"As coisas encobertas pertencem ao nosso Deus, mas as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos todas as palavras desta lei."
Deuteronômio 29:29

Capítulo e Verso Comentário Adventista > Amós
Am.1:1 1. Palavras. A expressão "em visão” mostra c|ue as palavras vieram de Deus. O profeta viu por revelação divina o que registrou posteriormente (ver 2Sm 23:2).Pastores. Literalmente, ‘criadores de ovelhas”. Amós 7:14 e 15 indica que o profeta era um pequeno criador de ovelhas ou um trabalhador pobre, pertencendo, portanto, a uma baixa classe social.Tecoa. Pequena cidade de Judá, em área pastoril arenosa e pouco estéril, oito quilômetros ao sul de Belém (ver 2Sm 14:2;A respeito de Israel. O ministério de Amós, como o de Oseias, foi especialmente em favor de Israel, o reino do norte, embora Amós nem sempre limitasse o termo Israel ao reino do norte, mas, ocasionalmente, inclui também o reino do sul, Judá.Antes do terremoto. A história secular ainda não lançou luz sobre este evento. No entanto, muito tempo depois, o profeta Zacarias mencionou o terremoto (verZc 14:5). Evidentemente, foi grave o suficiente para deixar uma forte impressão sobre as gerações seguintes. Josefo declara que este terremoto aconteceu quando o rei Uzias presunçosamente entrou no templo para queimar incenso (Antiguidades, ix. 10.4; ver 2Cr 26:16-21).
Am.1:2 2. O Senhor rugirá. Comparar com jl 3:16.Jerusalém. Esta referência a Jerusalém como a morada do Senhor é, evidentemente, para enfatizar o fato de Deus não habitar em Dã e Betei, cenários do culto idólatra ao bezerro (ver lRs 12:25-33).Os prados. Do heb. neoth, “pastagens”. Sendo um pastor, era natural que Amós empregasse linguagem própria para demonstrar o pensamento de que toda a terra experimentaria a vingança de Deus.Carmelo. Trata-se do monte Carmelo, na realidade uma cadeia montanhosa e não um pico. Era conhecido por sua abundante fertilidade (ver Is 33:9; 35:2; Jr 50:19).
Am.1:3 3. Assim diz o Senhor. Antes de mencionar Israel, Amós pronuncia o julgamento sobre as nações pagãs vizinhas, por causa de perseguição ao povo de Deus. Se os pagãos mereciam o castigo, possuindo mais luz, Israel não podia ficar impune.Três transgressões. Ver v. 6, 9, 11, 13; 2:1, 4, 6. Os números não devem ser tomados literalmente, como denotando determinado número de infrações em cada caso. Eles são usados para indicar um grande número, o quatro é usado para uma boa medida (ver com. de Jó 5:19; 33:29; Ec 11:2). O modo de enumeração era um dispositivo poético antigo encontrado também na literatura cananeia de Ugarit. O seguinte enunciado é um exemplo do ugarítico: “Baal odeia dois sacrifícios, sim três, o cavaleiro das nuvens, o sacrifício da vergonha e o sacrifício da baixeza e o sacrifício do abuso das servas.”Presumivelmente, “três transgressões” eram suficientes para constatar um pecadointencional e incurável. Mas os povos mencionados em Amós 1 e 2 tinham ultrapassado até esse limite. O pecado persistente resulta em culpa cumulativa. Deus suporta longamente os ímpios até que, finalmente, eles cruzam a linha de Sua paciência.Damasco. Esta cidade foi a capital de um reino sírio forte e representava toda a Síria. Era bela, próspera, bem fortificada e uma das cidades mais antigas do mundo. Desde que Rezim se levantou contra Salomão (lRs 11:23-25) e conquistou Damasco, que tinha sido tributária a Davi (2Sm 8:05, 6), esta cidade estava periodicamente em inimizade com Israel. Isso resultou em violenta guerra entre os dois (ver lRs 15:16-20, 20, 22; 2Rs 7; 10:32, 12:17, 18; 13:3-5). Jeroboão II, cie Israel, em cujo reinado Amós cumpriu seu ministério, havia derrotado Damasco novamente, colocando-a sob tributo (2Rs 14:28).Gileade. As pastagens no altiplano a leste do Jordão. O nome aqui denota toda a região leste do Jordão dada a Gade, Rúben e à meia tribo de Manassés (ver Js 22:1-4, 9).Trilhos de ferro. Trenós ou carros feitos de pesadas pranchas amarradas em conjunto, debaixo das quais pedras afiadas ou pontas de ferro eram inseridas. Sobrecarregados com uma pesada pedra ou com um condutor, esses instrumentos eram puxados por bois sobre o grão (ver Is 28:27; 41:15). Na LXX, a última frase de Amós 1:3 diz: “Porque trilharam a Gileade com trilhos de ferro” (ver 2Rs 8:12).
Am.1:4 4. Meterei fogo. Parece que este era fogo literal, porém, deve-se reconhecer que o fogo é usado metaforicamente para a guerra e seus males (ver SI 78:62, 63; Jr 48:45, 46; 49:26, 27).Ben-Hadade. Literalmente, “o filho do [deus] Hadade”. Ben-Hadade III era filho de Hazael (ver 2Rs 13:3). Esses nomes podem indicar a dinastia de Hazael e a própria Damasco com seus palácios reais magnifi- centes. Essa cidade orgulhosa devia receber ajusta recompensa por seus pecados.
Am.1:5 5. Quebrarei o ferrolho. Barras de ferro eram usadas para trancar a porta da cidade (ver lRs 4:13; Jr 51:30; Nm 3:13). Portanto, quebrar as barras ou ferrolhos abria a cidade ao inimigo.Biqueate-Áven. A localização desta planície é desconhecida. Em vez de “a planície do Aven ", a LXX diz, “a planície de On”. O nome grego usual para On é Heliópolis, “cidade do sol"', o que levou alguns estudiosos a identificar a planície de On com a planície entre o Líbano e os contrafortes do Líbano, em que ficava o famoso santuário de Baalbek, que também foi chamado de Heliópolis.Bete-Eden. Literalmente, “casa de deleite”. Alguns relacionam Éden com uma região na Mesopotâmia, normalmente identificada com a assíria Bít-Adini, situada às margens do rio Eulrates (ver com. de 2Rs 19:12).Quir. A localização é incerta. Foi a região de onde os siros (arameus) originalmente emigraram (ver Am 9:7). Alguns anos depois de esta profecia ter sido dada, muitas pessoas da Síria foram levadas cativas quando 1 iglate-Pileser II I matou Rezim e saqueou Damasco (2Rs 16:7-9).
Am.1:6 6. Gaza. Nos v. 6 a 8, um julgamento é pronunciado sobre os filisteus, cujo povo era inimigo hereditário de Israel. Devido à sua importância, Gaza, a mais meridional das cinco principais cidades da Filístia, é mencionada como representante de toda a nação, assim como Damasco é usada para representar toda a Síria (ver com. do v. 3). No v. 8, outras três cidades dos filisteus são mencionadas: Asdode, Asquelom e Ecrom. Gate não é mencionada, possivelmente, porque não era a mais importante, ou porque já podería ter sido destruída (ver 2Cr 26:6); ou pode ter sido incluída na expressão “resto dos filisteus” (Am 1:8).
Am.1:7 7. Fogo. Anteriormente, Gaza fora conquistada pelo rei do Egito (cf. jr 47:1), por Alexandre, o Grande, que a sitiou durante mais de dois meses (ver josefo, Antiguidades, xi.8.4), e também por outros invasores.
Am.1:8 8. Asdode. Esta cidade, chamada de Azoto na LXX e em Atos 8:40, ficava cercade 33 km a nordeste de Gaza e a alguns quilômetros do mar. Asdode foi conquistada por Uzias (2Cr 26:6), por Sargâo, rei da Assíria (Is 20:1) e por Psamético, rei do Egito.Asquelom. Esta era a única cidade importante da Filístia situada no litoral. Estava situada em um anfiteatro natural, o que lhe dava uma aparência mais imponente. Embora tivesse um porto pequeno e ruim, havia um comércio ativo que era a principal fonte de seu poder e importância.Volverei a mão. Ou seja, “visitarei Ecrom outra vez com juízos” (ver Is 1:25).Ecrom. Esta cidade distava cerca de 17 km a nordeste de Asdode. Cada cidade da Filístia tinha seu próprio rei, mas todos formavam uma espécie de confederação, debatendo e atuando em conjunto em qualquer ocasião necessária (ver com. de jz 3:3, cf 16:5, 8, 18, lCr 12:19).
Am.1:9 9. Tiro. Nos v. 9 e 10, um juízo é pronunciado sobre 'Firo, a principal cidade dos fenícios.Entregaram. Tiro, como grande e orgulhosa cidade comercial daquele tempo, cooperou com os filisteus contra os hebreus (ver SI 83:7). Tiro não é acusada por Amos de ter levado o povo em cativeiro, mas por tê-lo entregado aos edomitas, esquecendo assim o concerto feito com Davi e Salomão (ver 2Sm 5:11; lRs 5:1, 7-11; 9:11-14; 2Cr 2:11- 16). Pelo fato de os fenícios terem vendido o povo aos edomitas, eles se tornaram responsáveis pelas crueldades que os judeus sofreram. À vista de Deus, uma pessoa é culpada tanto pelo crime que comete como pelo que ajuda outro a cometer.
Am.1:10 10. Fogo. A parte principal do território de Tiro foi tomada por Senaqueribe e, mais tarde, por Assurbanípal. Tiro foi sitiada por Esar-Hadom e Assurbanípal, e lhes pagava tributo. Mais tarde, foi destruída por Alexandre, o Grande (ver com. de Ez 26:3, 4).
Am.1:11 11. Seu irmão. Amós passa então a denunciar as três nações ligadas por laços desangue com Israel: Edom, Amora e Moabe. Edom, descendente de Esaú, era o mais próximo e mais hostil. E a atitude não fraternal de Edom para com os descendentes de Jacó, desde o tempo de Esaú até o de Amós, que o profeta condena mais do que qualquer ato (Nm 20:14-21; cf. Dt 2:2-8; 23:7, 2Rs 8:20- 22; 2Cr 28:16, 17). A profecia é contra Edom (ver também Ez 25:12-14; 35; J1 3:19). Odiar um inimigo é ruim, pior é odiar um amigo, e pior ainda odiar um irmão.
Am.1:12 12. Temã. Um outro nome para Edom ou uma região de Edom habitada por uma tribo descendente de Esaú (ver com. de Gn 36:11, 34; Jr 49:7).Bozra. Uma importante cidade de Edom, situada em uma colina, 38 km ao sul pelo leste do Mar Morto e 48 km ao norte de Petra.
