei não poderia ter certeza da cooperação delas. A frase traduzida por “parteiras hebreias” pode ser traduzida também por “parteiras das mulheres hebreias”, ou seja, parteiras que ajudavam as mulheres hebreias na hora do parto. Provavelmente fossem mesmo hebreias e não egípcias a julgar por seus nomes semi- tas. Sifrá significa “beleza” e Puá, “esplendor” ou “brilho” (ver com. do v. 17).
Ex.1:16 16. E as virdes sobre os assentos (ARC). Literalmente, “duas pedras”. Há várias explicações não convincentes deste termo, porém nenhuma delas será discutida aqui. O seu significado real foi descoberto pelo egiptologista Wilhelm Spiegelberg. No Egito, eram usados certos banquinhos de parto que consistiam de duas pedras ou> de pedras no formato de uma ferradura. A expressão egípcia “sentar-se nos tijolos” para “dar à luz”, encontrada em várias inscrições antigas revela o significado das palavras do rei: “quando as virdes sobre os assentos” (ARC). O uso dessa expressão confirma a autoria de Moisés, que conhecia a cultura e a terminologia egípcia.Se for filho. No mundo antigo, era comum abandonar crianças inclesejadas deixando-as para morrer ou ser devoradas por pássaros ou animais selvagens. A ordem do rei também reflete o costume pagão de matar todos os inimigos varões e forçar as mulheres e meninas a se tornarem escravas na casa dos conquistadores. Aparentemente, o faraó queria que os homens trabalhassem em projetosde construção, porém, o seu real propósito era a morte deles até a extinção. Ele planejou se livrar de um inimigo em potencial dentro de suas fronteiras e, ao mesmo tempo, providenciar escravas para a casa dos egípcios.
Ex.1:17 17. As parteiras, porém, temeram a Deus. Fica sugerido que as parteiras não eram egípcias, pois “temiam a Deus” e sabiam que Ele havia proibido o assassinato. Mesmo se não conhecessem o sexto mandamento do decálogo, “Não matarás” (Ex 20:13), elas conheciam o regulamento: “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu” (Gn 9:6). Como temiam a Deus mais do que ao rei tirano (ver At 4:19; 5:29), essas corajosas mulheres ousaram ignorar a ordem real. O temor ao homem torna a pessoa vítima das circunstâncias, mas o temor a Deus traz alívio em meio ao tumulto e paz em face do perigo mortal. Essa deve ter sido a experiência das duas principais parteiras hebreias, em cujos ombros repousava pesada tarefa.
Ex.1:18 Sem comentário para este versículo
Ex.1:19 19. As mulheres hebreias. As mulheres hebreias trabalhavam no campo com os homens. Visto que estavam acostumadas ao trabalho pesado ao ar livre, é provável que o parto fosse relativamente fácil para elas. As mulheres árabes, etnicamente aparentadas com as hebreias, se dedicam a tarefas pesadas e necessitam de pouca ajuda no parto. Isso explica a credibilidade da desculpa que as parteiras deram ao faraó. Não há evidências de que a história que contaram tenha sido questionada.São vigorosas. Por esta razão, as parteiras eram raramente chamadas. Havia pouca demanda por seus serviços, visto que alguém da família ou uma conhecida podia prestar a ajuda necessária. Isso pode explicar por que eram necessárias apenas duas parteiras, apesar do grande número de hebreias.
Ex.1:20 Sem comentário para este versículo
Ex.1:21 21. Ele lhes constituiu família.Deus recompensou as parteiras por sua fidelidade lhes dando família e preservandosua posteridade. Esse significado fica evidente a partir de textos paralelos onde esta expressão é usada (ver Rt 4:11; 2Sm 7:11, 27). Ao ignorar a ordem do rei cruel, elas ajudaram a fortalecer as famílias de Israel, e suas próprias famílias foram fortalecidas por Deus. Arriscaram a própria vida para salvar seu povo.
Ex.1:22 22. Ordenou Faraó a todo o seupovo. O fracasso dos planos para enfraquecer o povo hebreu levou o rei a agir com violência. Este novo decreto fez com que a tarefa de exterminar os hebreus deixasse de ser exclusiva dos capatazes e das parteiras e se tornasse de todo o povo.A todos os filhos. Alguns argumentam que a ordem de matar os meninos jamais foi dada, visto o grande número de israelitas no êxodo. Contudo, é provável que muitos egípcios, que talvez não fossemhostis para com os israelitas, a tenham ignorado ou que a ordem tenha vigorado por um curto período. O faraó pode ter anulado o edito com o objetivo de usufruir das vantagens do trabalho escravo gratuito ou à medida que seus planos de construção se ampliavam. Uma vez que havia tantos homens fortes deixando o Egito 80 anos depois, esse edito cruel não deve ter continuado em vigor por muito tempo.Afirma-se entre os eruditos ser pouco provável que algum monarca tenha ordenado a sangue frio a completa destruição de crian- ças inocentes. Contudo, deve-se observar que nos tempos antigos a vida humana, principalmente a de alguém de outra etnia ou nação, era considerada de pouco valor. Era comum massacrar prisioneiros de guerra, aniquilar populações inteiras e sacrificar aos deuses filhos indesejados.Capítulo 2
Ex.2:1 1. Foi-se um homem. Como Arão era três anos mais velho que Moisés (Ex 7:7) e parece ter nascido antes de o decreto real entrar em vigor, esta expressão hebraica deveria ser traduzida por “um homem tinha ido”. Portanto, o decreto deve ter sido dado na época em que Moisés estava para nascer. O casamento de seus pais provavelmente aconteceu mais de uma década antes de esse decreto ter sido dado, pois, quando Moisés nasceu, Miriã tinha idade suficiente para desempenhar a função descrita nos v. 4, 7 e 8.Uma descendente de Levi. Embora no hebraico “filha” possa significar “neta”,há evidências de que Joquebede era filha de Levi (ver com. de Êx 6:20). Seu marido era Anrão, filho de Coate (Êx 6:18) e neto de Levi (v. 16). Uma vez que Coate nasceu antes de Jacó ter se mudado para o Egito (Gn 46:11), é provável que a irmã dele, Joquebede, que se casou com o filho de seu irmão, Anrão, tenha nascido muito tempo depois (ver Nm 26:59). A cronologia da permanência no Egito (ver com. de Ex 12:40) leva a essa conclusão, pois Moisés nasceu 135 anos depois da chegada de Jacó ao Egito. Portanto, joquebede, a mãe de Moisés, deve ser considerada uma filhaque nasceu quando seu pai tinha idade avançada.
Ex.2:2 2. Um filho. Moisés foi o terceiro filho de joquebede, Arão era três anos mais velho que ele (Ex 7:7), e Miriã, a mais velha dos três (2:4).Era formoso. Ainda bebê, Moisés dava evidências de intelecto aguçado, firmeza, estabilidade emocional e de perfeição física que marcaram sua vida. A palavra hebraica traduzida por "formoso” denota isto. Joquebede viu nestas qualidades um indício da bênção divina, o que considerou como um sinal de que Deus tinha uma tarefa especial para ele. Segundo Atos 7:20, ele era “formoso aos olhos de Deus”. Joquebede. certamente teria amado e protegido Moisés mesmo se ele não fosse tão “formoso”, pois as mães, em geral, devotam seu amor mais profundo aos filhos frágeis e doentes. Porém, os esforços de Joquebede para preservar a vida de Moisés são louvados em Hebreus 11:23 como um ato de fé. Isso implica que ela estava ciente de que Deus tinha destinado a ele um papel importante. Ela iria, portanto, intervir para preservar sua vida. Entretanto, isso não confirma necessariamente a declaração de Josefo (Antiguidades, ii.9.3) de que teria sido revelado a Atarão, antes do nascimento da criança, que ela seria o salvador de Israel.
Ex.2:3 3. Um cesto. Depois de esconder o bebê por três meses, por alguma razão desconhecida parecia praticamente impossível escondê-lo por mais tempo. A mãe de Moisés, acreditando que Deus interviria para preservar a vida de seu filho, idealizou um plano pelo qual pudesse cumprir a ordem do rei sem matar o bebê. Ela faria todo o possível e confiaria em Deus para o restante.As duas palavras traduzidas como “cesto” e "junco” são egípcias, e, juntas com muitas outras encontradas no Pentateuco, mostram que o escritor era bem familiarizado com essa língua. A palavra tebah, derivada de tebet, é usada na Bíblia apenas aqui e emGênesis 6 e 7, para a arca de Noé. Como significa literalmente uma “caixa”, pode descrever qualquer recipiente neste formato.A palavra gome, “junco”, vem de qama e designa a planta do papiro, famosa na Antiguidade como o principal material usado para se fabricar papel. Essa planta é um junco forte com baste cilíndrica de 3 a 4,5 m de altura. Embora fosse comum no antigo Egito, não é mais encontrada ali atualmente. O papiro era usado também na construção e na fabricação de barcos leves. Esses barcos são retratados em muitos monumentos egípcios antigos e podem ter servido de modelo para Joquebede fazer o cesto de Moisés.Piche. A mesma palavra é usada para asfalto ou betume (Gn 11:3), que era importado da região do Mar Morto para o Egito. Esse produto foi usado em larga escala pelos egípcios para embalsamar os mortos.No carriçal. Suf, da palavra egípcia tjufi, que significa “cana”. E a terceira palavra neste versículo emprestada dessa língua. Plantas aquáticas de todos os tipos eram abundantes nos remansos do Nilo e nos terrenos pantanosos adjacentes ligados a ele. O objetivo de Joquebede em colocar o cesto numa moita de canas era provavelmente para evitar que ele fosse arrastado pela água. Alguns sugerem que Joquebede sabia onde a princesa egípcia costumava ir e colocou o cesto lá, na esperança de que ela tivesse compaixão ao ver o bonito e indefeso bebê (ver PP, 243).
Ex.2:4 4. A irmã do menino. Referência a Miriã (ver Êx 15:20, 21; Nm 12:1; PP, 243). Ela parece ter sido a única irmã de Moisés (Nm 26:59).
Ex.2:5 5. A filha de Faraó. Na tradição judaica ela é chamada de Termutis, Merris ou Bitia. No entanto a diversidade de nomes e sua ausência dos registros egípcios não confirmam essa tradição.Uma dedução razoável da cronologia bíblica, baseada em 1 Reis 6:1 e em outras declaraçõesque apoiam essa teoria (ver GC, 399), é a de que o êxodo tenha acontecido por volta da metade do século 15 a.C. Essa data leva a concluir que Moisés cresceu sob o reinado de Tutmés I (1525- 1508 a.C.), Tutmés II (1508-1504 a.C.) e da rainha Hatshepsut (1504-1482 a.C.). Hatshepsut foi uma mulher notável. Ela era a única filha legítima de Tutmés I e se casou com seu meio-irmão Tutmés II a fim de que ele pudesse suceder seu pai no trono de forma legítima. No entanto, o casamento legítimo de Tutmés II, como o de seu pai, novamente fracassou em prover um herdeiro. Quando Tutmés II morreu, após um reinado de apenas quatro anos, os sacerdotes de Amom, num súbito golpe de estado, coroaram um filho ilegítimo de Tutmés II, que nessa época era apenas um garoto e servia no templo como um sacerdote secundário. Tutmés III, como ficou conhecido mais tarde, era jovem demais para reinar, então, sua tia Hatshepsut foi a regente por 22 anos. Seu reinado foi pacífico. Ela construiu grandes templos e erigiu enormes obeliscos. Expedições foram enviadas a Punt, provavelmente na costa da Somália ao leste da África, para fins comerciais, e ao Sinai e à Núbia, para as minas de cobre, turquesa e ouro. Com o apoio de um poderoso primeiro ministro, Senenmut, Hatshepsut ocupou o trono por 22 anos; então ela e Senenmut desapareceram. Ao sucedê-la, Tutmés III apagou seu nome de todos os monumentos, numa tentativa de erradicar sua memória do Egito. Esse fato faz supor que ele a tenha tirado do trono e que ela e Senenmut tenham sofrido morte violenta.Quando Moisés nasceu, Hatshepsut era apenas a filha de Tutmés I. O nascimento de Moisés aconteceu muitos anos antes de ela se casar com seu meio-irmão Tutmés II e mais de 20 anos antes de ela ter começado a reinar, após a morte do marido.Para se banhar no rio. Anjos conduziram a princesa ao lugar onde Moisés estava (PP, 243). O fato de uma princesa banhar-seno rio ao ar livre certamente não está em harmonia com os costumes do moderno oriente. Nos tempos atuais, isso é feito apenas por mulheres de classes menos favorecidas. Estava, porém, em harmonia com os costumes do antigo Egito. Uma cena de banho retratada numa tumba egípcia antiga mostra uma mulher egípcia da classe alta, auxiliada por quatro servas. Também está em harmonia com as crenças do antigo Egito com respeito à santidade do Nilo, de que sua água transmitia fertilidade e garantia vida longa. Por esta razão, o Nilo era adorado como um deus.
Ex.2:6 6. Este é menino dos hebreus. Ao abrir o pequeno cesto, a princesa reconheceu que a criança era hebreia. A compaixão pelo bebê indefeso e a simpatia pela desconhecida mãe hebreia a impulsionaram a salvá-lo adotando-o como seu. No comentário de Êxodo 1:22, observou-se que o edito cruel do rei provavelmente não permaneceu vigente por muito tempo. Esse evento pode ter ocasionado uma mudança. Comovida pela triste sorte das crianças hebreias, a filha do faraó pode ter implorado ao pai que revogasse o edito assassino. Se isso realmente aconteceu, Moisés já havia se tornado o meio pelo qual inúmeros bebês hebreus teriam sido salvos.
Ex.2:7 7. Ama. Tudo foi planejado por Joquebede. Miriã permaneceu parada próximo ao lugar onde o cesto de Moisés flutuava para ver o destino de seu pequeno irmão. Provavelmente havia sido instruída quanto ao que dizer caso algum egípcio encontrasse o bebê. Ela seguiu as instruções com admirável senso e tato, surgindo no momento certo e fazendo sua proposta, nem muito cedo nem tarde demais, usando as palavras adequadas.
Ex.2:8 8. Saiu, pois, a moça. A fé e a criatividade de uma mãe amorosa e o tato e a habilidade de uma irmã prudente foram recompensados com êxito. A vida de Moisés foi salva e, além disso, ele retornou a seupróprio berço e ao seio da mãe. Desse modo, ele pôde receber de sua mãe as primeiras impressões, fixadas de modo indelével na mente da criança.
Ex.2:9 9. O teu salário. Uma vez que o bebê hebreu foi posto num lar hebreu, medidas devem ter sido tomadas para deixar clara a suposta relação de Joquebede para com ele como sua ama. A princesa assegurou que pagaria um salário para que cuidassem dele. Desta forma, estabeleceu-se claramente que o menino havia se tornado propriedade da filha do faraó, a fim de silenciar perguntas sobre sua origem, mantê-lo vivo e também para selar os lábios de informantes que pudessem desejar vê-lo morto, como a outros meninos hebreus,A mulher tomou o menino. E significativo Joquebede não ser chamada “mãe” de Moisés, mas simplesmente “a mulher”. Parece que nem por ato ou palavra ela traiu seus reais sentimentos, também não revelou sua verdadeira relação para com a criança. E difícil de expressar o domínio próprio exigido nessa hora. Ela tomou a criança como uma estranha o teria feito, embora no seu coração houvesse alegria e satisfação. Se ela tivesse se descuidado por um instante, a emoção poderia ter revelado seu propósito. Tudo dependia de ela permanecer calma sob as circunstâncias mais difíceis - e o amor suporta tudo. O fundamental em todo serviço é não depender só do intelecto, mas também do coração apoiado pelo poder sus- tentador de Deus.
Ex.2:10 10. Sendo o menino já grande.Joquebede salvara a vida do próprio filho, transferindo seus direitos de mãe para a filha do faraó. Agora ela o recebia de volta, apenas como uma ama para os primeiros anos. Ela abriu mão dele para que pudesse tê-lo, perdeu-o para que pudesse encontrá-lo novamente, submeteu-se para que pudesse vencer. O tempo em que a criança esteve com a mãe, não declarado na Bíblia, masconsiderado de dois ou três anos pela maioria dos comentaristas, foi na verdade de cerca de 12 anos (PP, 244). Durante esses primeiros anos, estabeleceu-se a base do caráter e da experiência religiosa posterior. A instrução negligenciada nesse momento não poderia ser dada mais tarde. A vida de Moisés mostra claramente que seus pais usaram com sabedoria os anos que tiveram para criá-lo no caminho em que deveria andar.Ela o trouxe. Muitos comentaristas afirmam que a mãe de Moisés levou seu filho para o palácio por vontade própria logo que foi desmamado, com a idade de dois ou três anos. Como foi visto, isso ocorreu quando ele tinha 12 anos. A ide ia de que ela o tenha entregado de forma voluntária se apoia na ausência de qualquer indicação de que fizera isso sob qualquer pressão. A menos que ela o tenha levado para o palácio num momento previamente combinado, fazer isso por conta própria parecería demonstrar estranha falta de afeição materna. Teria Joquebede cedido o filho que amava tão ternamente sem que isso fosse exigido? Ela deve tê-lo mantido consigo o máximo de tempo possível. O fato de ela ter entregado Moisés com 12 anos implica que o tempo de serviço como “ama” v estava para expirar com o término do que era, em geral, considerado o período da infância (ver PP, 244).Moisés. Mosheh é comparado com as palavras egípcias mes ou niesu, que significam “criança”, “filho”, “o que nasceu de”. Durante a 18a dinastia, sob a qual Moisés nasceu e cresceu, era costume escolher para os membros da família real nomes que os designassem como descendentes dos deuses. Nomes como Ahmés (“nascido de [o deus-lua] Ah’'), Kamés (“nascido de |a alma deificada] Ka”), Tutmés (“nascido de [o deus] Thoth”) e o nome comum Ramsés (“nascido de [o deus-sol] Ra”) eram no dia a dia abreviados para “Més”. Estudiosos da Egiptologia acreditam que a filha do faraódeu à criança adotada um nome semelhante a Tutmés ou Ahmés, do qual a parte que se refere a uma deidade pagã foi retirada pelo próprio Moisés quando ele “recusou ser chamado filho da filha de faraó” (Hb 11:24). Novamente, ela deve ter omitido o título de um deus e, em vez disso, dado a ele apenas o nome abreviado “Més”. Ela não sabia de seu parentesco nem podia afirmar que, como hebreu, ele fosse filho de um deus egípcio. Porém, é provável que o nome fosse egípcio, embora a forma como o conhecemos hoje (Moisés) seja hebraica.Das águas o tirei. O nome Mosheh significa, literalmente, “tirado”. E o particípio do verbo mashah, “tirar”, e tem as mesmas consoantes. Uma vez que o nome egípcio Més e o verbo hebraico mashah tinham som e significado semelhantes, os hebreus devem ter transliterado Més como Mosheh. Isso concordaria com a declaração da princesa egípcia: “Porque das águas o tirei.” Essa declaração implica que ela o aceitou como um presente do deus-rio Nilo. No panteão egípcio, o Nilo era deificado como Hapi, embora a corrente de água em si fosse conhecida como ’Itru, e depois simplesmente como 'Iru. Os hebreus transliteraram esse nome como Yeor; e, com apenas uma exceção (Dn 12:5-7), os escritores bíblicos usam-no com exclusividade (49 vezes) ao se referirem ao Nilo e seus afluentes (ver Gn 41:1; Is 7:18; Ez 29:3; Na 3:8; etc.). Em princípio, o nome de Moisés, em egípcio, pode ter sido Hapmés ou 'Irumés, que significa “o que nasceu do [em hebraico: “retirado do”] Nilo”. Ao se recusar “ser chamado filho da filha de Faraó” (Hb 11:24), ele naturalmente teria retirado a referência a uma deidade egípcia.Tradutores da LXX verteram seu nome como Mouses. Para explicar esse nome, Josefo (Antiguidades, ii.9.6) afirma que Mo é um nome egípcio para o Nilo, e ases, “retirado” ou “salvo” de algo. Assim, de acordo com esta explicação, Mouses significa “aqueleque foi salvo do Nilo”, ura nome apropriado para alguém destinado a salvar seu povo da terra do Nilo. Porém, não está claro se a explicação de Josefo se baseia num fato ou numa crença motivada pelo desejo de se provar algo a todo custo.II. Sendo Moisés já homem. O relato bíblico passa por alto quase 30 anos da vida de Moisés. O evento seguinte registrado é de um incidente ocorrido quando ele tinha 40 anos (At 7:23). Ele passou a juventude sob o cuidado de tutores reais, que lhe ensinaram “toda a ciência dos egípcios” (At 7:22). Uma parte de sua educação recebeu dos sacerdotes e a outra, de comandantes militares. Esse era o treinamento dado a príncipes. Uma vez que Moisés era “poderoso em palavras e obras” (At 7:22), não seria impróprio supor que ele tenha conduzido importantes expedições militares a países estrangeiros (ver PP, 245). Contudo, ele não se tornou um egípcio de coração. Sua aparência exterior, o modo de se vestir e de falar e o comportamento podem ter sido egípcios, mas ele permaneceu hebreu em caráter, religião e lealdade. Isto é evidente a partir dos eventos narrados em Êxodo 2:11-13 (ver Hb 11:24).Saiu a seus irmãos. Moisés chegou a um ponto de sua vida em que percebeu ser necessário se tornar um egípcio, sem reservas, ou ficar do lado do seu povo desprezado. Então, ele de fato decidiu “ser maltratado junto com o povo de Deus” (Hb 11:25) e se considerou um instrumento escolhido para essa tarefa (At 7:23-25). Ele se viu pronto a deixar a corte e seus “prazeres transitórios do pecado”, a abandonar a perspectiva de sucessão ao trono e avançar para defender a causa de seu povo oprimido (ver PP, 246, 247). Em Atos 7:23, fica evidente que Moisés foi à terra de Gósen com o propósito de analisar a situação e fazer planos. O fato de planejar desistir do trono do Egito demonstra que seus motivos não eram egoístas. Ele foi impelido por amor sincero a seu povo epor ódio a seus opressores, fato enfatizado pelo termo “irmãos” (Êx 2:11).E viu que certo egípcio. Este provavelmente era um dos superintendentes mencionados em Êxodo 1:11 ou um dos supervisores empregados por eles. Essas pessoas estão representadas em monumentos egípcios, armadas com longas varas de madeira que usavam livremente para golpear as costas dos escravos. Não raro havia abuso de autoridade e com toda certeza infligiam castigos pelo mínimo erro ou ainda por motivo torpe. A autoridade com frequência degenera em tirania e opressão cruel. Como um exemplo de tal abuso de poder esse incidente provocou a ira de Moisés (At 7:24).
Ex.2:11 Sem comentário para este versículo
Ex.2:12 12. Matou o egípcio. Ao ver que não havia testemunhas, ele matou o egípcio. O fato de o supervisor continuar a bater no trabalhador hebreu à medida que Moisés se aproximava mostra que altos obciais geralmente aprovavam o abuso de autoridade da parte de seus subordinados. O que Moisés fez não tem desculpa, embora tenha sido provocado por uma indignação justa. Apesar de ser um líder militar hábil e bem quisto entre os exércitos do Egito (PP, 245), faltavam-lhe certas qualidades de liderança essenciais para o serviço na causa de Deus (PP, 247).
Ex.2:13 13. No dia seguinte. Ver At 7:26. Moisés esperava que os hebreus aceitassem sua liderança e o apoiassem numa revolta geral contra os egípcios (PP, 246). Embora tivesse sido revelado aos anciãos de Israel que Moisés seria o libertador (PP, 245), “eles, porém, não compreenderam” (At 7:25). O fato de ele ter ficado mais de um dia com seu povo sugere que não foi uma visita casual. A volta às proximidades do incidente sugere que ele considerava a hora certa para a rebelião.Por que espancas o teu próximo?Na segunda visita, Moisés testemunhou um confronto entre dois homens e sentiu queera seu dever persuadi-los a parar de brigar. Moisés agiu corretamente.
Ex.2:14 14. Quem te pôs por príncipe? Nãofoi sua interferência, mas o que Moisés havia feito no dia anterior que o expôs à reprovação. Não havia nenhuma premissa de autoridade judicial na pergunta “Por que espancas o teu próximo?”, a menos que estivesse associada ao ato do dia anterior. A violência de um dia tornou ineficaz a gentil persuasão do dia seguinte. A influência para o bem que Moisés poderia ter exercido sobre seu povo se perdeu devido ao ato impelido por sua simpatia por eles.Temeu, pois, Moisés. O fato de renunciar a lealdade ao Egito por meio do ato do dia anterior e, depois, ser rejeitado por seu próprio povo colocou Moisés numa situação perigosa. Ele se viu só e sem aliados.
Ex.2:15 15. Informado desse caso. Se estiver correto que a filha do faraó era Hatshepsut, o assassinato do egípcio deve ter acontecido durante os últimos anos do reinado dela, quando a autoridade de seu sobrinho tinha aumentado, pouco antes de ele tê-la deposto e formalmente ascendido ao trono como Tutmés III. O ato de Moisés foi corretamente interpretado como um aberto desafio ao Egito, e se supôs que ele queria ocupar o trono (PP, 247). O destino da nação estava em jogo, e Moisés foi imediatamente condenado à morte. Por quase 40 anos, Hatshepsut tinha defendido Moisés na corte, possivelmente a despeito do receio por parte de outros membros da família real. Ao fazer arranjos para que ele ocupasse o trono, sem dúvida ela planejava solidificar seu próprio controle sobre a nação. O repentino desaparecimento da Fíatshepsut da história, nessa época, pode ter sido devido ao fato de seu apoio a Moisés.Moisés fugiu. A fuga de Moisés certamente não foi fácil. A fronteira oriental do Egito era vigiada do mar Mediterrâneo < ao golfo de Suez por um sistema de torresarmadas. Um relato egípcio paralelo à fuga de Moisés, o de Sinué, mostra como era difícil escapar para a Ásia. Sinué, um cortesão do rei Amenemhat I, por alguma razão sentiu que, com a morte do rei, sua própria vida corria perigo e, por isso, fugiu para a Síria, onde passou muitos anos como exilado. Ele dá uma descrição vivida dos perigos de se atravessar a fronteira. Agachado por trás de um arbusto, para que as sentinelas não o vissem, ele atravessou à noite. No deserto, teria morrido de sede se não tivesse sido encontrado por alguns asiáticos que lhe deram água e leite. Não há registros dos sofrimentos que Moisés passou durante a fuga, mas não é sem razão supor que foi uma experiência dura para alguém que até então conhecia apenas o luxo da vida na corte e que não era acostumado a privações.Na terra de Midiã. Esta é uma expressão vaga, uma vez que os midianitas eram nômades. O local onde se estabeleceram por mais tempo parece ter sido a região oriental do golfo de Áqaba, onde a maioria de suas inscrições antigas foi encontrada. Mas, de tempos em tempos, migravam em direção ao norte, aos limites de Moabe (Gn 36:35; Nm 22:4, 7) e para o oeste, à península do Sinai, que parece ter sido “a terra de Midiã” para onde Moisés fugiu (ver Êx 3:1; PP, 247).
Ex.2:16 16. O sacerdote de Midiã. Os midianitas eram descendentes de Abraão por meio de Quetura (Gn 25:1, 2) e podem ter continuado a adorar o Deus verdadeiro por algum tempo. Pelo menos Reuel, com quem Moisés viveu (Ex 2:16, 18, 21), era sacerdote do Deus verdadeiro (18:12, 23; ver PP, 247).Sete filhas. Este não é o primeiro exemplo na Bíblia em que mulheres são encontradas pastoreando os rebanhos do pai. Raquel cuidava das ovelhas de seu pai Labão e lhes dava de beber (Gn 29:9). Essa prática está em harmonia com a simplicidade dos tempos e dos povos antigos etampouco seria estranha na Arábia mesmo atualmente.
Ex.2:17 Sem comentário para este versículo
Ex.2:18 18. Reuel, seu pai. Reuel significa “amigo de Deus” e implica monoteísmo. Reuel era conhecido também como Jetro (Ex 3:1; etc.). Muitos outros personagens bíblicos eram conhecidos por dois nomes, como Salomão, cujo segundo nome era Jedidias (2Sm 12:24, 25).
Ex.2:19 19. Um egípcio nos livrou. Aparentemente, Moisés não revelou sua nacionalidade e, uma vez que usava veste egípcia e raspava a cabeça como um egípcio, as filhas de Reuel o consideraram egípcio. O espanto de Reuel por terem voltado cedo e a explicação de que um egípcio as tinha defendido dos pastores mostram que estavam acostumadas a esse tratamento rude e que seu pai não conseguia protegê-las. Como sacerdote, Reuel parecia não ter muita influência sobre os pastores da região. Isso talvez se devesse ao fato de ele ainda ser adorador do verdadeiro Deus, e a maioria de seus companheiros de tribo tivesse abandonado a religião de seu ancestral Abraão, para adorar ídolos.
Ex.2:20 Sem comentário para este versículo
Ex.2:21 21. Moisés consentiu. Moisés fugira do Egito sem um plano definido, exceto salvar a vida. Dali em diante, tinha que se sustentar. A hospitalidade de Reuel, resultado da ajuda de Moisés a suas filhas no poço, conduziu a um arranjo mediante o qual Moisés começou a trabalhar para ele.Zípora. Com o passar do tempo, Zípora, uma das sete filhas de Reuel, tornou-se esposa de Moisés. Este nome significa “pássaro” e é usado ainda por muitas mulheres do deserto da Arábia.
Ex.2:22 22. Gérson. Significa “desterro”, do verbo garash, “impelir” ou “lançar para fora”. Moisés explicou o nome se referindo ao fato de ser “peregrino [ger] em terra estranha.’’ Apesar de ter a vida salva, estava no exílio, e deu ao filho um nome que expressava seu sentimento de solidão e humilhação.Novamente, muitos anos se passaram no silêncio. Um ex-príncipe do reino mais poderoso da época estava vivendo como um pastor de ovelhas. Ele trocou o palácio por uma tenda, o luxo do Egito pelo deserto do Sinai, servos e exércitos por um rebanho com ovelhas e cabras. Que mudança! Contudo, 40 anos no deserto fizeram dele o tipo de homem que Deus poderia usar para libertar Seu povo do Egito. Durante esses anos, Moisés aprendeu lições essenciais para ser líder de uma nação de dura cerviz. As qualidades que ele desenvolveu durante os longos anos de vida no deserto, sozinho com Deus e com a natureza, foram valiosas. Compensou sofrer a solidão e humilhação. Sua história mostra que esses anos não foram perdidos, pois ele foi um estudante diligente sob a tutela de Deus e se graduou no curso com louvor.
Ex.2:23 23. Decorridos muitos dias. Esta expressão abrange um período de cerca de 40 anos (At 7:30).Morreu o rei do Egito. Tutmés III, de quem Moisés fugira, morreu por volta do ano 1450 a.C., após reinar sozinho por 32 anos. Esse reinado foi precedido por uma corre- gência com Hatshepsut que durou possivelmente 22 anos.Os filhos de Israel gemiam. A morte de Tutmés III não trouxe alívio da opressão, pelo contrário, parece tê-la tornado ainda mais severa. Documentos do antigo Egitorevelam que Tutmés III foi sucedido no trono por seu filho Amenhotep II, que demonstrou ser um rei cruel e conquistador implacável. No início de seu reinado, retornou da campanha na Ásia com sete príncipes cananeus como cativos. Ao voltar à capital Tebas, pelo rio Nilo, ele pendurou esses príncipes em seu barco, de cabeça para baixo. Quando chegou a Tebas, pendurou seis deles no muro da cidade e levou o outro para a capital da Núbia, Napata, fazendo o mesmo com este. Amenhotep II assegurava com o terror a obediência dos súditos em seu país e nas terras conquistadas. Seu caráter, conforme revelado por registros seculares, concorda bem com o faraó obstinado que intensificou a opressão dos israelitas quando Moisés intercedeu em seu favor no tempo do derramamento das pragas.
Ex.2:24 Sem comentário para este versículo
Ex.2:25 25. E viu Deus. Fiel à sua aliança com Abraão, isaque e Jacó, Deus lembrou do povo oprimido. Por serem objeto de Seu cuidado especial, Deus realizou uma série de milagres a fim de cumprir Seu propósito misericordioso. Expressões humanas usadas para descrever as atitudes e os atos de Deus podem, às vezes, parecer indignas de um ser eterno, onisciente e onipotente. Porém, deve-se lembrar que palavras finitas transmitem, na melhor das hipóteses, uma idéia imperfeita da vontade e do modo de agir do Ser infinito.Capítulo 3
Ex.3:1 1. Jetro. Outro nome de Reuel (ver com. de Ex 2:18). Sobre seu sacerdócio, ver Êxodo 2:16; e sobre a localização de Midiã, ver Êxodo 2:15.Atrás do deserto (ACF). O monte Horebe deve ser procurado na parte central da península do Sinai e, de acordo com esse versículo, a casa de Jetro ficava separada dele por um deserto. Sendo assim, sua casa deveria estar a leste ou sudeste do Horebe, e não a nordeste, como alguns imaginam. Somente assim é possível explicar os seguintes fatos: (1) quando Moisés voltou para o Egito, foi pelo caminho de Horebe, onde Arão, que vinha do Egito, o encontrou (Ex 4:27); (2) os israelitas não encontraram nenhum midianita em sua jornada pelo deserto, embora o caminho para a casa de Hobabe, o midianita, se separava do caminho deles quando partiram do Sinai (Nm 10:30). A palavra traduzida por “atrás” algumas vezes significa “oeste” (ver Jz 18:12; Ez 41:15; Is 9:12, na NTLH). Por isso que, a ARA utiliza a expressão “lado ocidental do deserto”, isso se devia ao fato de que os hebreus olhavam para o leste ao darem direções. O oeste, portanto, hcava “atrás” deles, visto que o leste estava “à frente”, e é mais uma evidência de que Horebe hcava a oeste da casa de Jetro.O monte de Deus. O livro de Êxodo foi escrito depois da manifestação de Deus a Israel em Horebe, e esse acontecimento lhe deu o nome de “Monte de Deus”. Horebe e Sinai são dois nomes para a mesma montanha (ver Êx 19:11; Dt 4:10). Desde o 5o século d.C., Horebe é identificado como um dos picos montanhosos na parte centro- -sul do Sinai chamado Jebel Musa, “o Monte de Moisés”. Ele tem cerca de 2.280 m de altura e se ergue aproximadamente 450 m acima dos vales circundantes. Contudo, a montanha não pode ser vista da maior planície adjacente, er-Raha, que é considerada o “deserto do Sinai” (Ex 19:2). Essa planície temespaço para um grande número de pessoas, e, com diversos vales afluentes, tem também muitas fontes de água. Porém, desde a planície er-Raha, é possível ver o pico Ras es-Safsaf (c. de 2.000 m) da mesma montanha. Por essa razão, muitos eruditos que aceitam a identificação tradicional da planície er-Raha como sendo o deserto do Sinai, creem que o monte Sinai deve ser identificado com Ras es-Safsaf e não com Jebel Musa.Outros identificam a montanha do recebimento da lei com Jebel Serbal, que fica cerca de 27 km a noroeste de Jebel Musa, a montanha mais imponente de toda a Península do Sinai. Jebel Serbal, com altura aproximada de 2 mil metros, está longe de ser uma das mais altas da região, mas ergue- -se do Wadi Feiran, um vale na região central da Arábia Saudita, que tem uma elevação média de apenas 650 m. O que impressiona de Jebel Serbal é a grande diferença de altitude, um dos motivos por que alguns eruditos veem nele o Horebe e no Wadi Feiran, o “deserto do Sinai” de Êxodo. O segundo motivo é que a tradição que liga Jebel Se rbal ao monte Sinai parece ser mais antiga que a que identifica Jebel Musa com esse monte. Uma vez que não existe evidência definitiva para apoiar nenhuma das identificações, não se pode determinar se Horebe é Jebel Musa (onde está o famoso monastério de Santa Catarina, lugar em que Constantin von Tischendorf encontrou o Código Sinaítico) ou seu vizinho Ras es-Safsaf, ou ainda Jebel Serbal (ver com. Êx 19:1, 20; mapa p. 644).
Ex.3:2 2. O Anjo do Senhor. O contexto (v. 4-6, 14) deixa claro que esse “Anjo do Senhor” era o próprio Senhor, a segunda pessoa da divindade (ver PP, 252, 311, 366). Já nos tempos de Abraão, o Senhor havia Se revelado com essa forma e com esse nome (ver Gn 22:11).Numa chama de fogo. O texto hebraico diz literalmente “do meio da sarça”. Não é que houvesse apenas uma sarça próxima ao monte Horebe, mas essa foi a única a quese atribuiu um significado especial. A sarça ardente foi uma representação visível da mensagem que Deus transmitiu a Moisés. Em contraste com as árvores mais nobres e altas (Jz 9:15), a sarça espinhosa pode ser comparada ao povo de Israel em sua humilhação, desprezado pelo mundo. O fogo que queimava mas não consumia o arbusto pode ser tomado como representante da aflição refinadora da escravidão. No entanto, a sarça não era consumida; da mesma forma que, na chama castigadora, o Senhor não entrega Seu povo à morte (SI 118:18).
Ex.3:3 Sem comentário para este versículo
Ex.3:4 Sem comentário para este versículo
Ex.3:5 5. Não te chegues para cá. Ao se aproximar do arbusto, Moisés não esperava receber uma visão, nem estava ainda ciente da presença de Deus. Portanto, quando chegou perto para examinar aquela “grande maravilha” (v. 3), ele foi advertido a permanecer a uma distância segura.Tira as sandálias dos pés. Uma vez que sapatos como temos hoje não eram usados pelos egípcios nem pelos habitantes do deserto oriental, é mais correto traduzir a palavra heb. ndal por “sandália”. A prática de tirar os sapatos antes de entrar num templo, palácio ou mesmo em casas particulares sempre foi costume universal no Oriente Médio. Uma vez que sapatos ou sandálias carregam poeira e outras impurezas, a mente oriental considera um sacrilégio entrar calçado num lugar limpo ou sagrado. A mesma ordem dada a Moisés foi repetida a Josué mais tarde (Js 5:15).Terra santa. O lugar onde Moisés estava era santo, não porque já fosse um antigo santuário ou lugar sagrado desconhecido para ele, como alguns comentaristas sugerem, mas devido à presença de Deus.
Ex.3:6 6. O Deus de teu pai. A transição de “Anjo do Senhor” (v. 2) para “Senhor” (v. 4), e então para “Deus” (v. 4, 6) exclui a idéia de que Yahweh era simplesmente um Deus nacional, como alega a Alta Crítica. Isso mostra que as três expressões são maisou menos sinônimas. Após tornar Sua presença conhecida a Moisés, Deus Se apresentou como o Deus de seus antepassados, Abraão, Isaque e Jacó. Desse modo, Ele o fez recordar as promessas feitas aos patriarcas, as quais estavam prestes a se cumprir para sua descendência, os filhos de Israel. Na expressão “teu pai”, os três patriarcas estão classificados como um todo, por causa das relações pessoais que cada um teve com Deus e das promessas que cada um recebeu dEle.Moisés escondeu o rosto. A glória do santo Deus não pode ser contemplada por homem nenhum. Portanto, era natural que Moisés escondesse sua face. Mais tarde, Elias fez o mesmo nesse lugar (lRs 19:13), e até os santos anjos diante do trono de Deus no céu fazem assim (Is 6:2).
Ex.3:7 Sem comentário para este versículo
Ex.3:8 8. Fazê-lo subir. Literalmente, “acima”, pois a parte da Palestina que eles estavam para ocupar fica num nível bem mais alto do que o Egito. Escritores bíblicos tiveram o cuidado de indicar essas diferenças na elevação, pelo uso de expressões como “subiu” ou “desceu” (ver Gn 12:10; 13:1, ARC; 37:25, ARC; 39:1, KJV; 42:2; 46:3, 4; 50:24).Uma terra boa. A terra para onde os israelitas seriam levados é chamada de “terra boa”, por causa de sua fertilidade (ver Dt 8:7-qual tinham ocupado apenas uma pequena parte. A terra prometida na aliança que Deus fez com Abraão (Gn 15:18-21), possuída por Davi e Salomão (1 Rs 4:21), incluía não apenas a Palestina, mas também uma área considerável da Síria.Terra que mana leite e mel. Esta expressão é usada aqui pela primeira vez, mas se tornou comum em livros posteriores (Nm 13:27; Dt 26:15; 31:20; Jr 11:5; 32:22; Ez 20:6; etc.). Trata-se de um provérbio para terra de fartura, e não deve ser entendida em sentido literal. Tinha o propósito de dar uma descrição hgurada da fertilidade e beleza natural da terra de Canaã. Leite e mel são os produtos mais simples e seletos de uma terra que tem pastos e flores em abundância.O lugar do cananeu. Para explicação da origem e da história das diferentes nações mencionadas, ver com. de Gênesis 10:15-17. A enumeração das nações da Palestina, feita em Exodo 3:8, é incompleta. São mencionadas apenas cinco das dez cujas terras foram prometidas a Abraão (Gn 15:19-21). Contudo, uma é acrescentada: a dos beveus. É possível que tenham sido os sucessores dos quene- zeus ou dos cadmoneus do tempo de Abraão.
Ex.3:9 Sem comentário para este versículo
Ex.3:10 Sem comentário para este versículo
Ex.3:11 11. Quem sou eu? Uma grande mudança aconteceu em Moisés. Quarenta anos antes ele se ofereceu de forma voluntária para ser o libertador. Foi para junto de seus irmãos e matou um de seus opressores, esperando que fossem entender “que Deus os queria salvar por intermédio dele” (At 7:25). Porém, nessa época, ele não estava qualificado para a posição de liderança a que aspirava, nem os filhos de Israel estavam preparados para a libertação. Os 40 anos em Midiâ lhe ensinaram humildade e lhe imprimiram completa desconfiança de si mesmo. O príncipe adotado da casa real do Egito tinha se tornado um pastor, tarefa desprezada pelos egípcios (Gn 46:34), e se sentia tão inseguro de si, que temeu o faraó. Que influência um desprezado pastor do deserto oriental poderiater sobre o rei da nação mais poderosa da Terra? Além disso, que influência Moisés teria sobre seu próprio povo? Eles o tinham rejeitado quando era um homem poderoso; aceitariam sua liderança como um fugitivo que retornava? Pensamentos como esses podem ter passado pela cabeça de Moisés quando recebeu o chamado para voltar ao Egito e libertar seu povo. Sua relutância em aceitar a tarefa e a desconfiança em si mesmo e em seu povo são compreensíveis.
Ex.3:12 12. Eu serei contigo. Deus não refutou os argumentos de Moisés, mas lhe assegurou Sua ajuda e companhia. Nenhuma habilidade ou poder humano por si só pode alcançar o que é possível em cooperação com Deus. Não existe promessa maior feita a um líder do povo de Deus do que esta feita a Moisés, ao receber o chamado.Este será o sinal. Deus deu um sinal a Moisés de que ele não estava sendo enviado em missão infrutífera, mas era um sinal cujo cumprimento se daria mais tarde, como o que foi dado a Ezequias por Isaías (2Rs 19:29). Porém, antes que pudesse se cumprir, Moisés deveria obedecer e realizar a tarefa que lhe foi comissionada.
Ex.3:13 13. Qual é o Seu nome? Prestes a aceitar o chamado divino, Moisés perguntou o que devia dizer caso o povo lhe pedisse credenciais divinas. A suposição de que o povo pudesse fazer esta pergunta não era porque ignorassem o nome de seu Deus. O nome pelo qual Deus tinha Se revelado aos seus pais não poderia ter desaparecido inteiramente da memória, e a mera menção do nome de Deus não ajudaria muito Moisés. Entretanto, a natureza e o poder dAquele que o enviou seriam expressos naquele nome. Uma vez que nomes significavam tanto para a mente semita, era importante para Moisés revelar ao seu povo a verdadeira natureza do Deus deles, que estava pronto a libertá-los da escravidão.
Ex.3:14 14. Eu Sou O Que Sou. Deus revelou a iMoisés o nome pelo qual Ele se fezconhecido a Abraão ao fazer com este a aliança (Gn 15:7). No hebraico, como no português, esse nome é uma forma do verbo “ser” e implica que quem o possui é eterno e existe por si mesmo (ver jo 8:58; DTN, 469). Sua universalidade excluía qualquer comparação do Deus dos israelitas com as dei- dades do Egito e de outras nações. Tinha o propósito de dar a Moisés e ao povo consolo na aflição e confiança na realização de Seu propósito de libertá-los.Eu Sou me enviou. "Eu Sou” é uma forma abreviada de “Eu Sou O Que Sou”, e expressa a mesma ideia.
Ex.3:15 15. Este é o Meu nome. Da palavra heb. traduzida como “Eu Sou” deriva a forma Yahweh, com frequência traduzida como “Senhor” em várias versões da Bíblia. Para os judeus, YHWH (lavé ou Jeová) sempre foi o nome sagrado pelo qual o verdadeiro Deus é diferenciado dos deuses falsos (ver p. 149-151).
Ex.3:16 16. Ajunta os anciãos. Deus dá a Moisés mais instruções com referência ao cumprimento de sua missão. Ao chegar ao Egito, em primeiro lugar, ele deveria informar os anciãos, como os representantes da nação (os cabeças das famílias, lares e tribos), sobre o plano de Deus para livrá-los. Os “anciãos” não eram necessariamente homens de idade avançada, mas aqueles reconhecidos como líderes pelo povo (ver Ex 6:14, 15; 12:21).Em verdade vos tenho visitado. Umarepetição das palavras usadas por José em seu leito de morte (Gn 50:24). Devem ser entendidas assim: “Fiz como José profetizou, e podem estar certos de que tudo o que ele prometeu acontecerá.”
Ex.3:17 17. Ver com. do v. 8.
Ex.3:18 18. E ouvirão a tua voz. Moisés pensou que eles o desprezariam, que não dariam ouvidos às suas palavras e rejeitariam sua liderança. Porém, Deus lhe afirmou que, dessa vez, seria recebido de forma diferenteem relação à anterior, 40 anos antes. O coração dos homens estava nas mãos de Deus, e Ele próprio tinha dirigido os assuntos de Seu povo de tal forma que estariam prontos a reconhecer Moisés como o instrumento escolhido por Deus para libertação deles.Deixa-nos ir. A solicitação para que o faraó permitisse ao povo deixar o país é feita de forma a expressar a relação de Israel com ele. O faraó não tinha o direito de detê-los, mas seu consentimento era necessário para sua partida, assim como foi necessária a permissão de um antigo faraó para que habitassem na terra de Gósen (Gn 45:16-20). O faraó não tinha razão válida para recusar o pedido deles de ir por três dias ao deserto, pois seu retorno no fim desse período estava implícito no pedido. Seria isso um engano3 Não. Deus conhecia o coração do faraó e instruiu Moisés para que, a princípio, pedisse apenas o que o rei poderia conceder, ou então, caso ele se recusasse, se manifestaria a dureza de seu coração. Se o faraó tivesse consentido, Deus provavelmente lhe teria feito conhecido Seus desígnios e ordenado a liberação permanente do povo. Quando o faraó recusou o primeiro pedido (Ex 5:2), Moisés demonstrou o poder do Deus dos hebreus por milagres e castigos. Por isso, Moisés persistiu em pedir a permissão para que o povo pudesse ir e servir a Deus (7:16; 8:1; 9:1, 13; 10:3). Quando o faraó lhes permitiu sacrificar ao Deus deles no Egito, Moisés acrescentou ao pedido a frase significativa: “como Ele nos disser” (8:27), que implicava que poderíam não retornar. E isso era o que o faraó temia.
Ex.3:19 19. Nem ainda por uma mão forte (ARC). O faraó não estava disposto a deixar o povo ir, mesmo quando a mão poderosa de Deus foi colocada sobre ele (ver Ex 8:15, 19, 32; 9:12, 35; 10:20, 27). Deus ante- viu sua resistência e planejou de acordo com ela. A tradução “se não for obrigado por mão forte” (ARA) é baseada na LXX, mas não é apoiada pelo texto hebraico.
Ex.3:20 20. Depois, vos deixará ir. Esta declaração não contradiz o v. 19. O significado dos v. 19 e 20 é que o faraó não estava disposto a deixar Israel partir, mesmo depois de ser ferido pela mão forte de Deus, mas que seria compelido a fazê-lo contra sua vontade. Mesmo depois da nona praga, o faraó ainda recusou deixar o povo ir (Ex 10:27). Quando, com a morte de seu primogênito, finalmente permitiu que partissem, e, na verdade, os expulsou (12:31-33), logo mudou de ideia e os perseguiu (14:5-9). A mão forte de Deus não havia quebrantado a vontade do rei, porém foi o instrumento na libertação de Israel.
Ex.3:21 Sem comentário para este versículo
Ex.3:22 22. Cada mulher pedirá emprestado (KJV). Obviamente, os hebreus não tinham a intenção de devolver o que pediram aos egípcios. Por isso, alguns os acusam de fraude e culpam a Deus não somente por justificar seu ato de engano, mas tambémpor planejá-lo e dirigi-lo. No entanto, o verbo traduzido por “tomar emprestado” (KJV) deveria ser traduzido por “pedir” (ARA). Os israelitas deviam pedir presentes de seus vizinhos egípcios como uma contribuição para as despesas necessárias da longa jornada. Tinham trabalhado por muitas décadas como escravos, para proveito dos egípcios, cujos impostos tinham sido mais leves em comparação com o valor do trabalho gratuito feito pelos hebreus. Os israelitas tinham o direito de receber o que, na realidade, seria apenas uma pequena recompensa pelos longos anos de trabalho. Eles pediram sem intenção de devolver, e os egípcios deram sem esperar receber de volta, porque Deus fez com que os egípcios fossem benignos para com eles (v. 21). Os egípcios tinham despojado os hebreus, e agora os hebreus levaram os despojos do Egito como compensação parcial (PP, 281).Capítulo 4rão, nem acudirão à minha voz, pois dirão: tens na mão? Respondeu-lhe: Um bordão.O Senhor não te apareceu, 3 Então, lhe disse: Lança-o na terra. Ele olançou na terra, e o bordão virou uma serpente. E Moisés fugia dela.
Ex.4:1 1. Não crerão. A pergunta anterior de Moisés, seguindo a promessa divina de proteção e guia (Ex 3:13), implicava disposição para ir e o desejo de mais informações. Contudo, esta passagem parece demonstrar que Moisés ainda estava resistente à ideia de aceitar o chamado. Alguns tentam defender Moisés, explicando que o que ele quis dizer foi: “E se o povo não acreditar em mim?” No entanto, sua declaração é enfática e não pode ser traduzida nem explicada dessa maneira. E compreensível que, pelo fato de nenhuma revelação divina ter sido dada a Israel desde a chegada de Jacó ao Egito, pudesse surgir facilmente a dúvida quanto à validade da afirmação de Moisés de que tinha recebido um chamado divino.
Ex.4:2 Sem comentário para este versículo
Ex.4:3 3. Virou uma serpente. Visto que a fé de Aloisés ainda não era forte o suficiente para confiar no sinal futuro prometido a ele (Ex 3:12), Deus providenciou sinais imediatos pelos quais Moisés pudesse demonstrar a legitimidade de sua missão. Esses três sinais tinham o objetivo de convencer os israelitas do fato de que Deus tinha aparecido a Moisés, mas ao mesmo tempo serviam para fortalecer sua própria fé e dissipar o medo de fracassar. Isso seria uma evidência de que Deus o tinha chamado para ser o líder de Israel e o havia dotado de poder para desempenhar a tarefa.
Ex.4:4 4. Pela cauda. Um encantador de serpentes geralmente as toma pelo pescoço, a fim de que não possam picá-lo. Moisés foi instruído a demonstrar sua confiança em Deus, pegando a serpente pela cauda.
Ex.4:5 Sem comentário para este versículo
Ex.4:6 6. A mão estava leprosa. A lepra era considerada doença incurável. O fato de ela aparecer e sumir de forma instantânea era algo assombroso e seria aceito como evidência de poder sobrenatural. Este sinal pode também ter servido como uma advertência de que o que resistisse ou desobedecesse a Moisés sofreria graves danos. Enquanto o primeiro milagre devia provar que Aloisésera o homem que o Senhor tinha chamado para liderar o povo, o segundo tornava claro que, como mensageiro do Senhor, havia sido dado a ele o poder necessário para desempenhar a tarefa.
Ex.4:7 Sem comentário para este versículo
Ex.4:8 8. A voz do primeiro sinal (ARC). Deus personificou esses sinais com a característica da “voz” (“evidência”, ARA), pois seriam testemunhas dEIe na pessoa de Seu instrumento escolhido. De acordo com as Escrituras, tudo tem uma “voz”, se tão somente ouvirmos com o coração - o dia, a noite, os céus, os animais, as aves, os peixes e até mesmo as pedras. Clamam e levantam sua voz, proclamando a vontade do Criador, quer o homem ouça, quer não (ver SI 19:1-3; Jó 12:7, 8; Hc 2:11; Lc 19:40).
Ex.4:9 9. As águas. Os egípcios adoravam o Nilo como a fonte de prosperidade. O poder para transformar em sangue a água do Nilo doadora de vida significaria poder sobre os deuses do Egito e poder para desolar a terra. Com este sinal, Israel aprendería a confiar em Deus, enquanto o faraó e os egípcios seriam impelidos a temê-Lo (Ex 7:15-19). Assim, Aloisés não era apenas o depositário da palavra de Deus, mas também dotado com Seu poder. Ele foi o primeiro profeta e o primeiro realizador de milagres a ser enviado por Deus a Seu povo, e por isso se tornou um tipo de Cristo (Dt 18:15; Jo 1:45; At 3:22).
Ex.4:10 10. Nunca fui eloquente. Aquele que era “poderoso em palavras e obras” (At 7:22) agora declarava ter dificuldade para falar. Isso parece injustificável, tendo em vista a promessa de Deus de fazer prosperar sua missão. Sua longa ausência do Egito e o fato de não ter falado sua língua durante a permanência em Alidiã sem dúvida o fizeram se sentir desqualificado a ir diante do faraó, mas ele deveria estar pronto para confiar em Deus. Pensa-se que Moisés temia falar em hebraico porque tinha vivido entre os midianitas. Porém, esse não pode ter sido o motivo, pois as inscrições midianitas diferempouco do hebraico antigo. A tradição judaica de que Moisés tinha dificuldade de pronunciar certas letras do hebraico também não tem fundamento.
Ex.4:11 Sem comentário para este versículo
Ex.4:12 12. Eu serei com a tua boca. Deus conversou com Moisés pacientemente como com um amigo. Aquele que tinha feito a boca do homem certamente podia dar a habilidade de falar com fluência.
Ex.4:13 13. Envia aquele que hás de enviar. Quando todas as desculpas que Moisés podia dar se revelaram inválidas, os motivos por trás delas ficaram óbvios. O que a princípio pareceu ser dúvida com respeito à sua própria habilidade foi então revelado como desconfiança de Deus (ver v. 19). Ele se recusou a ir por razões práticas. Sua resposta breve e quase rude ao chamado divino é ainda mais enfática em hebraico do que em português.
Ex.4:14 14. A ira do Senhor. A expressão usada é forte, mas provavelmente significa que Deus estava descontente, nada mais. A punição foi somente dividir entre dois homens a tarefa que Moisés deveria ter realizado sozinho.Arão, o levita. Não está claro por que Deus chamou Arão de “o levita”. Alguns sugerem que havia outros com o mesmo nome entre os israelitas e que essa designação era necessária para distingui-lo. Mas não está claro por que as palavras “teu irmão”’ não seriam suficientes nesse caso. Outros imaginam que a designação antecipa a futura consagração de sua tribo ao serviço especial de Deus.Ele sai ao teu encontro. Tem sido sugerido que Arão planejou visitar Xloisés em Midiã para informá-lo da morte do rei de quem ele havia fugido (ver Ex 2:15, 23). Quaisquer que tenham sido as circunstâncias, Arão não começou sua jornada antes que Deus o instruísse (4:27).
Ex.4:15 Sem comentário para este versículo
Ex.4:16 16. Ele falará por ti. Deus prometeu estar com Moisés para que expressasse comexatidão o que fosse revelado a ele, e com Arão, para que pudesse falar de forma clara e persuasiva. A posição de Moisés era a mais honrosa, embora, para o povo, a de Arão pudesse ter parecido ser a mais importante.E tu lhe serás por Deus. Em Êxodo 7:1, Deus prometeu a Moisés que seu irmão seria seu porta-voz ou profeta. A inspiração divina estaria sobre Moisés. Arão deveria aceitar suas palavras como sendo as palavras de Deus e fazer tudo o que Moisés lhe ordenasse.
Ex.4:17 17. Toma, pois, este bordão. Deus não ordenou que Moisés tomasse qualquer bordão, mas aquele que já havia sido transformado em serpente. O plural “sinais” aponta para as pragas que cairiam sobre o Egito, uma vez que apenas um dos três sinais deveria ser realizado com o cajado.
Ex.4:18 18. Deixa -me ir. Moisés não contou a Jetro o real objetivo de sua viagem, com receio de que Jetro recusasse permitir que Zípora e os filhos o acompanhassem, e possivelmente também porque informações de seu retorno ao Egito pudessem chegar até a corte antes dele, tornando mais difícil sua missão.
Ex.4:19 19. Vai, torna para o Egito. Quando Moisés se preparava para voltar ao Egito, o Senhor lhe apareceu uma segunda vez, assegurando-lhe novamente que não precisava temer por segurança, pois o faraó e todos os que buscavam matá-lo já estavam mortos.
Ex.4:20 20. Seus filhos. Moisés tinha dois filhos (E.X 18:3, 4), Gérson, cujo nascimento é mencionado em Êxodo 2:22, e Eliézer, que provavelmente era uma criança nessa época. Esse último parece ter nascido depois do retorno de Aloisés à casa de Jetro, visto que se fala apenas de um filho nascido antes da manifestação divina no monte Horebe.Fê-los montar num jumento. Os antigos egípcios nunca cavalgavam animais, mas sempre pintavam estrangeiros, principalmente crianças e nobres, cavalgando burros. Isso sugere que Moisés tinha renunciadoseus antigos costumes egípcios e adotado costumes semitas.O bordão de Deus. O bordão de Moisés (Ex 4:2) tinha se tornado o “bordão de Deus” por causa dos milagres registrados nos v. 3 e 4.
Ex.4:21 21. Todos os milagres. Deus apareceu a Moisés mais uma vez. Nessa ocasião, Deus disse o que aconteceria no Egito. A expressão “todos os milagres” não se refere somente aos três sinais mencionados nos v. 2-9, mas a todos os milagres que se realizariam na presença do faraó.Eu lhe endurecerei o coração. Na parábola do semeador, não há diferença entre a semente espalhada em um tipo de solo e a outra espalhada nos outros, nem na maneira como foi semeada. Tudo dependia do modo como a semente seria recebida pelos diferentes tipos de solo. Da mesma forma, o endurecimento do coração do faraó não foi de forma alguma um ato de Deus, mas uma escolha deliberada de sua parte (ver PP, 268). Com repetidas advertências e demonstrações de poder divino, Deus indicava ao faraó seus erros, para suavizar e subjugar seu coração, e levá-lo a cooperar com Sua vontade (ver DTN, 322). Cada manifestação do poder divino, porém, fazia com que ele ficasse mais determinado a fazer sua própria vontade. Ao recusar ser corrigido, o rei desprezou e rejeitou a luz, até que se tornou insensível à mesma, e a luz foi final- mente retirada. Foi sua própria resistência à luz que endureceu seu coração. Até os pagãos reconheceram o fato de que foi o faraó e os egípcios que endureceram o coração, e não Deus (ISm 6:6).Há opiniões divergentes quanto à questão do endurecimento do coração do faraó, como atribuído a Deus. Existem ao todo dez declarações a esse respeito na Bíblia. Oito delas (Êx 4:21; 9:12; 10:20, 27; 11:10; 14:4, 8, 17) usam a palavra chazaq, que significa que o Senhor faria com que o coração do faraóficasse “firme”, de modo que não se movesse, e que seus sentimentos para com Israel não mudassem. Em Exodo 7:3, é usada outra palavra hebraica, qashah, indicando que o Senhor faria com que o coração do faraó ficasse “duro” ou “insensível”. Em Exodo 10:1, é usada uma terceira palavra, kabed, significando que Deus fez com que o coração de faraó ficasse “pesado” ou insensível à influência divina. Um estudo do contexto torna evidente que as diferentes palavras podem ser usadas para o mesmo fim.Há também dez declarações que indicam que o faraó endureceu seu próprio coração. Quatro delas (Êx 7:13, 22; 8:19; 9:35) usam a palavra chazaq, “tornar firme”; cinco (7:14; 8:15, 32; 9:7, 34) usam a palavra kabed, “tornar pesado”; e uma (13:15) emprega a palavra qashah, “tornar duro”. O endurecimento do coração de faraó foi evidente, em primeiro lugar, pelo fato de que ele não prestou atenção à ordem do Senhor para deixar Israel ir. Sua recusa não estava restrita às pragas que os magos egípcios puderam imitar, mas incluía as que os magos reconheciam como “o dedo de Deus” (8:19). Isso continuou também depois da quarta e da quinta pragas, que caíram sobre os egípcios, mas não sobre os israelitas, fato do qual o rei foi informado (9:7). O endurecimento de seu coração foi demonstrado ainda mais claramente quando quebrou sua promessa de deixar Israel ir sob a condição de que Moisés e Arão removessem a praga, e quando foi forçado a confessar que tinha pecado (9:27). Assim, quando Deus disse a Moisés, antes de chegar ao Egito, que Ele iria endurecer o coração do faraó (4:21), Deus Se referiu à contínua recusa do rei em obedecer-Lhe e libertar os israelitas.Deus não tem prazer algum com o sofrimento e morte do ímpio. Pelo contrário, Ele deseja que todos se arrependam e sejam salvos (Ez 33:11; ITm 2:4; 2Pe 3:9); Ele faz o sol brilhar sobre os ímpios e os bons (Mt 5:45).Mas, assim como o sol afeta a matéria de diferentes formas, de acordo com sua natureza - derrete a cera e endurece o barro assim é a influência do Espírito de Deus sobre o coração humano. Ele produz efeitos diferentes, de acordo com a condição do coração. O pecador arrependido permite que o Espírito de Deus o conduza à conversão e à salvação, mas o impenitente endurece o coração cada vez mais. A própria manifestação da misericórdia divina conduz o pecador arrependido à salvação e à vida, e o impenitente, ao juízo e à morte - a cada um segundo sua própria escolha.
Ex.4:22 22. Israel é Meu filho. Ao declarar que Israel era o primogênito de Deus, Moisés usou uma linguagem familiar ao rei egípcio. Todo faraó se considerava filho do deus-sol Amon-Rá.
Ex.4:23 23. Eu matarei teu filho. Sobre o cumprimento desta predição, ver Êxodo 12:29. Moisés não pronunciou esta ameaça até que se esgotassem todos os meios de persuasão, pois sabia ser este o último encontro com o rei (Êx 10:29; 11:4, 5; PP, 273). Ao fazer isso, ele aparentemente cumpriu uma das muitas instruções especiais que recebeu após seu retorno ao Egito (6:11; 7:9, 15, 19; etc).
Ex.4:24 24. Numa estalagem. A tradução “estalagem” é incorreta. Não existiam esta- lagens no trajeto entre Midiã e o Egito. A palavra hebraica usada aqui tem o sentido de “um lugar para se passar a noite” (cf. Js 4:3, 8; Is 10:29). E provável que o incidente tenha ocorrido próximo a um poço ou a uma fonte de água onde a família tinha parado para pernoitar.E o quis matar. Alguns imaginam que Moisés teve uma experiência semelhante à de Jacó em Peniel (Gn 32:24-32). Outros sugerem que uma doença repentina e grave o acometeu, que ele e Zípora reconheceram como punição de Deus por não cumprir uma de Suas ordens. Na verdade, umanjo apareceu a Moisés e o ameaçou, como se tencionasse matá-lo (PP, 255, 256),
Ex.4:25 25. Zípora tomou uma pedra aguda.Em geral, os cirurgiões egípcios usavam facas de pedras. De acordo com Josué 5:2, esses eram também os instrumentos usuais para a prática da circuncisão.Cortou o prepúcio de seu filho. Moisés regressou ao Egito com seus dois filhos (ver Ex 4:20). Evidentemente, Gérson, o mais velho, tinha sido circuncidado de acordo com as instruções de Deus a Abraão (Gn 17:10-14). No caso de Eliézer, o filho mais novo, esse rito tinha sido negligenciado (PP, 256). Por não crer na necessidade da circuncisão, Zípora tinha resistido à intenção de seu marido de circuncidar Eliézer no tempo indicado. A aparição do anjo tornou clara que sua oposição não desculpava Moisés de realizar o rito. Agora que a vida do marido estava em perigo, ela achou necessário realizar a operação por si mesma.Um esposo sanguinário. Estas palavras são uma clara expressão de reprovação. Elas mostram que Zípora realizou o rito com relutância, não como um desejo de obedecer a Deus, mas como uma necessidade, para salvar a vida do marido. Deve ter criticado Moisés por derramar sangue de seus filhos para cumprir com um costume étnico que ela considerava bárbaro.
Ex.4:26 26. O Senhor o deixou. Deus aceitou o ato tardio de Zípora e restaurou iMoisés.Por causa da circuncisão. Quando o anjo libertou Moisés, Zípora repetiu suas palavras de reprovação, acrescentando: “por causa da circuncisão”. Ela deve ter se referido à realizada em Midiã, em Gérson, bem como a realizada em Eliézer.
Ex.4:27 27. Vai ao deserto. Esta instrução deve ter sido dada a Arão algum tempo antes de Moisés deixar Midiã, pois eles se encontraram em Horebe, no centro da Península do Sinai (ver com. de Ex 3:1), logo após a partida de Moisés da casa de seu sogro. E tambémcerto que as instruções ciadas a Arão foram mais completas do que indica o breve relato de Êxodo. Uma vez que o deserto se estendia desde a fronteira do Egito ao longo da Península do Sinai até a Arábia, Deus deve ter-lhe indicado precisamente o caminho pelo qual deveria ir para encontrar seu irmão.
Ex.4:28 Sem comentário para este versículo
Ex.4:29 29. Todos os anciãos. Ver com. de Ex 3:16 sobre os anciãos. Embora Moisés e Arão não tivessem autoridade para reunir os chefes das tribos e das famílias, estes homens aceitaram o convite.
Ex.4:30 30. Arão falou. Arão como porta-voz (v. 16) declarou aos anciãos o fato de que Deus tinha chamado seu irmão para libertar o povo. Ele também realizou sinais (ver PP, 263), e não Moisés, como era de se esperar (v. 17). Deus aparentemente ordenou ou aprovou essa delegação de poder. Em ocasiõesposteriores, encontramos Arão sendo mais de uma vez usado por Deus para realizar sinais (ÊX 7:19; 8:5, 16).
Ex.4:31 31. O povo creu. Esta foi outra evidência do favor divino. Ela está em contraste marcante com a frequente atitude incrédula dos israelitas que “não creram em Deus, nem confiaram na Sua salvação” (SI 78:22). Seu anelo pela libertação e essas manifestações de poder miraculoso obtiveram uma resposta favorável dos anciãos.Inclinaram-se. A fé do povo e a adoração pela qual era expressa provaram que a promessa de Deus a seus pais ainda era viva em seu coração. Embora sua fé não tivesse se mantido de pé na prova subsequente, como primeira expressão de seus sentimentos, deu testemunho de que Israel estava disposto a seguir o chamado divino.Capítulo 5encontrou; deixa-nos ir, pois, caminho de três dias ao deserto, para que ofereçamos sacrifícios ao Senhor, nosso Deus, e não venha Ele sobre nós com pestilência ou com espada.
Ex.5:1 1. Depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó. Depois de terem sido aceitos pelos anciãos de Israel como os líderes apontados por Deus é que Moisés e Arão compareceram diante do faraó. Registros antigos esclarecem que não era fácil para um plebeu conseguir audiência com o rei. A experiência anterior de Moisés na corte foi proveitosa, pois agora ele sabia como se aproximar do monarca.Uma festa. O pedido feito ao faraó era razoável. Os israelitas não podiam oferecer sacrifícios na presença dos egípcios semprovocar uma explosão de animosidade religiosa. Havia esse risco porque dentre os animais sacrificados estavam alguns que os egípcios consideravam sagrados, e, portanto, não deveriam ser mortos de forma alguma. Para evitar conflitos, a festa dos israelitas tinha que ser realizada além das fronteiras do Egito, no deserto.
Ex.5:2 2. Quem é o Senhor? O faraó não tinha conhecimento do nome do Deus dos israelitas ou fingia não conhecer. Ele se sentia superior a qualquer deus estrangeiro. Afinal, seu pai e seu avô não tinham oprimido osisraelitas sem a interferência cio Deus deles? Por que se importaria ele, o faraó, em notar um Deus que, para ele, era desinteressado nas questões de Seu próprio povo e aparentemente incapaz de ajudá-los?
Ex.5:3 3. Não venha Ele sobre nós. A recusa do faraó não assustou Moisés e Arão, pois confiavam no poder dAquele que, a Seu tempo, cumpriría Seu propósito. Contudo, o fato de saberem que estavam aliados ao poder divino não os enalteceu. Continuaram corteses e empenhados para persuadir o rei a mudar de ideia. Eles enfatizavam a necessidade de o povo cumprir com o pedido de Seu Deus e celebrar a festa. Em vez de ameaçar o rei com uma punição, caso ele persistisse em recusar deixar Israel ir, disseram a ele que a punição cairía sobre os israelitas se falhassem em obedecer de forma tão explícita à ordem de Deus.
Ex.5:4 4. Ide às vossas tarefas. O faraó não os ouviu e não respondeu ao pedido deles. Ordenou que Moisés e Arão voltassem ao trabalho de escravos, pois suspeitava que estivessem tramando uma rebelião. Isso mostra que Moisés não foi reconhecido. O rei não imaginava que se tratava do mesmo Moisés que, no passado, vivera na corte egípcia e depois, foragido, estabeleceu-se na terra de Midiã.
Ex.5:5 5. O povo da terra. Era como se o rei tivesse dito: “Esse povo já não é útil para nada, e vocês ainda querem que todos parem de trabalhar de uma só vez?” Moisés e Arão tinham instituído uma reforma na observância do sábado, e isso chamou a atenção do rei (PP, 258). O povo estava ocioso e precisava trabalhar mais para consumir as energias, pensou ele.
Ex.5:6 6. Aos superintendentes do povo.A palavra traduzida como “superintendentes” não é a mesma usada em Êxodo 1:11, e provavelmente designa outra classe de oficiais. Os “feitores de obras” ou “capatazes” desta passagem eram os que supervisionavam o trabalho, provavelmente em menornúmero e de nível mais elevado. Os “superintendentes'', por sua vez, eram egípcios de uma classe inferior e mais numerosa. Os “capatazes” (literalmente, “escribas”) eram hebreus, como indica a expressão “os capatazes dos filhos de Israel” (Ex 5:14) e o tratamento rude que recebiam. Provavelmente eram empregados como chefes e tinham que prestar contas do trabalho.
Ex.5:7 7. Não torneis a dar palha ao povo, para fazer tijolos. Sem se sentir intimidado pelo Deus dos hebreus e orgulhoso da segurança de seu poder, o faraó estava determinado a impor a sua vontade. Ele suspeitava que o desejo deles de ir ao deserto era apenas uma desculpa inventada por ociosos e promovida por uma sede de liberdade que podia pôr o reino em perigo. Assim, ele planejou tornar a opressão ainda mais cruel.No antigo Egito, tijolos eram feitos do mesmo modo que hoje, com ou sem palha. Em geral, os tijolos continham algum tipo de planta que os solidificavam com o barro, geralmente era a palha, chamada teben no hebraico bíblico e tibn no árabe egípcio moderno. O processo de fazer tijolos no antigo Egito é representado por várias formas retratadas em tumbas egípcias. É visto também numa pintura de parede na tumba do vizir Rekhmire, que viveu sob o reinado de Tutmés III na metade do século 15 a.C. Essa pintura mostra homens tirando água de um pântano, misturando lama com uma enxada, carregando a mistura em jarros até aos que faziam tijolos, os quais os produziam em moldes de madeira. Um feitor com uma vara na mão observa o grupo de trabalhadores. Os homens que carregam os tijolos são descritos como “cativos trazidos por sua majestade para a construção dos templos de Amon”. Alguns dos cativos retratados são semitas e se parecem com os hebreus.Moisés não diz que os hebreus faziam “tijolos sem palha”, como às vezes se declara. O decreto do faraó exigia especificamenteque usassem palha que fosse conseguida por eles mesmos. Se os hebreus continuassem a fazer tijolos sem palha estariam violando o decreto, e isso os feitores não permitiríam. Tais tijolos seriam inferiores, pois a palha aumentava a resistência. Isso se deve em parte à presença da própria palha e em parte à ação química da matéria vegetal em decomposição sobre a mistura do tijolo. Quando a mistura é deixada a descansar por alguns dias, os tijolos ficam mais fortes e fazê-los se torna mais fácil. Alguns erroneamente interpretam o uso de tijolos sem palha nas paredes de certas construções egípcias como evidência que confirma a narrativa de Exodo 5:7 e 8. Entretanto, esses relatórios se baseiam em interpretação equivocada do registro bíblico e na ignorância da arte de fazer tijolos como praticada no vale do Nilo (ver The Biblical Archaeologist. vol. 13. N° 2, Maio, 1950, p. 22-28).
Ex.5:8 8. A conta de tijolos. A palavra traduzida como “conta” significa “a cota diária exigida” e indica que os hebreus tinham que produzir certo número de tijolos todos os dias. Embora tivessem de buscar a palha nos campos, o número exigido de tijolos permanecia o mesmo.
Ex.5:9 Sem comentário para este versículo
Ex.5:10 Sem comentário para este versículo
Ex.5:11 Sem comentário para este versículo
Ex.5:12 Sem comentário para este versículo
Ex.5:13 Sem comentário para este versículo
Ex.5:14 14. Os capatazes. Os superintendentes egípcios são descritos regularmente com varas nas mãos. Uma gravura da parede de um templo de Tebas da época de Tutmés III mostra um deles com uma vara levantada, dizendo ao trabalhador: “A vara está na minha mão; não seja preguiçoso.” Quando a nova ordem do rei entrou em vigor, logo se tornou impossível para os israelitas produzirem o número exigido de tijolos. Consequentemente, os capatazes hebreus, cuja ocupação era prestar contas diariamente do trabalho realizado, eram punidos por seus supervisores egípcios.
Ex.5:15 15. Clamaram a Faraó. Os capatazes hebreus aparentemente tinham acessoao rei. Quando esses homens eram açoitados injustamente por sua incapacidade de forçar seu povo a produzir a “conta” exigida de tijolos, reclamavam ao rei, pensando que os superintendentes egípcios eram os culpados.
Ex.5:16 Sem comentário para este versículo
Ex.5:17 17. Estais ociosos. O faraó parece ter ficado satisfeito em interpretar como ociosidade o desejo dos israelitas de adorar o Deus deles. Ele considerou perspicaz de sua parte acusar o povo de estar ocioso e de usar a religião como uma desculpa.
Ex.5:18 Sem comentário para este versículo
Ex.5:19 Sem comentário para este versículo
Ex.5:20 Sem comentário para este versículo
Ex.5:21 21. Odiosos. As palavras que os capatazes hebreus falaram aos mensageiros de Deus foram injustas. Com frequência, palavras produzidas pelo ódio são irracionais. Mas eles foram ainda mais longe, acusando Moisés e Arão de colocar uma espada nas mãos dos egípcios para que os matassem. Presumiram que Moisés e Arão tinham feito com que o rei e seus conselheiros suspeitassem de ociosidade. Sem dúvida, os capatazes haviam sofrido um castigo severo (v. 14), provavelmente uma punição física que consistia em bater na sola dos pés com uma vara. Essa forma de punição, comum no antigo Egito, é extremamente dolorosa, e seu emprego repetido pode resultar em morte.
Ex.5:22 22. Moisés, tornando-se ao Senhor. Os dois irmãos não responderam aos capatazes. Talvez estivessem tristes demais para falar, e é provável que não soubessem mesmo o que dizer. Em vez disso, voltaram-se para Deus, sua fonte de consolo e guia.O Senhor, por que afligiste este povo? As palavras de Moisés não refletiam um espírito de descontentamento ou insubordinação, mas de perplexidade e indagação. A pergunta e a queixa procederam de uma fé incapaz de entender os caminhos de Deus. Ao mesmo tempo, ele clamava por ajuda naquela hora de necessidade e para que fosse removido o que parecia contrário à natureza de Deus e Sua vontade.Capítulo 6a fim de tirarem do Egito os filhos de Israel; são estes Moisés e Arão.