Am.1:13 13. Amom. Nos v. 13 a 15, o profeta declara que o julgamento viria sobre Amom, que era aparentado de Israel por meio de Ló. O harém de Salomão incluía muitas mulheres de Amom (IRs 11:1, 7). Embora os amonitas pareçam ter sido originalmente um povo nômade e predatório, a abundância de ruínas em sua terra mostra que, mais tarde, eles se estabeleceram na terra com moradas permanentes.Rasgaram. Era grande a hostilidade dos amonitas para com Israel (ver ISm 11:1- 3; 2Sm 10:1-5; 2Cr 20; Ne 2:10, 19; 4:1-3). Inveja, ciúme e medo uniram os amonitas aos moabitas para contratar Balaão a fim de amaldiçoar Israel (ver Dt 23:3, 4). Embora não haja outro registro da vileza dos amonitas contra os gileaditas aqui mencionada, Hazael, da Síria, usou este método, e é bem possível que os amonitas se juntassem a ele nessa barbárie (ver 2Rs 8:12; Os 13:16).Dilatarem seus próprios limites. Os amonitas reivindicaram o território queos israelitas tiraram de Siom e tentaram recuperá-lo no tempo de jefté (ver Jz 11). Mais tarde, eles conquistaram o território de Gade, que atraiu sobre eles duras denúncias do profeta Jeremias (cf. Jr 49:1-6).
Am.1:14 14. Rabá. Literalmente, “grande”, isto é, “a capital”. Rabá, ou Rabá-Amom, era a capital de Amom, situada a leste do Jordão, no braço sul do rio Jaboque, e era a única cidade importante na região. Ela foi conquistada por Davi (ver 2Sm 11:1; 12:26-31). Segundo Josefo, Amom foi tomada por Nabucodonosor (ver Jr 27:1-7) durante sua campanha egípcia (.Antiguidades, x.9.7). O nome atual de Rabá é ‘Ammân (note a semelhança com “Ammon”), a capital do reino da Jordânia.Com alarido. Uma referência ao grito de guerra do exército adversário, o que intensificava o horror da cena de carnificina (ver com. de Jó 39:25)Com turbilhão. Uma expressão que indica a ira de Deus contra a cidade (ver Jr 23:19).
Am.1:15 15.0 seu rei. Do heb. malham, que pode ser traduzido corretamente como seu “rei”, ou tomado como nome próprio para Mílcom (ver com. de 2Sm 12:30; IRs 11:5), mais conhecido como Moloque, principal divindade dos amonitas (ver com. de IRs 11:7; Jr 49:1; Sf 1:5). Isso estava em harmonia com o espírito da época de que as divindades locais deviam ser contadas como parte dos despo- jos de guerra (ver Is 46:1, 2). Pode ser que Amós pretendia que tanto o rei como o deus dos amonitas fossem levados para o cativeiro como evidência da derrota completa da nação.Para o cativeiro. No caso de Israel, o cativeiro foi concebido para realizar uma reforma. Para as nações pagãs julgadas por Deus, o cativeiro marcaria o fim da graça..Capítulo 2I A ira de Deus contra Moabe, 4 Judá e 6 Israel. 9 Deus se queixa da ingratidão.
Am.2:1 1. Assim diz o Senhor. Nos v. 1 a 3,o profeta pronuncia o juízo divino sobre Moabe, nação irmã de Amom (ver Gn 19:30- 38), e da mesma forma aparentada com Israel através de Ló (ver com. de Am 1:13).Moabe. A hostilidade de Moabe para com os israelitas se revelou na contratação de Balaão para amaldiçoar o povo de Deus (ver Nm 22-24; ver também 2Cr 20:22). Na inscrição da Pedra Moabita, o rei Mesha (Mesa) diz: “Eu fiz este lugar alto para Quemos, em Qorhah [...], pois ele me salvou de todos os reis e me fez triunfar sobre todos os meus inimigos. Onri, rei de Israel oprimiu Moabe pormuitos dias, por isso Quemos estava irritado com sua terra” (ver Nota Adicional a 2 Reis 3).Queimou os ossos. Esta profanação do corpo do rei de Edom (cf. 2Rs 23:16; Jr 8:1, 2), que foi considerada pelos judeus como grande desgraça, não está registrada em outro lugar. Já que Amós se concentra particularmente nos crimes cometidos contra o povo de Deus, esse ultraje pode ter alguma ligação com Israel ou Judá. Pode ter acontecido durante o tempo em que os edomitas se aliaram a Jorão e Josafá, na liga contra Mesha, rei de Moabe (ver 2Rs 3:7, 9), autor da Pedra Moabita. Jerônimo cita um relato, na tradiçãojudaica de que, depois dessa guerra, os moabitas, em vingança pela ajuda que Edom deu aos israelitas, desenterrou o corpo do rei edo- mita, a fim de profanar seus ossos.
Am.2:2 2. Queriote. Do heb. qeriyyoth, “cidades”, “lugares”, ou o nome próprio de uma cidade. Em vez de Queriote, a LXX diz “das cidades”. No entanto, é melhor considerar qeriyyoth como o nome de uma das principais cidades moabitas (ver Jr 48:24, 41). A cidade é mencionada na linha 13 da Pedra Moabita (ver a tradução da inscrição na Nota Adicional a 2 Reis 3).Morrerá entre grande estrondo. Da mesma maneira turbulenta como viveram, os moabitas morreríam por castigo divino (ver Nm 24:17; Jr 48:45).Trombeta. Do heb. shofar, “um chifre de carneiro” (ver vol. 3, p. 23, 24).
Am.2:3 3. Juiz. Aqui usado, provavelmente, no sentido de “rei" (ver Mq 5:1) como o chefe magistrado da nação.
Am.2:4 4. Assim diz o Senhor. Tendo pronunciado a sentença sobre as nações estrangeiras, Amós introduz o tema real de sua profecia: os pecados de seu próprio povo e os castigos a lhes sobrevir. Pelo fato de terem rejeitado luz espiritual que tiveram os gentios, os israelitas estariam sob maior condenação (ver Jo 9:40, 41). Amós lida primeiro com o reino deJudá (v. 4, 5) e, depois, volta- se para o seu principal objetivo, o reino de Israel (v. 6-8).Lei. Do heb. torah, nome geral para todo o corpo de mandamentos e preceitos, tanto morais como cerimoniais (ver com. de Dt 31:9; Pv 3:1). As nações estrangeiras previamente mencionadas são condenadas por causa de seus crimes contra o povo de Deus e contra a lei da consciência, judá é aqui condenada e punida por seus crimes contra o próprio Senhor e a lei escrita, a religião revelada, Tendo o conhecimento da lei do Senhor, a responsabilidade de Judá diante de Deus era incomparavelmente maior do que a deoutras nações. Ao denunciar Judá, o povo de seu próprio país, Amós exibe a imparcialidade de Deus (ver Rm 2:11-13).Suas próprias mentiras. Ou, os ídolos vãos e a adoração aos mesmos. E comum os escritores bíblicos se referirem aos ídolos como “nada”, “mentira”, “nulidade” (ver Is 41:23, 24; Jr 10:14, 15; 16:19,20; ICo 8:4; 10:19).Andaram. Uma expressão comum do AT para designar determinada conduta moral e espiritual (ver ERs 15:26, 2Rs 8:18; Ez 23:31). A crença errada de Israel levou à ação errada; e o passar do tempo deu ao erro autoridade e aceitação. O curso errado de uma geração se tornou o padrão aceito da seguinte.
Am.2:5 5. Meterei fogo. Isso se deu sob Nabucodonosor, em 586 a.C. (ver 2Rs 25:8, 9; jr 17:27; Os 8:14). Em 70 d.C., Jerusalém foi queimada outra vez, quando os soldados romanos, comandados por Tito, a tomaram.
Am.2:6 6. Assim diz o Senhor. Como o clímax desta série de mensagens, o profeta denuncia Israel por injustiça, crueldade, incesto, luxo e idolatria. Os pronunciamentos divinos sobre as nações pagãs ao redor, e sobre Judá e Jerusalém, desceríam com força total sobre a ímpia nação de Israel.Deus já havia acusado Judá (v. 4), apontando suas falhas e se antecipando a uma tentativa por parte de Israel de justificar seus maus caminhos. E digno de nota que Deus condena Israel, não tanto por desprezar “a lei do Senhor” (v. 4), da qual era até então em grande parte ignorante, mas por cometer injustiças sociais que sabia ser errado.Um par de sandálias. Sandálias eram artigos de baixo custo. Isso indica que, nas pequenas coisas, eles negavam justiça aos pobres (ver Ez 13:19). E evidente que a cobiça era o pecado que assediava Israel.
Am.2:7 7. Pó da terra. A cobiça levou à opressão dos pobres. Esta expressão parece representar o desejo dos opressores de ver os pobres humilhados até o pó, ou de colocá-losem condição tão miserável que os necessitados colocariam pó sobre a cabeça (ver Js 7:5, 6; Jó 2:12). A LXX liga esta primeira frase do v. 7 diretamente às palavras finais do v. 6, e assim diz: “E condenam os pobres por um par de sandálias, por coisas que pisam o pó da terra, e ferem a cabeça dos pobres/' A Vulgata diz: "que ferem a cabeça f s dos pobres no pó da terra”.Dos mansos. Estes são pessoas pacíficas, humildes e, geralmente, piedosas, em contraste com os orgulhosos, autoconfiantes e que não sentem necessidade de Deus em sua vida (ver Is 11:4; Sf 2:3; Mt 5:5).Profanam. Literalmente, “a fim de profanar”, ou “com o propósito de profanar”. Estes delitos contra o Senhor não foram cometidos por ignorância, mas de forma deliberada e intencional, em espírito de desafio e rebeldia.Meu santo nome. Como os crimes eram cometidos pelos que se chamavam povo do Senhor, eles desonraram a Deus entre os gentios (ver Lv 20:1-3; Ez 36:16-23; Rm 2:24; ver também p. 19, 20).
Am.2:8 8. Roupas empenhadas. Estas roupas eram capas largas usadas pelos pobres durante o dia e com as quais se cobriam à noite. Se elas fossem empenhadas a outro, como uma promessa, deviam ser devolvidas ao cair da noite (ver Êx 22:26, 27; Dt 24:10- 13). O profeta denuncia os de coração duro, pessoas que retinham essas peças de vestuário como suas próprias, em violação da lei.Na casa do seu deus. Isto pode se referir à casa do Senhor, a quem Israel professava adorar sob o símbolo do bezerro, um culto instituído quando o reino do norte de Israel se separou de Judá, sob o governo de jeroboão I (ver IRs 12:25-33).O vinho dos que foram multados. Trata-se do vinho obtido através de multas sobre o oprimido. A LXX diz: “E beberam o vinho obtido pela extorsão.”
Am.2:9 9. Todavia, Eu destruí. O Senhor aqui repreende Israel pela falta de gratidãopela graça e bondade que lhes demonstrara. O hebraico dá ênfase ao pronome pessoal, como se dissesse: “Mas Eu, Eu mesmo, destruí.” Pelos mesmos crimes cometidos então por Israel, Deus expulsara os amorreus e outras nações cananitas. Como Israel podería esperar evitar o seu destino?Amorreu. Um nome geral para os habitantes de Canaã, expulsos quando os israelitas tomaram posse da terra (ver com. de Gn 15:16; Js 3:10; jz 1:34; cf. Êx 33:2; 34:11; Dt 1:20, 27).Cedros. O cedro era famoso no antigo Oriente por sua altura (ver Is 2:13; Ez 17:22; 31:3).Carvalhos. Do heb. allonini, palavra que descreve não qualquer espécie particular de árvore, mas árvores de grande porte.
Am.2:10 10. Também vos fiz subir. Outra vez o pronome pessoal é enfático no hebraico (ver com. do v. 9). A advertência do v. 9 é reforçada pela referência a uma evidência positiva do poder de Deus na história de Israel.Da terra do Egito. A libertação do Egito e a orientação através do deserto são citadas como exemplos notáveis do favor e da proteção de Deus para com Seu povo. Estas passagens fazem referências ao Pentateuco, mostrando que Amós e seus ouvintes eram bem familiarizados com ele (ver Êx 20:02; Dt 29:5).
Am.2:11 11. Profetas. Por meio deles, Deus revelou Sua vontade (ver Nm 12:16) e comunicou essa vontade ao povo (ver Hb 1:1).Nazireus. Os nazireus prometiam se abster de bebida forte, do uso da navalha, e de todo ritual de contaminação (ver com. de Nm 6:2-7).
Am.2:12 12. Beber vinho. Em vez de se beneficiar com a santidade de vida desses homens, o apóstata Israel procurou levar os nazireus a quebrar seus votos.Não profetizeis. Em vez de aceitar o testemunho dos profetas, Israel rejeitou essas mensagens divinamente inspiradas e, muitas vezes, maltratou os enviados para transmitir apalavra de Deus (ver Jr 20:9; ICo 9:16). Ingrato e desobediente, o povo de Israel não podia tolerar os que eram uma viva censura a seus maus caminhos (ver lRs 13:4; 19:1, 2; 2Rs 6:31; Is 30:9, 10; Mt 23:37). Os que não suportarem a pregação fiel terão muito a responder, e quem a suprime, muito mais. Quando fecham os ouvidos para não ouvir a palavra de Deus, as pessoas praticamente fecham a avenida pela qual o Espírito Santo tem acesso à alma.
Am.2:13 13. Eis que farei. O profeta avisa do castigo vindouro por causa dos pecados do povo e mostra a futilidade de se confiar nos próprios recursos do ser humano.Oscila. Segundo algumas autoridades, a expressão significa “cambalear”. Outras dizem ser equivalente a suq, “pressionar”. A forma do verbo sugere uma das seguintestraduções: “Eu os farei cambalear”, ou “Eu trago opressão”, ou “trarei opressão”. A frase “debaixo de vós” pode ser traduzida como “no vosso lugar” (ARC). A tradução “farei oscilar” sugere a interpretação de que o Senhor fará Israel fraquejar sob o fardo da punição, como uma carroça agitada por sua pesada carga e, aparentemente, pronta a entrar em colapso.
Am.2:14 14. A fuga. Mesmo os mais ágeis não encontrarão um lugar seguro (ver SI 142:5).O forte. Não há armas eficazes contra Deus, não há poder que possa se comparar à Sua força (ver Jó 40:9; Is 45:9).
Am.2:15 Sem comentário para este versículo
Am.2:16 16. Nu. Os guerreiros lançariam de si qualquer estorvo que possa dificultar a sua fuga (ver com. de lSm 19:24; ver também Jo 21:7).Capítulo 3sem que o Senhor o tenha feito?
Am.3:1 1. Ouvi a palavra. Esta frase ocorre no início dos cap. 3, 4 e 5. Estes capítulos apresentam três mensagens distintas que apontam de forma definitiva os pecados de Israel e anunciam a aproximação do julgamento det=* Deus. Na primeira das três, Deus denuncia Israel diante do tribunal da justiça divina e salienta o distanciamento que então havia entre Ele e Seu povo (ver v. 3, 10; sobre esta mensagem, ver o v. 3).Toda a família. Isto indica que o chamado divino é dado às 12 tribos, a quem o Senhor manifestou Seu grande favor, trazendo-as “da terra do Egito'’ (ver Am 2:10). No entanto, a denúncia que se segue é direcionada ao reino do norte de Israel.
Am.3:2 2. Somente a vós. O relacionamento especial de Deus com os filhos de Israel é frequentemente enfatizado nas Escrituras (ver Dt 4:7, 20; 14:2, 2Sm 7:23; iCr 17:21; Rm 9:4, 5). Quando Israel, como nação, se recusou a viver de acordo com seus elevados privilégios e a aceitar suas responsabilidades, essa posição privilegiada lhe foi tirada e dada à família espiritual de Deus na Terra, o Israel espiritual (ver p. 21-23). Os cristãos são feitos parte da família de Deus (ver G1 3:26, 29) pelo nascimento espiritual através da fé em Cristo como Salvador (Jo 1:12, 13; 3:3, 2Pe 1:4). Isso os torna “filhos de Deus” (ljo 3:1), “coerdei- ros com Cristo” (Rm 8:17) e receptores da graça e de todos os privilégios dessa família (ver G1 4:6, 7).Punirei. Por causa dos elevados privilégios e da luz abundante que o Senhor fizerabrilhar sobre seu caminho, Ele particularmente puniria Israel por suas iniquidades. Quanto mais claramente se conhece o parentesco espiritual com Deus, mais repreensível é rejeitá-Lo e mais merecedor se faz das consequências de tal ação. Não se deve abusar de grandes privilégios senão eles trarão grandes penalidades (ver Lc 12:47, 48). O amor de Deus ainda permanece, o que O impele a tentar, ainda que de forma “estranha”, o castigo, na esperança de levar correção moral e espiritual a Seus filhos (ver Is 28:21).Por todas as vossas iniquidades.O principal pecado do reino do norte era a apostasia (ver Am 3:14; 4:4, 5:4, 5). No entanto, neste capítulo, deve-se notar que os pecados que particularmente atraíram a repreensão divina e a ameaça de castigo foram corrupção moral extrema, cobiça e luxúria, que, por sua vez, produziram desrespeito aos deveres simples devidos ao próximo e violenta opressão dos pobres. Este último pecado é o motivo de repetidas censuras (ver Am 2:6, 7; 4:1; 5:11, 12; 8:5, 6). Amós condena veementemente os ricos e poderosos por utilizarem mal a riqueza e a influência, bênçãos que deveríam ter sido usadas para remediar a corrupção e a pobreza.
Am.3:3 3. Andarão dois juntos [...]? Ver Am 2:4. Esta questão toca na nota tônica da primeira das três mensagens de Amós (ver com. de Am 3:1).Acordo. Literalmente, “ter um compromisso”. Assim como duas pessoas não andam juntas se não tiverem um propósito comum,do mesmo modo, o Senhor indica que o relacionamento especial com Israel (v. 2) não pode continuar, pois os israelitas estavam apegados a suas iniquidades. A LXX torna este versículo mais expressivo: “Caminharão dois juntos se eles não se conhecerem?” O caminhar com Deus não significa um ato ocasional, mas um hábito que surge a partir de uma relação estabelecida. Significa uma companhia baseada em harmonia entre espírito e mente. Duas pessoas devem ir na mesma direção para que possam caminhar “juntas”.
Am.3:4 4. Rugirá o leão [...]? Antes de pronunciar o julgamento sobre o povo, o profeta faz algumas comparações. Através delas, ele demonstra que cada efeito deve vir de determinada causa, e até mesmo que cada causa produz certo tipo de efeito definido. Como regra, um leão ruge mais terrivelmente quando está prestes a saltar sobre a presa. Da mesma forma, quando Deus fala por meio de um profeta, as pessoas podem ter certeza de que Ele está prestes a punir Seu povo (cf. Am 1:2; 3:8).
Am.3:5 5. Cairá a ave no laço [..d? Assim como um pássaro não pode ser capturado a menos que uma armadilha esteja pronta para ele, quando um pecador faz para si uma armadilha de iniquidade, não pode escapar de seus resultados punitivos (ver SI 7:15, 16; 9:15, 40:12; Pv 5:22).Se não houver. Assim como uma armadilha não se desarma se não pegar alguma í> coisa, certamente o profeta não iria anunciar a vinda do castigo divino se os infratores não fossem merecedores dele.Armadilha. Um "engodo", ou “alçapão de pássaro”. Esta armadilha era, provavelmente, uma rede armada com uma vara que, quando tocada, caía sobre a ave prendendo a mesma na rede.
Am.3:6 6. Trombeta. Do heb. shofar, “um chifre de carneiro”, usado principalmente para sinalização (ver vol. 3, p. 23, 24). Ao soar derepente em uma cidade, uma trombeta fazia com que os cidadãos temessem. Do mesmo modo, o alarme de Amós provocaria temor (ver Ez 33:2-5).Mal. Aqui usado para designar calamidade, aflição e julgamento (ver Is 45:7; 63:17). A ruína iminente de Israel e a tomada de sua capital, Samaria, são representadas como uma ação vinda do Senhor, tendo o inimigo que se aproximava como Seu agente (Is 10:5; ver PR, 291). A Bíblia atribui diretamente a Deus, de modo característico, a ação e a operação dos eventos em tais crises (ver lSm 18:10; IRs 22:19-23; Jó 1:6-12; Is 45:7; ver 2Cr 18:18).
Am.3:7 7. Certamente, o Senhor Deus. Todas as ameaças de males sobre Israel se cumpririam, mas não sem antes o povo ser avisado por meio dos profetas (ver jo 13:19; 14:29). A misericórdia de Deus é demonstrada pelo fato de Ele não impor Seus juízos sobre as pessoas sem primeiro alertá-las por meio de Seus profetas. Ele anuncia o mal por vir, na esperança de não ter de infligi-lo. Antes que o Senhor lançasse as pragas sobre o Egito, Ele alertou o faraó por meio de Moisés. Antes de os romanos destruírem Jerusalém, Jesus predisse a queda da cidade. Assim, no tempo presente, antes da destruição do mundo, por ocasião da segunda vinda de Cristo, Deus claramente adverte as pes- ssoas por meio das profecias registradas em Sua Palavra (ver GC, 594, 598; T7, 14).Apesar do fato de Israel ordenar aos profetas, dizendo: “Não profetizeis” (Am 2:12), Deus proclama que Ele continuará a revelar Sua vontade aos Seus mensageiros escolhidos.Seus servos. A elevada honra que Deus confere aos profetas é demonstrada pelo fato de eles não serem apenas “Seus servos”, mas Seus confidentes, encarregados do Seu próprio conselho.