Ex.5:23 Sem comentário para este versículo
Ex.6:1 1. Agora, verás. Moisés não recebeu uma resposta direta à sua queixa. Em vez disso, Deus prometeu novamente a libertação de Israel. Uma vez que Moisés não estava preparado para entender os caminhos de Deus, de nada serviria dar-lhe alguma explicação. E como se Deus lhe dissesse: “O que Eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois” (Jo 13:7). Tendo em vista o fato de que mesmo depois de sua libertação miraculosa do Egito e da marcha gloriosa pelo deserto, onde os hebreus viram tantas provas do poder e da misericórdia de Deus, ainda assim, vez após vez, se rebelaram contra Ele, dificilmente estariam dispostos a deixar o Egito a menos que a opressão que sofriam fosse ainda mais severa. E certo que não iriam querer partir se soubessem o que estava por vir. Isso explica, em parte, por que Deus não revela tudo sobre o futuro. Se os discípulos soubessem de antemão o que estava para acontecer com seu Mestre e com eles próprios, talvez nunca respondessem ao Seu chamado “Segue-me.” Se os que aceitaram a mensagem do advento antes de 1844 soubessem do grande desapontamento e dos anos difíceis que estavam pela frente, provavelmente nunca teria havido um movimento adventísta.
Ex.6:2 Sem comentário para este versículo
Ex.6:3 3. Deus Todo-Poderoso. As Escrituras contêm vários relatos da revelação de Deus com o nome 'El-Shaddai, por exemplo, a Abraão (Gn 17:1) e a Jacó (Gn 35:11). O nomecompleto não é usado por Deus em nenhuma aparição a Isaque, embora o próprio o tenha usado na sua despedida, abençoando a Jacó (Gn 28:3).Mas pelo Meu nome, o Senhor, não lhes fui conhecido. O significado desta declaração não está totalmente claro. De acordo com Gênesis 15:7, Deus Se revelou a Abraão como Yahweh (Senhor), mesmo antes de declarar Seu nome El-Shaddai, Deus Todo-Poderoso. Mais tarde, Ele Se revelou a Jacó como Yahweh (Gn 28:13). E evidente também que Abraão conhecia esse nome Yahweh-Jireh, o qual deu ao lugar onde foi para sacrificar Isaque (Gn 22:14). A partir de Gênesis 2:4 e 4:1 e 26 fica evidente que Moisés conhecia esse nome desde o início. Portanto, o significado aparente desta declaração não pode ser seu significado verdadeiro, pois nenhum escritor inspirado se contradiría de tal forma.Para os hebreus, o nome sempre foi um indicativo das características pessoais ou do pensamento e das emoções de quem dava o nome e, às vezes, das circunstâncias em que era dado. Deus estava para Se revelar de forma mais completa, libertando Seu povo com "mão poderosa’ (Ex 6:1), de fato considerando-os como Seu povo (v. 7), estabelecendo Sua aliança com eles e dando-lhes a terra de Canaã (v. 4). Por isso, no v. 3, Deus Se refere ao novo significado que a libertação traria ao Seu nome (ver v. 1-7).Um problema similar ocorre em Apocalipse 19:11-16. No v. 12 afirma-se que ninguém conhece o nome de Cristo ao Ele surgir sobre o “cavalo branco” conduzindo os exércitos do Céu. No v. 11, Ele é chamado “Fiel e Verdadeiro” e, no v. 13, de “Verbo de Deus”. Esses eram nomes pelos quais o caráter de Cristo já era conhecido por Seu povo, ao menos até certo ponto. Contudo, no v. 16, João fala de Cristo como "Rei dos reis e Senhor dos senhores”, embora descreva de forma específica esse título como “um nome escrito que ninguém conhece, senão Ele mesmo” (v. 12). Está claro em 1 Timóteo 6:15 que esse título foi aplicado a Cristo já nos tempos apostólicos. Obviamente, a afirmação de João de que “ninguém conhece” o nome se refere não ao título em si, mas à nova função na qual Cristo aparece como defensor de Seu povo para “reger todas as nações com cetro de ferro” (Ap 12:5; cf. 19:15).
Ex.6:4 4. Minha aliança. Ver com. de Gn 15:9; 17:7, 8; e também Gn 26:3; 28:13.
Ex.6:5 5. Ouví os gemidos. Deus já havia assegurado a Moisés que o clamor de Seu povo oprimido tinha chegado até Ele (Ex 3:9; cf. 2:24), mas a certeza foi reiterada por causa da queixa de Moisés. Ele e seu povo deviam estar certos de que Deus não os tinha esquecido, que os sustentaria na aflição e logo os libertaria.
Ex.6:6 6. Grandes manifestações de julgamento. Este livramento não poderia ser alcançado por meios pacíficos, mas exigiría demonstração de força da parte de Deus. Anúncios de juízos vindouros foram feitos previamente (Ex 3:20; 4:23). É verdade que não tinham sido chamados assim, embora Deus tivesse prometido a Abraão que julgaria a nação a qual serviríam (Gn 15:14). As pragas prestes a serem derramadas sobre o faraó e seu povo não eram apenas “maravilhas” ou "sinais” no sentido comum, mas também punições infligidas por um Juiz divino sobre uma nação orgulhosa e cruel.
Ex.6:7 7. Tomar-vos-ei. Deus continuou a fazer promessas, uma após outra. Ele faria de Israel Seu povo peculiar e Se tornaria conhecido a eles como o grande Libertador. Ele os levaria à terra prometida e a daria a eles como possessão. Todas essas promessas foram cumpridas no tempo devido; no Sinai os israelitas passaram a ser formalmente o povo de Deus a (Ex 19:5, 6), onde ao mesmo tempo Deus Se tornou de forma especial, mas não exclusiva, seu Deus (20:1, 2).
Ex.6:8 Sem comentário para este versículo
Ex.6:9 9. Eles não atenderam. Os israelitas, que esperavam uma libertação rápida, foram ainda mais oprimidos devido à má acolhida interferência de Moisés. O povo estava demasiadamente triste para ser animado, mesmo pelas promessas e garantias que Moisés estava comissionado a lhe dar. Eles se recusaram a confiar por mais tempo em alguém que pensaram ter-lhes enganado, que não passava de um sonhador, um visionário. “Ânsia de espírito” os oprimia a alma, e “dura escravidão” pesava sobre o corpo dia após dia, resultando em falta de tempo e vontade para escutar.O Pentateuco Samaritano tem um acréscimo ao v. 9, que, apesar de provavelmente não ter sido escrito por Moisés, irradia um pouco de luz sobre o raciocínio dos desanimados israelitas. Em harmonia com uma declaração deles feita posteriormente (Ex 14:12), o texto diz: "Deixa-nos, para que sirvamos os egípcios. Pois melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto.’’
Ex.6:10 Sem comentário para este versículo
Ex.6:11 11. Deixe sair de sua terra. Na nova incumbência não há mais menção de uma jornada de três dias (Ex 3:18; 5:3). Em vez disso, é apresentada uma declaração bem definida: que os filhos de Israel deviam deixar o país permanentemente. Moisés foi instruído a comparecer novamente diante do faraó e exigir que os israelitas fossem libertos da escravidão.
Ex.6:12 12. Como, pois, me ouvirá Faraó?As amargas queixas dos israelitas deixaramMoisés desesperançado, e ele novamente declinou à comissão. Havia feito a vontade de Deus e se apresentado tanto diante do povo como do rei, mas sentiu-se muito desapontado, visto que ambos tinham recusado ouvi-lo. Imediatamente, sentiu de novo a falta de confiança própria e a relutância em assumir a pesada carga da liderança.Eu sou incircunciso de lábios (ARC). Esta é uma típica frase do hebraico que significa o mesmo que “pesado de línguá’, de Êxodo 4:10. Da mesma forma, ouvidos “incir- cuncisos” (Jr 6:10) são aqueles que não ouvem, e coração “incircunciso” (Jr 9:26) é mente que não entende. Na ARA, a expressão idiomática é traduzida como “não sei falar bem”.
Ex.6:13 13. E lhes deu mandamento. A resposta de Deus ao novo protesto de Moisés não está registrada. Parece que Ele não respondeu a seus argumentos, mas, em vez disso, deu uma ordem que não admitia recusa. Moisés foi enviado aos israelitas e ao rei, não com um pedido ou uma proposta, mas com uma ordem expressa.
Ex.6:14 14. São estes os chefes. Nesse ponto, Moisés interrompe sua narrativa para inserir uma seção sobre genealogia, em que retoma a história da família de Israel a partir de Êxodo 1:5. A organização social de Israel estava baseada em tribos, e, por isso, um registro das divisões e subdivisões das muitas famílias era importante. Tendo em vista que a narrativa tinha chegado a esse ponto crucial, parecia o ponto adequado para inserir a informação.Os filhos de Rúben. Para os nomes dos quatro filhos de Rúben, ver com. de Gn 46:9.
Ex.6:15 15. Os filhos de Simeão. Para os nomes dos filhos de Simeão, ver com. de Gn 46:10.
Ex.6:16 16. Os filhos de Levi. Para os nomes dos três filhos de Levi, ver com. de Gn 46:11.Segundo as suas gerações. Esta frase é usada porque Moisés não conclui com os filhos de Levi, mas continua com os netos, bisnetos e outros descendentes, a fim deestabelecer a relação exata de Moisés e Arão com Jacó e as outras tribos.Os anos da vida de Levi. Sendo irmão mais velho de José, Levi devia ter mais de 40 anos na época em que desceram ao Egito. José tinha cerca de 39 nessa época (ver com. de Gn 27:1). Os seus três filhos haviam nascido antes disso (Gn 46:8-11). Considerando que ele morreu com 137 anos, deve ter passado mais de 90 anos de sua vida no Egito e vivido bem mais que seu irmão José, que morreu com 110 (Gn 50:26). Moisés registra a duração da vida de Levi, por ele ser seu antepassado.
Ex.6:17 17. Os filhos de Gérson. Os filhos de Gérson são mencionados em primeiro lugar, pois ele era o filho mais velho de Levi. Libni significa “o branco” e pode se referir ao fato de que era bem claro; Simei pode significar “aquele que ouve”.
Ex.6:18 18. Os filhos de Coate. Anrão significa “colheita”; Isar, “azeite fresco”; Hebrom, “companheiro”; e Uziel, “Deus é minha força”.Os anos da vida de Coate. Coate, que nasceu antes da ida de Jacó ao Egito (Gn 46:11), parece ter passado a maior parte de sua vida de 133 anos no Egito, e pode ter vivido durante o período da opressão.
Ex.6:19 19. Os filhos de Merari. Merari significa “o agradável”, mas o significado do nome de Musi, um de seus filhos, é obscuro. Os malitas e musitas estavam entre as famílias levíticas mais importantes da época do êxodo (Nm 3:33; 26:58).
Ex.6:20 20. Anrão. Não há dúvidas de que esse Anrão seja o “homem da casa de Levi” mencionado em Êxodo 2:1. Ele era neto de Levi. Deus prometeu a Abraão que a quarta geração daqueles que entrariam na terra da opressão retomariam à terra prometida (Gn 15:16). As quatro gerações seriam então as de Levi, Coate, Anrão e Moisés.Joquebede. Significa “Yahweh é glorioso”. Joquebede é o primeiro nomerelacionado ao nome divino Yahvveh, que aparece aqui na sua forma abreviada “Jo”.Sua tia. Joquebede, de quem se fala apenas em termos gerais como uma fdha de Levi (Ex 2:1), que poderia significar qualquer descendente feminina de Levi, é aqui chamada de tia (dociah, traduzido ‘'irmã do pai”) de Anrão, e, portanto, irmã de Coate. Isso está em harmonia com a tradução aceita de Números 26:59. Se esse texto, embora incerto, estiver completo, indica que Joquebede era filha de Levi. Embora um casamento entre tia e sobrinho fosse proibido pela lei mosaica (Lv 18:12), foi aparentemente permitido em épocas anteriores.E ela lhe deu. Os filhos de Anrão são listados de acordo com a idade. Arão foi listado primeiro, pois era três anos mais velho que Moisés (Ex 7:7). A irmã deles, Miriã era mais velha que os dois (ver 2:4), mas não é mencionada aqui, visto que o nome de mulheres aparece em listas genealógicas antigas apenas em casos excepcionais. A inserção de seu nome nesta passagem na LXX, na Vulgata e num manuscrito hebraico parece ser obra de um escriba posterior.
Ex.6:21 21. Os filhos de Isar. Dos três filhos de Isar, o irmão de Anrão, apenas Corá é mencionado novamente na Bíblia (ver Nm 16:1; iCr 6:37). Seu nome significa “o calvo”. O significado de Nefegue é desconhecido; Zicri significa “minha memória”.
Ex.6:22 22. Os filhos de Uziel. Os filhos de Uziel, o irmão mais novo de Anrão, são mencionados mais tarde no relato. Misael, cujo significado é incerto, e Elzafã, que significa “Deus está escondido”, carregaram os corpos de Nadabe e Abiú para fora do acampamento (Lv 10:4). Elzafã, chamado Elisafã, é mencionado como o chefe dos coatitas em Números 3:30. O nome de Sitri significa “meu esconderijo”. Os nomes desses homens, nascidos durante a severa opressão no Egito, refletem os sentimentos de seuspais no momento de seu nascimento. Elzafã deve ter nascido numa hora difícil quando o futuro de Israel era amedrontador e parecia que Deus tinha Se ocultado. Sitri, como Moisés, deve ter nascido em segredo e mantido escondido por algum tempo.
Ex.6:23 23. Arão tomou por mulher a Eliseba. O nome da esposa de Arão significava “meu Deus jurou”. Seu pai, Aminadabe, mencionado aqui pela primeira vez, era descendente de Judá por meio de Perez e Hezrom e foi ancestral de Jesus (ver lCr 2:3-10; Mt 1:4). Aminadabe significa “meu povo está preparado”.Naasom. Uma transliteração de Nahshon, da raiz nahash, “serpente”. Um nahshon era um “encantador”, ou seja, alguém que usava serpentes como meio de adivinhação. Naasom era nessa época “príncipe dos filhos de Judá” (Nm 2:3).E ela lhe deu. Os dois filhos mais velhos de Arão se tornaram os primeiros sacerdotes sob a lei levítica do Sinai (ver Lv 10:1, 2). Nadabe significa “ele está preparado” e Abiú, “ele é meu pai”.Eleazar. O nome Eleazar significa “Deus ajudou”. Ele se tornou sumo sacerdote após a morte de Arão (Nm 20:23-28), e o ofício de sumo sacerdote foi perpetuado por meio de seus descendentes (lCr 6:4-15). Sua morte está relatada em Josué 24:33.Itamar. O significado do nome do filho mais novo de Arão é incerto. Como os outros filhos de Arão, Itamar se tornou sacerdote e foi encarregado de registrar as ofertas do povo para a construção do tabernáculo (Êx 28:1; 38:21).
Ex.6:24 24. Os filhos de Corá. Nem todos os filhos de Corá foram destruídos com seu pai na rebelião do deserto (Nm 26:11). Os três filhos mencionados nesta passagem se tornaram chefes das famílias dos coraítas, cujos descendentes eram famosos como cantores do templo na época de Davi (lCr 6:22, 23, 31; SI 42:1; 44:1; etc.). Assir significa“prisioneiro”; Elcana, “Deus fundou”; e Abiasafe, “meu pai reuniu”.
Ex.6:25 25. Putiel. O sogro de Eleazar, mencionado apenas aqui. A primeira parte do nome é egípcia e a segunda, hebraica. O nome significa tanto “Deus deu” como “dedicado a Deus”.Fineias. Fineias é um nome egípcio que significa “negro” e pode indicar que Fineias tinha uma feição negra (cf. Libni, “o branco”, em Ex 6:17). A presença de nomes egípcios para hebreus no livro de Gênesis é outra evidência de que é um relato histórico, escrito por alguém familiarizado com o Egito. Não é surpresa encontrar nomes egípcios entre os israelitas, depois de terem vivido por tanto tempo no Egito. Tais nomes foram dados da mesma forma que os nomes aportuguesados de imigrantes que vieram para o Brasil. Portanto, sob as circunstâncias de escravidão e da própria cultura egípcia, é surpreendente encontrar tantos israelitas com nomes hebreus, fato devido à relutância em aceitar os costumes, maneiras e língua de seus opressores.
Ex.6:26 26. São estes Arão e Moisés. Ao terminar a genealogia, o autor acrescenta umanota para fazer saber que o Arão e o Moisés mencionados (v. 20) são os que lideraram a saída dos filhos de Israel do Egito.
Ex.6:27 27. São estes. A expressão “São estes Arão e Moisés” (v. 26) se repete no v. 27 com uma inversão significativa na ordem dos nomes. Na genealogia em si, Arão vem primeiro, como o mais velho, mas aqui, em antecipação à narrativa histórica que se segue, Moisés vem antes do seu irmão mais velho, como o divinamente designado salvador de Israel.
Ex.6:28 28. No dia em que o Senhor falou.Os v. 28-30 são uma repetição do pensamento dos v. 10-12. Tendo inserido uma seção genealógica, Moisés retoma a narrativa iniciada no v. 12 e, ao fazer isso, repete a última seção do relato a fim de ligá-lo à história que se segue.
Ex.6:29 29. Eu sou o Senhor. Esta é a única variação importante na repetição dos v. 10-12. E possível que toda a revelação feita a Moisés fosse validada com estas palavras iniciais “Eu sou o Senhor” (“Eu sou Yahweh”), que tem a força da frase inicial encontrada com tanta frequência nas declarações dos profetas posteriores: “Assim diz Yahweh”.Capítulo 7terra os filhos de Israel.o Egito e farei sair as Minhas hostes, o Meu povo, os filhos de Israel, da terra do Egito, com grandes manifestações de julgamento.povo, para que Me sirva no deserto; e, até agora, não tens ouvido.I. Como Deus sobre Faraó. A últimaobjeção de Moisés (Ex 6:12, repetida no v. 30) foi eliminada por Deus. Moisés estava relutante em aparecer pela segunda vez diante do faraó, que era tão superior a ele do ponto de vista humano, mas Deus lhe relembrou que, como representante do Deus dos céus e da Terra, ele era superior ao faraó. O poder dorei era apenas humano, o dele era divino. Ele devia ser como um “deus” para o faraó, com autoridade e poder para ordenar obediência.Teu profeta. Visto que um profeta é um porta-voz de Deus, Arão falaria por Moisés, para interpretar Suas ordens ao faraó e aos israelitas (ver Ex 4:16).
Ex.6:30 Sem comentário para este versículo
Ex.7:1 Sem comentário para este versículo
Ex.7:2 Sem comentário para este versículo
Ex.7:3 3. Endurecerei. Ver com. de Ex 4:21.Multiplicarei na terra do Egito os Meus sinais. Pela primeira vez, é declarado o propósito de Deus em revelar Seu poder a Israel e aos egípcios por meio de uma longa série de milagres. Três sinais já haviam sido dados (Ex 4:3-9) e uma das pragas, mencionada (v. 23). Dali em diante, sinais e maravilhas seriam multiplicados, muito além do que o próprio Moisés podería imaginar (3:20; 6:6).
Ex.7:4 4. Porei a mão sobre o Egito. Deus anteviu a teimosia do faraó, que teve a oportunidade de escolher se opor ou não a Deus. Assim, haveria uma grande demonstração do poder divino, de forma a atrair a atenção de todo o Egito e das nações vizinhas. Como resultado, o poder e a majestade do verdadeiro Deus seriam respeitados, e as nações temeríam perturbar Seu povo (ver Ex 15:14- 16; Dt 2:25; 11:25; etc.).Minhas hostes. Ao deixarem o Egito, os israelitas “estavam desarmados e não tinham o costume de guerrear” (PP, 282; ver também com. de Ex 13:18). Sua organização não estava completa até chegarem ao monte Sinai.
Ex.7:5 5. Saberão os egípcios. O faraó tinha fingido não conhecer o Deus dos hebreus (Ex 5:2), mas foi dito a Moisés que os egípcios iriam conhecê-Lo bem. Eles teriam que reconhecer que Ele é o único Deus verdadeiro e que os outros deuses não passam de madeira e pedra.
Ex.7:6 6. Assim fez Moisés e Arão. A obediência de Moisés e Arão a Deus foi consistente e inquestionável a partir deste momento em diante, até Arão conduzir a adoração ao bezerro de ouro (Ex 32:21-24) e Moisés ferir a rocha quando deveria apenas ter falado a ela (Nm 20:8-11).
Ex.7:7 7. Era Moisés de oitenta anos, e Arão, de oitenta e três. A idade de Moisés é confirmada pela declaração de que ele morreu com 120 anos (Dt 31:2; 34:7), 40 anos depois do êxodo (Dt 29:5). Arão morreu com 123 anos (Nm 33:38, 39).
Ex.7:8 Sem comentário para este versículo
Ex.7:9 9. Fazei milagres. Era óbvio que se o faraó lhes concedesse outra audiência, pediría que mostrassem suas credenciais, para verificar a afirmação de que eram mensageiros do Deus altíssimo. Caso contrário, não haveria necessidade de realizar milagres diante dele. Por essa razão, não realizaram nenhum milagre em sua audiência anterior. Porém, desta vez era chegada a hora em que o faraó pediria suas credenciais, e foi-lhes dada a ordem expressa para que exibissem o primeiro sinal (ver Ex 4:3, 4).Toma o teu bordão. Este era o bordão que Moisés usava como pastor, chamado também de “bordão de Deus” (Ex 4:20). De acordo com Êxodo 7:15-18, Moisés foi instruído a ir até o faraó a hm de pedir permissão para Israel deixar o Egito e anunciar que feriria as águas do Nilo com seu bordão. Nos v. 19 e 20, é dito que esse milagre foi realizado por Arão, que pegou o bordão de Moisés e estendeu sua mão sobre as águas do Egito. O bordão que Arão segurou sobre o Nilo não pode ser outro senão o de Moisés, que havia sido transformado numa serpente. Havia um único bordão, com o qual tanto Moisés como Arão realizaram milagres (PP, 263).
Ex.7:10 10. E ele se tornou em serpente.A palavra hebraica usada aqui para “serpente”, tannin, não é a mesma usada antes, nahash (Èx 4:3), mas é improvável que isso denote espécies diferentes. Sem dúvida, as duas palavras são usadas como sinônimas.
Ex.7:11 11. Os sábios. Os sábios eram educados na ciência e na arte da escrita. Os “magos” (ARC) eram encantadores, que professavam ser capazes de feitiçaria. A palavra traduzida como “magos” é o equivalente egípcio da palavra hebraica “feiticeiros”.A magia era objeto de muita atenção e estudo no Egito, como mostram textos sobre esse tema. Consistia, em grande parte, em encantamentos que se imaginava ter poder sobre homens e animais, principalmente répteis, gQue esses homens tiveram resultados reais na prática da magia é obvio pelo fato de que eram tidos em alta estima. Portanto, deve-se supor que realizaram ao menos algumas de suas maravilhas com o poder de espíritos maus, embora muitas delas fossem apenas truques (ver PP, 264).Fizeram também o mesmo. Os bordões dos magos não se transformaram de fato em serpentes, como o de Arão. Nem os magos nem o próprio Satanás poderíam criar vida. Por meio do poder da magia, fizeram com que seus bordões parecessem serpentes (ver PP, 264). Como em Êxodo 8:18, eles realizaram os sinais, mas não obtiveram o mesmo resultado.
Ex.7:12 12. Devorou os bordões deles.A serpente de Arão devorou as de seus rivais, exibindo notável superioridade sobre elas. Assim era a supremacia do Deus dos hebreus, manifestada no primeiro sinal miraculoso realizado na presença do faraó.
Ex.7:13 13. Ele endureceu o coração de Faraó (KJV). Literalmente, “o coração do faraó estava duro”. A KJV parece atribuir o resultado a um ato direto de Deus. Contudo, em Êxodo 7:22, a expressão hebraica idêntica é traduzida por: “O coração do faraó foi endurecido”, mais próximo da ARA. O milagre não teve influência sobre seu coração obstinado. Para ele, Moisés e Arão tinham feito um pouco mais que seus próprios magos podiam fazer (ver também com. de Êx 4:21).Como o Senhor tinha dito. Deus tinha advertido Moisés do resultado desse encontro com o faraó para que não ficasse desanimado com a atitude do rei. Enquanto Moisés sabia exatamente o que esperar, o faraó sabia apenas o que Moisés havia lhe dito. Essa situação deu a Moisés uma vantagem sobre o faraó.
Ex.7:14 14. Ver o com. de Êx 4:21.
Ex.7:15 15. Vai ter com Faraó. Deus dá a Moisés as últimas instruções para anunciar ao faraó o primeiro de uma série de juízosdivinos que cairiam sobre a terra do Egito. Tebas era a capital do país sob o domínio dos faraós da 18a dinastia, mas é pouco provável que Moisés tenha realizado esses milagres ali, centenas de quilômetros ao sul do Delta, onde estava a terra de Gósen. O Salmo 78:43 parece indicar que as pragas caíram “no campo de Zoã”. Visto que a Zoã bíblica é a antiga Tânis, na parte oriental do Delta, uma cidade construída sete anos depois de Hebrom, na Palestina (Nm 13:22), o rei devia estar numa residência temporária em Tânis, ou próximo dela, durante a época das pragas. Sabe-se que havia palácios reais em várias partes do país.Ele sairá às águas. Esta observação e a de Êxodo 8:20 indicam que o rei ia ao rio todas as manhãs. Visto que o alimento e a prosperidade do Egito dependiam do Nilo (ver com. de Gn 41:34), um dos deveres do rei era adorar suas margens todas as manhãs (ver PP, 265).O bordão. Ver com. de Êx 7:9.
Ex.7:16 Sem comentário para este versículo
Ex.7:17 17. Nisto saberás. Numa audiência anterior, o faraó declarou: “Não conheço o Senhor” (Êx 5:2). Moisés adverte ao monarca imprudente que logo lhe será dada uma oportunidade de saber algo do poder de Deus (ver Êx 9:14). O deus Nilo, a fonte de fertilidade e bênção se tornaria um agente de morte.As pragas caíram sobre os egípcios não só para que o faraó e seu povo reconhecessem o Deus verdadeiro, mas também para destruir a confiança no poder e na proteção de seus deuses falsos (Êx 12:12). Cada uma das dez pragas foi dolorosamente literal e, ao mesmo tempo, estava dirigida contra algum aspecto da religião falsa. Na providência misericordiosa de Deus, o sofrimento físico provocado pelas pragas deveria conduzir o rei e seus conselheiros a reconsiderar seu modo de agir, a aprenderem que servir a ídolos é loucura e que há sabedoria em cooperar com o Deus do Céu. No antigo Egito,os interesses do rei e dos sacerdotes estavam estreitamente relacionados, sendo que o próprio rei era sempre iniciado na casta sacerdotal. O faraó e os sacerdotes supuseram que a estabilidade da religião e do país estava em perigo. O povo e os conselheiros do rei estavam prontos a se submeter muito antes que o rei e os sacerdotes (Ex 10:7). Foi somente após a décima praga, que resultou na morte da geração seguinte da realeza e do sacerdócio, que o rei e os sacerdotes estiveram prontos a se submeter (PP, 272, 283). Nas pragas que caíram sobre o Egito, vemos uma prévia dos terríveis juízos de Deus que logo cairão sobre a Terra (GC, 269, 627).E se tornarão em sangue. Estas palavras não indicam que as águas do Nilo ficariam da cor de sangue, como interpretam alguns comentaristas, mas que de fato se transformariam em sangue. A água se parecia com sangue, e não foi devido ao solo vermelho da Abissínia que sofreu alteração de cor. Alguns sugerem como possível causa uma alta concentração de “plantas e ciliados criptógamos”, algo semelhante à “maré vermelha” de organismos microscópicos que matam milhões de peixes e traz um gás malcheiroso às praias. Pode-se questionar se a água alterada dessa forma se ajusta a todas as especificações desta praga bíblica. Certamente, o momento de sua aparição não poderia ser controlado pelo homem.
Ex.7:18 Sem comentário para este versículo
Ex.7:19 19. Sobre as águas do Egito.A mudança na água se estendeu por todos “os seus rios”, “canais”, "lagoas” e “reservatórios” onde a água estava armazenada para uso após a cheia anual. Esses quatro termos mostram um conhecimento exato do Egito. Embora Arão estendesse a mão sobre apenas um lugar do Nilo, a mudança afetaria todo o Egito.Nos vasos de madeira. Não se declara se a água nos jarros ou outros recipientes foi tirada antes ou depois do milagre.
Ex.7:20 Sem comentário para este versículo
Ex.7:21 Sem comentário para este versículo
Ex.7:22 22. Os magos do Egito fizeram também o mesmo. Assim como aconteceu na primeira audiência de Moisés, os magos foram consultados. Mais uma vez falsificaram um milagre genuíno, dando a impressão de que transformavam em sangue certa quantidade de água. De onde veio a água que os magos usaram? A resposta está no v. 24, que indica que novos poços escavados forneceram água para beber. A expressão vaga “fizeram o mesmo” não indica necessariamente que os magos de fato transformaram a água em sangue. Eles apenas tinham que convencer o faraó de que eram capazes de fazer o que Moisés e Arão tinham feito. Não se realizou nenhum exame de seu pretenso milagre, que, apesar de ser um truque, foi considerado como verdadeiro. Se esses homens tivessem o poder que afirmavam possuir, teriam sido capazes de transformar as sangrentas águas do Nilo em água normal. O fato de o rei ter ficado satisfeito com uma imitação de milagre demonstra estupidez, nesse caso, em consequência de seu coração endurecido. Ele acreditava no que queria acreditar.
Ex.7:23 23. Vírou-se Faraó. Convencido de que Moisés e Arão eram apenas magos com poderes um pouco superiores aos de seus próprios magos, o faraó dispensou os mensageiros de Deus e voltou ao palácio. O sofrimento de seu país, privado de água, teve pouca impressão sobre seu coração endurecido.
Ex.7:24 24. Os egípcios cavaram. Sofrendo grandemente, os egípcios cavaram poços para satisfazer suas necessidades de água durante a emergência. Devido ao fato de o terreno do Egito ser salitroso, a água de poço tem um gosto amargo e salobro. Contudo, foi suficiente para beber e cozinhar durante a praga (Êx 7:25). A água dos hebreus não deve ter sido afetada, visto que apenas os egípcios são mencionados escavando em busca de água. Essa distinção não é declarada aqui, masparece implícita. Nas outras pragas, Moisés faz essa distinção (ver Ex 8:22; 9:4; etc.).
Ex.7:25 25. Sete dias. Este lapso tem sido considerado como o intervalo entre a primeira e a segunda praga, mas é mais natural considerá-lo como a duração da primeira praga (ver PP, 265). Os intervalos de tempo entreuma praga e a seguinte não são informados. E evidente que as pragas continuaram por um período de vários meses. A natureza das várias pragas e os intervalos de tempo mencionados por Moisés indicam um período de tempo que durou, possivelmente, do final do verão ao início da primavera.* 10 - HR, 116; Tl, 264Capítulo 8
Ex.8:1 1. Chega-te a Faraó. Após um intervalo indeterminado, Moisés recebeu a ordem de anunciar a segunda praga. Como a primeira, esta foi anunciada de antemão, para que não fosse considerada algo natural ou uma coincidência.
Ex.8:2 2. Rãs. As rãs eram animais sagrados para os egípcios. Um de seus ídolos, a deusa Heqet tinha cabeça de rã, e que se supunhater poder criador. Embora o principal propósito desta praga fosse punir os opressores de Israel, também atrairía desprezo por seus muitos deuses pagãos. A grande multiplicação de rãs fez com que a deusa Heqet parecesse maligna. Ela atormentou o povo que lhe era tão devoto. As superstições religiosas dos egípcios os obrigaram a respeitar as criaturas que a praga lhesfez odiar, e que, se não fossem deidades, teriam destruído.
Ex.8:3 3. O rio produzirá. É difícil imaginar a severidade dessa praga. Todo o país estava repleto dessas criaturas detestáveis. Era impossível caminhar pelas ruas sem pisá- las. As rãs estavam não apenas à porta das casas, mas dentro delas, no quarto e sobre a cama. A todo tempo ouvia-se seu coaxar e, por todos os lados, via-se suas formas repugnantes. O constante contato com a pele fria e pegajosa delas era repulsivo. Isso talvez fosse o suficiente para abalar a sanidade mental de alguém.
Ex.8:4 Sem comentário para este versículo
Ex.8:5 Sem comentário para este versículo
Ex.8:6 Sem comentário para este versículo
Ex.8:7 Sem comentário para este versículo
Ex.8:8 8. Chamou Faraó a Moisés e a Arão.Embora pudessem imitar a nova praga, os magos egípcios eram incapazes de removê- -la. Isso não é declarado expressamente, mas está implícito no fato de o faraó ter sido obrigado a chamar Moisés e Arão para interceder perante o Senhor, a quem ele afirmara não conhecer. Assim, o obstinado rei, que havia suportado a primeira praga até que Deus a removesse, viu-se forçado a reconhecer a impotência de seus próprios deuses e a pedir ajuda ao Deus dos hebreus.
Ex.8:9 9. Digna-te. Esta é uma expressão de cortesia que significa “tenha a honra de minha submissão”. Ao pedir que faraó indicasse o tempo para a retirada das rãs, Moisés lhe deu outra oportunidade de testemunhar o poder inquestionável de Deus.
Ex.8:10 Sem comentário para este versículo
Ex.8:11 Sem comentário para este versículo
Ex.8:12 12. Moisés clamou ao Senhor. Até este momento, Moisés agira somente em resposta às instruções diretas de Deus. Agora, porém, ele ousou fixar um tempo definido para a retirada da praga, aparentemente sem ordem específica. Ele recorreu à oração fervorosa para que sua proposta obtivesse aprovação divina. Pela primeira vez, Moisés aparece no papel de alguém que conhecia o poder ilimitado da oração, à qual recorreu com frequência e êxito durante os difíceis anos de liderança que se seguiram (ver Êx 32:31, 32; Nm 12:13).
Ex.8:13 Sem comentário para este versículo
Ex.8:14 Sem comentário para este versículo
Ex.8:15 15. Vendo, porém, Faraó. Tão logo veio o alívio, o espírito rebelde de faraó predominou outra vez. Crendo que o perigo já havia passado e, supondo levianamente que não viriam outras pragas, quebrou a promessa. Ele desprezou “as riquezas da Sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus” tinha o propósito de con- duzi-lo “ao arrependimento”. Pela sua “dureza e coração impenitente”, estava acumulando para si mesmo “ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus” (Rm 2:4, 5).Como o Senhor tinha dito. Ver com. de Êx 3:19; cf. Êx 4:21 e 7:4.
Ex.8:16 16. Piolhos. Kinnam, derivada provavelmente da palavra egípcia chenemes, “perni- longos” ou “mosquitos”. A tradução “piolhos” segue a opinião do historiador judeu Flávio Josefo e dos escritores talmúdicos, mas não tem base linguística. Os mosquitos egípcios, de tão pequenos, eram quase invisíveis a olho nu, mas tinham um ferrão, que de acordo com Filo e Orígenes, causava uma irritação extremamente dolorosa na pele.
Ex.8:17 Sem comentário para este versículo
Ex.8:18 18. Não o puderam. Muitos comentaristas sugerem que os magos desistiram por escolha própria da disputa desigual, percebendo que eram incapazes de competir com Moisés e Arão. O texto não admite esta explicação, visto declarar que tentaram fazer o que os mensageiros do Deus dos hebreus tinham feito, mas não produziram nenhum mosquito. Deus lhes permitiu ir adiante com sua obra de oposição até certo ponto, e então os deteve a fim de impedir outras imitações aparentemente exitosas de Seu poder miraculoso.
Ex.8:19 19. Isto é o dedo de Deus. Os magos reconheceram sua impotência mais do que muitos comentaristas modernos, que pensam que os magos podiam ter imitado a terceira praga tão facilmente quanto fizeram com as duas anteriores, se assim o desejassem. Ao atribuir essa praga ao poder dAquele com quem era impossível competir, os magos sem querer uniram forças com Moisés e Arão.Muitas vezes, os oponentes de Cristo dentre os fariseus e até mesmo os possessos de demônios testificaram de Seu poder sobrenatural (Jo 11:47, 48; Lc 8:28). Com frequência a verdade é expressa inconscientemente por aqueles cujas inclinações naturais os têm colocado em oposição a ela.Faraó se endureceu. Os magos reconheceram a inutilidade de prosseguir tentando se opor a Deus, mas o faraó continuou impenitente. O orgulho o impediu de reconhecer sua derrota. Seu coração estava inflexível (ver com. de Ex 4:21).
Ex.8:20 20. Apresenta-te a Faraó. As primeiras nove pragas se dividem em três grupos de três pragas cada um, dos quais os dois primeiros foram precedidos por um aviso e o terceiro, não. Não há uma ordem particular aparente, exceto que cada praga seguinte excedia, em geral, a severidade ou o rigor da anterior.
Ex.8:21 21. Moscas. Vem da palavra heb. 'arob, de significado incerto. Pode estar relacionada à palavra assíria urubatu, “insetos variados nocivos”. Este inseto grande e venenoso é descrito por autores antigos e modernos como uma praga terrível, pois quando enfurecido se fixa ao corpo humano, principalmente às pálpebras, isso explica, em parte, o fato de as doenças oculares serem tão comuns no Egito (ver também o com. de v. 24).
Ex.8:22 22. Separarei. Uma nova característica é introduzida, que distingue a última praga das anteriores, com uma possível exceção (ver com. de Ex 7:24). Isso constituía uma evidência adicional do caráter miraculoso dos juízos divinos, planejados de modo a impressionar as pessoas de que Deus não era uma deidade local ou mesmo nacional, mas que possuía um poder que se estendia a todos os povos. Os egípcios, que estudavam o curso dos eventos durante essas semanas ou meses fatídicos, devem ter reconhecido a autoridade suprema do Deus de Israel sobre o Egito, bem como sobre os próprios hebreus.
Ex.8:23 23. Distinção. Literalmente, “redenção”. Deus estabelecería um sinal pelo qual todos poderíam ver que os hebreus já estavam “redimidos” da servidão, embora nominalmente ainda continuassem escravos.
Ex.8:24 24. A terra ficou arrumada. Essa praga deve ter sido tão severa a ponto de “corromper” ou literalmente “destruir” a terra. Não está claro até onde isso foi verdade, por mais numerosos que os enxames possam ter sido. Simplesmente aceitamos a declaração das Escrituras.
Ex.8:25 25. Ide. A quarta praga impressionou o faraó mais do que as anteriores. Entretanto, ele ainda não estava preparado para aceitar a ordem de Moisés. Em vez disso, ofereceu uma concessão: daria aos israelitas um alívio em seu árduo trabalho e permissão para que celebrassem sua festa — dentro das fronteiras do Egito.
Ex.8:26 26. Não convém. Muitos animais eram considerados sagrados pelos egípcios; alguns, em toda parte, outros, de forma local. Ao celebrarem uma grande festividade em qualquer lugar do Egito, os israelitas estariam inevitavelmente ofendendo a sensibilidade religiosa de seus vizinhos. Esse fato era tão óbvio que faraó não tentou refutar os argumentos de Moisés. Ele próprio teria considerado os ritos sacrificais realizados pelos israelitas como um grande insulto aos seus deuses.
Ex.8:27 Sem comentário para este versículo
Ex.8:28 28. Não vades muito longe. As razões apresentadas por Moisés para ir ao deserto se justificavam diante do rei pagão, a partir de seu próprio ponto de vista religioso. Como resultado, prometeu deixar o povo ir ao deserto e sacrificar se não se afastassem muito, e se Moisés e Arão libertassem a ele e a seu povo da praga. Faraó revelou, pela primeira vez, que o motivo real para recusar deixar Israel ir era o temor de perder todo o povo. Com isso em mente, ele propôs conceder que entrassem no deserto pela fronteira oriental, permanecessem próximo a ela, e assim estivessem ao alcance de seu exército.Parece que Moisés não fez nenhuma objeção, dado que havia pedido permissão para partir por apenas três dias, e isso não teria levado os hebreus muito além da fronteira do Egito.
Ex.8:29 29. Amanhã. O faraó tinha fixado o dia para a remoção da segunda praga (v. 10). Do mesmo modo, Moisés anunciou o tempo para a retirada da quarta. Porém, acrescentouuma advertência solene ao rei contra qualquer outro acordo enganoso. Sua ousadia é de se surpreender, mas o faraó aparentemente aceitou sua proposta sem objeção.
Ex.8:30 Sem comentário para este versículo
Ex.8:31 31. Não ficou uma só. A mão de Deus foi manifestada na remoção e na imposição das pragas. O completo desaparecimento das moscas foi tão sobrenatural quanto seu repentino surgimento.Capítulo 9coração volta a se endurecer.i> los, sobre os jumentos, sobre os camelos, sobre o gado e sobre as ovelhas, com pestilência gravíssima.e fogo desceu sobre a terra; e fez o Senhor cair chuva de pedras sobre a terra do Egito.e da cidade e estendeu as mãos ao Senhor; ces- í saram os trovões e a chuva de pedras, e não caiu mais chuva sobre a terra.
Ex.8:32 Sem comentário para este versículo
Ex.9:1 Sem comentário para este versículo
Ex.9:2 Sem comentário para este versículo
Ex.9:3 3. Sobre o teu rebanho. Até então as pragas tinham sido direcionadas contra os próprios egípcios, em vez de sobre suas propriedades. Estas podem ter sofrido umpouco com a praga anterior (ver Êx 8:24), mas as diversas aflições haviam causado apenas algum mal e dor. A partir de então, suas propriedades seriam afetadas. Ficaria o faraómais impressionado com as calamidades que empobreceríam seus súditos do que com as que meramente lhes causaram sofrimento pessoal? Considerando isso, a mão de Deus foi posta primeiramente sobre seu gado e sobre todos os seus animais domésticos.Sobre os cavalos. Os cavalos eram desconhecidos antes da invasão dos hicsos e, consequentemente, não aparecem na lista dos animais presenteados a Abraão (Gn 12:16). Eles se tornaram comuns na 18a dinastia e parecem ter sido usados principalmente na guerra.Sobre os camelos. O camelo não era usado amplamente no antigo Oriente Médio antes do século 13 a.C., por isso é pouco mencionado nos registros bíblicos mais antigos. Porém, representações de camelos encontradas no Egito, Síria-Palestina e Mesopotâmia do terceiro e do segundo milênio a.C. mostram que a domesticação esporádica desse animal já acontecia bem antes do século 13 a.C. (ver com. de Gn 12:16; 24:11).Pestilência. E o termo hebraico comum para "praga”. A doença específica mencionada aqui afetava apenas os animais, assim, a palavra podería ser traduzida por “praga de animal”. As doenças epidêmicas do gado não eram raras no Egito e, por vezes, ceifaram vários animais. Porém, o caráter miraculoso desta praga está no seu anúncio prévio, surgimento no dia determinado, na severidade e no fato de os animais dos hebreus não terem sido afetados.
Ex.9:4 Sem comentário para este versículo
Ex.9:5 5. Amanhã. Um tempo definido foi fixado para a praga, como no caso da anterior (Ex 8:23), a fim de que o faraó pudesse reconhecer nela um juízo de Deus. Além disso, haveria tempo para os que acreditavam em Moisés buscarem dos campos os seus animais (ver Ex 9:3).
Ex.9:6 6. Todo o rebanho dos egípcios. Ouseja, tudo o que estava nos campos (Ex 9:3). No tempo da praga seguinte muitos dos egípcios ainda possuíam animais (v. 19). O fato demuitos egípcios terem trazido seus rebanhos indica como foram impressionados pelo poder de Deus a pelas catástrofes que se seguiram.Não morreu nem um. Sobre a distinção entre israelitas e egípcios, ver Exodo 8:22.
Ex.9:7 7. Faraó mandou. Pela primeira vez, o faraó manifesta curiosidade sobre as pragas. Porém, apesar de perceber que os fatos correspondiam aos anúncios de Moisés, ele não estava muito impressionado. Em certo sentido, parece ter ficado menos impressionado por essa praga do que pelas anteriores. Aparentemente, ele não tinha sofrido grandes perdas pessoais, e a perda financeira de seus súditos tinha pouca importância para ele. O fato de os animais dos hebreus terem se salvado podería ter sido atribuído ao ar mais saudável de Gósen, ou ao mais amplo conhecimento da parte de seus donos sobre o cuidado com os animais, uma vez que eram pastores. Um coração obstinado sempre encontra razões para aquilo em que escolhe acreditar.
Ex.9:8 8. Apanhai. A sexta praga, como a terceira, não teve anúncio prévio, embora o milagre devesse ser realizado na presença do rei. Talvez isso tenha acontecido quando estava a caminho do rio para os rituais diários que ele realizava ali (ver Ex 7:15; 8:20).Cinza de forno. Os eruditos estão divididos quanto ao significado da palavra hebraica traduzida como “cinzas”. Alguns comentaristas pensam que deveria ser traduzida por “fuligem”. O forno era um fun- didor. Esta praga em particular parece ser o cumprimento da promessa feita a Abraão quatro séculos antes (PP, 267).
Ex.9:9 9. Tumores. Talvez um “abcesso” ou uma “úlcera que estourava formando bolhas”. A natureza exata desta doença não é clara. Alguns imaginam que se trata dos furúnculos do Nilo, que acometiam os egípcios no fim da cheia anual, causando uma coceira quase insuportável. Uma vez que isso é comum no Egito, dificilmente seria considerado sobrenatural,a menos que fosse com severidade sem precedentes. Alguns comentaristas supõem que a praga tenha sido varíola ou uma doença de pele semelhante à lepra.
Ex.9:10 Sem comentário para este versículo
Ex.9:11 11. Os magos não podiam permanecer. Parece que até aqui os magos estiveram presentes quando os milagres eram realizados, embora tivessem falhado algumas vezes em produzir sua contrafação. Nesta ocasião, a praga caiu sobre eles com tamanha severidade que não podiam continuar com o rei. Em vez disso, fugiram para suas casas, em busca de proteção e tratamento.
Ex.9:12 12. O Senhor endureceu. Ver com. de Êx 4:21.
Ex.9:13 13. Apresenta-te a Faraó. A sexta praga não teve efeito sobre o coração endurecido do faraó, que estava inflexível diante dos sofrimentos de seu povo e até pelos seus próprios. Portanto, Deus ordenou a Moisés que aparecesse diante do faraó mais uma vez para adverti-lo de juízos ainda mais terríveis.Dize-lhe. Moisés deveria repetir a mesma mensagem de antes, indicando que Deus não muda (ver Ex 8:1, 20; 9:1; etc.). A longa mensagem que se segue contém advertências que poderiam impressionar até o pecador mais obstinado.
Ex.9:14 14. Todas as Minhas pragas sobre o teu coração. Este anúncio enfático contrastava o futuro imediato com o passado recente e informava o rei que Deus traria sobre ele juízos ainda mais severos do que antes. Ele deveria esperar por pragas de mais intensidade e numa sucessão mais rápida, direcionadas principalmente ao seu espírito obstinado e teimoso. A perda de seu primogênito, o príncipe herdeiro, subjugaria seu coração endurecido, e ele rogaria aos israelitas que fossem embora, e aos líderes, seus piores inimigos, que o abençoassem (Ex 12:32).
Ex.9:15 15. Já Eu podería ter estendido a mão. Algumas versões como a KJV e a ACF apresentam os verbos deste versículo no tempo futuro. Na ARA e ARC, os verbosestão no tempo perfeito do hebraico, como no original.
Ex.9:16 16. A fim de mostrar-te. Deus continua explicando a razão de ainda não ter destruído o faraó, cuja teimosia há muito requeria tal castigo. A razão apresentada é dupla: (1) que o faraó reconhecesse o poder do Deus verdadeiro e fosse impelido a louvar a Yahweh; (2) que o nome de Deus fosse declarado em toda a Terra. Isso se cumpriu, e o faraó foi forçado a admitir não somente o poder superior de Deus, mas também Sua justiça (ver v. 27). Os eventos que precederam e acompanharam o êxodo ficaram famosos no mundo todo. Como o costume dos egípcios era não registrar eventos adversos, não deixaram sinais do êxodo em seus monumentos, mas não poderiam impedir que a maravilhosa história se espalhasse e chegasse a outras nações (ver Ex 15:14; Js 2:10; etc.). Atualmente, embora tenha passado mais de três milênios desde que essas “coisas maravilhosas” aconteceram “na terra do Egito, no campo de Zoã” (SI 78:12), a história ainda é lida em mais de mil idiomas, em todos os países do mundo, proclamada por incontáveis pregadores e ainda tida como verdadeira por milhões de judeus e cristãos. Poderia alguma profecia ser cumprida de forma mais literal que esta proferida ao rei do Egito?O tempo futuro usado na KJV ao traduzir Exodo 9:15, 16 (ver com. do v. 15) tem conduzido a uma interpretação errônea do caráter de Deus e da natureza de suas relações com o homem. Isso dá a impressão de que Deus predestinou o faraó a persistir em sua atitude de resistir a Ele, a fim de que o Altíssimo pudesse se beneficiar com a dureza de seu coração. Além disso, deduz-se que Deus o trouxe a existência e o colocou no trono do Egito com esse propósito e o condenou a agir desafiando a vontade divina. Essa interferência contradiz muitas declarações das Escrituras que afirmam que Deus não predetermina o destino de ninguém nem força a vontade humana(ver Js 24:15; Is 55:1; Jo 1:12; 3:16; 7:37; Ap 22:17; etc.). A ideia dos v. 15 e 16, do original hebraico, é expressa de forma mais adequada do seguinte modo: “Pois já Eu poderia ter estendido Minha mão para te ferir a ti e a teu povo com pestilência, e terias sido cortado da Terra; mas deveras para isso te hei mantido, a hm de mostrar-te Meu poder, e para que seja o Meu nome anunciado em toda a terra” (ARA; a NVI transmite a mesma ideia; ver Ed, 174-178, 238, 304).
Ex.9:17 17. Ainda te levantas? Entende-se que ainda nesta hora o faraó poderia ter impedido os grandes desastres que mais tarde caíram sobre ele e seu povo. Ele teria ainda a oportunidade de decidir se iria ou não cooperar com Deus. No hebraico, esse versículo não é uma pergunta, mas uma declaração, embora o sentido não mude: “Ainda te exaltas”, etc.
Ex.9:18 18. Amanhã, por este tempo. O fato de o tempo ter sido fixado para o começo da praga testificaria ao rei que Yahweh é Senhor da Terra e dos céus, e que as forças da natureza e todos os objetos da idolatria egípcia eram criaturas de Seu poder sujeitas à Sua vontade. Esses elementos, considerados pelos egípcios como seus deuses, longe de serem capazes de ajudá-los, estavam sob o controle do Deus de seus inimigos, e Ele os usaria como instrumentos para punir aqueles que os adoravam. Como Deus Se aborrece com a idolatria!Mui grave chuva de pedras. A chuva e, principalmente, a chuva de pedras são eventos raros no Egito. Na região do Cairo não cai mais que 60 milímetros de chuva por ano, e no sul do Cairo raramente chove. Algumas vezes passam-se anos sem que caia uma gota sequer. Portanto, é compreensível que uma tempestade como a descrita em Exodo 9:23 e 24 fosse algo tão extraordinário e considerado um ato de juízo divino (ver v. 27).Desde o dia em que foi fundado. Esta é outra expressão egípcia típica traduzida por Moisés ao hebraico, que, com muitas outras,mostra que o autor era familiarizado com a língua egípcia. No v. 24 o mesmo pensamento é expresso pelas palavras “desde que veio a ser uma nação”. Muitas inscrições egípcias se referem ao passado antigo quando seu primeiro rei uniu várias tribos transformando-as em uma nação.
Ex.9:19 19. Manda recolher o teu gado. Mesmo em meio ao castigo, Deus mostrou misericórdia, advertindo os egípcios de seu destino iminente e avisando-lhes que protegessem a si mesmos e suas propriedades. Se o faraó e seus servos tivessem aceitado o aviso dado de maneira tão misericordiosa, a vida de homens e de animais teria sido poupada. Mas o aviso não foi considerado, e houve grandes perdas (v. 25).
Ex.9:20 20. Quem dos oficiais de Faraó temia. Pela primeira vez se insinua que havia egípcios que tinham aprendido a temer a Deus. Aparentemente, o efeito das pragas tinha convencido muitos deles de que o Deus dos hebreus era de fato o Deus poderoso. E provável que eles ainda não O conhecessem como o único Deus verdadeiro, mas apenas como Alguém a quem convinha respeitar. No êxodo, um “misto de gente”, aparentemente não hebreus (cf. Nm 11:4), deixou o Egito com os israelitas (Ex 12:38). Como resultado das pragas, muitos egípcios devem ter chegado à conclusão de que seria vantagem se unir aos hebreus e se beneficiar com uma lealdade, ao menos nominal, ao Deus deles. No momento da sétima praga está o primeiro indício de dissensão entre os egípcios, que até esse momento pareciam unidos contra os israelitas. Alguns dos “oficiais de faraó” aproveitaram a advertência dada por Moisés (Ex 9:20) e recolheram seu gado e reban hos antes que viesse a tempestade.
Ex.9:21 21. Aquele, porém, que não se importava. Uma chuva de pedras tão grande, ao ponto de colocar em perigo a vida de pessoas e de animais, parecia algo impossível para os egípcios. Moisés e Arão devem ter parecidoaos egípcios como Ló aos seus genros - como alguém que “gracejava com eles” (Gn 19:14).
Ex.9:22 22. Para o céu. O ato de estender a mão para o céu era apropriado, pois a praga viria daquela direção. A mão de Arão tinha sido estendida sobre as águas na primeira e segunda pragas (Ex 7:19, 20; 8:6), e sobre o “pó da terra” na terceira (8:17).
Ex.9:23 23. Moisés. A partir da sétima praga, Moisés assume a posição de único agente de Deus. Ao chamar os representantes dos israelitas, o faraó ainda mandou buscar Moisés e Arão (Ex 9:27 e 10:8). No entanto, Moisés se tornara:(1) o porta-voz de Deus na presença do rei; e(2) executor dos juízos divinos. A essa altura, ele devia ter perdido sua timidez e temor, tornando-se um corajoso defensor da causa de Deus até o fim de sua vida.Trovões e chuva de pedras, e fogo. Embora tivesse sido predita apenas a chuva de pedras, raios e trovões em geral acompanham as tempestades em climas quentes. O fenômeno descrito aqui como fogo que “desceu sobre a terra” deve ter sido algo semelhante a bolas de fogo.
Ex.9:24 Sem comentário para este versículo
Ex.9:25 25. A chuva de pedras. Por mais que os relâmpagos tivessem sido terríveis, a chuva de pedras provocou grande destruição. De acordo com o aviso dado (v. 19), os pastores e os rebanhos deixados ao ar livre foram mortos.Feriu tudo quanto havia no campo.Não num sentido absoluto, pois, de acordo com Exodo 10:5, parte da vegetação não foi atingida. A declaração indica toda colheita e árvore que dá fruto. Exodo 9:31 deixa claro que apenas dois tipos de plantação foram destruídos por completo: a cevada e o linho, ao passo que outros sofreram danos em grau menor.
Ex.9:26 26. Somente na terra de Gósen. VerÊx 8:22; 9:4; 10:23.
Ex.9:27 27. Esta vez pequei. A praga da chuva de pedras causou uma forte impressão sobre o rei, maior do que qualquer um dos juízosanteriores. Foi a primeira praga a matar homens e a manifestação mais terrível de poder divino que ele havia experimentado (Ex 9:24). Portanto, o faraó foi mais humilde desta vez, e, apesar de ter chamado Moisés duas vezes e pedido a retirada das pragas (Ex 8:8, 25, 28), esta foi a primeira vez em que o orgulhoso rei admitiu seus erros. A confissão foi notável, porém não representava arrependimento sincero, como indica a expressão “esta vez”. Ela foi impelida mais pelo efeito do terror ocasionado pelos trovões e raios ame- drontadores e da chuva de pedras destrutiva do que por pesar genuíno pelo pecado.
Ex.9:28 28. Não ficareis mais aqui. Novamente o rei deu sua palavra. Ele deixaria os hebreus partirem se a praga cessasse.
Ex.9:29 29. Em saindo eu da cidade. Possivelmente Mênfis ou Tânis, sendo a última a mais provável (ver com. de Ex 7:15), onde o rei morava, e para onde foram Moisés e Arão quando enviados por Deus para se apresentarem diante do rei ou quando chamados por ele.Estenderei as mãos. Este é um dos vários textos em que se menciona o costume de estender as mãos em oração. Não foi apenas Aloisés que orou desta maneira, mas também Jó (Jó 11:13), Salomão (2Cr 6:13) e Esdras (Ed 9:5).A terra é do Senhor. Embora a palavra traduzida como “terra” pudesse também ser “país” e, assim, aplicada ao Egito, é provável que a primeira esteja correta, porque sempre foi o propósito de Deus ensinar as pessoas a reconhecê-Lo, não como um deus local, mas como o governante dos céus e da terra.
Ex.9:30 30. Eu sei que ainda não temeis ao Senhor. Moisés, sabendo que a atitude do rei permanecería tão inflexível quanto antes, tão logo a praga fosse removida, foi ousado o suficiente para expressar sua convicção desse fato na presença do rei. O verdadeiro temor a Deus é demonstrado pela obediência aos Seus mandamentos. No entanto, o medo dofaraó era do tipo que os demônios sentem, pois eles também “creem e tremem” (Tg 2:19). Um temor piedoso conduz à obediência, mas o temor no coração do faraó o levou a fazer falsas promessas e a cometer um pecado maior. O temor genuíno de Deus não foi o tipo sentido pelo faraó, mas um espírito de temor reverente resultante da consciência da sublime majestade e do poder de Deus.
Ex.9:31 31. O linho. As informações com respeito às plantações que sofreram com a praga indicam a época do ano em que ela ocorreu. Os egípcios cultivavam linho porque preferiam este tecido para vestimentas. Os sacerdotes só usavam este tecido.Em flor. Isso indica que era final de janeiro ou começo de fevereiro.Cevada. A plantação de cevada já estava na espiga na mesma época, sendo colhida geralmente em março. Ela era usada para a produção de cerveja, uma bebida comum entre os antigos egípcios. Também era usada para alimentar os cavalos e para fazer pão pelas classes mais pobres.
Ex.9:32 32. Trigo. No Egito a colheita do trigo começava cerca de um mês após a da cevada e continuava até o início de abril.Centeio. O centeio não era cultivado no Egito, e normalmente se aceita que a palavra hebraica aqui traduzida por “centeio” era na verdade espelta, um tipo inferior de trigo que atualmente é cultivado no Egito como uma segunda colheita. Como mostram os monumentos, era mais cultivado antigamente doque hoje. Era semeado ao mesmo tempo em que o trigo e também amadurecia junto com ele, no final de março.A observação de que o linho e a cevada tinham sido destruídos, mas que o trigo e espelta tinham escapado de danos maiores, mostra que a praga da chuva de pedras deve ter acontecido no fim de janeiro ou início de fevereiro. Teria sido dois ou três meses antes do êxodo. Sobre a duração das pragas, ver com. de Êxodo 7:25 e 9:31.
Ex.9:33 Sem comentário para este versículo
Ex.9:34 34. Tornou a pecar. Com perversa impenitência, o rei endureceu seu coração, como predisse Moisés. Ao que tudo indica, seus oficiais o apoiaram nessa decisão, embora a praga seguinte os convencesse da inutilidade de sua resistência (Ex 10:7). Não está claro se apoiaram o faraó devido ao fato de serem seus servos, ou porque ainda não estavam convencidos do poder de Deus.Como algumas das pragas anteriores, a sétima outra vez demonstrou a inutilidade do arrependimento nascido do temor. Assim, Deus poderia conseguir a submissão de todos, mas a conquista seria inútil, porque o coração ainda não seria dEIe. Deus não é encontrado na tempestade ou no fogo, mas na voz suave que fala dentro do peito. Muitos pecadores têm passado pelos portões do medo, quando ouvem a voz de Deus, confessam Seu poder e reconhecem sua própria indignidade, mas o caráter humano só é transformado quando, no silêncio, ouve a voz divina.Capítulo 10
Ex.9:35 Sem comentário para este versículo
Ex.10:1 1. Eu lhe endurecí o coração. Literalmente, “Eu, Eu mesmo, lhe fiz pesado o coração” (ver com. de Ex 4:21). O pronome “Eu” ocorre duas vezes no original: como um pronome pessoal independente e ligado ao verbo, para dar ênfase.
Ex.10:2 2. Para que contes. Neste versículo é revelado um novo objetivo das pragas. Elas foram designadas não apenas para impressionar o faraó e seus servos com a grandiosidade de Deus e assegurar sua cooperação, mas também para convencer os filhos de Israel e todas as futuras gerações de que o Senhor é o único Deus verdadeiro. Os salmos 78, 105 e 106 ilustram como a história da libertação foi transmitida de geração em geração. Era plano de Deus que Suas misericórdias e Seus feitos maravilhosos fossem relembrados perpetuamente. Esquecer os benefícios de Deus é uma das tristes facetas da natureza pecaminosa, por isso o ser humano precisa de constante exortação a fim de relembrá-los. Isso com frequência é verdadeiro com respeito às suas necessidades diárias, mas se aplica também a circunstâncias providenciais, tais como as relacionadas à conversão ou recuperação de doença grave.
Ex.10:3 3. Até quando? A confissão do faraó (Ex 9:27) foi um ato humilhante, anulado por uma reação orgulhosa de seu coração rebelde (9:34, 35). Deus não desejava do rei uma mera profissão de humildade, mas que ele atuasse de acordo com ela. O arrependimento do faraó não se provaria genuíno até que ele liberasse os israelitas.
Ex.10:4 4. Gafanhotos. Deus anunciou uma praga de gafanhotos, a mais terrível que o Egito já tinha visto, como mais uma punição para o obstinado rei. Os gafanhotos, “o grande exército” de Deus, como são chamados em Joel 2:25, têm até os dias atuais trazido calamidade aos países do Oriente Médio, geralmente a cada 10 ou 15 anos. Um controle efetivo tem sido possível atualmente, por meio de métodos científicos, como o uso de lança-chamas, trincheiras tratadas com produtos químicos onde os gafanhotos caem em grandes quantidades, destruição dos ovos e o uso de arsênico. No entanto, esses meios não eram disponíveis até há pouco tempo. Antigamente, os gafanhotos eram considerados a mais terrível de todas as punições que podiam cair sobre um país. Joel dá uma descrição vivida dessapraga, dizendo: “À frente dele vai fogo devo- rador, atrás, chama que abrasa; diante dele, a terra é como o jardim do Éden; mas, atrás dele, um deserto assolado” (J1 2:3). Eles des- troem toda a vegetação, incluindo colheitas, verduras, arbustos e espinhos. Fazem dano até mesmo às cascas das árvores, sendo que os menores galhos ficam descobertos por completo (ver jl 1:7-12). Chegam em grandes enxames, cujo barulho do voo se parece ao da chuva ou o crepitar do fogo no pasto seco, e são tantos que escurecem o céu (Jl 2:2, 3).
Ex.10:5 5. Eles cobrirão [...] a face da terra. Isto é literal. As vezes, cobrem o chão tão rapidamente que em muitas áreas não é possível ver o solo.Eles comerão o restante. Uma vez queos gafanhotos não deixam nenhum traço de verdor (ver com. de Ex 10:4), é óbvio que devorassem tudo o que havia restado da chuva de pedras, principalmente o trigo e o centeio (ver Ex 9:32). De fato, as perspectivas da colheita seguinte pareciam negativas em extremo. Não se podia esperar nenhum produto para aquele ano, e a fome seria inevitável.
Ex.10:6 6. Encherão as tuas casas. Construídas com aberturas para luz e ventilação, as casas antigas eram facilmente invadidas pelos insetos. Numa praga, enxames de gafanhotos voavam para dentro das casas e deslizavam sobre as paredes às dezenas de milhares. Os que já vivenciaram essa praga contam que é difícil impedir que os gafanhotos entrem na boca quando se está comendo.Como nunca viram teus pais. Como outros países do Oriente Médio, o Egito às vezes sofre com a praga devastadora de gafanhotos. Contudo, essa invasão excede- ria todas as pragas então já vistas.Virou-se. Moisés não esperou para saber que efeito o anúncio teria sobre o rei, pois sabia que o faraó não temeria a Deus.
Ex.10:7 7. Os oficiais de Faraó lhe disseram. Até então, os cortesãos pareciam não terse aventurado a dar opiniões próprias, pelo menos que se opusessem ao faraó. Com exceção dos magos que declararam que os piolhos da terceira praga eram o “dedo de Deus” (Ex 8:19), toda a corte permaneceu passiva enquanto o rei tomava as decisões fatais que afetavam toda a nação. Diz-se deles que “endureceram” o coração, como o rei (Ex 9:34). Agora, porém, falam de seu temor. Tendo perdido quase todo o gado e as plantações, realmente se alarmaram, temendo que mais calamidades os arruinassem de modo permanente. Fizeram isso antes de a praga começar, o que revelou sua crença nas predições de Moisés e no poder de seu Deus. Alguns já criam quando a chuva de pedras foi anunciada (Ex 9:20), mas então esse sentimento tinha se tornado mais geral.
Ex.10:8 8. Ide, servi ao Senhor. Ao perceber que estava perdendo o apoio de seus conselheiros, o faraó permitiu-lhes chamar Moisés e Arão para lhes fazer mais questionamentos. A ordem “ide” foi seguida de uma pergunta que implicava que nem todos estavam incluídos nela. Parece que o rei estava procurando em vão uma concessão mínima que aplacasse Moisés e evitasse outras calamidades. Portanto, buscou dar ao pedido de Moisés a impressão de ser irracional.
Ex.10:9 9. Com os nossos jovens e com os nossos velhos. A resposta de Moisés não foi ambígua. Toda a nação deveria participar da festividade. Seus rebanhos e gados os acompanhariam, não apenas para servir de sacrifícios para a celebração e alimento para o povo, mas também para serem cuidados por seus donos.
Ex.10:10 10. Replicou-lhes. Deduzindo pela declaração de Moisés que os israelitas não tinham a intenção de voltar, o faraó novamente ficou irado e disse: “Seja o Senhor convosco, caso eu vos deixe ir e as crianças. Vede, pois tendes conosco más intenções”. Esta resposta reflete desprezo não apenas para com Moisés e Arão, mas também paracom o Senhor, que já tinha provado por meio das maravilhosas manifestações de Seu poder que podia fazer com o faraó o que desejasse. Após essa demonstração de má vontade, o rei disse aos mensageiros de Deus que podia ver através de suas más intenções. Ele fingia estar mais preocupado com as mulheres e crianças hebreias do que Moisés e Arão, mas estava determinado a mantê-las como garantia de que os homens voltariam (PP, 271).
Ex.10:11 11. Andai agora vós (ARC). Esta aparente concessão não foi séria, isso fica evidente da expressão “andai agora”, na qual a ironia é inconfundível, e ainda mais pelo fato de que com estas palavras o faraó acabou com todas as negociações com Moisés e Arão e os expulsou de sua presença. Esse insulto, registrado pela primeira vez, mostra que seu ódio aumentava ao ver cada vez com mais clareza que teria de se render afinal.
Ex.10:12 Sem comentário para este versículo
Ex.10:13 13. Um vento oriental. Em geral, os gafanhotos surgem com o vento, visto que não podem voar longe sem ele. Neste caso, um vento oriental os teria movido do norte da Arábia, região onde com frequência, esses insetos proliferam. Isso seria algo excepcional, uma vez que os gafanhotos que invadem o Egito partem da Líbia ou da Etiópia, ou seja, do sul ou do sudoeste. O fato de o vento ter soprado por um dia e uma noite inteira antes de os gafanhotos chegarem ao Egito, sugere que percorreram uma distância considerável.
Ex.10:14 14. Por toda a terra. Na maioria das vezes, os enxames de gafanhotos são confinados a determinadas partes do país, mas naquela ocasião a praga afetou uma área tão grande como nunca antes. Apenas esse fato já seria extraordinário.Nem depois deles virão outros assim. Esta declaração não contradiz o que está em Joel 2:2, em que séculos depois outra praga de gafanhotos foi mencionada, pois a primeira ocorreu no Egito e a segunda, na terra de Israel.
Ex.10:15 15. A terra se escureceu. Não está claro se essa escuridão foi causada pelo voo dos gafanhotos ou depois de terem pousado. Os gafanhotos geralmente surgem em nuvens tão espessas que escurecem a luz do sol e com frequência transformam o meio-dia em entardecer. Também é verdade que seus corpos pardos e asas escurecem o solo quando pousam sobre o chão. A última explicação é a mais provável (ver J1 2:2).Todo fruto. Embora não seja mencionado expressamente no relato dessa praga, o dano aos frutos ocasionado pela chuva de pedras está implícito (ver Ex 9:25). Gafanhotos em geral devoram primeiramente as plantações, as plantas e as folhas; depois atacam materiais mais duros como junco, brotos e cascas de árvores. No Egito, os frutos principais eram figos, romãs, amo- ras, uvas e tâmaras.Não restou nada verde. Observadores modernos declaram que meia hora é o suficiente para que um enxame de gafanhotos transforme uma região fértil num deserto ; temporário. Depois da passagem dos gafanhotos, não resta nada a não ser raízes, troncos e ramos mais grossos. A aparência de uma região devastada assim é semelhante a um lugar que foi incendiado (ver Jl 2:3).
Ex.10:16 16. Faraó se apressou em chamar. O rei tinha feito apelos semelhantes antes, mas nunca tão urgentes. Evidentemente, essa praga o deixou mais aterrorizado do que as sete anteriores.
Ex.10:17 Sem comentário para este versículo
Ex.10:18 18. Orou ao Senhor. Moisés sabia que nem uma palavra de reprovação ou pedido mudaria o coração endurecido do monarca. No entanto, ele intercedeu, não com base em alguma promessa do rei, que ele sabia por experiência própria seria logo quebrada. A paciência e generosidade de Moisés são verdadeiramente notáveis. Ele atendeu ao pedido do rei no instante em que foi feito, sem pedir nenhum favor ou fazer qualquer reprovação.
Ex.10:19 19. Fortíssimo vento ocidental.Literal mente, "um vento do mar”, indicando que procedeu do Mediterrâneo. Sendo que levou os gafanhotos ao Mar Vermelho, deve ter partido do noroeste. Como o mar Mediterrâneo fica a oeste da Palestina, os hebreus usavam a expressão "o mar” como ura sinônimo para “oeste”.No Mar Vermelho. Literalmente, “Mar dos Juncos”. Não se sabe com certeza o motivo deste nome, dado que não existem juncos ali atualmente, nem há indicação de que houvesse nos tempos antigos. Porém, a evidência de inúmeras passagens bíblicas (ver Êx 15:4; 23:31; Nm 21:4; etc.) torna quase certo que o “Mar dos Juncos” era na verdade o Mar Vermelho, e não um dos lagos amargos da região do Canal de Suez, como defendem alguns comentaristas.
Ex.10:20 20. Endureceu o coração de Faraó. Ver com, de Êx 4:21.
Ex.10:21 21. Estende a mão. A nona praga, como a terceira e a sexta, foi derramada sem aviso prévio. Depois da praga das úlceras, Deus anunciou que estava prestes a enviar todas as Suas pragas ao “coração” do rei (Ex 9:14). Portanto, era de se esperar uma sucessão de juízos. Aparentemente, essa praga veio pouco depois da oitava.Trevas. Alguns comentaristas supõem que um eclipse do sol causou a intensa escuridão. Contudo, essa interpretação não pode estar correta, pois um eclipse jamais poderia produzir uma escuridão que durasse três dias (Êx 10:22). A maioria dos intérpretes crê que o milagre foi produzido pelo hamsin, uma tempestade de areia do deserto que ocasionalmente sopra sobre o Egito e cobre a terra com uma escuridão incomum. Isso se deve às densas nuvens de areia fina que o vento carrega consigo e que interceptam a luz do sol, provocando uma escuridão mais profunda do que as piores neblinas. O presente autor já vivenciou uma tempestade de areia no limite do deserto Indiconum dia claro e pôde testemunhar que por meia hora a escuridão prevaleceu, como se fosse a de uma noite sem luar. Saturado de finas partículas de areia, o vento era irritante e deprimente; homens e animais buscaram refúgio. A areia fina penetrava todo compartimento, até os armários das casas. Uma tempestade de areia pode durar dois ou três dias, mas raramente tem um efeito tão extremo para durar tanto. Mesmo se Deus tivesse usado redemoinhos de areia para produzir a escuridão, seria miraculoso, pois, embora o país inteiro estivesse envolto em trevas impetráveis por três dias, os filhos de Israel, que viviam no mesmo país, tinham luz (v. 23). Os egípcios, porém, estavam acostumados a tempestades de areia severas soprando a partir do deserto. Além disso, como nas outras pragas, Moisés descreveu o instrumento com o qual foi realizada, seria lógico esperar que ele se referisse a essa como uma tempestade de areia, se assim o fosse.Como as pragas anteriores, essa desferiu um forte golpe nos deuses egípcios. O deus-sol tinha sido o principal no Egito por séculos, e todo rei chamava a si mesmo de “filho de Rá”. Na época de Moisés, esse deus era identificado com Amon e tinha o nome de Amon-Rá. Os maiores templos que o mundo já viu foram construídos em sua honra, e um deles, o grande templo em Karnak, no alto Egito, é ainda mag- nificente, mesmo em ruínas. Outro deus era o disco sol Aton, que poucas décadas depois do êxodo se tornou o deus supremo do sistema religioso egípcio. Por ocasião da nona praga, a completa impotência desses deuses estava demonstrada claramente aos seus adoradores.
Ex.10:22 Sem comentário para este versículo
Ex.10:23 23. Luz nas suas habitações. Nãose tem explicação de como isto se deu. Os que entendem que a escuridão foi resultado de uma tempestade de areia explicam que ela não se estendeu até a terra de Gósen.Porém, nesse caso, os egípcios que viviam entre os israelitas, se é que havia algum, teriam compartilhado dos benefícios de seus vizinhos, o que não parece ter ocorrido. O registro indica que a escuridão foi geral, mas que os filhos de Israel tinham luz.
Ex.10:24 24. Faraó chamou a Moisés. A intensa escuridão foi mais do que o rei poderia suportar por tanto tempo. No terceiro dia de sua duração, enviou mensageiros para localizar Moisés. Conduzido à presença do rei, Moisés foi informado de que os hebreus, incluindo suas famílias, podiam partir para a celebração religiosa no deserto, mas que deviam deixar seus rebanhos e gados para trás. Isso garantir ia o retorno ao Egito, uma vez que sem o gado seriam incapazes de viver muitos dias no deserto.
Ex.10:25 Sem comentário para este versículo
Ex.10:26 26. Nem uma unha ficará. Moisés recusou a proposta com termos inequívocos. Ele já havia declarado antes que iriam com suas famílias e todos os seus animais (v.9), e de forma alguma retrataria dessa estipulação.Não sabemos. Moisés deu uma explicação para sua recusa. A festa proposta era novae seu ritual ainda não era conhecido. Não lhes seriam dadas instruções exatas antes de chegarem ao lugar designado por Deus. O gado deveria ser levado com eles porque a festa certamente exigiria a oferta de sacrifícios.
Ex.10:27 27. O Senhor, porém, endureceu. Ver com. de Ex 4:21.
Ex.10:28 28. Retira-te de mim. Esta resposta indica grande furor. O rei percebeu que Moisés o privaria da mão de obra gratuita da qual o Egito desfrutou por longo tempo. Enfurecido, perdeu todo seu domínio próprio e rudemente ordenou a Moisés que não voltasse, sob pena de morte.
Ex.10:29 29. Bem disseste. A resposta de Moisés foi clara e digna. O representante de uma nação de escravos estava diante de um mestre, com completo controle da situação. Estas palavras indicam que Moisés recebeu bem a decisão real, sabendo que outras audiências seriam inúteis.Nunca mais tornarei eu a ver o teu rosto. Estas palavras expressam simplesmente consentimento à ordem do rei. Moisés não aparecería diante do faraó outra vez por vontade própria.Capítulo 11vizinha objetos de prata e de ouro.
Ex.11:1 1. Ainda mais uma praga. Embora Deus tivesse previamente indicado a Moisés que seriam necessários vários juízos para que o faraó lhes desse permissão para partir (ver 1.\ 3:19; 9:14), Ele não revelou o número exato de pragas que viriam. Pela primeira vez, há menção a respeito do tempo quando se daria a libertação.E certo que vos expulsará. O verbo hebraico é mais enfático. Faraó final mente os deixaria ir, sem nenhum tipo de reserva.
Ex.11:2 2. Todo homem. Em princípio, apenas as mulheres deveriam “pedir” (ver com. de Ex 3:22). Chegada a hora, os homens foram incluídos. Pode parecer estranho que os homens, da mesma forma que as mulheres, fossem instruídos a pedir jóias de seus vizinhos. Contudo, monumentos egípcios mostram homens usando tantas joias - colares, braceletes, anéis, etc. — quanto as mulheres.
Ex.11:3 3. O homem Moisés era mui famoso. Alguns acham estranho que Moisés, sendo o autor do Pentateuco, tivesse feito tal comentário. No entanto, não existe nada na declaração que demonstre vaidade da parte de Moisés. Ele está apenas explicando por que os egípcios abriram mão de seus recursos de forma tão liberal. Era natural que, como agente de Deus, o povo tenha associado Moisés com os sinais espetaculares que testemunharam. Em primeiro lugar,ele deixou os magos atônitos (Êx 8:18, 19), depois impressionou os cortesãos de tal modo que alguns deles deram ouvidos a uma de suas advertências e salvaram seu gado (Ex 9:20). Finalmente, quase toda a corte se convenceu de que estava em seu poder destruir o país (10:7). Moisés tinha tratado o rei de igual para igual, e o fato de o povo o reverenciar como a um deus automaticamente fez aumentar o prestígio de Moisés. Se Moisés não tivesse comparecido perante eles como uma pessoa extraordinária, a quem seria perigoso perturbar, provavelmente desde muito tempo teria sofrido agressão. No final, a nação inteira parecia feliz com a partida do povo que tinha lhes causado tanto sofrimento, e, portanto, deram sem reservas de seus recursos.
Ex.11:4 4. Moisés disse. Mais uma vez, Moisés compareceu diante do faraó. De acordo com Êxodo 10:28, o rei o tinha ameaçado de morte se ele ousasse fazer isso. Com certeza Moisés não teria voltado, exceto por ordem divina.Cerca da meia-noite. Esta meia-noite não poderia ser a do dia seguinte em que Moisés fez o anúncio ao rei, pois ele recebeu instruções sobre a Páscoa somente depois da conversa com faraó. Essas instruções devem ter sido comunicadas ao povo alguns dias antes da festa da Páscoa e de sua partida do Egito (Ex 12:3, 6). Sem dúvida não seespecificou quando seria essa noite, a fim de que o faraó tivesse tempo de pensar sobre o destino que aguardava a eie e a seu povo.Passarei pelo meio do Egito. E importante ressaltar o fato de que o próprio Senhor tenha visitado o Egito com a décima praga, ao passo que as outras foram infligidas por Moisés e Arão como agentes de Deus.
Ex.11:5 5. Todo primogênito. Este golpe cairia sobre o primogênito dos homens e dos animais. Deus não desejava exterminar os egípcios e seu gado, mas apenas convencê-los de que a oposição ao Seu propósito para Israel não seria mais tolerada.
Ex.11:6 6. Grande clamor. A intensidade das emoções orientais e a liberdade com que são expressas são bem conhecidas. Pinturas de funerais egípcios antigos retratam mulheres pranteando, com cabelos despenteados e braços levantados, expressando a dor tanto com gestos como com palavras. Heródoto relata que os egípcios se desnudavam e batiam em seus peitos nos funerais (ii.85), um costume que também prevaleceu entre os semitas. Com um pranto amargo em cada lar, o clamor do Egito bem pôde ter sido do tipo que nunca se ouviu antes e não se ouvirá jamais.
Ex.11:7 7. Nem ainda um cão rosnará. A palavra traduzida como “rosnar” significa “cortar em”, “afiar”, “convergir em umponto” e se refere à forma da língua do cão quando este grunhe. Israel não sofreria dano algum (ver Js 10:21), enquanto muitos egípcios iriam morrer.
Ex.11:8 8. Ardendo em ira. Literal mente, no “calor da ira”. Até então, Moisés tinha demonstrado paciência sobrehumana em seu trato com o rei. Isso era um reflexo da tolerância e paciência de Deus, de quem era embaixador e em cujo nome e por cuja autoridade ele agia. Agora, porém, a ira do servo de Deus era uma evidência para o rei de coração obstinado que seu dia de graça estava chegando ao fim e que a ira de Deus estava prestes a cair sobre ele.
Ex.11:9 9. Disse o Senhor a Moisés. Muitos comentaristas consideram estas palavras como repetição de afirmações divinas feitas previamente e buscam traduzi-las “como o Senhor disse a Moisés”. Podem também ser consideradas como um sinal reiterado de Deus a Moisés de que iria cumprir a predi- ção feita antes de seu chamado (Ex 4:23).
Ex.11:10 10. Fizeram todas essas maravilhas. Antes de continuar a relatar a última e maior de todas as pragas, Moisés faz uma pausa momentânea para contemplar em retrospectiva todos os milagres, meditando sobre o fracasso, por assim dizer, em impressionar o coração endurecido do faraó. Sobre essa questão, ver com. de Êxodo 4:21.Capítulo 12J Disse o Senhor a Moisés e a Arão na terrado Egito:porque foram lançados lora do Egito; não puderam deter-se e não haviam preparado para si provisões.
Ex.12:1 1. Disse o Senhor. Neste capítulo estão registrados os regulamentos acerca da primeira das instituições conhecidas como mosaicas. Deve-se observar que nem Moisés nem Arão implantaram legislação algumapor conta própria, nem nesta ocasião nem mais tarde. Todo o sistema religioso e civil anunciado a Israel por Moisés, antes e depois do êxodo, foi revelado a ele. Não foi ele quem deu origem às leis que levam seu nome noPentateuco; ele foi apenas o instrumento usado por Deus para tornar conhecida Sua vontade ao Seu povo.Na terra do Egito. Visto que a maior parte da legislação mosaica foi dada no monte Sinai, Moisés enfatiza que o rito da Páscoa foi instituído antes do êxodo.
Ex.12:2 2. Este mês. Como ocorre aqui, às vezes este é designado como o primeiro mês do ano (Êx 40:2, 17; Lv 23:5; etc.), chamado também de abibe (Êx 13:4; 23:15; 34:18; Dt 16:1). Abibe, que geralmente corresponde ao mês de abril do nosso calendário, significa “mês das espigas”, pois os cereais estavam em espiga nesse período. Após o cativeiro, nomes do calendário babilônico foram adotados e abibe se tornou nisã (ver Ne 2:1; Et 3:7). A nova ordenança indica que o ano israelita tinha começado num tempo diferente, provavelmente com o mês mais tarde chamado tisri, que corresponde ao nosso mês de setembro ou outubro. A partir de então, foram empregados dois cômputos: um para os propósitos sagrados e outro para os civis. O primeiro mês de cada ano era o sétimo do outro, embora os números sempre fossem contados a partir de nisã como o primeiro mês. Abibe se tornou o primeiro mês do ano eclesiástico, e tisri, o sétimo, também com importantes festas instituídas mais tarde no Sinai. O ano civil, que começa com o mês de tisri, nunca foi abandonado pelos israelitas e ainda é usado pelos judeus hoje. Sua existência pode ser notada em todo o período do AT. Entre os judeus foi perpetuada a crença de que Deus criou o mundo no outono desse ano.
Ex.12:3 3. Aos dez deste mês. Embora o cordeiro designado para a Páscoa não devesse ser morto e comido antes do dia 14 do mês (Êx 12:6), os preparativos para a festa deviam começar quatro dias antes.Um cordeiro. A palavra hebraica se aplica tanto a cordeiros como a cabritos, sem limitação de idade. Porém, a idade foi fixadapor estatuto (ver Êx 12:5) em um ano, e se podia escolher um cordeiro ou um cabrito (v. 5). É interessante observar que em geral os hebreus preferiam cordeiro a cabrito. Com apenas uma exceção registrada (2Cr 35:7), parece nunca terem usado nada além disso para o ritual da Páscoa.
Ex.12:4 4. Se a família. Posteriormente, a tradição judaica fixou como 10 o número de pessoas para quem um cordeiro deveria ser repartido e também declarou que todos os membros da família, homens, mulheres e crianças, deveriam participar da festa. Segundo fontes judaicas, o cordeiro geralmente era morto entre a nona (c. 15h) e a décima primeira hora (c. 17b).Conforme o que cada um puder comer. Quando fosse feita a provisão para os que participariam, deveria ser levada em conta a quantidade que cada um comeria. Crianças e idosos não deveriam ser contados da mesma forma que os homens em pleno vigor da vida. Consequentemente, mais de duas famílias poderíam se unir para esse propósito.
Ex.12:5 5. Sem defeito. A ausência de defeitos e danos não só correspondia ao propósito sagrado para o qual os animais seriam devotados, mas também era símbolo da integridade moral do Cordeiro de Deus representado pelo sacrifício. Uma pessoa devota ensinaria que um animal “cego”, “coxo” ou “enfermo” não seria aceitável a Deus (Ml 1:8). Mais adiante, a lei proibiu o uso de animais imperfeitos para sacrifícios obrigatórios, embora pudessem ser apresentados como oferta voluntária (Lv 22:20-25). A ausência de defeito era especialmente importante numa vítima que tipificaria Cristo.Macho. Esta exigência era feita porque o cordeiro assumia o lugar do primeiro filho homem da família.De um ano. Os animais a serem escolhidos tinham provavelmente mais de sete dias(ver Êx 22:30; Lv 22:27), mas não deveríam exceder a idade de um ano.
Ex.12:6 6. Todo o ajuntamento da congregação. O chefe de cada família deveria oferecer o sacrifício por si mesmo e por sua família. Assim, ninguém que não fosse da família interviria entre ela e Deus. Isso era feito em reconhecimento de que Israel era uma nação de sacerdotes, como os cristãos (Ap 1:6; iPe 2:5, 9). A instituição do sacerdócio levítico aconteceu mais tarde (Êx 32:26-29; Dt 10:8).No crepúsculo. As palavras hebraicas desta frase significam literalmente: “entre as duas tardes”. Essa disposição é explicada de duas formas. Alguns dizem que a primeira “tarde” começa com o pôr do sol e a segunda, com o fim do crepúsculo. O erudito judeu medieval Eben Ezra considerava que o crepúsculo durava aproximadamente uma hora e 20 minutos. A ordem de Deuteronômio 16:6: “Ali sacrificarás a Páscoa à tarde, ao pôr do sol”, parece apoiar esse ponto de vista. Outros consideram que a primeira “tarde” se inicia quando o sol começa a se declinar de forma visível desde o zênite, por volta das três horas da tarde, e a “segunda tarde”, com o começo do pôr do sol. Várias passagens são citadas como apoio desse ponto de vista, como Levítico 23:5; Números 9:3, que se refere à Páscoa como tendo início no dia 14 do mês. Se a morte do animal acontecia depois do pôr do sol, dizem, seria então dia 15 de nisã, não 14. O costume prevale- cente na época de Cristo está em harmonia com essa explicação. Portanto, os cordeiros da Páscoa eram mortos na última tarde, aproximadamente à hora quando o verdadeiro “Cordeiro de Deus” morreu pelos pecadores na cruz (lCo 5:7; Mt 27:45-50).A preparação da refeição pascal requer tempo e deveria estar pronta antes da meia-noite. A palavra "tarde” em hebraico, bem como em outras línguas, não se limita ao tempo depois do pôr do sol. Em vistadisso, o costume de sacrificar o animal à tarde pode já ter estado em uso muito antes de as autoridades eclesiásticas da era rabínica o terem aprovado oficialmente. Segundo Josefo, era costume em sua época oferecer o cordeiro por volta de três horas da tarde {Antiguidades, xiv.4.3).
Ex.12:7 7. Tomarão do sangue. O sangue representa vida (Lv 17:11) e, como essência do sacrifício, sempre foi considerado um símbolo especial da expiação, que os sacrifícios tipificavam. Visto que o “cordeiro” pascal redimiría a “casa”, que no hebraico também significa “família”, o símbolo da expiação deveria ser mostrado de forma bem visível.E o porão. Isto seria feito, molhando-se um molho de hissopo no sangue e marcando com ele a verga da porta e suas ombreiras (ver Êx 12:22). Está claramente indicado no NT que o espargir do sangue do cordeiro pascal era um símbolo do sacrifício e da expiação feitos pela morte de Jesus Cristo (ver iPe 1:2; Rm 5:8, 9; Hb 9:13, 14; 13:12). Deve-se observar que nada de sangue era espargido sobre a soleira, talvez em harmonia com o pensamento de que não se deve “calcar aos pés o Filho de Deus”, nem profanar “o sangue da aliança com o qual foi santificado” (Hb 10:29). Espargir o sangue deveria ser considerado um ato de purificação, pois o molho de hissopo era usado para esse fim. (Êx 12:22). O espargir com hissopo era prescrito apenas em relação à purificação (Lv 14:49-52; Nm 19:18, 19; SI 51:7; PP, 277).No Egito, os israelitas não tinham um altar comum, e por isso as casas onde se reuniram para a Páscoa foram consagradas, e as pessoas que se encontravam nelas foram preservadas quando o Destruidor passou. Assim, espargir o sangue nas ombreiras e lintel das portas se tornou um sinal de libertação. Deus prometeu livrar toda casa que estivesse marcada com sangue, por meio da fé em Sua promessa. Após terem se estabelecido na terra de Canaã, o cordeiro pascal deveria ser sacrificado e assoPáscoa, celebrada por todos num só lugar que seria escolhido por Deus, em vez de nas cidades e vilas (Dt 16:5, 6). Todos os homens com mais de 12 anos de idade deviam ir a Jerusalém para esse fim. No Egito, a Páscoa foi celebrada sob circunstâncias incomuns. Não se sabe se o ritual de espargir o sangue nas portas, talvez de forma diferente, foi perpetuado.
Ex.12:8 8. Assada no fogo. A carne das refeições dos sacrifícios era comumente fervida (ISm 2:14, 15), mas para a do cordeiro pascal foram dadas diretrizes específicas para que não fosse comida crua ou fervida, mas assada (ver Ex 12:9). As razões podem ser que assar fosse mais fácil que cozinhar e que seria difícil cozinhar o 'cordeiro” sem cortá-lo em pedaços, o que também parece ter sido proibido (ver Êx 12:46; Nm 9:12; Jo 19:36).Pães asmos. O cordeiro assado devia ser comido com pães asmos, pois o fermento produz fermentação, símbolo natural de impureza e corrupção. Por esse motivo, o fermento foi excluído também das ofertas de manjares (Lv 2:11). Paulo compreendeu o sentido do fermento em relação à impureza. Isso é evidente de sua interpretação da Páscoa como tipo de Cristo (ICo 5:7, 8).Ervas amargas. Sem dúvida “ervas amargas” é uma tradução correta para a palavra hebraica que literalmente significa “coisa amarga”. Embora não se saiba que tipo de “ervas” eram usadas no Egito, mais tarde, judeus da Palestina usaram duas variedades de alface, um tipo de cardo, escarola e agrião. A alface e a escarola são nativas do Egito e da Palestina. A última pode ser encontrada desde o início dos meses de inverno até o final de março, e a alface, em abril e maio. Isso explica o fato de os judeus considerarem essas plantas ingredientes necessários da refeição pascal. Quaisquer que tenham sido as ervas usadas, é óbvio que eram designadas para lembrar aos participantes de seu cativeiro e do amargo sofrimento na terra do Egito.
Ex.12:9 9. Não comereis do animal nada cru.Esta ordem era necessária, tendo em vista o fato de os povos pagãos com frequência comerem carne crua em suas refeições de sacrifícios. Sobre a proibição de cozer o cordeiro pascal, ver com. do v. 8.A cabeça, as pernas. Antigos expositores judeus compreenderam de forma correta < que isso significava que o cordeiro devia ser assado por inteiro, incluindo cabeça e músculos (v. 46).A fressura. As vísceras deviam ser assadas com o restante do cordeiro, havendo sido limpas previamente. O preparo do cordeiro tipificava o fato de que o corpo de Jesus não seria quebrado (ver Jo 19:33, 36).
Ex.12:10 10. Nada deixareis dele. Toda a carne devia ser consumida na refeição, para que não se decompusesse. Visto que o corpo de Cristo não veria a corrupção (At 2:27, 31; 13:35-37), o cordeiro simbólico também não. Se o cordeiro pascal fosse demais para o número de participantes, o que restasse devia ser destruído, a fim de prevenir a profanação dos símbolos sagrados do corpo de nosso Senhor Jesus Cristo.
Ex.12:11 11. Lombos cingidos. Representações antigas mostram semitas com vestes longas e soltas, estilo que ainda é usado em muitos países do Oriente. Para o trabalho ou para uma viagem em que se tenha que carregar algo, a parte da frente é dobrada e amarrada na cintura.Sandálias nos pés. Não era costume usar sapatos dentro de casa ou às refeições. Alguns judeus consideravam essas diretrizes como perpétuas. Contudo, o ponto de vista geral é que elas se aplicavam apenas à primeira ocasião, quando tinham um propósito útil.Comê-lo-eis à pressa. Como não sabiam o momento quando partiríam, e pelo fato de terem que queimar os ossos do cordeiro antes de ir, deviam terminar a refeição o mais rápido possível.É a Páscoa do Senhor. A importância da refeição é enfatizada com estas palavras. O povo devia perceber que aquelas não era uma refeição comum. A vida de seus primogênitos dependia do cumprimento das instruções. Além disso, era o símbolo de sua libertação, em primeiro lugar da escravidão do Egito, e em segundo, num sentido mais amplo que ainda não compreendiam, da escravidão do pecado.
Ex.12:12 12. Todos os deuses. A execução dos juízos sobre todos os deuses do Egito pode ser melhor entendida quando se recorda que muitos animais eram deificados e adorados. Alguns animais domésticos já tinham sofrido como resultado de pragas anteriores, mas desta vez todo primogênito dos animais seria morto. Esta praga afetaria não apenas o touro sagrado Àpis, mas também muitas vacas sagradas, rãs, crocodilos, serpentes, gatos, etc. Embora muitas dessas criaturas não tivessem valor comercial ou utilitário, sua morte repentina e simultânea certamente impressionaria os egípcios com sua própria impotência (ver com. de Ex 7:17; 8:2; ver também PP, 333, 334).
Ex.12:13 13. Passarei por vós. Ao passar pela terra do Egito para ferir todos os primogênitos de homens e de animais, o Senhor “passaria por alto”, pasah, os israelitas. Esta palavra foi transliterada para o grego como pascha, de onde vem a palavra portuguesa “Páscoa”.
Ex.12:14 14. Memorial. As instruções dadas até então tinham a ver com a primeira celebração da Páscoa, na noite que antecedeu ao êxodo. Em seguida, é anunciado que a observância deveria ser comemorada de ano em ano. No futuro, outros detalhes seriam acrescentados, como remover todo fermento de casa, comer pães asmos por sete dias depois da Páscoa, reunir-se para adorar no primeiro e no último dia da festa e observar esses dias como descanso sabático.Perpétuo. De 'olam, cuja tradução literal seria “perpetuamente”. Como a libertação deIsrael seria perpétua, também seria a comemoração do acontecimento, enquanto fosse o povo escolhido de Deus. Como um tipo, deveria continuar vigente até a vinda do antí- tipo, Jesus Cristo, que liberta do pecado. A duração de “perpétuo”, ‘olam, está condicionada à natureza daquilo a que se aplica. Pode se referir a algo que não tem começo nem fim, como, por exemplo, o próprio Deus, ou a um tempo que tem um início, mas não tem fim, como a vida eterna dos remidos, ou pode significar um período mais curto de tempo que tem tanto início como fim. Aqui, tem o último sentido. Instituída no êxodo, a Páscoa permaneceu vigente até a crucifixão.
Ex.12:15 15. Sete dias. O primeiro destes sete dias era o dia 15 do primeiro mês (Lv 23:6; Nm 28:17), ou da tarde do dia 14 até a tarde do dia 21 do primeiro mês (Ex 12:18).Eliminada. Há 36 casos em que um indivíduo que negligenciou algum dever religioso foi ameaçado de ser “eliminado’’ do povo escolhido. O que de fato aconteceu nesses casos não se sabe, pois não há registro de um exemplo específico de tal ocorrência, nem de instruções dadas quanto à forma como essa ameaça deveria ser levada a cabo. Alguns imaginam que isso signifique uma morte violenta, mesmo prematura, ou eterna. Mas, provavelmente, significa a perda dos direitos e privilégios de pertencer ao povo de Israel. Após ser “eliminado”, o indivíduo era considerado forasteiro e não tinha parte em nenhuma das bênçãos da afiança.Embora pudesse ser desconhecido, o delito de urna pessoa era conhecido por Deus, e a futura obediência às disposições das leis cerimoniais e morais não expiava por si só pecados passados de omissão. A pessoa era desligada, mas não está claro se esse ato era realizado por um homem ou por Deus. Essa “eliminação’' é provavelmente o ato a que Paulo se refere em Romanos 9:3 (ver com. de Gn 17:14).
Ex.12:16 16. Santa assembléia. No dia 15 de abibe, ou nisã, o primeiro dos sete dias dospães asmos, depois da noite da refeição pascal, o povo deveria se reunir para adorar. Este é o primeiro caso nas Escrituras em que se faz menção de uma assembléia convocada para esse propósito. “Santa assembléia” é a tradução exata e apropriada do termo hebraico usado aqui e significa uma assembléia convocada por ordem expressa de Deus para santificação.Ao sétimo dia. O dia 21 de abibe, o último dos sete dias de pães asmos, também se distinguía dos outros como um dia de “santa assembléia” (ver também Lv 23:4-8). Apenas outra festividade israelita, a Festa dos Tabernáculos (Lv 23:39-42), tinha duração tão longa.Nenhuma obra. Em todas as culturas, dias de festa eram ocasiões em que as pessoas deixavam de lado os cuidados da vida que poderiam interferir na realização dos ritos ou deveres religiosos. Porém, somente entre os hebreus havia interrupção absoluta de todo o trabalho regular. O sétimo dia de festa era um dia de descanso de toda obra e era chamado de “sábado” (ver Lv 23:15), pois “sábado” significa “descanso”.Nenhuma obra se fará. Não se permitia “obra servil” (Lv 23:7). Não era propósito de Deus, porém, que o povo sofresse por falta de alimento, pois esses dias deveriam ser de alegria. Assim, foi dada permissão para realizar algumas tarefas necessárias para a manutenção da vida e da saúde.
Ex.12:17 17. Vossas hostes. Israel partiu do Egito desarmado e despreparado para a guerra (PP, 282). Sobre as diferentes expressões usadas e os regulamentos mencionados em Êxodo 12:17-20, ver com. dos v, 14-16.
Ex.12:18 Sem comentário para este versículo
Ex.12:19 19. O peregrino. Este era o cidadão não israelita que vivia de forma temporária ou permanente entre o povo hebreu, mas que não aceitava suas crenças e práticas religiosas. O regulamento que proibia o uso de pão fermentado também se aplicava aos estrangeiros.O natural da terra. Um israelita. “A terra” deve se referir a Canaã, que era considerada o verdadeiro lar de Israel desde o tempo em que foi dada por Deus à posteridade de Abraão (Gn 15:18). O termo “natural da terra” era aplicado aos que nasciam como israelitas, embora todos os que viveram na época de Moisés na realidade tivessem nascido no Egito. Eles eram descendentes de Isaque e Jacó, que tinham nascido na terra de Canaã e a tinham recebido de Deus como lar permanente.
Ex.12:20 Sem comentário para este versículo
Ex.12:21 21. Os anciãos. Ver com. de Êx 3:16.Tomai. Isto provavelmente se refereao costume dos pastores e tosquiadores de tomar uma ovelha do rebanho pegando-a pela perna com um cajado de pastor. Quanto ao cordeiro, ver com. do v. 3.
Ex.12:22 22. Hissopo. A maioria dos pesquisadores bíblicos concorda que esse hissopo era um tipo de manjerona cinza-esverdeado, ori- ganiim mant, conhecido na Palestina como zatar. Esta pequena planta de aroma forte é aromática, tem gosto parecido com hortelã e cresce normalmente sobre rochas e terraços. Tem folhas grossas e ramos bem adaptados para conter líquidos. Lloje é usada como tempero e tem propriedades farmacêuticas. Os samaritanos ainda usam um maço de zatar nas cerimônias da Páscoa, para colocar o sangue do cordeiro pascal sobre os umbrais das portas das casas.Além de seu uso no rito da Páscoa, o hissopo era empregado na purificação do leproso ou de uma casa (Lv 14:6, 49), ou de alguém que tocava num cadáver, em conexão com a oferta da novilha vermelha (Nm 19:6, 18). Moisés usou hissopo quando “aspergiu não só o próprio livro, como também sobre todo o povo”, na confirmação da aliança (Llb 9:19). Assim, o hissopo se tornou símbolo de purificação (SI 51:7; ver também com. de Êx 12:7).Nenhum de vós saia. Naquela noite de juízo, nenhum lugar estaria seguro, a não ser atrás da porta manchada de sangue. Assimcomo não havia certeza de segurança para os hebreus além da proteção do sangue do cordeiro, também para o cristão não há salvação à parte do sangue de Cristo, o verdadeiro “Cordeiro de Deus” (Jo 1:36; At 4:12).
Ex.12:23 23. Sobre Êx 12:23 e 24, ver com. dos v. 12-14.
Ex.12:24 Sem comentário para este versículo
Ex.12:25 Sem comentário para este versículo
Ex.12:26 26. Que rito é este? Moisés supôs que as cerimônias da Páscoa causariam curiosidade e que as futuras gerações desejariam saber sua origem e seu significado. A cerimônia é chamada de “rito” ou tarefa, uma vez que era realizada em cumprimento de uma ordem divina.
Ex.12:27 27. Adorou. Ao ouvir essas instruções, o povo, representado por seus anciãos (ver Ex 12:21), “se inclinou”, literalmente, “fez reverência”. Assim expressou sua fé e manifestou gratidão pela libertação que estava por acontecer.
Ex.12:28 28. E fizeram isso. Todos os milagres realizados por Moisés e Arão impressionaram o povo de tal forma que obedeceram imediatamente sem questionar. Uma vez que a ordem foi dada antes do dia 10 de abibe (Ex 12:3), e o cordeiro pascal não foi morto antes do dia 14, o v. 28 fala de vários dias de preparação.
Ex.12:29 29. A meia-noite. Literalmente, na “metade da noite”. Embora os israelitas soubessem o dia, este não havia sido anunciado ao rei, e essa incerteza deve ter-lhe causado mais ansiedade. Quando Moisés saiu da presença do obstinado rei, todos os cortesãos, sem dúvida, temeram perder seu primogênito. Contudo, passados vários dias sem que a ameaça se cumprisse, muitas pessoas, talvez o próprio rei, devem ter pensado que nada aconteceria. Porém, o temor de que a palavra de Moisés se cumprisse deve ter estado sempre presente.O primogênito de Faraó. Se Amenhotep II foi o faraó do êxodo (ver a Introdução), seu filho mais velho foi morto durante a noite de horror. Não existem registros forada Bíblia sobre esse acontecimento. Na realidade, era costume dos antigos egípcios não declarar qualquer experiência humilhante. Entretanto, Tutmés IV, irmão do primogênito do faraó, deixou uma evidência da qual se infere a morte inesperada de seu irmão e sua própria ascensão à condição de príncipe herdeiro. A esteia da esfinge de Gizé registra que ele fez com que fosse removida a areia desse antigo monumento, em gratidão pela indicação divina que recebeu inesperadamente à sua sombra. Na inscrição ele conta que estava caçando próximo à esfinge num certo dia, e, enquanto tirava um cochilo à sombra do monumento, esse “grande deus” (a esfinge) lhe apareceu em visão e falou com ele como um pai se dirige a um filho, revelando que ele seria o futuro rei do Egito. O fato de esse incidente estar registrado num monumento de pedra mostra que Tutmés IV originalmente não tinha sido designado como herdeiro da coroa, nem esperava ser rei. Revela também que atribuía sua ascensão ao trono à intervenção divina. Embora seu irmão mais velho, o herdeiro original da coroa, não seja mencionado, os especialistas em inscrições egípcias não têm dúvida de que algo incomum aconteceu ao filho mais velho de Amenhotep II.Não se deve esperar resposta satisfatória dos registros egípcios quanto ao que aconteceu ao jovem. Mas, supondo que Amenhotep II tenha sido o faraó do êxodo, a morte de seu filho mais velho na décima praga resultaria na ascensão do filho mais jovem, Tutmés IV, como herdeiro do trono. Para não atribuir sua ascensão a uma tragédia que o Deus dos hebreus trouxe ao país, Tutmés IV podería ter inventado e difundido a história de uma suposta visão celestial. Como costume, uma sucessão irregular real era explicada como uma intervenção divina da parte dos deuses egípcios. Quando Hatshepsut sucedeu seu pai no trono, anunciou-se que o deus Amon a havia gerado e ordenado que ela fosse a governante do Egito. QuandoTutmés III, sem direito legal ao trono, foi pronunciado rei durante uma rebelião num templo, um decreto específico do deus Amon foi publicado autorizando essa sucessão irregular.O primogênito do cativo. Esta frase é paralela à de Êxodo 11:5: “até ao primogênito da serva que está junto à mó”. Em ambos os casos, o sentido geral é que todas as classes de pessoas sofreram, da mais alta à mais humilde. Entretanto, é também verdade que os cativos eram, em alguns casos, empregados para trabalhar em moinhos (ver Jz 16:21).Todas as primeiras crias do gado (NVI). A palavra traduzida como “gado” se refere a “animais’’ em geral, como corretamente traduz a ARA. Em Levítico 11:2, a mesma palavra hebraica é traduzida pela NVI, com mais propriedade, como “animais”. A praga, portanto, não se limitou a animais domésticos. Ver também o com. de Êxodo 11:5.
Ex.12:30 30. Levantou-se Faraó. A visita do anjo do Senhor ao exército de Senaqueribe (2Rs 19:35) parece não ter sido notada até que os sobreviventes se levantaram na manhã seguinte. No Egito, porém, todos parecem ter se levantado no meio da noite, quando o primogênito de repente se sentiu mal e faleceu.Grande clamor. Ver com. de Êxodo 11:6, de cuja predição ocorre o cumprimento aqui. O clamor geral que se levantou em todo o Egito à meia-noite foi acompanhado de urgente insistência para que os israelitas partissem de vez (Êx 12:33). Os egípcios não tinham mais dúvida de que todos morreríam se os israelitas permanecessem no país.
Ex.12:31 31. Faraó chamou a Moisés e a Arão. O “clamor” dos egípcios sem dúvida foi ouvido no palácio, e o rei estava ciente da demanda popular para que os israelitas fossem expulsos. Todos sofreram até o limite do suportável por causa da teimosia do monarca. Percebendo que deveria agir imediatamente, a fim de evitar juízos mais severos, o faraó enviou seus principais oficiais (ver Êx 11:8), enquanto ainda era noite, para chamar osodiados líderes dos hebreus, aos quais havia dito nunca mais vê-los (Êx 10:28).
Ex.12:32 32. Abençoai-me também a mim.A rendição do faraó foi completa. Ele não só ordenou que deixassem o país e levassem tudo o que possuíam, como também pediu algo que os dois irmãos não poderiam imaginar. As palavras deles lhe trouxeram uma maldição; poderia ser que também trouxessem benção. Não se sabe como seu pedido foi recebido, mas o fato de ter sido feito é um forte indício de quão subjugado estava seu orgulho.
Ex.12:33 33. Os egípcios apertavam com o povo, apressando-se. A demanda popular, primeiro mesclada com um clamor de lamento (Êx 12:30), rapidamente se tornou geral e insistente. Os hebreus deveriam partir de imediato. O clamor “todos morreremos” revela o temor de que o juízo não parasse com a morte dos primogênitos, mas que toda a população fosse morta, e a terra, tomada pelos hebreus.
Ex.12:34 34. Tomou a sua massa. Isto reflete a urgência dos egípcios. Os israelitas provavelmente preparariam pães para a viagem. Embora Moisés lhes tivesse advertido muitos dias antes, o povo parecia não esperar uma partida tão apressada e ainda não estava pronto. Apesar de terem sido avisados de que por sete dias após comerem o cordeiro pascal, deviam comer pães asmos (v. 15), muitos não tinham levado a sério a imposição ou tinham planejado assar pães com fermento após essa semana. No entanto, a necessidade os obrigou a se contentar com pães asmos, ou o chamado “pão da aflição” (Dt 16:3).
Ex.12:35 35. Pediram. “Eles tomaram emprestado” (KJV). Literal mente o texto heb. diz “pediram”. Sobre a tradução da palavra hebraica shaal, pela KJV, como “tomaram emprestado”, ver com. de Êxodo 3:22. A palavra shaal significa “pedir” ou “requerer”, mas não “tomar emprestado”. “Pediram é a melhor tradução.
Ex.12:36 36. Davam. A KJV diz que os egípcios “emprestavam”. Assim como a palavra “tomaram emprestado” é um erro de tradução, a palavra “emprestaram”, também. A palavra hebraica em questão é uma forma passiva do mesmo verbo shaal, que significa na sua forma ativa “pedir”. A forma passiva transmite o sentido de não apenas pedir, mas também de conceder um pedido. O pensamento do texto é que “o Senhor fez que seu povo encontrasse favor da parte dos egípcios, de maneira que estes lhes davam o que pediam” (Ex 12:36). Assim, “davam” é a melhor tradução.E despojaram os egípcios. Ver com. de Êx 3:22.
Ex.12:37 37. De Ramessés. E muito provável que esta Ramessés seja a mesma de Exodo 1:11, visto que as palavras hebraicas diferem apenas na vocalização, que foi inserida na Bíblia hebraica por volta do 7o século da era cristã. O trabalho escravo israelita foi bastante usado na construção da cidade de Ramessés. O nome mencionado aqui é provavelmente outro nome dado mais tarde à mesma cidade de Tânis ou Aváris (ver com. de Ex 1:11). Duzentos anos depois do êxodo, Tânis recebeu o nome de Ramessés, dado por seu grande renovador, Ramsés II. As ruínas desta cidade são conhecidas pelo nome árabe de San el-Hagar. Fica na região noroeste do Delta, cerca de 40 km a noroeste da cidade de El Qantara, no Canal de Suez.Para Sucote. Comentaristas antigos identificaram de forma incorreta Sucote, o primeiro lugar de parada dos israelitas depois de sua partida de Ramessés, com Pitom. Mais recentemente, comentaristas concordam que este nome hebraico é uma transliteração da palavra egípcia Tjeku, mencionada em documentos egípcios como um posto fronteiriço. Esse lugar foi identificado com Tell el-Maskhuta na parte oriental de Wadi Tumilat, cerca de 50 km ao sudeste de Tânis ou Ramessés (ver acima).Seiscentos mil. Comentaristas têm visto certas dificuldades neste número. Ao considerar que apenas homens acima de 20 estavam incluídos (Nm 1:3-46), a população total deve ser computada em alguns milhões. O problema é: como tantas pessoas com seus milhares de animais passaram pelos vales estreitos da península do Sinai? Sem contar a dificuldade de se encontrar lugar para acampar que fosse amplo o suficiente para acomodá-las.Alguns citam evidências bíblicas de que Israel era relativamente pequeno e fraco. Eram demasiado poucos para ocupar Canaã se lhes fosse permitido possuir a terra um ano depois da saída do Egito (Êx 23:29, 30; Nm 13:28-33; Dt 1:26-30; 7:7, 17-22). Outros explicam que os números no original hebraico eram confusos. Por exemplo, quando os números 100 e 1 mil aparecem juntos devem ser entendidos como 100 vezes 1 mil ou como 100 mais 1 mil? (Ver vol. 3, p. 123, paginação lateral).Alguns sugerem que talvez não se possa compreender com exatidão a palavra hebraica traduzida como “mil”, 7/ ou elef. A palavra elef pode também significar “família” ou “clã” (Jz 6:15; iSm 10:19; 23:23; Mq 5:2). Além disso, aluf palavra com as mesmas consoantes que elef, mas com vogais diferentes, significa “amigo” ou “chefe da tribo”. Portanto, alguns dizem que a frase que tradicionalmente é traduzida como “seiscentos mil”, na verdade significa “seiscen- tas famílias”. Portanto, acrescentam, é mais provável que as 12 famílias que desceram ao Egito com Jacó aumentaram para 600, em 215 anos, e não que os 69 homens (ver com. de Gn 46:26, 27) tenham aumentado para 600 mil em quatro gerações (Gn 15:16).Ainda outros explicam que 600 mil homens podiam ter resultado de um crescimento natural se cada filho, como Jacó, tivesse tido 12 filhos. Mas o fato de que nenhum dos descendentes de Jacó tenha tido tantos filhos depõe contra essa teoria.Outro significado de elef é dado como “unidade militar” ou “os milhares” (Nm 31:5, 14, etc.). Por isso, alguns dizem que as forças israelitas consistiam de 600 unidades de guerra, cada uma de um clã ou divisão tribal.A referência de Ellen G. White a “mais de dois milhões de almas” e “milhões” que saíram do Egito e morreram no deserto (PP, 334, 410) está em harmonia com a tradução de 600 mil.
Ex.12:38 38. Um misto de gente. Foram feitas muitas tentativas para se identificar este “misto de gente”. Alguns imaginam que eram egípcios nativos que, impressionados pelo poder do Deus dos hebreus, buscavam ter parte nas bênçãos daqueles que O serviam e que, ao mesmo tempo, desejavam escapar da tirania do faraó. Outros consideram que eram remanescentes dos hicsos ou outros semitas que, impedidos pelos faraós de deixar o país, aproveitaram essa oportunidade. Pelo menos alguns eram descendentes de hebreus que haviam se casado com egípcios (SP1, 243). Embora não saibamos a identidade desses não israelitas que se uniram aos triunfantes hebreus nessa oportunidade, eles aparecem novamente mais tarde na narrativa. Foram sempre os primeiros a lamentar a saída do Egito e desejar suas iguarias (Nm 11:4, 5).
Ex.12:39 39. E cozeram. Os israelitas fizeram uma parada breve em Sucote para os preparativos finais da longa jornada no deserto. A duração de sua estada não é mencionada, mas foi tempo suficiente para assar os pães de que necessitariam.
Ex.12:40 40. Quatrocentos e trinta anos. O com. de Gênesis 15:13 indica que a declaração de Paulo em Gálatas 3:17, assim como outras evidências, deixa claro que esses 430 anos incluem o período desde o chamado de Abraão para deixar Harã até a descida de Jacó ao Egito, 215 anos depois, e que o intervalo entre a chegada de Jacó ao Egito e o êxodo foram mais 215 anos. Visto que naépoca de Moisés a Palestina era considerada parte do império egípcio, não é de se estranhar que um autor desse período incluísse Canaã no termo “Egito”. Como não estavam familiarizados com a situação política do tempo de Moisés, mas criam que os 430 anos incluíam a permanência dos patriarcas em Canaã, os tradutores da LXX incluíram em específico, dentro desse período, o tempo da permanência deles “na terra do Egito e na terra de Canaã”. A profecia de que a quarta geração daqueles que haviam entrado no Egito sairia dali (Gn 15:16) e o registro de seu cumprimento (Ex 6:16-20) tornam irrelevante qualquer outra explicação do período de 430 anos.
Ex.12:41 Sem comentário para este versículo
Ex.12:42 42. Esta é a noite. Ou seja, a noite quando comeram a refeição da Páscoa, acerca da qual já haviam recebido instruções (ver v. 6-11, 14). A mistura de horror e regozijo desta noite nunca poderia ser apagada da memória de um povo que devia seu nascimento como nação a essa noite memorável.
Ex.12:43 43. Esta é a ordenança. Alguns regulamentos adicionais concernentes à Páscoa foram dados em Sucote. Estes eram necessários devido aos muitos não israelitas que tinham se unido aos hebreus, e, portanto, tinham a ver principalmente com esses “estrangeiros”. Fez-se provisão para que pudessem participar da festa e compartilhar de suas bênçãos.Nenhum estrangeiro. Isto é, alguém de outra etnia que desejasse permanecer com sua condição de estrangeiro e não ser cir- cuncidado. Uma vez que a Páscoa era uma festa que comemorava o nascimento de Israel como nação, seria naturalmente impróprio que um estrangeiro participasse dela.
Ex.12:44 44. Depois de o teres circuncidado. Não foi de forma natural, mas por meio de um chamado divino, que Israel se tornou o povo do Senhor. Por essa razão, e como estava destinado a ser uma benção a todas as nações, Israel não deveria assumir atitudeexclusivista em relação aos estrangeiros. Eies deveríam receber bem os que desejassem se unir a eles em adoração e serviço a Deus. Ao serem incorporados política e economicamente, esses “estrangeiros” deviam também ser aceitos religiosamente por meio do rito da circuncisão. Assim, tornavam-se um com o povo de Deus e podiam participar do rito da Páscoa (ver Êx 12:48).
Ex.12:45 45. O estrangeiro e o assalariado. Residentes temporários e assalariados não deviam participar da Páscoa, pois sua relação com Israel podia ser dissolvida a qualquer momento.
Ex.12:46 46. Nem lhe quebrareis osso nenhum.Esta norma mostra claramente que o cordeiro pascal era um tipo de Cristo. João 19:33 e 36 evidencia que isso era compreendido naigreja cristã primitiva. Embora o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo fosse crucificado como um criminoso comum, nenhum de seus ossos foi quebrado, apesar de que esse era o costume. Isso foi feito aos dois que tinham sido crucificados com ele. Assim como o Antítipo crucificado foi tratado de forma diferente dos outros dois homens, também o cordeiro pascal deveria ser tratado de modo diferente. Os ossos de outros cordeiros comidos durante o ano podiam ser quebrados para se extrair a medula.
Ex.12:47 Sem comentário para este versículo
Ex.12:48 48. Se algum estrangeiro. Esta ordem concernente a prosélitos é semelhante à dada em Êxodo 12:44.
Ex.12:49 Sem comentário para este versículo
Ex.12:50 Sem comentário para este versículo
Ex.12:51 51. Naquele mesmo dia. Este versículo pertence à narrativa do capítulo seguinte, do qual é uma introdução.PR, 489; PP, 274, 352; San, 23; T5, 541Capítulo 13abre a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa daservidão; pois eom mão forte o Senhor vos tirou de lá; portanto, não comereis pão levedado.mão forte nos tirou da casa da servidão.
Ex.13:1 Sem comentário para este versículo
Ex.13:2 2. Todo primogênito. Esta ordem foi dada no mesmo dia do êxodo (ver Ex 12:51). A palavra hebraica usada nesta passagem limita a ordem aos primogênitos machos, pois foram salvos da décima praga. A explicação adicional “todo que abre a madre” mostra que se referia apenas ao primogênito que, ao mesmo tempo, fosse o primeiro filho a nascer de sua mãe. Sua consagraçãoestava estreitamente ligada à Páscoa. Visto que o Senhor tinha livrado os primogênitos de Israel, eles se tornaram Sua propriedade especial e deveríam ser dedicados a Ele.
Ex.13:3 3. Lembrai-vos deste mesmo dia. Esta ordem foi dada no final do primeiro dia de jornada (ver Ex 12:37), quando os hebreus tinham testemunhado a mão bondosa de Deus. Os egípcios não somentepermitiram que fossem embora, mas também contribuíram para que sua partida acontecesse de forma rápida.Não comereis pão levedado. Ver Ex 12:15-20.
Ex.13:4 4. Hoje, mês de abibe. Pela primeira vez, menciona-se o nome do mês. Sobre seu significado e posição no calendário eclesiástico dos hebreus, ver com. de Êxodo 12:2.Estais saindo. Literal mente, “vocês estão saindo”. A tradução da RSV: “vocês estão para sair”, embora seja gramaticalmente possível, contradiz o fato de que os israelitas já tinham começado sua jornada (ver Êx 12:37, 51).
Ex.13:5 5. Terra dos cananeus. Ver com. de Êx 3:8.A qual jurou. Ver Gn 15:18; 24:7; cf. Êx 6:8.Este rito. Ver Êx 12:25.
Ex.13:6 6. Vários regulamentos e expressões já apresentados em Êxodo 12, principalmente nos v. 15, 16, 19, 26 e 27, são repetidos em Êxodo 13:6-8.
Ex.13:7 Sem comentário para este versículo
Ex.13:8 Sem comentário para este versículo
Ex.13:9 9. Por memorial. Alguns eruditos creem que essa instrução foi colocada em prática de forma literal somente a partir da época dos reis ou, possivelmente, dos maca- beus. Evidências extrabíblicas da época de Cristo indicam que os judeus usavam porções da lei amarradas ao braço esquerdo e à fronte. Os judeus as chamavam de tefi- lin, que, conforme explicação, significa “orações”, ao passo que a designação grega era phylakterion (Mt 23:5), da qual deriva a palavra filactério. Elas consistiam de pequenas bolsas feitas de pele de animais cerimonial- mente limpos, costuradas a faixas de couro com as quais eram atadas à fronte entre os olhos e imediatamente acima deles e ao braço esquerdo dos homens a partir de 13 anos. Cada um dos quatro compartimentos do filactério que se prendia à fronte continha uma tira de pergaminho escrita com uma das quatro seguintes passagens: Êx 13:2-10;Sabe-se que os egípcios com frequência usavam amuletos presos ao corpo, na forma de rolos de papiro em miniatura, nos quais estavam escritas palavras mágicas. Os israelitas em séculos posteriores podem ter adotado essa prática supersticiosa dos egípcios. Deus, porém, não tinha intenção de que os judeus fizessem uma aplicação literal da ordem, atando certas porções da lei no braço e na fronte (DTN, 612, 613). Ele se referiu à aceitação dos princípios na mente e no coração, no intelecto e nas emoções, bem como à aplicação desses princípios na vida.
Ex.13:10 10. Esta ordenança. Ou seja, a ordenança dos pães asmos (ver v. 3, 5, 7; cf. Êx 12:14, 24).
Ex.13:11 11. Ver com. de Êx 3:8.
Ex.13:12 12. Apartarás. Esta palavra é particularmente apropriada no caso de primogênitos de animais, que deviam ser separados do restante do rebanho ou da manada e dedicados ao Senhor, a fim de não se perderem entre os outros cordeiros, cabritos e bezerros. Visto que não seriam sacrificados de imediato (Lv 22:27), era necessário mantê-los separados até que se dispusesse deles como Deus ordenou.
Ex.13:13 13. Todo primogênito da jumenta.A ordem de Números 18:15 para resgatar todos os animais imundos indica que o jumento está nesse regulamento como um representante dos animais imundos em geral.Todo primogênito do homem. Os primogênitos de Israel também deviam ser dedicados ao Senhor. Isso não deveria ser leito à maneira dos pagãos, matando e queimando crianças sobre um altar, mas apresentando-as a Deus como sacrifício vivo, consagrando todas as suas faculdades corporais e mentais ao serviço divino. Mais tarde, Deus separou a tribo de Levi para Seu serviço como uma substituição dos primogênitos das outras tribos (ver Êx 32:26-28; Nm 3:12, 13). Ao mesmo tempo, todo primogênito israelita devia ser “redimido” ou comprado de volta do Senhor, pelo pagamento de cinco siclos de prata como prescrito em Números 3:46, 47 e 18:16. Em vários países, tanto antigos como modernos, é costume dedicar o primogênito para propósitos religiosos.
Ex.13:14 14. Ver o com. de Êx 12:26.
Ex.13:15 15. Endurecendo-se Faraó para não nos deixar sair. Literalmente, “quando faraó endureceu ele próprio [seu coração] contra nos mandar embora". A mesma palavra usada antes para o endurecimento do coração do rei aparece aqui também (ver com. de Êx 4:21).
Ex.13:16 16. Ver o com. do v. 9.
Ex.13:17 17. Pelo caminho. Literalmente, “em direção ao caminho’' (ver com. do v. 18). Em Sucote, o primeiro lugar onde Israel acampou, provavelmente foi completada a organização do povo, para a qual já tinham sido feitas provisões (PP, 281). A viagem mais curta e direta do Egito a Canaã teria sido pelo caminho da costa até Gaza, que ficava cerca de 250 km de Sucote. Antes que estivessem prontos para tomar posse da terra de Canaã eles deveriam primeiramente estar unificados como nação e aprender a confiar em Deus, a quem ainda pouco conheciam.Como escravos, estavam desarmados e não tinham o costume de guerrear (PP, 282). Uma transformação espiritual, intelectual e política deveria ocorrer antes que estivessem preparados a cooperar com Deus na conquista de Canaã.E torne ao Egito. A atitude de Israel em ocasiões posteriores mostra quão real era o perigo de os israelitas retornarem ao Egito, diante da menor derrota ou desânimo, e se submeterem novamente à escravidão (ver Nm 14:4). Se soubessem o que estava pela frente, jamais estariam dispostos a deixar o Egito. E muito provável que esperassem estar em Canaã dentro de algumas semanas.
Ex.13:18 18. Deus fez o povo rodear. Ou seja, em vez de permitir que os israelitas fossem pelo caminho mais direto, Deus os conduziu por um mais circundante. Deus tinha informado a Moisés que o povo de Israel devia se reunir no monte Horebe após sua saída do Egito (Èx 3:1, 12). Portanto, ele sabia de antemão o caminho que seguiríam; sem dúvida, o mesmo que tinha havia pouco trilhado de Midiã ao Egito. Assim, o povo foi em direção ao sul desde Sucote (PP, 282) e chegou à margem do deserto em Etã (v. 20). Somente quando tinha passado de Etã e entrado no deserto foi que a coluna de nuvem apareceu para guiá-lo (v. 21).Pelo caminho do... Com mais exatidão, “em direção a” ou “no caminho para" (ver Ez 8:5, 21:2, ARC; etc.), onde a mesma palavra heb. derek é traduzida como “para" e “para o caminho" (ARC). Aqui, bem como em Êxodo 13:17, Moisés não se refere ao seu destino final, mas ao caminho que seguiram imediatamente após deixarem o Egito. Eles não deviam ir “em direção à" Filístia, mas sim “em direção” ou “no caminho do" Mar Vermelho. O hebraico é expresso de forma mais exata assim: "pelo caminho do deserto na direção do Mar Vermelho” (NTLH). O deserto a que Moisés se refere fica entre o Egito e o Mar Vermelho.Deserto perto do Mar Vermelho.Ou seja, o deserto entre o Egito e o Mar Vermelho (ver acima), não o deserto da península do Sinai. Isso está claro, devido aos seguintes fatos: (1) a construção gramatical hebraica, como se observa acima, indica o Mar Vermelho como o objetivo dessa etapa da jornada; (2) a construção paralela do v. 17, onde se lê literalmente, “em direção à terra dos filisteus”, requer que o v. 18 signifique “em direção ao Mar Vermelho”; (3) Moisés de imediato designa o “deserto” onde entraram depois de sair de Etã (v. 20); (4) este é o deserto indicado por Ellen G. White (PP, 282, 283).O propósito de Deus ao escolher o caminho do Mar Vermelho era duplo: (1) Os israelitas estavam desarmados e não tinham o costume de guerrear, portanto, estavam despreparados para enfrentar os aguerridos filisteus (ver com. do v. 17). Os israelitas podiam entender isso; e foi essa a razão que Deus lhes deu (v, 17). (2) Como Deus já havia instruído Moisés (Ex 3:12), Ele tinha o propósito de se encontrar com o povo no monte Horebe. Lá completariam sua organização formal como nação, Deus faria uma aliança com eles, comunicaria Sua santa lei, e os serviços do santuário seriam instituídos. Os filhos de Israel não estavam preparados para entender a necessidade de tudo isso e, por esse motivo, Deus não as mencionou nessa ocasião.O relativo isolamento da parte meridional da península do Sinai se adaptava maravilhosamente ao cumprimento do propósito pelo qual Deus conduziu Seu povo às proximidades do monte Horebe. Essa península escabrosa e árida está cercada em dois de seus lados por braços do Mar Vermelho e, no terceiro, pelo grande deserto de Parã. O povo não só receberia as instruções que Deus desejava lhe comunicar, mas as privações de sua longa e cansativa jornada pelo deserto montanhoso proveria situações nas quais teriam oportunidade de aprender aconfiar nEIe. Este era precisamente o treinamento que precisavam no preparo para a difícil tarefa de conquistar Canaã.Arregimentados. A palavra traduzida aqui como “arregimentados” tem sido interpretada de várias formas. Alguns comentaristas imaginam que significava “armados”, “cingidos” ou “organizados em cinco divisões”. Outros a explicam como “ordenados”, “preparados” ou marchando em “fileiras de cinco”. Textos como Josué 1:14; 4:12 e Juizes 7:11 têm levado muitos tradutores a aceitar o significado “armados”. Essa tradução levanta a questão quanto a onde os escravos expulsos conseguiram as armas e quando receberam o treinamento para usá-las. Essa interpretação não pode estar correta, pois “estavam desarmados e não tinham o costume de guerrear” (PP, 282). Qualquer que seja o significado correto da palavra traduzida por “arregimentados”, ela obviamente transmite a ideia de que os israelitas deixaram o Egito, não como uma turba de fugitivos, mas como um corpo bem organizado sob o comando de um líder sábio e determinado (ver PP, 281).
Ex.13:19 19. Os ossos de José. Embora aqui e na narrativa do enterro dos ossos de José, em Siquém (Js 24:32), não haja menção dos outros filhos de Jacó, a declaração de Estevão diante do Sinédrio parece indicar que todos os pais “foram transportados para Siquém” (At 7:15, 16). O fato de os filhos de Israel terem preservado os restos mortais de José e cumprido seu pedido de ser enterrado em Canaã (ver Gn 50:24-26) mostra que aparentemente nunca perderam de vista a promessa de libertação.
Ex.13:20 20. Acamparam-se em Etã. De acordo com este texto, o segundo acampamento israelita foi “à entrada do deserto”. Sua localização ainda não foi identificada. Porém, talvez a palavra heb. etam seja uma transliteração da egípcia khetem, “fortaleza”. Registros egípcios falam da existência de uma linha de fortificações fronteiriças domar Mediterrâneo ao golfo de Suez (ver com. de Êx 2:15), construídas com o claro propósito de impedir que as tribos do deserto oriental entrassem no Egito; e, ao mesmo tempo, eram designadas para controlar a circulação de pessoas entre o Egito e a Ásia. Visto que essas fortalezas fronteiriças ficavam no limite do deserto oriental, é possível que aqui se faça referência a alguma delas. Ao menos no caso de Moisés, essas fortalezas não impediram um fugitivo solitário de escapar com êxito para o deserto (ver com. de Êx 2:15), mas é óbvio cjue as hostes de Israel não poderiam ter passado por elas sem o consentimento dos guardas. Aparentemente, o faraó nunca teve a intenção de permitir que os hebreus fossem mais além do que entrar no deserto oriental e adorar a Deus ali. Talvez os guardas da fronteira tenham informado ao faraó que os israelitas prosseguiam sua viagem em direção ao Mar Vermelho, e foi então que o monarca iniciou a perseguição (Êx 14:3; PP, 283).
Ex.13:21 21. Numa coluna de nuvem. Como comandante militar egípcio (PP, 245) e fugitivo do faraó (ver com. de Êx 2:15), Moisés já estava familiarizado com a rota a seguir. Além disso, Deus o instruiu que conduzisse Israel ao monte Horebe (Ex 3:12). Contudo, para convencer o povo da liderança divina e guiar Moisés pelo melhor caminho, Deus pessoalmente dirigiu a jornada cada dia. Moisés declara no v. 18 que Deus conduziu os israelitas, e nesta passagem ele explica como isso se deu. Antigos comandantes de exército às vezes usavam sinais de fumaça ou fogo para guiar suas forças em marcha por terras desoladas. Porém, a coluna de nuvem e fogo usada por Deus não era produzida por meios comuns; era uma manifestação miraculosa da presença de Cristo (iCo 10:1-4, 9; PP, 366) que apareceu diante deles ao deixarem Etã e entrarem no deserto. Parece ter havido apenas uma “coluna” (Êx 14:24), pois mesmo quando iluminava a noite é chamadade “coluna de nuvem” (Êx 14:19) ou simplesmente “nuvem” (Nm 9:21). De dia, ela aparecia como uma nuvem escura, em contraste com a luz do sol, mas à noite tinha aparência de fogo (Nm 9:15, 16). Nessa nuvem, o próprio Senhor estava presente com Seu povo, e dela Ele falava com Moisés. Nela, a glória do Senhor, conhecida mais tarde como sheki- nah, era manifestada (Ex 16:10; 40:34). Deus já tinha Se revelado a Moisés de modo semelhante na sarça ardente (Êx 3:2), e depois apareceu sobre o Sinai em meio a raios e trovões (Êx 19:16, 18). O fogo e a nuvem simbolizavam a liderança e a proteção divina.A fim de que caminhassem de dia e de noite. Literalmente, “para sua jornada dia e noite”. Não se deve concluir desta declaração que Deus queria que os israelitas viajassem à noite, bem como durante o dia. Em vez disso, eles viajavam tanto de dia como de noite até a hora em que chegavam ao destino pretendido. A coluna de nuvem os guiava de dia em seu trajeto e iluminava o acampamento à noite. A frase “a fim de que caminhassem de dia e de noite” indica que a nuvem nunca se apartava deles. Isso inclui o acampamento à noite, bem como a jornada durante o dia.
Ex.13:22 22. Nunca se apartou. Literal mente, “não desaparecia” (AA) ou “não se afastava” (NVI). A última menção da nuvem está em Números 16:42, embora seja possível que Números 20:6 se refira a ela. Conclui-se, a partir de Neemias 9:19 e Números 9:15-23, que a coluna de nuvem e fogo permaneceu com Israel em sua peregrinação pelo deserto. Como não há menção dela no livro de Josué, pode ter desaparecido exatamente antes da travessia do Jordão, no final dos 40 anos.O fato de a coluna de nuvem ter permanecido com Israel em sua longa jornada, mesmo quando o povo era infiel, assegura que Deus não abandona Seus filhos na peregrinação. A promessa de Jesus aos discípulos: “E eis que estou convosco todos os diasaté a consumação do século” (Mt 28:20), nunca faltou a ninguém disposto a ir aonde Ele ordena. Não existe circunstância na vida em que Deus Se retire. Ele está presente nas noites mais escuras de miséria e descontentamento, bem como nos dias mais iluminados de felicidade e sucesso. De fato, precisamos dEle à noite, quando estamos cientesde nossas necessidades, mas talvez mais ainda durante o dia, quando somos propensos a confiar em nós mesmos. A coluna visível não pode ser mais vista, mas a presença de Deus pode ser sentida na experiência dos indivíduos, da igreja e das nações. Bendito é o homem cujos olhos não estão demasiado obs- curecidos para discernir a direção do Senhor.Tl, 406; T4, 312; T8, 248Capítulo 14
Ex.14:1 Sem comentário para este versículo
Ex.14:2 2. Retrocedam e se acampem. Atéeste ponto a marcha dos israelitas foi na maior parte em direção ao sudeste. Outro dia de jornada na mesma direção os teria levado para além da fronteira ocidental do Egito. Porém, Deus ordenou uma mudança que deve ter parecido estranha e inexplicável para eles. Deviam mudar seu curso para o sudoeste, que colocariao Mar Vermelho entre eles e seu destino. Embora a localização geográfica do lugar seguinte para se acamparem seja descrita de forma bem detalhada, nenhum deles foi identificado. O nome Pi-Hairote aparentemente é egípcio, mas seu significado e local permanecem incertos.Entre Migdol e o mar. “Migdol” significa “torre” ou “fortaleza”. Sem dúvida serefere às vár ias fortalezas existentes ao longo da fronteira oriental do Egito (ver Nm 33:7; Jr 44:1; 46:14; Ez 29:10; 30:6). Essas “mig- dols” provavelmente não eram cidades diferentes, mas fortes que formavam parte do sistema de fortificação da fronteira (ver com. de Êx 13:20).Diante de Baal-Zefom. Este lugar é desconhecido, embora o nome Baal-Zefom se aplicasse também a uma divindade cana- neia. Ele significa literalmente “Baal” ou “Senhor do norte”, um deus mencionado em monumentos egípcios bem como em inscrições do norte de Canaã. Um texto fenício declara que ele era o principal deus da cidade egípcia Dafne, do Delta (a bíblica Tafnes, a moderna Tel Defenneh). O lugar mencionado aqui pode ter recebido o nome desse deus cananeu, em cujo santuário povos do deserto oriental adoravam.Uma descrição geográfica tão exata, única no Pentateuco, sugere, em primeiro lugar, que Pi-Hairote não era bem conhecido, e em segundo, que o autor de Êxodo estava familiarizado com a geografia da região. Nenhum escritor posterior poderia se aventurar a dar tantos detalhes.
Ex.14:3 3. Faraó dirá. Esta passagem explica o propósito de Deus em conduzir os israelitas numa direção tão incomum (ver com. do v. 2). Para o ser humano, esse caminho parecia ser o mais improvável a ser tomado. Canaã ficava a nordeste do Egito, mas a coluna de nuvem os conduziu a sudoeste quando chegaram à fronteira oriental do país. Considerando o caminho estranho que os israelitas tinham tomado, seria natural para o faraó imaginar que tinham se perdido e estavam vagando sem rumo no deserto oriental egípcio. Parecia impossível escapar. No entanto, Deus planejou essa situação a fim de que o Egito e as nações vizinhas aprendessem a temer e a respeitar Seu nome (ver com. do v. 4).
Ex.14:4 4. Endurecerei. Ver com. de Ex 4:21.
Ex.14:5 5. Que é isto que fizemos? Ao quetudo indica, a permissão do faraó estava limitada a uma jornada de três dias no deserto oriental. Quando soube que os israelitas iam em direção ao Mar Vermelho, o rei foi atrás deles (PP, 283). Um pequeno alívio do sofrimento lhe deu tempo para se recuperar do horror da décima praga, e ele se arrependeu de sua atitude irrefletida. Quando nenhuma outra calamidade se seguiu à morte de seus primogênitos, os egípcios podem ter pensado que o poder do Deus dos hebreus tinha se esgotado, e que eles mais uma vez eram os senhores de sua terra e que tinham controle da situação. A perda de tantos trabalhadores enfraqueceria a economia do país e traria sofrimento ao povo.
Ex.14:6 Sem comentário para este versículo
Ex.14:7 7. Seiscentos carros escolhidos. Na 18a dinastia, os carros se tornaram um equipamento padrão do exército egípcio. Dessa época em diante, os reis sempre iam à guerra nesses carros. Dois carros reais da 18a dinastia permaneceram até os dias atuais, e por isso seu formato é bem conhecido. Eram abertos na parte de trás e consistiam de uma tábua semicircular feita de madeira onde o guerreiro se colocava em pé, circundada por uma proteção que se elevava formando uma curva até a altura de aproximadamente 75 cm acima da tábua. Os carros tinham duas rodas e eram puxados por dois pequenos cavalos. Em geral, eram ocupados por dois homens, um guerreiro e o que dirigia o carro.Capitães. No hebraico, bem como em outras línguas semíticas, “o terceiro” provavelmente significa “o terceiro no carro”. No assírio, tornou-se o termo técnico para o condutor do carro. Porém, no hebraico, parece que a palavra era sinônimo de “guerreiro célebre” (ver 2Rs 9:25; etc). Sendo que geralmente as carruagens egípcias levavam dois homens, parece que a palavra aqui traduzida por “capitão” seria melhor vertida como “guerreiro célebre”. E provável que os seiscentos carros escolhidos com seus ocupantes pertencessemà guarda real e estivessem prontos para agir em qualquer momento, assim como no caso da perseguição aos israelitas.
Ex.14:8 8. O Senhor endureceu. Um fato importante mencionado três vezes (v. 4, 8, 17) em conexão com a perseguição aos israelitas por parte do faraó (ver com. de Ex 4:21).Afoitamente. Isto é, triunfantes sobre os egípcios perseguidores. A RSV traduz esta expressão como “desafiadoramente”. Em Números 33:3, onde ocorre a mesma expressão, a RSV a traduz “triunfantemente”.
Ex.14:9 9. Cavaíarianos. Visto que os egípcios não tinham cavalaria nessa época, embora um cavaleiro solitário tenha sido pintado num pequeno monumento, a palavra traduzida como “cavalariano” deveria ser “caval- gadores” ou “homens montados ”, ou seja, os que conduziam os carros. Entendido assim, o texto concorda de forma notável com os monumentos originais daquela época, que representam o exército egípcio com dois tipos de tropas: as que iam em carros e as da infantaria.E os alcançaram acampados. Nãose sabe ao certo se faraó alcançou os israelitas logo após terem acampado às margens do Mar Vermelho, ou se já estavam ali por um dia ou mais. Embora seja óbvio o fato de que o faraó tenha i niciado a perseguição aos israelitas um tempo depois de sua partida, ele seria capaz de percorrer a distância de cerca de 130 km de Tânis (Ramessés) à margem noroeste do Mar Vermelho, muito mais rapidamente que os israelitas. Ele teria gasto pelo menos dois dias, o tempo aproximando para os israelitas atravessarem o deserto desde Etã (ver com. do v. 5). A descrição dos eventos, ao se aproximarem os egípcios, parece indicar que os israelitas tinham acabado de chegar ao local do acampamento, quando descobriram que os egípcios os estavam perseguindo (v. 9, 10; PP, 284).
Ex.14:10 10. E temeram muito. Aos olhos humanos, a situação parecia desesperadora.Cercados ao leste pelo mar, ao sul por uma montanha íngreme, ao oeste por desertos montanhosos e ao norte pelos egípcios, eles concluíram que seria impossível escapar. Também estavam desarmados e despreparados para a batalha. Somado a tudo isso, eles ainda não tinham aprendido a depositar confiança no poder e na proteção de Deus.Clamaram ao Senhor. Se a oração deles tivesse sido acompanhada por fé, o v. 11 não teria o registro de murmuração contra Moisés. Alguns comentaristas sugerem que os mais piedosos entre os israelitas clamaram a Deus (v. 10), ao passo que os irreligiosos murmuraram contra Moisés (v. 11).
Ex.14:11 11. Para que morramos neste deserto? O ser humano sempre encontrou satisfação em culpar outro pelas dificuldades que encontra. Nesse caso, Moisés foi o alvo da indignação. Argumentaram que ele, como líder, não poderia tê-los colocado em situação tão perigosa. E a coluna de nuvem? Não os levou para essa armadilha, da qual parecia não haver escapatória? Cinicamente perguntaram se no Egito, uma terra de tumbas por excelência, não havia lugares suficientes para que fossem sepultados.
Ex.14:12 12. Não é isso o que te dissemos no Egito [...]? O povo fez afirmações exageradas a Moisés. Foi somente quando a opressão aumentou, desde a primeira audiência de Moisés com o faraó, que eles se queixaram do que ele havia feito (Ex 5:21), ao passo que no início aceitaram com alegria suas propostas (4:31). Ao deixarem o Egito, tinham cumprido de forma voluntária suas instruções.Pois melhor nos fora. A tendência comum é preferir a morte à escravidão, quando essas são as únicas alternativas. Não é de estranhar que um povo acostumado à escravidão e sem tradição de independência não tivesse o mesmo espírito de heroísmo de pessoas livres.
Ex.14:13 13. Não temais. Embora a inquietação dos hebreus seja compreensível, a coragemnobre e a confiança de Moisés são surpreendentes. Observa-se uma verdadeira transformação desde a época em que timidamente se opôs ao Senhor (Êx 4:1, 10, 13; 5:22, 23). Embora não tivesse compreendido por completo que Deus seria “glorificado em Faraó e em todo seu exército” (v. 4), Moisés permaneceu calmo e confiante de que tudo ficaria bem. Essa confiança é refletida no conselho dado ao povo para esperar com paciência a libertação que viria do Senhor. Moisés não sabia como Deus cumpríria Seu desígnio, mas sua própria experiência com Ele na terra do Egito lhe deu certeza de que o Senhor era plenamente capaz de resgatar Seu povo, por mais improvável que pudesse parecer essa perspectiva. O próprio Moisés estava triste por causa da demonstração de falta de fé por parte do povo (PP, 284).Os egípcios. Isto é, o grande exército do faraó. A ordem das palavras no original favorece a tradução resumida, que, com exceção de uma pequena mudança, é da LXX. Nesta última, lê-se: ‘‘Pois como viram hoje os egípcios, não os tornarão a ver jamais.” Dessa forma, a afirmação significa que veriam seus inimigos sem vida às margens do Mar Vermelho (v. 30).
Ex.14:14 Sem comentário para este versículo
Ex.14:15 15. Por que clamas a Mim1? Estas palavras do Senhor indicam que Moisés tinha apelado a Deus por ajuda, talvez apresentando as queixas do povo diante dEle. Elas não expressam reprovação divina, mas constituem um conselho para agir com determinação.
Ex.14:16 16. Levanta o teu bordão. Os israelitas não deveríam permanecer completamente inativos enquanto o Senhor os libertava. Eles deviam seguir em frente, e ao fazê-lo testemunhariam do poder de Deus. Ele poderia ter dividido o Mar Vermelho sem o auxílio de Moisés, se é que o ato de levantar o bordão pode ser chamado de auxílio. Deus escolheu novamente trabalhar por meio de Moisés a fim de que Seu povo pudesse confiar mais plenamente no líder apontado por Ele.Deus trabalha segundo o princípio de usar, sempre que possível, homens consagrados para a realização de Sua obra na Terra.
Ex.14:17 17. Endurecerei. Afirma-se que Deus endureceu o coração dos egípcios, sem dúvida no mesmo sentido em que endureceu o de faraó (ver com. de Êx 4:21). Ao seguir suas ordens, tornaram-se participantes de suas culpas (cf. Ap 18:4). Com certeza, os egípcios ansiosamente antecipavam a retomada do bem perdido, assim como a vingança sanguinária sobre quem resistisse à captura (Ex 12:35; 15:9). Sob tais circunstâncias, a natureza humana, por si só, se encarregaria de torná-los frios e sem sentimentos.Para que vos sigam. O bom senso, com base na experiência anterior, teria feito com que os egípcios fossem precavidos quanto a se envolverem numa aventura tão perigosa como a de seguir os hebreus no mar. Estupidez e sede de sangue os impeliram ao perigo (ver Rm 1:21, 22). Ações precipitadas, em geral caracterizam aqueles que, de forma deliberada, desprezam a direção do Espírito de Deus. Desconsiderando os juízos divinos experimentados havia pouco tempo e cheios de confiança própria, eles desafiaram até o final o Deus de Israel (ver 2Ts 2:9-12; Ap 17:14; 19:19; 20:7-9).
Ex.14:18 Sem comentário para este versículo
Ex.14:19 19. O Anjo de Deus. A presença divina manifestada na coluna de nuvem chamada de “O Senhor” (v. 24; Êx 13:21), aqui é chamada de “Anjo de Deus” (ver PP, 366). De igual forma, Aquele que apareceu a Moisés na sarça ardente é intitulado tanto de “Deus” como de “Anjo do Senhor” (Êx 3:2-6).
Ex.14:20 20. E ia entre. Aparentemente, os egípcios alcançaram as proximidades do acampamento dos israelitas no final de um longo dia de marcha (PP, 287). Como uma muralha impenetrável de neblina que avançava do mar, a coluna de nuvem ficou entre os perseguidos e os perseguidores, impedindo que os últimos avançassem. Convencidos de que os hebreus não poderíam escapar, os egípciosadiaram o ataque para o dia seguinte (v. 23, 24; T4, 24; PP, 287).A nuvem. As expressões “aqueles” e “este”, embora não apareçam no hebraico, foram usadas pelos tradutores da ARA e se justificam aparentemente pelo contexto (ver também PP, 287). A noite passou depressa, intensificando a muralha impenetrável de escuridão provocada pela nuvem. Enquanto isso, do lado dos israelitas, a coluna tinha a aparência de uma tocha brilhante, iluminando todo o acampamento e facilitando o preparo para a marcha, como se fosse de dia. Assim, os rebanhos puderam ser reunidos, os animais de carga carregados e as várias tribos e famílias ordenadas em posição de marcha (ver PP, 281). Eles esperavam apenas o sinal para seguir em frente.
Ex.14:21 21. Um forte vento oriental. A palavra traduzida como “vento oriental” pode se aplicar a qualquer vento proveniente da direção leste, do sudeste ao nordeste, pois os hebreus usavam termos específicos para os quatro pontos cardeais. Mesmo atualmente, a maré baixa no golfo de Suez é fortalecida por um forte vento proveniente do nordeste. Consta que antes da construção do canal de Suez, parte do golfo ao norte da cidade de Suez, ficava completamente seca durante a maré baixa, devido a um forte vento nordeste. Como resultado, era possível passear de carro ou a pé pelo golfo. Contudo, uma maré baixa fortalecida por um vento oriental não pode explicar o fenômeno descrito nesta passagem, pois nesse caso a água é toda impelida ao sul, não em duas direções opostas como a Bíblia indica. Tal separação de águas somente poderia ser produzida por um milagre (ver PP, 287). O lugar exato da travessia é desconhecido.
Ex.14:22 22. As águas lhes foram qual muro. Não se sabe a profundidade das águas no caminho de terra seca aberto no mar. Por esta razão, não está claro se as águas assumiram a posição de um "muro'' literal, perpendicular,ou se o termo “muro” é usado de forma figurada em referência ao fato de que os israelitas estavam protegidos do ataque “à sua direita e à sua esquerda”. A palavra pode ser interpretada de ambas as formas (verv. 21; PP, 287), talvez com preferência pela primeira (T4, 24, 25).
Ex.14:23 23. Os egípcios que os perseguiam. Quando o último israelita deixou a margem ocidental do Mar Vermelho, a nuvem permitiu que os egípcios vissem que os hebreus haviam escapado. Os egípcios avançaram imediatamente para a margem do mar, e como encontraram o canal ainda seco, se apressaram para atravessá-lo e perseguir os hebreus. Somente quando todo o exército egípcio estava no meio do mar, a coluna de nuvem se tornou em coluna de fogo e revelou a situação perigosa em que se encontravam (TI, 265; T4, 25).
Ex.14:24 24. Na vigília da manhã. A “vigília da manhã”, dos hebreus, durava das 3h da manhã até o nascer do sol, que, nessa época do ano, ocorria por volta das 5h45.O Senhor [...] viu. No Salmo 77:17- 19, é dada uma descrição do que aconteceu naquele momento. Houve uma repentina e pesada chuva acompanhada de raios e trovões. Avançando em meio ao Mar Vermelho, cujas águas podiam se ver de ambos os lados, os egípcios devem ter ficado apavorados (ver também Josefo, Antiguidades, ii. 16.3).
Ex.14:25 25. Emperrou-lhes as rodas dos carros. A palavra traduzida por “emperrou” pode também ser vertida como “transtornou”, significando talvez que as rodas se afundaram na areia até os eixos, sendo retiradas com muita dificuldade para se afundarem outra vez poucos metros adiante. Seguindo a LXX e outras versões, a AA declara que Deus "embaraçou-lhes as rodas cios carros”. Os egípcios ainda podiam conduzir seus carros, mas “dificultosamente”. Isso indica que, embora as rodas não estivessem perdidas, não funcionavam bem (ver 14. 25).O Senhor peleja. A escuridão que, no início, separava os egípcios dos israelitas (v. 20), a misteriosa abertura de um caminho pelo Mar Vermelho, a repentina e pesada chuva e, finalmente, a dificuldade de prosseguir fizeram com que os egípcios tardiamente percebessem que o Deus dos hebreus estava ajudando Seu povo e obstruindo o avanço deles. Convencidos de que era inútil perseverar numa missão que aparentemente fracassaria, começaram a se retirar.
Ex.14:26 Sem comentário para este versículo
Ex.14:27 27. O mar [...] retomou a sua força. Quando Moisés outra vez levantou seu bordão sobre o mar, o vento cessou e as águas retornaram ao seu lugar (ver v. 21). Parece que o retorno das águas foi também resultado do soprar do vento, como tinha sido a abertura do caminho (ver Ex 15:10). Um forte vento ocidental, que de repente começou a soprar em lugar do vento oriental do v. 21, pode ter acelerado o processo. Em sua fuga, os egípcios foram surpreendidos pelas ondas embravecidas que se precipitavam de cada lado.
Ex.14:28 28. Todo o exército de Faraó. Isto é, todos os que atravessaram o mar na perseguição aos hebreus. Comentaristas têm argumentado que pode ter havido grupos do exército do Faraó que permaneceram na margem ocidental e não foram destruídos. A frase “os carros e os cavalarianos de todo o exército” não apoia o ponto de vista de muitos comentaristas de que apenas os carros entraram pelo caminho do mar e a infantaria ficou para trás. Ellen G. White parece indicar que todo o exército egípcio foi aniquilado (PP, 287, 288; Tl, 265, 266).
Ex.14:29 Sem comentário para este versículo
Ex.14:30 30. Israel viu os egípcios. Josefo (Antiguidades, ii. 16.6) afirma que, após a travessia do mar pelos israelitas, soprou um vento ocidental (ver com. do v. 27). Esse vento, auxiliado pela corrente marítima, teria levado os corpos dos egípcios para a margem oriental. Desse modo, de acordo com Josefo, Moisés obteve armas e couraças para os israelitas.
Ex.14:31 31. O povo temeu ao Senhor. Ao guiar Israel pelo mar, Deus tinha o propósito de fazer com que o povo O reverenciasse e tivesse fé nEle. No entanto, a fé no Senhor estava ligada à confiança em Moisés como Seu representante e, por essa razão, o milagre tinha sido realizado por meio de Moisés. Ainda bebês na fé, os israelitas precisavam de milagres e da manifestação divina. Creram porque viram. Porém, o Senhor pronunciou uma bênção sobre os que “não viram e creram” (Jo 20:29). Uma fé que continua a se apoiar no que vê está longe de ser perfeita. Isso acontecia com Israel. Se a história posterior de Israel não fosse conhecida, seria possível concluir que, dali em diante, eles continuaram a jornada com regozijo, confiantes em Deus de todo o coração, sem nunca mais demonstrar desconfiança, não importando quão grande fosse a crise. Mas, pelo contrário, eles estavam continuamente descontentes com Deus e com Moisés, murmurando e desprezando os conselhos divinos. Mesmo que seja surpreendente a teimosia dos israelitas, não se deve ter pressa em condenar a dureza de coração deles. Não se pode ser melhor do que eles se a confiança em Deus não estiver além do que a visão natural pode perceber quanto à Sua vontade e aos Seus caminhos.Capítulo 15I O cântico de Moisés. 22 O povo pede água. 23 As águas amargas de Mara. 25 (Jma árvore adoça as águas. 27 Em Elim, eles encontram doze fontes de água e setenta palmeiras.