Am.3:8 8. Quem não profetizará? Como o rugido de um leão provoca medo em homense animais, a palavra divina produz seu efeito sobre o profeta, e ele não pode deixar de falar (cf. Jr 1:7; 20:9, At 4:19, 20, ICo 9:16).
Am.3:9 9. Fazei ouvir. Amós convoca as nações a observar as iniquidades de Israel. Os moradores dos “palácios” ou “fortalezas”, da Filístia (representados por Asdode), e do Egito, cuja ajuda Israel estava cortejando (ver Os 7:11, 12:1), são particularmente apontados. Em vez de “Asdode”, a LXX diz “os assírios”.Ajuntai-vos. Pelo fato de Samaria, a capital de Israel, ter sido construída sobre uma colina isolada em um vale, ou lugar baixo, cercado por montanhas, o profeta faz uma chamada figurativa para os espectadores se reunirem em volta e observarem os "grandes tumultos” e as opressões em curso na cidade. Em vez de "os grandes tumultos ', a LXX diz "muitas coisas assombrosas”, o que implica que as ações executadas em Samaria eram uma grande surpresa mesmo para os pagãos.Opressões. Ou, "extorsões".
Am.3:10 10. Não sabe fazer. O povo de Samaria, e assim de todo o Israel, havia abandonado a justiça, a própria base da sociedade (ver Is 59:9, 12-15; Jr 4:22). É característico da cegueira moral e espiritual causada pelo pecado que o pecador não só deixe de fazer o bem, mas, por fim, seja incapaz de perceber isso (comparar com Os 4:6).
Am.3:11 11. Um inimigo. Provavelmente, o rei assírio Salmaneser que mais de uma vez atacou Israel e cercou Samaria (ver 2Rs 17:3-6; 18:9-12), ou seu sucessor, Sargão, que alegou ter tomado a cidade e seus habitantes (ver vol. 2, p. 45, 70).
Am.3:12 12. Como o pastor. Tão extenso seria o castigo divino, que todos, exceto um remanescente piedoso de Israel, seriam condenados. Para o pastor Amós (ver com. de Am 1:1; 7:14), esta ilustração era bastante natural.Livra. Literalmente, “arrebata”, "resgata” ou "salva".
Am.3:13 13. Ouvi. Provavelmente estas palavras foram dirigidas aos pagãos, que já haviam sido convocados a testemunhar os pecados de Israel (v. 9); então, é-lhes ordenado contemplar a punição de Israel.O Senhor Deus, o Deus dos Exércitos. O único exemplo no AT que mostra este título completo (ver com. de Jr 7:3; ver também vol. 1, p. 148-151).
Am.3:14 14. Visitarei. Ou seja, com o propósito de punir (ver SI 8:4; 59:5).Os altares de Betei. Estes foram assim chamados porque foi lá que Jeroboão I construiu um altar apóstata, que foi seguido por outros (ver IRs 12:26-33).As pontas. Eram as projeções nos quatro cantos do altar (ver Êx 27:2; 29:12; Lv 16:18). O profeta prediz que esses pontos de idolatria resultarão na destruição dos idólatras.
Am.3:15 15. A casa de inverno. Ver com. de Jr 36:22.Casas de marfim. Evidências arqueológicas indicam que muitas casas ricas daquela época tinham painéis ou incrustações de marfim (ver com. de IRs 22:39; ver ilustrações, p. 230).As grandes casas. Ou, "muitas casas”.Capítulo 4
Am.4:1 1. Ouvi. Ver com. de Am 3:1. Para a tônica ? desta segunda mensagem, ver com. de Am 4:12.Vacas. Alguns discutem se, por “vacas”, o profeta se refere especificamente às mulheres voluptuosas de Samaria ou se emprega o termo para representar o caráter efeminado dos homens (ver com. de Os 10:5). No entanto, o fato de ambos os gêneros serem indicados nos verbos e pronomes em hebraico nos v. 1 a 3 sugere que Amós está repreendendo a vida dos amantes do luxo, incluindo homens e mulheres da capital de Israel.Basã. Local situado na região noroeste da Palestina, a leste do rio Jordão (ver mapa na p. 1052). Essa terra era famosa pelas ricas pastagens e pelos grandes rebanhos de gado (ver Dt 32:14; SI 22:12; Ez 39:18). Afigura marcante de comparação empregada aqui é o que se podería esperar do pastor Amós (ver com. de Am 1:1).Monte de Samaria. A colina de Semer, sobre a qual Samaria foi construída (ver com. de IRs 16:24).Oprimis os pobres. Isto pode se referir às ações violentas e fraudulentas a queessas mulheres extravagantes forçavam, por assim dizer, os maridos a praticar, a fim de assegurar meios para o luxo e o deboche. Um exemplo disso é Acabe e sua esposa Jezabel (ver IRs 21:1-16).Vosso marido. Isto é, os seus maridos (ver Gn 18:12, IPe 3:5, 6). Ou, se “vacas” se refere ao caráter efeminado dos homens, “maridos” pode se referir aos líderes. Com as palavras: “Traga, e bebamos”, essas mulheres más convidavam seus maridos a assegurar-lhes os meios de deboche, e se juntavam a eles em seus festejos.
Am.4:2 2. Pela Sua santidade. Deus Se compromete por Sua própria santidade a vingar a impiedade de Israel. A natureza de Deus não pode tolerar a iniquidade para sempre (ver Is 6:3, 5).Em que vos levarão. Provavelmente, o inimigo, o instrumento do castigo divino. As palavras “anzóis” e “fisga” indicam que os israelitas ficariam totalmente impotentes diante dos inimigos, e assim seriam capturados para a destruição como os peixes são fisgados com anzóis (cf. Jr 16:16; Hc 1:14, 15, 17 ). Fisgar um peixe com um anzol é doloroso para o peixe, e é duplamente doloroso quando o peixe resiste.
Am.4:3 3. Pelas brechas. Ou, “através das brechas”. Assim como o gado passa rapidamente através das aberturas em uma cerca, do mesmo modo faria Israel, no abandono e desespero, como animais, no momento da queda de Samaria. Eles sairiam, cada um correndo adiante, fosse em tentativa de escapar através da brecha mais próxima ou sendo levados para o cativeiroHermom. A LXX, para esta última cláusula diz: “e sereis lançados para Hermom, diz o Senhor”. E difícil saber exatamente o que esta passagem significa pois não parece apontar para um cativeiro.
Am.4:4 4. Vinde a Betei. Com ironia, Amós apela a Israel para mostrar zelo pela idolatria e, assim, aumentar a culpa (cf. IRs 18:25-27).Betei é especialmente mencionada porque era a sede principal da adoração de ídolos (ver com. de Am 3:14).Gilgal. Ver com. de Os 4:15.Cada manhã. Enquanto se engajavam na idolatria, aparentemente, os israelitas tiveram o cuidado de preservar, pelo menos em parte, as carcaterísticas do culto levítico regular. Ironicamente, Amós fala, talvez, não cio sacrifício diário (ver Nm 28:3, 4), mas das ofertas feitas pelo indivíduo israelita, que não precisava oferecer sacrifícios todos os dias. Muitas vezes, no entanto, os que violam abertamente os mais simples deveres morais manifestam um grande zelo religioso, mas não fazem mais do que meras formalidades. Zelo religioso em si mesmo, no entanto, não oferece qualquer evidência da verdadeira piedade. Essa forma exterior de prática religiosa, muitas vezes, é uma tentativa de compensar a falta de justiça interna genuína, e assim aliviar a consciê i- cia. De acordo com a profecia, esse pecado, comum nos dias de Amós, também seria especialmente praticado pouco antes da segunda vinda de Cristo (ver 2Tm 3:1, 5). Pecar e, em seguida, fazer uma penitência religiosa é mais fácil do que crucificar a carne e deixar o pecado. No entanto, o pecado envolve o transgressor em uma perigosa complacência.Três dias. A expressão está de acordo com a LXX, que diz “a cada três dias '. Amós adverte as pessoas, com ironia, a levar seus dízimos a cada três dias. Mesmo que os israelitas oferecessem “sacrifícios a cada manhã” e dessem o dízimo a cada três dias, sem que houvesse mudança de coração ou arrependimento verdadeiro, a apostasia crescente continuaria.
Am.4:5 5. Oferecei. Literalmente, “queimai as ofertas”.Levedado. “A lei proibia o uso de fermento em conexão com qualquer oferta de manjares consumida pelo fogo (ver Lv 6:17; 7:12; ver com. de Lv 2:11; 23:6). Quando bolos ou pães fermentados eram oferecidos, não podiam ser colocados sobre o altar paraserem queimados. Um deles era destinado ao sacerdote oficiante, e o restante, consumido na refeição sacrifical (ver Lv 7:13, 14). Com ironia novamente, o profeta denuncia o zelo ilegítimo. As pessoas não só queimavam no altar o que era fermentado, mas também, para mostrar quão pródigas eram, elas queimavam o que devia ser separado para outros usos.Apregoai [...] e publicai-as. Ver com. de Am 3:9. A mensagem do profeta continua em tom de ironia. Naqueles dias, como os fariseus no tempo de Jesus (ver Mt 6:2), as pessoas ostensivamente declaravam a seus companheiros que estavam prestes a oferecer o que consideravam uma oferta voluntária, não obrigatória.Disso gostais. Isto é, eles amavam essa maneira de lazer as coisas. Israel se agarrou à falsa ideia de que a religião consistia em formas de culto exterior, ignorando o fato de que “obedecer é melhor do que sacrificar'' (ISm 15:22).
Am.4:6 6. Dentes limpos. Esta expressão denota fome, sendo paralela às palavras que se seguem, "falta de pão’’. As pessoas não estavam desavisadas de que a fome podería ocorrer como resultado de apostasia (ver Lv 26:14-20; Dt 28:47, 48). No entanto, foram indiferentes a esses avisos.Contudo. Esta palavra ocorre cinco vezes neste capítulo (v. 6, 8-11). Deus havia permitido fome, seca, ferrugem, pestes e desastres, “contudo”, Israel se recusava a voltar para a verdadeira religião. Quando não são atendidas, as palavras de Deus são seguidas por atos de punição. No entanto, essas aflições não produziram bons resultados, e, assim, por cinco vezes nestes versículos, ouve-se o triste refrão, “ainda não vos convertestes a Mim, disse o Senhor” (v. 6, 8-11).
Am.4:7 7. Três meses ainda. Falta de chuva, três meses antes do auge da temporada de colheita, significaria extensa quebra de safra.Fiz chover. Para que não se atribuísse a seca a Deus e não às leis da natureza, a presença da chuva foi seletiva.Um campo. Ou seja, da terra.