Ex.15:1 1. Então, entoou Moisés. O cântico de Moisés no Mar Vermelho forneceu à igreja de Deus um padrão para o louvor em todas as situações de conflito com os poderes das trevas (ver PP, 289). O tema majestoso desse cântico ecoa em todas as canções de Israel, em louvor a Deus por Suas obras gloriosas em favor do povo. Finalmente, o cântico de Moisés, servo de Deus, será cantado outra vez, com o cântico do Cordeiro, por heróis da fé diante do “mar de vidro”, vitoriosos sobre a besta e sua imagem (Ap 15:3).A autoria desse cântico não é atribuída de forma clara a Moisés, mas sua forma e conteúdo apontam inegavelmente para ele como autor (ver PP, 288). O cântico é composto de três estrofes destacadas, cada qual iniciando com louvor a Deus e terminando com uma descrição da derrota do exército egípcio (Êx 15:2-5, 6-10, 11-18). O tema anunciado no v. 1 é tratado de três formas diferentes, contudo, em cada uma a onipotência de Deus é dominante. Com evidente perspicácia profética, a terceira estrofe em especial aponta para a glória de Israel em seu futuro lar e para o santuário como o lugar da habitação de Deus.Triunfou gloriosamente. As palavras do v. 1 foram repetidas por um coral de mulheres, conduzido por Miriã (ver v. 20, 21).Não se sabe ao certo se isso era feito após cada estrofe, ou seja, após os v. 5, 10 e 18, ou somente no final. As palavras traduzidas como “triunfou gloriosamente” significam, literalmente, “altamente exaltado” ou “gloriosamente glorioso”, conforme a tradução da LXX deste verbo hebraico comum. Ele é repetido para transmitir o pensamento de exaltação da maneira mais enfática possível.
Ex.15:2 2. O Senhor. Aqui, a forma abreviada do nome de Deus, Yoh, aparece pela primeira vez na narrativa do AT. E usada ocasionalmente na linguagem poética para dar ritmo e também como um sufixo de nomes pessoais e até de lugares, como por exemplo, Abias, Acazias, Ezequias, Zedequias, monte Moriá, etc. (verp. 35, 173).Portanto, Lhe farei uma habitação (ARC). Estas palavras traduzem uma única palavra hebraica. Isso ilustra como a poesia hebraica é concisa. Esta tradução da ARC parece ter derivado originalmente do targum aramaico de Onkelos, que parafraseou uma única palavra do texto pela expressão: “Construirei para Ele um santuário.” Embora esse possa ter sido um dos significados do verbo, a maioria dos tradutores desde a LXX e a Vulgata, incluindo muitos comentaristas modernos, tem preferido o significado básico do verbo: “beleza”. Assim,traduzem a expressão como “Eu O louvarei” (como na ARA).
Ex.15:3 Sem comentário para este versículo
Ex.15:4 Sem comentário para este versículo
Ex.15:5 5. Como pedra. Tendo atribuído a Deus a glória pela libertação miraculosa de Israel e a vitória sobre os egípcios, Moisés descreve o destino do povo numa linguagem altamente poética, porém tão clara que dispensa explicação. E possível que nesse momento o coro de Miriã tenha respondido com as palavras do v. 21.
Ex.15:6 6. A Toa destra. Este versículo dá início a uma nova estrofe. Na maior parte amplia e explica o anterior, apresentando mais detalhes e estabelecendo um nítido contraste entre o orgulho e a arrogância dos egípcios e sua miserável queda. Tudo isso foi realizado pela “destra” do Senhor.
Ex.15:7 Sem comentário para este versículo
Ex.15:8 8. Com o resfolgar das Tuas narinas. Uma descrição altamente poética do vento oriental, que em parte foi responsável pela divisão das águas. Ampliando a figura de linguagem, Moisés representa as águas “firmadas como muralha” (NVI) ou amontoadas (ARA) e as profundezas “congeladas” (NVI) ou coalhadas (ARA).As correntes pararam. Literalmente, “se contraíram”, “ajuntaram-se” ou “coalharam-se”. O uso poético desta palavra não indica que as águas estivessem de fato congeladas (ver PP, 287).
Ex.15:9 9. O inimigo dizia. Com sentenças curtas, uma após outra sem partículas conecto- ras, a confiança dos egípcios, que respiravam vingança ao perseguirem os israelitas, é descrita de forma gráfica. O discurso fragmentado imita as exclamações dos soldados do rei, que estavam ao mesmo tempo ansiosos e sem fôlego. Essa descrição é um desvio inco- mum da ordem usual da poesia hebraica.
Ex.15:10 10. Sopraste com o Teu vento. Esta declaração apresenta outro fato não mencionado no relato direto da destruição dos egípcios, embora esteja em completa harmonia com ele. Como um forte vento oriental tinha separado e, depois disso, contido as águaspara a passagem dos israelitas, então um vento do oeste ou noroeste trouxe as águas de volta ao seu lugar para submergir os egípcios. Em obediência ao Criador, o vento serviu para salvar um povo e destruir outro.Afundaram-se como chumbo. A primeira estrofe termina (v. 5) comparando com pedras os egípcios submersos. A segunda termina com uma expressão similar, comparando os egípcios ao chumbo. As águas nas quais foram submersos são chamadas “impetuosas”, devido à prova poderosa da glória do Criador dada pelas águas voltando ao seu lugar. E provável que aqui o coro de Miriã tenha se interposto outra vez (v. 21).
Ex.15:11 11. Quem é como Tu [...]? Mais uma vez, Moisés retoma seu cântico de louvor e vitória. A terceira estrofe assegura ao povo que Deus completará a obra da salvação já iniciada, aterrorizará os inimigos e levará Israel ao santo lugar de habitação e o plantará na montanha de Sua herança. O que o Senhor fizera até então é considerado como uma promessa do que o futuro ainda reserva para os que seguem por onde Ele conduz.
Ex.15:12 Sem comentário para este versículo
Ex.15:13 Sem comentário para este versículo
Ex.15:14 14. Os povos o ouviram. A palavra hebraica traduzida como “povos” está no plural e inclui as tribos ou nações da Filístia, Edom, Moabe e outros habitantes de Canaã (v. 15). Moisés fala como profeta (ver Dt 18:15), ao prever os efeitos da libertação miraculosa de Israel do exército egípcio. Os povos da Palestina não apenas ouviríam desse acontecimento, mas ficariam aterrorizados por pressentimentos ruins do que lhes aguardava, e assim não teriam coragem de se opor a Israel.Filístia. Esta é a forma grega de uma palavra hebraica traduzida assim de forma exata, e não como “Palestina” (KJV). Ela não designa toda a região conhecida atualmente por Palestina, mas somente uma faixa de território que se estende ao longo da costa sudoeste de Canaã, do sul de Gaza a Jope. Essa faixa de terra costeira, de cerca de 80 km de extensão, foi ocupada pela confederação filisteia,que se tornou um espinho para Israel em épocas posteriores.
Ex.15:15 15. Os príncipes de Edom. Na época em que Israel se aproximou das fronteiras de Edom, seus príncipes tinham sido substituídos por reis (Nm 20:14; cf. Gn 36:15). Embora a recusa dos edomitas em permitir a passagem de Israel por suas terras dê a impressão de que se sentiam poderosos e destemidos, o fato de terem rejeitado o pedido pacífico de Moisés, mostra com clareza um senso de insegurança e medo que tentaram esconder (ver Jz 11:17).Os poderosos de Moabe. Os esforços de Balaque para induzir Balaão a amaldiçoar os israelitas demonstram o medo dos moabi- tas (Nm 22 a 24).Todos os habitantes de Canaã. Esta profecia foi cumprida notavelmente quando “ouvindo todos os reis [...] dos cananeus [...] que o Senhor tinha secado as águas do Jordão, de diante dos filhos de Israel, [...] desmaiou-se-lhes o coração, e não houve mais alento neles’' (Js 5:1).
Ex.15:16 16. Até que passe o Teu povo. Aqui não está se referindo à travessia pelo Mar Vermelho, pois isso já havia acontecido, mas à travessia do deserto e das fronteiras de Canaã.
Ex.15:17 17. No monte. "O monte da tua herança” provavelmente não era a região montanhosa de Canaã (Dt 3:25), como defendem alguns comentaristas, mas sim a montanha que o Senhor tinha escolhido como santuário (Sl 78:54) e como Seu lugar de habitação. O estabelecimento de Israel nessa montanha não significa sua entrada na terra prometida, mas o estabelecimento do povo de Deus na casa do Senhor (Sl 92:13), no futuro santuário. Ali Deus teria comunhão perfeita com Seu povo, o qual por sua vez demonstraria pertencer a Ele, servindo-O e oferecendo- -Lhe sacrifícios.
Ex.15:18 18. O Senhor reinará por todo o sempre. Afirmações semelhantes sãoencontradas em outras passagens nas Escrituras (ver Sl 10:16; 29:10; 146:10; Ap 11:15; etc.). Assim, Moisés expressa a firme convicção de que o domínio do Senhor é eterno, não só no universo, mas também neste mundo, não apenas sob a lei, mas também sob o evangelho, não só no tempo, mas por toda a eternidade. O cântico de Moisés conclui com essa exclamação inspirada, embora no versículo seguinte ele explique por que o reinado de Deus durará para sempre. semelhança das duas estrofes anteriores, cada uma contendo uma declaração final a respeito da destruição dos egípcios (ver v. 5, 10), a terceira termina de modo semelhante. Em vez de dirigir a atenção para os egípcios derrotados, Moisés aponta para o Libertador triunfante. Portanto, o cântico não termina com um relato sombrio da destruição dos inimigos de Deus, mas com uma nota de vitória e louvor. Esse mesmo tema caracteriza o cântico de Moisés e o do Cordeiro, que os remidos entoarão no mar de vidro (Ap 15:2-4).
Ex.15:19 Sem comentário para este versículo
Ex.15:20 20. A profetisa Miriã. Ela é a primeira mulher que a Bíblia honra com esse título. Também outras profetisas fizeram parte da história do povo de Deus (ver Jz 4:4; 2Rs 22:14; Is 8:3; Lc 2:36). Miriã não é chamada de profetisa somente porque as palavras que cantou eram inspiradas, mas em primeiro lugar como reconhecimento pelo papel desempenhado no êxodo, superado apenas pelas funções de Moisés e Arão (ver PP, 382). Ela especificamente alegou possuir o dom profético (Nm 12:2), visto que Deus tinha falado por meio dela. O profeta Miqueias declara que o Senhor libertou Israel do Egito por meio de Moisés, Arão e Miriã (Mq 6:4). Sua tarefa pode ter sido a de comunicar ao povo mensagens pelas quais a esperança da libertação foi mantida viva durante os anos sombrios de opressão. Ela deve ter reprovado, instruído e aconselhado o povo. Porém, no Mar Vermelho elaaparece como uma cantora e musicista inspirada e talentosa. Na ocasião, deveria teimais de 90 anos (ver Êx 2:4; 7:7).Irmã de Arão. Embora esteja claro que Miriã também era irmã de Moisés, e tenha sido um instrumento para protegê-lo durante a infância, aqui ela é chamada de irmã de Arão. Isso talvez indique uma posição subordinada em relação à de Moisés, mas comparável à de Arão, que era subordinado a Moisés (ver Êx 4:14-16).Tomou um tamborim. O instrumento tocado por Miriã e as mulheres que a acompanhavam era um tamborim ou um tambor de mão. Eruditos modernos, especialistas em história de instrumentos, favorecem a segunda tradução. A mesma palavra para pandeiro, tof é usada no hebraico e no árabe moderno para designar um tambor de mão. Gravuras egípcias antigas mostram esse instrumento feito de um aro de madeira e dois couros, mas sem chocalhos ou palitos. E tocado com a mão. Na Bíblia, esse instrumento geralmente é tocado por mulheres (Jz 11:34; ISm 18:6; SI 68:25), como no Egito, mas às vezes também por homens (ISm 10:5). Com frequência era acompanhado por canto e dança, provavelmente para acentuar o compasso. No AT em geral é associado a festas e alegria.Todas as mulheres. A separação de homens e mulheres em grupos distintos era um costume egípcio, assim como o desempenho de danças por grupos de homens e de mulheres que acompanhavam seus movimentos com música. Esse costume parece ter sido adotado pelos hebreus durante sua longa permanência no Egito. Em épocas posteriores, podem-se ver mulheres hebreias participando de celebrações de vitórias, quando iam com música e canto ao encontro dos exércitos que retornavam (ver Jz 11:34; 21:21; ISm 18:6, 7; 29:5).Com danças. O uso de danças nas cerimônias religiosas, tão contrário às idéiasocidentais de adoração, é aceitável para a mentalidade e para o sentimento oriental. Vários exemplos de danças são encontrados nos relatos do AT. Davi dançou diante da arca quando a trazia a Jerusalém (2Sm 6:16), a filha de Jefté foi ao encontro de seu pai vitorioso com danças (Jz 11:34) e as virgens de Silo celebraram festa dessa forma (Jz 21:21). Mencionada em alguns salmos (SI 149:3; 150:4), a dança era uma expressão externa de alegria santa, que se realizava com o mesmo espírito com que se elevavam cânticos de louvor ou orações de agradecimento. Era claramente um ato de adoração, e Deus a recebia como tal (cf. Jo 6:37). As danças modernas não têm nenhuma semelhança com a dança religiosa dos tempos bíblicos. Homens e mulheres não se misturavam nas danças religiosas, e o único objetivo dos participantes era expressar amor, devoção e agradecimento a Deus. A dança antiga era parte do ritual de adoração.
Ex.15:21 21. E Miriã lhes respondia. Miriã, com seu coral de mulheres, cantava em resposta ao coral masculino, provavelmente no final de cada estrofe da canção (depois dos v. 5, 10, 18). As palavras do refrão de Miriã, “Cantai ao Senhor”, etc., também foram as palavras introdutórias do cântico de Moisés (v. 1).
Ex.15:22 22. O deserto de Sur. Esta é a região desértica que se estende desde a fronteira oriental do Egito até a fronteira meridional da Palestina e alcança, ao sul, as montanhas da península do Sinai. E mencionado várias vezes nas narrativas patriarcais (Gn 16:7; 20:1; 25:18) e nos registros das vitórias de Saul e Davi sobre os amalequitas (ISm 15:7; 27:8). Foi na parte meridional desse deserto que Israel marchou, em direção ao sudeste, ao longo das margens do Mar Vermelho. Em Números 33:8, esta região é chamada de “deserto de Etã”. Se estiver correta a interpretação feita no comentário de Exodo 13:20, no sentido de Etã ser uma palavra egípciapara uma fortaleza fronteiriça, é fácil entender por que o deserto de Sur também devesse ser denominado deserto de Etã.Não acharam água. Sem dúvida, os israelitas levavam um suprimento de água potável em odres de couro, como faziam os povos orientais da Antiguidade. Sabendo que estavam para entrar no deserto, eles não deixariam de levar água consigo. Porém, uma marcha de três dias sem encontrar mais água para reabastecer sua provisão esgotada traria sofrimento tanto para as pessoas como para os animais. Portanto, era imperativo que encontrassem poços ou fontes em certos intervalos. De todos os animais domésticos usados no Oriente Médio, o jumento era o animal de carga mais empregado para viagens pelo deserto. O camelo se encontra apenas ocasionalmente antes do século 12 a.C. Jumentos são capazes de viajar por quatro dias sem água, mas o gado, que os israelitas tinham em grande quantidade, não poderia viver sem beber água num intervalo assim. Por essa razão, uma marcha de três dias sem encontrar água era mais ou menos o limite que podia suportar o gado.
Ex.15:23 23. Mara. O primeiro oásis ao sul de Suez é o Ain Hawârah. Está no antigo caminho para as minas de cobre do Sinai, alguns quilômetros terra adentro desde o golfo e cerca de 75 km da cidade de Suez. A água é amarga. Se a identificação com a Mara da Bíblia estiver correta, o adoçar de suas águas por Moisés não foi permanente. Embora a maioria dos comentaristas aceite essa identificação, deve-se notar que existem várias fontes amargas nas proximidades, sendo que uma delas é ainda mais amarga que Ain Hawârah.
Ex.15:24 24. O povo murmurou. Eles já tinham murmurado uma vez, na margem ocidental do Mar Vermelho (Êx 14:11, 12), e murmurariam muitas outras vezes antes da peregrinação chegar ao fim (ver Êx 16:2; Nm 14:2; 16:41; etc.). A murmura cão provaria ser a maneira usual de extravasarem a amargurada alma diante das dificuldades que encontravam. Posto que Moisés fosse responsável pela saída deles do Egito, e era o líder, seus murmúrios eram em primeiro lugar dirigidos a ele. Os homens que mais servem a uma causa são com frequência menos apreciados durante sua vida, e monumentos em geral são erigidos em sua honra somente após terem morrido.Que havemos de beber? Embora as pessoas bebam água de gosto ruim quando têm muita sede, há um limite que não pode ser ultrapassado. Até mesmo os animais recusam beber a água de certas fontes amargas do deserto da Arábia.
Ex.15:25 25. O Senhor lhe mostrou uma árvore. O nome desta árvore não é revelado. Diz-se que há várias árvores ou plantas em diferentes partes do mundo que podem transformar água amarga em doce, mas nenhuma foi encontrada na península do Sinai. De fato, os beduínos das proximidades, que consideram a água do Ain Hawârah e de outras fontes vizinhas semelhantes de gosto ruim, não conhecem nenhum meio de fazer com que essa água se torne boa para beber. Portanto, há apenas duas explicações possíveis para esse texto. Moisés foi instruído a pegar uma árvore que tinha a qualidade natural de transformar água amarga em doce, mas essa árvore não cresce mais na região, ou a transformação da água foi um ato direto de Deus e a árvore foi apenas um símbolo.Uma ordenação. Após ter adoçado a água e satisfeito a sede física de Seu povo, Deus lhes deu uma ordenança relacionada ao milagre por uma promessa (ver v. 26).AH os provou. Do momento de sua saída do Egito até a chegada a Canaã, Deus “provou” Seu povo em muitas ocasiões - primeiro no Mar Vermelho, depois em: Mara, Meribá (Êx 17:1-7), Sinai (Êx 20:20), Taberá (Nm 11:1-3), Quibrote-Hataavá (Nm 11:34) e Cades (Nm 13:26-33). Essas “provas” eram medidas cie Deus para treiná-los, sobcircunstâncias relativamente fáceis, para o que enfrentariam em Canaã.
Ex.15:26 26. Se ouvires atento. Este é o registro de uma promessa maravilhosa. Se o povo de Deus dali em diante obedecesse estritamente a todos os Seus mandamentos, Ele os “sararia" como sarou as águas, e os livraria de males lísicos e morais. Portanto, seu bem-estar físico dependia de sua obediência. Esse princípio era válido não apenas na época dos hebreus, mas em todos os tempos. O bem-estar físico da raça humana ainda depende em grande parte da obediência à lei divina. Os que desobedecem às leis que governam o viver saudável podem culpar apenas a si mesmos pelas consequências. Por outro lado, os que vivem de acordo com as instruções dadas por Deus quanto à saúde estarão livres de enfermidades. Deus não se interessa somente pelo estado espiritual das pessoas, mas também por seu estado físico (ver 3Jo 2).Nenhuma enfermidade. Algumas destas enfermidades são enumeradas em Deuteronômio 28:27, e também se faz referência a elas em Deuteronômio 7:15. Sabe-se que certas enfermidades sempre existiram entre os egípcios com extrema severidade, principalmente doenças de pele e oculares. Durante a longa permanência no Egito, os hebreus se familiarizaram com essas doenças.Eu Sou o Senhor, que te sara. Os médicos egípcios eram famosos em todo o Oriente Médio. Textos dessa época, porém, mostram que eles não consideravam que o poder da cura provinha de si próprios, mas de seus deuses. Nos manuais de medicina, alguns dos quais com quatro mil anos, as enfermidades estão divididas em três classes: (1) as que podem ser tratadas; (2) as que podem ser evitadas; e (3) as que não podem ser curadas. Embora a ciência da medicina tenha progredido de forma extraordinária desde a época de Moisés, essaantiga classificação ainda se mantém. O cirurgião pode fazer uma incisão, remover u m órgão e costurar uma ferida, mas não pode curá-la. O médico pode administrar certas drogas, as quais sabe ter efeitos sobre alguns males, mas sua habilidade não vai além disso. O verdadeiro processo de cura é realizado por um poder sobre o qual a ciência humana não tem controle. Somente Deus cura. Isto ainda é verdade no século 21, como o era na época de Moisés. (3 Senhor é o Médico dos médicos.
Ex.15:27 27. Elim. O local seguinte de acampamento foi identificado desde a Antiguidade como Wadi Garandel, que está a cerca de 11 km ao sul de Am Hawârah. Este lugar, com grande suprimento de água relativamente boa e seus exuberantes bosques de palmeiras, tamargueiras, acácias e seu pasto abundante ainda é um dos principais oásis entre Suez e o Sinai atualmente. O arqueólogo Flinders Petrie encontrou um bom suprimento de água nesse vale nas duas ocasiões em que passou por lá, a primeira em dezembro de 1904 e depois, em março do ano seguinte, muito embora o inverno tivesse sido bem seco e a chuva não tivesse caído por muitas semanas.E se acamparam junto das águas.Uma vez que Wadi Garandel está unido por dois vales relativamente férteis, o Wadi Useyt e o Wadi Tayibeh, é possível que os israelitas tenham aproveitado essa oportunidade para apascentar seu gado e fazê-lo descansar por vários dias antes de continuar a jornada. Não se faz menção de um acampamento em Mara (ver v. 23-26), embora a região também apareça em Números 33:8. E possível que o povo tenha ficado em Mara apenas o necessário, Moisés, que tinha passado por essas regiões antes e conhecia cada poço e nascente, provavelmente garantiu aos israelitas que encontrariam um vale fértil a poucos quilômetros de Mara.Capítulo 16I Os israelitas chegam a Sim-. 2 Eles se queixam da falta de pão. 4 Deus lhes promete pão dos céus. 11 Deus manda codornizes, 14 e maná. 16 Instruções sobre o maná. 25 O maná não era encontrado no sábado. 32 Devem guardar um gômer dele.ouviu as vossas murmurações, com que vos queixais contra Ele; pois quem somos nós? As vossas murmurações não são contra nós, e sim contra o Senhor.gômer por cabeça, segundo o número de vossas pessoas; cada um tomará para os que se acharem na sua tenda.
Ex.16:1 1. Partiram de Elim. Os israelitas retornaram a jornada em Elim, talvez em Wadi Garandel, onde provavelmente passaram vários dias, ou mesmo semanas. De acordo com Números 33:10, onde se apresenta um itinerário mais completo do que em Exodo, a parada seguinte foi junto ao Mar Vermelho. Este lugar parece ter sido a ampla planície de el-Markha, que faz divisa com o Mar Vermelho e fica na rotaregular para as minas de cobre egípcias em Wadi Magâra.Para o deserto de Sim. Existem várias opiniões com respeito à localização do deserto de Sim. Alguns comentaristas sugerem que o nome foi dado a essa região devido aos abundantes arbustos espinhosos, cujo nome em hebraico, seneh, é semelhante. Outros supõem que este nome, bem como o próprio nomeSinai, derivou do nome do deus-lua, Sin, que era adorado na península do Sinai. O deserto de Sina tem sido identificado de várias maneiras: (1) a árida e estéril planície costeira de el-Oâa, ao norte da atual cidade portuária de Tor; (2) o vale da mina de cobre Wadi Aíagâra; (3) a planície Debbel er-Ramleh, ao norte de Jebel Musa no coração da península do Sinai; e (4) o oásis Feiran. As duas últimas localidades merecem menos consideração do que as primeiras, uma vez que estão bem ao sul.Do segundo mês. Israel estava de viagem. havia exatamente um mês (ver Ex 12:2, 6, 11, 12; Nm 33:3). Visto que são mencionados apenas sete locais de acampamento (Nm 33:5-11) e uma jornada de três dias pelo deserto (Ex 15:22), é evidente que ocorreram permanências prolongadas em vários lugares, ou alguns locais de acampamento não foram mencionados, ou ambos.
Ex.16:2 Sem comentário para este versículo
Ex.16:3 3. Panelas de carne. Acostumados no Egito, mesmo como escravos, com uma dieta à base de carne, pão, peixe e verduras (Nm 11:5), eles se levantaram contra Moisés e Arão.
Ex.16:4 4. Farei chover do céu pão. E surpreendente a paciência e a bondade de Deus para com Seu povo escolhido nesses casos de murmuração. Deus não Se mostrou ofendido com as queixas deles, mas os socorreu em todos os momentos de dificuldade. Reconhecia que a mente deles ainda era servil e que sua fé não estava desenvolvida. Ao fazer isso, era Seu propósito treiná-los a confiar nos líderes divinamente apontados e a terem fé nEfe.O fenômeno descrito aqui e em outras passagens da Bíblia (Dt 8:3; Ne 9:15; SI 78:23-25; 105:40; Jo 6:31) só pode ser explicado como um milagre. A explicação de alguns expositores bíblicos de que o “maná” (Ex 16:15) era a secreção de piolhos de várias plantas é absurda. Ao examinar esse suposto “maná", em 1927, Friedrich S.Bodenheimer, da Universidade Hebraica de Jerusalém, descobriu que piolhos de plantas, cigarras e cochonilhas se alimentam das tamargueiras do deserto do Sinai e excretam o excesso de seus carboiclratos na forma de gotas de uma substância doce. Essa substância se evapora em partículas que se assemelham à geada. Supõe-se que esse era o "maná” que Josefo (Antiguidades, iii.1.6) declarou ainda ser encontrado em sua época no Sinai. A aceitação da narrativa de Êxodo 16 exclui a possibilidade de que o "maná” da tamargueira tenha sido o alimento milagroso com o qual os israelitas sobreviveram por 40 anos. O maná do céu foi provido ao longo do ano, mas seu suprimento cessou tão logo entraram na terra prometida (Js 5:12). O "maná” da tamargueira é encontrado no Sinai somente durante os meses de junho e julho. A quantidade dessa matéria é extremamente pequena e não poderia alimentar a muitas pessoas, ao passo que Deus nutriu uma nação inteira com o maná por quase 40 anos. Além disso, o maná bíblico não podia ser preservado sequer para o clia seguinte, a não ser aos sábados (Êx 16:19, 20), mas podia ser cozido (v. 23). Em contraste, o "maná '' da tamargueira pode durar vários dias, mas não pode ser levado ao forno, embora possa ser cozido de outras formas. Essas diferenças indicam que aceitar a interpretação contemporânea, que explica o maná como um produto natural do Sinai, significa rejeitar o relato bíblico. Esta e outras explicações, cujo propósito é se esquivar clc tudo que seja de natureza miraculosa, não são válidas.Para que Eu ponha à prova. Estas palavras esclarecem que Deus tinha um propósito educativo com a chuva de maná. A provisão miraculosa de alimento servia para treinar o povo a respeitar e a obedecer a Sua santa lei.
Ex.16:5 5. Ao sexto dia. Neste breve texto, Moisés indica a natureza da prova do v. 5. A menção do "sexto dia” remete de imediatoao sexto dia da semana da criação (Gn 1:31; a única ocorrência anterior desta expressão), e, portanto, ao fato de que em seis dias Deus completou Sua obra criadora (Gn 2:1-3). Considerada juntamente com Gênesis 2:1-3 e Êxodo 20:8-11, esta referência aponta de maneira clara para o fato de que os hebreus conheciam o ciclo semanal antes de a lei dos dez mandamentos ser dada no Sinai (cf. Gn 29:28). O sétimo dia, em que não caía maná, era “o santo sábado do Senhor” (Ex 16:22-30), e nesse dia o povo devia descansar (v. 30). No hebraico, a palavra sha- bbatli significa “descanso”. Assim como o v. 23, o v. 5 indica que somente o sétimo dia tinha um nome, “o santo sábado”, ao passo que os outros seis dias eram designados por numerais ordinais, como o primeiro, o segundo, o terceiro dia, etc.Será o dobro. No sexto dia cairia o dobro da quantidade de maná, e eles deve- riam juntar o dobro (PP, 296). Essa atividade semanal, requerida em preparação para o sábado, devia ser uma lição para Israel sobre a importância desse dia.
Ex.16:6 6. Sabereis. A primeira evidência para os israelitas de que Deus tinha ouvido e considerado suas queixas foi a provisão das codornizes no mesmo dia em que Moisés e Arão falaram com eles (ver v. 12 e 13).
Ex.16:7 7. A glória do Senhor. Estas palavras não se aplicam à manifestação da glória divina ocorrida imediatamente após a fala de Moisés e Arão (ver v. 10), mas à chuva miraculosa de maná pela manhã, quando a glória e o grande poder de Deus ficaram evidentes.Quem somos eós? A murmuração do povo dirigida a Moisés e Arão como seus líderes foi na realidade contra o Senhor. Moisés e Arão apenas seguiram as instruções divinas. Então, Deus manifestou Sua glória, como evidência de que tinha ouvido a queixa da multidão. Essa manifestação do poder divino é explicada com mais detalhes no v. 8.
Ex.16:8 8. À tarde, vos der carne. Boa parte deste versículo é uma repetição de afirmações feitas anteriormente. Porém, há um acréscimo importante, em resposta direta às murmurações do povo. Em sua queixa, eles mencionaram as “panelas de carne” e o “pão” do Egito, pelos quais ansiavam (v. 3). Assim, eles teriam carne e pão para se fartarem. Deus Se mostraria capaz de suprir no deserto o que o Egito oferecia, e ainda mais.
Ex.16:9 9. Chegai-vos à presença do Senhor. Antes de dar o alimento prometido, Moisés pediu ao povo que se apresentasse diante de Deus, em reconhecimento de que foi contra Ele que se rebelaram. Como a conduta de Moisés e Arão havia sido questionada, foi necessário Deus mostrar ao povo que aprovava a atitude de Seus servos fiéis e que honraria a promessa feita por eles.
Ex.16:10 Sem comentário para este versículo
Ex.16:11 Sem comentário para este versículo
Ex.16:12 12. Ao crepúsculo da tarde. Literalmente, “entre as duas tardes” (ver com. de Êx 12:6).Comereis carne. Foram raras as vezes em que o Senhor deu carne aos israelitas. Apenas duas ocasiões estão registradas, esta no deserto de Sim e outra em Ouibrote- Hataavá, no deserto de Pa rã (Nm 11:31- 34). Israel não precisava de carne, pois o “cereal do céu” (SI 78:24) supria todas as suas necessidades.
Ex.16:13 13. Codornizes. Alguns comentaristas explicam a palavra traduzida por “codornizes” como peixes voadores ou gafanhotos. No entanto, Salmo 78:27 diz tratar-se de “bandos de aves” (NVI). Atualmente, o consenso é que a palavra “codorniz” está correta. Esta codorniz é uma ave de caça de até 25 cm de comprimento, a Coturnix conimu- nis, e pertence à mesma ordem dos faisões e perdizes. Assemelha-se à codorniz americana. Ornitólogos relataram grandes migrações de codornizes procedentes da Romênia, Hungria e do sul da Rússia, que se deslocam ao norte da África pelo Mediterrâneo oriental. Milhares de codornizes foram exportadaspor dia do Sinai para a Europa. Muitas gravuras egípcias antigas mostram pessoas caçando codornizes com redes de mão lançadas sobre arbustos onde as codornizes descansavam.
Ex.16:14 14. Uma coisa fina. Quando o orvalho se evaporou com o nascer do sol, restou uma substância pequena e fina que podia ser reunida em bolsas com facilidade. Ela é comparada à “geada” e em outro lugar (Nm 11:7) à “‘semente de coentro”,
Ex.16:15 15. Não sabiam o que era. Esta frase explicativa indica que a exclamação anterior dos hebreus foi de assombro e questionamento. Eles não podiam ter dito “Isto é maná” quando não sabiam o que era, e Moisés teve que lhes dizer que era pão do céu. Se tivessem percebido logo que era o alimento enviado por Deus, não teria havido necessidade de Moisés ter contado a eles.Isto é o pão. As duas palavras heb. man hu, traduzidas como “maná”, foram por muito tempo um enigma para os eruditos. A palavra man dificilmente podería ser traduzida como o nome do pão do céu, que aparece primeiramente no v. 31. Assim, alguns traduziram a expressão como “Isto é uma dádiva ”, mas também está longe de ser convincente. A interpretação mais provável é a da LXX: “Que é isto?”, uma tradução apoiada pelas palavras seguintes, “pois não sabiam o que era’. Como a palavra heb. para “que” é niah e não man, sugeriu-se que o emprego aramaico tinha influenciado o texto; contudo, a palavra aramaica man significa "quem” e não “que”. No entanto, o especialista em línguas semíticas F. M. Theodor Bohl, mostrou que a forma man era uma antiga partícula semítica cujo significado é “que”. Ela aparece como manna nas cartas palestinas de Amarna, do século 14 a.C. Portanto, pode-se concluir que esta frase curta é traduzida de forma apropriada como “Que é isto?” (LXX). Esta exclamação revela a surpresa dos hebreus ao se depararem com aquela substância desconhecida.A solução do problema, sugerida acima, é uma das evidências de que o Pentateuco não foi escrito muitos séculos depois do êxodo, como creem muitos eruditos. Palavras e expressões como essas, encontradas apenas em documentos da metade do segundo milênio a.C., não teriam sido usadas por um escritor do primeiro milênio, pois ele não saberia da existência delas na época do êxodo. A história do êxodo foi escrita por um contemporâneo desse grande evento, alguém que estava familiarizado com a fraseologia de sua própria época e que sabia usá-la.
Ex.16:16 16. Um gômer por cabeça. O gômer era a décima parte de um efa (v. 36), ou seja, cerca de dois litros. Possivelmente a xícara cunhada nas moedas hebreias do primeiro século da era cristã representa o gômer de cevada da nova colheita, apresentado no templo como oferta dos primeiros frutos cio campo.
Ex.16:17 Sem comentário para este versículo
Ex.16:18 18. Medindo-o. Em obediência às instruções de Moisés, os israelitas colheram o novo alimento. Depois de medi-lo, viram que não importava a quantidade que cada um colhia, pois era exatamente tantos gôme- res quanto o número de pessoas da família. Assim, Deus não somente proveu alimento de forma miraculosa, mas cuidou para que cada um tivesse uma porção larta.
Ex.16:19 19. Ninguém deixe dele. Deus proveu aos israelitas um alimento pelo qual não tinham que trabalhar, mas Ele não queria que se tornassem preguiçosos. Deviam colher todos os dias a fim de se manterem. Além disso, deviam se levantar cedo, pois o maná se derretia "em vindo o calor” (v. 21). Embora não houvesse campos para arar nem colheitas para ceifar, o fato de precisarem de se levantar cedo para colher o alimento, mostra que Deus planejou todos os detalhes desse fenômeno para o benefício e treinamento do povo. Pobreza e necessidade podem ser as recompensas dos que dormem até tarde (ver Pv 6:9-11).
Ex.16:20 20. Deu bichos. É provável que esta consequência de armazenar o maná tosse também sobrenatural. Servia como uma punição para o desobediente, e de maneira eficaz coibia a prática de se ignorar negligentemente as instruções divinas.
Ex.16:21 21. Vindo o calor, se derretia. Ver com. do v. 19.
Ex.16:22 22. Em dobro. No sexto dia, aconteceu outro milagre. Já havia sido revelado a Moisés que o povo devia colher duas vezes mais na sexta-feira do que nos demais dias (v. 5), e Moisés transmitiu isso ao povo, pois 'colheram pão em dobro”. Nada, porém, havia sido revelado ainda quanto à sua miraculosa conservação, nem quanto ao fato de que não cairia no sábado. Ao colherem em dobro, na sexta-feira de manhã, o povo tinha cumprido com as instruções dadas até então. Mas a experiência durante a semana mostrou que o que sobrasse se perdería antes da manhã seguinte (v. 20). Os líderes das tribos trouxeram esse problema a Moisés. Deus retardou as instruções específicas concernentes ao sábado até esse momento, provavelmente por não ter sido necessário fazê-lo durante a semana.
Ex.16:23 23. Amanhã. Moisés compreendeu que Deus tinha concedido o maná de tal forma que o sábado fosse santificado (v. 4, 5). A aparente ignorância do povo com relação ao sábado, a necessidade das instruções de Moisés quanto a esse dia e o tato de alguns terem tentado encontrar maná fresco no sábado, apesar das instruções de que nada cairia, mostram que os israelitas tinham, em grande medida, perdido de vista o dia santo de Deus durante sua permanência no Egito. As exigências rigorosas dos feitores de obras tinham sido a causa principal desse relaxamento na observância do sábado (PP, 258).O que quiserdes cozer em água, cozeí-o. No português moderno: “Os que quiserem cozinhar, que cozinhem” (NTLH).Todo o preparo do alimento deveria ser feito antes de o sábado começar. Mais tarde, Moisés instruiu o povo a nem sequer acender fogo no dia de sábado (Ex 35:3), e há pelo menos um caso de apedrejamento por violação desta ordem (Nm 15:32-36). O princípio envolvido era que trabalho de nenhum tipo que pudesse ser feito em outro dia deveria ser realizado no sábado. No clima quente do deserto, não era essencial à saúde comer alimento aquecido no dia de sábado. Se isso fosse necessário, Deus o teria permitido, em harmonia com o princípio de que o sábado foi designado para o benefício do homem (Mc 2:27, 28), e que “é lícito, nos sábados, fazer o bem" (Mt 12:12). Uma vez que assar e cozinhar podiam ser dispensados sem prejuízo à saúde, Deus proibiu estas atividades a fim de que o povo aprendesse a fazer diferença entre o santo e o profano (Ez 22:26). Atualmente, tudo o que puder ser realizado na sexta-feira em preparação para o sábado deve ser feito (T6, 355), não negligenciando que as refeições aos sábados devem ser saudáveis e saborosas (T6, 359).
Ex.16:24 24. E guardaram-no. A maioria obedeceu e viu um novo milagre quando a porção armazenada para o sábado "não cheirou mal nem deu bichos”. Durante 40 anos, esse hábito semanal ensinou ao povo a fazer da sexta-feira um dia de preparação para o sábado, e tornar o sábado um dia de descanso de fato.
Ex.16:25 25. O sábado é do Senhor. Ou, "hoje é o sábado do Senhor”. Embora o artigo definido “o” não apareça no texto hebraico, a construção gramatical permite essa tradução. A mesma expressão hebraica “o sábado” aparece também no quarto mandamento, onde a ARA a traduz de forma adequada como “o sábado” (Êx 20:10). Em ambos os casos uma tradução rigorosa exigiria que fosse traduzida por “um sábado”. Embora, “o sábado'' seria igualmente aceitável.Não existe nada neste texto ou em seu contexto que indique que o sábado estava sendo dado aos israelitas pela primeira vez, como alguns têm suposto. Na verdade, está implícito que eles já conheciam o sábado, mas que tinham se descuidado quanto à sua observância (v. 4). Portanto, o mandamento do sábado foi renovado e sua observância como um dia santo, reforçada (ver com. dos v. 27, 28).Neste verso, a KJV optou por traduzir a expressão hebraica shabbath, “descanso”, como “um sábado”, o que também está correto. Em outros versículos, porém, a própria KJV traduziu “o sábado” (v. 23, 26 e Êx 20:10). A ARA, ARC, NVI e outras preferiram manter “o sábado” tanto no v. 25 como nos demais (23, 26, 29, etc.). A expressão hebraica hashabbath é mais específica para a tradução “o sábado” e se encontra no v. 29 e em Exodo 20:8. Os termos “um sábado” - “um descanso” - mostram como o sétimo dia é distinguido dos seis anteriores quanto ao trabalho. “O sábado” - “o descanso” - descreve o caráter distintivo do sétimo dia como “descanso”, um descanso em memória do descanso de Deus no sétimo dia da semana da criação e, portanto, um dia santo de descanso.
Ex.16:26 26. Seis dias. Estas palavras são semelhantes às do quarto mandamento do decá- logo. Aqui se faz menção não somente ao sábado como um dia de descanso santo, mas também aos dias de trabalho que o precedem. No plano de Deus para o homem, esses seis dias de trabalho não têm menos importância que o sábado; foram dados ao homem para seu próprio uso. O sétimo dia da semana, porém, é sagrado (v. 23). Deveria ser despendido de acordo com os regulamentos dados por Deus conforme especificados no quarto mandamento.O sábado. Aqui o texto hebraico usa o artigo definido (ver com. dos v. 25, 28). “(3 sábado” é uma instituição sagrada estabelecida no fim da semana da criação. Daía razão da palavra sábado ser precedida pelo artigo “o”, para efeito de ênfase (Êx 20:11).
Ex.16:27 27. Alguns do povo. Como de costume, houve alguns que não creram nas instruções que Moisés recebera de Deus ou quiseram ver por si mesmos se tinha caído maná. Devido à incredulidade, de forma intencional violaram o mandamento por causa de um desejo teimoso de fazer a própria vontade.
Ex.16:28 28. Até quando recusareis? Ao falar com Moisés pessoalmente, Deus Se dirige à nação como um todo e aos indivíduos desobedientes, em particular. Isso fica evidente no uso da forma plural do verbo “recusar”, no hebraico. Já havia um ato de desobediência quando o maná foi dado pela primeira vez (v. 20), mas esse tinha sido um ato mais sério. Dirigindo-Se a eles como um Juiz, Deus lhes pergunta até quando deveria esperar que uma conduta pecaminosa como essa chegasse ao fim, e quando aprenderíam que não ganhariam nada sendo desobedientes. A história posterior de Israel mostra claramente quanto tempo eles levariam para aprender essa importante lição. A pergunta de Deus “até quando” etc., indica que estavam fazendo isso por um tempo consideravelmente longo - violando o sábado, com pleno conhecimento de que faziam o que era errado (ver com. dos v. 25, 27).
Ex.16:29 29. Considerai. A paciência de Deus para com o povo obstinado impressiona e ensina uma importante lição aos que tendem a ser impacientes. Em vez de sempre punir Israel por repetidas murmurações e atos de desobediência, Deus consente em arrazoar, explicando o propósito de Seus mandamentos. O sábado era um dia santo de descanso que eles não deveríam violar; daí a porção dupla de alimento do dia anterior.Cada um fique onde está. Os israelitas foram instruídos a permanecerem no acampamento no sábado e a não sair em busca do maná ou por qualquer outro motivo. Esse dia deveria ser usado para descansar em casa emeditar sobre temas sagrados. Deus já havia instruído Israel a se reunir para adorar nos dias designados como “santos” (Ex 12:16), prática feita em outros dias “santos” (ver Lv 23:2-4, 7, 8, 21, 24, 27, 35-37). No período pós-exílico, os judeus estabeleceram e executaram leis rigorosas com respeito a partirem de cidades ou vilas no sábado. Não se permitia a ninguém viajar mais de dois mil côvados, ou aproximadamente um quilômetro. No NT, normalmente se fala dessa distância como “a jornada de um sábado” (At 1:12). Intermináveis regulamentos criados por homens sobre o sábado eram seguidos de forma rigorosa por judeus ortodoxos mesmo desde os tempos bíblicos, tornando um fardo o dia que Deus havia designado para ser um deleite (Is 58:13, 14).
Ex.16:30 30. Descansou o povo. Ao não encontrar maná no sábado de manhã e ao ser repreendido por ter saído para colhê-lo, o povo começou a descansar no dia de sábado.
Ex.16:31 31. A casa de Israel. Em algumas das versões mais antigas como a LXX, a Siríaca e a tradução arábica, lê-se “filhos” em vez de "casa”. E possível que a expressão “filhos de Israel” seja mais próxima do original do que “casa de Israel”.Maná. Nenhuma explicação já apresentada deste nome teve aceitação geral. Alguns sugerem que pode significar “dádiva", mas é mais provável que a palavra deva sua origem à exclamação de surpresa man hu\ “Que é istor” (ver com. do v. 15).Como semente de coentro. Uma erva, a Goriandrum sativum, que cresce de forma silvestre no Oriente Médio. Seu fruto aromático, chamado de “semente de coentro'", é usado como condimento ou com propósitos medicinais. A cor da semente é branca ou amarela acinzentada. Em Números 11:7, é comparado ao bdélio (ver com. de Gn 2:12).Bolos de mel. A palavra hebraica traduzida desta forma aparece apenas nesta passagem da Bíblia e tem significado incerto. A LXX a traduz pela palavra egkris, que, de acordo com fontes literárias gregas, designa um bolo feito de farinha azeite e mel. Os israelitas descreveram o gosto do maná como bolos de mel (Ex 16:31) e como bolos amassados com azeite (Nm 11:8).
Ex.16:32 Sem comentário para este versículo
Ex.16:33 33. Toma um vaso. Esta ordem foi dada depois que o tabernáculo foi erigido (v. 34), mas é relatada nesta passagem a fim de reunir tudo o que se refere ao maná num só lugar. A palavra traduzida como “vaso” deriva de uma palavra egípcia que significa “jarro grande”. Entretanto, aqui parece ter sido usada para designar um recipiente de metal, feito de ouro para ser guardado na arca (ver Hb 9:4).
Ex.16:34 34. Do Testemunho. Não a arca da aliança, à qual nunca se dá esse nome, mas as duas tábuas de pedra gravadas pelo dedo de Deus (Êx 25:16-21; 40:20; etc.). A urna com o maná foi guardada dentro da arca (Hb 9:4) em frente às duas tábuas de pedra,
Ex.16:35 35. Quarenta anos. Esta afirmação foi escrita por Moisés pouco antes de sua morte ou acrescentada por um escriba inspirado, provavelmente Josué. A expressão “até que entraram em terra habitada” favorece a autoria de Moisés, à qual se acrescenta “até que chegaram aos limites da terra de Canaã”. Isso não se refere necessariamente à travessia do Jordão, mas às terras a leste do Jordão. O autor escreve exatamente como se pode esperar que Moisés tenha escrito no fim de sua vida. Um autor posterior podería ter sido mais específico, e provavelmente teria escrito, como fez Josué no seu livro (js 5:10-12), o tempo exato quando o maná cessou de cair.Efa. Equivalente a 20 litros.Tl, 129; T3, 171;Capítulo 17I O povo se queixa por falta de água em Refidim. 5 Deus envia Moisés para tirar água da rocha em Horehe. 8 Amaleque é derrotado com a ajuda de Moisés.e porque tentaram ao Senhor, dizendo: Está o Senhor no meio de nós ou não?de Amaleque de debaixo do céu. 16 E disse: Porquanto o Senhor jurou, ha-O Senhor É Minha Bandeira. ração em geração.
Ex.16:36 Sem comentário para este versículo
Ex.17:1 1. Acamparam-se em Refidim. Entre o deserto de Sim, onde o maná começou a cair, e Refidim, ficavam dois locais de acampamento, Dofca e Alus (Nm 33:12, 13). A localização desses sítios, inclusive o de Refidim, é desconhecida. A maioria dos eruditos bíblicos procura por Refidim no Wadi Feirem, que conduz ao tradicional monte Sinai. Outros o identificam como Wadi Refâyid, principalmente devido à semelhança de seu nome com Refidim. Wadi Refâyid fica a poucas horas de caminhada do Sinai. Esse fator favorece sua identificação com Refidim, posto que em vários textos o monte Horebe é usado quase que como sinônimo do monte Sinai (ver Ex 17:6; 33:6; Sl 106:19; etc..).Não havia alí água. Como estavam viajando no final da primavera, o povo esperava encontrar água nos vales. Isso provavelmente explica o fato de não terem levado água suficiente. O leito seco do rio, do vale de Refidim, foi a causa da queixa mais grave de todas que já haviam feito.
Ex.17:2 2. Dá-nos água. O povo murmurou em várias ocasiões; nesta reclamou com amargura. Visto que Moisés já tinha dado a eles carne e pão para comer, naturalmente podem ter esperado que lhes providenciasse água também. Mas sua contenda refletia dúvida em vez de fé.Por que tentais ao Senhor? Devido à contínua falta de fé e ingratidão, os filhos de Israel testaram a paciência de Deus e O provocaram a manifestar a Sua ira santa. Toda a história da peregrinação pelo deserto é de provocação. E surpreendente a longa- nimidade divina para com os israelitas, que tentaram e resistiram ao Deus Altíssimo (Sl 78:56). Eles repetidamente “O provocaramà ira” (Sl 106:29), “murmuraram em suas tendas” (Sl 106:25), “foram rebeldes junto ao mar” (Sl 106:7) e “tentaram a Deus na solidão” (Sl 106:14).
Ex.17:3 3. Para nos matares. As palavras de Moisés pareciam ter acalmado o povo por um período curto de tempo, mas quando a sede se tornou insuportável, se voltaram para Moisés, cheios de ira. Novamente o acusaram de ter tramado a morte deles (Ex 14:11) e manifestaram grande falta de fé.
Ex.17:4 4. Que farei a este povo? Moisés sempre levava os problemas ao Senhor (ver Ex 15:25; 32:30; 33:8; Nm 11:2, 11; 12:13; 14:13- 19; etc.). Aprendeu, por experiência própria, a confiar nAquele que o havia chamado para ser líder de Seu povo, e toda vez que atingia o limite da sabedoria humana, encontrava um Ajudador sempre disposto a socorrê-lo.Só lhe resta apedrejar-me. A situação deve ter sido de fato séria, pois a vida de Moisés corria perigo. A prática do apedreja- mento é mencionada pela primeira vez em Exodo 8:26. Como não se encontrou nenhum vestígio de morte por apedrejamento no Egito, essa forma de punição capital parece ter tido origem no deserto, no que se refere aos israelitas, e sem dúvida foi sugerida pela abundância de pedras disponíveis. O apedrejamento foi mais tarde praticado pelos gregos, na época das guerras persas (Heródoto, ix.5), e por outros povos. Era uma das formas mais fáceis de se matar um criminoso sem derramar seu sangue, e parecia bem adequada quando as pessoas eram chamadas para vingar um crime como o de blasfêmia (Lv 24:16) ou idolatria (Dt 13:10; 17:5-7). Porém, em Refidim, a ocasião era de motim, uma revolta espontânea para eliminar um líder odiado, a quem responsabilizavam pelosofrimento insuportável. Certamente, a sede é uma tortura da pior espécie.
Ex.17:5 5. Passa adiante do povo. Levando alguns anciãos com ele como testemunhas, Moisés deveria deixar o povo em Refidim e subir as montanhas em frente ao lugar onde estava acampado. Apenas os anciãos deveríam presenciar esse milagre, em contraste com a segunda experiência similar, quando verteu água da rocha na presença de todo o povo (Nm 20:8-11).
Ex.17:6 6. Estarei ali diante de ti. O Senhor prometeu vir pessoalmente ajudar a Moisés. Foi a bondosa presença divina que fez verter água da rocha. Isso só aconteceu quando Moisés bateu nela com seu bordão para que o povo o reconhecesse como representante de Deus.
Ex.17:7 7. Massá e Meribá. “Tentação” e “mur- muração”. Por meio destes nomes, a incredulidade ali manifestada continuaria por muito tempo relembrando Israel da lição dada por Deus naquela ocasião (Dt 6:16; SI 78:20; 95:8; 105:41). A localização desta rocha é desconhecida, mas tendo em vista o fato de que era “em Horebe” (v. 6), parece ter sido próximo de Refidim e do monte da lei.
Ex.17:8 8. Então, veio Amaleque. Os amale- quitas eram descendentes do neto de Esaú, de quem receberam o nome (Gn 36:12). Separados de seus irmãos havia muito tempo, parecem ter se tornado uma tribo dominante na parte norte da península do Sinai. Embora fossem etnicamente aparentados com Israel, viam com suspeita a ocupação de suas pastagens pelos hebreus e estavam determinados a destruí-los (PP, 300). A partir desse primeiro encontro em Refidim, uma longa e amarga contenda se desenvolveu entre as duas nações. Um ano mais tarde, os israelitas foram derrotados pelos amalequitas, que uniram forças com os cananeus em Cades-Barneia (Nm 14:45). Durante o período dos juizes, os amalequitas tentaram subjugar Israel, mas foram derrotados pelo grupo de Gideão (Jz 6:33). Saul eDavi também os derrotaram continuamente (ISm 14:48; 15:7; 27:8; 30:17, 18; 2Sm 8:12), e os remanescentes da nação foram definitivamente destruídos pelos simeonitas durante o reinado do rei Ezequias (ICr 4:41-43).Pelejou contra Israel. Esta batalha começou com um ataque traiçoeiro sobre os que estavam na retaguarda, “todos os desfalecidos” quando estavam "abatidos e afa- digados” (Dt 25:18). Este ataque infame foi considerado por Deus como insulto pessoal; e, embora a retribuição final tenha sido por muito adiada, nunca foi esquecida. No tempo devido, Deus ordenou que Saul os destruísse (ISm 15:2, 3). Devido à murmuração dos israelitas, Deus permitiu que os amalequitas os atacassem em Refidim (PP, 298).
Ex.17:9 9. Josué. O sucessor de Moisés e posterior líder de Israel aparece no relato pela primeira vez. Josué, cujo nome significa “Yahvveh é salvação” ou “Yahweh ajuda”, era um príncipe da tribo de Efraim que entrou para o serviço pessoal de Moisés antes ou logo após a batalha com os amalequitas (ver Nm 13:8; Ex 24:13). Ao ser escolhido por Moisés, seu nome ainda era Oseias, que significa “salvação”. Seu nome mais expressivo, Josué, foi dado por Moisés numa ocasião posterior (Nm 13:8, 16). O nome “Jesus” é o equivalente grego do hebraico “Josué” (ver Hb 4:8).Escolhe-nos homens. Provavelmente era noite quando Moisés soube do ataque contra a retaguarda, e havia, portanto, pouca possibilidade de se evitar a perda antes do dia amanhecer (Ex 17:9). Foram feitos arranjos para se enfrentar o inimigo na manhã seguinte. Esse preparo consistiu na escolha de homens para a batalha, e talvez também em reuniões estratégicas com os chefes de grupo bem como instruções de última hora para a batalha do dia seguinte.O bordão de Deus estará na minha mão. Ao passo que Moisés enviou seus homens para o combate e fez todo o possível para garantir a vitória sobre o inimigot-Sbtraiçoeiro, ele também demonstrou confiança em Deus em vez de na força humana (cf. Jr 17:5). Embora soubesse que a vitória vem do Senhor, essa confiança não o impediu de envidar todos os esforços para proteger as mulheres e crianças, os idosos e os Iracos. O poder divino deve estar sempre em conjunto com o poder humano.
Ex.17:10 10. Hur. Este homem, que também tinha uma posição importante (Ex 24:14), era descendente de judá por meio de Calebe, filho de Hezrom (lCr 2:18-20). Seu neto, Bezalel, foi arquiteto do tabernáculo (Ex 31:1, 2). De acordo com uma tradição judaica, ele era esposo de Miriã, e segundo outra, seu hiho.
Ex.17:11 11. Israel prevalecia. O ato de levantar as mãos tem sido em geral considerado por eruditos judeus antigos, pelos pais da igreja, pelos reformadores e por muitos comentaristas modernos como sinal ou atitude de oração. Nos tempos bíblicos, o costume de levantar as mãos em oração era praticado por adoradores piedosos e fervorosos. Alguns comentaristas consideram a postura de Moisés, com as mãos levantadas, uma atitude de um líder que supervisiona e dirige a batalha, mas essa opinião deve ser rejeitada, visto que Moisés não tinha a função de um comandante-chefe. Ele tinha transferido o comando a Josué (v. 9). Então se entregou à fervorosa oração a Deus por auxílio e vitória (PP, 299). Levanta-se a questão quanto ao motivo de Moisés não ter continuado a orar mesmo quando suas mãos estavam cansadas. Somente os que já tentaram orar continuamente por longos períodos de tempo sabem o quanto é difícil. Talvez quando Moisés baixou suas mãos por causa do cansaço, também descansou da concentração mental necessária à oração. Para impressionar Israel sobre a importância da oração intercessória, Deus permitiu que se alternassem o êxito e o fracasso de acordo com a oração. Ao mesmo tempo, Deus desejava que Seu povo aprendesse que o êxito dependia de cooperar com Seus líderes escolhidos.
Ex.17:12 12. Arão e Hur. O trabalho em equipe prevaleceu. Enquanto Israel, sob o comando de Josué lutava por sua existência no vale, os dois companheiros de Moisés o apoiavam. Esse apoio não foi apenas físico, mas provavelmente espiritual também. Eles continuaram com Moisés em intercessão até que a vitória foi alcançada ao fim do dia.Essa experiência tem muito a ensinar ao cristão e à igreja como um todo. Com ela se aprende que a oração e a súplica são essenciais à vitória sobre os inimigos. Enquanto as mãos estão estendidas e a alma se empenha em oração, os adversários espirituais serão forçados a se retirar. Quando a oração é esquecida e o relacionamento com Deus é posto de lado, os inimigos espirituais ganham terreno, até que finalmente toda a conexão com o Céu pode ser cortada. Por outro lado, a igreja estará segura da vitória sobre todos os poderes do mal se os líderes forem homens de oração e os membros cooperarem com esses líderes, apoiando-os por meio de oração e vida exemplar.
Ex.17:13 Sem comentário para este versículo
Ex.17:14 14. Escreve. Esta é a primeira menção da escrita nas Sagradas Escrituras. Até poucas décadas atrás não se sabia como isso havia sido feito e que tipo de escrita havia sido empregada. A existência da escrita alfabética no tempo de Moisés foi descoberta por volta da época da Primeira Guerra Mundial. Antes disso, sabia-se somente que a escrita alfabética era usada pelos povos da Palestina, em particular os fenícios, no primeiro milênio a.C., e que alfabetos europeus se desenvolveram, por meio de estágios intermediários do grego e do latim, a partir dessa escrita fení- cia original. Eruditos da Alta Crítica escarneciam da idéia de que Moisés pudesse ter escrito o Pentateuco em hebraico durante o segundo milênio a.C., pois estavam convencidos de que a escrita hebraica não existia naquela época. Os que admitiam que Moisés pudesse ter escrito parte do Pentateuco, ou algumas experiências como esta, pensavamque ele podia ter empregado o hieróglifo egípcio ou o cuneiforme babilônico.De acordo com as evidências disponíveis, é provável que a primeira forma alfabética de escrita tenha sido inventada, se não na Fenícia ou sul da Palestina, na própria região do Sinai onde Moisés recebeu a ordem de escrever a história da derrota de Amaleque. Em 1916, o egiptólogo inglês Alan Gardiner publicou sua primeira tentativa de decifrar as inscrições encontradas cerca de dez anos antes por Sir Flinders Petrie nas minas de cobre egípcias de Wadi Magâra, no Sinai. Expedições subsequentes encontraram mais inscrições nesse lugar, e o trabalho conjunto de vários linguistas de renome teve êxito em decifrar essa escrita desconhecida. Essas inscrições revelam o fato surpreendente de que elas constituem as tentativas mais antigas de se inventar uma escrita semítica, que consistia de cerca de 25 caracteres.E provável que os inventores desse alfabeto fossem cananeus que trabalhavam para os egípcios nas minas no Sinai. Podem não ter tido uma linguagem escrita própria, mas conheciam o sistema hieroglífico de escrita usado por séculos no Egito. Por exemplo, a única forma que os egípcios podiam expressar na escrita a ideia de uma casa era desenhando um hieróglifo, ou gravura, de uma casa. Algum cananeu das minas teve a brilhante ideia de usar certos hieróglifos egípcios para expressar sons fonéticos abstratos, em vez de objetos concretos. Na língua cana- neia, uma casa era uma bayith. Sendo “b” o primeiro som de bayith, atribuíram o valor fonético de b aos hieróglifos egípcios para 'casa”. A aplicação desse princípio tornou possível que com um pequeno número de caracteres se expressasse o que quer que se desejasse dizer. Este foi um invento de importância extraordinária, que não sofreu muitas alterações desde então. Ainda usamos uma forma modificada da escrita alfabética inventada provavelmente na península doSinai antes do êxodo. A letra b, por exemplo, descende diretamente do primeiro caractere usado no Sinai para representar esse som.A criação da escrita alfabética pouco antes do êxodo foi um dom providencial de Deus como a invenção da imprensa por tipos móveis pouco antes da Reforma. A Bíblia jamais poderia ter se tornado o “livro do povo” se fosse necessário escrevê-la nos complicados sistemas cuneiformes ou utilizando os hieróglifos que precederam a invenção da escrita alfabética. Com essa nova escrita, a qual Moisés provavelmente conheceu durante sua longa permanência no Sinai, ficou mais simples escrever a história do relacionamento de Deus com Seu povo, como também os vários regulamentos legais encontrados no Pentateuco. Era fácil aprender a ler essa escrita. Não é por acaso que as Escrituras hebraicas constituem o registro mais antigo e completo da humanidade e das tentativas de Deus de resgatar o ser humano do reino de Satanás.Num livro. O “livro” em que Moisés escreveu a história do ataque a Amaleque e sua derrota provavelmente consistia de um rolo de papiro, o material para escrita mais comum no Egito. Esse ancestral do papel era feito de fibras do caule da planta do papiro, encontrada nos pântanos do Delta do Nilo. As folhas de papiro eram feitas sobrepondo- -se, vertical e horizontalmente, duas camadas de fibras dessa planta. As camadas então eram coladas, prensadas, secadas e polidas com pedra-pomes. Finalmente, várias folhas eram unidas para formar um rolo de 22 a 25 cm de altura e de 3 a 9 m de comprimento em média. Esse rolo era longo o suficiente para conter qualquer um dos cinco livros do Pentateuco.Em Números 33:2, fica evidente que Moisés mantinha um diário da jornada de Israel pelo deserto, que formou a base da lista de Números 33 e da narrativa histórica deixada por ele. E possível que Moiséstenha adquirido o hábito de manter um diário durante os primeiros 40 anos de sua vida na corte egípcia, pois se sabe a partir dos registros de Tutmés III, provável contemporâneo de Moisés, que todos os eventos relacionados a campanhas militares eram "registrados [cada] dia por seu nome", e que, após o término de uma campanha, essas anotações de campo eram transferidas a um "rolo de couro no templo de Amon” (cf. PP, 250). Portanto, não seria estranho a Moisés receber instruções para registrar o ataque traiçoeiro e a derrota de Amaleque para referência futura como um "memorial’'.Repete-o, Estas palavras mostram que Josué já havia sido escolhido por Deus para suceder Moisés.Eu hei de riscar totalmente. A destruição dessa parte da nação edomita foi decretada, enquanto o restante dos edomi- tas tinha a tolerância divina (ver Dt 2:4, 5). Os amalequitas tinham atacado o povo de Deus, sem demonstrar a mínima compaixão por seus próprios parentes (Dt 25:18). Esse ataque, completamente sem motivo, revelou seu ódio e desprezo por Deus e selou seu destino como nação (PP, 300).
Ex.17:15 15. Moisés edificou um altar. A construção de um altar implica a oferta de um sacrifício. Como o sacrifício foi oferecido em celebração da vitória, deve ter sido uma oferta de gratidão.O Senhor E Minha Bandeira. Ao dar um nome ao altar, Moisés seguiu o exemplo de Jacó, que chamou um de seus altares de “Deus, o Deus de Israel" (Gn 33:20).O nome do altar de Moisés — "Yaweh- Nissi” - significa “o Senhor é minha bandeira” e tinha o objetivo de glorificar a Deus pela vitória sobre os amalequitas. "O bordão de Deus” (Ex 17:9) tinha sido erguido por Moisés durante a batalha; como os soldados levantam e seguem os estandartes, Israel tinha seguido a direção divina. Assim, o Senhor Se tornou o estandarte deles. Enquanto estavam no Egito, os israelitas com frequência viam os estandartes militares do exército egípcio, como representações de seus deuses Amon, Ri, Ptah, Sutekh e outros, segundo os quais suas divisões eram nomeadas. Ao dar o nome “O Senhor E Minha Bandeira” a esse altar, Moisés usou uma linguagem familiar e ao mesmo tempo chamou a atenção para o fato de que o estandarte do Senhor era mais poderoso do que os emblemas dos amalequitas. O nome “Yaweh-Nissi” significa ousadia santa.
Ex.17:16 16. Porquanto o Senhor jurou. Literalmente, "Porque a mão [de Amaleque] estava contra o trono do Senhor”. O texto hebraico desta passagem é obscuro. A tradução da NTLH, "Segurem bem alto a bandeira do Senhor!” está baseada na mudança de uma consoante, com a qual a palavra "trono” (NVI) se torna "bandeira”. As letras hebraicas n e k são similares, e algum copista pode facilmente ter trocado a primeira pela ultima. Muitos comentaristas atualmente preferem essa tradução porque parece estar mais em harmonia com o contexto, em particular com o v. 15, onde é usada a mesma palavra hebraica para “bandeira”.Capítulo 18(S Contou Moisés a seu sogro tudo o que. o Senhor havia feito a Faraó e aos egípcios por amor de Israel, e todo o trabalho que passaram no Egito, e como o Senhor os livrara.povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até ao pôr do sol?
Ex.18:1 1. Jetro, sacerdote de Midiã. Ver com. de Êx2:16, 18.
Ex.18:2 2. Zípora, mulher de Moisés. Vercom. de Êx 2:21.Depois que este lha enviara. Alguns comentaristas cogitam que Zípora, tomada pela ira, deixou seu marido depois da circuncisão de seu filho no caminho para o Egito (Ex 4:24-26). Esse ponto de vista é insustentável, visto que o relato não afirma que ela voltou para casa de seu pai, mas que Moisés a mandou de volta. Ele fez isso para sua própria segurança (PP, 255), tendo em vista o perigo a que Zípora e os filhos estariam expostos no Egito durante a contenda com o faraó (ver também PP, 383, 384).
Ex.18:3 3. Gérson. Ver com. de Êx 2:22.
Ex.18:4 4. Eliézer. O segundo filho de Moisés não tinha sido mencionado antes pelo nome,; mas provavelmente foi o circuncidado por Zípora no caminho para o Egito (Êx 4:25). Eliézer significa “meu Deus é [meu] auxílio”. Em contraste, o nome que Moisés deu ao primeiro filho, Gérson, significa “banimento” (Ex 2:22), o que expressa desânimo, natural a um exilado. O nome do segundo filho revelava a gratidão do pai pela proteção divina durante sua fuga do Egito. O fato de o nome de Eliézer ter sido mencionado e explicado aqui pela primeira vez não é razão suficiente para pensar que ele não tinha um nome. Em 1 Crônicas 23:17, é dito que Eliézer teve apenas um filho, Reabias, cujos descendentes se tornaram muitos no tempo de Salomão.
Ex.18:5 5. Ao monte de Deus. O “monte de Deus” onde Jetro encontrou Moisés e os israelitas acampados era fiore.be (Ex 3:1). Foi nas proximidades deste que Deus apareceu a Moisés na sarça ardente. Também foi perto dali que Moisés feriu a rocha e deu água ao povo sedento (Ex 17:6).
Ex.18:6 6. E mandou dizer a Moisés. O texto hebraico pode também ser traduzido daseguinte forma: “e alguém disse” ou “e foi dito”. Isso combina melhor com o contexto, pois jetro e Moisés ainda não tinham se encontrado (ver v. 7). Parece que jetro, ao se aproximar do acampamento, enviou um mensageiro a Moisés, que falou em seu nome e anunciou a sua chegada.
Ex.18:7 7. Saiu Moisés ao encontro do seu sogro. A cortesia oriental requeria tal conduta no caso de uma pessoa digna de honra, ou mesmo um visitante que fosse bem- -vindo (ver Gn 18:2; 19:1; Lc 15:20; etc.). E evidente que era a intenção de Moisés receber a Jetro com toda honra e respeito. Ele não só foi ao seu encontro, mas também se inclinou diante dele como perante alguém superior.
Ex.18:8 8. Contou Moisés. E provável que jetro tenha ouvido falar da libertação de Israel. Notícias dos eventos miraculosos que precederam o êxodo, bem como da vitória sobre o exército egípcio no Mar Vermelho, devem ter se espalhado rapidamente pelos países que faziam fronteira com o Egito.
Ex.18:9 Sem comentário para este versículo
Ex.18:10 10. Bendito seja o Senhor. Cada traço da conduta de Jetro prova que ele era um homem religioso e cria no Deus verdadeiro. Uma prova notável disso foi o seu ato de gratidão ao Senhor, o Deus de Israel.Que vos livrou. Uma repetição do que já foi afirmado no v. 9. Seguindo a LXX, a RSV c a ARA omitem a última frase do verso. Porém, diferentemente da LXX, a RSV e a ARA inserem essa frase na metade do v. 11.
Ex.18:11 11. Agora, sei. Este texto não é fácil de se explicar, e é considerado por alguns comentaristas como prova de que Jetro era polite- ísta. Contudo, Jetro era um “piedoso sacerdote de Midiã” (PP, 301). Neste versículo, com a evidência adicional mencionada por Moisés, Jetro simplesmente reafirma sua fé no Deus verdadeiro.Quando agiram arrogantemente. Este trecho é ainda menos claro que o anterior.Os tradutores da KJV aparentemente entenderam que Jetro disse que Deus tinha Se mostrado superior aos deuses do Egito. Uma tradução mais literal seria: “Mesmo na questão que eles [os egípcios] agiram arrogantemente contra eles [os israelitas].” Tal interpretação considera a superioridade do Senhor revelada na forma como o orgulho dos egípcios loi humilhado pelo poder de Deus (ver com. do v. 10).
Ex.18:12 12. Tomou holocausto e sacrifícios.Os sacrifícios foram instituídos pelo próprio Deus assim que o pecado entrou no mundo (ver com. de Gn 3:21; 4:3, 4). A prática de se oferecer sacrifícios era perpetuada por todos os que conheciam e honravam a Deus (ver Gn 4:4; 8:20; 12:7, 8; 22:13; etc.). Como Melquisedeque (Gn 14:18), Jetro era reconhecido como um sacerdote do Deus verdadeiro (Êx 2:16; PP, 301); e, portanto, tinha o direito de oferecer sacrifícios. Porém, parecia que os midianitas, em geral, eram idólatras (Nm 25:17, 18; 31:16). Moisés, Arão e os anciãos de Israel não teriam participado de uma refeição sacrifical, se ela estivesse contaminada por práticas pagãs ou se o sacrifício tivesse sido realizado por um homem que não era adorador do Deus do Céu.Para comerem pão. Nada foi comido do holocausto em si. Ele foi completamente consumido, pois todo ele era considerado como pertencente a Deus (Lv 1:3-17). Os outros sacrifícios mencionados nesta passagem eram de tal natureza que, depois que o sangue era derramado diante de Deus e certas porções da carne queimadas sobre o altar, os "anciãos” deviam comer o que sobrava (ver 1 Sm 2:15, 16).
Ex.18:13 13. Assentou-se Moisés para julgar. Antigamente, um governante, fosse rei, príncipe ou chefe, também exercia o ofício de juiz. Os poderes legislativo, executivo e judiciário eram conferidos a um só indivíduo. Por vários séculos antes da monarquia, os líderes de Israel eram chamados de ‘'juizes”, e sefazia referência à sua administração como "julgamento”. Como esses sucessores de Moisés, os principais governantes de Cartago também tinham o título de “juizes”. Desde quando havia sido aceito como líder pelo povo (Ex 4:29-31), parecia que Moisés se considerava a si mesmo obrigado a ouvir e a decidir todas as reclamações que se levantavam entre seu povo. Até então ele não tinha delegado autoridade judicial a ninguém. Isso não deve ter sido porque não lhe ocorrera a ideia, pois no Egito existia um sistema judicial, com ju izes apontados pelo rei. Talvez ele duvidasse da habilidade de seus conterrâneos em prestar esse serviço, já que tinham sido escravos por toda a vida.Desde a manhã até ao pôr do sol. Não se sabe se Moisés estava sempre tão ocupado como no dia depois da chegada de jetro. Comentaristas conjecturam que muitas queixas podem ter surgido por causa da divisão do espólio dos amalequitas, ou que a situação incomum em que o povo repentinamente se encontrava, após a libertação da escravidão, produziu mais problemas do que se ainda fossem escravos. Eles tinham vivido toda a vida sob a rígida autoridade dos mestres de obras egípcios, sem liberdade para tomar as próprias decisões. De repente, tinham se tornado seus próprios mestres, e deviam se relacionar como iguais. Sob tais circunstâncias, uma vida em comunidade só pode ser tranquila e harmoniosa quando todos respeitam regras entendidas e aceitas em comum.
Ex.18:14 14. Por que te assentas só? A reprovação de Jetro não tinha a ver com a técnica de julgamento de Moisés. Ele não fez objeção, como alguns comentaristas supõem, ao fato de Moisés estar sentado enquanto o povo estava em pé, como se isso fosse algo humilhante para o povo. Pelo contrário, ele protestou para que Moisés dividisse seu fardo delegando certos deveres de liderança a outros qualificados para exercê-los.
Ex.18:15 15. Para consultar a Deus. Isto sem dúvida significa que o povo ia até Moisésporque o considerava qualificado a falar em nome de Deus. Eles não olhavam para Moisés como olhavam para os juizes que conheceram no Egito, mas o consideravam como o porta- -voz instituído por Deus. Aparentemente, esse também era o ponto de vista de Moisés, e uma vez que o Senhor não lhe havia dado outras instruções, pensava que era seu dever decidir todos os casos que eram levados até ele.
Ex.18:16 16. E lhes declare os estatutos de Deus. Alguns comentaristas têm considerado a referência aos estatutos e às leis como prova cie que a visita de Jetro aconteceu após a lei ter sido dada no Sinai. Outros chamam atenção para o fato de que a prática descrita nesta passagem não teria sido necessária após a lei ter sido dada, e que sua existência na época da visita de Jetro indica que a visita ocorreu antes de a lei ter sido proclamada formalmente a Israel. A última explicação é preferível. Deus não deixou Seu povo por milhares de anos sem a lei moral. Caim sabia que assassinato era pecado (Gn 4:8-13), Sem e jafé demonstraram ter conhecimento da lei desviando- -se da indecência (Gn 9:23), Abraão observou os mandamentos de Deus (Gn 26:5) e até o rei filisteu Abimeleque sabia que adultério era um grande pecado (Gn 20:9). Portanto, a menção de “os Meus mandamentos, os Meus preceitos, os Meus estatutos e as Minhas leis” (Gn 26:5) no tempo dos patriarcas não é anacrônica; mostra, porém, com clareza que antes do Sinai a raça humana tinha conhecimento dessas leis divinas. Moisés, que durante os 40 anos de sua permanência no deserto registrou a história do relacionamento de Deus com os patriarcas, devia ter um bom conhecimento dos princípios morais apresentados no livro de Gênesis.
Ex.18:17 Sem comentário para este versículo
Ex.18:18 18. Sem duvida, desfalecerás, jetro demonstrou sabedoria no conselho que deu ao genro. E dever sagrado cuidar da saúde evitando submeter o corpo e a mente a esforço excessivo.
Ex.18:19 19. Representa o povo perante Deus. Ou, “você representará o povo perante Deus”(RSV). Respondendo a justificativa de Moi sés sobre o porquê de as pessoas virem até ele e por que ele consentia em julgar seus muitos casos, Jetro chama a atenção para o fato de que uma coisa é estabelecer princípios e outra é aplicá-los. Moisés deveria assumir a função legislativa e assim transmitir ao povo os princípios divinos. Deveria também escolher homens capazes de aplicar os princípios às várias situações e delegar a essas pessoas a função judicial de governo (vs. 21, 22).Leva as suas causas a Deus. Nos casos difíceis, Moisés realmente levava o assunto perante Deus e obtinha instruções diretamente dEle quanto à decisão a ser tomada (ver Nm 15:32-36; 27:5-11).
Ex.18:20 20. Os estatutos e as leis. A distinção que Jetro faz entre “estatutos” e “leis” não é clara. Alguns comentaristas consideram que os “estatutos” estão relacionados à religião e que as “leis” são regulamentos que dizem respeito a questões civis e sociais. Outros explicam que os primeiros são “específicos” e as segundas, “gerais”. O conselho de Jetro de que Moisés devia fazer-lhes “saber o caminho em que devem andar” claramente revela que ele queria dizer que a função dele como líder seria estabelecer princípios amplos para garantir a igualdade e a justiça. Na RSV esses dois termos foram traduzidos como “estatutos” (as leis em si mesmas) e “decisões” (princípios a serem seguidos ao aplicarem-se as leis).
Ex.18:21 21. Homens capazes. Jetro não apenas aconselhou Moisés a escolher “homens capazes”, mas listou as qualificações que esses homens deviam ter. Eles deviam ser tementes a Deus, homens de verdade, ter horror à avareza. Seu conceito do caráter de um verdadeiro juiz deixa pouco a desejar. Se essas qualidades fossem exigidas atualmente na escolha de homens de posições de responsabilidade no governo, aumentaria muito a força de uma nação.Chefes. O sistema proposto por Jetro garantiría um tratamento justo para todos. Casos pequenos poderíam ser decididospelos líderes das famílias, os “chefes de dez’’. Casos mais difíceis seriam levados à autoridade imediata superior, ou ao tribunal de apelação. Problemas mais sérios seriam apresentados aos "chefes de mil’’.
Ex.18:22 22. Em todo tempo. Em vez de passar um dia inteiro ouvindo os casos e tomando decisões, se tomariam providências para que os problemas fossem considerados assim que surgissem.
Ex.18:23 23. E assim Deus to mandar. Embora Jetro estivesse convicto da sabedoria de seu conselho e da importância de que fosse seguido, deixou modestamente com Moisés a decisão de adotá-lo ou não. Como sabia que seu genro agia de acordo com as instruções divinas em todos os assuntos, compreendia que o êxito do plano estaria garantido somente se Deus o aprovasse, e que unicamente sob essa condição Moisés o aceitaria. O fato de Moisés ter agido de acordo com o conselho de Jetro é uma evidência de que o plano recebeu sanção divina e de que, ao apresentá-lo, Jetro deve ter sido inspirado pelo Espírito Santo.
Ex.18:24 Sem comentário para este versículo
Ex.18:25 25. Escolheu Moisés homens capazes. Os v. 24-26 dão a impressão de que Moisés acatou o conselho de Jetro de imediato. Deuteronômio 1:9-15 indica que Moisés na verdade escolheu os juizessomente depois de a lei ter sido dada no Sinai. Ao que tudo indica, Moisés aguardou a aprovação divina ao plano. A execução do plano é descrita aqui, de acordo com o hábito de Moisés em relatar os acontecimentos por temas, em vez de cronologicamente. Não ter em mente essa característica literária de Moisés pode levar a conclusões errôneas (ver com. de Êx 16:33, 35). Deuteronômio 1:13 dá a entender que em vez de ele próprio escolher os homens, Moisés dirigiu sua nomeação por meio do povo, e depois os investiu com a autoridade de seu ofício.E os constituiu por cabeças. Desde a época de sua indicação, esses dirigentes não foram meramente juizes, mas "cabeças’’ sobre seus respectivos grupos, com autoridade sobre eles quando estavam em marcha, no acampamento e no campo de batalha (ver Nm 31:14). Parece que tanto as funções civis como militares estavam reunidas.
Ex.18:26 Sem comentário para este versículo
Ex.18:27 27. E este se foi para sua terra. Jetro deve ter considerado sua visita ao acampamento dos israelitas como um dos pontos altos de sua vida. Lá recebeu um relatório de primeira mão dos feitos maravilhosos do Deus a quem ele servia, da mesma forma como o seu ancestral Abraão serviu, e sua própria fé foi fortalecida.Capítulo 19apedrejado ou flechado; quer seja animal, quer seja homem, não viverá. Quando soar longamente a buzina, então, subirão ao monte.
Ex.19:1 1. No terceiro mês. Isto é, sivã, corresponde ao final de maio ou início de junho. Os v. 1 e 2 falam da últi ma etapa da jornada dos israelitas ao monte Sinai. Ali deu-se um dos maiores eventos da história dos judeus, a incorporação de Israel corno igreja e nação sob a teocracia (PP, 303). Essa forma de governo conti nuou até o dia em que os judeus a rejeitaram com as seguintes palavras: “Não temos rei, senão César!" (Jo 19:15; DTN, 737, 738). O processo de organização no Sinai incluiu a proclamação dos dez mandamentos, a confirmação da aliança, a construção do taber- náculo, a promulgação das leis cerimoniais e civis e a declaração de vários procedimentos civis e militares. Efetuou-se uma relação única entre o Senhor e os descendentes de Abraão, na qual nenhuma outra nação jamais entraria. Seu propósito era preparar o caminho para a vinda de Cristo como Salvador.No primeiro dia. Literalmente, “nesse mesmo dia" (KJV, A A), talvez o primeiro dia de sivã, possivelmente o dia 15. A tradição judaica colocou esse evento no primeiro dia do terceiro mês do ano judaico. Se isso estiver correto, é provável que a jornada desde Ramessés até o Sinai tenha durado 45 dias.Deserto do Sinai. Em geral considera-se que o deserto do Sinai corresponda à planície de er-Raha, um lugar ermo cheio de arbustos, com cerca de 3 km de extensão e 800 m de largura (ver com. de Ex 3:1). Era um lugar cercado por montanhas, formando um anfiteatro natural, ambiente ideal para os hebreus se reunirem para receber a lei que Deus estava prestes a proclamar. Em sua extremidade sudeste se levantava um penhasco quase perpendicular de granito, como se fosse um púlpito ou altar, do qual a voz do Senhor podia ser ouvida. Aos pés desse penhasco havia vários montículos que podem ter ajudado a determinar os "limites" (v. 12) designados para evitar que o povo tocasse o monte.Foi nesse ambiente majestoso e inspirador que a lei foi dada a Israel. E justa a observaçãode que não se poderia encontrar outro lugar no mundo que combinasse de forma mais notável aquelas condições - a de uma altura imponente e de uma planície — onde as cenas e os sons descritos em Êxodo alcançariam uma multidão reunida. Era um local ermo, onde o povo podia estar a sós com Deus, longe de tudo que desviasse seu pensamento e atenção das coisas divinas. Por mais de 11 meses, Israel permanecería no Sinai. Ali, além de receber a lei e confirmar a aliança, eles teriam tempo para construir o santuário e aperfeiçoar sua organização. Teriam oportunidade de refletir sobre sua responsabi lidade para com o Senhor.O povo de Deus precisa de períodos de descanso como esse, como Cristo aconselhou os discípulos (ver Mc 6:31). Há o exemplo de Paulo que partiu para a Arábia, possivelmente para esse mesmo lugar (ver G1 1:17). Todos precisam de momentos no “Sinai", onde, no silêncio e na solidão, Deus pode fazer por nós o que fez por Israel, revelando Sua vontade, dando instruções de como cumpri-la e nos impressionando com Sua majestade. O Sinai era um lugar tão solene que a mente do povo seria inevitavelmente elevada à comunhão com o Infinito. Apropria severidade e a grandeza dos arredores correspondiam à santidade da lei. Como um deserto infrutífero e estéril, o Sinai é também uma nítida recordação de que não podemos dar frutos espirituais por nós mesmos para a glória de Deus e tampouco podemos efetuar nossa própria salvação. O próprio Cristo disse “sem .Mim nada podeis fazer” (Jo 15:5).
Ex.19:2 2. Acampou Israel em frente do monte. Partindo de Refidim, os hebreus foram em direção sudeste para o monte Sinai. E provável que a maior parte do povo tenha colocado sua tenda na planície já mencionada, mas alguns podem ter acampado nos vales adjacentes ao nordeste e ao oeste, de onde era possível avistar o monte Sinai.
Ex.19:3 3. Subiu Moisés. Os v. 3 a 9 introduzem a primeira aliança entre Deus e Israel. Moisés conhecia essa região, porque esse foio lugar em que Deus Se revelou a ele na sarça ardente. Deus estava outra ve/, no mesmo lugar para Se revelar ao Seu servo, que já não era um fugitivo solitário, mas o líder do povo de Deus. Uma torrente de lembranças deve ter passado pela mente de Moisés à medida que subia o monte. Sua fé foi fortalecida para a difícil tarefa de liderança que estava à frente, pois a promessa do Senhor,: • de que ele e seus compatriotas israelitas adorariam a Deus nesse lugar, estava prestes a se cumprir (ver Ex 3:12). E certo que Moisés subiu o monte com passos confiantes e ao mesmo tempo reverentes.À casa de Jacó. Esta referência a jacó era uma lembrança das promessas feitas a ele (ver Gn 28:13, 14; 35:11). A menção de seu nome recordava as bênçãos generosamente concedidas e era uma garantia de que o Senhor cumpriría Suas promessas. Era inevitável que Deus tomasse a iniciativa cie propor uma aliança, pois o ser humano não está em posição de impor ações ao Céu. Contudo, a aliança não é unicamente uma expressão da soberania de Deus, mas também de Sua graça e misericórdia. E Ele quem primeiro busca o ser humano, e não este a Deus (ver 1]o 4:10, 19).
Ex.19:4 4. Aos egípcios. E digno de nota cjue Deus, antes de revelar Sua lei, tenha chamado a atenção dos israelitas para as evidências do Seu amor demonstradas no passado. Assim, Ele conquistaria a confiança deles, fortalecería sua fé nEle e os encorajaria a fazer Sua vontade. Ele lhes deu a segurança das bênçãos futuras mediante as bênçãos que haviam desfrutado no passado. O que Deus tinha feito por Israel ao libertá-lo do Egito, ao conduzi-lo com segurança pelo Mar Vermelho, e ao dar-lhe o maná era uma garantia do que ainda faria se este permanecesse fiel. Sem essa garantia, teria sido difícil suportar os terrores do Sinai.Asas de águia. Assim como a águia que conduz o seu filhote para fora do ninho e oensina a voar, protegendo-o com sua própria vida, o Senhor tirou Seu povo do cativeiro do Egito para conduzi-lo à terra de Canaã. Ele os sustentaria com Suas asas e os protegeria do perigo. Como o filhote de águia, fraco e desprotegido, enquanto estava temeroso do perigo, confiou na força e proteção de sua mãe, da mesma forma Israel, fraco, desprotegido e temeroso do que estava pela frente, podia ter fé no poder divino (Dt 32:11, 12).
Ex.19:5 5. Se [...] guardardes. Em vez de ordenar que os hebreus guardassem Sua aliança, como era Seu direito soberano, Deus bondosamente os convidou a fazer aquilo que seria para o próprio benefício deles. O único caminho pelo qual se pode andar com Deus é o da obediência. Somente nos termos da obediência Deus podería consentir ser o Deus deles ou tê-los como Seu povo escolhido. A graça do evangelho de Jesus Cristo que traz salvação a todos as pessoas (Tito 2:11) não as libera da obrigação de obedecer à lei divina (Rm 3:31). A fé em Cristo como redentor está ligada de forma inseparável ao poder de Cristo que habita no coração e capacita a guardar os dez mandamentos (Rm 8:1-4). Jesus e os apóstolos afirmaram de modo enfático o princípio da obediência à lei divina (Mt 5:17, 18; 19:16, 17; ICo 7:19; Tg 1:25; 2:10-12; ljo 2:3, 4).Minha aliança. A aliança que Deus fez com Israel no Sinai é mais tarde chamada de “antiquada” (I Ib 8:13). Devido ao fracasso do povo era apreciar plenamente o propósito de Deus e por não haver entrado no verdadeiro espírito da aliança, a antiga aliança se apresenta em contraste com a nova, ou com o evangelho, como se segue: (1) era mais elementar (G1 4:1-5); (2) estava mais intimamente relacionada com ritos externos e cerimônias (Hb 9:1); (3) suas motivações consistiam principalmente em penalidades e recompensas, pois, como "crianças” esses eram os únicos incentivos que os israelitas estavam preparados para compreender (G1 4:3; PP, 371); (4) suas bênçãos eram emgrande parte temporais; e (5) confiava-se nas realizações humanas e nas boas obras em vez de na graça divina e no Salvador do pecado (ver com. de Êx 19:8). A bênção notável da nova aliança é que, pela fé em Cristo, é dado poder ao crente para cumprir a justiça da lei (Rm 8:1-4; cf. At 13:37-39).Deus permitiu que os israelitas tentassem guardar a lei a fim de que percebessem que não podiam fazer aquilo que erroneamente se sentiam capazes de fazer. Eles então deixariam de confiar em si mesmos e em seus próprios esforços e passariam a confiar em Deus e no cumprimento de Suas promessas. Dessa forma, a lei se tornaria o meio de conduzi-los a Cristo como o único Salvador do pecado (G1 3:23-26). Assim, preparou-se o caminho para o relacionamento da nova aliança, o evangelho da graça divina, a lei guardada em Cristo e mediante Ele (Jr 31:31 - 34; Rm 3:21-31; 8:1-4; Hb 8:7-11). Como Paulo declara, esse novo relacionamento de aliança não anula a lei pela fé (Rm 3:31). A lei permanece como o padrão do dever, a norma de uma prática santa. A nova aliança estabelece a lei como o código eterno de justiça, sem o qual não pode haver conduta santa.Propriedade peculiar. Mais precisamente, "minha possessão peculiar" (AA; RSV; ver também Sl 135:4; Is 43:1-4). Diante de Deus, nenhuma outra nação era igual a Israel. Todo filho de Deus, todo cristão consagrado é uma joia na coroa do Senhor e é considerado por Ele como um tesouro (Ml 3:17; ver com. de iPe 2:9).
Ex.19:6 6. Reino de sacerdotes. De acordo com o plano e o propósito divinos, os israelitas deviam ser um povo real e um sacerdócio. Em um mundo mau, seriam reis, morais e espirituais, no sentido de que deveríam prevalecer sobre o reino do pecado (Ap 20:6). Como sacerdotes, deveriam se aproximar de Deus com oração, louvor e sacrifícios. Como intermediários entre Deus e os pagãos deviam ser instrutores, pregadores eprofetas e, além disso, exemplos de um viver santo; expoentes celestiais da verdadeira religião. No reino vindouro, Deus tem um lugar nobre para os filhos de Sua família real (Mt 19:28; Lc 19:17-19; Jo 14:1-3; Ap 1:6; 2:26; 3:21; cf. Zc 6:13).Nação santa. Como povo consagrado ao serviço de Deus, eles deviam ser diferentes das outras nações. Isso seria manifestado exteriormente pela circuncisão (Gn 17:9-14) e internamente pela santidade (2Co 7:1; IPe 2:9). Um Deus santo requer um povo santo (Mt 5:48; I Pe 1:16).
Ex.19:7 7. Os anciãos. Não foram necessárias muitas palavras para apresentar diante do povo a importante questão ou para responder a pergunta imperativa quanto à aceitação da aliança nos termos requeridos por Deus. Porém, antes de apresentar o assunto diante do povo, Moisés convocou os anciãos como uma preparação (Ex 24:3; PP, 303).
Ex.19:8 8. Tudo o que o Senhor falou. Convictos e seguros de que os termos da aliança eram justos e bons, e desejosos de assegurar para si e sua posteridade as bênçãos que o Senhor prometera, os anciãos prontamente aceitaram a aliança antes mesmo de saber quais seriam suas estipulações exatas. Era desejável que o povo expressasse disposição em fazer essa aliança conforme Deus a propôs e tivesse tempo de pensar sobre o assunto antes de serem chamados para urna confirmação formal. Se eles estavam dispostos a obedecer a Deus, os detalhes da aliança viriam depois. Contudo, embora não houvesse dúvida de um nobre desejo por parte dos israelitas de responder à demanda de Deus por obediência, eles aceitaram fazer essa aliança tendo pouco conhecimento de si mesmos, de sua incapacidade de guardar os preceitos divinos e de cumprir sua parte no acordo. Assim como muitas pessoas ingênuas, pensaram que tinham apenas que tentar para conseguir. Deus permitiu a tentativa a fim de que descobrissem suaincapacidade e dessa forma fossem conduzidos a confiar nfile. A experiência de Paulo, dentre outras, é um exemplo disso (ver Rm 7).O brado espontâneo “tudo o que o Senhor falou faremos” foi uma demonstração superficial de entusiasmo religioso, uma reação momentânea a uma verdade gloriosa e sublime. Faltava a eles o espírito de conversão profunda e verdadeira, um “coração” disposto a fazer o que Deus pedia (Dt 5:29). Não é de se surpreender que o povo logo tenha se apostataclo e adorado o bezerro de ouro (Êx 32).
Ex.19:9 9. Numa nuvem escura. Quando Deus fala com o ser humano, Ele precisa sempre velar Sua glória, pois o pecador não a pode suportar (Êx 33:20; Jo 1:18; IJo 4:12). Quando Deus Se revestiu da humanidade, a forma humana era o véu. Ao aparecer numa sarça ardente, o fogo é uma cobertura. No Sinai, uma vez que muitos do povo eram ímpios e impem tentes, foi ainda mais necessário que Ele Se cobrisse. A nuvem pela qual Deus falou era a coluna de nuvem que acompanhou os israelitas ao saírem do Egito e os conduziu em sua marcha (Ex 13:21, 22; Nm 11:25; 12:15; PP, 301).Creiam sempre em ti. Um dos propósitos de Deus em aparecer de forma visível a Moisés foi dar ao povo prova irrefutável de que ele era o Seu representante.
Ex.19:10 10. Purifica-o. O Senhor estava prestes a proclamar Sua santa lei pessoalmente, a fim de acabar com qualquer suspeita de que Moisés tivesse algo a ver com sua composição. A presença deles diante do Senhor requeria santificação, sem a qual ninguém pode ver a Deus (Hb 12:14). A santificação é basicamente uma questão espiritual, de serem “limpos de coração” (Mt 5:8). Os atos externos de preparação foram designados para impressionar o povo sobre a necessidade de preparar o coração para se encontrar com Deus (iTs 5:23; ljo 3:3). Embora para os egípcios a purificação envolvesse lavar ocorpo, além de também raspar o cabelo da cabeça, e algumas vezes do corpo todo, os israelitas parecem ter se purificado apenas lavando o corpo.A santidade deve ser considerada de forma séria cada vez que nos aproximamos de Deus. Os que não são santos serão aceitos por Ele, caso se arrependam e aceitem a graça de Cristo. Ele recebe o pecador para torná-lo santo, e, com isso, qualificá- -lo para andar com Deus (Ef 1:4; 5:25-27; Tt 2:11-14). Considerando que a lei prestes a ser dada é uma expressão da santidade divina, era apropriado que o povo se preparasse para recebê-la santificando-se. Os israelitas seriam o povo de Deus; portanto, era imperativo que compreendessem o caráter sagrado desse relacionamento. Por isso, é possível entender por que Deus fez da ocasião de dar a Sua lei um momento para impressionar o povo de forma profunda e dramática, com a convicção de sua santidade e importância. Isso era especialmente necessário, uma vez que os hebreus, oprimidos por seus donos egípcios, tinham em grande medida perdido o conhecimento do caráter e da majestade de Deus.Hoje e amanhã. De acordo com a tradição judaica, estes seriam o quarto e o quinto dias do mês de sivã. O decálogo seria dado no sexto dia. Os dois dias de preparação visavam dar ênfase à santidade do evento.Lavem. Os ricos dever iam trocar de roupa quando a ocasião pedisse, mas o povo em geral, as classes mais pobres, como não tinha outras roupas, devia lavar as que vestia (Lv 15:5).
Ex.19:11 11. Descerá. Em geral, na Bíblia, Deus é representado morando nos Céus (1 Rs 8:30, 49; Jo 8:23). Portanto, quando Ele aparece na Terra se diz que Ele “desce" (Gn 11:5-7; 18:21; Êx 3:8).
Ex.19:12 12. Limites. Moisés deveria levantar uma barreira na base da montanha. Ela deve ter se estendido ao longo da linha demontículos ao pé do monte. O povo só estaria seguro além desses “limites”.O Sinai, com todo seu terror, não era o Vesúvio. O povo abaixo não teria o mesmo destino das cidades de Herculano ou Pompeia. O propósito do Senhor foi simplesmente manifestar a realidade, extensão e proximidade de Seu poder destruidor. Eles puderam compreender do que esse poder era capaz caso fossem presunçosos e agindo como bem entendessem.Aquele que tocar. Devido ao fato de o penhasco se elevar de forma abrupta da planície, alguém poderia tocar nele facilmente, por descuido ou mesmo por curiosidade.Será morto. Esta punição severa foi anunciada especificamente para que o povo entendesse em termos bem claros o que significaria estar na presença de um Deus santo. O castigo estava em plena harmonia com a solenidade da ocasião. Além disso, não se deve esquecer que apenas mediante sombrias ameaças de castigo se podia ensinar reverência aos israelitas, inclinados à presunção e à rebeldia contra a vontade divina (ver 2Sm 6:6, 7). Não pode haver um verdadeiro sentimento religioso se não houver um profundo senso de reverência. Para inculcar tal atitude entre os israelitas, era imperativo imprimir-lhes a lição de forma dramática e impactante.
Ex.19:13 13. Mão nenhuma tocará neste. Ou, "nenhuma mão tocará nele” (ACF). O que transgredisse a ordem divina não deveria ser resgatado, pois a pessoa que o fosse resgatar deveria para isso ultrapassar os “limites”. Em vez disso, o transgressor seria morto a pedradas ou com dardos disparados de fora dos “limites”. O mesmo seria feito a qualquer animal que se extraviasse para a área reservada, para que ninguém se sentisse tentado a entrar na área restrita a fim de recuperar o animal. Tudo foi feito para impressionar os israelitas com a temível majestade de Deus, e com o espírito de solenidade que deveriapreencher o coração de todo aquele que se aproximasse da presença divina.Deus é onipresente (SI 139:1-12), mas Ele vela Sua presença. Embora esteja conosco, não O percebemos (Jó 23:8, 9). Mas, quando Ele revela Sua presença, tudo treme ao redor (Gn 28:16, 17; Jó 42:5, 6; Hb 3:16). A fraqueza treme diante da força, a pequenez se encolhe diante da grandeza, o homem finito se torna insignificante na presença do infinito Deus. E a consciência do pecado que faz o pecador tremer diante do Deus santo (Gn 3:10). A corrupção se acovarda diante do Incorrupto, e a depravação moral, diante da pureza absoluta.Então, subirão. O pronome “eles”, subentendido, não pode estar se referindo aos israelitas, pois isso contradiz a ordem do versículo anterior. O povo nunca subiu o monte, e sim Moisés, Arão, Nadabe, Abiú e os 70 anciãos (ver Ex 24:1, 2), e é provável que a referência seja a estes.
Ex.19:14 14. Moisés, tendo descido do monte. Ao retornar ao pé do monte Sinai, Moisés, em obediência à ordem do v. 10, instruiu o povo com respeito à preparação para a promulgação da lei. Ao mesmo tempo, ele deve ter ordenado a construção da cerca que manteria o povo afastado do monte. O v. 23 faz referência a essa demarcação já concluída.
Ex.19:15 Sem comentário para este versículo
Ex.19:16 16. Trovões. Os v. 16-20 tratam das manifestações da presença divina no Sinai. Ao Se revelar ao homem, o Senhor emprega vários métodos. Ao profeta Elias, Ele apareceu como “um cicio tranquilo e suave’’ (lRs 19:12); a Daniel e ao apóstolo João, Ele usou visões; para os discípulos, Ele falou diretamente por meio de Seu filho. Ao apóstolo Paulo, Deus apareceu em visão extática, na qual o apóstolo ouviu “palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir” (2Co 12:1-5). Nesta ocasião, quando Deus queria impressionar a todos com a importância e a majestade de Sua lei comoa constituição de Seu reino espiritual, Ele apareceu com grandeza aterradora (Hb 12:18-21).
Ex.19:17 17. Levou o povo fora do arraial. E evidente que o acampamento estava a alguma distância do monte, com um espaço aberto entre as primeiras tendas e a barreira que Moisés tinha levantado próximo ao monte. Nesse espaço livre, Moisés conduziu os israelitas, trazendo-os o mais próximo que ousavam se aproximar da presença divina.
Ex.19:18 Sem comentário para este versículo
Ex.19:19 19. Moisés falava. A cena do monte sendo coberto de fumaça era tão aterradora (v. 18), e tão temível o som de tronv betas (v. 16), que Moisés não pôde ficar em silêncio. Para aliviar a tensão, disse algumas palavras, talvez as registradas em Hebreus 12:21. Está implícito um profundo significado nas palavras “Moisés falava, e Deus lhe respondia'’ que apresenta uma definição marcante da natureza da lei divina. Todas as ordens de Deus, por assim d izer, são respostas às necessidades profundas da alma. Emanam da ação recíproca de Deus e do coração humano. Em Romanos 7, Paulo ilustra isso. O homem, por ser criado à imagem de Deus (Gn 1:27), não pode encontrar satisfação em viver se não estiver em harmonia com o Criador. O decálogo é o instrumento que traz essa harmonia. A lei não é meramente um código que expressa a vontade e a soberania de Deus; é também um instrumento de instrução espiritual para nos ajudar a viver como Deus quer que vivamos (Sl 19:7, 8; 119:97, 98; Ml 19:16, 17).
Ex.19:20 20. Para o cimo do monte. Provavelmente, não o Jebel Musa, que era invisível desde a planície onde o povo deve ter estado reunido, mas Pias es-Safsaf, o cume mais elevado das montanhas do Sinai que estão de frente à planície (ver com. do v. 1 e de Êx 3:1).Chamou o Senhor a Moisés. O contexto leva a crer que Arão subiu com Moisés,pois Arão estava lá (v. 24) e é provável que esteja incluído no pronome “nos" do v. 23.
Ex.19:21 21. Adverte ao povo. Nos versículos finais deste capítulo, o povo e os sacerdotes são outra vez advertidos a não ultrapassarem os “limites”. Essa repetição sugere que houve alguns que não respeitaram a restrição, mas estiveram dispostos a ultrapassar os “limites’’ para sondar irreverentemente a glória de Deus (ver Nm 4:20; 1 Sm 6:19; 2Sm 6:6, 7).
Ex.19:22 22. Também os sacerdotes. Uma menção especial aos “sacerdotes” indica que a tendência a ultrapassar os limites deve ter sido bem forte entre eles. Treinados para exercer funções sagradas, eles se consideravam praticamente iguais a Moisés e Arão. Podem ter se ressentido da exclusão da presença divina. Não tinham eles sido apontados como intermediários entre Deus e os homens?Os sacerdotes [...] se hão de consagrar. Possivelmente os sacerdotes não consideraram que a instrução do v. 10 se aplicava também a eles, e, portanto, não a cumpriram. Por isso, o dever de o fazerem foi dirigido em especial a eles. A santidade de uma função não significa necessariamente a santidade da pessoa que a exerce. Os ministros de Deus não são imunes à iniquidade, como demonstram com frequência as Escrituras (ver Lv 10:1, 2; ISm 2:12-17; 4:17). Este versículo bem como Exodo 24:5 mostram que havia os que foram separados para as funções sacerdotais antes da instituição da ordem levítica (ver PP, 350).
Ex.19:23 23. Não poderá subir. Como a ordem divina do v. 12 tinha sido cumprida, Moisés garante a Deus que o povo não ultrapassaria os limites do monte sagrado inconscientemente.
Ex.19:24 24. Vai, desce. Deus rejeita o argumento de Moisés de que não havia necessidade de advertir mais uma vez o povo. O Senhor sabia o que Seu servo não sabia, e para evitar problemas insistiu em uma nova advertência.Tu, e Arão. Embora esta seja a primeira menção direta a Arão sendo apontado para subir o monte com Moisés, é provável que ele tenha subido antes também (ver v. 3, 20, 23; d'. 10:1, 3).
Ex.19:25 25. Desceu, pois, Moisés. Vencido pela repreensão divina, Moisés voltou ao acampamento para advertir tanto os sacerdotes quanto o povo.Capítulo 20servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.
Ex.20:1 1. Falou Deus. O cenário estava pronto para a proclamação da lei moral, que tem sido o padrão de conduta para milhões de pessoas desde então. Não se pode negar que esse foi um dos eventos mais importantes e decisivos da história. Tampouco se pode negar a necessidade vital de todo ser humano em relação a esse código de conduta, por causa das imperfeições morais e espirituais e da tendência para fazer o que é mau. O decálogo está acima de todas as outras leis morais e espirituais. Abrange toda a conduta humana e é a única lei que pode efetivamente controlar a consciência. É um manual sintetizado da conduta moral e abarca cada campo do dever humano em todos os tempos. O Senhor Se referiu aos mandamentos como o caminho pelo qual se pode palmilhar a vida eterna (Alt 19:16- 19). São adequados a qualquer sociedade humana, são aplicáveis e estarão em vigor enquanto o mundo existir (Mt 5:17, 18). Nunca se tornarão obsoletos, pois são a expressão imutável da vontade e do caráter divinos. Foi com razão que Deus os entregou a Seu povo oralmente e por escrito (Ex 31:18; Dt 4:13).Embora dado ao ser humano pela autoridade divina, o decálogo não é uma criação arbitrária da vontade de Deus. Em vez disso, é uma expressão da natureza divina. O homem foi feito à imagem de Deus (Gn 1:27), criado para ser santo como Ele é santo (IPe 1:15, 16), e os dez mandamentos são a norma de santidade ordenada pelo Céu (ver Rm 7:7-25). A chave para a interpretação espiritual da lei é dada por Cristo no sermão do monte (Mt 5-7).O decálogo é expressão não apenas de santidade, mas também de amor (Mt 22:34- 40; jo 15:10; Rm 13:8-10; IJo 2:4). Qualquer serviço prestado a Deus ou ao homem, destituído de amor, não cumpre a lei. E o amor que protege de violar os dez mandamentos. Pois, como poderiamos adorar outros deuses, tomar em vão o santo nome de Deus e negligenciar a observância do sábado, se realmente O amarmos? Como poderiamos roubar o que pertence ao próximo, testemunhar contra ele ou cobiçar suas posses, se o amamos? O amor é a raiz da fidelidade para com Deus e da honra e do respeito pelos direitos do próximo. Ele deve ser sempre a grande motivação para obedecer (Jo 14:15; 15:10; 2Co 5:14; G1 5:6).Passando por Mara (I, ver quadro) e Elim (2), Israel entrou no deserto sc Sim. (3) Ali o Wadi l;eiran (Wadi, cm árabe, significa "wale") a leste conduz para o Wadi-esh-Sheik, que conduz ao sul para a planície de cr-Haha. A tradição chama Jebel Musa de o "Monte da Lei’', contudo, muitos preferem Pa cs-Safsat, porque deste lugar a voz pode ser ouvida na planície er-Raha. o lugar mais adequado para o grande acampamento dos israelitas diante do monte Sinai.Quando alguém vai a Cristo pela primeira vez, essa pessoa se abstém de forma consciente do mal a que está habituada. O decálogo foi dado em sua maior parte na lorma de negativas, principal mente com o propósito de ajudar o pecador a distinguir entre o bem e o mal. A repetição da palavra "não” pressupõe a existência de fortes tendências no coração, as quais devem ser controladas (ver jr 17:9; Rm 7:17-23; lTm 1:9,10). Porém, essa forma negativa indica um campo amplo e satisfatório de ação moral e espiritual que se. abre ao ser humano e permite toda a amplitude possível de desenvolvimento do caráter. A vida é restringida apenas pelas poucas proibições mencionadas. O decálogo certifica a verdade da liberdade cristã (Tg 2:12; 2Co 3:17). Embora a “letra da lei", devido às suas poucas palavras, possa parecer estreita em escopo, seu espírito é "ilimitado” (2Co 3:6; SI 119:96).O fato de que os dez mandamentos foram escritos em duas tábuas de pedra enfatiza sua aplicação a duas classes de obrigação moral: dever para com Deus e para com o ser humano (Mt 22:34-40). Nossa obrigação para com Deus está ligada às nossas obrigações para com o semelhante, pois negligenciar os deveres para com o próximo resulta na negligência cios deveres para com Deus. A Bíblia não ignora a distinção entre religião (deveres diretamente ligados a Deus) e moral (deveres próprios das relações humanas). Em vez disso, une ambas no profundo conceito de que tudo o que se faz é feito como se para Deus, cuja autoridade é suprema em ambas as esferas (ver Mq 6:8; Mt 25:34-45; Tg 1:27; Ijo 4:20).Como palavras de Deus, os dez mandamentos devem ser distinguidos das "leis” (Ex 21:1) baseadas neles e incluídas com eles no “livro da aliança”, consistindo as leis estatutárias de Israel (ver 24:3). As duas tábuas que compreendem o decálogo, excluindo as outras partes da lei, são chamadas devárias formas: "o Testemunho” (25:1.6), “Sua aliança” (Dt 4:13), “as palavras da aliança” (Êx 34:28), as “tábuas do Testemunho” (31:18; 32:15) e “as tábuas da aliança” (Dt 9:9-11). Essas tábuas de pedra, e elas somente, foram colocadas dentro da arca da aliança (Ex 25:21; lRs 8:9). Assim, foram consideradas, num sentido especial, o vínculo da aliança. O fato de as tábuas terem sido colocadas sob o pro- piciatório esclarece a natureza da aliança que Deus fez com Israel. Isso mostra que a lei é a base, o fundamento da aliança, o documento obrigatório, o vínculo. Contudo, sobre a lei está o propiciatório, espargido com o sangue da propiciação, um testemunho reconfortante de que há perdão para quem se arrepende de ter violado os mandamentos. O AT faz uma diferenciação clara entre as leis moral e. cerimonial (2Rs 21:8; Dn 9:11).
Ex.20:2 2. Eu sou o Senhor. Literalmente, “Eu sou Yahweh”, nome derivado do verbo “ser”, “tornar-se” (ver com. de Ex 3:14, 15). Significa “O Existente”, “O Vivente” (ver p. 150, 151). Portanto, quando jesus disse aos judeus: “Antes que Abraão existisse, Eu Sou” (Jo 8:58), eles consideraram que Ele pretendia ser “o Yahweh” do AT. Isso explica a hostilidade por parte deles e a tentativa de matá-Lo (Jo 8:59). jesus Cristo, a segunda pessoa da divindade, foi o “Deus” dos israelitas todo o tempo (Ex 32:34; jo 1:1- 3, 14; 6:46, 62; 17:5; ICo 10:4 ; Cl 1:13-18; Hb 1:1-3; Ap 1:17, 18; PP, 366). Foi Ele quem lhes deu o decálogo; foi Ele quem declarou ser “Senhor também do sábado” (Mc 2:28). O grego hêzoe, "Aquele que vive” (Ap 1:18) é equivalente ao hebraico Eyeh 'aslier ehyeh, o “Eu Sou o oue Sou” de Êxodo 3:14.Da casa da servidão. Deus proclamou Sua santa lei em meio a trovões e relâmpagos, cujo retumbar parece encontrar eco nas formas verbais imperativas dos mandamentos. Os terrores do Sinai tiveram o objetivo de trazer, de forma vivida diante do povo, a temível solenidade do último dia do juízo (PP, 339).Os preceitos do decálogo enfatizam a justiça de Seu Autor e o rigor de Seus requerimentos. Mas, a lei também é uma recordação de Sua graça, pois o próprio Deus que transmitiu a lei foi quem conduziu Seu povo desde o Egito e os libertou do jugo da escravidão. E Ele quem fez as preciosas promessas a Abraão, Isaque e Jacó.Visto que, na Bíblia, o Egito é um símbolo de pecaminosidade (ver Ap 11:8), a libertação de Israel do Egito pode ser comparada à libertação de todo o povo de Deus do poder do pecado. O Senhor libertou Seu povo da terra do faraó a fim de lhes dar Sua lei (SI 105:42-45). Da mesma forma, por meio do evangelho, Cristo nos liberta do jugo do pecado (Jo 8:34-36; 2Pe 2:19) para que possamos guardar Sua lei, a qual por meio dEle leva à verdadeira obediência (Jo 15:10; Rm 8:1-4). Os que ensinam que o evangelho de Cristo liberta dos santos mandamentos do decálogo devem refletir acerca dessa verdade. A libertação do Egito teve o objetivo de permitir a obediência à lei de Deus. Observe a ordem: o Senhor primeiramente salva Israel, e então lhes dá Sua lei para a guardarem. A mesma ordem se dá no caso do evangelho. Cristo primeiramente nos salva do pecado (ver jo 1:29; ICo 15:3; G1 1:4) e então vive Sua lei dentro de nós (G1 2:20; Rm 4:25; 8:1- 3; lPe 2:24).
Ex.20:3 3. Não terás. Embora a aliança tenha sido feita com Israel como um todo (Ex 19:5), o uso de um verbo no singular mostra que Deus se dirigia a cada indivíduo da nação e requeria dele obediência à lei. A obediência coletiva não é suficiente. Em todas as épocas os dez mandamentos dirigem seu apelo a todo ser humano e pesam sobre a consciência de cada um individualmente (ver Ez 18:19, 20).Diante de Mim. Literalmente, "diante da Minha face”. Esta expressão hebraica em geral significa "além de Mim”, “em adição a Mim” ou "em oposição a Mim”. Como oúnico Deus verdadeiro, o Senhor requer que somente Ele seja adorado. Esse conceito de apenas um Deus era estranho à crença e prática politeísta das outras nações. Deus apela a nós para que O coloquemos acima de tudo o mais, que O coloquemos em primeiro lugar em nossas afeições e em nossa vida, em harmonia com a ordem de nosso Senhor, no Sermão do Monte (Mt 6:33). A mera crença não basta, nem mesmo o conhecimento de que Ele é o único Deus. Nós Lhe devemos lealdade de todo o coração e devoção a Ele como um ser pessoal, a quem é nosso privilégio conhecer, amar e confiar e com quem devemos ter abençoada comunhão. 1: perigoso não depender de Deus: seja riqueza, conhecimento, posição ou amigos. E difícil lutar contra as seduções do mundo, e é tão fácil confiar no que é visível e temporal (ver Mt 6:19-34; ljo 2:15-17). Nesta era materialista não é difícil violar o espírito desse primeiro mandamento, colocando nossa fé e confiança em alguma conveniência ou comodidade terrena, e, ao fazer isso, esque- cermo-nos dAquele que criou as coisas que desfrutamos (ver 2Co 4:18).
Ex.20:4 4. Imagem de escultura. Como o primeiro mandamento enfatiza o falo de que há somente um Deus, em protesto contra a adoração de muitos deuses, o segundo coloca ênfase sobre Sua natureza espiritual (jo 4:24), reprovando a idolatria e o materia- lismo. Este mandamento não proíbe necessariamente o uso de esculturas e pinturas na religião. A habilidade artística e as imagens empregadas na construção do santuário (Ex 25:17-22), no templo de Salomão (TRs 6:23- 26) e na “serpente abrasadora” (Nm 21:8, 9; 2Rs 18:4) provam claramente que o segundo mandamento não condena material religioso ilustrativo. O que se condena é a reverência, adoração ou semiadoração, que multidões em muitos lugares prestam a imagens e gravuras religiosas. A desculpa de que os ídolos em si não são adorados não diminuia torça desta proibição. ídolos não devem ser adorados nem sequer feitos. A insensatez da idolatria está no fato de que os ídolos são meros produtos da habilidade humana, e, portanto, inferiores ao homem e sujeitos a ele (Os 8:6). O ser humano pode adorar verdadeiramente, direcionando os pensamentos a Alguém maior que ele mesmo.Nem semelhança alguma. A divisão tripla apresentada aqui e em outros lugares (céu, terra e água) abrange todo o universo físico, de onde os pagãos extraíram e deram forma às suas deidades (Dt 4:15-19; Rm 1:22, 23).
Ex.20:5 5. Não as adorarás. Isto ataca a honra prestada a imagens no mundo antigo. Elas não eram tidas como emblemas, mas como incorporações reais das deidades. Cria-se que os deuses habitavam nessas imagens. Aqueles que as faziam não eram estimados; às vezes eram até mesmo desprezados, mas seu artefato era reverenciado e adorado.Deus zeloso. Deus se recusa a compartilhar Sua glória com ídolos (Is 42:8; 48:11). Ele rejeita a adoração e o serviço de um coração dividido (Êx 34:12-15; Dt 4:23, 24; 6:14, 15; Js 24:15, 19, 20). O próprio Jesus disse: “Ninguém pode servir a dois senhores” Alt 6:24).Visito a iniquidade. Esta aparente ameaça tem perturbado a mente de alguns que veem nela a manifestação de um espírito vingativo. Contudo, deve-se fazer uma distinção entre os resultados naturais de uma conduta pecaminosa e a punição infligida por causa dela (PP, 306). Deus não castiga uma pessoa pelos erros da outra (Ez 18:2-24). Cada pessoa é responsável perante Deus somente pelos próprios atos. Ao mesmo tempo, Deus não interfere nas leis da hereditariedade, cie forma a proteger uma geração dos delitos de seus pais, pois isso seria incoerente com o caráter divino e com a forma como Ele trata a humanidade. A justiça divina visita a ‘'iniquidade” de uma geração sobre a seguinteunicamente mediante essas leis da hereditariedade, ordenadas pelo Criador no princípio (ver Gn 1:21, 24, 25).Não se pode escapar por completo das consequências da intemperança, enfermidade, libertinagem, do mal proceder, da ignorância e dos maus hábitos transmitidos por gerações anteriores. Os descendentes de idólatras degradados e os filhos de pessoas más, em geral, iniciam a vida com as limitações provocadas por pecados de ordem física e moral, e colhem o fruto da semente plantada por seus pais. A delinquência juvenil prova a verdade do segundo mandamento. O ambiente também tem efeito decisivo sobre cada geração. Mas, visto que Deus é justo e misericordioso, podemos confiar que Ele tratará cada pessoa com justiça, levando em conta as desvantagens do nascimento, as predisposições herdadas e a influência do ambiente sobre o caráter (SI 87:6; Lc 12:47, 48; jo 15:22; At 17:30; 2Co 8:12). Ao mesmo tempo, nosso objetivo é alcançar a vitória sobre toda tendência para o mal, herdada e cultivada (Pj, 315, 330, 331; l) l \. 671).Deus “visita” ou “aponta” os resultados da iniquidade, não de forma vingativa, mas para ensinar os pecadores que uma conduta errada inevitavelmente traz resultados infelizes.Daqueles que Me aborrecem. Ou seja, aqueles que, embora conheçam a Deus, recusam-se a servi-Lo. Dedicar as afeições a deuses falsos de qualquer tipo, depositar a confiança em algo além do Senhor, é aborrecê-Lo. Os que assim fazem inevitavelmente trazem problemas e sofrimento não só sobre si mesmos, mas também sobre aqueles que vêm depois deles. Os pais que colocam Deus em primeiro lugar pensam no bem de seus filhos. O uso da palavra “aborrecer” é típico do Oriente, para expressar a mais intensa desaprovação. Toda pessoa que ama a Deus menos que a outras pessoas oucoisas está entre aqueles que O aborrecem (Lc 14:26; Rm 9:13).
Ex.20:6 6. Guardam os Meus mandamentos. É mediante a obediência que se demonstra verdadeiro amor a Deus. Visto que o próprio Deus é amor e a maneira de tratar Suas criaturas é motivada pelo amor (IJo 4:7-21), Deus não deseja que Lhe obedeçamos porque devemos, mas porque escolhemos fazer assim (Jo 14:15, 21; 15:10; IJo 2:5; 5:3; 2]o 6).
Ex.20:7 7. Em vão. A palavra traduzida por “em vão” significa “iniquidade”, “falsidade”, "vaidade”, “vazio”. Inculcar reverência é o propósito principal do terceiro mandamento (ver SI 111:9; Ec 5:1, 2), que é uma continuação dos dois que o precedem. Aqueles que servem apenas o verdadeiro Deus, em espírito e verdade, evitarão o uso descuidado, irreverente ou desnecessário do nome santo. Eles não blasfemarão. A blasfêmia ou qualquer linguajar impróprio, não só viola o espírito da religião como indica falta de educação e nobreza.Este mandamento não se aplica apenas a palavras que devem ser evitadas, mas ao cuidado que se deve ter ao usar as que são apropriadas (ver Mt 12:34-37).O terceiro mandamento também condena as cerimônias vazias e o formalismo no culto (ver 2Tm 3:5); exalta o culto realizado com verdadeiro espírito de santidade (jo 4:24). Ele mostra que a obediência à letra da lei não é o suficiente. Ninguém jamais reverenciou o nome de Deus de modo tão rigoroso quanto os judeus, que até hoje não o pronunciam. Como resultado, ninguém sabe como deve ser pronunciado exatamente. Mas, em sua devoção extrema à letra da lei, os judeus ofereceram a Deus uma honra vazia. Esse zelo falso não impediu o trágico erro da nação judaica dois mil anos atrás (Jo 1:11; At 13:46).O terceiro mandamento também proíbe o juramento falso ou perjúrio, que sempre foi considerado grave ofensa moral e social, merecedora do castigo mais severo. O usodescuidado do nome de Deus denota falta de reverência. Se o pensamento está num plano espiritualmente elevado, as palavras também serão elevadas e pautadas pelo que é verdadeiro e respeitável (Fp 4:8).
Ex.20:8 8. Lembra-te. Este verbo não torna o quarto mandamento mais importante que os outros nove. Todos são igualmente importantes. Violar um significa violar todos (Tg 2:8-11). O mandamento do dia de repouso, porém, nos faz recordar que o sétimo dia, o sábado, como o descanso apontado por Deus para o homem, remonta ao início da história humana e é parte inseparável da semana da criação (Gn 2:1-3; PP, 336). O argumento de que o sábado foi dado pela primeira vez no Sinai não tem fundamento (Mc 2:27; PP, 80, 258). Num sentido pessoal, o sábado é um lembrete de que, em meio às pressões e as preocupações da vida, não devemos nos esquecer de Deus. Entrar por completo no espírito do sábado é encontrar uma valiosa ajuda para obedecer ao restante do clecá- logo. A atenção especial e dedicação dadas a Deus e às coisas de valor eterno nesse dia de descanso proveem uma torrente de poder para a vitória sobre os males contra os quais somos advertidos nos outros mandamentos. O sábado já foi comparado a uma ponte estendida por sobre as águas agitadas da vida, sobre a qual se pode passar para alcançar a margem oposta, um elo entre Terra e Céu, um símbolo do dia eterno, quando os que são fiéis a Deus se revestirão para sempre do manto da santidade e de alegria imortal.Também devemos lembrar que o mero descanso do trabalho físico não constitui observância do sábado. Nunca foi o propósito divino que o sábado fosse um dia de inatividade e ociosidade. A guarda do sábado não é tanto uma questão de se abster de certas formas de atividade, quanto de participar deliberadamente de outras. Deixamos a rotina semanal de trabalho apenas como um meio para dedicar o dia a propósitos santos.O espírito da verdadeira observância do sábado conduz a pessoa a aproveitar as horas sagradas, procurando entender melhor o caráter e a vontade de Deus, a apreciar mais plenamente Seu amor e misericórdia, e a cooperar de forma efetiva com Ele, ajudando o próximo em suas necessidades espirituais. Qualquer coisa que contribua com esses objetivos principais é apropriada ao espírito e ao propósito do sábado. Qualquer coisa que contribua em primeiro lugar para a satisfação do desejo pessoal ou para a busca de interesses próprios é tão alheia à verdadeira observância do sábado quanto um trabalho comum. Esse princípio se aplica a pensamentos e palavras, bem como às ações.O sábado remete a um mundo perfeito num passado remoto (Gn 1:31; 2:1-3) e prenuncia um tempo em que o Criador fará “novas todas as coisas” (Ap 21:5). Ele também é um lembrete de que Deus está pronto a restaurar no coração e na vida do crente Sua própria imagem como era no início (Gn 1:26, 27). Aquele que entra no verdadeiro espírito da observância do sábado estará qualificado a receber o selo de Deus, o reconhecimento divino de que Seu caráter é refletido na vida (Ez 20:20), É um feliz privilégio esquecer uma vez por semana tudo que nos lembra este mundo de pecado e “lembrar” o que nos aproxima de Deus. O sábado pode se tornar um pequeno santuário no deserto deste mundo, em que é possível estar livre das preocupações terrenas e entrar, por assim dizer, na alegria do Céu. Se o descanso sabá- tico era desejado por seres sem pecado no paraíso (Gn 2:1-3), quão mais essencial é para mortais falíveis que se preparam para entrar novamente nesse lar abençoado!
Ex.20:9 9. Trabalharás. Esta é uma permissão em vez de uma ordem. O trabalho a ser feito deve ser realizado nos primeiros seis dias da semana, para que o sábado, que é o sétimo dia, esteja livre para adoração e serviço a Deus.
Ex.20:10 10. O sétimo dia. Nenhum trabalho secular desnecessário deve ser realizado neste dia. Deve-se empregá-lo em meditação religiosa, adoração e serviço a Deus. Eslc dia também provê oportunidade para o descanso físico. Essa característica do sábado é especialmente importante para o ser humano em seu estado pecaminoso, quando ele deve ganhar o pão com o suor de seu rosto (Gn 3:17-19).O sábado do Senhor. No heb., “sábado” não tem o artigo definido "o”, mas isso não tira a precisão da ordem de se guardar o sábado. O ponto controverso entre guardadores do domingo e guardadores do sábado não é quanto a se o cristão deve descansar — “não farás nenhum trabalho” — um dia na semana, mas em qual dia da semana, no primeiro ou no sétimo. O mandamento responde de forma clara, "o sétimo dia”. O mandamento divide a semana em duas partes: (1) “Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra”, (2) “o sétimo dia [...] não farás nenhum trabalho”. E por que essa proibição de trabalhar “no sétimo dia”? Porque ele é “o sábado do Senhor”. A palavra “sábado” vem do heb. shabbath, que significa “descanso”. Assim, o mandamento proíbe trabalhar ‘'no sétimo dia” por que é um dia de descanso do Senhor. Isso remete à origem do sábado, quando Deus “descansou nesse dia” (Gn 2:2). Portanto, está claro que o contraste não é entre “o” e “um”, mas entre “trabalho” e “descanso”. “Seis dias”, diz o mandamento, são dias de trabalho, mas “o sétimo dia” é dia de descanso. O fato de o sétimo dia ser unicamente o dia de descanso de Deus está evidente nas palavras introdutórias do mandamento: “lembra-te do dia de sábado [descanso], para o santificar”.Os anjos anunciaram aos pastores: “vos nasceu |...] um Salvador” (Lc 2:11; KJV e BJ). Não se conclui disso que Cristo foi simplesmente mais um dentre muitos salvadores. Compreendemos o significado das palavrasdo anjo quando colocamos a ênfase na palavra “Salvador". Cristo veio, não como um conquistador militar ou um rei terreno, mas como um Salvador. Muitas passagens falam da singularidade da salvação recebida por meio dEle e que não podemos ser salvos por nenhum outro. Assim é também com a questão de “o” e "um” no quarto mandamento.Não farás nenhum trabalho. Isto não proíbe atos de misericórdia ou o trabalho que seja essencial à preservação da vida e da saúde que não pode ser realizado em outro dia. E sempre “lícito, nos sábados, fazer o bem" (Mt 12:1-14; ver Mc 2:23-28). O descanso de que se fala aqui não deve ser considerado mero cessar do trabalho diário comum, embora esteja, obviamente, incluído. Deve ser um descanso sagrado, no qual há comunhão com Deus.Nem o teu animal. O cuidado de Deus com os animais é enfatizado no AT várias vezes (Ex 23:5, 12; Dt 25:4). Ele se lembrou deles na arca (G:n 8:1). Eles foram incluídos na Sua aliança no dilúvio (Gn 9:9-11). Ele os reclama como Sua propriedade (Sl 50:10). A presença de “muitos animais" foi uma das razões por que Nínive foi poupada (jn 4:11).Nem o forasteiro. Isto é, um estrangeiro que por sua vontade, própria se juntou aos israelitas. Um “misto de gente" deixou o Egito como povo de Israel (Ex 12:38) e o acompanhou na peregrinação pelo deserto. Uma vez que escolheram permanecer com os israelitas, deveríam se adequar aos requisitos que Deus estabeleceu para Seu próprio povo. Em certo sentido, isso restringia a liberdade, mas eles eram livres para partir se não desejassem obedecer. Em compensação, compartilhavam das bênçãos de Deus sobre Israel (Nm 10:29; 2c 8:22, 23).
Ex.20:11 11. Fez o Senhor. E significativo que o próprio Cristo, como criador (Jo 1:1-3), tenha descansado no primeiro sábado do mundo (DTN, 769) e dado a lei no Sinai (PP, 366). Aqueles que são recriados à Sua imagem(Ef 4:24) escolherão seguir Seu exemplo nisso e em outras questões (3Pe 2:21). O Criador não "descansou" devido ao cansaço ou à fadiga (ís 40:28). Seu “descanso” foi o cessar do trabalho ao término de uma tarefa concluída (Gn 1:31-2:3). Ao descansar, nos deu o exemplo (Mt 3:15; cf. Elb 4:10). O sábado foi feito para o homem (Mc 2:27), para satisfazer uma necessidade originalmente espiritual, que, com o pecado, tornou- se também física (ver Gn 3:17-19). Uma das razões pelas quais os israelitas foram libertos do Egito foi para que observassem o dia de descanso apontado por Deus. A opressão no Egito tornava difícil essa observância (\er Êx 5:5-9; Dt 5:12-15; PR, 180, 181).
Ex.20:12 12. Honra teu pai. Os primeiros quatro mandamentos abrangem o dever para com Deus. A segunda tábua da lei trata dos deveres para com o próximo (Alt 22:34-40). Uma vez que, antes de os filhos atingirem a idade cie ter responsabilidade moral, os pais são para eles como representantes de Deus (PP, 308), é lógico e apropriado que o primeiro dever seja relacionado com os pais (Dt 6:6, 7; Ef 6:1-3; Cl 3:20). Outro objetivo deste mandamento é criar respeito por toda autoridade legítima. Esse respeito começa com a atitude dos filhos para com os país. Na mente da criança, isso se torna a base de uma vida inteira para a obediência e o respeito devidos àqueles que são colocados de forma legítima como autoridade, principalmente na igreja e no estado (Rm 13:1-7; Hb 13:17; IPe 2:13-18). Está incluído no espírito deste mandamento o pensamento de que os que governam no lar e fora dele devem se conduzir de tal forma que sejam dignos de respeito e obediência por parte dos que lhes estão sujeitos (Ef 6:4, 9; Cl 3:21; 4:1).
Ex.20:13 13. Não matarás. A correta compreensão da relação para com o próximo indica que se deve respeitar e honrar a vida, pois esta é sagrada (Gn 9:5, 6). Jesus exaltou (Is 42:21) este mandamento ao incluir a ira e odesprezo como consequência de sua violação (Mt 5:21, 22). Mais tarde, o apóstolo João adicionou o ódio (ljo 3:14,15). Este mandamento não só proíbe a violência ao corpo, mas algo que é de muito maior consequência, o dano à pessoa. Viola-se este mandamento quando se conduz outros ao pecado pelo exemplo ou ação, contribuindo assim para a destruição de sua relação com Deus. Os que corrompem o inocente e seduzem o virtuoso "matam” num sentido bem pior do que o assassino ou o bandido, pois fazem mais do que matar o corpo (Mt 10:28).
Ex.20:14 14. Não adulterarás. Esta proibição abrange não apenas o adultério, mas a for- nicação e a impureza de todo e qualquer tipo, em atitude, palavra e pensamento (Mt 5:27, 28). Assim, o terceiro dever para com o próximo é respeitar e honrar o laço sobre o qual a família é construída, o do relacionamento conjugal, que para o cristão é tão precioso quanto a própria vida (ver Hb 13:4). O casamento torna o marido e a esposa "uma só carne” (Gn 2:24). Ser infiel a essa união sagrada ou levar outro a fazer isso é desprezar o que é sagrado e cometer crime. Na maioria das culturas, não tem sido considerada ofensa grave para o marido tornar-se adúltero. Contudo, se a esposa fizer isso, é tratada de maneira severa. A sociedade fala da “mulher adúltera”, mas pouco se fala do "homem adúltero”. O mandamento se aplica de forma igual a ambos, marido e esposa (Hb 13:4; Ap 21:8).
Ex.20:15 15. Não furtarás. Nesta passagem se estabelece o direito de possuir uma propriedade, direito este que deve ser respeitado. Para que a sociedade possa existir, este princípio deve ser salvaguardado, do contrário, não há segurança nem proteção. Tudo seria anarquia. Este mandamento proíbe qualquer ato por meio do qual, direta ou indiretamente, se obtenha os bens de outro de forma desonesta. Principalmente hoje, quando o conceito de moralidade está cada vez maisrelativizado, deve-se recordar que a adulteração, a ocultação de defeitos, a falsa apresentação de qualidade e o emprego de falsos pesos e medidas são todos atos que caracterizam roubo tanto quanto os de um ladrão.Os empregados roubam quando recebem uma "incumbência” da qual seus superiores não sabem; quando se apropriam de algo que não lhes foi dado de forma explícita; quando negligenciam fazer algum trabalho para o qual foram designados; quando realizam uma tarefa de forma descuidada; quando trazem prejuízo à propriedade do patrão por causa de descuido ou quando esbanjam o que não lhes pertence.Os empregadores roubam quando retêm de seus empregados os benefícios que lhes prometeram; quando permitem que seu pagamento atrase; quando os forçam a trabalhar mais, sem remuneração apropriada; quando os privam de qualquer outra coisa a que têm direito. Também são ladrões os que ocultam mercadorias de um fiscal da alfândega ou de alguma forma as deturpam; os que falsificam as declarações de imposto; os que enganam revendedores, imputando-lhes dívidas que jamais poderão saldar; os que, prestes a declarar falência, transferem suas pimpriedades a um amigo para que sejam devolvidas mais tarde; ou quem recorre a qualquer uma das famosas "artimanhas de comerciante”.Com isso, todos, de uma forma ou cie outra, defraudam o "próximo”, salvo aqueles que são honestos, os que amam a justiça, equidade e o justo proceder, os que têm como norma de vida fazer aos outros o que gostariam que fizessem a eles. Pode-se roubar cie formas sutis, como: roubar a fé em Deus por meio da dúvida e da crítica; por meio do efeito destruidor do mau exemplo; confundindo ou escandalizando com declarações que outros não estão preparados para entender; com intrigas perniciosas e ofensivas que podem difamar. Todo aquele queretém de outro o que por justiça lhe pertence, ou se apropria daquilo que é de outro, está roubando. Aceitar o mérito pelo trabalho ou idéias de outro, usar o que não é seu sem permissão, ou tirar vantagem de outro de qualquer forma isso também é roubo.“O bom nome de homens e mulheres, meu querido Senhor, é a joia preciosa da alma.Ouem rouba um porta-moedas rouba nada; isso foi meu, agora é dele e já pertenceu a milhares.Mas o que rouba afetando meu bom nome rouba o que não o enriquece, mas verdadeiramente me empobrece ’.
Ex.20:16 16. Não dirás falso testemunho. Este mandamento pode ser transgredido de forma pública, com um falso testemunho dado num tribunal (Ex 23:1). O perjúrio sempre foi considerado ofensa séria contra a sociedade e punido severamente. Em Atenas, uma testemunha falsa era punida com multa. Caso cometesse a mesma falta por três vezes, perdia os direitos civis. Em Roma, uma lei das Doze Tábuas sentenciava o transgressor a ser arremessado de cabeça abaixo da Rocha Tarpeia. No Egito, a penalidade era a amputação do nariz e das orelhas.Este mandamento é violado com frequência ao se falar mal do outro, manchando a reputação, interpretando mal seus motivos e denegrindo sua imagem. Muitos creem que não tem graça louvar e falar bem do próximo. Sentem uma emoção maligna em apontar os defeitos de conduta de outros, julgar seus motivos e criticar seus esforços. I nfelizmente, visto que muitos estão sempre prontos e ansiosos a ouvir essa suposta sabedoria, a emoção aumenta e o ego pecaminoso e egoísta do difamador é exaltado. Este mandamento pode ser quebrado também por aqueles que ficam calados ao ouvir um inocente ser caluniado de forma injusta.Pode ser violado com uma demonstração de desdém ou pelo arquear da sobrancelha ao ouvir ofensas sobre alguém. Qualquer pessoa que distorça a verdade exata de qualquer forma a fim de tirar vantagem pessoal ou para outro propósito é culpado de “falso testemunho ”. A omissão da verdade que pode resultar era injúria é também falso testemunho.
Ex.20:17 17. Não cobiçarás. O décimo mandamento complementa o oitavo, pois a cobiça é a raiz da qual surge o roubo. De fato, o décimo mandamento tem a ver com os demais. Representa um avanço notável em relação à moral de qualquer código antigo. A maioria dos códigos não foi além dos atos, e poucos levaram em conta as palavras, mas nenhum se propôs a regular os pensamentos. Esta proibição é fundamental para a experiência humana, pois penetra até as motivações por trás dos atos. Ele nos ensina que Deus vê o coração (lSnn 16:7; lRs 8:39; lCr 28:9; Hb 4.13) e se importa muito com o pensamento que motiva o ato. Estabelece o princípio de que os pensamentos do coração estão sob a jurisdição da lei divina e de que somos tão responsáveis por eles quanto o somos por nossos atos. O pensamento mau, quando acariciado, provoca um desejo mau, que a seu tempo provoca uma má ação (Pv 4:23; Tg 1:13- 15). Alguém pode. se refrear de cometer adultério devido às penalidades sociais e civis que resultam de tais transgressões, mas à vista do Céu ele pode ser tão culpado quanto se tivesse realmente cometido o ato (Mt 5:28).Este mandamento básico revela a profunda verdade de que a pessoa não é uma impotente escrava de seus desejos e paixões naturais. Dentro dela existe urna força, a vontade, que, sob o controle de Cristo, pode submeter todo desejo e toda paixão ilegítimos (Fp 2:13). Ele resume o decálogo ao afirmar que o homem é basicamente um agente moral livre.
Ex.20:18 18. Estremeceu. Os terrores do Sinai - os trovões, os relâmpagos, o som de trombeta,a montanha fumegante, a nuvem e a voz que falava- encheram o povo de santo temor (Dt 5:23-31).
Ex.20:19 Sem comentário para este versículo
Ex.20:20 20. Não temais. Moisés tranquilizou o povo, assegurando-lhe de que não precisava temer. Era propósito de Deus impressionar de forma indelével a mente deles com o conceito de Sua majestade e poder, como uma barreira para o pecado. Os israelitas ainda não tinham pleno conhecimento de Deus e, por consequência, precisavam da disciplina do medo até que estivessem prontos para ser guiados pela voz terna de amor.
Ex.20:21 21. Moisés se chegou. Quando o povo se retirou, provavelmente para a entrada de suas tendas, Moisés se aproximou de Deus. Em contraste com o meclo dos israelitas, que os afastava de Deus, o servo do Senhor, com a ousadia da fé e da consagração, foi atraído a Ele. Onde Deus estivesse, ele estaria. Alguns, devido à sua condição pecaminosa, são repelidos pela presença divina; outros, de coração reto, encontram a máxima satisfação na comunhão com o Criador (Mt 8:34; Lc 4:42; jó 23:3; SI 42:1, 2). A pessoa que comete uma transgressão grave e que, portanto, vê a Deus como ‘'vingador para castigar o que pratica o mal" e corno "fogo consumidor" (Rm 13:4; Hb 12:29), com frequência perde de vista os atributos mais ternos de Deus e deixa de crer que Ele é seu Pai, “compassivo e cheio de graça” (Ex 34:6; SI 86:15; 103:13).
Ex.20:22 22. Assim dirás. Com este versículo se inicia o “livro da aliança” (Ex 24:7), que termina no capítulo 23. 1 uma ampliação detalhada sobre os princípios contidos no clecálogo e é composto de várias leis civis, sociais e religiosas. A partir de Êxodo 24:4 e 7, deduz-se que essas leis, recebidas por Moisés no Sinai logo depois de Deus ter dado os dez mandamentos, foram escritas e reunidas num livro, conhecido como “o livro da aliança”, que era considerado especialmente sagrado. Seguindo a ordem do clecálogo, asprimeiras e mais importantes leis são as que têm a ver com adoração a Deus (v. 23-26). Em seguida, vêm as leis com respeito aos direitos das pessoas (21:1-32), começando com os direitos dos escravos e terminando com a compensação que deve ser feita por danos a pessoas causados por animais. A terceira seção trata de direitos de propriedade (21:33 a 22:15). O restante do "livro" contém diferentes leis, algumas com respeito a questões divinas, outras a questões humanas, em geral relacionadas à organização civil do estado. Esse código contém cerca de 70 leis diferentes.Vistes. Este é um claro lembrete de que o Autor dessas leis civis é o mesmo que deu os dez mandamentos em meio aos trovões do Sinai.
Ex.20:23 23. Deuses de prata. Esta repetição da proibição do segundo mandamento deveu-se à idolatria prevalecente da época. A força dessa pressão idolátrica é vista no fato de que, quando o povo pensou que Moisés o havia deixado, fez para si um bezerro de ouro (Êx 32). Mas "Deus é espírito” (Jo 4:24). Ele permaneceu invisível ao falar da nuvem no monte Sinai, para que não O adorassem por meio de representações materiais (Dt 4:12).
Ex.20:24 24. Um altar de terra. Os altares eram essenciais para a religião antiga. Em geral, eram feitos de barro, terra ou pedras reunidas no local. E provável que os altares patriarcais fossem desse tipo (Gn 8:20; 12:7; 13:18; 22:9). Ordenou-se que continuassem sendo construídos assim, pelo fato de que altares de "pedras lavradas” encorajariam a idolatria, dado que as imagens esculpidas sobre eles poderiam se tornar objetos de adoração.Ofertas. O ato dc as ofertas serem introduzidas sem explicação adicional indica que sacrifícios já eram realizados (Gn 8:20; 22:9, 13). Não muito antes, jetro tinha oferecido um sacrifício no acampamento de Israel (Êx 18:12). Embora por muitos anosos judeus não tivessem sacrificado a Deus no Egito (ver PP, 333), evidentemente preservaram a icleia desse hábito. Foi devido ao propósito expresso de oferecer sacrifícios que Moisés requereu do faraó permissão para ír ao deserto (Êx 8:25-27; 10:24, 25). O holocausto simbolizava consagração pessoal e autoentrega (Lv 6:8-13; SI 51:16-19), e a oferta pacífica renovava a comunhão com Deus e expressava agradecimento (Lv 7:11- 34). Embora atualmente não se façam mais ofertas materiais como essas, Deus ainda convida para que se apresentem a Ele ‘'sacrifícios espirituais” (iPe 2:5) de autoentrega (Rm 12:1), de um “espírito quebrantado” (SI 51:17) e de alegria e agradecimento (SI 27:6; 107:22).Virei a ti. Esta era uma promessa condicional, a ser cumprida se o povo construísse altares adequados e oferecesse sacrifícios apropriados em “todo lugar” onde Deus registraria Seu nome.
Ex.20:25 25. Altar de pedras. Apesar da preferência divina por altares de terra, nos casos em que o povo construísse um altar de pedra mais permanente e honroso, Deus requeria que as pedras fossem deixadas em seu estado rústico e natural.Manejares a tua ferramenta. Movido pelo amor e pelo desejo de que Seu povo não fosse corrompido pela idolatria, Deus proibiu a construção elaborada de altares com objetos que pudessem i nduzi-los à idolatria. Isso sugere que o sacrifício praticado como um meio para aceitação, é feito em vão.A intromissão do eu, por bem intencionada que seja, contamina. O altar é uma expressão da vontade de Deus. A tentativa de aperfeiçoá-lo o torna urna expressão da vontade de quem tentou aperfeiçoá-lo. O altar do eu não é o altar de Deus. Os sacrifícios oferecidos sobre ele podem satisfazer o adorador, mas não satisfazem a Deus. A lição da experiência de Caim deve sempre ser lembrada (Gn 4:3, 4). O pilar de Simeão Stylites [390-459 d.C; um cristão ascético que viveu 39 anos em cima de uma plataforma, sobre uma coluna, em Alepo, na Síria] não elevou o valor de suas orações. A oração teria uma chance melhor de chegar ao Céu se proviesse de um coração contrito aos pés do pilar (ver Is 66:1, 2).
Ex.20:26 26. Por degrau. Não é suficiente que a oferta seja feita com motivo puro; deve ser oferecida de maneira pura e reverente. Embora esta ordem fosse especialmente dirigida contra as indecências carnais associadas à idolatria, ilustra uma verdade eterna. Deus requer decência e ordem em Seu culto (ICo 14:40). Deus olha o caráter, mas também demanda que o caráter seja correspondente à conduta. Decoro, traje e atitude adequados são imperativos na adoração a Deus (Ec 5:1, 2).As detalhadas instruções dadas a Israel concernentes à maneira como deveria adorar a Deus apontam para o fato de que nada é sem importância para Ele. Com frequência é a fidelidade no que parece “pouco" que determina se o “muito” pode ser confiado (Lc 16:10).HR, 140-148; T9, 211 1 - iVIDC, 73 1-6 - 473, 296 1-17 - GC, 7; MCH, 163; T5, 445CPPE, 248; FEC, 312; MJ, 316; PR, 177, 182, 210, 624; PP, 305, 317; HR, 140, 299; Te, 38;GC, 605; ES. 95, 101; MCH, 287; Ms 49, 50; PP, 336; San, 54; T2, 703;PP, 111,307, 336; HR, 140, 380; TM, 135; Tl, 76, 532; T2, 583; T4, 247; T6, 38; T8, 197FEC, 101, 102, 104,403; MCH, 278; MJ, 331, 444; PP, 308, 337; HR, 141; Tl, 217, 401,498; T2, 80; T3, 151, 232, 294;FEC, 102 ; Mj, 446;Capítulo 21comprometeu a desposá-la, ele terá de permitir- -lhe o resgate; não poderá vendê-la a um povo estranho, pois será isso deslealdade para com ela.
Ex.21:1 1. Estatutos. Ou seja, os regulamentos pelos quais se devia administrar justiça. Embora muitas dessas leis mosaicas fossem sem dúvida leis antigas que tinham estado em vigência por algum tempo, foram então postas em prática com a aprovação divina. Algumas disposições devem ter provindo de decisões judiciais dadas por Moisés no deserto (Ex 18:16). Todas essas leis civis exalavam o espírito da lei moral; elas refletiam e aplicavam os princípios dos dez mandamentos.Essas ordenanças civis estavam baseadas em costumes sociais do cotidiano e tratavam deles. Em alguns aspectos, as ordenanças simplesmente reafirmam práticas legais já vigentes. Algumas delas são semelhantes às leis do Código de Hamurábi (ver Nota Adicional no final do capítulo). Pode parecer estranho ao conceito do caráter de Deus que Ele aprovasse, ao menos de modo implícito, práticas como a servidão, o concubinato e formas aparentemente duras de castigo. No entanto, deve-se recordar que, ao tirar opovo hebreu cia terra do Egito, Deus o tirou como estava, com o propósito de transformá-lo cie forma gradual no que Ele queria que fosse — digno representante de Si mesmo.Embora o novo nascimento produza novos ideais e poder divino para atingi-los, não traz um entendimento instantâneo da plenitude do ideal de Deus para a humanidade. A compreensão desse ideal e sua consecução é obra de uma vida inteira (ver jo 1:12; Gl 3:13, 14; 2Pe 3:18). Deus não opera um milagre para produzir isso num instante, em especial, quando os hábitos em questão resultam de costume e prática. Se Deus assim o fizesse não haveria desenvolvimento de caráter. Por essa razão, Deus toma a pessoa como ela está e, por meio de revelação cada vez mais clara de Sua vontade, Ele a conduz sempre a ideais mais elevados. Assim aconteceu no caso de algumas das leis civis dadas no Sinai. Deus permitiu por certo tempo que alguns costumes permanecessem, mas erigiu salvaguarda contra o abuso dos mesmos. O abandono definitivo dos costumes aconteceu mais tarde. Esse princípio de uma revelação divina cada vez mais clara e mais completa da vontade de Deus foi declarado por Cristo (Mt 19:7-9; jo 15:22; 16:13; At 17:30; lTm 1:13).
Ex.21:2 2. Um escravo hebreu. Não deveria haver permanente servidão involuntária por parte de um escravo hebreu submetido a um amo hebreu (Lv 25:25-55). Entretanto, devido ao fato de que a escravidão era uma instituição universal, Deus permitiu sua prática, mas ao mesmo tempo procurou diminuir o mal que a acompanhava. Nas nações pagãs, os escravos eram considerados mais como bens do que como pessoas. Isso era repreensível, visto que a escravidão não indicava necessariamente nenhuma deficiência mental ou moral no escravo. Os escravos com frequência provavam ser mais inteligentes e capazes que seus senhores. A grande maioria dos escravos involuntários nasciaassim ou era submetida a isso pelos revezes da guerra. Assim, a escravidão não era em geral um castigo merecido, mas um infortúnio imerecido. Esses desafortunados não tinham direitos políticos, apenas alguns privilégios sociais, embora estivessem ligados a um senhor que, em geral, era inferior a eles em muitos sentidos. Algumas vezes suas famílias eram separadas e divididas entre outros donos. Eram sujeitos a castigos físicos, sem nenhuma compensação, salvo no caso de danos graves. Realizavam o trabalho mais árduo, em lugares pouco melhores que prisões, em minas insalubres, ou acorrentados aos instrumentos de trabalho por períodos intermináveis.Em contraste, o Senhor com cuidado protegeu os direitos dos escravos hebreus e fez o destino de escravos estrangeiros bem mais aprazível do que em qualquer outra nação. O tratamento tirano era proibido (Lv 25:43). Para o senhor, o escravo era “teu irmão” (Dt 15:12; Fm 16). Além disso, ao ser pago o preço do resgate de um escravo, o senhor deveria libertá-lo (Lv 25:48-52). O espírito dessas leis acerca dos escravos é o mesmo declarado por Paulo (Cl 4:1) e reiterado ao enviar o escravo cristão Onésimo de volta a seu senhor cristão Filemon (Fm 8-16).No espírito, a lei de Moisés é contra a escravidão. Sua ênfase na dignidade do ser humano feito à imagem de Deus e seu reconhecimento de que toda a humanidade se originou de um casal continham em princípio a afirmação de todo direito humano (ver Lv 25:39-42; 26:11-13). Em geral, os israelitas se tornavam escravos dos de sua própria raça, devido à pobreza (Lv 25:35, 39) e, às vezes, por um crime (Ex 22:3). Crianças, às vezes, eram vendidas para cancelar uma dívida (2Rs 4:1-7). Em épocas posteriores, por meio dos infortúnios da guerra, os israelitas foram levados como escravos a terras estrangeiras (2Rs 5:2, 3).Ao sétimo. Não é uma referência ao ano sabático (Ex 23:11; Lv 25:4), mas ao começo cio sétimo ano depois de a pessoa ter se tornado escrava (Dt 15:12). Quando chegava o ano do jubileu, o escravo hebreu devia ser liberto, a despeito de quantos anos havia servido (Lv 25:40). Do contrário, sua servidão terminava ao final do sexto ano. Seu senhor deveria lhe dar a liberdade e também era obrigado a lhe fornecer provisões do rebanho, da eira e do lagar (Dt 15:12-15), a fim de que o escravo liberto pudesse começar vida nova. Assim, na primeira das leis civis encontram-se. disposições beneficentes cujo espírito humanitário caracteriza toda a legislação mosaica. Nenhuma outra nação da Antiguidade tratava os escravos dessa forma.
Ex.21:3 3. Sozinho. Isto é, solteiro.
Ex.21:4 4. Se o seu senhor lhe der mulher. Se ao tornar-se escravo, o homem fosse solteiro ou viúvo, e seu mestre lhe desse uma escrava por esposa, o senhor não perdería a escrava ao libertá-lo. Nesse caso, o marido seria liberto de sua servidão sozinho. Os filhos nascidos de um casamento entre escravos eram propriedade de seu senhor e deveríam permanecer como membros de sua casa.
Ex.21:5 5. Eu amo meu senhor. Visto que a escravidão hebreia fosse branda em sua natureza (Lv 25:39, 40, 43), não era incomum haver afeição entre o dono e seu escravo. Mesmo entre pagãos havia casos assim. O amor podia até mesmo tornar as condições da servidão preferíveis à liberdade. Os vínculos do afeto atam mais estreitamente que qualquer outro, mas não aprisionam nem encadeiam.
Ex.21:6 6. E o fará chegar à porta. Diante da decisão do escravo de não ser liberto, o dono deveria levá-lo perante os "juizes” (literalmente, “perante Deus”), que, como representantes de Deus, administravam justiça e serviam como testemunhas de procedimentos legais como esses. Furar-lhe a orelha junto à porta, unindo-o dessa forma fisicamente acasa, tornava-o morador permanente dela, marcando-o como tal enquanto vivesse. A orelha perfurada testificava de um coração perfurado. O sinal da escravidão se tornava o emblema do amor. Assim foi com nosso Senhor como o servo sofredor (Is 42:1; Is 53:10, 11), que pelo amor que teve por Seus filhos e filhas da terra (Hb 12:2, 3) foi grandemente exaltado (ver F1 2:7-9; Hb 5:8, 9).Para sempre. Da palavra heb. olam, que significa literalmente “tempo oculto”, ou seja, tempo de duração indefinida. Seus limites são desconhecidos ou não especificados e devem ser determinados pela natureza da pessoa, coisa ou circunstância a que se aplica. No sentido absoluto, aplicado a Deus, olam significa “eterno” (Gn 21:33), pois Deus é eterno - não tem começo nem fim. Em sentido mais restrito, os santos ressuscitados herdarão a “vida eterna”, ‘olam (Dn 12:2), que, embora tenha um começo, não tem fim, devido à dádiva da imortalidade. Num sentido ainda mais limitado, olam pode ter tanto um começo quanto um fim definidos, qualquer deles pode ser incerto no momento. Por exemplo, Jonas estava no ventre do peixe “para sempre” (Jn 2:6) porque nesse momento ele não sabia quando, ou se algum dia sairia dali. Nesse caso, “para sempre” terminou sendo apenas "três dias e três noites” (jn 1:17).As expressões “sempre” e “para sempre” por si mesmas não implicam tempo sem começo ou fim. Por exemplo, é possível dizer de um homem que ele sempre viveu no local de seu nascimento. O fato de ele morrer ali de forma alguma invalida a declaração de que ele sempre viveu naquele lugar. De forma semelhante, no casamento, marido e mulher prometem ser fiéis um ao outro para sempre, querendo dizer com isso, enquanto viverem. Se após a morte de um deles o outro se casar, ninguém o acusará de ter quebrado o voto feito em seu primeiro casamento. Não se justifica ver na palavra heb. olam mais do que indica o contexto.Quanto ao escravo, ele já tinha servido seu senhor por um período definido, limitado de seis anos. A partir de então, por escolha própria, estava para começar um tempo de serviço de duração indefinida. Obviamente, o acordo cessaria com a morte do escravo, um acontecimento que, é claro, não podia ser predito. Portanto, esse tempo indefinido de serviço é descrito de forma apropriada como 'olam, cuja tradução mais exata nesse contexto seria “perpetuamente”.Os tradutores da LXX verteram a palavra heb. ‘olam por aiõn, seu equivalente grego. O mesmo que foi dito sobre ‘olam pode-se atribuir a aiõn. De modo algum se justifica a tentativa de determinar a duração do tempo envolvido ou atribuir à pessoa ou coisa descrita a qualidade de permanecer inter- minavelmente com base em ‘olam ou aiõn. Em cada caso, a duração de 'olam ou aiõn depende somente do contexto em que é usada, em particular, da natureza da pessoa ou coisa a que a palavra se aplica.