Am.4:8 8. Andaram. Literalmente, “vacilavam”, ou “cambaleavam”. Isto indica a condição de exaustão das pessoas por causa da sede.Duas ou três cidades. Por causa da falta de chuva, houve grande escassez de água, o que exigia percorrer grandes distâncias a fim de obtê-la.Não vos convertestes. Ver com. do v. 6.
Am.4:9 9. Crestamento. Ver Dt 28:22; IRs 8:37; Ag 2:17. Isto indica praga sobre as plantas ou o definhamento produzido pelo vento leste escaldante (ver Is 27:8; Ez 17:10; ver com. de Jr 4:11).A ferrugem. Acredita-se ser uma praga que deixava o grão pálido ou amarelado, tornando-o infrutífero.Gafanhoto. Acredita-se ser uma espécie de gafanhoto (ver com. de J1 1:4), ou de lagarta.Não vos convertestes. Ver com. do v. 6.
Am.4:10 10. A maneira do Egito. Isto é, de acordo com o modo pelo qual o país do Nilo foi atingido (ver Êx 9:8-11; Is 10:24, 26; Ez 32:15).Os vossos jovens. Pode ser que as pesadas baixas sofridas pelos israelitas em guerras com os siros sejam aqui mencionadas (ver 2Rs 6:24, 25; 8:7-12; 13:3, 7, 22).O mau cheiro. Provavelmente, uma referência à epidemia causada pelos corpos insepultos. Para esta frase, a LXX diz: “na Minha ira contra vocês, Eu ateei fogo em seus campos”.Não vos convertestes. Ver com. do v. 6.
Am.4:11 11. Subverti. Do heb. hajak, a mesma palavra usada para descrever a destru ição de Sodoma e Gomorra (Gn 19:24, 25; Dt 29:23; Jr 20:16). A comparação da condenação dos israelitas com a de Sodoma e Gomorra indica a extensão do pecado deles e o castigo resultante (ver Is 1:9, 10).Como um tição arrebatado. Esta é uma expressão proverbial que significa uma fuga difícil, com perda, já que o “tição” arrebatado do fogo estava parcialmente queimado (ver Zc 3:2; ICo 3:15; jd 23).Não vos convertestes. Ver com. do v. 6.
Am.4:12 12. Portanto. A severidade da punição poderia suscitar esperança e as pessoas viriam a se arrepender. Por todos os meios possíveis, Deus tenta salvar antes de tomar medidas extremas. Se os benefícios não são reconhecidos, Ele envia castigos que não visam à destruição, mas a abrir os olhos dos transgressores a fim de que vejam a Deus e se arrependam. Portanto, os juízos de Deus são tanto sinais de Sua graça como provas de Sua ira.Prepara-te. A mensagem do profeta era: “Preparem-se para os julgamentos do Senhor prestes a vir.” Os que atendessem ao chamado e se arrependessem seriam perdoados e teriam a garantia da proteção de Deus no dia do terrível castigo. A LXX diz: “Prepara-te para encontrar com o teu Deus, ó Israel.” Deus nunca adverte alguém a se preparar para encontrá-Lo sem antes fazer uma provisão de misericórdia.Este versículo afirma a tônica da segunda mensagem de Amós (ver com. do v. 1). Deus adverte Israel de que está prestes a levar a nação a julgamento. Eles farão bem em se preparar para responder ao processo.
Am.4:13 13. É Ele quem forma. Para dar força à advertência de castigo, o profeta enfatiza o poder e a onisciência de Deus.O seu pensamento. Isto é, o pensamento do homem, não o de Deus. Em Sua onisciência, Deus declara ao ser humano o que este pensa, antes que o próprio o expresse em palavras. As vezes, Deus faz isso através da consciência; em outros momentos, inspirando Seus profetas para revelar os motivos secretos das pessoas e o estado real de seu coração (ver Jr 17:9, 10).E pisa os altos. O poder e a majestade de Deus são representados em forma e ações humanas. O Criador governa todas as coisas e tem as coisas mais elevadas sob Seu controle perfeito (ver Dt 32:13; 33:29; Mq 1:3). Os profetas reconhecem Deus como o Ser a cujo serviço as chamadas leis naturais operam.Deus dos Exércitos. Por causa do fato fundamental de que Deus controla todas as coisas, os autores do AT, muitas vezes, falam d Ele como o “Senhor dos Exércitos” (ver com. de jr 7:3). E desta forma que Amós representa o Criador. Ele usa o título com frequência, na forma “Deus dos Exércitos” (ver Am 3:13; 5:14, 15, 16, 27; 6:8, 14; 9:5). De modo adequado e grandioso, Amós pensou em Deus como aquele que está acima de tudo, como Senhor e Rei de todo o universo e não apenas como o Deus de Israel.Capítulo 5a levantar-se; estendida está na sua terra, e não há quem a levante.cia qual saem mil conservará cem, e aquela da qual saem cem conservará dez à casa de Israel.
Am.5:1 1. Ouví. Esta é a terceira das três mensagens de Amos (ver Am 3:1; 4:1; sobre a tônica desta mensagem, ver 5:4). Aqui, Deus oferece a possibilidade, por assim dizer, de resolver o caso fora cios tribunais (ver com. de Am 3:3; 4:12).Como lamentação. Nos v. 1 a 3, o profeta lamenta a queda de Israel. Depois de pronunciar infortúnios sobre os israelitas rebeldes, ele muda de tom e se posiciona como um triste espectador que contempla os juízos cumpridos. Nisso o profeta refleteo espírito cie Cristo. O Senhor é tão gracioso que não só mostra o pecado, mas Se entristece quando deve punir o pecador (ver Lc 19:40-44).
Am.5:2 2. A virgem. Este termo é aplicado a Israel, apesar de sua infidelidade a Deus, provavelmente porque a nação foi cuidada com carinho e protegida de seus inimigos por Deus (ver Is 23:12; Jr 14:17; cf Is 47:1).Não há quem a levante. Ver Os 4:17.
Am.5:3 3. Mil. Tão grave seria o castigo de Deus sobre Israel que apenas um décimo dos habitantes de uma cidade seria deixado. A mesma relação se aplica às pequenas cidades e vilas. A cobiça de Israel (ver com. de Am 2:7) resultou em perda, não em ganho.
Am.5:4 4. Buscai-Me. Os v. 4 a 6 são uma vin- dicaçâo da destruição vindoura de Israel e um convite final de livramento. Deus, em Sua misericórdia infinita, livremente perdoaria o passado, caso se voltassem para Ele. Nada agrada mais a Deus do que o retorno do pecador, e todo o Seu trato conosco tem por objetivo esse resultado (ver Ez 18:23, 31, 32; Lc 15:3-7). No entanto, até que o julgamento real mente recai a sobre o pecador, a ameaça é usada como um elemento dissuasivo ao transgressor.Este versículo afirma a tônica da terceira mensagem de Amós (ver com. do v. 1). Se Israel tão só "buscasse” a Deus, o resultado inevitável, de outra forma, não se seguiria.E vivei. Uma promessa a todos que buscam a Deus de todo o coração (ver jr 29:13, 14).
Am.5:5 5. Não busqueis. Por natureza o ser humano busca tanto o que é bom quanto o que é ruim. Betei e Gilgal eram centros de adoração idólatra (ver com. de Os 4:15; Am 4:4).Berseba. Uma cidade localizada 70 km ao sul de Jerusalém. Berseba havia se tornado um santuário de idolatria (ver 2Rs 23:8), e, aparentemente, os israelitas recorriam ao mesmo, embora estivesse distante de seu território (ver Am 8:14).Gilgal, certamente, será levada cativa. Do beb. gilgal galoh yigleli. No original ocorre uma aliteração, figura de linguagem que consiste na repetição de consoantes, vogais ou sílabas.Betei. Amós declara que Betei, “a casa de Deus”, não era apenas uma “casa de vaidade”, mas a própria vaidade em si (ver com. de Os 4:15). Em vez de ser lugar de adoração ao verdadeiro Deus, Betei se tornara o templo de um ídolo, e assim equivalia a nada (ver lCo 8:4).Das três cidades mencionadas neste versículo como centros de idolatria, apenas duas foram mencionadas por Amós como condenadas à destruição. Evidentemente, como Berseba não se localizava no território das dez tribos, Amós não indica seu destino. Além disso, quando Israel foi derrotado, Berseba não estava envolvida na ruína.
Am.5:6 6. E vivei. Deus estende Suas promessas graciosas aos pecadores, a menos que, em seu desespero, eles vão de pecado a pecado.Como um fogo. Ao punir o pecado, Deus é comparado a “um fogo consumidor” (ver Dt 4:24; jr 4:4). Deus deseja que todos sejam salvos, mas quem decide seguir os próprios caminhos do mal não pode escapar do justo castigo de Deus (ver 2Pe 3:7-9).Casa de José. José era o pai de Efraim, a tribo mais importante do reino do norte (ver com. de Os 4:17); portanto, a expressão “casa de José” é equivalente a Israel.
Am.5:7 7. Alosna. Uma planta do gênero Arteniisia, com sabor amargo (ver Dt 29:18; Pv 5:4). Tão grande era a corrupção moral de Israel que a justiça se convertera na mais amarga injustiça.
Am.5:8 8. Procurai o que faz. Literalmente, “ele que faz”.O Sete-estrelo. Do heb. kimali, geralmente considerado como as Plêiades (ver com. cie jó 38:31).Orion. Do heb. kesil (ver com. de Jó 9:9).Densa treva. Ver SI 23:4. A frase “e torna a densa treva em manhã” é empregadacomo um lorte contraste a “vós que converteis o juízo em alosna” (Am 5:7).E as derrama. Isto pode se referir ao dilúvio (Gn 7) como catástrofe, ou é uma descrição da providência divina pela qual, devido à evaporação, a umidade é retirada do mar, para depois cair como chuva.
Am.5:9 9. Sobre o forte. Este versículo é obscuro no hebraico. A NVI diz: “Ele traz repentina destruição sobre a fortaleza, e a destruição vem sobre a cidade fortificada.”
Am.5:10 10. Na porta. Nas cidades orientais, o portão era o lugar de reuniões públicas, para negócios, administração da justiça e para se ouvir e contar notícias (ver com. de Gn 19:1; Js 8:29). A área do portão principal de Samaria era grande (ver lRs 22:10; 2Rs 7:1; 2Cr 18:9).Abominais. Uma das notáveis evidências da condição impenitente dos israelitas apóstatas era seu desprezo pela verdade e pela justiça.
Am.5:11 11. Tributo de trigo. Possivelmente, contribuições obrigatórias e extorsões que os líderes exigiam. Esses “encargos” também podem se referir a juros cobrados por dinheiro ou alimento emprestado.Não habitareis. Contrastar com a promessa de bênção em Isaías 65:22.