Ex.21:7 7. Vender sua filha. Entre as nações antigas, a autoridade do pai era em geral tão absoluta que ele podia vender seus próprios filhos como escravos. Heródoto conta que os trácios tinham uma prática regular de vender suas filhas. Segundo Plutarco, houve um tempo em que a venda de crianças era comum em Atenas. Escravas eram, em geral, compradas para servirem como concubinas ou esposas secundárias de seus senhores.
Ex.21:8 8. Se ela não agradar. Se aquele que comprasse uma escrava se recusasse a torná- -la sua concubina ou esposa secundária, então literalmente ele tinha de "permitir- -Ihe o resgate”. Ele deveria procurar alguém que a comprasse dele, desligando-se assim da obrigação do casamento (v. 11; cf. Lv 25:48).Não poderá vendê-la. Tanto o primeiro que a comprou como quem a “resgatou” deviam ser hebreus e não estrangeiros. Elebreu nenhum deveria se casar com estrangeira (Dt 7:1-3). Ao prometer tornar a escravasua esposa secundária e não cumprir, seu primeiro comprador foi desleal para com ela, isto é, violou sua promessa.
Ex.21:9 9. Com seu filho. (3 dono poderia a princípio ter comprado a escrava para esse propósito; ou, não a considerando satisfatória para si (ver v. 8), poderia tê-la dado a seu filho. Em ambos os casos ela deveria ser tratada como uma filha.
Ex.21:10 10. Outra mulher. Se, além de tomar essa escrava como esposa secundária, o senhor mais tarde tomasse outra esposa legítima, o apoio e direitos conjugais da esposa secundária não deveriam lhe ser negados.
Ex.21:11 11. Ela poderá sair livre (NTLH). A escrava não deveria ser tratada como mera serva do lar, mas de imediato deveria lhe ser permitido voltar à casa de seu pai, como uma mulher livre, com o direito de se casar de novo. Seu pai não teria de restituir nenhuma quantia do preço pago por ela.
Ex.21:12 12. Ferir a outro. Os v. 12 a 14 tratam de homicídio. Esta lei é semelhante àquela dada a Noé (Gn 9:6). O assassinato intencional não deveria ser perdoado de modo algum.
Ex.21:13 13. Deus lhe permitiu caísse em suas mãos. isto indica apenas que Deus tinha permitido que a pessoa caísse de forma inesperada nas mãos de quem a matou, sem que o assassino ficasse espreitando a vítima.Então, te designarei um lugar. Não se considerava assassinato um homem que inesperadamente ferisse seu inimigo e o matasse. Isso era tido como homicídio sem premedita- ção ou justificável. Para esse caso, não havia penalidade específica legal. O homicida era entregue à justiça do costume estabelecido, a retribuição do "vingador de sangue” (Nm 35:12; Dt 19:6, 12). Esta lei não alterava a prática geral do Oriente de tirar vida por vida ou de dar uma compensação financeira. A lei de Moisés colocava entre o "vingador de sangue” ou parente mais próximo e sua vítima a oportunidade de o último chegar a um lugar de refúgio. Isso seria numa das seis "cidades derefúgio” onde poderia estar seguro até o caso ser ouvido perante os homens de sua própria cidade (Nm 35:9-28; Dt 19:1-12; Js 20).As leis devem sempre combinar misericórdia com justiça. Se forem severas demais, vão de encontro a seu propósito, dado que sua própria severidade torna improvável que sejam cumpridas. A consciência moral do povo se revolta contra ela. Por exemplo, quando a falsificação na Inglaterra era um delito punido com a morte, não se conseguiam jurados que condenassem alguém por esse crime. As disposições legais devem estar em harmonia com a consciência da comunidade ou não merecerão respeito. Homens bons as violarão, as cortes hesitarão em forçar obediência a elas e legisladores sábios procurarão mudá-las para se harmonizarem com o sentimento moral da comunidade.
Ex.21:14 14. Matando-o à traição. Aquele que tirasse a vida humana de forma deliberada e intencional deveria ser tirado até mesmo do altar (que em outras circunstâncias era um lugar seguro), se buscasse refúgio ali, e então ser punido (lRs 2:28-34).
Ex.21:15 15. Ferir seu pai. Ou seja, lhe bater. Isto indica oposição deliberada e persistente à autoridade paterna. Este e os dois versículos seguintes tratam de outras ofensas graves. Ferir não significa matar, crime tratado no v. 12. Contudo, a severa penalidade desse ato enfatiza a dignidade e autoridade dos pais. Uma vez que os pais são representantes de Deus para seus filhos até a idade da responsabilidade moral (PP, 308), e uma vez que eles cuidam e protegem seus filhos quando são frágeis, e que a própria natureza coloca na mente dos filhos uma reverência instintiva por seus pais, essa penalidade não parece estranha ou excessiva. A sociedade não está segura e não pode durar muito se a autoridade paterna é menosprezada. Muito mais está implícito aqui do que um simples ato de desrespeito.
Ex.21:16 16. Raptar alguém. Roubar ou raptar homens para torná-los escravos era crimeantigo e difundido (ver Gn 37:25-28). Os estrangeiros eram roubados com frequência. Roubá-los não era considerado ofensa legal; contudo, se o raptado fosse um compatriota a punição era severa (Dt 24:7).
Ex.21:17 17. Amaldiçoar seu pai. Visto que os pais são representantes de Deus para seus filhos nos primeiros anos (ver com. do v. 15), a penalidade para quem os amaldiçoasse era equivalente à punição da blasfêmia contra Deus (Lv 24:16).
Ex.21:18 18. Com pedra. O uso de uma pedra ou do punho indica a ausência de premedi- tação para matar, como seria o caso se uma arma estivesse preparada para o uso.
Ex.21:19 19. Se ele tornar a levantar-se. Comentaristas rabínicos afirmam que o culpado era colocado na prisão até que se soubesse se o homem ferido morreria ou não. Se morresse, o agressor era julgado por assassinato. Caso se recuperasse, o agressor pagaria uma multa para compensar o tempo perdido pelo ferido.
Ex.21:20 20. Ferir com bordão o seu escravo.Antigamente, um escravo era considerado propriedade absoluta de seu dono e podia ser maltratado, ultrajado ou até morto sem interferência legal. Em Roma, um senhor podia fazer com seu servo o que quisesse: vender, punir ou matar. No entanto, as leis de Moisés, melhoraram bastante a condição de escravos nativos e lhes deram alguns direitos legais. Embora a disciplina dos escravos algumas vezes exigisse que os surrassem, Deus requeria que isso fosse leito de forma razoável. Uma “serva” poderia ser castigada por sua senhora ou por uma serva que lhe fosse superior, sob a autoridade da senhora. No Oriente, com frequência escnrvos eram levados à morte a pauladas. Bater com varas era fatal para alguns, devido a terem um sistema nervoso especialmente sensível. Visto que o senhor tinha pagado uma quantia de dinheiro pelo escravo, se o escravo vivesse um dia ou dois após ser surrado, o dono não era punido.
Ex.21:21 Sem comentário para este versículo
Ex.21:22 22. Ferirem mulher. Um dano não intencional, ocorrido talvez por interferência da mulher numa briga envolvendo homens.Sem maior dano. "Dano” neste caso significa morte (Gn 42:4, 38; Gn 44:29). Os "juizes” deviam impor multa para proteger o agressor de pagar uma quantia excessivamente alta que podería ser requerida pelo marido da mulher.
Ex.21:23 23. Vida por vida. É provável que este castigo aparentemente excessivo por um dano, em grande parte acidental e sem intenção de tirar a vida, fosse o reflexo de uma antiga lei como a do “vingador de sangue” (ver com. do v. 13). Deve-se lembrar que havia certas disposições nessas leis que Moisés tolerava, como a "carta de divórcio”, por causa “da dureza do vosso coração” (Dt 24:1-4; Ml 19:3-8). Deve-se também ter em mente que alguns desses estatutos mosaicos não eram absolutamente o melhor do ponto de vista divino; eram imperfeitos (Ex 20:25; SI 81:12). Eles eram relativamente o melhor que o povo de Deus, naquela época e no seu estado de desenvolvimento moral e espiritual, podia receber e obedecer (ver com. do v. 1).
Ex.21:24 24. Olho por olho. Esta lei também era bastante geral entre as nações antigas. Sólon introduziu essa lei, em parte, ao código de Atenas, e em Roma foi incluída nas Doze Tábuas. Várias leis de natureza similar foram incluídas no antigo Código de Hamurábi, um rei de Babilônia que viveu na época de Abraão (ver Nota Adicional no final do capítulo).A insistência na interpretação literal desta lei nos dias de Cristo (ver Mt 5:38- 42) deve ter partido dos saduceus, pois se recusavam a ver na lei urna interpretação espiritual. Não seria de nenhum benefício requerer Jiteraimente “olho por olho”. Isso significaria grande perda à pessoa que ocasionou o dano e nenhum ganho à pessoa queo sofreu. Requerer com persistência uma compensação é bem diferente de um desejo ardente de vingança.
Ex.21:25 Sem comentário para este versículo
Ex.21:26 26. Ferir o olho. Este versículo e o próximo tratam de agressões a escravos. O “olho” e “dente” são mencionados em específico porque o primeiro é considerado o órgão f ísico mais precioso e a perda do último como de menor consequência. A lei geral de retaliação não abrangia os escravos. As surras comuns dadas a um escravo não implicavam nenhuma ideia de compensação maior do que as surras dadas a um filho. Porém, o dano permanente a um órgão ou a perda de um membro dava ao escravo o direito de se queixar e de receber compensação. A vingança era impossível porque colocaria o escravo na posição de impor represálias a seu senhor; por isso se dispunha de uma compensação obrigatória. Ressaltava-se o princípio cie que qualquer perda física permanente dava ao escravo o direito de liberdade, um privilegio que deve ter sido fator eficaz para impedir a brutalidade por parte dos senhores.
Ex.21:27 Sem comentário para este versículo
Ex.21:28 28. Se algum boi chifrar. A fim de estabelecer com toda a firmeza possível o princípio do caráter sagrado da vida humana, Moisés considera nos versículos 28-32 danos causados por animais domésticos. Repetindo a declaração já feita a INoé (Gn 9:5), o boi deve ser morto, mas o dono estaria “absolvido”. Por não ser morto da maneira como se deveria, o animal não podia ser comido. Além disso, o animal era amaldiçoado. De acordo com expositores rabínicos não era lícito sequer vender a carcaça aos gentios. Ao ser apedrejado até a morte, o boi sofria o mesmo castigo que teria sido imposto a um ser humano assassino.
Ex.21:29 29. Se o boi, dantes, era dado a chifrar. Se era do conhecimento do dono que o animal era perigoso e necessitava ser vigiado, mas se negligenciou vigiá-lo como deveria, ele era culpado como se houvessecontribuído com o homicídio e, portanto, merecia a morte. Dessa forma se estabelece o princípio sólido de que um homem é responsável pelas consequências previsíveis de suas ações.
Ex.21:30 30. Resgate da sua vida. Visto que era improvável que um homem fosse punido com a morte por um dano causado a um animal, sem importar qual fosse o descuido de seu dono, fez-se uma provisão para se pagar '‘uma quantia de dinheiro” como multa, sendo a quantia proporcional ao valor da vida tirada.
Ex.21:31 Sem comentário para este versículo
Ex.21:32 32. Chifrar um escravo. Mesmo assim o boi devia ser morto, para fortalecer o conceito do caráter sagrado da vida humana. Em vez de um “resgate” variável ou multa, o preço médio de um escravo, 30 siclos de prata, devia ser pago ao dono do escravo em compensação por sua perda (ver com. de Gn 20:16).
Ex.21:33 33. Deixar aberta uma cova. O restante do capítulo trata de danos à propriedade, que entre os hebreus consistia em grande parte de manadas e rebanhos. Covasou cisternas eram necessárias na Palestina, como reservatórios de água. Normalmente eram cobertas com uma pedra plana. Era dever daquele que tirava água tampar a cisterna após o uso.Cavar uma cova. Como os campos da Palestina não tinham cerca, havia sempre a possibilidade de o animal de um vizinho se extraviar e sofrer algum dano por causa da negligência de outra pessoa. Incapaz de sair sozinho, o animal que caísse numa cisterna podia se afogar. O dono da cisterna deveria indenizar a perda do animal e receber a carcaça.
Ex.21:34 Sem comentário para este versículo
Ex.21:35 35. Venderão o boi vivo. Os dois proprietários em questão deviam dividir entre si o valor tanto do boi vivo quanto do morto e compartilhar a perda em partes iguais. Porém, se fosse do conhecimento que um dos animais costumava dar chifradas, o dono que sofreu a perda devia receber uma compensação integral, mas perder sua parte na carcaça. Deus condena o descuido e a negligência. Tudo o que se fizer deve ser bem feito (Ec 9:10; Jr 48:10).Em dezembro de 1901 e janeiro de 1902, ao escavar a acrópole de Susa, a Susã bíblica, jaccjues de Morgan encontrou três grandes fragmentos de uma pedra diorita negra. Eles se encaixavam perfeitamente e quando unidos formavam um esteia ou pilar de 2,21 m de altura, cuja base tinha um diâmetro de cerca de 60 cm. Na parte superior, a esteia continha uma figura em relevo de Hamurábi, o sexto rei da D dinastia de Babilônia (1728-1686 a.C.), em pé diante do deus-sol Shamash, que estava assentado, fioda sua superfície estava coberta com uma longa inscrição em cuneiforme babilô- nico, consistindo de cerca de 300 leis. Esse pilar provou ser o Código de Hamurábi e está atualmente no museu do Louvre, em Paris. Uma reprodução exata pode ser vista no Instituto Oriental, em Chicago.A publicação desse código no ano de sua descoberta, por jean-Vincent Scheil, perito em escrita cuneiforme da expedição, causou um grande alvoroço na esfera da erudição bíblica. Isso foi devido ao fato de que ela provava a falácia das afirmações de muitos eruditos da Alta Crítica, que negavam a possibilidade de os códigos de lei, como o de Moisés, terem existido antes do primeiro milênio a.C. A opinião do mundo erudito com respeito â lei de Moisés na época da descoberta do Código de Hamurábi é bem refletida por Johannes Jeremias, em seu livro Moses und Hammurabi (2a ed. Leipzig, 1903):“Se há dezoito meses um teólogo com base científica tivesse feito a pergunta: 'Existe um Código de Moisés?’, ele seria deixado no campo’ numa situação lastimável parecida à do agricultor irresponsável do Código de Hamurábi (256). O pronunciamento crítico-literá- rio da escola Kuenen-Wellhausen ainda subsiste: uma codificação antes do 9o século [a.C.] é impossível” (p. 60, 61).Ao recordar seus leitores de uma declaração feita por Wellhausen, de que "na verdade é tão impossível que Moisés tenha sido o originador da Lei como o é que Nosso Senhor Jesus tenha sido o fundador da disciplina eclesiástica da Hessia meridional", Jeremias perguntou: “Qual seria o julgamento dele hoje?” (p. 60). Eruditos da Alta Crítica tinham negado de forma enfática a autoria mosaica das leis encontradas no Pentateuco, uma vez que estavam convencidos de que a existência dessas leis durante o segundo milênio a.C. era historicamente impossível. De repente uma coleção de leis veio à tona e ninguém podia negar que haviam sido escritas na primeira metade do segundo milênio, antes mesmo da época de Moisés. Para a grande surpresa dos eruditos da Alta Crítica, o Código de Hamurábi revelou que os costumes estranhos da era patriarcal descritos em Gênesis existiram de fato e também que as leis civis do antigo Israel mostravam grande semelhança com as da Babilônia antiga.Devido à grande importância desse código, é apresentada aqui uma descrição da história da esteia e de suas leis. A esteia originalmente continha 3.624 linhas, divididas em 39 colunas. Foi erigida por Hamurábi, em Babilônia, sua capital. Quando essa cidade foi conquistada por um rei elamita, o pilar foi transportado para Susã como um troféu de guerra e colocado no palácio real. Os elamitas apagaram cinco colunas de inscrições, mas por algum motivo não puderam substituí-las por uma inscrição própria. O pilar foi finalmente quebrado em pedaços numa das destruições de Susã, e já estava enterrado na época dos reis persas, quando viveram Ester e Mordecai.O código contém um prefácio, ou prólogo, no qual o rei diz ter sido comissionado pelos deuses a agir como um governante sábio e justo e a julgar seu reino. No epílogo, ou observações finais, o rei reafirma sua intenção de ajudar os oprimidos e prejudicados, e convida cada um que tivesse um caso judicial a ler no pilar como está o seu caso de acordo com a lei do rei. Entre prólogo e epílogo estão as 282 seções da lei, todas de natureza civil. Elas tratam de escravidão e delitos criminais, regulam aluguéis, salários e dívidas e questões relacionadas à propriedade, casamento, direitos de transporte em navios e deveres dos médicos, construtores e outros.Nos comentários sobre várias passagens de Gênesis (ver com. de Gn 16:2, 6; 31:32, 39), explicou-se que o Código de Hamurábi ilustra e esclarece alguns costumes aparentemente estranhos da era patriarcal. Um estudo atento das disposições do Código de Hamurábi mostra um quadro muito interessante da vicia social e dos costumes nos dias de Abraão e ao longo do período patriarcal.As leis que expressam semelhanças com as de Moisés são de especial interesse ao pesquisador da Bíblia. A seguir está uma comparação de algumas das leis de Hamurábi (abreviado como CH, com as disposições correspondentes na lei de Moisés.Deve-se notar que a lei bíblica concernente ao roubo é mais humana que a babilônica. A última até castiga com pena capital em alguns casos. No entanto, o princípio de que se deve fazer restituição pelo seu crime é o mesmo em ambas as leis. Compare ambas as leis:CH 8: “Sealguém rouba um boi ou uma ovelha ou um asno ou um porco ou um bode, se esse animal pertencer a um deus ou à corte, o ladrão deverá pagar trinta vezes o valor cio que roubou; se o bem pertence a um cidadão, deverá dar dez vezes tanto; se o ladrão não tem nada para dar, deverá ser morto."Êx 22:1: “Se alguém furtar boi ou ovelha e o abater ou vender, por um boi pagará cinco bois, e quatro ovelhas por uma ovelha.” Êx 21:29: “Mas, se o boi, dantes, era dado a chifrar, e o seu clono era disso conhecedor e não o prendeu, e o boi matar homem ou mulher, o boi será apedrejado, c também será morto o seu dono.” Ex 22:3: “Se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto. Se aquilo que roubou for achado vivo em seu poder, seja boi, jumento ou ovelha, pagará o dobro.”CH 138: “Sealguém repudia a mulher que não lhe deu filhos, deverá dar-lhe a importância que pagou por ela e restitu ir-lhe o dote que ela trouxe consigo da casa de seu pai, e assim mandada embora."Dt 24:1 (ARIB): "Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, se ela não achar graça aos seus olhos, por haver ele encontrado nela coisa vergonhosa, far-lhe-á uma carta de divórcio e lha dará na mão, e a despedirá de sua casa.”A lei babilônica permitia o divórcio no caso de esterilidade feminina se fosse dada uma compensação, ao passo que a lei hebraica permitia o divórcio apenas se o marido achasse que tinha sido enganado e que sua esposa não era a mulher pura ou saudável que dizia ser.O tráfico de escravos era considerado grave ofensa contra a sociedade, por Hamurábi e Moisés:CH 14: “Se alguém rouba o filho de outro, deve ser morto.”CH 117: “Sealguém tem um débito vencido e vende por dinheiro a mulher, o filho e a filha, ou lhe concedem descontar com trabalho o débito, aqueles deverão trabalhar três anos na casa do comprador ou do senhor, no quarto ano este deverá libertá-los.”Ex 21:16: “O que raptar alguém e o vender, ou for achado na sua mão, será morto.”Dt 15:12-14: "Quando um de teus irmãos, lu breu ou hebreia, te for vendido, seis anos servir-te-á, mas, no sétimo, o despedirás forro. E, quando de ti o despedires forro, não o deixarás ir vazio. Liberalmente, lhe fornecerás do teu rebanho, da tua eira e do teu lugar: daquilo com que o Senhor, teu Deus, te houver abençoado, lhe darás."CH 195: “Se um filho bater em seu pai, terá as mãos cortadas.”CH 196: "Se alguém arranca o olho a um outro, se lhe deverá arrancar o olho.”CH 197: “Se alguém quebra o osso de outro, se lhe deverá quebrar o osso.”CH 198: “Se alguém arrancar o olho de um subordinado ou quebrar o osso de um subordinado, pagará uma mina de prata.”CH 200: “Se alguém parte os dentes de um outro, de igual condição, deverá ter partidos os seus dentes.”Êx 21:15: “Quem ferir seu pai ou sua mãe será morto.”Lv 24:19, 20: “Se alguém causar defeito em seu próximo, como ele fez, assim lhe será feito: fratura por fratura, olho por olho, dente por dente; como ele tiver desfigurado a algum homem, assim se lhe fará."Dt 19:21: “Não o olharás com piedade: vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé.”As leis que tratam da servidão voluntária têm princípio semelhante:A severidade da lei mosaica deve-se ao fato de que, segundo a disposição divina, a paternidade era mais sagrada para os hebreus do que para os babilônios.Ouando um babilônio era escravizado por Ambas as leis garantem a cada pessoa:dívidas, ele tinha que servir por três anos vida, saúde e bem-estar. Uma diferença mar- sem nenhuma compensação, enquanto que cante se encontra no fato de que havia duas o escravo hebreu servia por um tempo mais classes de cidadãos em Babilônia, os que eram longo, mas recebia uma recompensa ao final totalmente livres (cidadãos), e outra classe que do tempo de serviço. pode ser chamada de servos (palavra traduzidaaqui como “subordinados”), enquanto que os hebreus não faziam essa distinção. O conceito de que todos os homens eram iguais parece ter se originado com o povo de Deus. A dignidade do homem não pode ser compreendida por completo sem o reconhecimento do Deus verdadeiro e dos princípios dados a Israel.CH 199: “Se ele arrancar o olho do escravo de outrem, ou quebrar o osso do escravo de outrem, ele deve pagar metade do valor do escravo.”Êx 21:26: “Sealguém ferir o olho do seu escravo ou o olho da sua escrava e o inutilizar, deixá-lo-á ir forro pelo seu olho."A punição para esse crime era mais severa entre os hebreus do que entre os babilônios, devido ao conceito hebreu do caráter sagrado da vida. Entretanto, é digno de nota que o hebreu que cometia esse crime não era deixado por completo à mercê do marido, dado que a demanda do marido tinha de ser confirmada pelos juizes.CH 210: “Se essa mulher morrer, se deverá matar a filha dele.”Êx 21:23: "Mas, se houver dano grave, então, darás vida por vida."É evidente a diferença entre essas leis. A lei babilônica fala apenas dos danos causados ao servo de outro homem, e os trata como se tivessem sido contra o dono do servo, mas a lei bíblica reconhece os direitos humanos de um escravo, que deveria ser libertado se por qualquer razão seu senhor o ferisse, Isso mostra claramente que a lei hebraica não considerava um escravo como propriedade incondicional de seu dono, um princípio que não era reconhecido em nenhuma outra parte do antigo Oriente Médio.CH 206: “Se alguém bate em um outro em rixa e lhe faz uma ferida, ele deverá jurar: ‘eu não o bati de propósito’, e pagar o médico.”Êx 21:18, 19: “Se dois brigarem, ferindo um ao outro com pedra ou com o punho, e o ferido não morrer, mas cair de cama; se ele tornar a levantar- -se e andar fora, apoiado ao seu bordão, então, será absolvido aquele que o feriu; somente lhe pagará o tempo que perdeu e o fará curar-se totalmente.”Essas duas leis são quase idênticas:CH 209: “Se alguém bate numa mulher livre e a faz abortar, deverá pagar dez siclos pelo feto.”Êx 21:22: "Se homens brigarem, e ferirem mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém sem maior dano, aquele que feriu será obrigado a indenizar segundo o que lhe exigir o marido da mulher; e pagará como os juizes lhe determinarem.”Neste caso, as disposições são mais semelhantes, porque a vida humana foi tirada. Contudo, a lei babilônica permitia que um homem pagasse pelo crime de assassinato com a vida de sua filha, em vez da sua própria, uma injustiça para com a criança que a lei mosaica não permitia (ver Ez 18:20).CH 249: “Se alguém aluga um boi e Deus o fere e ele morre, o locatário deverá jurar em nome de Deus (ser inocente) e ir livre.”CH 250: “Se um boi, indo pela estrada, investe contra alguém e o mata, não há motivo para indenização.”CH 251: “Se o boi de. alguém dá chifradas e se tem denunciado seu vício de dar chifradas, e, não obstante, não se tem cortado os chifres e prendido o boi, e o boi investe contra una homem e o mata, seu dono deverá pagar uma meia mina.”Êx 22:10, 11: “Se alguém der ao seu próximo a guardar jumento, ou boi, ou ovelha, ou outro animal qualquer, e este morrer, ou ficar aleijado, ou for afugentado, sem que ninguém o veja, então, haverá juramento do Senhor entre ambos, de que não meteu a mão nos bens do seu próximo; o dono aceitará o juramento, e o outro não fará restituição.”Êx 21:28: “Se algum boi chifrar homem ou mulher, que morra, o boi será apedrejado, e não lhe comerão a carne; mas o dono do boi será absolvido.”Êx 21:29: “Mas, se o boi, dantes, era dado a chifrar, e o seu dono era disso conhecedor e não o prendeu, c o boi matar homem ou mulher, o boi será apedrejado, e também será morto o seu dono.”Esses são alguns exemplos em que as leis de Hamurábi mostram grande semelhança com as leis mosaicas. Existem algumas diferenças fundamentais, devidas principal mente a conceitos diferentes com respeito aos direitos dos seres humanos e ao caráter sagrado da vida. Porém, deve-se lembrar também que muitas das leis de Hamurábi não mostram nenhuma semelhança com as leis bíblicas. Contudo, é óbvio para todo aquele que tenha estudado essas leis que existe alguma relação entre o código bíblico e o babilônico. Esse fato pode ser explicado de três maneiras: (1) As leis mosaicas são a base para o código de Hamurábi; (2) Moisés tomou emprestadas as leis de Hamurábi; (3) ambos os códigos remontam à mesma origem.A primeira das três teorias não pode ser verdade, dado que o Código de Hamurábi foi escrito muito antes da época de Moisés. Eruditos da Alta Crítica, que creem que o Pentateuco foi escrito apenas depois de os judeus terem tido contato com os babilônios, durante o primeiro milênio a.C., afirmam que as leis bíblicas foram tomadas das babilônicas. Essa teoria é inaceitável para os que creem que Moisés recebeu suas leis de Deus, no monte Sinai, na metade do segundo milênio a.C. Portanto, a melhor explicação é concluir que ambas as leis remontam a uma origem comum.Visto que está confirmado que Abraão já conhecia as leis e os mandamentos de Deus quatro séculos antes do êxodo (Gn 26:5), as leis dadas no monte Sinai podem ter sido apenas uma repetição dos preceitos divinos que foram comunicados à humanidademuito antes dessa época. Como Abraão, os povos da Mesopotâmia conheciam essas leis e as transmitiram de geração a geração, em princípio oralmente e depois por escrito. Mas conceitos idolátricos e politeístas pouco a pouco corromperam não somente práticas religiosas e morais, mas também princípios legais. E por isso que as leis de Hamurábi diferem de seu equivalente bíblico e são menos humanas.Por cerca de 45 anos se pensou que o Código de Hamurábi fosse a coleção mais antiga de leis. Porém, nos últimos anos, várias coleções de leis muito mais antigas foram descobertas. De Nippur, vem o Código de Lipit-Isthar, publicado em 1948. Foi escrito em sumério, um ou dois séculos antes do Código de Hamurábi, mas é muito similar a este e até contém algumas leis idênticas às de Hamurábi. No mesmo ano de 1948, foi publicado outro código, descoberto em Harmal, próximo a Bagdá, o Código do rei Bilalama, de Eshnunna, que governou cerca de 300 anos antes de Hamurábi. Esse código é claramente um precursor das leis de Lipit-Ishtar e de Hamurábi. Em 1954, foi publicado um código de lei mais antigo que os três, o de Ur-Nammu, que continha leis muito mais humanas que qualquer um dos códigos conhecidos até então. Isso mostra que quanto mais próximo um documento dessa natureza está relacionado à lonte original, que era divina, mais ele revela o caráter do verdadeiro legislador - Deus. Em qualquer código de lei de que laçam parte, todos os princípios corretos refletem a justiça e a misericórdia do Autor da retidão e da verdade.Capítulo 22que, quando clamar a Mim, Eu o ouvirei, porque sou misericordioso.
Ex.21:36 Sem comentário para este versículo
Ex.22:1 1. Furtar boi. Os v. 1 a 15 prosseguem com as leis concernentes aos direitos de propriedade. A primeira seção, os v. 1 a 5, trata do roubo. O princípio geral é que o roubo deve ser punido, se possível, com uma multa. No deserto, a propriedade principal dos israelitas era o gado. Visto que se necessitava mais ousadia para levar um boi do que uma ovelha, o crime tinha uma penalidade maior.E o abater. Isto era considerado pior do que apenas roubar, que tinha o castigo de uma restituição em dobro (ver v. 4), pois indicava persistência no erro. Por isso, o agressor devia pagar mais.
Ex.22:2 2. Arrombando, isto é, entrar numa casa de forma forçada. Uma vez que a maneira comum de se arrombar uma casa era por meio de brecha no muro, o sentido literal do verbo é “entrar cavando".Culpado do sangue. Não era permitido que o vingador de sangue perseguisse o homicida (Nm 35:27). Esse princípio, que mais tarde teve a sanção de Sólon, o legislador de Atenas, da lei romana e da lei da Inglaterra, fundamenta-se na suposição de que qualquer pessoa que entra forçosamente numa casa à noite tem intenção de matar ou que pode cometer um assassinato se a situação exigir.
Ex.22:3 3. Se, porém, já havia sol. Se isso acontecesse após o nascer do sol, se supunha que o ladrão não tinha a intenção de matar. Portanto, quem matasse o ladrão era "culpado de sangue" e podia ser morto pelo parente mais próximo. Supunha-se cjue todas as exigências de justiça eram satisfeitas se oladrão fizesse restituição. O sangue não devia ser derramado desnecessariamente; portanto, a lei punia o ladrão, mas protegia sua vida.Restituição total. O ladrão que entrava numa casa durante o dia devia ser punido como outros ladrões, devendo fazer restituição em dobro. Se ele não tivesse nada ou o que tivesse fosse insuficiente para fazer a restituição requerida, devia então ser "vendido”, ou seja, pagar pelo roubo com trabalho. Essa restituição em dobro servia como um tipo de retaliação, pois o ladrão perdia o que ele esperava ganhar.
Ex.22:4 Sem comentário para este versículo
Ex.22:5 5. Para comer. Causar dano ao que pertence a outra pessoa é quase tão ruim quanto roubar. Portanto, se alguém fazia seu animal pastar num campo, devia pagar ao prejudicado uma quantidade igual do melhor de sua própria produção.
Ex.22:6 6. Se irromper fogo, Era costume no Oriente e em outros lugares queimar o pasto de uma fazenda em certas épocas do ano. Por descuido, o fogo podia se propagar e prejudicar ou destruir a plantação de um vizinho. Uma restituição, claro, devia ser feita, mas não em dobro, pois o prejuízo não foi resultado de ação deliberada como o permitir que um boi coma grama do campo de outro homem.
Ex.22:7 7. Objetos. Ou seja, “bens", ou qualquer artigo móvel. Os v. 7 a 13 falam da lei referente ao depósito. Deixar um bem ao cuidado de outra pessoa não era incomum nos tempos antigos, em que investimentos eram difíceis e havia poucos banqueiros. Os que viajavam sempre, como os mercadores, tinham essecostume, isso significava guardar os bensdurante o período de ausência.
Ex.22:8 8. Perante os juizes. Literalmente, "perante Deus”. Na LXX, o significado é mais claro: “Mas se o ladrão não for encontrado, o dono da casa deverá ir perante Deus e jurar que certamente não procedeu impiamente com relação a parte alguma do depósito de seu próximo.”
Ex.22:9 9. Em todo negócio frauduloso. Se quem cuidou dos bens não pudesse responder por algum objeto, devia ir “perante Deus” os “juizes” (ver com. de Ex 21:6) junto com seu acusador, para se isentar da responsabilidade, caso pudesse (18:21, 22).Isto me pertence (NVI). Significando coisa “de que alguém disser que é sua” (ARC).
Ex.22:10 10. Sem que ninguém o veja. O animal em custódia devia “morrer” de forma natural, ser ferido por um animal selvagem ou numa queda, ou ser levado por ladrões, sem que ninguém o visse. Se a pessoa declarasse sob juramento que desconhecia a perda, não havería nenhuma compensação para o dono.
Ex.22:11 Sem comentário para este versículo
Ex.22:12 12. Se lhe for furtado. Neste caso, devia ser feita a restituição, com base na suposição de que, se houvesse tido cuidado adequado, o roubo teria sido evitado.
Ex.22:13 13. Se for dilacerado. O que recebeu o depósito devia provar que isso realmente tinha ocorrido, para se livrar da culpa.
Ex.22:14 14. Se alguém pedir emprestado. O empréstimo equivale ao depósito, pois ern ambos os casos a propriedade de u m homem é entregue nas mãos de outro. Mas, devido ao fato de que no primeiro caso o que tomava emprestado era beneficiado, ao passo que no último caso o que depositava recebia o benefício, a obrigação era diferente. O que tomava emprestado devia assumir todos os riscos, a menos que o dono da propriedade emprestada estivesse com o objeto emprestado, isso deve ter sido obstáculo para essa prática.
Ex.22:15 15. Se o dono esteve presente. Isso implica que o dono não só estava presente, mas a cargo do animal, ou tão próximo, quepodia ter impedido o dano. Os que tomavam algo emprestado deviam se lembrar de que se não devolvessem o que tomavam emprestado (1) prejudicavam a si mesmos, pois manchavam a reputação e o respeito próprio; (2) não cumpriam seu dever para com o que lhes emprestou, dado que estavam sob obrigação especial para com ele; (3) prejudicavam a humanidade em geral, pois seu descuido fazia com que outros não emprestassem o que se podia vir a necessitar com urgência; (4) falhavam em seu dever para com Deus, que considera “ímpio’' quem toma emprestado e não paga (SI 37:21).Se foi alugado. Se uma quantia foi paga para usar um animal ou objeto, então houve um aluguel e não um empréstimo. Neste caso, considerava-se que o dono tinha assumido o risco de perda ou dano, ao fixar a quantia do aluguel, e, portanto, não se lhe deveria pagar compensação.
Ex.22:16 16. Se alguém seduzir. O restante do “livro da afiança” contém leis diversas. Nota-se que algumas são severas e outras brandas, ilustrando outra vez a justiça e a misericórdia de Deus (ver SI 85:10; 89:14). Deus é tanto misericordioso para com o fiel fraco e des va lido quanto é severo para com o pecador ousado e obstinado. Os v. 16 e 17 tratam da sedução. No Oriente é comum um homem pagar uma quantia em dinheiro, um dote, aos pais da virgem com quem vai se casar. Alguém que seduzisse uma virgem devia pagar esse dote. Seu preço era de 50 siclos de prata (Dt 22:29).
Ex.22:17 Sem comentário para este versículo
Ex.22:18 18. Feiticeira. Uma feiticeira era alguém que reivindicava ter poder sobrenatural que usava para influenciar os deuses ou fazer encantamentos. O fato de se designar mulheres em vez de homens sugere que o sexo feminino era o que cometia esse crime com mais frequência.
Ex.22:19 Sem comentário para este versículo
Ex.22:20 20. Quem sacrificar. Como a oferta de um sacrifício era o principal ato de adoração, fazer isso a um deus falso era renunciar ao Senhor. Num governo secular, esseato não era ofensivo, mas algo deixado para o dia do juízo divino; sob a teocracia de Israel, era traição e, portanto, punido com a morte.
Ex.22:21 21. Não afligirás o forasteiro. Este preceito contra a opressão dos forasteiros é bastante significativo, dado que é improvável a existência de tal disposição nas leis de outras nações antigas. Ao passo que em outros lugares os forasteiros podiam ser maltratados, a lei mosaica proibia que os hebreus fizessem isso (Ex 23:9; Lv 19:33). Pelo contrário, deviam "amar’’ os estrangeiros (Lv 19:34). Sua própria experiência como ‘'forasteiros na terra do Egito” devia ser um lembrete constante de que deviam tratá-los com bondade (Dt 10:19). Essa bondade para com os estrangeiros também devia ser demonstrada na esperança de que pudessem se tornar prosé- litos, ou conversos ao judaísmo (ver At 13:43). Embora os hebreus devessem permanecer separados de outras nações em questões de religião, não deviam se isolar a ponto de não demonstrar bondade para com um estranho.
Ex.22:22 22. A nenhuma viúva nem órfão afligireis. Assim como no caso do forasteiro, era natural proteger a viúva e o órfão. Eles eram frágeis e indefesos, e, portanto, objetos especiais do cuidado divino. A palavra "afligir” inclui todos os tipos de maus-tra- tos. Disposições posteriores fizeram muito para amenizar a triste situação das viúvas (Êx 23:11; Lv 19:9, 10; Dt 14:29; 16:11, 14; 24:19-21; 26:12, 13). Embora, em geral, os israelitas obedecessem a essa ordem, houve, tempos em que as viúvas e os órfãos sofreram severa opressão (Sl 94:6; Is 1:23; 10:2; Jr 7:5-7; 22:3; Zc 7:10; Ml 3:5; Mt 23:14). Somos lembrados do zelo de Jesus por sua mãe viúva (Jo 19:26, 27), do cuidado dispensado às viúvas na igreja apostólica (At 6:1; iTm 5:3-9, 16) e do fato de Tiago ter incluído o cuidado dos órfãos e das viúvas no conceito de '‘religião pura" (Tg 1:27). O primeiro princípio da ética cristã é que negligenciar fazer o bem é fazer o mal.
Ex.22:23 Sem comentário para este versículo
Ex.22:24 24. E vos matarei. A negligência com relação aos pobres e às viúvas contribuiu para a conquista de Jerusalém por parte de Nabucodonosor e para a destruição de seus habitantes (Jr 22:3-5).
Ex.22:25 25. Usura (ARC). Atualmente, esta palavra em geral implica uma taxa de juros exorbitante. Na época de Moisés, a palavra assim traduzida significava qualquer percentual de juros, alto ou baixo. O percentual de juros que um credor podia cobrar não era regulamentado por lei e, portanto, podia esperar-se que credores inconscientes tratassem de modo implacável pessoas que se encontrassem em circunstâncias difíceis. A lei mosaica que proibia a usura tinha a ver exclusivamente com a questão de tirar vantagem de um irmão 'empobrecido”, ou seja, em dificuldade financeira (ver Lv 25:25, 35, 39, 47; PP, 533). Sob tais circunstâncias, uma pessoa “pobre” podia empenhar sua propriedade (Lv 25:35-38), conseguir um empréstimo se possível (Lv 25:35-37), ou vender a si mesmo a seu credor por um período de tempo limitado (Lv 25:39-41). Além disso, se possível, requeria-se que o “irmão” do pobre lhe fizesse um empréstimo, sem juros (Dt 15:7-11). Ele não devia tirar vantagem de seu “irmão” pobre, cobrando-lhe algum juro. A lei mosaica protegia os direitos do pobre e levava em conta seu bem-estar.Na época de Moisés, as transações comerciais não eram feitas como atualmente. Em termos gerais, uma pessoa dependia de seus próprios recursos nas operações comercias, e se faziam poucos empréstimos em comparação com o tempo atual. Por razões práticas, ninguém a não ser um “irmão” que ficasse "empobrecido” pedia dinheiro emprestado. Portanto, ao que parece, as leis mosaicas não condenam as transações comerciais que envolvessem empréstimo de dinheiro, mas nem sequer tratam delas. Parece que Cristo aprovava o princípio do lucro, o que inclui juros sobreempréstimos, em transações comerciais normais (Mt 2.5:27; Lc 19:23).Ainda é válido o princípio inerente na lei de Moisés quanto à “usura’’ de não tirar vantagem de alguém que esteja enfrentando situação adversa. Nunca se deve exigir de outro mais do que o justo, seja “pobre” ou rico. E o espírito de avareza, extorsão, de um proceder rígido e a paixão pelo lucro, mesmo que para prejuízo do outro, que é condenado (ver PR, 648-652). Devemos ser solidários às necessidades do próximo, nunca ignorar seu clamor nem tirar vantagem dele, quando confrontado com dificuldades.
Ex.22:26 26. Se do teu próximo tomares em penhor. Penhorar, como fazem modernos penhoristas, não era proibido pela lei hebraica. Contudo, havia alguns artigos de primeira necessidade que não podiam ser penhorados, como um moinho para se fazer farinha bem como suas pedras de moer (Dt 24:6). No tempo de Neemias, havia penhores com maus resultados (ver Ne 5).Antes do pôr do sol. (3 motivo está no versículo seguinte. Se a veste devia ser devolvida de imediato, e de modo permanente, não deveria ser de forma alguma dada em penhor. Talvez a veste fosse depositada durante o dia e devolvida ao dono à noite.
Ex.22:27 Sem comentário para este versículo
Ex.22:28 28. Contra Deus não blasfemarás. A palavra 'elohim (“Deus”) é algumas vezes traduzida por "juizes” (Ex 21:6; 22:8, 9), com frequência por “deuses" (20:3, 23; etc.), mas a tradução mais comum é “Deus" (20:1, 2, 5, 7; etc.). Não se tem certeza se 'elohim devia ser traduzido aqui como “juizes” — os representantes de Deus para administrar a justiça - ou como “Deus”. Pelo fato de que os judeus menosprezavam os deuses pagãos, elohim parecería excluir a possibilidade de que se quisesse dizer “deuses”. Portanto, a tradução “contra Deus não blasfemarás” (ARA) é preferível (ver Lv 24:15, 16).Nem amaldiçoarás o príncipe. Mais exatamente, “nem amaldiçoarás umgovernante dentre seu povo". “Governantes” eram chefes de famílias (Nm 3:24, 30, 35) e tribos (Nm 7:10, 18, 24). Mais tarde, a palavra foi usada para a figura do rei (1 Rs 11:34; Ez 12:10; 45:7). Está em harmonia com o decreto divino que se respeite a autoridade posta sobre nós, tanto na igreja quanto no estado (Rm 13:1-7; Hb 13:17; 1 Pe 2:13-18).
Ex.22:29 29. Do melhor. Literalmente, "a plenitude”. Os primogênitos de homem e de animal e o primeiro de todas as produções da terra, fossem vinho, azeite grão ou fruto, eram requeridos do povo. O primogênito devia ser resgatado com um pagamento em dinheiro (Êx 13:13; Nm 3:46-48), mas o restante devia ser oferecido em sacrifício. A ordem “Não tardarás” indica que podería haver relutância em obedecer a essa lei, estendendo o prazo de entrega da oferta.
Ex.22:30 30. Sete dias. Este período de tempo dava à mãe o alívio natural proveniente de amamentar seu filho. Existe uma analogia entre essa disposição e a lei da circuncisão (Gn 17:9-12). Considerava-se que o nascimento trazia impureza cerimonial, e, portanto, a oferta seria aceita por Deus somente após os dias especificados.
Ex.22:31 31. Homens consagrados. Para garantir essa consagração (Ex 19:6; Lv 11:44, 45) havia várias leis designadas a preservar os israelitas como um povo espiritual. Eles não deviam comer a carne de um animal “dilacerado”, porque o sangue, que é a “vida” (Lv 17:14), não podia ser eliminado adequadamente do animal, que, portanto, se tornava imundo. Além disso, o animal carnívoro que dilacerava também era imundo, e contaminava o outro pelo contato.Aos cães. É provável que esta disposição não regulamentasse a venda ou dádiva do animal rejeitado a um estrangeiro (ver Dt 14:21), mas indicava outro meio pelo qual a carne podia ser eliminada. Os cães eram imundos e, portanto, podiam se alimentar de qualquer coisa. De fato, eram vistos como carniceiros (2Rs 9:35, 36).Capítulo 23animais do campo. Assim farás com a tua vinha e com o teu olival.
Ex.23:1 1. Notícias falsas. Esta ordem é uma ampliação do nono mandamento, que proíbe a calúnia e a difamação. A última parte do versículo proíbe unir-se a outros para propagar a calúnia. Embora a palavra “testemunho” indique que a lei tem a ver principalmente com a forma de se proceder num tribunal, não se limita a isso.
Ex.23:2 2. Não seguirás a multidão. Ao omitir a palavra "fazer” nesta primeira sentença, que não está no original hebraico, esta proibição abrange a maldade não apenas no ato, mas também na palavra e no pensamento. Recordando as palavras de Jesus, não devemos tomar como exemplo o modo de vida da maioria (Mt 7:13, 14). Um dos principais perigos que os professos cristãos têm que enfrentar é a complacência em se amoldar à multidão, apesar da advertência das Escrituras contra tal tendência.Inclinando-te. Ou seja, “desviando-se”. Uma tradução mais adequada da última parte desse versículo seria: “nem testemunharás num caso, seguindo a multidão para perverter a justiça." Em conexão com o versículo seguinte, isso pode ser considerado como uma referência a um dos juizes, que não deve seguir os outros juizes ao decidir um caso, mas ter sua própria opinião e mantê-la.
Ex.23:3 3. Nem com o pobre serás parcial. Ou seja, ser parcial a seu favor. Isso parece surpreender, considerando os muitos preceitos que favorecem o pobre. No entanto, simplesmente sustém uma justiça imparcial, que não eleve favorecer o pobre nem o rico. Inclinar-se para qualquer um dos lados significaria perversão da justiça (Lv 19:15).
Ex.23:4 4. O boi do teu inimigo. Isto se refere a um inimigo pessoal, não a um inimigo público como em Deuteronômio 23:3-6.Antecipa o verdadeiro espírito do cristianismo como apresentado por Cristo ao reprovar as distorções rabínicas da lei mosaica (Mt 23:4).
Ex.23:5 Sem comentário para este versículo
Ex.23:6 6. Não perverterás o julgamento. Ao passo que o v. 3 adverte contra favorecer o pobre por compaixão, este proíbe sua discriminação devido à pobreza, erro muito mais comum. O preconceito deve ser evitado a fim de que a justiça estrita seja feita. Tribunal não é lugar para sentimentalismo.
Ex.23:7 7. Não matarás. Apoiar uma acusação falsa contra "o inocente e o justo” podería levar à morte, atraindo assim a vingança d Aquele que não justifica o ímpio.
Ex.23:8 8. Suborno não aceitarás. A aceitação de suborno de uma das partes num tribunal sempre foi um dos pecados mais comuns e repreensíveis dos juizes no Oriente. O suborno desvirtua o propósito para o qual existe a administração da justiça, pois seu peso na balança da justiça a faz inclinar no sentido errado. Por essa razão, em geral levava à pena de morte. Enquanto o código mosaico não estabelece castigo para esse mal (Dt 16:18-20), Josefo afirma que os judeus matavam o transgressor (Contra Apion, ii.28). Contudo, qualquer que fosse o castigo, ele deve ter sido ignorado (lSm 8:3; SI 26:10; Pv 17:23; Is 1:23; Mq 3:9-11).
Ex.23:9 9. Não oprimirás o forasteiro. Isto repete a ordem de Exodo 22:21 e é provável que se aplique também aos tribunais. A palavra “coração” indica a mente, os sentimentos. Em outras palavras, devia se demonstrar simpatia ao “forasteiro”.
Ex.23:10 Sem comentário para este versículo
Ex.23:11 11. No sétimo ano. Embora outras nações tivessem dias de descanso em intervalos regulares ou irregulares, anos inteiros de descanso eram observados pelos israelitas. Isso pode tê-los exposto à acusação de ociosidade por parte de outras nações. Devido à agricultura daquela época ser primitiva, a rotação de cultivos não ser conhecida e fertilizantes artificiais não serem usados,é provável que não houvesse perda financeira resultante desse programa. No entanto, a ganância tornou difícil seguir essa disposição. Os setenta anos de cativeiro tiveram o objetivo de compensar a não observância dos anos sabáticos (2Cr 36:17-21).O propósito principal da lei era prover alimento aos pobres (ver Lv 25:1-7). O que a terra produzisse de si mesma sem cultivo pertencia a todos como possessão comum, mesmo aos animais. Sem dúvida também era propósito que esse ano sabático fosse de mais observância religiosa, no qual se realizasse a leitura solene da lei, na Festa dos Tabernáculos “no ano da remissão” (Dt 31:10,11). Essa leitura era precedida por um período de preparo religioso (Ne 8). O ano sabático devia ser um período solene, que conduzisse ao autoexame, à formação de hábitos santos e à renovação espiritual ao povo. Uma vez que os cereais, o vinho e o azeite eram os produtos importantes da Palestina, é evidente que toda a terra devia descansar.
Ex.23:12 12. Ao sétimo dia. Para revelar seu caráter misericordioso, o quarto mandamento é repetido. A maioria da população estrangeira da terra santa estava envolvida com trabalho árduo (ver 2Cr 2:17, 18), um fato que explica por que o “forasteiro” é mencionado de forma específica neste versículo.
Ex.23:13 13. Do nome de outros deuses. Como proteção contra a idolatria, o povo de Deus sequer deveria mencionar nomes de deída- des pagãs. Esta proibição estava baseada no princípio de que a familiaridade com o mal com frequência leva à sua prática. Se esta ordem tivesse sido cumprida, o perigo da idolatria teria siclo removido por completo. Chama atenção o fato de que o próprio Moisés raramente falasse o nome de deuses pagãos. Escritores e profetas bíblicos posteriores foram compelidos a fazer isso, seja como um registro da verdadeira história de Israel, ou corno modo de denunciar a idolatria. Os publicitários modernos conhecembem o valor da repetição de nomes de marcas e planejam manter o nome de seu produto diante do público de uma forma ou de outra. Todos que desejam se manter puros e santos devem se lembrar de que a expressão aprofunda a impressão.
Ex.23:14 14. Três vezes. Os v. 14 a 17 falam da lei acerca das festas santas. Iodas as religiões pagãs antigas tinham períodos anuais festivos em comemoração à suposta benevolência de seus deuses. Reunindo-se em grandes assembléias, as pessoas se inspiravam e animavam umas às outras à mais devoção e ações de agradecimento do que em outras oportunidades. Tais festivais eram frequentes no Egito e tinham um lugar importante na vida religiosa.E provável que a família de Abraão tenha realizado festas desse tipo na Mesopotâmía, e o Senhor então sancionou essas três festas como um estímulo à piedade. Elas deviam: (1) referir-se ao mesmo tempo à agricultura e à história, ao relacionar-se com o transcurso das estações e também com grandes eventos da vida da nação; (2) ser observadas apenas num lugar, onde o tabernáculo estivesse situado; e (3) ser celebradas por toda a população masculina (v. 17; ver com. de Lv 23:2).
Ex.23:15 15. A Festa dos Pães Asmos. Esta festa no início da primavera acontecia no começo da colheita da cevada, no mês de abibe (nisã). Começava com a Páscoa e uma santa convocação, durava sete dias e terminava com outra santa convocação (Lv 23:5- 8). Comiam-se pães sem fermento durante esses sete dias, em comemoração à saída apressada do Egito (Êx 12:33, 34, 39). O fermento era símbolo do pecado e do erro (Mt 16:6, 11, 12; lCo 5:6-8). O pão sem fermento representava a libertação do pecado por meio dAquele que é o pão da vida (Jo 6:35, 48, 51). Um molho das primícias da colheita era oferecido perante o Senhor (Lv 23:9-14). O dia apontado era o 15° do primeiro mês, nisã (Lv 23:5,6). Esta festa, que começavacom a Páscoa, era um símbolo da libertação dos pecadores das garras do pecado, por meio da morte de Cristo. Quando o Salvador oferec.eu-Se a Si mesmo no Calvário cessou o significado da Páscoa, pois ela apontava para Ele (lCo 5:7). O rito da Ceia do Senhor foi instituído como um memorial do mesmo evento (Lc 22:14-20).Ninguém apareça de mãos vazias perante Mim. Os que participavam da festa deviam apresentar uma oferta voluntária ao Senhor. Um oriental nunca comparecia diante de seu senhor sem um presente. Não se esperava nada menos de um israelita quando se aproximava de Yahweh, o soberano da nação.
Ex.23:16 16. A Festa da Sega. Cinquenta dias eram contados a partir do dia em que o molho da colheita era oferecido (Lv 23:15- 21). O 50° dia era chamado de “a festa das semanas”, pois sete semanas inteiras o separavam da Páscoa. Na época do NT era chamado de Pentecostes, que deriva de uma palavra grega que significa “quinquagésimo”. Esta festa era celebrada no final do nosso mês de maio ou início de junho, o período da colheita de primavera. Para expressar gratidão pelo grão, dois pães assados com fermento eram apresentados perante Deus (Lv 23:17). Essa era uma ocasião alegre (Dt 16:9-11). A tradição judaica relacionava a festa com o pronunciamento da lei, que ocorreu cerca de 50 dias depois de os israelitas terem saído do Egito (ver Ex 19:1- 16), e um dos propósitos do Pentecostes era comemorar o pronunciamento da lei. Para os cristãos dos tempos apostólicos também era a comemoração do derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes, quando a igreja colheu os primeiros frutos do evangelho (At 2:1-12, 41).Dos primeiros frutos. A expressão está relacionada com “colheita”, não com "festa”.A Festa da Colheita. Em outras passagens é comum o nome "Festa dosTabemáculos”, pois o povo devia lazer tendas para habitar durante a festa (Lv 23:33-36; Dt 16:13-15; 31:10; Jo 7:2). Este festival de oito dias começava no dia 15 de tisri, que se dava no final de outubro ou começo de novembro. As azeitonas tinham sido colhidas e a vindima, completada. Uma santa convocação marcava seu início e seu Final. Era um período de alegria e agradecimento pela colheita de outono, e comemorava a jornada segura dos israelitas desde o Egito até a Palestina. Além disso, tinham observado o Dia da Expiação poucos dias antes e recebido a garantia de que seus pecados não seriam mais lembrados. Estavam em paz com Deus. Podiam reconhecer a bondade do Eterno e louvá-Lo por Sua misericórdia. A Festa dos Tabemáculos não apenas comemorava a permanência no deserto, mas, como festa da ceifa, celebrava a colheita dos frutos da terra (PP, 540, 541). Durante o cativeiro, esta festa foi aparentemente negligenciada, mas no tempo de Neemias voltou a ser observada com muito regozijo (NeJL 13-18).A saída do ano. Ou seja, no final do ano agrícola e civil, depois de a colheita ter sido armazenada.
Ex.23:17 17. Três vezes no ano. Considerando o fato de que a Palestina é uma região pequena, com menos de 230 km de comprimento por 120 km de largura, participar dessa festa não significava um gasto excessivo. Além disso, tais ocasiões festivas agradavam o povo, pois eram um meio importante de divulgar informações e ofereciam quase a única oportunidade de parentes c amigos se reverem. Os israelitas aguardavam ansiosamente essas ocasiões. Elas exerciam uma importante influência unificadora e eram, por isso, uma parte relevante da vida daquela nação, pois tendiam a unir o povo no conhecimento e no serviço a Deus. Enquanto fosse dever de todo homem participar, outros membros da família também podiam, se desejassem (ISm 1:1-23; Lc 2:41-45).
Ex.23:18 18. O sangue do Meu sacrifício. Este sacrifício era o cordeiro pascal, uma vez que a proibição de se usar ‘pão levedado” e qualquer parte que restasse do cordeiro “até pela manhã'' tinha a ver apenas com essa oferta (Ex 12:1-11; Dt 16:1-5). O cordeiro pascal era a mais importante de todas as ofertas, pois tipificava o sacrifício de Cristo, o verdadeiro cordeiro pascal (lCo 5:7). De fato, Deus podia chamá-lo de “Meu sacrifício '.
Ex.23:19 19. As primícias dos frutos. Isto significava tanto “o melhor” dos primeiros f rutos (Nm 18:12) corno "os primeiros frutos” (Nm 18:13). Assim como esses primeiros frutos da colheita da terra eram apresentados a Deus, Cristo Se apresentou ao Pai como o primeiro fruto da colheita da ressurreição (Jo 20:17; lCo 15:20-23).A Casa do Senhor. Esta frase é mm si nônimo da expressão “ao lugar que o Senhor, teu Deus, escolher para ali fazer habitar o Seu nome” (Dt 26:2; 12:5, 11, 14; 16:16), e se refere ao tabernáculo e mais tarde ao templo.Não cozerás o cabrito. Escavações realizadas em Ras Shamra, a antiga Ugarit, uma cidade síria costeira de frente à ilha de Chipre, revelam que cozinhar os cabritos dos sacrifícios no leite de sua mãe era uma prática dos cananeus. Provavelmente, esta ordem foi dada para evitar que esse rito pagão, proibido por Deus, fosse realizado entre Seu povo.
Ex.23:20 20. Eis que Eu envio um Anjo. Nestes versículos finais do “livro da afiança” (v. 10-31) encontramos as promessas que Deus cumpriría se o povo Lhe obedecesse. Deus sempre nos encoraja com a recompensa do galardão (Hb 11:26). Estas promessas eram condicionais, pois Deus sé) pode abençoar Seu povo se este Lhe obedecer. O “Anjo” claramente se refere ao "mensageiro [Anjo] da aliança” (Ml 3:1), ou seja, Cristo (PP, 252, 311). A palavra mciVak, "anjo”, significa “mensageiro” e é traduzida de ambas as formas. Cristo sempre foi o mensageiro de Deus a Israel (PP, 366), e como tal lhes transmitiuo conhecimento do caráter, da vontade e da misericórdia do Senhor (Gn 22:1, 10-12; Ex 32:34; Is 63:7-9; Ml 3:1; Jo 8:56-58; lTm 2:5),Pelo caminho. Não apenas para guiá- -los geograficamente (Ex 23:23; 32:34), mas também espiritual mente nos caminhos da justiça (Êx 33:9; Dt 31:15).Ao lugar. Uma alusão à Palestina e, de forma indireta, ao lar dos salvos, do qual essa terra era um símbolo (ver Jo 14:1-3).
Ex.23:21 21. Não perdoará. Isto não significa que Deus de fato não perdoará, pois Seu amor garante que Ele perdoa o arrependido (SI 32:5; 103:10-12; is 63:7-9; ljo 1:9); mas expressa com típica ênfase oriental a justiça soberana e a santidade de Deus (ver Ex 34:7).Nele está o Meu nome. Aqui a primeira pessoa da Divindade, o Pai, fala da segunda pessoa da Divindade, Seu Filho. Esta declaração indica que o “Anjo” que leva o nome de Deus é igual ao próprio Deus (ver jo 1:1-3, 14; Cl 1:13-19; Hb 1:8).
Ex.23:22 Sem comentário para este versículo
Ex.23:23 23. Amorreus. Todas as “sete nações” de Canaã exceto uma, a dos girgaseus, são mencionadas nesta passagem (Dt 7:1; Js 3:10; 24:11). Cortá-las significa destruí-las como nações, não como indivíduos, pois eles deviam ainda ser conquistados como prosélitos à fé de Israel (2Sm 23:39; 24:18-25; 2Cr 8:7-9).
Ex.23:24 24. Não adorarás. Deve-se lembrar que a adoração idólatra daqueles povos pagãos era licenciosa e degradante ao extremo. As cerimônias de algumas deidades pagãs eram contaminadas por sacrifícios humanos e corrompidas com prostituição. A iniquidade dessas nações estava agora completa (ver Gn 15:16). Não é de se surpreender que estavam prestes a encher a medida da ira de Deus (ver com. de Gn 15:16).Os seus deuses. Literalmente, “suas colunas" (ver com. de Gn 28:18).
Ex.23:25 25. Tirará do vosso meio as enfermidades. O viver saudável nos protege de enfermidades da mente bem como do corpo. Da mesma forma, a piedade promove o bem-estarfísico (ver DTN, 827).
Ex.23:26 26. Não haverá mulher que aborte.Isto podia ser resultado de uma interposição especial de um favor divino e cuidado providencial, bem como do viver saudável. Não apenas deixariam de existir nascimentos prematuros, mas também, como indica a última frase, mortes prematuras.
Ex.23:27 27. Enviarei o Meu terror. Ver o cumprimento desta promessa em Números 22:3; Josué 2:9, 11; e 9:24. Os inimigos dos israelitas realmente bateram em retirada frente à derrota (Nm 21:3, 24, 35; Js 8:20-24; 10:10, 11). Se Israel tivesse obedecido a Deus de forma plena, Ele teria quebrantado todo o pocler das nações cananeias.
Ex.23:28 28. Vespas. Alguns consideram que isso é uma referência literal a vespas, outros veem uma referência figurativa aos egípcios, que vez após vez invadiram a Palestina durante a época de Josué e dos juizes, ou ainda ao temor sentido pelos cananeus (js 2:9; ver Nota Adicional de Js 6; ver com. de Js 24:12).
Ex.23:29 29. Num só ano. Enquanto os seres humanos são impacientes, Deus é longânimo e tolerante (2Pe 3:9). As nações cananeias não seriam expulsas de uma só vez, (1) para que a terra não ficasse desolada, sem pessoas suficientes para cuidar dela; e (2) para que as feras do campo não se multiplicassem e se tornassem um perigo. Quando Israel, o reino hebreu do norte, foi despovoado pela remoção das dez tribos ao cativeiro, houve um crescimento notável de leões que devoraram os poucos remanescentes (2Rs 17:24, 25). Em muitas regiões da França, houve um crescimento no número de lobos após a guerra franco-prussiana (1870-1871). Outra razão pela qual as nações não foram retiradas de imediato foi que Deus desejava “provar" Israel para ver se este Lhe obedecería (Jz 2:21-23).
Ex.23:30 Sem comentário para este versículo
Ex.23:31 31. Porei os teus limites. Estes limites só foram demarcados 400 anos depois, sob o reinado de Davi e Salomão (I Rs 4:21, 24; 2Cr 9:26). Moisés confirma a promessacie Deus feita a Abraão (Gn 15:18). Salomão era um “homem de paz” (lCr 22:9, NVI), por isso a obra da constituição do império deve ter sido concretizada por Davi (2Sm 8:3-15; 10:6-19; lRs 5:3; lCr 22:8).Até ao Eufrates. Este era o principal rio da época do AT (ver Gn 15:18; Dt 1:7).Para que os lances de diante de ti. Muitos dos cananeus foram sem dúvida forçados a ir em direção ao norte, e podem ter se unido ao reino hitita, que por muitos séculos se opôs aos impérios egípcio e assírio.
Ex.23:32 32. Não farás aliança. O “livro da aliança” termina da mesma forma que começa, com um solene ataque contra aidolatria (Êx 20:23). A história subsequente de Israel mostra quão necessária foi essa repetida advertência e quão indispensável a profunda preocupação de Deus para que evitassem esse erro. Infelizmente a advertência foi em vão (2Rs 17:7-18). Uma vez que os tratados de paz comuns dessa época continham um reconhecimento dos deuses das nações e palavras em louvor a eles, alianças com povos pagãos incluiríam o reconhecimento de seus deuses.
Ex.23:33 33. Eles não habitarão. E claro que os prosélitos da religião de Israel não estavam incluídos nesta ordem, tampouco os pagãos escravizados (ver Js 9:27).T4, 647; T9, 230 4, 5 - DTN, 500 6-8 -Te, 47 9-PP, 311Capítulo 24e os mandamentos que escrevi, para os ensinares.
Ex.24:1 1. Nadabe, e Abiú. Como os dois filhos mais velhos de Arão (Ex 6:23), Nadabe e Abiú eram os sucessores naturais de seu pai ao sacerdócio. No entanto, o pecado de oferecer ' fogo estranho impediu que isso acontecesse (Lv 10:1, 2).Setenta dos anciãos. Estes anciãos eram em geral homens mais velhos, porém não necessariamente. Neste caso, o termo designa aqueles de certa categoria e posição oficial entre seus irmãos, os chefes das famílias (Êx 6:14, 25; 12:21). Eles representavam o povo como um todo, enquanto Nadabe e Abiú representavam o sacerdócio futuro (Ex 28:1). Estes líderes também representavam as 12 tribos de Israel. Todos deviam subir a montanha até certo ponto, mas somente Moisés devia ir até o topo. Assim, os anciãos deveríam adorar “de longe”.
Ex.24:2 Sem comentário para este versículo
Ex.24:3 3. Referiu ao povo. Ao retornar ao acampamento, Moisés anunciou a legislação registrada em Êxodo 20:22 a 23:33. O decá- logo foi pronunciado pelo próprio Deus, mas os “estatutos” foram apresentados ao povo por Moisés.
Ex.24:4 4. Moisés escreveu. O Espírito da verdade que inspirou todos os profetas (ver Jo 14:26; Hb 1:1; 2Pe 1:20, 21) fez com que Moisés se lembrasse de todas as ordens que Deus lhe havia dado. Ele então erigiu um altar, pois sem sacrifício nenhuma aliança ter ia sido feita.
Ex.24:5 5. Enviou alguns jovens. Talvez como “primogênitos” (ver Ex 22:29) estes jovens serviram como sacerdotes até o sacerdócio levítico ter sido instituído (28:1; PP, 350). E provável também que estes jovens tenham sido escolhidos devido à sua habilidade de lidar com animais que resistissem ser sacrificados. Os “holocaustos” simbolizavam consagração pessoal e autoentrega (SI 51:16-19; ver também com. de Lv 1:2-4). Os “sacrifícios pacíficos” representavam comunhão renovada com Deus e gratidão a Ele (ver com. de Lv 3:1).
Ex.24:6 6. Metade do sangue. Devido ao fato de simbolizar a vida da vítima (Lv 17:14), o sangue era uma parte essencial cie todo o sacrifício, e sua aspersão sobre o altar era o foco do ritual comum dos sacrifícios (Lv 1:5; 3:8). Metade do sangue era atribuída aopovo e metade a Deus; o sangue aspergido sobre o altar simbolicamente ligava Deus aos termos da aliança, e o aspergido sobre o povo ligava este último da mesma forma (Hb 9:18- 22; ver também com. de Gn 15:9-13, 17).
Ex.24:7 7. O livro da aliança. Segundo a narrativa das Escrituras, este foi o primeiro ‘‘livro” escrito entre o povo de Israel. O restante da “lei” estava baseado nele, e Moisés, mais tarde, escreveu Deuteronômio para esclarecê-lo melhor. Após ter lido o livro “aos ouvidos” do povo, novamente responderam como no v. 3, acrescentando as palavras “e obedeceremos”. O entusiasmo da ocasião sem dúvida fez com que o povo sinceramente concordasse em guardar as leis de Deus. Seu espírito estava de fato disposto, mas a carne era fraca (ver Mt 26:41). A realização sempre vem atrasada, com relação à promessa. E evidente que o povo conhecia pouco de seu próprio coração; não tinha aprendido a desconfiar de si mesmo. Além disso, tinha pouca percepção das exigências espirituais da lei.Deve-se lembrar que a lei não tinha em si mesma o poder de salvar; pelo contrário, podia apenas condenar. Não podia justificar nem santificar. Tornava todas as pessoas pecacloras e as condenava (Rm 3:9, 10). Não podia reprimir a corrupção, interna ou externa, tampouco refrear o pecado. Continha leis escritas em pedra e “estatutos” escritos num livro, mas não tinha poder para escrevê-los nas tábuas do coração (Rm 8:1-4; 2Co 3). A nova aliança tem êxito porque é cumprida, não por meio da débil força humana, mas por meio do poder da fé do Cristo que habita no coração (Jr 31:31-34; Hb 8:6-12; 10:14-16).
Ex.24:8 8. Tomou Moisés aquele sangue. Não é provável que Moisés aspergisse sangue em cada pessoa daquela grande multidão; ele deve ter feito isso sobre os líderes como representantes do povo. Os “anciãos’’ e outros homens importantes de cada tribo e família talvez fossem incluídos nessa parte da cerimônia.Eis aqui o sangue. Entre as nações da Antiguidade, era costume comu m selar uma aliança com sangue (ver com. de Gn 15:9-13, 17). Algumas vezes, o sangue era o de uma vítima. As duas partes solenemente afirmavam que, se quebrassem a aliança, o destino deles seria o mesmo da vítima. As vezes, entre os pagãos, esse juramento era feito com o sangue das duas partes envolvidas, cada qual bebia o sangue do outro e assim contraíam um pacto de sangue. Supunha-se assim que o rompimento da aliança se tornaria uma questão de vida ou morte. Moisés escolheu simplesmente aspergir o sangue sobre o altar e sobre o povo (ver com. do v. 6), reunindo dessa forma as partes envolvidas numa solene aliança. Aplicado ao povo, o sangue também simbolizava a purificação do pecado e a consagração ao serviço divino. Daí em diante, Deus os considerava como Sua propriedade especial; eles eram dEle (ís 43:1). Libertos do pecado, também nos tornamos servos de Deus (Rm 6:22; IPe 2:9, 10).
Ex.24:9 9. E subiram. Após a confirmação da aliança, Moisés, Arão e seus filhos, e os anciãos obedeceram à ordem de Deus para subir a montanha (v. 1). O grupo subiu até uma parte do caminho, não até o topo, aonde apenas Moisés teve o privilégio de ir (v. 2, 12). Os outros adoraram “de longe”.
Ex.24:10 10. E viram. Nesta passagem, fica claro que Deus não é uma força impessoal, mas uma pessoa real (ver também Ex 33:17-23; 34:5-7; Nm 12:6-8; Is 6:1-6; Ez 1:26-28).O céu na sua claridade. Ou seja, “claro como o próprio céu”. Pode-se pensar que essa elevada honra e esse grande privilégio teriam gerado nesses homens fé duradoura e obediência a Deus. Mas, a trágica história registra que, pouco mais tarde, Arão se entregou ao pedido impulsivo do povo por um bezerro de ouro (ver Ex 32:1-6) e que Nadabe e Abiu foram mortos por oferecerem “fogo estranho” (Nm 3:1-4). Uma experiência religiosa tidanum dia não é proteção para o dia seguinte (Mt 14:28-33; Lc 13:25-27; ICo 10:11, 12).
Ex.24:11 11. Sobre os escolhidos. Deus não feriu esses homens com morte, pestilência ou cegueira, embora sua impiedade não lhes desse razão para pensar que pudessem ver a Deus e viver (ver Gn 32:30; Êx 33:20; Jz 6:22, 23; etc.). Nessa ocasião, eles viram a glória do Filho de Deus, a segunda pessoa da Divindade (PP, 312, 366). Em geral, uma refeição cerimonial acontecia após uma oferta de sacrifício, o que provavelmente ocorreu ali entre os anciãos, tão próximo da presença divina quanto puderam chegar. Depois dessa experiência, o grupo retornou ao acampamento.
Ex.24:12 12. Sobe a Mim. O restante do capítulo narra os 40 dias de comunhão de Moisés com Deus. Após ter dado os dez mandamentos, as leis e os estatutos do livro da aliança, Deus continuou dando instruções com respeito à construção do santuário, que seria Seu lugar de habitação entre os filhos de Israel (Ex 25:8). Se ao ser humano é permitido determinar, por seu próprio arbítrio, as características tangíveis e materiais da adoração religiosa, ele pode errar com facilidade. Como salvaguarda, um "padrão” foi mostrado a Moisés de tudo o que constituiría o culto de Israel (Ex 25:9; Hb 8:5), incluindo detalhes quanto ao material, tamanho, forma e construção de cada objeto. Essas instruções estão registradas em Exodo 25 a 31. A fim de que Moisés tivesse tempo suficiente para entender e se lembrar das instruções detalhadas que lhe seriam dadas, ele deveria permanecer no monte por 40 dias.
Ex.24:13 Sem comentário para este versículo
Ex.24:14 14. Esperai-nos. Nesta ocasião, Moisés foi acompanhado por Josué, que tinha contribuído para a vitória sobre os amalequitas (Êx 17:8-13). Sabendo que estaria ausente por um tempo, Moisés sentiu a necessidade de dar algumas instruções aos anciãos com respeito à forma de conduzir os assuntos dopovo durante sua ausência. Eles deveriam permanecer aos pés do Sinai até a volta dele, e buscar o conselho de Arão e Hur como seus representantes.
Ex.24:15 15. Tendo Moisés subido. Após terem sido feitos arranjos para o período de ausência, Moisés subiu com Josué à parte mais alta da montanha, para esperar ali por instruções adicionais. A "nuvem” se refere àquela mencionada em Êxodo 19:16. Embora tenha sido convidado por Deus, Moisés não entrou na presença divina até que lhe foi ordenado A fazê-lo, seis dias depois. Hoje, assim como naqueles dias, o preparo do coração e a contemplação do caráter e da vontade divina devem anteceder uma associação íntima com Ele (cf. At 1:14; 2:1). Sem duvida, Moisés e Josué passaram esse tempo em meditação e oração.
Ex.24:16 Sem comentário para este versículo
Ex.24:17 17. Fogo consumidor. É marcante o contraste entre a nuvem que envolveu Moisés (v. 18), em feliz companheirismo e comunhão com Seu Criador, e o “fogo consumidor”. Aqueles que, como Moisés, caminham na direção de Deus têm a certeza da proteção e da segurança “no esconderijo do Altíssimo [...] à sombra do Onipotente” (SI 91:1). Os que se desviam do caminho da justiça não encontrarão conforto e segurança, mas justiça em retribuição, pois Deus aparecerá para eles como “fogo consumidor” (Hb 12:25, 29).
Ex.24:18 18. Entrando pelo meio da nuvem.Após deixar Josué, Moisés entrou na nuvem e permaneceu ali por quarenta dias e quarenta noites (PP, 313). Durante todo esse tempo, ele não comeu (Dt 9:9; cf. IRs 19:8;Mt 4:2).A experiência de Moisés foi extraordinária. Ela ensina que a comunhão com Deus dá à alma força e refrigério. Sem isso o espírito se esmorece (ver Lc 18:1), o mundo penetra furtivamente em nós, nossos pensamentos e palavras se tornam terrenos (ICo 15:47), e não temosvida espiritual em nós mesmos nem podemos comunicá-la a outros. E em comunhão com Deus que se recebem os dons. Foi assim com Moisés; é assim conosco. O lato de Moisés ter estado a sós com Deussugere o valor da oração em secreto (Mt 6:6). Mesmo no rebuliço e na agitação de uma cidade grande, ficar a sós com Deus e em súplica silenciosa ajuda a enfrentar os problemas do dia a dia.Capítulo 25comprimento, de um côvado e meio, a largura, e de um côvado e meio, a altura.suas taças em que se hão de oferecer libações; de ouro puro os farás.
Ex.25:1 Sem comentário para este versículo
Ex.25:2 2. Que Me tragam oferta. A vontade divina tinha sido revelada a Israel no decá- logo, as leis e os “estatutos” do “livro da aliança”, dados a Moisés, e a aliança entre Deus e Seu povo, confirmada. No entanto, ainda não havia sido instituída nenhuma forma permanente de adoração. Até então,| havia sido apresentado apenas um “altar” ealgumas instruções concernentes a ele (Êx 20:24-26), mas nenhum sistema completo tinha sido formulado pelo qual a adoração do único e verdadeiro Deus pudesse se tornar um meio efetivo de aproximar o povo a Ele em comunhão e obediência, para salvaguardá-lo do culto dos muitos deuses pagãos. Os israelitas teriam o privilégio de participarna construção do lugar que seria a habitação de Deus entre eles.Todo homem cujo coração o mover. Deus desejava apenas as dádivas que viessem do coração, não apenas das mãos ou do bolso. Ele aceitaria somente as que fos- sem dadas de forma livre e. voluntária (2Co 9:6, 7). Apenas o que dá com o coração tem seu nome escrito no registro de Deus, pois dá com o mesmo espírito dos membros da igreja de Macedônia (2Co 8:1-5). A partir de Êxodo 35:21-29 e 36:3-7 fica evidente que o povo respondeu à solicitação dessa forma. Respondeu de forma tão plena que teve que ser impedido de continuar levando ofertas. Assim, o tabernácuío foi o resultado de ofertas voluntárias. Um espírito idêntico a esse foi visto nos tempos de Davi quando foi construído o templo (ICr 29:1-9) e novamente quando os exilados que retornavam do cativeiro babilônico com Zorobabel reconstruíram o templo (Ed 2:68, 69; Ag 1:12-14).
Ex.25:3 3. Ouro. Três metais foram usados no tabernácuío e em suas mobílias. O “cobre” era uma liga de cobre e estanho, hoje chamado de bronze. Quando os hebreus deixaram o Egito pediram “jóias” dos egípcios (ver com. de Êx 3:22; 12:35, 36). O povo deu ao Senhor o melhor que tinha. Deus não aceita sacrifício que seja "cego”, “coxo” ou “enfermo” (Ml 1:8). Isso não significa que Deus espera de nós além de nossa capacidade, mas sim o melhor que tivermos a oferecer (2Co 8:12).A oferta da viúva (Mc 12:41-44) foi tão agradável a Deus como o “vaso de alabas- tro cheio de precioso bálsamo” (Alt 26:6-13), ou o “preço” de uma propriedade depositado aos pés dos apóstolos (At 4:36, 37). Dar a Deus o melhor se aplica não apenas às posses, mas também às habilidades, ao tempo e à força. O melhor de nossas faculdades deve ser dEIe: as mais ternas feições, os mais profundos pensamentos, as mais elevadasaspirações. Variados tipos de dons são requeridos no serviço de Cristo, e não existe ninguém que seja tão pobre de habilidades que não possa fazer sua parte. A lição do fracasso do homem que recebeu apenas um talento não deve ser esquecida (Mt 25:14, 15, 24-30). Os israelitas reuniram tesouros no céu ao cledícá-Ios à obra e ao serviço de Deus (Alt 6:19-21). Não se deixaram enganar pela ganância mundana, pois não tinham o objetivo de obter bens em troca da vida eterna (ver Mt 16:25, 26).
Ex.25:4 Sem comentário para este versículo
Ex.25:5 5. Peles de texugos (ACF). A palavra heb. traduzida como “texugo” parece ser um empréstimo da língua egípcia, um termo para um tipo de couro de animais não especificados; também se afirma que o termo estaria relacionado a uma palavra árabe para “foca", em especial ao dugongo (PP, 347). Esse animal aquático herbívoro, de três a quatro metros de comprimento, tem uma cabeça redonda, amamenta seus filhotes e tem a cauda dividida. Com frequência é encontrado entre as rochas de corais do Mar Vermelho. Supõe-se que o dugongo tenha dado origem à lenda da sereia. As peles dos “texugos” constituíam a cobertura externa do tabernácuío.Madeira de acácia. Ela é resistente, durável e de frisos finos, portanto bem adequada para trabalhos de marcenaria.
Ex.25:6 Sem comentário para este versículo
Ex.25:7 Sem comentário para este versículo
Ex.25:8 8. E Me farão uni santuário. Embora os hebreus soubessem que Deus não podia habitar numa construção feita por homens (lRs 8:27; 2Cr 2:6; is 66:1; Jr 23:23, 24), não parecia apropriado que houvesse culto sem um templo. Além disso, o santuário era um centro visível para a adoração ao único Deus verdadeiro e constituía assim um baluarte contra a adoração aos deuses pagãos. O santuário permitia Deus estar perto de Seu povo e tornava real Sua presença. Isso também era uma proteção contra a idolatria (Ex 29:43, 45; Nm 35:34). Como naquele tempo os israelitas eram umpovo nômade e peregrino, o santuário devia ser uma tenda que pudesse ser facilmente desmontada e mudada de lugar. Chama a atenção o fato de a palavra hebraica para “santuário" nunca ser aplicada a um templo pagão.Para que Eu possa habitar. Num sentido espiritual, Deus sempre buscou habitar com a humanidade e não pode “descansar” até que tenha encontrado essa morada (SI 132:13-16), em primeiro lugar no coração de Seu povo individualmente (iCo 3:16, 17; 6:19), e no meio de qualquer grupo que se retina para Lhe adorar (Mt 18:20), O sistema cujo centro era o tabernáculo terreno apontava para Cristo, que mais tarde “habitou” entre os homens (Jo 1:14).A palavra heb. shakan, “habitar”, significa ser um residente permanente numa comunidade. Ela tem estreita relação com a palavra shekinah, usada para a manifestação da glória divina sobre o propiciatório (PP, 349). O shekinah era o símbolo da presença divina, por meio do qual Deus prometeu “habitar entre eles” (ver Ex 25:22).
Ex.25:9 9. Segundo tudo o que Eu te mostrar para modelo. Isto mostra que, embora o trabalho fosse humano, o plano era divino. Deus sempre contou com a cooperação de agentes humanos na construção de Sua casa. Todos tiveram satisfação em fazer parte dessa obra.Na montanha, Moisés viu. “uma representação em miniatura” do santuário celestial (PP, 343; At 7:44; Hb 8:5), o “verdadeiro tabernáculo” (Hb 8:2). A Bíblia afirma que o tabernáculo terreno era uma figura do que se acha no Céu (Hb 9:23, 24) porque foi feito “de acordo com o modelo” mostrado a Moisés (Hb 8:5). Era uma "cópia” do “grande original." no Céu (GC, 414). Em visão, João foi conduzido ao santuário celestial (Ap 15:5), onde viu a arca (Ap 11:19), o altar do incenso (Ap 8:3-5) e possivelmente os candelabros (Ap 1:12; 11:4). Assim, há “provaindiscutível da existência de um santuário no Céu” onde se acha o trono do Governante do universo (GC, 415) e onde Cristo ministra como nosso sumo sacerdote (Hb 8:1, 2).No entanto, é inútil especular quanto às dimensões, aparência exata ou disposição precisa do santuário celestial, pois “nenhuma estrutura terrestre podería representar sua vastidão e glória” (PP, 357). O homem foi feito “à imagem de Deus”' (Gn 1:27), contudo somente Cristo é “a expressão exata do Seu ser” (Hb 1:3). Tudo o que é finito pode no máximo se assemelhar ao que é infinito. Foi mostrado a Moisés não o próprio santuário celestial, mas uma representação dele. O santuário terreno foi feito segundo o modelo do que está no Céu, posto que constituísse uma vivida representação dos diversos aspectos do ministério de Cristo em favor da humanidade caída (PP, 357). Nossa atenção deve se concentrar naquilo que Ele está fazendo por nós ali, como faz Paulo (Hb 3:1; 10:12, 19-22; etc.).O tabernáculo do Céu, como o da Terra, foi estabelecido para lidar com o problema do pecado. Cristo “entrou em Sua obra mediadora” após Sua ressurreição e antes de Sua ascensão 40 dias mais tarde (DTN, 819). Ele estava preparado para assumir Seu ministério sacerdotal em virtude de ter obtido redenção para a humanidade por meio de Seu sangue (Hb 9:12).Salomão sabia que mesmo o templo construído por ele, embora excedesse o tabernáculo do deserto em tamanho e beleza, não podia conter Deus (lRs 8:27). Entretanto, Deus o reconheceu como Sua casa (Is 56:7), como mais tarde fez com o templo de Herodes (Mt 21:13). Ele que habita “no alto e santo lugar” também habitará “com o contrito e abatido de espírito” (Is 57:15).
Ex.25:10 10. Uma arca. É possível que a palavra hebraica traduzida como “arca” provenha de uma raiz que significa “reunir”, “juntar”. Assim, uma “arca” seria um recipiente no qual se podiam reunir coisas para serem guardadas em segurança. A palavra assíria arãnu, relacionada a essa palavra hebraica, significa "caixa” e deriva da raiz araniu, ‘cobrir”.Um côvado. Os hebreus, assim como os egípcios, usavam um côvado curto e um longo. Embora o comprimento do côvado hebreu seja uma questão de conjectura, sabe-se que o côvado egípcio comum tinha 45 cm e o côvado real 52 cm. E provável que os hebreus conhecessem essas duas medidas, uma vez que construíram cidades egípcias. Posto que na época de Ezequias os hebreus tivessem um côvado de cerca de 44,5 cm (ver p. 143), aproximadamente a medida do côvado egípcio comum, pode-se supor que essa medida tenha sido usada para construir o tabernáculo. Da mesma forma, a arca teria cerca de 111 cm de comprimento e 67 cm de largura e altura.
Ex.25:11 Sem comentário para este versículo
Ex.25:12 12. Nos quatro cantos. Literalmente, "seus quatro pés”. As argolas não eram fixadas aos “cantos” superiores, mas aos quatro pés ou bases. Os varais inseridos nessas argolas (v. 13) deviam ficar sobre os ombros dos homens que carregassem a arca durante a época das peregrinações de Israel. Esses "varais” deviam ficar em seu lugar (v. 15) para evitar que se tocasse qualquer parte da arca em seu traslado. Dado que esses varais não faziam parte da arca em si, não se cometia sacrilégio ao tocá-los ou manuseá-los (ver 2Sm 6:6, 7).
Ex.25:13 Sem comentário para este versículo
Ex.25:14 Sem comentário para este versículo
Ex.25:15 Sem comentário para este versículo
Ex.25:16 16. O Testemunho. Ou seja, as duas tábuas de pedra contendo os dez mandamentos (Êx 30:6; 31:18; 32:15, 16). O principal objetivo da arca era servir como um depósito para a santa lei de Deus. Devido ao fato de as tábuas de pedra serem uma transcrição do caráter e da vontade de Deus, e, além disso, terem sido gravadas por Sua própria mão, eram tidas como o objeto mais sagrado do santuário. Portanto, a arca era chamada de “tabernáculo do Testemunho” (Êx 38:21; Nm 9:15; etc.).A lei também era conhecida como “a aliança” (Dt 4:12, 13; 9:9-15), e, portanto, a arca era chamada de "arca da aliança” (Dt 31:26; Hb 9:4; etc.).
Ex.25:17 17. Um propiciatório. A palavra traduzida como propiciatório vem de uma raiz que significa "cobrir”, ou seja, “perdoar”' o pecado. Ele representava a misericórdia divina. Era de “ouro puro ”, indicando que a misericórdia é o mais precioso dos atributos divinos. Seu lugar era em cima da lei, assim como a misericórdia transcende a justiça (SI 85:10; 89:14). A arca com sua justiça e o propiciatório com sua misericórdia eram necessários para revelar plenamente a maneira como Deus age com os seres humanos. A misericórdia sem a justiça é sen- timentalismo débil, que subverte toda a ordem moral. Por outro lado, a justiça sem misericórdia é severidade moral, impecável na teoria, mas revoltante a Deus e aos homens.A arca e o propiciatório constituíam o coração do santuário. Acima do propiciatório estava o shekinah, símbolo da presença divina. As tábuas da lei dentro da arca testificavam o fato de que o reino de Deus está fundado num padrão imutável de justiça (SI 97:2), o qual é mantido até mesmo pela graça divina. Não se pode conceder graça de modo a anular a lei (Rm 3:31). Quando o pecado é perdoado, a reivindicação da lei contra o pecador deve também ser satisfeita. O propósito do evangelho é assegurar ao pecador o perdão de seus pecados pela fé num meio que não “anula” a lei, antes a “confirma". Enquanto as tábuas dentro da arca testificavam contra o povo, o propiciatório apontava um meio pelo qual as exigências da lei pudessem ser satisfeitas e o pecador, salvo da morte, o castigo da lei. Com base somente na lei, Deus e o homem não podem voltar a se unir, uma vez que o pecado o separa dEle (Is 59:1, 2). O propiciatório espargido de sangue deve intervir, pois somente pela mediação de Cristo em nosso favor podemos nos aproximar de Deus (Hb 7:25).
Ex.25:18 18. Querubins. Não se conhece ao certo a raiz desta palavra. Os querubins estavam unidos ao propiciatório, um de cada lado (ver Gn 3:24). Uma asa de cada anjo ficava estendida para o alto e a outra dobrada sobre seu corpo (ver Ez 1:11) em sinal de reverência e humildade. A posição dos querubins, com o rosto virados para o centro e para baixo, em direção à arca, representava a reverência com a qual a hoste celestial considerava a lei de Deus e seu interesse no plano da redenção.
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Ex.25:20 Sem comentário para este versículo
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Ex.25:23 23. A mesa de madeira de acácia. Após deixar o santíssimo, Moisés descreve a mobília do lugar santo. O primeiro artigo a ser mencionado é a mesa dos pães da proposição. Marcos os chama de “pães da proposição” (Mc 2:26), “pães da Presença” (NVI) ou “pães oferecidos a Deus” (NTLH), literalmente, “os pães da apresentação”, ou seja, os pães apresentados a Deus. Paulo usa a mesma palavra grega em Hebreus 9:2. Esta mesa tinha cerca de 88 cm de comprimento, 45 cm de largura e 66 cm de altura (ver com. de I \ 25:10); adentrando-se ao tabernáculo, ela estaria à direita, ou ao norte (40:22).
Ex.25:24 24. Uma bordadura de ouro aoredor. Era uma bordadura ou moldura ao redor da mesa para impedir que os objetos que estivessem sobre ela caíssem. Josefo menciona que as “quatro argolas” (v. 26) estavam inseridas aos pés da mesa, e por elas passavam os “varais” para carregá-la {Antiguidades, iii.6.6).
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Ex.25:28 Sem comentário para este versículo
Ex.25:29 29. Os seus pratos. Provavelmente os pratos nos quais os pães eram colocados. As “colheres” (AA e ACF) eram as xícaras ou potes dentro dos quais o incenso era queimado, como se pode ver no baixo relevo da mesa no Arco de Tito, erigido em Roma para comemorar a captura de Jerusalém em 70 d.C, As “cobertas” (ACF), literalmente, “jarras” ou “jarrões”, e as “taças” eram usadas para as ofertas de vinho, que acompanhavam as ofertas de manjares (Lv 23:13, 18, 37; etc.).Em que se hão de oferecer. Literalmente, “verter”.
Ex.25:30 30. Porás sobre a mesa. Os pães da proposição ou “pães da Presença” consistiam de 12 pães ou bolos, substituídos a cada sábado. Os pães retirados, considerados sagrados, eram comidos pelos sacerdotes no “lugar santo” (Lv 24:5-9). Esses 12 pães constituíam uma oferta perpétua de agradecimento a Deus das 12 tribos, pelas bênçãos recebidas diariamente. Num sentido mais elevado, os pães apontavam para o pão espiritual, Jesus Cristo.
Ex.25:31 31. Um candelabro. Segundo sua representação no Arco de Tito e confirmada por Josefo (Antiguidades, iii.6.7), o “candelabro” tinha uma coluna central da qual se desprendiam para cima três pares de hastes (v. 35), que alcançavam um mesmo nível. Suas dimensões não são dadas, mas era feito de ouro puro. Suas hastes eram decoradas com “cálices” em formato de amêndoa (v. 33), com “maçanetas”” que se assemelhavam a romãs, e com “flores”, de acordo com alguns eruditos. Uma a uma as lâmpadas do “candelabro” eram preparadas a cada pôr do sol, e novamente pela manhã (Ex 27:20, 21; 30:7, 8; Lv 24:3, 4). Nunca ficavam apagadas todas as lâmpadas ao mesmo tempo (PP, 348). Para quem entrava no primeiro compartimento do tabernáculo, o candelabro estaria à esquerda, ao sul (Ex 40:24).
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Ex.25:38 38. Espevitadeiras. Eram pinças ou instrumentos para limpar os pavios das lâmpadas. Os “apagadores” eram recipientes que recebiam a parte dos pavios removidos pelas espevitadeiras.
Ex.25:39 39. Um talento de ouro puro. Equivalente a 34,19 kg. Esta peça teria 12,06 cm de lado e formaria um cubo de cerca de 1.754 cm’. Em certo sentido, o “candelabro” representava o povo de Deus como a luz moral e espiritual do mundo, de forma individual (Mt 5:14- 16; F1 2:15) e como igreja (Ap 1:12, 20).Representava também o poder do Espírito Santo para iluminar a igreja (Zc 4:2-6; Ap 4:5). No entanto, como mencionado antes, também aponta para nosso Senhor e SalvadorJesus Cristo (Jo 9:5), que é a luz do mundo (Jo 1:4; 8:12; 12:46) e que outorga à alma “toda boa dádiva e todo dom perfeito” que vem do “Pai das luzes” (Tg 1:17).Capítulo 26para servirem de tenda sobre o tabernáculo; onze cortinas farás.cinco para as tábuas de um lado do tabernáculo,
Ex.25:40 Sem comentário para este versículo
Ex.26:1 1. O tabernáculo. Da palavra mishkan, ‘'habitação”, derivada de shakan, "habitar”. Está relacionado com shekinah, a gloriosa presença de Deus (ver com. de Èx 25:8 e Gn 3:24) no santíssimo (Ex 25:22). A palavra “tabernáculo” pode ser traduzida de forma mais exata atualmente como “tenda” ou “habitação”.A mobília sagrada do “tabernáculo” já foi descrita, com exceção do altar de incenso.Essa descrição aparece em Êxodo 30:1-10. O capítulo 26 trata das orientações para se construir o “tabernáculo” sagrado. Ele tinha duas partes principais:a. Um recinto quadrangular de 30 côvados de comprimento por 10 côvados de largura e 10 de altura (13,34 m por 4,45 m por 4,45 m; ver com. de Êx 25:10) aberto numa de suas extremidades. Os três ladoseram feitos de tábuas de acácia cobertas com ouro.b. Uma tenda de pelos de cabra, provavelmente plana na parte superior, se estendia sobre o tabernáculo. A palavra “tenda" está traduzida corretamente no v. 7. Já no v. 14, ela é traduzida como “coberta”. Depois, aparece corretamente em outra parte do capítulo (v. 36). Por cima da tenda de pelos de cabra, havia uma cobertura exterior de “peles de carneiro tintas de vermelho” ou peles de carneiro curtidas, e “peles finas” (ARA) ou “peles de texugo” (ACF; ver com. de Ex 25:5).Havia partes secundárias à estrutura, como:a. As bases, que serviam para sustentar e apoiar as tábuas verticais que encerravam o tabernáculo.b. Os encaixes usados para unir essas tábuas.c. O “véu” ou cortina, que se estendia de um lado ao outro do tabernáculo, separando-o em dois compartimentos. O primeiro compartimento, o “lugar santo” ou “primeiro tabernáculo” era duas vezes mais comprido que o “lugar santíssimo” (Ex 26:15-25, 33; ver lRs 6:16-20; Hb 9:2-7). Media 20 côvados de comprimento por 10 de largura (8,89 m por 4,46 m). O “lugar santíssimo” ou o “Santo dos Santos” (Hb 9:3) tinha 10 côvados de comprimento e 10 de largura (4,46 m por 4,46 m).d. Uma cortina cobria a frente, onde não havia tábuas.Dez cortinas. Unidas entre si, formavam a primeira das quatro “tendas” (Ex 26:7), e assim algo como o teto dos dois compartimentos. Estas cortinas mediam dois côvados a menos do que as cortinas externas (v. 2 e 8), implicando que a cobertura interior tivesse, em cada lado do tabernáculo, um côvado a menos que a cobertura exterior.Querubins. Visto que os materiais usados por Aoliabe em suas bordaduras fossem idênticos aos mencionados nesta passagem, faz sentido pensar que estes “querubins’’fossem bordados nas “cortinas” (Èx 35:35; 38:23). Os querubins representavam a hoste de anjos que servem ao Senhor e cumprem Suas ordens (SI 103:20, 21; ver com. de Gn 3:24).
Ex.26:2 2. O comprimento. Cada cortina tinha 12,45 m de comprimento e 1,78 m de largura. Não havia nada de atrativo no tabernáculo visto de fora. No entanto, o interior era algo de muita beleza, com ouro e “cortinas” de cores azul, púrpura e carmesim e os querubins bordados nelas.
Ex.26:3 Sem comentário para este versículo
Ex.26:4 Sem comentário para este versículo
Ex.26:5 Sem comentário para este versículo
Ex.26:6 Sem comentário para este versículo
Ex.26:7 7. Cortinas de pelos de cabra (ARC). Os árabes ainda usam pelos de cabras para tecer tendas. Era o pelo de cabra que dava solidez ao santuário e o protegia de climas úmidos e de tempestades. Essas “cortinas” tinham dois côvados a mais que as interiores, de linho, ou 13,34 m de comprimento. Colocadas em cima do tabernáculo, alcançavam as “bases” de prata em cada lado (ver v. 19). Proporcionavam ampla proteção para a parede posterior do tabernácu lo, bem como para a parte superior da frente.
Ex.26:8 Sem comentário para este versículo
Ex.26:9 Sem comentário para este versículo
Ex.26:10 Sem comentário para este versículo
Ex.26:11 Sem comentário para este versículo
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Ex.26:13 Sem comentário para este versículo
Ex.26:14 14. Peles de carneiro. Esta cobertura devia estar por cima das cortinas de pelos de cabra para assegurar proteção extra em relação ao clima. Não se menciona o tamanho, mas deve ter sido suficiente para cobrir as cortinas (v. 7).Peles finas. Para a expressão hebraica, ver com. de Ex 25:5.
Ex.26:15 15. Farás [...] tábuas. Estas tábuas tinham 4,45 m de comprimento por 66 cm de largura (v, 16). Ficavam em pé, calçando os dois encaixes (v. 17) de cada tábua em duas bases de prata. As tábuas eram revestidas de ouro (v. 29).
Ex.26:16 Sem comentário para este versículo
Ex.26:17 Sem comentário para este versículo
Ex.26:18 Sem comentário para este versículo
Ex.26:19 19. Quarenta bases. Cada uma pesava um talento, ou seja, 34,2 kg (Ex 38:27). Cada uma equivalia a um cubo de prata com pouco menos de 14,7 cm cada lado. As bases eram colocadas lado a lado no chão, formando um fundamento contínuo das paredes de tábua. Para a parede ao norte, exigiram-semais quarenta bases (26:21), 16 para a parede ao oeste e quatro para as colunas entre os dois compartimentos, 100 bases ao todo (38:27). Segundo os comentaristas, o fato de o tabernáculo se erguer do solo sustentado por esse fundamento de prata tipifica que a igreja deve estar separada do mundo. Aqui ela não tem um lugar de descanso permanente, mas anseia pela fé a “cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e o edificador” (Hb 11:10). Aqui não temos “cidade permanente, mas buscamos a que há devir” (Hb 13:14).
Ex.26:20 Sem comentário para este versículo
Ex.26:21 Sem comentário para este versículo
Ex.26:22 Sem comentário para este versículo
Ex.26:23 Sem comentário para este versículo
Ex.26:24 Sem comentário para este versículo
Ex.26:25 Sem comentário para este versículo
Ex.26:26 26. Travessas. Para manter as tábuas em seu lugar e para reforçar as paredes, cinco travessas deviam ser feitas para cada lado e para o lado posterior ocidental, quatro delas deviam passar por argolas presas às tabuas. A quinta travessa ou travessa do meio em cada parede devia passar pelo centro das tábuas (ver v. 28). E provável que as quatro travessas visíveis de cada parede estivessem na parte externa do tabernáculo.
Ex.26:27 Sem comentário para este versículo
Ex.26:28 Sem comentário para este versículo
Ex.26:29 Sem comentário para este versículo
Ex.26:30 Sem comentário para este versículo
Ex.26:31 31. Um véu. Este deveria ser do mesmo material e ornamentado da mesma maneira que as “dez cortinas” que formavam a cobertura interior para o forro e as paredes do tabernáculo (v. 1), e como essas, tinha figuras de querubins trabalhados a fios de ouro e prata (PP, 347).
Ex.26:32 32. Quatro colunas. O “véu” (v. 31) devia ser suspendido “sobre quatro colunas”. A “cortina” para a “porta da tenda” estava suspensa sobre “cinco colunas” (v. 36 e 37). O véu interno não se estendia até ao alto do edifício, mas permitia que a glória de Deus manifestada por cima do propíciatório fosse parcialmente visível no primeiro compartimento (PP, 353). As quatro colunas tinham “colchetes” de ouro e estavam sobre "quatro bases de prata”, do mesmo modo que as tábuas nas paredes (v. 15, 19).
Ex.26:33 33. Colchetes. Os “colchetes” eram os ganchos que sustinham o véu. Somente o sumo sacerdote adentrava o véu que separava o lugar santo do santíssimo, e isso era feito apenas umavez ao ano, no Dia da Expiação (Lv 16; Hb 9:7). As várias partes do serviço “diário”' eram realizadas diante do véu, ou no lugar santo.
Ex.26:34 Sem comentário para este versículo
Ex.26:35 Sem comentário para este versículo
Ex.26:36 36. Um reposteiro. Esta “cortina” cobria a extremidade oriental do tabernáculo, ou a frente dele. Alguns eruditos bíblicos acreditam que era possível levantar ou baixar esta cortina, como se desejasse.
Ex.26:37 "37. Cinco colunas. Há uma divergência de opinião quanto a se o tabernáculo tinha um teto plano ou de duas águas. Há evidência de que provavelmente fosse plano:
1. As cortinas exteriores (v. 8) tinham 30 côvados de comprimento (15 m), a medida exata exigida para formar um teto plano e se estender para baixo em ambos os lados como uma cobertura para as paredes de tábuas revestidas de ouro. Um teto de duas águas exigiría uma porção maior de cortinas para cobrir o teto e deixaria uma porção proporcionalmente menor para cobrir os lados. Desse modo, ficaria exposta uma parte das tábuas revestidas de ouro, sendo que esse metal precioso era reservado para o interior da estrutura. O fato de a cortina interior ter dois côvados a menos que as três externas que a cobriam indica que estas últimas foram feitas para proteger a primeira e que provavelmente chegavam até próximo do chão. 2. Não se menciona uma cumeeira, nem está implícito o uso de uma. Além disso, não há nada que indique que as cinco “colunas” tivessem tamanhos diferentes. 3. Não há menção da lorma de cobrir, nas extremidades, os triângulos formados por um teto de duas águas, e seria pouco provável que essas extremidades fossem deixadas descobertas. Além disso, o véu que separava o lugar santo do santíssimo não se estendia até ao alto do edifício (PP, 353), de modo que a luz do shekinah era parcialmente visível no primeiro compartimento do santuário. 4. O tabernáculo era uma estrutura provisória, portátil, designada para o uso duranteas peregrinações no deserto, até a construção de um edifício mais permanente na terra prometida. A quantidade insignificante de chuva no deserto árido não faria com que um teto plano fosse uma inconveniência.Assim, conquanto não haja evidências, parece provável que o teto era plano. Desenhos do tabernáculo que mostram um teto de duas águas são baseados apenas na concepção do artista.Capítulo 27de altura; as suas cortinas serão de linho fino retorcido, e as suas bases, de bronze.tragam azeite puro de oliveira, batido, para o candelabro, para que haja lâmpada acesa continuamente."
Ex.27:1 1. O altar. Tinha 2,22 m2 e 1,33 m de altura. Em geral, os templos antigos eram cercados de áreas abertas onde eram oferecidos sacrifícios e de onde a fumaça pudesse, ser logo dissipada. Assim como no relato do próprio tabernáculo, a mobília foi descrita primeiramente, o altar é descrito antes do átrio. Era mais uma armação de altar do que um altar propriamente dito (v. 8). Os altares antigos costumavam ser quadrados, como este (ver 2Cr 4:1), ou redondos.O altar do holocausto, com o sangue vertido, representa a grande verdade do evangelho da expiação do pecado por meio do sacrifício vicário de Cristo (Is 53:4-7, 10; At 20:28; Ef 1:5-7; Hb 13:10-12; IPe 1:18, 19; Ap 5:9). A própria posição desse altar, próximo à porta do átrio, indica a necessidade primária do pecador de ter seus pecados lavados pelo sangue de Cristo (ver Hb 9:13, 14; IJo 1:7; Ap 7:14); e, até que isso seja feito, ele não deve sequer adorar a Deus ou mesmo entrar na Sua presença (Hb 9:22). O altar testemunhava da culpa do pecador e de sua necessidade de expiação e reconciliação, e lhe assegurava que isso tinha sido alcançado (Jo 1:29; Rm 5:10; 2Co 5:18, 19; Cl 1:20).
Ex.27:2 2. Quatro chifres. Isto é, “seus chifres’’. Eles sobressaíam dos quatro cantos superiores do altar. A expressão “uma só peça” indica que os chifres eram parte do próprio altar, e não que lhe foram acrescidos. O sacerdote tocava nestes chifres com o dedo, molhado no sangue do sacrifício pelo pecado (Êx 29:12; Lv 8:15; 9:9; 16:18). Algumas vezesse atavam a esses chifres animais que seriam sacrificados (SI 118:27, ARC). Criminosos que se refugiavam no santuário se agarraram a eles (lRs 1:50, 51; 2:28). Na descrição do segundo advento do Senhor crucificado, o profeta Habacuque (3:4) vê “chifres que saem da sua mão” (KJV); “ali”, nas marcas dos pregos nas mãos de Cristo, “está velado o seu poder”.A palavra qeren, "chifre”, designava originalmente o chifre de um animal (Dt 33:17). Tendo em vista que um animal que tem chifres os usa para atacar outros animais, os chifres se tornaram símbolo de força e poder (lSm 2:1, 10; SI 75:10; 112:9; etc.). Nesse sentido, Davi se referiu a Deus como "a força da minha salvação” (2Sm 22:3; SI 18:2; Lc 1:69), literalmente, “chifre”, como na KJV. A palavra “chifre” é usada como símbolo de força e poder do povo escolhido de Deus (SI 148:14; Ez 29:21; etc.). Assim, o “chifre” se tornou símbolo do poder nacional e loi usado em geral pelos profetas nesse sentido (Jr 48:25, KJV; Dn 7:11, 8:3; Ap 12:3; etc.).
Ex.27:3 3. Recipientes. As “pás” eram usadas para remover as cinzas do altar e colocá-las nos “recipientes”. As “bacias” eram vasilhas que recebiam o sangue dos sacrifícios que depois era vertido sobre o altar. Os “garfos” eram de três dentes (lSm 2:13), usados para acomodar as várias partes dos sacrifícios cortadas sobre o altar. Os “braseiros” serviam para tirar as brasas do altar.Bronze. Uma mistura de cobre e estanho. O bronze feito de cobre e zinco era desconhecido.
Ex.27:4 4. Grelha. Uma pesada grelha de bronze era colocada à metade da altura do altar entre a base e o topo (v. 5). Nas quatro extremidades da grelha de bronze havia argolas, pelas quais passavam varais revestidos de bronze, para o transporte do altar (v. 6, 7).
Ex.27:5 5. Rebordo. E provável que fosse uma borda ao redor da parte superior do altar que facilitava ao sacerdote colocar ali as ofertas.
Ex.27:6 Sem comentário para este versículo
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Ex.27:8 Sem comentário para este versículo
Ex.27:9 9. O átrio. O átrio era cercado ao sul e ao norte por “cortinas" de linho. Ele tinha 44,45 m de extensão.
Ex.27:10 Sem comentário para este versículo
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Ex.27:12 12. O lado do ocidente. A cortina neste lado do pátio tinha 22,23 m. Portanto, o átrio era retangular.
Ex.27:13 Sem comentário para este versículo
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Ex.27:15 Sem comentário para este versículo
Ex.27:16 16. A porta do átrio. Na parte central do lado oriental havia uma “cortina” com cerca de 8,9 m de comprimento. A cada lado dela havia uma “cortina” de 6,65 m de comprimento e do mesmo material do “véu” e da “cortina” da “porta da tenda” (Êx 26:33, 36).
Ex.27:17 17. Todas as colunas. Ao todo 60 “colunas” sustentavam as “cortinas” ao redor do átrio, ou uma a cada 3,46 m em média. As “colunas” eram provavelmente de madeira de acácia revestidas cie bronze e eram colocadas em “bases” também de bronze (v. 10). Não se dá o peso exato dessas bases, mas cada uma devia ter aproximadamente menos de um talento (ver Êx 38:29-31).
Ex.27:18 18. Altura. A altura das “cortinas” ao redor do átrio era de cinco côvados, ou 3,46 metros. Isso era metade da altura do tabernáculo, o qual era, desse modo, perfeitamente visto pelo povo do lado de fora (PP, 347). Apenas os sacerdotes e levitas podiam transitar livremente no átrio, que representava a primeira etapa na aproximação do mundo até Deus, por parte do ser humano. O sacrifício expiatório no altar do holocausto e o ato de se lavar (Ex 30:18) precediam a comunhão com Deus.
Ex.27:19 19. Os utensílios. Certamente havia muitos utensílios usados no serviço do santuário, entre eles a bacia (Ex 30:18). As “estacas” mantinham as coberturas dotabernáculo esticadas e as “colunas" em seus lugares. Esses acessórios tinham uma função importante. Talvez não pudessem ser equiparados em importância à mobília nos dois compartimentos do tabernáculo e ao altar do holocausto; contudo, sem eles os sacerdotes não poderiam ministrar. Eles eram como os indispensáveis “dons” que Deus sempre colocou “na igreja” (iCo 12:28).
Ex.27:20 20. Azeite puro de oliveira. O azeite era preparado de azeitonas verdes batidas num morteiro, em vez de trituradas no moinho. Como resultado, era claro e incolor, queimava com uma chama viva e fazia pouca fumaça.Acesa continuamente. As lâmpadas nunca ficavam apagadas todas a um tempo, mas espargiam sua luz dia e noite (PP, 348) exceto quando o tabernáculo estava sendo transportado de um lugar para outro. As lâmpadas eram acesas de manhã e à tardinha (Êx 30:7, 8).
Ex.27:21 21. Na tenda da congregação. Eranesta tenda que Deus Se encontrava com Moisés (Êx 25:22) e que o povo se reunia para se encontrar com Deus (Êx 29:42; Nm 10:3).Diante do Testemunho. Ou seja, diante da arca que continha o “Testemunho” ou as tábuas de pedra com os dez mandamentos (Êx 31:18; 32:15, 16).Desde a tarde até pela manhã. Havia um cuidado especial para que as lâmpadas não se apagassem à noite. Uma vez que a expressão “estatuto perpétuo” não aparece com frequência no livro de Êxodo, seu uso deve indicar itens de importância especial. A "lâmpada acesa continuamente" (ver Lv 24:2) era um lembrete perpétuo dAquele em quem não há “treva nenhuma” (IJo 1:5). Assim deveria ser com a igreja, “a luz do mundo” (Mt 5:14). Sua luz nunca deve se apagar (ver Jo 3:19-21). A “lâmpada acesa continuamente” no santuário representava a “verdadeira luz”, "a luz dos homens” (Jo 1:4-9; DTN, 464). Apontava também para as Sagradas Escrituras, que são lâmpada para os pés (SI 119:105; Is 40:8).O azeite de oliva é um símbolo do Espírito Santo, a fonte e o meio da iluminação espiritual (Zc 4:2-6; At 2:1-4).Era propósito de Deus que Israel fosse luz para as nações ao redor (PJ, 286). A ‘'vantagem” que os judeus tinham era“principalmente’’ que a eles “foram confiados os oráculos de Deus” (Rm 3:1, 2), ou seja, a palavra profética que predizia a vinda da Palavra viva, “a verdadeira luz que vi nda ao mundo ilumina a todo o homem" (Zc 4:1- 4; Jo 1:9; DTN, 463).Capítulo 28mesma obra de ouro, e estofo azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino retorcido.
Ex.28:1 1. Faze também vir para junto de ti. Até esse momento Moisés tinha sido o único meio de comunicação entre Deus e o povo. Foram dadas algumas tarefas a Arão e a seus filhos que haviam sido deveres de Moisés. Como o mais manso de todos os homens (Nm 12:3), Moisés de boa vontade entregou suas prerrogativas, demonstrando caráter nobre e semelhante ao de Deus (Lv 8:1-30; cf. Jo 3:30). Ele percebeu que após a lei ter sido dada, havia a necessidade de um sacerdócio; o estabelecimento do tabernáculo o exigia. Com a proclamação oral da lei de Deus veio também uma conscientização cada vez maior do pecado (Rm 3:20; 7:9). Isso requeria um sacerdócio para lazer mediação entre os pecadores e o Deus santo (ver Hb 2:17; 5:1-3), para servir como um elo entre o sagrado e o profano. Além disso, a aliança tornou Israel “um reino de sacerdotes” (Ex 19:5, 6), e esse chamado sacerdotal da nação devia ser atendido oficialmente pela casa de Arão como representante do povo (Nm 3:12; 8:17, 18). O desejo de Deus ao construir o tabernáculo era que Ele pudesse “habitar no meio deles” (Ex 25:8), mas apenas aqueles consagrados como sacerdotes para representarem o povo deviam se aproximar da presença sagrada dentro do santuário. \ssim, quando intercedia perante Deus em favor do povo, o sumo sacerdote o fazia em nome deste.Nadabe e Abiú aparecem juntos, assim como Eleazar e Itamar. Essa separação dos dois pares de irmãos se deve provavelmente ao pecado e à morte prematura dos dois primeiros (Lv 10:1, 2). Não se sabe nada acerca de itamar após a morte de seus irmãos mais velhos (Lv 10:6, 12). Eleazar se tornou sumo sacerdote (Nm 34:17; Js 14:1). A família sacerdotal fundada por itamar incluía Eli (lSm 1:9; cf. lRs 2:27; iCr 24:3, 6) e continuou após o cativeiro (Ed 8:2).
Ex.28:2 2. Vestes sagradas. Deixando a descrição dos objetos inanimados do tabernáculo, as instruções se voltam para as pessoas que oficiavam ali. Ao escolher aqueles que seriam sacerdotes, Deus passa a prescrever- -lbes vestes especiais que seriam o sinal distintivo da função.Para glória. As vestes deviam ser “para glória”, a fim de elevar o ofício sacerdotal aos olhos do povo, de modo que considerassem o ministério sacerdotal com grande reverência. Essas vestes também serviría para distinguir os sacerdotes como uma classe separada, em certo sentido, acima cio restante da nação. Além disso, as vestes eram para os próprios sacerdotes um lembrete constante de sua sagrada posição e de sua exigência para se ter uma vida consagrada. As vestes os ajudavam a recordar que eram “despenseiros dos mistérios de Deus” (ICo 4:1).E ornamento. As vestes sagradas eram para “ornamento” de modo que se harmonizassem com a riqueza e o esplendor do tabernáculo onde os sacerdotes ministrariam, e para enfatizar a “beleza da Sua santidade” (lCr 16:29; SI 29:2; 96:9). As belezas da natureza indicam que o Criador é amante do belo e que Lhe agrada a beleza do culto que Lhe rendemos. As vestes do sumo sacerdote não eram apenas diferentes das vestes dos sacerdotes comuns, mas muito mais atrativas. Sua textura era trabalhada a ouro, e pedras preciosas as faziam brilhar. Tudo foi feito para torná-las bonitas e impressionantes. Os sacerdotes deviam usar suas vestes sagradas quando servissem no santuário, mas nunca em outras ocasiões (ver Ex 35:19; Lv 16:4, 23, 24; Ez 42:14; 44:19). Essas vestes representavam o caráter de Deus, o qual devia ser reproduzido no coração e na vida de Seu povo (ver Is 61:10; 64:6; Zc 3:3, 4; Mt 22:11; Ap 19:8). O fato de as cores e os materiais das vestes do sumo sacerdote serem os mesmos dos usados no véu e na cortina da entrada do tabernáculo sugere a lição de queo caráter dos adoradores, representado pelo sumo sacerdote, devia estar em harmonia com o santuário (ver Mt 5:48; 22:11-13; Ef 1:3, 4; 2:6; Cl 3:1, 2; Tg 1:27; ljo 2:15-17).
Ex.28:3 3. Sábios de coração (ACF). Em contraste com a concepção figurativa moderna do coração como o lugar das afeições e emoções, os israelitas o concebiam como o lugar da sabedoria (Êx 31:6, ARC; 35:10, 25, ARC; Jó 9:4; Pv 11:29; etc.).Para consagrá-lo. Arão devia ser investido nessas “vestes” como parte da cerimônia de sua consagração (Ex 29:5-9; Lv 8:7-13). As vestes também eram para os “filhos de Arão” como seus sucessores no ofício de sumo sacerdote.
Ex.28:4 Sem comentário para este versículo
Ex.28:5 5. Tomarão ouro. Com exceção do ouro, esses materiais são os mesmos usados para o véu que separava o lugar santo do santíssimo (Ex 26:31), as dez cortinas interiores (26:1) e a cortina da porta da tenda (26:36).
Ex.28:6 6. A estola sacerdotal de ouro. A estola era considerada a parte mais sagrada das vestes sacerdotais e se tornou o emblema desse ofício (ISm 2:18, 28; 14:3; 22:18). Ela servia para suster o “peitoral”, as duas pedras de ônix, o urim e o tumim (Ex 28:9, 30). Era uma veste feita em duas partes, uma para cobrir o peito e a outra para as costas, unidas por duas “ombreiras” (v. 7) e, na cintura, por um cinto “de obra esmerada” (v. 8), o qual fazia parte da estola. Ele passava por volta do corpo, sustentando em seu lugar as duas partes da estola. O “ouro” era um fio finíssimo, bordado no tecido após este já ter sido costurado, como era costume no Egito (ver E\ 39:3). “Obra esmerada” (v. 6) refere-se à obra de artesanato habilidosa e artística. Possivelmente os israelitas levaram consigo pequenos teares do Egito. As cores azul, púr- pura e carmesim, o linho fino, o ouro e as pedras da estola conferiram-lhe uma variedade e beleza que a tornava a mais gloriosa de todas as vestes sacerdotais. A variedade tem encanto em si mesma e é uma característicada igreja na qual “os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo” (ICo 12:4).
Ex.28:7 Sem comentário para este versículo
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Ex.28:9 9. Duas pedras de ônix. Tem havido divergência de opinião quanto a que pedras se refere a palavra traduzida por “ônix”. Segundo a LXX, eram “esmeraldas”. Josefo as chama de “sardônio”, a melhor variedade da pedra ônix (Antiguidades, iii.7.5). E provável que “ônix” fossem as pedras designadas por serem excelentes para se gravar. No Egito, o anel real tinha gravado o nome de seu dono.
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Ex.28:13 13. Engastes. Isto é, encaixes, obra de fieira, comuns nos ornamentos egípcios. Talvez estivessem costurados à estola. As “duas correntes” (v. 14) ou cordas de ouro trançado eram presas a eles. Essas pedras tinham o duplo propósito de relembrar ao sumo sacerdote que ele carregava sobre seus ombros a solene e sagrada responsabilidade de ser o intercessor entre as doze tribos e Deus, e de relembrar a Deus, por assim dizer, que o sumo sacerdote representava as tribos e oficiava em favor delas.
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Ex.28:15 15. O peitoral do juízo. Devota-se um espaço considerável para uma descrição detalhada desta parte da veste oficial do sumo sacerdote (v. 15-30), indicando sua forma complexa e importância. O principal propósito da estola era suster o peitoral, o qual era colocado por cima da estola, e era seu principal ornamento. A palavra traduzida como “peitoral” significa "ornamento”. Esta deve ter sido a parte mais atrativa e brilhante da vestimenta do sumo sacerdote. Era chamada “o peitoral do juízo [decisão]”, porque servia principalmente para carregar “o urim e o tumim” (v. 30), mediante os quais Deus era consultado e por meio dos quais Ele revelava Sua vontade. Os materiais do peitoral eram os mesmos da estola (v. 6).
Ex.28:16 16. Duplo. Esta espessura daria força extra ao peitoral para carregar as 12 pedras pesadas. Um “palmo” tinha aproximadamente meio côvudo, ou 22,3 cm.
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Ex.28:19 Sem comentário para este versículo
Ex.28:20 Sem comentário para este versículo
Ex.28:21 21. Os nomes dos filhos de Israel. Isto é, segundo os nomes dos filhos de Israel, as 12 tribos. Cada pedra ter ia gravado o nome de uma das 12 tribos. Esses nomes gravados nas doze joias ilustram o valor do homem e da mulher avista do Pai celestial. Deus considera Seu povo como pedras preciosas na caixa de joias de Seu amor (M.I 3:17). Ele considera Sua igreja como uma noiva adornada "com suas joias’’ (Is 61:10). Ela é Sua "propriedade peculiar” (Ex 19:5).No Apocalipse, as “doze portas” e os “doze fundamentos” da muralha da Nova Jerusalém são pedras preciosas nas quais estão “os nomes das doze tribos dos filhos de Israel” e “os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro”, respectivamente (Ap 21:12, 14). O fato de cada uma das doze tribos ser representada por uma joia diferente sugere que cada cristão individualmente tem sua personalidade distinta, sua própria beleza à vista do Céu. Deus não espera que sejamos iguais. Ele nos honra com o que somos e com o que podemos fazer por Ele. Pode haver diferenças quanto à experiência e à habilidade, “diversidade de dons”, mas sempre se manifesta “o mesmo Espírito” (ICo 12:4-7). Cada nome numa joia diferente sugere também que Deus considera Seu povo como indivíduos distintos, conhecidos, amados e protegidos por Ele (SI 87:5, 6; Is 57:15; Mt 25:40, 45; Lc 15:3-10).A atenção dada neste capítulo a cada pequeno detalhe encoraja os que eventualmente sintam não estar fazendo nenhuma grande obra para Deus. Se não existisse a delicada beleza do detalhe, não haveria base apropriada para as coisas mais visíveis e aparentemente mais importantes. Sem um, o outro não poderia funcionar. Que não se desprezem as pequenas coisas (Zc 4:10, ARC), os pequenos serviços feitos com amor. Embora possa ser nada mais que “um copo de água fria a um destes pequeninos [...] de modo algum perderá seu galardão” (Mt 10:42).
Ex.28:22 22. Correntes. Estas deviam ser feitas do mesmo modo que as “duas correntes” do v. 14, isto é, de obra trançada de ouro puro, como uma corda.
Ex.28:23 23. Duas argolas de ouro. Estas serviam para prender o peitoral à estola. Devia haver quatro argolas, uma em cada extremidade superior (v. 23) e uma em cada orla interior (v. 26). Uma corrente de ouro trançado passava em cada uma das duas argolas superiores e prendia-se nos “dois engastes” nas ombreiras (v. 25; cf. v. 11-14). Em cada uma das argolas inferiores passava uma fita azul, que era presa às duas argolas colocadas para esse propósito na frente da estola “sobre o cinto de obra esmerada” (v. 26-28). Seguro dessa forma em suas quatro extremidades, o peitoral não poderia se separar da estola (v. 28).
Ex.28:24 Sem comentário para este versículo
Ex.28:25 Sem comentário para este versículo
Ex.28:26 Sem comentário para este versículo
Ex.28:27 Sem comentário para este versículo
Ex.28:28 Sem comentário para este versículo
Ex.28:29 29. Sobre o seu coração. Arão, assim como os sumo sacerdotes que o sucederam, devia levar os nomes dos filhos de Israel não apenas sobre seus ombros (v. 12), mas também “sobre o seu coração”. Assim ele os apresentava continuamente diante do Senhor sobre seus ombros para mostrar que carregava uma solene responsabilidade por eles, e sobre o coração para indicar seu amor e afeição. Sempre que entrasse no taberná- culo em favor do povo, seu coração se inclinava diante do Senhor pela consciência de seu pecado e da necessidade de um Salvador. Cristo, nosso sumo sacerdote no santuário no Céu (Hb 3:1; 8:1, 2), aceitou a responsabilidade por nossa salvação, pois o “governo” do reino da graça está “sobre Seus ombros” (Is 9:6). Ele também nos carrega em Seu coração (ver G1 2:20), pois em todas as nossas “angústias” Ele foi "angustiado” e Se com-ty Opadece das nossas fraquezas (Is 63:8, 9; Hb 2:14-18; 4:14-16).Para memória. O sumo sacerdote carregava os nomes dos filhos de Israel “continuamente ', de modo que pudessem sempre ser lembrados diante de Deus. Ele não deveriajamais esquecer sua posição e responsabilidade como seu representante. Da mesma forma, Cristo "vivendo sempre para interceder” por nós (Hb 7:25), nos tem gravados nas palmas de Suas mãos (Is 49:16).
Ex.28:30 30. O Urim e o Tumim. Estas palavras significam, respectivamente, “luz” e “perfeição”. Embora não se refira de forma específica ao urim e ao tumim pelo nome, Josefo fala de pedras "brilhantes” no peitoral do sumo sacerdote, “brilho”, diz ele, que havia deixado de ser visto há dois séculos, devido à iniquidade prevalecente (Antiguidades, iii.8.9). Por meio destas duas pedras, Deus revelava Sua vontade. Uma auréola de luz em volta do urim era sinal de aprovação divina nas questões apresentadas diante dEle, e uma nuvem que ensombrava o tumim era sinal de desaprovação (PP, 351). Para exemplos disso, ver 1 Samuel 23:9-12; 28:6; 30:7 e 8. O peitoral era para as vestes do sumo sacerdote o que o propiciatório era para o santuário. Em ambos, Deus revelava Sua glória e vontade (ct. Êx 25:22; SI 80:1; Is 37:16).
Ex.28:31 31. Sobrepelíz. Devia ser vestida pelo sumo sacerdote debaixo da estola. Era tecida sem costura (Êx 39:22; PP, 351; DTN, 746). Sobre o azul deste manto as variadas cores do peitoral e da estola deviam estar ressaltadas em vivo contraste. O manto tipifica a perfeição de caráter, o “manto da justiça” a ser vestido por aqueles que creem em Cristo (Is 61:10; Zc 3:4). Como era “tecida” em uma única peça, tipificava também o manto “sem costura” que Jesus usou (Jo 19:23) e a unidade que Deus deseja para Sua igreja (jo 17:21-23; Ef 4:3, 5, 11-13).
Ex.28:32 32. Uma abertura para a cabeça. O revestimento em volta da abertura a reforçava para impedir que se rasgasse ou descosturasse.
Ex.28:33 33. Romãs. Provavelmente eram borlas em forma de romãs, fixadas à orla do manto.
Ex.28:34 34. Campainha de ouro. As “campainhas" eram de ouro puro (Ex 39:25) e, alternadas com as "romãs”, podiam ser ouvidaspelo povo quando o sumo sacerdote ministrava dentro do santuário (28:35). O tocar das campainhas fazia com que os adoradores soubessem que ele estava oficiando em favor deles na presença de Deus e os instavam a segui-lo em pensamento e em oração à medida que realizava as diferentes partes cio ritual. O som das campainhas unia o sacerdote e o povo em adoração. Se o sacerdote conduzisse o serviço no santuário sem o manto e as campainhas, esse laço de comunhão seria quebrado e separaria o povo de seu intercessor. Seu ministério se conver- teria num procedimento vão, sem razão de ser. Para destacar a importância desse elo entre o povo e seu representante, o castigo pela negligência era a morte (v. 35). As campainhas e as romãs nos recordam que, pela fé, podemos entrar humildemente “no santuário, pelo sangue de Jesus” (ARC) para o perdão dos pecados (Hb 4:16; 10:19). Pela fé podemos também ouvir o som do santuário que dirige nosso coração e nossa mente para onde Cristo está assentado, à destra de Deus, para interceder por nós (Rin 8:34; Cl 3:1-3; Hb 8:1, 2; GC, 427, 428).
Ex.28:35 Sem comentário para este versículo
Ex.28:36 36. Uma lâmina. Esta era a parte mais notável e sobressalente da "mitra” (v. 37). Era colocada na frente, sobre a testa, e, assim, atraía a atenção de todos, talvez ainda mais que o peitoral. Sua posição a tornou “o ponto culminante de todo o traje sacerdotal”. Essa posição adquiriu ainda mais importância com a inscrição que carregava: “Santidade ao Senhor”. A inscrição deu ao povo o mais elevado conceito de religião e apontava para seu objetivo supremo (Lv 11:44, 45; Hb 12:14; IPe 1:15, 16). Era um constante memorial de que, sem esse elemento essencial, toda a adoração seria abominável à vista de Deus (ver Is 1:11-1.7). Com relação ao sumo sacerdote, ela lhe ensinava que seu ministério não deveria se tornar mera formalidade, mas que seu objetivo era a consagração de sua própria vida e da vida do povo. Essa é uma liçãomuito importante para os ministros de Deus atualmente (Is 52:11; lPe 5:2, 3). Os ministros que não levam isso em conta estão sob a mais severa condenação do Céu (ISm 2:12- 36; 3:11-14; 4:11; Ml 2:1-9). A importânciadessa inscrição sobre a mitra explica por que é mencionada mesmo antes da própria mitra.
Ex.28:37 37. Um cordão de estofo azul. Segundo Êxodo 39:31, a 'lâmina” estava atada à mitra por esse “cordão azul”.Na mitra. Ao falar das vestes do sumo sacerdote, Josefo escreveu: “Na cabeça veste um chapéu, não de forma cônica, [...] e sua forma é tal que se parece com uma coroa, feita de grossas faixas de tecido, mas a textura é de linho; é enrolada muitas vezes e está unida por costuras” (Antiguidades, iii.7.3). Segundo essa descrição, a “mitra” era um turbante branco.
Ex.28:38 38. Sobre a testa de Arão. Essa inscrição, que devia estar “sempre” sobre a testa do sumo sacerdote ao ministrar, relembrava-o de sua solene responsabilidade como representante do povo. Como tal, estava vestido, por assim dizer, com a "santidade” de sua investidura gravada na lâmina. Ele era um tipo e representante dAquele 'que não conheceu pecado” e foi feito “pecado por nós” (2Co 5:21), e por meio de quem pode ser feita expiação diante do Pai.
Ex.28:39 39. Tecerás. A “túnica” era um traje longo, de linho branco vestido sobre os “calções de linho” (ver v. 42). Acerca dessa túnica Josefo escreveu: “Essa vestimenta chega até os pés e se cinge ao corpo; e tem mangas ajustadas aos braços” (Antiguidades, i i i.7.2).Um cinto. Era feito de “linho fino retorcido” de cores variadas e bordado com esmero (Êx 39:29).Obra de bordador. O cinto era usado diretamente sobre a túnica debaixo do manto da estola; por isso, não era visto. Embora ficasse escondido, cra cie material caro e bonito. Assim se ensina a lição de que tudoque se devota ao serviço de Deus, seja visto ou não, deve ser do melhor. A motivação em realizar a obra de Deus deve ser a de honrá-Lo, e não apenas fazer aquilo que será agradável à vista das pessoas (G1 1:10; lTs 2:4). A verdadeira piedade não fará distinção entre o visto e o não visto, entre o que está escondido e o que se vê, mas buscará a sinceridade, honestidade e idoneidade em tudo o que pertence a Deus (Ef 6:5-7).
Ex.28:40 40. Para os filhos de Arão. Os v. 40 a 43 descrevem o traje do sacerdote comum. Os “cintos” provavelmente eram do mesmo material e da mesma feitura daqueles do sumo sacerdote. As “tiaras” eram turbantes de linho.Para glória. E de se notar que o traje simples do sacerdote comum, uma túnica de linho branco era "para glória e ornamento” como a do sumo sacerdote (ver v. 2). O branco é usado nas Escrituras como símbolo da pureza (Ap 4:4; 7:9, 14; 19:8).
Ex.28:41 Sem comentário para este versículo
Ex.28:42 42. Calções de linho. Seu tamanho era da cintura até um pouco acima cio joelho.
Ex.28:43 43. Tenda da congregação. Ver com. de Ex 27:21. Os trajes sacerdotais deviam estar sempre “sobre Arão e sobre seus filhos” quando realizavam os serviços sagrados do santuário, a fim de que não fossem culpados de profanar o que era sagrado e, então, punidos com a morte.O sacerdócio arônico era tanto representativo como mediador. O sumo sacerdote, em especial, representava o povo diante de Deus e intercedia a seu favor (Zc 3:3-5; Hb 2:17; 5:1; 8:3). Ele cra o elo vital, entre um Deus santo e um povo pecador. Sob os dois aspectos, o sacerdócio arônico tipificava o sacerdócio celestial. Isso se aplica ao sacerdócio de Cristo (Hb 3:1), à Sua santidade pessoal e à cie Sua investidura (Hb 4:15; 7:26), à Sua representação do povo (Hb 6:19, 20), à Sua obra de mediação e intercessão (Hb 9:11, 12, 24), e à Sua glória celestial (Hb 2:9).Capítulo 29e o porás com o teu dedo sobre os chifres do altar; o restante do sangue derramá-lo-ás à base do altar.e do óleo da unção e os aspergirás sobre Arão e suas vestes e sobre seus filhos e as vestes de seus filhos com ele; para que ele seja santificado, e as suas vestes, e também seus filhos e as vestes de seus filhos com ele.
Ex.29:1 1. Isto é o que lhes farás. Ou seja, com relação à cerimônia da consagração (ver Ex 28:41). O ‘'novilho” e os “dois carneiros” deviam estar prontos para o sacrifício que se seguiría à investidura e à unção, o que explica por que essa preparação é mencionada primeiramente.Sem defeito. Literalmente, “perfeito”, caso contrário seria uma ofensa a Deus (Ml 1:6-14). Todo o rito de consagração enfatizava a necessidade da santidade. Todo ministro do evangelho deveria estudar cuidadosamente os capítulos 28 e 29 de Êxodo para uma compreensão adequada da natureza e responsabilidade de seu serviço sagrado.
Ex.29:2 2. Pães asmos. Estes pães eram cerimonialmente mais puros do que o fermentado, pois o fermento é um símbolo do pecado e da corrupção (Ex 12:15; Mt 16:6, 12; ICo 5:6-8).Amassados com azeite. Literalmente, “misturados com azeite”. O azeite era um ingrediente dos bolos, em contraste com as “obreias”, sobre as quais se derramava azeite.
Ex.29:3 Sem comentário para este versículo
Ex.29:4 4. À porta. Esta provavelmente era a “bacia de bronze” colocada entre a entrada da lenda e o altar de ofertas queimadas, onde se realizavam as várias abluções exigidas pela lei cerimonial (Ex 30:18-21).E os lavarás. Rituais de purificação por meio da água constituíam uma parte importante nas cerimônias das mais antigas religiões. Isso era natural; a limpeza física é uma analogia adequada à limpeza moral e espiritual. Os sacerdotes deviam fazer essas abluções toda vez que entravam na tenda da congregação ou sacrificavam no altar de ofertas queimadas (Ex 30:20), pois deviam estar livres da mancha e da contaminação do pecado antes de ministrar em favor de outros (ver SI 51:7; Js 52:11; Jo 13:10, 11). Além disso, os sacerdotes deviam apresentar sacrifícios por pecados específicos (Lv 4:3-12). O ritual de se lavar relacionava-se com o pecado num sentido mais geral e estava mais relacionadoao ministério do sacerdote do que com sua vida particular.
Ex.29:5 5. Tomarás as vestes. Ver Levítico 8:7-9, para um relato mais completo sobre a investidura de A rã o como sumo sacerdote.
Ex.29:6 6. A coroa sagrada. A lâmina de ouro com seu cordão azul era um tipo de diadema, considerado no Oriente como um emblema de realeza. Indicava o caráter real do sumo sacerdote, que, como um símbolo de Cristo, era tanto sacerdote como rei (Lv 8:9; Zc 6:11- 13; Mt 2:2; 27:37).
Ex.29:7 7. O óleo da unção. Seus ingredientes eram provavelmente de qualidade suprema (ver Ex 25:6; 30:23-25). Em harmonia com a lei mosaica, o azeite era usado para introduzir profetas, sacerdotes e reis em seu ministério. O azeite representa o Espírito Santo e o derramamento do Espírito sobre aqueles que hão de recebê-Lo. O nome grego “Cristo” é o equivalente do hebraico “Messias”, e ambas as palavras têm o significado de “ungido” (ver At 10:38). Portanto, a unção de Arão significava a consagração para o serviço de Deus. De modo semelhante, todas as partes do taber- náculo deviam ser ungidas (Êx 30:26-29).
Ex.29:8 8. Que se cheguem os filhos. Ou seja, à porta da tenda (v. 4). A investidura do sumo sacerdote consistia de nove atos (Lv 8:7-9), ao passo que as dos sacerdotes comuns eram somente três: a colocação da túnica de linho, do cinto e da mitra. Não há menção de que fossem ungidos com óleo, mas apenas do óleo sendo aspergido sobre as vestes (Ex 29:21; Lv 8:30).
Ex.29:9 9. E consagrarás. Literalmente, “encherá ; a mão de”. Nos países do Oriente, a investidura era feita colocando-se na mão do oficiala insígnia do seu cargo. Neste caso, algumas porções dos sacrifícios eram usadas para esse propósito (v. 24).
Ex.29:10 10. O novilho. Ao colocar as mãos sobre a cabeça do animal, Arão e seus filhos se identificavam com ele, e, de forma simbólica, transferiam a ele a culpa por seuspróprios pecados e imperfeições (v. 14; Lv 4:1-4). Não se podia passar por alto o fato de que a lei aceitava como sacerdotes homens sujeitos a fraquezas morais e espirituais (Hb 7:28). Sendo eles próprios pecadores, Arão e seus filhos não estavam capacitados para se apresentar perante Deus em favor de outros. Precisavam oferecer sacrifícios por si mesmos, que eram os seguintes: um sacrifício pelo pecado (Ex 29:10-15), uma oferta queimada (v. 15-19) e um sacrifício pacífico (v. 19-22). Esses sacrifícios, com suas cerimônias correspondentes, deviam se repetir por sete dias consecutivos (v. 35, 36). O altar, contaminado pelos pecados dos que oficiavam ali devia também ser purificado pelo sangue do sacrifício pelo pecado (v. 36, 37).
Ex.29:11 Sem comentário para este versículo
Ex.29:12 12. Tomarás o sangue. Visto que os chifres do altar simbolizavam a glória e o poder da salvação (SI 18:2), o sangue do novilho, símbolo da vida (ver Lv 17:14) de Arão e de seus filhos, e que era apresentado em expiação por seus pecados, devia ser colocado em primeiro lugar sobre eles. O que não era utilizado se derramava à base do altar. Tal era a prática usual com as ofertas pelo pecado (Lv 4:7), sendo este o primeiro exemplo.
Ex.29:13 13. Toda a gordura. A gordura era em geral considerada a melhor parte do sacrifício, e, portanto, a mais aceitável a Deus (ver com. de Lv 3:3, 5). Isto provavelmente se devia em parte ao fato de que ela queimava com uma chama viva e ajudava a consumir o restante do sacrifício.O redenho do fígado. É o omento menor, uma membrana que cobre a parte superior do fígado e o une ao estômago.
Ex.29:14 14. A carne. As partes do sacrifício mencionadas neste versículo eram eliminadas segundo a lei referente aos sacrifícios pelo pecado (Lv 4:11, 12). A maldição do pecado que estava sobre elas as tornavam impróprias para alimento e até mesmo indignas de serem enterradas dentro do acampamento.De modo semelhante, Cristo “sofreu fora da porta” (Hb 13:11-13).
Ex.29:15 15. Um carneiro. Literalmente, “o carneiro”, ou seja, um dos carneiros mencionados no v. 1. O ato de colocar as mãos sobre o carneiro aponta para a natureza vicária do sacrifício. Como uma oferta queimada (v. 18), o carneiro enfatizava a ideia de sacrifício próprio.
Ex.29:16 16. E o jogarás. Ou o derramarás, isto é, de urna bacia em vez de aspergí-lo com as mãos ou com hissopo. A tradição rabí- nica afirma que o sangue era derramado em dois cantos opostos, o nordeste e sudoeste, molhando, dessa forma, os quatro lados além de ser aspergido ‘sobre o altar ao redor”.
Ex.29:17 17. Partirás o carneiro em seus pedaços. Isto é, segundo as divisões naturais do corpo. Depois de as entranhas terem sido lavadas, eram colocadas com os outros ‘pedaços'.
Ex.29:18 18. Queimarás todo o carneiro. A leisobre ofertas queimadas seguia esta prática (Lv 1:9, 13, 17). A oferta queimada tipificava o espírito de sacrifício próprio, consagração plena e dependência constante do sangue expiatório de Cristo, que é aceitável a Deus. Com o sacrifício pelo pecado, a contaminação pelo pecado tornava quase todo o sacrifício inaceitável (v. 14). As palavras “aroma agradável” expressam na característica linguagem humana a ideia de que Deus se agradava do sacrifício e aceitava quem o oferecia (Gn 8:21; Lv 1:9, 13, 17).
Ex.29:19 19. O outro carneiro. Literalmente, “o segundo carneiro” (ver v. 1, 3, 15). Este é chamado de “carneiro da consagração”, no v. 22, e era provavelmente um “sacrifício pacífico” (ver Lv 3).
Ex.29:20 20. Tomarás do seu sangue. A aplicação do sangue do carneiro nos sacerdotes era especial e significativa, o ato culminante da consagração. Indicava completa dedicação da vida e habilidade ao serviço de Deus. De uma forma simbólica, o sangue colocadona “orelha direita" santificava esse órgão para ouvir a palavra do Senhor. Posto na “mão direita" santificava as mãos dos sacerdotes para a obra mediadora. Posto no “pé direito", santificava sua vida como um exemplo aos outros. Em outras palavras, a vida consagrada (ou seja, o sangue) do sacrifício que o sacerdote tinha oferecido era devolvida a ele, para que fosse consagrada ao serviço do Senhor.
Ex.29:21 21. Tomarás, então, do sangue. Este “sangue” e a "unção” parecem ser os únicos ritos exigidos para a consagração dos sacerdotes comuns (Lv 8:30). A mistura do sangue com o óleo sugere a necessidade de justificação por meio do sangue expiatório de Cristo (Rm 3:23-26) e da santificação por meio do dom do Espírito Santo (Rm 15:16).
Ex.29:22 22. A cauda gorda. Isto é, da ovelha oriental de cauda ampla (ver com. de Lv 3:9). A “gordura” é a membrana mencionada no v. 13.
Ex.29:23 23. Um bolo de pão. Sobre o “pão”, o “bolo”, a “obreia” e o “cesto”, ver os v. 2 e 3. Ao colocar estas ofertas nas mãos de Arão e seus filhos, Moisés devia mover as mãos deles de um lado para o outro. Para frente, provavelmente para mostrar que a oferta pertencia a Deus, e para trás, para indicar que era aceita por Deus e devolvida, por assim dizer, com Sua bênção. Esse era o ato de consagração pelo qual se realizava a posse do cargo. Moisés, assim, transferiu a seu irmão e aos filhos dele as funções sacerdotais que ele havia exercido até então. Movendo suas mãos, Moisés os guiou na realização de seu primeiro ato como sacerdotes.
Ex.29:24 Sem comentário para este versículo
Ex.29:25 25. Depois, as tomarás das suas mãos. Contudo, Moisés devia completar o ritual relacionado com a cerimônia de consagração. Determinadas partes da oferta pacífica eram queimadas sobre o altar do holocausto (Êx 29:22; Lv 3:3-5). Nesse caso, Moisés movia o peito da oferta movida. Depois, Arão e seus descendentes deviam seguir o mesmo procedimento ao apresentarem essas ofertas (Lv 7:31-35).
Ex.29:26 Sem comentário para este versículo
Ex.29:27 27. Consagrarás o peito. Os v. 27 e 28 seaplicam a todas as ofertas futuras para consagração. Dali em diante o peito e a coxa direita pertenciam aos sacerdotes. A coxa devia ser elevada em direção ao céu num único movimento, e o peito, movido em direção horizontal num movimento repetido (Lv 7:30-36; Nm 18:11).
Ex.29:28 Sem comentário para este versículo
Ex.29:29 29. As vestes santas. Os v. 29 e 30 também se aplicavam a serviços futuros de consagração. As vestes feitas para Arão deviam ser preservadas após sua morte e usadas na consagração de todo sumo sacerdote que o sucedesse, para serem “ungidos nelas” e “consagrados nelas”. Todo sacerdote, a partir do dia em que começasse a exercer seus deveres, devia usar estas vestes por sete dias (Ex 29:35; Nm 20:24-28).
Ex.29:30 Sem comentário para este versículo
Ex.29:31 31. O carneiro. A porção do carneiro que não era queimada (ver v. 22-25) devia ser comida “no lugar santo”, isto é, "diante da porta da tenda" (Lv 8:31). Em conexão com toda oferta pacífica havia uma refeição sacrifical, na qual participavam os sacerdotes que a ofereciam (Êx 29:27, 28; Lv 7:11-18).
Ex.29:32 32. O pão. Ou seja, o pão, o bolo, a obreia que restavam no cesto, após cada um ter sido oferecido ao Senhor (v. 2, 3, 23).
Ex.29:33 33. E comerão. Todo sacrifício possuía, em maior ou menor grau, qualidades expiatórias. A oferta pelo pecado era totalmente expiatória (Lv 4:2-5), as ofertas queimadas e pacíficas o eram apenas em parte (Lv 1:3; 3:1).O estranho. Não um estrangeiro, mas alguém que não fosse sacerdote (cf. Ex 12:19; 20:10).
Ex.29:34 Sem comentário para este versículo
Ex.29:35 35. Sete dias. O ritual da consagração de Arão e seus filhos devia ser realizado em cada um dos sete dias seguintes. Isso simbolizava a perfeição ideal (ver js 6:3, 4; 1 Rs 18:43, 44; 2Rs 5:14). Visto que esses sacerdotes são símbolos dos ministros de Deus da atualidade, sua consagração mostra a santidade desse ofício e a necessidade de preservá-lo separado do mundo.
Ex.29:36 36. Purificarás o altar. Esse “sacrifício pelo pecado” em favor do altar era o mesmonovilho usado em favor de Arão e seus filhos (ver Êx 29:1, 10-14; Lv 8:15). Moisés ungiu o altar, aspergindo o óleo da unção nele sete vezes (Lv 8:11).
Ex.29:37 37. Sete dias. Toda a cerimônia de consagração devia ser repetida por sete vezes, tanto para os sacerdotes como para o altar.Santíssimo. Literalmente, “santo dos santos” indicando a grande santidade do altar (ver Ex 40:10). Portanto, “tudo que o tocar será santo”.
Ex.29:38 38. Dois cordeiros. Os v. 38 a 42 falam das ofertas contínuas, que se seguiam à consagração do altar.
Ex.29:39 39. Ao pôr do sol. Literalmente, “entre as [duas] tardes” (ver com. de Ex 12:6). Sobre o propósito desses sacrifícios realizados pela manhã e à tarde ver com. de Levítico 1:3. As ofertas “contínuas” (Ex 29:42) eram realizadas nos cultos matutinos e vespertinos do acampamento (SI 16:8; 55:17; lTs 5:17; PP, 354).
Ex.29:40 40. A décima parte. Isto é, um gômer (Ex 16:36; Nm 15:4, LXX). Isso seria o equivalente a 2,2 1 ou 1,7 kg. Diferentes cereais eram usados como “ofertas de manjares” (ver com. de Lv 2:1). A “quarta parte de um him deazeite” seria aproximadamente 1 litro.
Ex.29:41 41. De aroma agradável. Ver com. do v. 18.
Ex.29:42 42. Da tenda da congregação. Depreferência, “a tenda do encontro” (N VI; ver com. de Êx 27:21).
Ex.29:43 43. Ali, virei aos filhos de Israel.Sabendo das provas de Israel em sua peregrinação pelo deserto, Deus encorajou a nação com a certeza de Sua presença. Na dedicação, o tabernáculo ficou cheio da “glória” de Yahweh (Ex 40:34). A presença divina por meio do shekinah loi a verdadeira consagração do tabernáculo, pois tudo o mais eram símbolos e figuras (ver com. de Gn 3:24). Assim, Deus não somente pôs Seu nome ali (Dt 12:21), mas também Sua presença visível.
Ex.29:44 44. Santificarei. Isto foi realizado de forma miraculosa quando Arão colocou seu primeiro sacrifício sobre o altar (Lv 9:24).
Ex.29:45 45. E habitarei no meio dos filhos de Israel. Ver com. de Ex 25:8. Isso se refere, em primeiro lugar, ao shekinah, no santo dos santos, mas, num sentido mais amplo, ao cuidado, à proteção e à salvação divina estendida por meio da graça ao povo escolhido ano após ano.Capítulo 30as paredes ao redor e os chifres; e lhe farás uma bordadura de ouro ao redor.e os cobrirás de ouro.a composição deste, não o (areis para vós mes- 38 Quem fizer tal como este para o cheirarmos; santo será para o Senhor. será eliminado do seu povo.
Ex.29:46 Sem comentário para este versículo
Ex.30:1 1. Um altar para queimares neleo incenso. Entre os povos mais antigos, era costume oferecer incenso como parte do culto religioso. Nos primeiros anos do cristianismo, muitos crentes no evangelho foram mortos porque se recusavam a queimar incenso sobre o altar dos deuses. Nas Escrituras, o incenso simboliza a oração que ascende do altar do coração até Deus (SI 141:2; Lc 1:9, 10; Ap 5:8; 8:3, 4).
Ex.30:2 2. Será quadrado. O altar do incenso era semelhante ao altar do holocausto (Ex 27:1-8), embora fosse menor e de material menos custoso. De '‘comprimento” e “largura” tinha 44,5 cm, e 89 cm de “altura”. Nos “chifres” colocava-se o sangue de determinados sacrifícios pelo pecado (Lv 4:7, 18).Formarão uma só peça. Ou seja, uma só peça com o altar. Visto que chifres simbolizam poder (ver com. de Ex 27:2), no altar do incenso eles representam o poder da oração (ver Gn 32:24-30). O resultado da oração persistente é enfatizado na parábola do juiz iníquo e da viúva (Lc 18:3-8).
Ex.30:3 3. Uma bordadura de ouro. Era um borde ou moldura ao redor do altar para impedir que caíssem os objetos que estivessem sobre ele e também para ornamento (Ex 25:24).
Ex.30:4 4. De ambos os lados. De preferência, “uma de cada lado” (NTLEI). Em outras palavras, havia apenas duas argolas, não quatro como nas outras mobílias, mas uma de cada lado bem abaixo da “bordadura”. Eram o suficiente para transportar um altar tão pequeno.
Ex.30:5 5. Os varais. Eram usados para carregar o altar (Ex 25:13, 28). A madeira de acácia simbolizava força, e o ouro, a pureza. Assim, a oração deve brotar do altar do coração, um coração verdadeiro, honesto e resoluto.
Ex.30:6 6. Defronte do véu. O altar do incenso ficava no lugar santo, junto ao “véu”, a cortinaque o separava do santíssimo (Èx 40:21-27). Embora estivesse no lugar santo, considerava-se que o altar de incenso pertencia ao santíssimo (Elb 9:3, 4). Esse conceito surgiu do fato de que, quando se aproximavam da presença divina que estava sobre o propicia- tório, era do altar do incenso que os sacerdotes se aproximavam (PP, 353). Somente no Dia da Expiação é que podiam chegar mais perto. Esse era o lugar aonde iam para se encontrar com Deus, cuja morada era no santíssimo. O incenso oferecido ali não apenas enchia o lugar santo, mas ascendia e passava por cima do véu para o santíssimo (ver com. de Ex 26:32). O fato de o altar estar “diante do propiciatório” ensina que a oração nos leva à presença de Deus. Embora o “véu” da humanidade (ver iCo 13:12) impeça que nossos olhos físicos vejam a Deus, a fé e a oração vão onde o corpo não pode ir.
Ex.30:7 7. Incenso aromático. A composição deste é informada nos v. 34 a 38. Toda manhã, logo após o nascer do sol, as lâmpadas eram alinhadas e limpas pelo sacerdote (ver com. de Ex 27:20).
Ex.30:8 8. Incenso contínuo. O incenso devia ser oferecido duas vezes ao dia, no horário das orações da manhã e do crepúsculo da tarde (Ex 30:7, 8). O altar do incenso representava intercessão perpétua do mesmo modo que o altar do holocausto representava expiação contínua (PP, 353). Porém, não há uma afirmação clara quanto a se o incenso era queimado continuamente sobre esse altar “defronte do véu”, embora fique sugerido de que era assim (PP, 348). Seu “contínuo” queimar ensina que a cada dia devemos nos aproximar de Deus em oração (SI 16:8; 55:17; lTs 5:17, 18; PP, 354). Devemos orar “sem cessar” (lTs 5:17).
Ex.30:9 9. Incenso estranho. Isto é, qualquer incenso preparado de forma diferente das prescrições dadas nos v. 34 a 38.
Ex.30:10 10. Uma vez no ano. Isto se refere ao Dia da Expiação, o 10° dia do 7° mês, quando o sumo sacerdote levava o sangue e o colocava sobre os chifres do altar de incenso e fazia “expiação por ele” (Lv 16:18, 19). Isso não fazia dele um altar de expiação, embora estivesse envolvido nesse processo nos casos em que o sacerdote pecava (ver Lv 4:3-12), ou quando toda a congregação cometia iniquidade “por ignorância” ou fizesse algo “contra algum dos mandamentos do Senhor” (Lv 4:13-21). Em tais ocasiões, o sumo sacerdote colocava com seu dedo o sangue do sacrifício nos chifres do altar. Nesses dois casos, o altar de incenso assumia o lugar do altar do holocausto, no qual se asper- gia o sangue de sacrifícios particulares pelo pecado (Lv 4:22-35). De todas as mobílias do tabernáculo, somente a arca com o propicia- tório era considerada de mais importância e santidade que o altar de incenso. Isso sugere o quanto Deus valoriza a oração (ver PP, 353).
Ex.30:11 Sem comentário para este versículo
Ex.30:12 12. Quando fizeres recenseamento, \ população tinha sido estimada na época do êxodo em “cerca de seiscentos mil a pé, somente de homens, sem contar mulheres e crianças” (ver com. de Êx 12:37). Posteriormente, um censo mais exato devia ser realizado.O resgate. Literalmente, uma “cobertura”, no mesmo sentido em que um seguro “protege” uma pessoa e a livra de obrigações posteriores. Os israelitas tinham obrigações para com Deus; podiam cumprir com essas obrigações pagando “o resgate”. Considerava-se que sua vida estava à disposição de Deus até que Ele a reivindicasse. Ao pagar essa soma, reconheciam a bondade e a misericórdia de Deus.De si próprio. Isto é, pelo “espírito, alma e corpo” (lTs 5:23). Este é o significado, pois a declaração se refere ao ser vivo, não a alguma parte inanimada de seu corpo ou a um espírito desencarnado.Praga nenhuma. Isto é, nenhum castigo devido a descuido ou desobediência.