Am.5:12 12. Suborno. Isto pode se referir a dinheiro dado para se ganhar um caso na justiça, ou a dinheiro de resgate pago para livrar alguém da pena por um crime cometido (ver iSm 12:3; Pv 6:35). A lei proibia a tomada de resgate pela vida de um assassino (ver com. de Nm 35:31).Rejeitais os necessitados. Isto indica privar o pobre da justiça que lhe era devida, por causa da incapacidade de pagar (ver Êx 23:6; Dt 16:19).
Am.5:13 Sem comentário para este versículo
Am.5:14 14. Buscai o bem. Amós apela a Israel para ser tão diligente na busca do “bem” como o fora na busca do “mal” (ver v. 4-6). Além disso, ele lembrou que eles não poderíam buscar o bem sem antes abandonar o mal (ver Is 1:16, 17).Como dizeis. Israel escolhera ao Senhor e rejeitara a Baal (ver com. de lRs 18:39). Mas, por causa da idolatria, eles adoravam Yahweh só nominalmente. Os profetas se esforçaram para despertar uma adoração verdadeira no coração do povo.
Am.5:15 15. Talvez [...] Se compadeça. Deus sabe que a maior parte de Israel não iria se arrepender, mas Ele ofereceu Sua graça ao “remanescente”.Do restante, isto implica que apenas alguns dos israelitas seriam salvos da ruína final de sua cidade e da nação. Talvez Amós use a palavra “José” em vez de “Efraim” para chamar a atenção para seu antepassado, que recebeu a bênção de Jacó, e por amor de quem este remanescente seria poupado.
Am.5:16 16. Deus dos Exércitos. Ver Am 3:13; ver com. de Jr 7:3.Pranto. Já que a iniquidade de Israel era incorrigível, o julgamento divino devia ocorrer.Ao lavrador. O povo aqui é retratado como sendo chamado do trabalho no campo para lamentar a calamidade em casa.Os que sabem prantear. Os pranteado- res contratados que cantavam canções tristes em funerais (ver com. de Jr 9:17).
Am.5:17 17. Em todas as vinhas. Locais onde a alegria e o regozijo dominavam (ver Is 16:10).
Am.5:18 18. Ai de vós [...J! O profeta adverte contra os que confiam na relação do concerto de Israel com Deus e pensam que o formalismo religioso será aceitável.Que desejais. Os israelitas esperavam que o “Dia do Senhor” lhes traria grande bem: libertação dos inimigos, prosperidade sem comparação e posição de superioridade entre as nações. Amós advertiu que tal dia traria o oposto.Para que desejais [...]? O profeta diz aos israelitas que, ao contrário de suas expectativas, e por causa da maldade, “o Dia do Senhor” seria de angústia e morte, quando sua própria nação seria destruída e eles seriam levados para o cativeiro.
Am.5:19 Sem comentário para este versículo
Am.5:20 20. Trevas. Novamente, o povo é advertido acerca da ilusão de que “o Dia do Senhor” lhe traria o bem (v. .18; ver com. de Am 8:9).
Am.5:21 21. Aborreço. Fidelidade somente às formas exteriores da religião não alcançaria o favor divino na hora do ju lgamento. A adoração não poderia ser avaliada apenas pela ordem e a beleza da forma exterior, assim como o valor dietético de uma fruta não pode ser determinado apenas pelo seu tamanho e cor.Vossas festas. Em vista da vida ímpia, estas festas nada mais eram do que uma expressão da hipocrisia de Israel (ver com. de Is 1:11-15).
Am.5:22 22. Holocaustos. Em sua idolatria, os israelitas ainda observavam alguns dos rituais formais da lei mosaica.Ofertas de manjares. Isto é, alimento ou ofertas de cereais (ver com. de Nm 15:4).
Am.5:23 23. Estrépito dos teus cânticos. A adoração superficial e sem sinceridade fazia dos salmos e hinos um som ofensivo e cansativo aos ouvidos de Deus (ver Ez 26:13).Liras. Do heb. nebalim, harpas com 12 cordas (ver vol. 3, p. 17-19). Tanto a música instrumental como a vocal formavam parte do culto no templo (cf. lCr 16:42; 23:5; 25:6, 7).
Am.5:24 24. Juízo. Ou, ‘'justiça”.Como as águas. Ou seja, um curso de água alimentado por urna corrente perene em vez de sazonal (ver com. de ISm 17:3). Esta bela figura de linguagem apresenta a Israel o desejo de Deus (ver com. de ]r 5:15) que permanece ainda hoje.
Am.5:25 25. Apresentastes-Me, vós, sacrifícios [...]? Mesmo na peregrinação pelo deserto, quando os filhos de Israel praticamente não tinham contato com a adoração idólatra externa, eles não “ofereceram” aoSenhor a obediência fiel e verdadeira que Lhe era devida (ver SI 78:37).
Am.5:26 26. Sicute. Do heb. sikkuth. Como nome próprio, sikkuth pode ser o nome de um Deus, ou, simplesmente, um abrigo ou santuário.Quium. Não se sabe com certeza quem era esse deus. Alguns sustentam que Quium não é um nome próprio, mas que significa "pedestal” ou “base’’ para um ídolo.Vossa imagem. Ou, “vosso rei”.Que fizestes para vós mesmos. Aqui se revela o motivo fundamental dos apóstatas: a satisfação de si mesmos. Em última análise, toda idolatria é satisfação da vontade própria. Referindo-se a esta parte da profecia de Amós (ver At 7:42, 43), Estevão destacou a própria idolatria de Israel, em vez dos detalhes da adoração aos ídolos.
Am.5:27 27. Por isso, vos desterrarei. Deus, frequentemente, castiga o pecado cometido contra Ele mesmo através de um instrumento humano, geralmente, pessoas ímpias (ver 2Sm 24:13; PR, 291; ver com. de 20 22:8).Além de Damasco. Esta era a capital de um poderoso reino da Síria no norte, até que os assírios ganharam ascendência naquela parte do mundo. A Síria era o inimigo mais poderoso que Deus tinha empregado para punir Seu povo (ver 2Rs 13:7). Fazia pouco tempo que Deus havia livrado os israelitas da Síria e entregado Damasco em suas mãos (ver 2Rs 14:23-28). No entanto, devido à continuada apostasia de Israel, Damasco, palco da então recente vitória de Israel, seria o caminho para o cativeiro. Os assírios estavam prestes a levar Israel cativo para além das regiões vizinhas de Damasco, cm terras mais distantes.Capítulo 6I. A libertinagem de Israel. 7 Tormento e desolação paraos infiéis. 12 O povo é incorrigível.Senhor, Deus dos Exércitos, e disse: Abomino a soberba de Jacó e odeio os seus castelos; e abandonarei a cidade e tudo o que nela há.
Am.6:1 1. À vontade. O povo estava em um estado cie autoindulgência e segurança ilusória (ver Is 32:9; Sf 1:12). Como o reino do sul, também exibia, em certa medida, essa condição perigosa de apatia e apostasia, Sião é também denunciada (ver Am 2:4).Monte de Samaria. Ver Am 3:9; 4:1; ver com. de 1 Rs 16:24. Localizada em uma colina que lhe dava posição de comando sobre a pequena planície que a rodeava, e poderosamente fortificada com muros compactos, a cidade de Samaria era, sem dúvida, considerada inexpugnável por seus habitantes. Sua força poderia facilmente ter alimentado um sentimento de confiança naquelesque dependiam mais de fortificações materiais do que da proteção de Deus. Essas compactas fortificações exigiram dos poderosos exércitos do império assírio de dois a três anos (ver vol. 2, p. 119, 120) para a tomada de Samaria (ver com. de 2Rs 18:9, 10).Notáveis. Do heb. nequvim, “os ilustres”, ou seja, os líderes da nação.Principal das nações. Israel ostentava este título orgulhoso porque era o escolhido de Deus, escolhido por Ele para levar ao resto do mundo o conhecimento divino (cf. Êx 19:5; 2Sm 7:23; ver p. 13-17).Aos quais. Isto se refere aos líderes da nação, chamados a dar orientação às pessoas,e que, portanto, deveríam ter sido modelos de retidão e justiça.
Am.6:2 2. Calné. Provavelmente, deve ser identificada com Kiãlani, moderna Kullankõy, perto de Arpade (ver com. de Is 10:9; ver mapa na p. 305). Como rei da Assíria, Tiglate- Pileser III alegou ter tomado a cidade.Hamate. Uma importante cidade dos tempos antigos situada às margens do rio Orontes (ver Gn 10:18; ver mapa na p. 305). Tiglate-Pileser III recebeu tributos da cidade e os deu a seus generais. Sargão II se vangloria de ter destruído a raiz da cidade.Gate. Uma das cinco principais cidades dos filisteus (ver lSm 6:17), perto do vale de Elá (ver com. de 2Rs 12:17). Evidentemente, as três cidades mencionadas neste versículo são citadas a Israel como exemplos de lugares prósperos que, posteriormente, foram destruídos ou subjugados e, assim, se assemelhavam ao que aconteceria à Samaria impenitente. Gate e Asdode foram destruídas por Uzias, que destruiu seus muros (ver 2Cr 26:6). No entanto, Asdode (Azoto) foi reconstruída e é mencionada mais tarde, no período intertestamentário (1 Macabeus 5:68; 10:84). Gate desaparece da história após sua destruição por Uzias. Amós, contemporâneo de Uzias, a utiliza como um exemplo notável do destino de Samaria.Sois melhores [...]? O profeta pergunta aos israelitas se eles têm o direito de esperar um destino melhor do que o que se abateu sobre Gate, Calné e Hamate.
Am.6:3 3. Estar longe. Em sua presunção, Israel adiava a hora do julgamento divino para um tempo distante.Trono da violência. Enquanto Israel adiava o dia da calamidade, a violência era entronizada em seu meio.
Am.6:4 4. Camas de marfim. Ou, divãs encrus- tados com marfim, em que os ricos se reclinavam durante suas refeições, em seu luxo e libertinagem. Como um boiadeiro e um agricultor, portanto, um homem simples (verAm 7:14), Amós se sente chocado com a vida sensual das classes superiores de Samaria.Do rebanho. Evidentemente, bezerros foram colocados para engorda a fim de suprir as mesas desses ociosos de Israel.
Am.6:5 5. Lira. Ver com. de Am 5:23.Como Davi. Davi dava muita atenção àmúsica, e fez planos detalhados para promover o canto coral e o acompanhamento instrumental para o culto a Deus no serviço do santuário (ver lCr 15:16; 23:2-5; 2Cr 29:25-30). Como Davi, esses apóstatas gostavam de música; mas, ao contrário dele, seu canto e toque instrumental eram aviltantes.
Am.6:6 6. Taças. Do heb. mizraqim, vasos sacri- ficiais usados para libações de vinho e para aspersão do sangue (ver Êx 38:3; Nm 7:13; lCr 28:17; 2Cr 4:8, 22; Zc 14:20). Amantes do luxo, esses príncipes sacrílegos usavam os utensílios em suas festas, atestando a falta de piedade e o amor ao excesso (ver Dn 5:2-4).O mais excelente óleo. Talvez aquele que devesse ser usado somente no serviço divino (ver Ex 30:23-25). Se tivessem consciência de sua pecaminosidade, as pessoas teriam se lamentado e evitado ungirem-se (ver 2Sm 14:2).Não vos afligis. A luxúria de Israel reprimiu a ideia de sofrimento, pois tal pensamento perturba a sensação de facilidade. As pessoas se tornaram tão imersas na sensualidade que não estavam preocupadas com a ruína que recairía sobre Israel. O pecado do egoísmo gera dois males: o desrespeito para com Deus e para com o semelhante. Isto é ilustrado na experiência de Adão, que desconsiderou Deus ao desobedecer a ordem de não comer do fruto proibido. Ele ignorou o próximo ao lançar a culpa da desobediência sobre a amada companheira (Gn 3:1-6, 9-12).A ruína de José. Literalmente, “a destruição de José”. Os problemas dentro do reino do norte, aqui chamado de “José”, eram de pouco interesse para os que se entregavam ao prazer desenfreado.
Am.6:7 7. Ireis em cativeiro. Os v. 7 a 11 anunciam a punição da nação para os crimes mencionados nos v. 1 a 6. Rejeitados por Deus, os israelitas deviam ir para o cativeiro e a ruína. A infeliz distinção de Israel é que ele vai ser o “primeiro” dos dois reinos israelitas a ir para seu destino.As pândegas. Do heb. mirzach, “um festival religioso", ou uma das festas devassas em honra a algum ídolo.
Am.6:8 8. Jurou. Aqui Deus fala segundo a linguagem e a experiência humana (cf. Jr 51:14; Am 4:2).Deus dos Exércitos. Ver com. de Jr 7:3; ver também vol. 1, p. 148-151.Soberba. Do heb. gaon, “altura”, "eminência", “orgulho” (ver com. de Jr 12:5). A referência é a palácios e edifícios que eram objeto do orgulho de Israel (ver Dn 4:30; ver com. de Os 5:5). Já é ruim desperdiçar dinheiro ganhado honestamente em edifícios suntuosos, mas os israelitas tinham assegurado seu luxo e esplendor através da desonestidade, particularmente, da injustiça para com os pobres (ver Am 2:6, 7, 3:10, 4:1). O ódio divino à “soberba de Jacó” e aos “palácios” revela que Deus não odeia os homens, mas seus atos e obras pecaminosos (ver Ez 18:29-32; Os 11:1-4, 8; Jo 3:16).A cidade. Isto é, Samaria.
Am.6:9 9. Dez. Talvez uma referência aos "dez” de A mós 5:3, o remanescente das guerras travadas nos últimos estágios da história de Israel. Deve-se ter em mente que Israel não perdeu a prosperidade em um desastre único. A desintegração do país se deu em etapas (ver 2Rs 15:19, 20, 29; 17:5-18).Morrerão. Se esses “dez” se salvassem da guerra, morreriam de fome ou pestilência no cerco de Samaria (ver 2Rs 17:5).
Am.6:10 10. Parente chegado. Ou, “parente de um homem”, isto é, o parente mais próximo que sobreviveu.Há de queimar. O parente entra na casa para realizar os ritos fúnebres para o morto.Alguns acreditam que esses ritos consistiam na queima de incenso perto do corpo, mas outros acham que a queima aqui mencionada era, na verdade, a cremação. Geralmente os judeus enterravam os mortos, mas, em certos casos, a cremação era empregada (ver Lv 20:14; iSm 31:12), A cremação pode ter sido necessária naquele momento por causa do grande número de mortos, pelo tipo de peste ou porque não se podia chegar à sepultura fora da cidade por causa do cerco. Se o parente próximo não pudesse sepultar o morto numa cova, então seria obrigado a cremá-lo.Cadáveres. Ou, “mortos”.No seu mais interior. Do heb. yarketinm, “partes posteriores”, “partes mais remotas”, ou “partes mais internas”. O parente próximo é aqui retratado como falando com algum sobrevivente escondido em um canto da casa.Não menciones. Esta proibição tem sido interpretada de diversas formas: (1) Era resultado do total desespero dos sobreviventes que sentiam que, por ser o dia do julgamento, era tarde demais para invocar o nome do Senhor. Eles não invocaram a Deus na vida, não poderíam invocá-Lo na morte. (2) O “não” é urna indicação da dureza de coração e da incredulidade do povo, que, apesar de suas misérias, não confessou o nome do Senhor. (3) A proibição expressa o temor de que, se invocasse o nome divino, os olhos cie Deus se voltariam para esse sobrevivente, e também este encontraria o julgamento e a morte. (4) O falante pensa que Deus é o autor de todas as suas calamidades, portanto, se torna impaciente à simples menção do nome do Senhor. (5) Por causa de algum regulamento ou porque isso traria ridículo ou alguma pressão social à pessoa que “mencionasse” o nome do Senhor, era preferível se calar mesmo no caso de alguém que amava e buscava obedecer a Deus, a fim de evitar essa represália do grupo. Talvez um sentimento de desespero por parte cios israelitas sobreviventes seria a melhor explicação para a proibição, a sensação de que seria denenhum proveito invocar o Senhor naquela circunstância.
Am.6:11 11. Será destroçada. A reiteração e confirmação do castigo cuja ameaça havia sido feita anteriormente pelo profeta (v. 8).
Am.6:12 12. Rocha. A parte final deste capítulo revela a loucura dos que pensam que, em sua própria força, podiam desafiar o julgamento de Deus e resistir ao inimigo enviado para os castigar. Os cavalos não podem galopar com segurança sobre os penhascos rochosos. A frase "na rocha’’ é usada para representar tanto o lugar de arar com bois como de correr com cavalos.Com bois. Do heb. babeqarim. Alguns acreditam que esta palavra deveria ter sido dividida como bebctqar yam, "como boi [o] mar”. A frase então diria: “Alguém podería arar o mar com bois?” Em qualquer caso, a lição é que as tentativas de Israel para escapar do julgamento iminente seriam inúteis. Um curso errado de ação levaria inevitavelmente ao desastre nacional.Veneno. Do heb. ro'sh, "erva venenosa” (ver SI 69:21). A justiça se transformou na mais mortal injustiça, e todos sofreriam os terríveis resultados a sobrevir.Alosna. Do heb. Icuinah, uma planta do gênero Arteniísia, de sabor muito amargo (ver Dt 29:18; ver com. de Pv 5:4). Laanah é geralmente traduzido como "alosna” (ver Am 5:7). O fruto da perversão da justiça em Israel foi o mais amargo erro e a injustiça.
Am.6:13 13. Lo-Debar. Do heb. Io ciabar. Amós aponta a loucura daqueles que põem a fé no que não existe realmente: ídolos, riquezas, segurança humana. Alguns acreditam que as referências nestes versículos sejam a nomes próprios. Lo-Debar era o nome de um lugar em Gileade (ver 2Sm 9:4, 5; 17:27).Poderosos (ARC). Do heb. qarnayhn, “chifres”, que são símbolo de força (ver com. de lRs 22:11). Algumas versões traduzem esta palavra como o nome de uma fortaleza, "Carnaim” (ARA), mencionada em I Macabeus 5:26; e em 2 Macabeus 12:21. A ARA diz: “por nossas próprias forças, nos apoderamos de Carnaim”.
Am.6:14 14. Uma nação. Referência aos assírios, que, como instrumentos da ira de Deus (ver Is 10:5, 6), invadiriam Israel a partir do norte, especificamente “desde a entrada de Hamate”, cidade na parte superior da Síria (ver com. de Nm 34:8; Am 6:2). Expressões semelhantes em outras ocasiões indicam um aviso de que a contínua recusa ao arrependimento traz desastre nacional (ver Is 5:26; Jr 5:1 5).Arabá. Do heb. amvah. Arabá é a depressão que se estende do mar da Gaíileia até o golfo de Aqaba (ver Dt 1:1). Provavelmente o rio de Arabá designa algum fluxo que corre para o extremo norte do Mar Morto. Significativa- mente, esses limites norte e sul marcam o território recuperado por Jeroboão II no período cie maior prosperidade de Israel (ver 2Rs 14:25).COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE 1 - Te, 53; T4, 76; T5, 233 3-7 - Te, 53Capítulo 7
Am.7:1 1. Gafanhotos. Ou, “locustas”.Ao surgir o rebento. O mais provável é o momento em que a segunda ceifa ou colheita do mesmo campo começava a crescer. Os estragos dos gafanhotos nessa temporada seriam mais prejudiciais.As ceifas do rei. Deduz-se a partir desta declaração que a primeira colheita em certos campos era tomada pelo rei para seu próprio uso.
Am.7:2 2. Erva. Do heb. ‘eseb, não o que se chama geralmente de “grama’', mas a forragem madura, em que a semente é proeminente (ver com. de Gn 1:11).Perdoa. Na esperança de que seria capaz de evitar o cumprimento desta profecia, Amós sinceramente suplica perdão a Deus por Israel. O profeta coloca a confiança não na justiça, mas na misericórdia divina.Subsistirá [...]? Ou, “permanecerá”.O profeta pergunta: “Se Israel tiver que suportar o severo juízo que as imagens da visão mostraram, como ele sobreviveráf”
Am.7:3 3. O Senhor Se arrependeu. Ver com. de Nm 23:19. Enquanto os pecadores se arrependem do mal, Deus Se “arrepende” do pensamento de punir e destruir Israel (ver jr 18:8; 42:10; J1 2:12-14; Jn 3). Ameaças divinas são realmente profecias condicionais; seu cumprimento ou descum- primento é condicionado às ações humanas certas ou erradas.A invasão de gafanhotos foi mostrada em visão. Há diferença de opinião quanto a se ela representava uma invasão literal de insetos, já ocorrida ou em perspectiva, se fazia parte de castigos anteriores usados para conduzir o povo ao arrependimento, ou se era referente à invasão inimiga, como a de Tiglate-Pileser III (JCr 5:26; ver com. de Am 7:4).