Ex.30:13 13. Metade de um sido. Meio siclo era 5,7 g, e um gera, a décima parte disso.Segundo o siclo do santuário. Provavelmente, um padrão de peso, e não um tipo diferente de siclo.
Ex.30:14 14. De vinte anos para cima. A esta idade, considerava-se que o israelita havia atingido a virilidade e era elegível para o serviço militar (2Cr 25:5), estando apto para assumir os deveres da cidadania. Os levitas começavam o serviço no tabernáculo nessa idade (lCr 23:24, 27; 2Cr 31:17; Ed 3:8).
Ex.30:15 15. Não dará mais. Este era um imposto por cabeça e recaía por igual sobre todo homem de 20 anos ou mais. Como era uma quantia relativamente baixa, o imposto não era pesado a ninguém. Era uma contribuição mínima para o santuário; muitos davam bem mais que isso. A pobreza não era desculpa para não cloar. O plano era justo e sugere que toda pessoa tem igual valor aos olhos de Deus (Dt 10:17; At 10:34; Rm 3:22). Todos pecaram, e Deus estende Sua graça a todos. Observe o significado de “todos nós” no início de Isaías 53:6 e o “nós todos” no final do mesmo versículo.Pela vossa alma. De preferência, “por suas vidas” (NV1), ver com. do v. 12.
Ex.30:16 16. Para memória. Com referência ao uso do “dinheiro das expiações”, ver o com. de Êxodo 38:25-28. Ao se tornar uma parte permanente do santuário, era um contínuo memorial para relembrar o povo de seus privilégios e de suas responsabilidades espirituais.
Ex.30:17 Sem comentário para este versículo
Ex.30:18 18. Uma bacia. Não se revela seu tamanho ou sua forma. Era de bronze, feita dos espelhos que as mulheres de Israel deram em oferta voluntária (Ex 38:8). No templo de Salomão, o “mar de fundição” e as “dez pias” substituíram a bacia original (IRs 7:23-26, 38). Estava posta sobre urna base de bronze no átrio do tabernáculo entre a entrada da tenda e o altar do holocausto. A bacia simboliza o ato de lavar nossos pecados por meio da féno sangue derramado por Cristo (At 22:16; ICO 6:11; Ef 5:26; Ap 7:14).
Ex.30:19 19. Lavarão. Lavar as mãos e os pés simbolizava uma reforma de vida. Devido às abluções dos sacerdotes, à morte das vítimas sacrificais e ao aspergir, derramar e verter sangue associados às várias funções do serviço do santuário, a necessidade de água era óbvia (Êx 29:4, 17; Lv 1-5).
Ex.30:20 20. Para que não morram. Estas palavras eram uma advertência. Qualquer violação dessa ordem devido a descuido ou indiferença seria punida com severidade.
Ex.30:21 Sem comentário para este versículo
Ex.30:22 Sem comentário para este versículo
Ex.30:23 23. Das mais excelentes especiarias. As especiarias tinham um papel muito importante na vida dos povos antigos, e havia de variados tipos. A mirra fluida era muito cobiçada. O “cálamo” era provavelmente um junco aromático.
Ex.30:24 24. Cássia. Uma madeira aromática. A receita era de 5,7 kg de mirra e de cássia e 2,9 kg de cinamomo e cálamo.Um him. Essas especiarias eram misturadas em 3,67 1 de “azeite de oliveira”.
Ex.30:25 25. O perfume. Este unguento “composto” era símbolo do bom perfume da justiça de Cristo, que deve ser exalado pela vida do cristão (SI 45:6-8; Ct 3:6; Is 61:10; 2Co 2:14-16).
Ex.30:26 26. Ungirás a tenda da congregação. Os objetos do tabernáculo deviam ser ungidos primeiramente: o próprio tabernáculo, a mobília do lugar santíssimo e do lugar santo e a mobília do átrio. A unção dos sacerdotes acontecia depois (Lv 8:10-12).
Ex.30:27 Sem comentário para este versículo
Ex.30:28 Sem comentário para este versículo
Ex.30:29 Sem comentário para este versículo
Ex.30:30 30. Ungirás Arão. Quando o ambiente onde Arão e seus filhos ministrariam tinha sido santificado, os próprios sacerdotes foram consagrados para servirem ali. De formasemelhante, Cristo ascendeu ao Céu para nos preparar um lugar, que receberemos quando Ele vier novamente (Jo 14:1-3).
Ex.30:31 Sem comentário para este versículo
Ex.30:32 32. O corpo do homem. Ou seja, o óleo sagrado não deveria ser usado por ninguém como um perfume comum. Devia ser reservado exclusivamente para uso sagrado. A mesma fórmula tampouco deveria ser usada para outro propósito, embora, claro, os mesmos ingredientes pudessem ser usados em separado ou em outras combinações.
Ex.30:33 Sem comentário para este versículo
Ex.30:34 34. Substâncias odoríferas. Nos v. 34 a 38 estão as instruções de como fazer o “incenso aromático” que seria queimado no altar de ouro (v. 7). Era uma mistura de quatro tipos de especiarias, em proporções iguais. “Estoraque”, “gálbano” e “incenso puro” eram todos resinas, ao passo que “ônica” parece ter sido obtido da concha de algum molusco.
Ex.30:35 35. Temperado com sal. O fato de que eram tiradas brasas acesas do altar do holocausto para queimar o incenso no altar interior (ver Lv 16:12, 13) ressalta que o coração do adorador deve estar reconciliado com Deus antes que suas orações e devoção possam ser aceitas (Jó 27:8, 9; SI 66:18; Pv 15:29; 28:9; Is 1:15; Mq 3:4; Jo 9:31).
Ex.30:36 36. Uma parte dele reduzirás a pó. Uma pequena parte do preparado devia ser batida de tempos em tempos e colocada no altar de ouro “diante do Testemunho”, isto é, diante da arca, mas antes do véu interior. Essa proximidade com a presença divina o tornava “santíssimo”.
Ex.30:37 37. Não o fareis para vós mesmos. A proibição e o castigo relacionados ao óleo da unção (v. 32, 33) se aplicavam também ao incenso.Capítulo 31I Bezalel e Aoliabe são chamados para a obra de construção do tabernáculo. 12 Ordena-se novamente a observância do sábado. 18 Moisés recebe as duas tábuas.
Ex.30:38 Sem comentário para este versículo
Ex.31:1 Sem comentário para este versículo
Ex.31:2 2. EIs que chamei. Após ter dado instruções detalhadas para a construção do tabernáculo, sua mobília e utensílios, Deus apontou aqueles que deveríam dirigir a obra. Bezalel deveria estar à frente, com Aoliabe como assistente. Sem dúvida, esses homens foram escolhidos devido ao talento superior e à experiência prévia. A isso Deus prometeu acrescentar sabedoria e conhecimento especiais. Assim, estavam habilitados para a tarefa, tanto de forma natural como sobrenatural (ver PP, 214; Mt 13:12; DTN, 827). Donsde sabedoria, conhecimento e habilidade para o trabalho secular são sem dúvida dados por Deus às pessoas assim como os dons espirituais (ICo 12:8). A igreja necessita tanto de homens como Bezalel e Aoliabe quanto de pessoas como Paulo e [saias. Deus somente chama pelo nome aqueles a quem pede algum serviço especial (Ex 3:4; Is 45:1-4).
Ex.31:3 3. E o enchi. O Espírito Santo daria a Bezalel “conhecimento", ou informação factual; “compreensão”, ou bom senso, na aplicação de fatos conhecidos; e “inteligência",ou discernimento, juízo e discrição. Além disso, ele recebería habilidade em todo “artifício”, incluindo tanto perícia como dom artístico em sua qualidade de artífice principal.
Ex.31:4 4. Para elaborar. Ele teria não somente o dom de elaborar projetos, mas a habilidade para realizá-los. Embora Moisés houvesse recebido instruções específicas para a construção do santuário e de sua mobília, nada lhe foi dito com respeito a certos detalhes, como a forma dos querubins, os desenhos dos tecidos e do bordado dos diversos materiais têxteis, a forma dos recipientes, o arremate das colunas ou a bacia. Muito dependería da iniciativa, invenção, gosto e arte daqueles a cargo do trabalho.
Ex.31:5 Sem comentário para este versículo
Ex.31:6 6. Aoliabe. A luz de Êxodo 38:23, parece que Aoliabe devia dirigir o projeto e a produção dos tecidos, incluindo o tecer e o bordar. E interessante notar que I Iirão, o principal artista empregado por Salomão para fazer o trabalho cie ornamentação do templo, era também descendente de Dã (2Cr 2:13, 14).Habilidade a todos os homens hábeis, dbdo artista, seja poeta, pintor, escultor, músico ou desenhista tem dentro de si um talento natural, sem o qual não pode atingir a excelência. Esses talentos devem ser considerados como um depósito sagrado recebido de Deus a ser usado para Sua glória e para elevar a humanidade — não para exaltação própria. Se falhar nisso, a habilidade de alguém pode contribuir para sua deprava- ção moral. O trabalho manual foi santificado por Deus para a construção do tabernáculo. Nosso Senhor dignificou o trabalho físico, devotando a maior parte de Seu tempo na Terra à carpintaria em Nazaré (ver Mc 6:3). Paulo sobrevivia fazendo tendas (At 18:1-3).
Ex.31:7 Sem comentário para este versículo
Ex.31:8 Sem comentário para este versículo
Ex.31:9 Sem comentário para este versículo
Ex.31:10 10. As vestes finamente tecidas. Estas eram as vestes especiais do sumo sacerdote, que somente ele podia usar. Incluíam o manto azul, a estola, o cinto da estola e o peitoral. As outras "vestes sagradas” que compunham o traje do sumo sacerdote eram os calções delinho, a túnica, o cinto interior e a mitra. As “vestes de seus filhos” incluíam os calções de linho, túnicas, os cintos e as tiaras (Ex 28).
Ex.31:11 Sem comentário para este versículo
Ex.31:12 Sem comentário para este versículo
Ex.31:13 13. Meus sábados. Uma das características ressaltantes dos últimos capítulos de Exodo é a recorrente admoestação à observância sagrada do sábado (ver Ex 16:22- 30; 20:8-11; 23:12; 34:21; 35:2, 3). Isso confirma a grande importância do sábado, pois nenhum outro mandamento do decálogo é mencionado dessa forma. A referência feita a essa observância não é mera repetição de advertências similares; ela introduz o sábado como “sinal” entre Deus e Seu povo e adverte que o castigo por sua violação é a “morte”.Sinal. Deus já havia dado aos israelitas a circuncisão como um “sinal” em sua carne da relação cie Sua “aliança” com eles (Gn 17:9-14; At 7:8). O sábado devia ser mais um “sinal” desse relacionamento, não na carne, mas no coração (Êx 31:12, 13, 16, 17; Jr 31:31- 33; Ez 20:12, 20; 2Co 3:3).
Ex.31:14 14. Aquele que o profanar. O sábado é santo (Gn 2:1-3); portanto, é pecado realizar nas suas horas sagradas o que é secular (ver com. de Êx 12:16; 16:23). O sábado é profanado quando se realiza nele qualquer tarefa desnecessária. Atos de misericórdia, de necessidade ou de observância religiosa não são proibidos nesse dia (Mt 12:1-13; Mc 2:23-28).Morrerá. Este castigo severo era um lembrete constante de que a violação do sábado quebrantava a relação de aliança entre o Senhor e Seu povo. O sábado é o sinal distintivo de lealdade a Deus, e, portanto, sua violação é ofensa gravíssima, um ato de traição ao governo divino (ver Ex 35:2; Nm 15:32-36).
Ex.31:15 15. Sábado do repouso. Literalmente, "descanso de repouso” (ver com. de Ex 16:23- 26; 20:10). Esta expressão indica descanso completo de todas as questões seculares (Êx 35:2; Lv 23:3; Is 58:13).
Ex.31:16 Sem comentário para este versículo
Ex.31:17 17. Descansou. O próprio fato de Deus ter usado uma linguagem claramente adaptada à experiência humana mostra quãogrande era Seu desejo de inculcar em Seu povo as obrigações para com Ele e a necessidade de seguirem Seu exemplo. Não há razão mais convincente para cumprir com a ordem divina do que o fato de o próprio Deus ter dado o exemplo (Jo 13:13-15; IPe 2:21).
Ex.31:18 18. Duas tábuas do Testemunho. Deus tinha dito a Moisés que a arca no santíssimo deveria conter o “Testemunho” (Ex 25:16). Posto que esse fosse o principal propósito da arca e que ela era o objeto mais sagrado no tabernáculo, é apropriado que essa seção que trata da estrutura do tabernáculo e de seus ohciantes se encerrassecom uma declaraçao a respeito daquilo que conferia importância à arca e ao tabernáculo. A expressão "duas tábuas” devia ser “as duas tábuas” que Deus já tinha prometido a Aloisés (Ex 24:12) e que foram escritas de modo sobrenatural (32:16). A inscrição dos dez mandamentos na pedra (Dt 4:13) indicam seu caráter imutável e eterno (Mt 5:17-19). As duas tábuas enfatizavam a obrigação humana - para com Deus (os primeiros quatro mandamentos) e para com o próximo (os últimos seis; Mt 22:36-40). As duas tábuas de pedra se juntavam como um livro (PE, 32).OE, 149; HR, 141 18- GC, vi; PR, 181; San, 49; HR, 148, 153; T6, 10Capítulo 32
Ex.32:1 1. Moisés tardava. Moisés já havia estado por vários dias no monte quando o povo clamou a Arão: “faze-nos deuses” (Dt 9:9-12). A continuação da ausência de Moisés incomodou os israelitas e os fez ficar agitados e impacientes. Faltava-lhes a fé de Moisés e de seus antepassados, que permaneceram firmes como quem vê “Aquele que é invisível” (Hb 11:27).E digno de nota que a aparente demora de Moisés tenha se tornado motivo de apostasia para o povo de Deus (ver Ez 12:21-28; Hc 2:2-4; Mt 25:1-13). Da mesma forma, alguns não estarão prontos quando o Senhor vier pela “segunda vez” (ver Hb 9:28). Muitos dirão naquele dia: “Meu Senhor demora-se” e se entregarão à maldade (Mt 24:45-51; Lc 12:37-48; 2Pe 3:3-18).Os israelitas temiam que seu líder, de quem dependiam, os tivesse abandonado. Enquanto tinham Moisés com eles para encorajá-los com suas exortações e apoiá-los com seu exemplo, conseguiam manter uma vida espiritual mais elevada e andar pela fé, não pelo que viam (2Co 5:7). Na sua ausência, houve uma reação, e a “carne” triunfou sobre o “espírito ’. Embora a nuvem de densa escuridão na qual Moisés entrou quando subiu o monte com Josué pudesse ser vista da planície abaixo, descansando no pico da montanha iluminada de tempos em tempos com relâmpagos da presença divina, para muitos no acampamento parecia que Moisés os tinha abandonado ou tinha sido consumido pelo fogo devorador. O cenário estava pronto para uma manifestação de idolatria.Essa experiência apresenta outro dos contrastes marcantes tão característicos da Bíblia, como, por exemplo, Cristo em glória no monte da transfiguração e Seus discípulos no vale desgostosos e derrotados (Mt 17:1-18).Enquanto Moisés estava no monte recebendo as tábuas da lei e as instruções com respeito à verdadeira adoração e ao ofício sagrado do sumo sacerdote, o povo estava desobedecendo ao Senhor. De forma paradoxal, foram levados à idolatria pelo mesmo homem chamado a ministrar diante do Senhor.Acercou-se de Arão. Se o irmão de Moisés tivesse sido forte na fé e no caráter, esse infeliz incidente na história de Israel podería ter sido evitado. A fraqueza de caráter demonstrada por Arão e seu espírito de transigência com o pecado não somente tornou sua liderança espiritual ineficaz, mas o colocou na posição de líder de uma rebelião.Faze-nos deuses. Durante sua permanência no Egito, os hebreus tinham se acos- tumado a formas materiais de divindades. Por isso, era difícil para eles confiar num Deus invisível. Embora a palavra para “deuses” em hebraico seja elohim, a forma plural da palavra, alguns eruditos bíblicos afirmam que “deuses”, nesta passagem e nos v. 4, 8 e 31, devia ser traduzido como “um deus”, tendo em conta que o plural é usado para enfatizar o fato de que o bezer ro de ouro era um deus falso em contraste com o Senhor, o verdadeiro Deus.Que vão adiante de nós. Cansados de esperar no Sinai e desejosos de continuar a jornada rumo à terra prometida, os israelitas exigiram ser liderados por um deus visível, que lhes inspirasse confiança e coragem (ver iSm 4:3-8). Teria sido bom se tivessem usado esse tempo de espera para meditar na lei de Deus e assim preparado o coração para receber mais revelações dEle. Se tivessem feito isso, seriam capazes de resistira essa tentação. Em grande medida, o espírito de apostasia foi gerado pelo “misto de gente” que se uniu aos israelitas paraescapar das pragas do Egito. Essas pessoas foram um constante estorvo e uma armadilha para Israel (Êx 12:38; Nm 11:4). Podem ser comparadas aos ‘'homens maus” de Atos 17:5.
Ex.32:2 2. Tirai. Alarmado pela loucura desenfreada do povo e por sua atitude ameaçadora, ao mesmo tempo temendo por sua própria segurança, Arão se rendeu às exigências da multidão, em vez de defender a honra de Deus com toda nobreza e valor (ver Ex 23:2). Na esperança de que se recusassem a entregar suas apreciadas posses, ordenou que reunissem “argolas de ouro” e lhe trouxessem. Ele, porém, estava equivocado. Após ter dado o primeiro passo, não pôde voltar atrás.
Ex.32:3 Sem comentário para este versículo
Ex.32:4 4. São estes, ó Israel, os teus deuses. O "bezerro" era uma figura comum para os israelitas, pois no Egito tinham testemunhado o culto ao boi Apis. No entanto, o bezerro de ouro era presumivelmente uma representação do Deus verdadeiro, não de alguma divindade pagã (ver v. 5).
Ex.32:5 5. Apregoando. Sentindo a aprovação popular, Arão se envolveu ainda mais com essa apostasia ao anunciar uma “festa”, a qual devia ser ao Senhor. Esse espírito de condescendência, o esforço para harmonizar o culto ao Senhor com o culto a ídolos, não foi manifestado por Israel apenas nesse caso; também iria motivar grande parte da idolatria que acometeria Israel no futuro (IRs 12:26- 33; 2Rs 17:32, 33; Zc 1:5).
Ex.32:6 6. Madrugaram. O povo estava tão entusiasmado e cheio de fervor com sua nova religião que se levantou bem cedo para começar o culto.Ássentou-se para comer. Em geral, eram queimadas apenas algumas porções dos sacrifícios. O restante era comido pelos ofertantes.Levantou-se para divertir-se. Esta diversão foi sensual. As festas religiosas pagãs terminavam em orgias (Nm 25:1-9; iCo 10:7, 8). Este episódio ilustra a luta constante da natureza humana entre a carne e o Espírito (Rm 7:23; 8:1-13). Desde o momento em que deixaram o Egito, os israelitas tinhamlevado uma vida espiritual de dependência do Deus invisível e repousado sob Sua proteção. Contudo, com o tempo, quando ficaram sem a influência do exemplo e da direção de Moisés, o mal prevaleceu. Eles se voltaram à idolatria e à licenciosidade que estava ligada ao culto pagão. O prazer sensual se passava por religião (2Tm 3:4, 5). Tal religião é tão agradável às multidões hoje quanto nos dias de Israel. E ainda há dirigentes que cedem aos desejos dos que não são consagrados, e assim os induzem ao pecado (PP, 317).
Ex.32:7 7. O teu povo. Deus deserdou Israel, já não falava dele como “Meu povo” (Ex 3:10; etc.; Mt 21:13; 23:28). Eles haviam quebrado a aliança com Ele e se separado de Seu cuidado e guia (Is 59:2). O ódio ao pecado é inerente ao caráter divino. Deus ama o pecador, mas odeia o pecado. Moisés, estando bem distante do acampamento, não sabia o que estava acontecendo lá embaixo.
Ex.32:8 8. Depressa se desviou. Havia poucas semanas o povo tinha feito uma aliança solene com Deus e havia prometido obedecer-Lhe (Ex 19:8; 24:3). Naquele momento, a aliança tinha sido quebrada (PP, 320). Como não tinha “raiz em si mesmo”, ao vir a tentação, o povo rapidamente caiu em pecado (ver Mt 13:20, 21). Muitos deles, em especial os que faziam parte do “misto de gente” não puderam resistir às antigas práticas idólatras (ver 2Pe 2:22). A expressão “de dura cerviz” transmite a idéia de perversidade, como um cavalo que endurece seu pescoço quando o cavaleiro puxa a rédea para a direita ou para a esquerda, recusando-se a ir pelo caminho que deveria.De ti farei. O Senhor confrontou Moisés com a oportunidade de escolher entre a honrade Deus e a sua própria glória e o bem-estar daqueles que estavam sob seu cuidado (Mt 4:8-10). Ele se colocou nobremente diante da situação e provou sua devoção leal a Deus e aos deveres que lhe foram comissionados.
Ex.32:9 Sem comentário para este versículo
Ex.32:10 Sem comentário para este versículo
Ex.32:11 11. Moisés suplicou. Moisés respondeu que Israel ainda era o povo de Deus, e não seu povo (ver v. 7). Deus tinha feito tanto por eles; certamente não os rejeitaria nem reconhecería fracasso em Seu próprio plano. O primeiro argumento de Moisés foi que Deus não podia fazer aquilo pelo bem de Seu próprio nome. Moisés não podia desculpar o pecado de seu povo, mas podia interceder pelo perdão deles (ver Jó 42:10; Jr 14:19-21; Ez 14:14, 20; Dn 9:4-11).
Ex.32:12 12. Por que hão de dizer. As nações vizinhas tinham testemunhado a maravilhosa libertação dos hebreus do Egito e, como resultado, temeram o que o Senhor poderia ainda fazer por Israel. Portanto, se Israel fosse destruído, os pagãos se regozijariam e Deus seria desonrado. As acusações dos egípcios de que, em vez de levar o povo ao deserto para oferecer sacrifícios (Ex 5:1-3), Ele os tinha levado para serem sacrificados (10:10) se provariam verdadeiras. O segundo argumento de Moisés foi evitar o triunfo dos pagãos sobre Israel.
Ex.32:13 13. Lembra-te de Abraão. O terceiro argumento foi fazer com que Deus Se lembrasse das promessas a Abraão (Gn 15:5; 17:2- 8), Isaque (Gn 26:4) e Jacó (Gn 28:14; 35:11). Até então, essas promessas tinham sido cumpridas apenas em parte e certamente Deus não falharia em cumprir Sua palavra.
Ex.32:14 14. Então Se arrependeu o Senhor. O Senhor foi comovido pela oração fervorosa e desinteressada de Seu servo fiel. Deus não poderia recusar atender as súplicas de alguém que pensava mais em seu povo do que em sua própria exaltação e honra. Que tributo para o caráter de Moisés! Que revelação do amor divino (Jo 3:16; F1 2:5-8)!As palavras "Se arrependeu o Senhor” são uma tentativa débil de expressar a vontade divina em linguagem humana. Na verdade,Deus não pode mudar de propósito, pois conhece o fim desde o princípio (lSm 15:29; Is 46:9, 10; 55:11). No entanto, quando pecadores abandonam o pecado e se voltam para Ele, quando Seus filhos suplicam por misericórdia e perdão, Ele não se “arrepende”. Ele muda da ira para a misericórdia, do juízo para o perdão (SI 106:44, 45; Jr 18:5-10; 26:3; J1 2:12-14; Jn 3:9, 10; 4:2).
Ex.32:15 15. Nas mãos. Ou seja, em ambas as mãos (Dt 9:15).
Ex.32:16 Sem comentário para este versículo
Ex.32:17 17. Ouvindo Josué. Quando estava descendo, Moisés encontrou Josué, que permaneceu onde Moisés o deixara havia seis semanas (ver Ex 24:12-18). Juntos desceram rumo ao acampamento. Como um soldado, Josué pensou que o som que vinha do acampamento era ruído de guerra, Moisés, porém, tendo sido avisado pelo Senhor que algo estava errado, suspeitou da verdadeira natureza daquele som. O último trecho da descida do monte Sinai não lhes permitia ver a planície abaixo, de forma que qualquer som vindo de lá seria ouvido antes que sua causa pudesse ser avistada. Talvez os montículos de terra aos pés da montanha constituíssem uma barreira para a visão (ver com. de Ex 19:1).
Ex.32:18 Sem comentário para este versículo
Ex.32:19 19. Logo que se aproximou. As cerimônias religiosas da maioria das nações da Antiguidade incluíam danças. Entre os hebreus eram algumas vezes solenes e dignas, como as de Davi (2Sm 6:14), outras vezes, festivas e alegres (ver com. de Ex 15:20). Porém, entre os pagãos, e principalmente entre as nações orientais, tais danças tinham um caráter lascivo. Os dançarinos egípcios eram profissionais do tipo mais degradante, e sua dança era sensual e indecente. Na Síria, Ásia Menor e Babilônia, a dança era uma orgia selvagem. Era a esse tipo de dança que os israelitas tinham se entregado, fato que explica a grande ira de Moisés. Era idolatria do pior tipo. Não é estranho que tenha jogado as duas tábuas de forma violenta ao chão e as quebrado.Com esse ato indicava que como haviam quebrado sua aliança com Deus, Ele havia quebrado Sua aliança com eles (Dt 9:17; PP, 320).
Ex.32:20 20. E, pegando no bezerro. Comparar com a atitude semelhante de Josias (2Rs 23:1-27).Reduziu a pó. Uma vez que essa '‘água>’ era o "ribeiro” que descia do monte (Dt 9:2.1), e era a única água disponível, quando os israelitas a bebiam havia o risco de engolir partículas de ouro. Assim, o instrumento do pecado se tornou também o instrumento da punição. O pecado é pago na sua própria moeda (SI 7:15, 16; 9:15; Pv 1:31, 32; 5:22). Ao destruir o bezerro de ouro por completo, Moisés ensinou ao povo a total inutilidade e insignificância de um ídolo (ICo 8:4). Se o bezerro não podia se salvar, certamente não podia salvar seus adoradores (SI 115:3-9; Is 46:5-7).
Ex.32:21 21. A Arão. Depois de destruir o ídolo, Moisés naturalmente se virou para a pessoa que havia ficado responsável pelo povo, e que, portanto, deveria ter resistido e detido a apostasia (Ex 24:14). iVloisés não quis dizer com a pergunta que o povo tinha feito algo a Arão. Na verdade, a pergunta foi uma reprovação. Se Arão tivesse assumido postura firme, essa iniquidade podería não ter acontecido (PP, 316, 317).
Ex.32:22 22. Tu sabes. Em vez de aceitar com humildade a responsabilidade pela idolatria, Arão se justificou colocando a culpa no povo. Ao fazer isso, provou ser um verdadeiro descendente de Adão e Eva (Gn 3:12, 13). Que contraste com o espírito de Moisés (ver com. de Êx 32:10-14, 32)!
Ex.32:23 Sem comentário para este versículo
Ex.32:24 24. E saiu este bezerro. Para justificar ainda mais sua conduta, Arão insinuou que um milagre tinha ocorrido, que um poder sobrenatural tinha convertido o ouro lançado no fogo naquele bezerro. O poder cativante do pecado faz com que pessoas que, em outras circunstâncias seriam sensatas, racionalizem seu proceder. Arão teria sido destruído por seu pecado, se não fosse afervorosa intercessão de Moisés em seu favor (Dt 9:20). Devido à sua posição de líder na ausência de Aloisés, a iniquidade de Arão era tanto mais condenável. Àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido (Lc 12:48).
Ex.32:25 25. Estava desenfreado. Isto é, o povo dava rédeas soltas às paixões desenfreadas. Todo freio moral tinha sido abandonado, os israelitas estavam praticamente amotinados, tendo chegado a um frenesi total. Tinham se tornado uma turba incontrolável. Arão foi responsável pela orgia, pois ele tinha feito o bezerro e proclamado a festa.Para vergonha. Talvez alguns dos ama- lequitas (ver Ex 17:8-16) ainda estivessem nas proximidades e tenham testemunhado o tumulto e a indecência licenciosa.
Ex.32:26 26. Pôs-se em pé. Incapaz de deter o vil espetáculo e, percebendo que algo devia ser feito, Moisés pôs-se em pé "à entrada do arraial” e reuniu a todos que quisessem se unir a ele para aquietar o tumulto. Na guerra entre o bem e o mal, não há campo neutro. Ou se está do lado de Deus ou do lado de Satanás. Não há meio-termo (]s 24:14, 15; iRs 18:21; Mt 6:24). O teste final de que se está do lado do Senhor é permanecer fiel quando os que estão ao redor se apostatam. Ouem tem caráter fraco se coloca com a multidão (Mt 7:13, 14). A determinação se revela na capacidade de resistir à influência da multidão. E preciso coragem para ser diferente (ver Dn 3:14- 18). Sozinhos entre seus irmãos, os "filhos de Levi” se colocaram do lado do Senhor. Eles não participaram do culto idólatra.
Ex.32:27 27. Cada um cinja a espada. Os le\ itas deviam matar à espada todos os que ainda persistissem em tomar parte dos ritos licenciosos, ignorando laços de família ou de amizade (Dt 33:8, 9; Ez 9:6). Necessitava-se de ação resoluta para pacificar a rebelião. Jesus deixou claro que nenhum laço terreno deve se interpor entre nós e o dever para com Ele (Mt 8:21, 22; 10:37). O lugar da festa se tornou lugar da mortandade. A execução sumária dos que tinham levadoo povo à idolatria era necessária para mostrar às nações vizinhas o ódio com que Deus considerava o culto pagão. O Senhor tinha de mostrar a Seu próprio povo que tamanha iniquidade não seria tolerada. Se Deus deixasse a ofensa sem punição severa, no futuro, os judeus teriam cedido mais facilmente às tentações da idolatria. Como o amoroso protetor de Israel, Deus removeu do meio deles os que estavam determinados a seguir em sua conduta rebelde, para que não levassem outros à ruína. Algumas vezes, em Sua misericórdia Deus permite que alguns pereçam a fim de salvar a muitos. Além disso, se o pecado tivesse persistido, Deus não podería ter continuado a protegê-los, e teriam caído, indefesos diante de seus inimigos.
Ex.32:28 Sem comentário para este versículo
Ex.32:29 29. Consagrai-vos. Moisés pronuncia o favor dos Céus sobre os levitas, que haviam se unido a ele para punir os idólatras. A palavra heb. para “consagração” tem a idéia de ser ordenado para um serviço sagrado. Nesse caso, indica também a “bênção ’ especial que Deus tinha guardado aos levitas: a honra de serem escolhidos para servir no santuário (Nm 3:5-9; 18:1-7; Dt 10:8).
Ex.32:30 30. No dia seguinte. Isto sugere que o povo tinha por fim percebido sua grande culpa e estava aterrorizado, imaginando que todos os culpados seriam mortos. O amor e a misericórdia de Moisés para com o povo o levaram a interceder por ele novamente. Eis uma importante lição sobre a qual os ministros do evangelho deveríam refletir. Como pastores do rebanho, devem amar suas ovelhas e conduzi-las para mais perto de Deus, porém, não devem falhar em mostrar ao povo suas transgressões (Is 58:1). Ao mesmo tempo, devem rogar a Deus pelo perdão do pecado por meio da misericórdia de Cristo.
Ex.32:31 31. O povo. Moisés falou com Deus referindo-se aos israelitas como “Teu povo” (v. 11). Nesta passagem, ao pensar na gravidade do pecado que os tornou indignos de serem chamados povo de Deus, ele se refere a eles como “o povo”.
Ex.32:32 32. Perdoa-lhe o pecado. Moisés estava tão comovido ao dirigir sua súplica a Deus que não completou a parte condicional da oração. Ela podería ter terminado com: “então estarei satisfeito” ou “não terei mais nada a dizer”. Omissões semelhantes são encontradas em Lucas 13:9; 19:42.Risca-me. O amor de Moisés por seus irmãos pecadores era tão grande que, se não pudesse evitar a destruição deles, não queria vê-la (ver Nm 11:15), Ele estava disposto a não estar entre os “inscritos para a vida” (ver Is 4:3). Estava disposto a entregar a própria vida como expiação pelo pecado deles. Ofereceu-se para carregar a culpa a fim de assegurar o perdão para eles. Paulo manifestou abnegação similar para com os judeus de sua época (Rm 9:1-3). Moisés realizou muitos atos nobres, mas este foi o maior de todos. Não é fácil medir o amor de homens como Moisés e Paulo, pois nossa razão limitada não pode compreendê-lo; da mesma forma que uma criança não pode entender a coragem de seus heróis. Moisés é um tipo do Bom Pastor, que deu a vida pelas ovelhas (Jo 10:11, 15), que foi “cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão” de Seu povo (Is 53:8; Dn 9:26; Jo 15:13).Do livro que escreveste. Isto se refere ao “livro da vida”, no qual estão registrados os nomes de todos que professam ser filhos de Deus (SI 69:28; Dn 12:1; Fp 4:3; Ap 3:5; 13:8; 17:8; 20:12, 15; 21:27). Aqueles que se afastam de Deus e os que devido à sua indisposição para abandonar o pecado se tornam endurecidos para a influência do Espírito Santo (Gn 6:3; Ef 4:30; Hb 10:29; lTs 5:19) terão seus nomes riscados do livro da vida e serão destruídos.
Ex.32:33 33. Todo aquele que pecar. A Bíblia ensina que todos devem carregar seu próprio castigo (Dt 24:16; 2Rs 14:6; SI 49:7, 8; Jr 31:29, 30; Ez 18:20). Há apenas uma expiação aceita pela Palavra de Deus como substitutiva, a expiação de Jesus Cristo, que, não tendo pecado, foi punido pelos pecados de outros (Is 53:5, 6; Jo 1:29; iCo 15:3; Hb 9:28; lPe 2:24).Ao interceder por Israel, Moisés tipificou a intercessão de Cristo pelos pecadores. Contudo, ele não podia, como fez nosso Senhor, carregar a culpa dos transgressores.
Ex.32:34 34. No dia da Minha visitação. Sugere-se que isto seja uma referência à declaração de que nenhum dos que deixaram o Egito entrariam em Canaã (Nm 14:26-35).
Ex.32:35 35. Feriu., pois, o Senhor. Após a morte de três mil (v. 28) houve uma praga no acampamento. Até mesmo isso foi uma evidência da misericórdia divina para enfatizaro perigo de ceder ao pecado. Embora Deus estivesse disposto a perdoar, se o perdão fosse obtido com facilidade, eles seriam mais ousados para pecar novamente. Eles deviam ser persuadidos com os maus resultados da iniquidade. O consolo foi adiado para que a convicção fosse arraigada mais profundamente.No trato de Deus para com o ser humano, devemos estudar e refletir a fim de entender o propósito divino e aprender as lições que Ele deseja nos ensinar. E assim que Ele opera para desenvolver e fortalecer o caráter.Capítulo 33cananeus, os amorreus, os heteus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus.I 1 Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo; então, voltava Moisés para o arraial, porém o moço Josué, seu servidor, filho de Num, não se apartava da tenda.
Ex.33:1 1. Vai. Isto reafirma o que o Senhor disse a Moisés em Êxodo 32:34, após a súplica do líder para que Deus perdoasse o pecado do povo em fazer o bezerro de ouro. Deus permaneceu fiel à promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó (Gn 12:7; 26:3; 28:13).
Ex.33:2 Sem comentário para este versículo
Ex.33:3 3. Para uma terra. Isto dá continuidade ao pensamento do v. 1; e o v. 2 representa um parênteses. Por amor, Deus diz aos israelitas que é melhor não ir com eles. Se novamente violassem a aliança, Suapresença significaria a completa destruição do povo. Algumas vezes, Deus em Sua misericórdia Se afasta de nós. Ele nunca nos obriga a aceitar Sua presença (Mt 13:53-58).
Ex.33:4 4. Pôs-se a prantear. Os israelitas começaram a entender o que significava estar separados do Senhor. "Um anjo" parecia não prometer a segurança que o próprio Deus podia dar. Houve um sentimento de profunda tristeza pela transgressão cometida. O arrependimento é condição indispensável para a restauraçãodo favor divino, pois não pode haver salvação sem ele (Le 13:5; At 3:19; Ap 2:5, 16). Numa demonstração de penitência e humilhação, o povo tirou seus “ataviosA retirada dos atavios implica pranto e reforma (Gn 35:4; Ez 26:16). Os homens provavelmente estavam usando pulseiras, braceletes e tornozeleiras. Estas últimas eram usadas pelos egípcios.
Ex.33:5 5. Se por um momento Eu subir. Em resposta ao evidente arrependimento de Israel, Deus assegurou que o povo não seria abandonado por completo. Sua relutância em aceitar a mudança de coração se devia ao fato de o arrependimento ainda não ter sido profundo o suficiente (ver Os 6:4; 7:8, 14-16). Com a demora, era propósito de Deus criar no coração deles um anseio mais profundo de comunhão com Ele (ver Jl 2:12, 13; Os 10:12; DTN, 200).
Ex.33:6 6. Desde o monte Horebe. Isto indica que os israelitas deixaram de usar adornos ou atavios, pelo menos por um tempo, como sinal do sincero propósito de obedecer a Deus.
Ex.33:7 7. Tomar a tenda. Esta era uma tenda temporária, até que a permanente fosse construída (PP, 327). Moisés não podia estar sempre subindo o monte Sinai para se encontrar com Deus, pois o acampamento precisava de cuidado, principalmente naquele momento. O fato de a tenda ter sido movida para “bem longe do arraial” simbolizava a retirada da presença de Deus de entre o povo, por causa da iniquidade.Tenda da congregação. Os que desejavam se voltar para o Senhor podiam ir a este lugar com genuíno arrependimento, confessando os pecados e buscando a misericórdia divina.
Ex.33:8 8. Quando Moisés saía. Com temor e tremor, os israelitas focalizaram sua atenção sobre a tenda da congregação para ver se Deus recebería o representante deles e lhes daria sinal de terem o favor divino. O fato de a retirada da presença de Deus ter sido tão sentida pelo povo demonstrou arrependimento genuíno.
Ex.33:9 9. A coluna de nuvem. Este sinal, familiar para o povo, era uma evidência de que o Senh or continuaria a ser seu guia e protetor (Êx 13:21, 22).
Ex.33:10 Sem comentário para este versículo
Ex.33:11 Sem comentário para este versículo
Ex.33:12 12. Tu me dizes. Os v. 12 e 13 são um exemplo da intimidade com que Moisés falava com Deus (Nm 12:8). A amizade com Deus dá ao ser humano confiança para se aproximar dEle, pois a verdadeira amizade lança fora o temor (Hb 4:15, 16; ljo 4:18). Moisés desejava ter a informação completa de tudo o que o Senhor queria fazer com o povo, e acerca de quem seria indicado para guiá-lo. Ele sentiu que o Senhor lhe revelaria isso se, como Deus havia dito, Moisés achasse graça aos olhos divinos. Moisés relembrou a Deus que “essa nação é Teu povo”, indicando a responsabilidade de Deus para com ela.
Ex.33:13 Sem comentário para este versículo
Ex.33:14 14. A Minha presença. O pedido de Moisés é concedido. A própria presença de Deus iria com eles, e também lhes daria “descanso”, ou seja, a posse da terra de Canaã (Dt 3:20; 12:9, 10; 25:19; Hb 4:8).
Ex.33:15 15. Se a Tua presença. Moisés ainda não estava satisfeito. Deus tinha dito literalmente: “Eu te darei descanso” (singular), que parecia restringir a bênção apenas a ele. O líder não estava contente com isso; para ele, a promessa devia também abranger “o Teu povo”.
Ex.33:16 16. Somos separados. Ou seja, diferente de todas as outras nações. A presença de Deus estava com eles, e eles eram Seu povo (Êx 19:5, 6).
Ex.33:17 17. Farei também isto. Deus concedeu a Moisés o que pedia. A fervorosa oração eficaz de Moisés “pôde” muito (Tg 5:16). Ele não esmoreceu, e seu pedido foi atendido (Lc 18:1). Orações perseverantes, principalmente as feitas em favor de outros são uma demonstração de fé. Tais foram as orações feitas por Abraão em favor de Sodoma (Gn 18:23-33), de Daniel por seu povo (Dn 9:4- 19) e de Cristo por Seus discípulos (Jo 17).Eu te conheço pelo teu nome. Moisés era amigo de Deus. No Oriente, até mais queno Ocidente, a amizade pessoal abre portas que de outro modo permaneceríam fechadas.
Ex.33:18 18. Rogo-Te que me mostres a Tua glória. Embora Deus tivesse respondido às orações em favor de Israel, Moisés desejava mais evidências do favor divino. Ele já havia estado várias vezes na presença de Deus, mas uma solene percepção do dever o fez sentir necessidade de amizade ainda mais estreita com Deus. Isso o levou a formular um pedido que até então ninguém tinha feito, mas que Moisés sentiu que o fortalecería na tarefa a ele apontada. Ele havia pedido por seu povo; não seria impróprio que agora pedisse a certeza de que seus esforços teriam êxito. O líder de Israel sabia que nenhum poder terreno podería substituir a presença de Deus com ele nem o conhecimento adquirido mediante comunhão pessoa] com Ele (Jr 9:23, 24).Muitas vezes a culpa nos faz fugir da presença do Senhor. Isso aconteceu com nossos primeiros pais quando “esconderam-se” (Gn 3:8). Moisés ficava na presença do Senhor e não tinha medo porque sua vida estava em harmonia com a vontade de seu Criador. Quanto mais se conhece a Deus, mais se anseia conhecê-Lo. Na presença divina há “plenitude de alegria” e na Sua destra há “delícias perpetuamente” (SI 16:11).
Ex.33:19 19. Farei. Moisés não foi presunçoso. O amor e o respeito mútuos aproximaram Criador e criatura.Minha bondade. Literalmente, "Minhabeleza” ou “Minha excelência”. A LXX diz: “Minha glória”.
Ex.33:20 20. Não Me poderás ver. Se com o surgimento de um anjo, os soldados romanos, à entrada da tumba de Cristo, “ficaram como se estivessem mortos” (Mt 28:4), o que pode acontecer se um pecador entrar na presença de Deus? jacó se maravilhou de ter visto a Deus “face a face” e ainda ter permanecido com vida (Gn 32:30).
Ex.33:21 21. Eis aqui um lugar. O que a tradição diz acerca da exata localização não tem valor. Isso deve ter acontecido na parte superior da montanha.
Ex.33:22 22. Com a mão te cobrirei. As precauções mencionadas neste versículo tiveram o propósito de proteger Moisés. Ninguém jamais viu a face do Senhor (Jo 1:18; 6:46; lTm 1:17; ljo 4:12). Não há incongruência entre essas passagens, que declaram que homem algum jamais viu a face do Senhor e as muitas que nos dizem que Deus andou entre a humanidade na pessoa de Jesus Cristo e foi visto por multidões (ver ljo 1 :l-3; lTm 3:16; etc.). No primeiro grupo de textos, os escritores da Bíblia falam de Deus em Sua glória resplandecente; no segundo, de Deus “manifestado na carne’’ e, portanto, com Sua glória velada. O capítulo 33 de Êxodo começa com o panorama do ser humano desalentado e oprimido por estar distante de Deus, e termina com a ideia de que ele pode ter segurança e força ao se aproximar da presença divina.MC El, 288; PR, 312; PP, 328; T4, 532; T7, 221C apítulo 34sim, quando desceu do monte, não sabia Moisés que a pele do seu rosto resplandecia, depois de haver Deus falado com ele.
Ex.33:23 Sem comentário para este versículo
Ex.34:1 1. Lavra duas tábuas. Literalmente, “Lavre para si”. Por haver quebrado as primeiras tábuas (Ex 32:19) que “eram obra de Deus” (Ex 32:16), Moisés devia lavrar outras. Deus escrevería nelas os dez mandamentos (Êx 34:28; Dt 4:13; 10:4). Moisés não tinha pedido por outras tábuas, mas tinha suplicado pelo retorno do favor de Deus e a renovação da aliança. Porém, Deus não poderia dar o Seu favor sem demandar obediência à Sua lei. Os dois são inseparáveis. O ser humano está mais disposto a desfrutar as recompensas do viver correto do que viver corretamente. No entanto, Deus insiste que as recompensas só são dadas aos obedientes. Ele pode fazer aliança somente com os dispostos a aceitar Sua lei como regra de vida. E isso Ele faz para o próprio bem do ser humano, e não de Si mesmo.O ato de escrever novamente a lei em tábuas de pedra prova que ela é eterna einalterável (Mt 5:17-19; Rm 13:8-10; Ef 6:2; Tg 2:8-12; ljo 2:3, 4; 5:2, 3). Moisés foi chamado a substituir as duas tábuas da lei que foram quebradas por ele mesmo. Isso também acontece com aquele que quebra a lei de Deus; não se pode esperar o favor divino a menos que se coloque no caminho da obediência plena. O roubo traz o dever da restituição; o insulto, da desculpa; a calúnia, de uma retratação.
Ex.34:2 2. Pela manhã. A demora deu tempo a Moisés de preparar as novas tábuas de pedra.
Ex.34:3 3. Ninguém. Nem sequer Josué devia acompanhar Moisés (Êx 24:13; 32:15-17). As instruções nessa ocasião foram mais estritas do que as dadas anteriormente (ver Êx 19:12, 13).
Ex.34:4 Sem comentário para este versículo
Ex.34:5 5. Tendo o Senhor descido. A ‘coluna de nuvem” que estava à porta da tenda (Êx 33:10) subiu a montanha e, quando Moisés chegou ao topo do monte, ficou com ele ali.
Ex.34:6 6. E, passando o Senhor. Como prometido em Êxodo 33:22 e 23. O nome do Senhor representa Seu caráter, que segundo essa descrição tem três qualidades fundamentais: misericórdia, justiça e verdade. Coloca-se grande ênfase sobre a misericórdia, pois o relacionamento de Deus conosco está baseado nela (IJo 4:7-12). Ela foi especialmente importante naquele momento em que tinham perdido o favor divino, que não seria restaurado, não fosse Sua misericórdia. Há seis maneiras diferentes nas quais o Senhor manifesta amor por Seu povo. Ele é “compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado”. Seria difícil imaginar uma declaração mais completa de Seu cuidado e amor pelos pecadores. Quando o Senhor Se revelou a Moisés na sarça ardente, Ele declarou ser o “Eu sou” ou “O que existe por Si mesmo”, enfatizando assim a clara distinção entre Si e todos os outros deuses.Nessa ocasião, em vista do pesar e da humilhação de Israel (Êx 33:4-6), era necessário algo mais para lhes dar esperança e segurança. Por si mesma a lei não podia ser misericordiosa e bondosa. Sua ênfase estava na retidão. Era necessária uma revelação adicional cio caráter bondoso de Deus a Moisés. Na revelação do caráter de Deus a Moisés, o Sinai proclama não apenas a lei divina, mas também Sua graça. Esse fato prova que não tem fundamento a noção popular de que o Sinai representa a justiça mas não a misericórdia. A excelsa proclamação da graça feita no Sinai de modo algum anulou a lei nem impediu a justiça divina; em vez disso, esclareceu a relação de uma com a outra. Numa crise posterior, Moisés recordou a Deus do equilíbrio entre justiça e misericórdia proclamado nessa ocasião (Nm 14:11-19).Esse mesmo caráter imutável de Deus é o que dá ao pobre e desvalido pecador aesperança da vida eterna (SI 103:8-14; 145:8; Jr 29:11; 31:3). Visto que não se pode confiar em alguém que não é verdadeiro, Deus é digno de receber nossa confiança por ser “abundante” em “verdade”. A verdade está na raiz do caráter moral; é o oposto da hipocrisia (SI 108:4; 117:2; Jo 14:6; Tg 3:14).
Ex.34:7 7. Não inocenta o culpado. Deus é bondoso para com os pecadores arrependidos, mas Ele não pode consentir em enfraquecer Seu governo não mantendo firme Sua retidão e justiça (SI 85:10; 89:14). A justiça de Deus é parte essencial de Sua natureza tanto quanto a misericórdia; sem eia Deus não é Deus. A justiça é uma consequênc ia de Seu amor verdadeiro, pois “um Deus que é só misericórdia é um Deus injusto” [frase do poeta inglês Edward Young, 1681-1765]. Sem justiça não pode haver misericórdia. Embora leiamos na Bíblia que Deus tem prazer na misericórdia (Mq 7:18), ela nunca diz que Ele tem prazer em enviar juízos sobre o ser humano. Pelo contrário, diz-se que Seus juízos são “obra estranha” (Is 28:21) e Seu amor é abundante (Is 55:7; Rm 5:20). É a misericórdia de Deus que atenua Seus juízos e O torna longânimo (Lm 3:22; Rm 2:4).Nessa passagem fica claro que o amor divino determina a atitude de Deus para com Seus filhos pelo grande espaço concedido aqui na descrição de Seu caráter e pelo fato de os atributos de misericórdia precederem os de justiça. Deus não apenas ama; “Deus é amor” (IJo 4:16). O atributo do amor é parte real de Sua essência; sem o amor Ele não poderia ser “Deus”. Quando o Senhor nos pune por nossos pecados Ele o faz com amor, não com ódio - para nosso próprio bem. Como o cirurgião, Deus usa o bisturi da tristeza para alcançar a cura da doença da alma que resultou do pecado (Hb 12:5-11; Ap 3:19).
Ex.34:8 Sem comentário para este versículo
Ex.34:9 9. Se, agora. Fortalecido na fé pela proclamação do caráter divino, e confiante na graça de Deus, Moisés roga ao Senhor queexercite. Sua graça, perdoando a iniquidade do povo e restaurando a aliança quebrada. Talvez a falta de uma clara visão espiritual impediu Moisés de discernir que Deus tinha prometido tudo isso no dia anterior (Ex 33:17).
Ex.34:10 10. Eis que faço uma aliança. A disposição de Deus em renovar Sua aliança com Israel mostra dois fatos: (1) Sua fidelidade para com o povo, por causa das promessas feitas aos pais, e (2) o poder vitorioso da oração intercessória. Promessas adicionais não feitas antes são mencionadas, como a realização de milagres, o alargamento das fronteiras e segurança contra invasões (v. 24). As bênçãos da cooperação com Deus estão infinitamente além da compreensão humana (Ef 3:20).Farei maravilhas. Estas maravilhas incluiríam a travessia do rio Jordão “a pé enxuto” (Js 3:14-17), a destruição de Jerico (Js 6:15-21) e a morte de seus inimigos pela chuva de pedras (Js 10:1-11).Coisa terrível. Não para Israel, mas para os inimigos (Dt 10:21; SI 106:22; 145:6).
Ex.34:11 11. Guarda o que Eu. te ordeno. Esta não é uma referência específica aos dez mandamentos, cuja observância se voltou a exigir ao serem reescritos em novas tábuas (v. 28). Este mandado inclui as ordens listadas nos v. 12 a 26. Deve-se observar que o aumento dos benef ícios da parte de Deus deve ser equilibrado com a aceitação pelo povo de maiores obrigações. Cada vitória sobre o pecado traz consigo uma visão mais clara de Deus, mais oportunidades e responsabilidades.
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Ex.34:13 13. Derribareis os seus altares. Isto compreende mais do que a ordem correspondente no “livro da aliança” (Ex 23:24), que menciona “imagens” apenas. A respeito destes “altares”, ver Números 23:1, 29, 30; Juizes 2:2; 1 Reis 16:32; 18:26.Postes-ídolos. Da palavra asherim. Estes “postes-ídolos” parecem ter sido objetos de adoração feitos de madeira na forma de árvores truncadas. Essas cepas de árvores,possivelmente ainda com alguns tocos de galhos, eram objetos de adoração. A famosa árvore sagrada dos assírios era provavelmente um asherah.
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Ex.34:15 15. Para que não faças aliança. Ostrágicos resultados de se fazer alianças com as nações cananeias (v. 12; Ex 23:32, 33), de participar de festas a ídolos e de se casar com mulheres pagãs (Jz 2:2, 11-13) são detalhados de forma vivida. Visto que o Senhor considerava Seu povo como Sua noiva, a idolatria era tida como adultério (Jr 3:1-5; Ez 16; 2Co 11:2; Ap 19:7-9; 21:2). Faz-se referência a “deuses fundidos” devido ao então recente i pecado do bezerro de ouro.
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Ex.34:21 21. Na aradura. Visto que nas épocas do plantio e da colheita a tentação de violar o sábado era maior, a ordem é repetida.
Ex.34:22 22. A Festa das Semanas. A primeira vista parece que três festas diferentes são mencionadas aqui. Porém, dado que a festa das “primícias da sega do trigo” é a mesma que a “festa das semanas” (Lv 23:15-17; Nm 28:26), são apenas duas. Ambas tinham sido ordenadas no “livro da aliança” (Ex 23:16).
Ex.34:23 23. Todo homem. Ver com. de Ex 23:14-17.
Ex.34:24 24. Alargarei o teu território. A primeira promessa feita a Abraão e sua descendência sobre terras está registrada em Gênesis 12:5-7. Mais tarde essa promessa foi ampliada e incluiu toda a área entre o “rio do Egito” e o Eufrates (Gn 15:18; lRs 4:21; 2Cr 9:26).Ao contemplar a incomparável superioridade de Israel sobre as demais nações, muitos se uniríam ao povo escolhido de Deus de forma voluntária. Desse modo, as fronteiras de Israel seriam ampliadas até que finalmente “seu reino abarcasse o mundo” (PJ, 290). Jerusalém teria permanecido para sempre (GC, 19) e se tornaria a metrópole de toda a Terra (DTN, 577).
Ex.34:25 Sem comentário para este versículo
Ex.34:26 26. As primícias dos primeiros frutos. A melhor salvaguarda contra a idolatriaera a participação constante no espírito e na prática do verdadeiro culto conforme prescrito por Deus. A fé e a devida observância do sábado, das festas anuais, das leis da redenção, dos diversos sacrifícios e de instituições semelhantes, ordenados a conduzir à consagração espiritual, os protegeria das tentações e perigos do paganismo que encontrariam na terra prometida.Não cozerás. Ver com. de Êx 23:19. A parte final desta seção é paralela à última parte do “livro da aliança” (Ex 23:19).
Ex.34:27 27. Estas palavras. Ou seja, as palavras dos v. 10 a 26.Segundo o teor. Isto é, “em harmonia com essas palavras”. Deus cumpriria Sua parte na aliança se o povo fielmente cumprisse a dele.
Ex.34:28 28. Quarenta dias. Isto duplicou o tempo que Moisés esteve no monte pela primeira vez (Ex 24:18). Nesta ocasião, o povo passou no teste da ausência de Moisés (ver Êx 34:30-32).Não comeu pão. Nisto também se repetiu a experiência anterior (Dt 9:9-12). A comunhão de Moisés com o Senhor lhe deu força física, e, por isso, ele não sentiu necessidade de comer e beber. As necessidades do corpo não foram sentidas porque os anseios do espírito estavam plenamente satisfeitos (SI 16:11). Elias (lRs 19:8) e Jesus (Mt 4:1, 2) são os únicos personagens da Bíblia que também ficaram sem comer e beber pelo mesmo período de tempo. Na oração final deste versículo o verbo ‘'escreveu” se refere a Deus e não a Moisés (Êx 34:1; Dt 10:1-4).
Ex.34:29 29. Depois de haver Deus falado com ele. De preferência, “por haver Deus falado com ele”. O rosto resplandecente de Moisés era um reflexo da glória divina (2Co 3:7). De forma similar, na transfiguração, a divindade se deixou refletir na humanidade (Mt 17:2). Na ocasião anterior em que Moisés havia estado com Deus, não ficou em seu rosto nenhuma marca visível da presença divina(Êx 24:12-18). Esta diferença se devia em parte ao fato de ele ter passado por uma terrível prova e, com essa experiência amarga, tinha se tornado um homem melhor, mais puro e mais apto para a íntima comunhão com Seu Deus; e em parte ao fato de o povo estar arrependido, em vez de em rebelião. Moisés tinha demonstrado devoção, coragem e zelo ao refrear a apostasia.Ao se recusar ser o único progenitor de um povo o qual Deus Se propunha a adotar em vez de o iníquo Israel (Ex 32:10), e ao se oferecer como expiação pelas transgressões desse povo (32:32; Jo 15:13), ele manifestou um espírito de suprema abnegação. A partir de então, persistiu na intercessão abnegada e de todo coração por seus compatriotas (33:12-16). Em vista dessa demonstração da mais elevada devoção religiosa, um reflexo do caráter do próprio Deus, era apropriado que se lhe permitisse o privilégio exclusivo de ver a glória do Criador (33:18-23; 34:5- 8). Não é de se surpreender que seu rosto tivesse resplandecido após essa experiência. Sem dúvida, Paulo tinha Aloisés em mente ao escrever 2 Coríntios 3:18.O que está cheio do Espírito de Deus reflete o glorioso caráter de Deus. Dos que vivem próximo a Deus emana uma influência que, embora talvez não a percebam, como aconteceu com Moisés, tem notável efeito sobre outros. O ser humano não é tão impressionado com aquilo que um cristão se esforça para conseguir, mas com o que o cristão consegue de forma inconsciente.
Ex.34:30 30. E temeram. Sua consciência culpada fez com que Arão e o povo sentissem que Deus ainda estava longe deles, e se afastaram do semblante radioso de Moisés. Se tivessem sido sempre obedientes a Deus, o temor teria dado lugar à alegria e teriam acolhido a luz dos Céus. Esse reflexo da glória e da majestade de Deus tinha o propósito de fazer com que Israel visse o caráter sagrado de Sua lei e a glória do evangelho revelado por meiode Cristo. Ambos tinham sido apresentados a Aloisés no monte. Essa luz divina simbolizava a glória da dispensaçâo da qual Moisés era o mediador visível (2Co 3:7, 11, 14; PP, 330).
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Ex.34:33 33. Tendo Moisés acabado de falar. Enquanto Moisés dizia ao povo "tudo o que o Senhor lhe falara” (v. 32), sua face estava descoberta. A partir de então, ele usou um véu sobre o rosto na presença do povo. O ato de cobrir o rosto com um véu aponta para Jesus Cristo, que velou Sua divindade com a humanidade a hm de que pudesse estar com o ser humano (Fp 2:5-11; DTN, 23). Se o Filho de Deus tivesse vindo na glória do Céu, os pecadores não teriam resistido à Sua presença. Mas, como Filho do homem, Ele podia associar-Se livremente com os pecadores e prepará-los para a restauração à imagem de Deus.
Ex.34:34 34. Vindo Moisés perante o Senhor.Isto é, à “tenda da congregação” (Ex 33:7- 10). Quando saía para falar as palavras de Deus ao povo, seu rosto era deixado descoberto até ele ter dado a mensagem. A santa luz adicionava autoridade divina à sua mensagem e dava evidência permanente de que ele lhes falava como representante de Deus, assim como a lua testemunha a existência/ ausência do sol.
Ex.34:35 35. Viam os filhos de Israel. Após dar a mensagem, Aloisés cobria o rosto até entrar novamente na “tenda da congregação”.Em 2 Coríntios 3:7-18 o apóstolo Paulo usa esse evento de velar o rosto para tipificar a glória velada da aliança antiga em contraste com a glória descoberta e permanente da nova aliança. A glória de Deus pode ser discernida através do AT, embora seja velada com f requência pelas imperfeições dos seres humanos por meio de quem levava a cabo Seu plano. Paulo fala também de um "véu” sobre o “coração” dos judeus de seus dias, que representava a cegueira espiritual por não discernirem Jesus de Nazaré como o Messias profetizado (ver Mt 15:24; 23:16; Jo 9:39-41). Nosso Senhor achou difícil remover essa cegueira mesmo de Seus próprios discípulos (Lc 24:25).A remoção do véu por Aloisés também simboliza o crente que contempla com o rosto desvendado "a glória de Senhor” como uma promessa de que ele também será transformado “na sua própria imagem”, "de glória em glória” (2Co 3:18). “A glória refletida no semblante de Aloisés ilustra as bênçãos a serem recebidas, pela mediação de Cristo, pelo povo que guarda os mandamentos de Deus” (PP, 330).Te, 85; T3, 140Capítulo 35bronze, os seus varais e todos os seus utensílios, a bacia e o seu suporte;cujo coração os dispôs para trazerem uma oferta para toda a obra que o Senhor tinha ordenado se fizesse por intermédio de Moisés.
Ex.35:1 1. Toda a congregação. Os israelitas estavam prontos para começar a planejada construção do tabernáculo (Ex 25-31) adiada por causa da apostasia (Ex 32; PP, 343) e pela necessidade de renovação da aliança (Ex 33, 34). Visto que esse era um projeto no qual todos do povo estavam interessados e envolvidos em razão de suas ofertas (25:2-7) e de seu trabalho (ver Ex 28:3; 35:10, 25; 36:4; 39:42), Moisés os reuniu para dar as primeiras instruções.
Ex.35:2 2. Seis dias. Os hebreus estariam envolvidos num empreendimento sagrado e podiam pensar que isso seria desculpa para trabalhar no sábado. No entanto, não deviam permitir que a natureza sagrada do trabalho os enganasse, levando-os a negligenciar a observância desse dia. Essa é urna lição para os ministros e outros que fazem o trabalho de Deus no Seu dia. A construção do tabernáculo, com as diferentes habilidades e os materiais requeridos, era trabalho material, e, portanto, não constituía uma ocupação apropriada para o santo dia do Senhor.
Ex.35:3 3. Não acendereis fogo. Antigamente, acender fogo requeria esforço considerável. O clima relativamente quente da região do Sinai tornava desnecessário o aquecimento artificial, e o fogo seria usado apenas para cozinhar. O alimento aquecido, como não era essencial à saúde nesse clima, não devia ser preparado no sábado (ver com. cie Ex 16:23). Esta ordem ainda é obedecida de forma rigorosa, mesmo em lugares declima frio, pelos judeus caraítas, que não permitem fogo nem luz em seus lares no dia de sábado. Contudo, muitos judeus consideram que a ordem era de caráter transitór io e usam tanto fogo quanto luz, mesmo na Palestina. Contudo, judeus estritamente ortodoxos não cozinham aos sábados.
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Ex.35:18 18. Estacas. Tratavam-se de estacas cravadas no solo para segurar as cordas que sustentavam a cobertura do tabernáculo e os postes na parede do átrio.
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Ex.35:25 25. Fiado. Fiar era uma arte comum entre as mulheres dessa época, ricas ou pobres. Havia trabalho para todos na construção do tabernáculo e de sua mobília. Toda obra feita para Deus tem grande valor e importância, seja a dos “príncipes” que doaram “pedras de ônix” e pedras preciosas e os caros “arômatas” (v. 27, 28), ou a das humildes mulheres que fiavam “pelos de cabra” (v. 26).Para mais informações a respeito das diretrizes da construção do tabernáculo, ver com. de Êxodo 25 a 31.
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Ex.35:29 29. Oferta voluntária. O espírito de generosidade manifestado pelo povo de Israel deve ter agradado a Deus, pois “Deus ama a quem dá com alegria” (2Co 9:7). Não é tanto o montante dado que conta para Ele (Lc 21:3), mas o espírito com que é feita a oferta (v. 4). Generosidade e fidelidade são o que torna nosso serviço aceitável a Deus (Pj, 402), e Ele nos recompensa segundo Sua generosidade (PJ, 397).Capítulo 36que faziam a obra, fizeram o tabernáculo com dez cortinas de linho fino retorcido, estofo azul, púrpura e carmesim com querubins; de obra de artista as fizeram.cantos do tabernáculo de ambos os lados,
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Ex.36:3 3. Todas as ofertas. A liberalidade dos israelitas era de fato surpreendente. Eles deram tanto que o excedente de materiais atrapalhou o progresso da obra. A resposta do povo foi semelhante no apelo do rei Ezequias (2Cr 31:4-10).
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Ex.36:8 8. Todos os homens hábeis. Este capítulo se assemelha muito ao capítulo 26. Entre os pontos não mencionados antes estão os seguintes:
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Ex.36:22 22. Travados um com o outro. De preferência, “colocados um diante do outro”para serem inseridos nas “bases” (Êx 26:19).
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Ex.36:27 27. Ao lado do tabernáculo. De preferência, “o lado” ou a parte posterior do tabernáculo.
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Ex.36:37 37. Porta da tenda. Como em Ex 26:36.
Ex.36:38 38. Cabeças. Isto é, a parte superior das colunas.A repetição longa e precisa, na parte final deste livro, dos detalhes da construção do tabernáculo devia ter propósito definido. Mostra a importância do santuário e de todas as suas partes no plano da salvação.Também enfatiza a necessidade da obediência exata e estrita às ordens divinas. Se fosse concedido a alguém o privilégio de mudar em algum detalhe as instruções divinas, esse seria Moisés; porém, tal prerrogativa não lhe foi concedida.A exata correspondência de cada detalhe ensina a lição de que as ordens de Deus devem ser estritamente observadas. Os cinco últimos capítulos do livro de Êxodo enfatizam a exatidão com que Moisés e seus liderados acataram as instruções dadas por Deus. Se a ordem era fazer "cinquenta laçadas” (Ex 26:6), “cinquenta laçadas” eram feitas (36:13). Se “cinco colunas” devessem ser construídas num lugar (26:37) e “quatro colunas” em outro (26:32), assim era feito (36:36, 38). Se uma cortina devesse ser feita com um desenho em seu tecido (26:31) e outra adornada com bordados (26:36), o bordador e o tecedor faziam assim (36:35, 37). Nada do que se ordenou foinegligenciado. Em apenas um ou dois casos (36:38) fizeram-se pequenos acréscimos, se não às ordens dadas, ao menos às registradas. O mesmo espírito foi refletido por nosso Senhor em Seu ministério (Jo 4:34; 17:4). Deus desaprova qualquer alteração de Seus mandamentos, qualquer desvio deles seja para a direita ou para a esquerda, qualquer redução ou acréscimo. Não se deve acrescentar ou diminuir nada do evangelho ou da palavra de Deus (Dt 4:1, 2; 12:32; Pv 30:5, 6).A maneira progressiva em que o taberná- culo foi levantado, primeiramente suas estruturas, depois as cortinas externas e internas e por último as tábuas, travessas e véus, demonstra a obra da santificação na experiência do crente. Depois de o coração ter sido entregue pela fé a Cristo como Salvador, o ser humano cresce nas virtudes cristãs, até que toda a vida seja “para santuário dedicado ao Senhor” (Ef 2:21, 22).Capítulo 37I A arca. 6 O propiciatório com os querubins. 10 A mesa com os utensílios. 17 O candelabro com as lâmpadas e os utensílios. 25 O altar do incenso. 29 O óleo da unção e o incenso aromático.formato de amêndoas, uma maçaneta e uma flor; e três cálices com formato de amêndoas na outra hástea, uma maçaneta e uma flor; assim eram as seis hásteas que saíam do candelabro.
Ex.37:1 1. E Bezaíel. Este capítulo registra a execução das instruções registradas em Êxodo 25:10-39; 30.T-5, 23-25, 34 e 35 (veros comentários dessas passagens). Bezalel encarregou outros a fazer a maior parte da obra e reservoupara si a construção da arca, dos querubins e do propiciatório. Sem dúvida ele fez assim porque a arca era a mobília mais importante no santuário, como o lugar da presença divina. Bezalel desejava que essa fosse sua obra-prima.Capítulo 38de quinze côvados; e as suas colunas eram três, e as suas bases, três.arrolados, de vinte anos para cima, que foram seiscentos e três mil quinhentos e cinquenta.
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Ex.38:1 1. O altar do holocausto. Os v. 1 a 8lidam com a mobília do átrio (ver com. de Êx 27:1-5; 30:18).
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Ex.38:8 8. Dos espelhos. Não foram mencionados antes. Eles eram de bronze polido e tinham forma oval. Estes espelhos eram usados pelas mulheres do Egito, como em grande parte do Oriente, desde tempos remotos. Visto que Moisés parece não ter ordenado que se dessem estes espelhos, as mulheres devem tê-los oferecido com espírito de consagrada abnegação. Sem dúvida, eram de grande valor e a dedicação deles a Deus foi, portanto, um exemplo de devoção (ver Mt 26:6-13).Essas mulheres piedosas estimavam mais o adorno do espírito do que o da aparência exterior (IPe 3:1-5). Sua dádiva testificou que amavam mais a Deus do que a si mesmas.
Ex.38:9 9. Fez também o átrio. Para os v. 9 a 20, ver o com. de Êx 27:9-19.
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Ex.38:23 23. Bordador. Visto que Aoliabe era hábil em trabalhos com tecidos, a palavra “escultor” (KJV) que sugere trabalho commetais deve ser traduzida por ''bordador” ou “artesão” (NVI).
Ex.38:24 24. Todo o ouro. “Todo o ouro” pesaria pouco mais de uma tonelada. Isso seria um cubo de ouro de uns 37,25 cm de lado. O ouro abundante no Egito, era importado da Etiópia. A terra dos faraós também recebia muito ouro como tributo de nações subjugadas.
Ex.38:25 25. A prata. O peso da prata seria de 3 toneladas e 440 kg. As “cem bases” (v. 27) concordam exatamente com o total de “bases” listadas em Êxodo 26:19, 21, 25 e 32.
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Ex.38:29 29. O bronze. Seu peso seria de 2 toneladas e 420 kg. A isso deve ser acrescentado o valor das pedras preciosas, das especiarias, da madeira, dos tecidos, das peles de animais. Isso demonstra a generosidade do povo (ver SI 105:37).Ouando os hebreus deixaram o Egito, pediram tesouros e objetos de valor aos egípcios (ver com. de Êx 3:22; 12:35, 36). Sem dúvida também tinham acabado de adquirir muitas riquezas da derrota sobre os ama- lequitas (Êx 17:8-13).Capítulo 39os seus utensílios, e o azeite para a iluminação;
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Ex.39:1 1. De estofo azul. As vestes sacerdotais eram feitas segundo as instruções registradas em Êxodo 28.
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Ex.39:3 3. De ouro batido. Pela primeira vez, explica-se o método pelo qual o fio de ouro era preparado para o bordado.
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Ex.39:32 32. Toda a obra. Visto que os israelitas não chegaram ao monte Sinai antes do terceiro mês (Ex 19:1) e que Moisés esteve com Deus por cerca de três meses (24:18; 34:28), a construção do tabernáculo começou por volta do sexto ou sétimo mês e foi completada antes do final cio ano (Ex 40:2; PP, 349). A construção durou, então, seis meses. A rapidez com que a obra foicompletada indica a consagração, habilidade e cooperação fraternal da parte de todos os envolvidos no projeto e as bênçãos de Deus sobre seus esforços.
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Ex.39:43 43. Viu, pois, Moisés. Ao final da criação, Deus olhou para toda a obra de Suas mãos. Depois de ver que tudo era “muito bom”, pronunciou uma benção sobre ela (Gn 1:22, 28, 31). O ser humano havia construído um “santuário” onde Deus prometeu. habitar (Ex 25:8). Isso representou os melhores esforços do ser humano e foi feito “segundo o Senhor havia ordenado” (39:43). Com razão, “Moisés abençoou” o povo pelo trabalho feito com amor e devoção.Capítulo 40Senhor ordenara a Moisés.ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo.
Ex.40:1 Sem comentário para este versículo
Ex.40:2 2. No primeiro dia. Isto é, o primeiro dia do mês de abibe ou nisã, que seria final de março ou início de abril. Certamente não poderia haver tarefa melhor para o povo no primeiro dia de um novo ano do que começar a construir esse local de adoração.
Ex.40:3 3. Porás, nele, a arca. A arca da aliança era o objeto mais importante de todos no tabernáculo, o coração do santuário, a base da aliança (Dt 4:12, 13), o lugar da presença de Deus entre Seu povo (ver Êx 25:8, 21, 22). Portanto, foi a primeira mobília a ser levada ao tabernáculo. As duas tábuas de pedra já estavam dentro dela (v. 20, 21).
Ex.40:4 Sem comentário para este versículo
Ex.40:5 5. Diante da arca. Não no lugar santíssimo, mas “diante do véu”, em frente da arca, no lugar santo (v. 26).O reposteiro. Isto é, a cortina da porta da tenda (Ex 26:36, 37).
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Ex.40:8 Sem comentário para este versículo
Ex.40:9 Sem comentário para este versículo
Ex.40:10 10. O altar se tornará santíssimo. Não porque fosse mais santo que os outros artigos do tabernáculo, todos eram “santíssimos'" (Ex 30:29). Foi designado assim para que o povo constantemente se conscienti- zasse de sua natureza sagrada, uma vez que tinham mais contato com o altar do que com o santuário e seus artefatos.
Ex.40:11 Sem comentário para este versículo
Ex.40:12 Sem comentário para este versículo
Ex.40:13 Sem comentário para este versículo
Ex.40:14 Sem comentário para este versículo
Ex.40:15 15. E os ungirás. Parece haver uma diferença entre a unção do sumo sacerdote e a dos demais sacerdotes. O óleo eraprimeiramente derramado sobre a cabeça de Arão e, em seguida, aspergido sobre ele e suas vestes. Mas parece ter sido apenas aspergido sobre os outros sacerdotes, e não derramado sobre a cabeça deles (Lv 8:12, 30; SI 133:2). Devido a essa unção especial, o sumo sacerdote é com frequência chamado de “o sacerdote ungido" (Lv 4:5, 16; 6:22; 16:32).
Ex.40:16 Sem comentário para este versículo
Ex.40:17 17. Do segundo ano. O segundo, caso se contasse como primeiro o ano que deixaram o Egito. O primeiro aniversário do êxodo foi duas semanas depois, no dia 15 do primeiro mês (ver p. 187).No primeiro dia. Os v. 17 a 33 registram o momento em que o tabernáculo foi levantado. Como era portátil, isso poderia ser feito com facilidade em apenas um dia.
Ex.40:18 18. Pôs as suas bases. As “colunas" sustentavam o “véu" interior e também as cortinas do lado oriental, ou entrada da tenda (Êx 26:31, 32, 36, 37).
Ex.40:19 19. A tenda sobre o tabernáculo. Aqui se esclarece a distinção entre "tenda”, “tabernáculo” e “coberta". A “tenda” era a cobertura de pelo de cabra e a estrutura de madeira que a sustentava. Sobre ela estava a “coberta" de peles de carneiro e de peles finas (Êx 26:14).
Ex.40:20 Sem comentário para este versículo
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Ex.40:25 25. E preparou as lâmpadas. Moisés, como um símbolo do grande sumo sacerdote,Jesus Cristo (Hb 4:13; 8:1, 2), inaugurou o serviço do santuário. Ele não apenas acendeu as “lâmpadas” e o “incenso aromático”, mas ofereceu sobre o altar do holocausto o primeiro sacrifício vespertino, “holocausto e oferta de cereais” (Êx 29:38-41; 40:29).
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Ex.40:30 30. Pôs a bacia. Os v. 31 e 32 são como um parêntese que explica o propósito da bacia.
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Ex.40:33 33. Moisés acabou. A construção do tabernáculo estava completada antes que fosse levantado.Depois que o evangelho tiver sido pregado para todo o mundo, os “escolhidos” serão reu- nidos (Mt 24:14, 31). Então, toda “pedra que vive” (IRs 6:7; lPe 2:4, 5), esculpida e acabada segundo o modelo divino, assumirá seu lugar no templo de Deus (Ap 3:12). Agora estão sendo construídos os caracteres que um dia se tornarão parte desse lugar de morada eterna (Mt 6:19-21; 7:24-29). Quando os preparativos para o reino de Deus estiverem prontos, de acordo com o plano, não se tardará em estabelecer esse reino em toda sua glória. Cristo então Se manifestará e Seu povo será manifestado com Ele (Cl 3:4).Assim como o tabernáculo foi preparado para ser a morada do Senhor, a glorificação da igreja abrirá o caminho para o “tabernáculo de Deus’’ estar “com os homens” (Ap 21:3). Assim como o povo participou com Moisés na construção do santuário terreno,Cristo convida os crentes a serem colaboradores com Ele na construção de Sua igreja (lCo 3:9; 2Co 5:19-21; 6:1).^Quando o tabernáculo foi levantado, não lhe faltava nada para ser perfeito. Assim será quando a igreja for finalmente glorificada (Ef 5:27).
Ex.40:34 34. A nuvem. Esta nuvem tinha conduzido Israel desde Sucote (Êx 13:20-22; 14:19, 20, 24; 19:9; 24:15-18). Por um tempo, também esteve na “tenda da congregação” (33:7- 10), mas, então, cobria o tabernáculo com “a glória do Senhor”.A glória do Senhor. Com quanta ansiedade o povo deve ter se reunido para contemplar a sagrada estrutura. E enquanto observava com satisfação reverente, a coluna de nuvem flutuou de forma majestosa sobre o santuário, desceu e o envolveu. Assim Deus demonstrou aprovação por tudo que tinha sido feito. O Senhor aceitou a morada preparada para Ele, e entrou nela. Com profunda emoção o povo contemplou o sinal de que a obra de suas mãos havia sido aceita (PP, 349, 350). Agora sabiam que o próprio Deus habitava com eles e os acompanharia (Nm 9:15-23).O livro de Exodo finaliza com uma sublime manifestação da glória e do poder de Deus. Ele termina como a história deste mundo irá terminar, com a descida da glória do Senhor para morar com a hu manidade (Ap 21:3; 22:5).
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