Am.7:4 4. Fogo. Como acontece com os gafanhotos (ver v. 3), há diferença de opinião quanto a se o fogo representava uma seca abrasadora ou uma invasão inimiga. Em favor do primeiro ponto de vista pode ser citado o paralelo entre os juízos aqui descritos e aqueles mencionados em Amós 4:6 a 9. Por outro lado, as preliminares incursões do inimigo para a queda final e catastrófica do país também poderiam ser representadas por esses símbolos. A visão mostra que Deus estava disposto a abrandar os julgamentos já anunciados ou que já estivessem atingido o povo. No entanto, a nação já havia chegado ao limite da paciência de Deus. O fio de prumo seria colocado (v. 8), e as pessoas iriam para o cativeiro (v. 9).O grande abismo. Uma possível referência a fontes subterrâneas ou a nascentes (ver Gn 7:11; 49:25) que secariam em um período de estiagem.Devorava. Se o fogo representa a invasão, é possível que haja aqui uma predi- ção da invasão do rei assírio quando este conquistou a parte leste e norte de Israel,levando em cativeiro alguns do povo (ver 2Rs 15:29).
Am.7:5 5. Então disse eu. A intercessão do profeta é a mesma do v. 2, exceto que aqui ele diz "cessa”, em vez de “perdoa” (ver com. do v. 2).
Am.7:6 Sem comentário para este versículo
Am.7:7 7. Um prumo. Um instrumento utilizado pelos construtores a fim de fazer o trabalho preciso, vertical e perpendicularmente. O “fio de prumo” simboliza o Senhor examinando a conduta de Israel.
Am.7:8 8. Que vês tu [...]? A pergunta provê oportunidade de apresentar uma explicação do símbolo (verjr 1:11, 13; 24:3).Porei o prumo. A fim de ver se o muro atende às especificações. Israel, é claro, ficou aquém das exigências divinas e seria rejeitado.Jamais passarei por ele. O reino do norte não mais devia ser poupado (cf. Am 8:2). A contínua adesão de Israel ao mal não mostrava perspectiva de arrependimento, e, assim, o profeta não mais intercede. O reino do norte deve experimentar a tomada pela Assíria e ser levado em cativeiro (ver 2Rs 18:9-12).
Am.7:9 9. Os altos. Ver com. de Jr 2:20.Isaque. Aqui usado como sinônimo deIsrael.Os santuários. Estes eram os centros de adoração de ídolos em Dã e Betei (ver IRs 12:26-30), em Gilgal (ver Am 4:4), e talvez em outros lugares.Com a espada. Há razões para se supor que Jeroboão II era popular por causa de suas guerras bem-sucedidas e pela conquista da Síria (ver 2Rs 14:23-28). No entanto, a sua “casa”, ou dinastia, foi subvertida pela espada quando Salum assassinou Zacarias, o filho de jeroboão (ver 2Rs 15:8-10).
Am.7:10 10. Amazias, o sacerdote. A mensagem direta do profeta, atacando a condição pecaminosa do povo de Israel, naturalmente despertou oposição ressentida. O sacerdote em Betei (ver IRs 12:31, 32; 13:33) acusou Amós diante do rei. Amazias era,provavelmente, o chefe dos sacerdotes de ídolos. Ele astuciosamente se esforçou para fazer a predição de Amos contra a casa real parecer traição. Assim, ele esperava silenciar as mensagens dirigidas contra Israel por meio de Amós.Tem conspirado. Em seu ódio aos filhos de Deus, os ímpios frequentemente acusam os justos de subverter o governo (ver Jr 37:11- 15; 38:4, At 16:20, 21; 17:6, 7).
Am.7:11 11. Morrerá à espada. Pode ser que Amazias tenha mal interpretado a mensagem profética de Amós. O profeta havia predito uma espada contra “a casa de Jeroboão” (v. 9), o que não significa necessariamente que o próprio monarca perecería pela espada. No entanto, bem entendida, a punição era de fato o que devia vir ao rei e à nação se eles permanecessem irnpeni- tentes (ver PR, 286).
Am.7:12 12. Vai-te, ó vidente, foge. Alguns têm inferido, a partir desta acusação sacerdotal, que jeroboão II não tomou nenhuma providência em resposta à acusação de Amazias. Talvez o rei julgasse que as declarações de um visionário não deveríam ser levadas a sério. Como Herodes, ele talvez tivesse medo do povo (ver \it 14:5), que, ele presumia, ficaria impressionado com a mensagem de Amós. Assim, o sacerdote apóstata Amazias recorreu à própria autoridade, numa tentativa de intimidar Amós e fazê-lo sair do país.Judá. Talvez Amós fosse recebido favoravelmente em judá, porque saíra de lá.Come o teu pão. Talvez uma insinuação de que Amós fosse pago para profetizar e, assim, ganhava a vida por sua piedade. Amazias pode ter atribuído a Amós os motivos mundanos que influenciavam a si mesmo.
Am.7:13 13. O santuário do rei. Literalmente, “casa do reino”, sem dúvida, um santuário real. Evidentemente, tanto Amazias quanto Amós consideravam Betei a capital religiosada nação. O nome Betei significa “casa de Deus”. Jeroboão havia usurpado essa “casa de Deus” e fez dela “a casa do reino ’.O templo do reino. Literalmente, “o santuário do rei”, isto é, uma capela fundada ou financiada pelo rei (ver 1 Rs 12:26-33). Sob a direção divina, o profeta corajoso estava disposto a levar a mensagem de Deus ao centro de adoração apóstata (ver Am 7:10).
Am.7:14 14. Eu não sou profeta. Sem medo, Amós nega a insinuação de Amazias (ver v. 12) e declara que ele não é um profeta por profissão ou para ganhar a vida; mas, simplesmente, por causa do chamado de Deus.Filho de profeta. Os jovens educados nas escolas dos profetas eram chamados de “filhos dos profetas” (ver iRs 20:35; 2Rs 2:5). Amós não foi educado em qualquer instituição. É um erro comum supor que quem não foi formado de acordo com os padrões vigentes não foi realmente educado. O Senhor ensinou Amós na solidão dos campos, dos vales e das colinas da judeia enquanto ele pastoreava o rebanho e colhia frutos dos sicômoros (ver com. de Lc 19:4).Colhedor de sicômoros. Isto se refere a quem colhe figos dos sicômoros para uso próprio, ou a quem os cultiva para os outros. O figo cio sicômoro é inferior ao verdadeiro figo, e precisa ser perfurado algum tempo antes de ser colhido a fim de se tornar comestível (ver com. de Lc 19:4). Uma vez que rendia muitas colheitas de frutos durante o ano, essa árvore fornecia emprego estável para o colhedor.
Am.7:15 15. O Senhor me tirou de após o gado. Literal mente, “detrás do rebanho” (ver 2Sm 7:8; Sl 78:70). A ordem de Deus era imperativa, e Amós não poderia deixar de obedecê-la. Aquele não era o momento para o profeta voltar só porque Amazias, o sacerdote de Betei, se opôs a ele.
Am.7:16 16. Ora, pois, ouve. Consciente de sua missão divina, Amós fala com santa ousadia.Os que são enviados por Deus não precisam temer pessoas que tentam fazer calar a mensagem.Nem falarás. Isto é, o profeta deveria parar de profetizar (ver Ez 21:2, 7; Mq 2:6, 11). A LXX diz “não provocarás um tumulto"
Am.7:17 17. Tua mulher. Doloroso seria o sofrimento de Amazias como um marido e pai cativo. Esta profecia não diz que sua esposa seria uma “prostituta” por opção, mas podia ser que ela suportaria a violência do vencedor, quando a cidade fosse tomada por um exército invasor (ver ls 13:16; Lm 5:11).Na terra imunda. Provável referência a um país “gentio". Ê dito com frequência que as iniquidades e a idolatria de um povo contaminam a terra (Lv 18:24, 25; jr 2:7).Será levado cativo. Amós confirma, pela repetição, a sua profecia sobre o cativeiro de Israel (v. 11), indicando que o propósito divino não seria alterado. Como um verdadeiro profeta de Deus, ele não pode mudar a mensagem por causa de pressão externa. O cativeiro alcançaria o Israel impenitente, e de fato o alcançou (2 Rs 17:1-9).Capítulo 8i A proximidade do fim de Israel é mostrada por meio de um cesto de frutos. 4 A opressão é reprovada. 11 A ameaça da fome da palavra.
Am.8:1 1. Frutos de verão. Do heb. qayits, os primeiros frutos maduros, especialmente os figos. O propósito desta visão era mostrar que o povo estava maduro para o julgamento e que a tolerância de Deus havia chegado ao fim. A longanimidade divina resultara apenas na continuidade do pecado de Israel. Essa figura representa adequadamente o dia do juízo para Israel. Em vez de um cesto de frutos, a LXX diz: “uma gaiola de pássaros”. Isso apresenta o pensamento de que Israel seria levado em cativeiro como uma ave apanhada em armadilha ou cesto.
Am.8:2 2. O fim. Do heb. qets. O uso do qets, em conexão com qayits (ver com. do v. 1) é um típico jogo de palavras no hebraico.Passarei por ele. Ver com. de Am 7:8. Nada mais pode ser feito por uma safra no tempo da colheita. A safra será tratada de acordo com os frutos que produziu.
Am.8:3 3. Cânticos. Talvez os cânticos religiosos ligados ao “templo” idólatra de Betei; ou, podem ser as canções dos farristas mencionadas em Amós 6:5. Em ambos os casos, estas canções se transformariam em lamento pelos mortos (ver Am 8:10).Silêncio! Uma indicação da apatia ou da mudez que acompanha o sofrimento severo e inevitável, sofrimento profundo demais para ser expresso em palavras. O luto da terra, aqui descrito em referência primária a Israel depois do cativeiro assírio, era uma demonstração em pequena escala dos efeitos da ç quarta das sete últimas pragas (ver GC, 628).
Am.8:4 4. E destruís. Literalmente, “o que oprime”, “o que prende”, “o que arma o laço”. Os que oprimem os pobres são responsabilizados porque seus atos pecaminosos prepararamo caminho para o julgamento divino. A prosperidade dos ricos não ajudará esses opressores iníquos no dia da punição de Israel.
Am.8:5 5. Festa da Lua Nova. O primeiro dia do mês (ISm 20:5, 24, 27; ver vol. 2, p. 85, 86) era dedicado ao serviço religioso e, aparentemente, era o dia em que todos os negócios eram suspensos (ver com. de Nm 28:11; 2Rs 4:23). Este é um exemplo de observância formal das instituições sagradas, sem o verdadeiro espírito de devoção. Em seu egoísmo, esses apóstatas regateavam o tempo que seu formalismo religioso exigia deles. Esse tipo de culto se torna uma maldição em vez bênção.Para abrirmos. Literalmente, “abrir”, com o propósito de vender. A LXX diz “abrir o tesouro”, ou abrir os celeiros e depósitos.Efa. Ver vol. 1, p. 144, 145. Ao pesar a mercadoria com balanças enganosas, o comerciante recebia mais dinheiro do que deveria.Siclo. Ver vol. 1, p. 145-147.
Am.8:6 6. Comprarmos os pobres. Ver com. de Am 2:6.O refugo. Em tempos de escassez, o “refugo” que normalmente servia para alimentar animais, poderia ser vendido para consumo humano.
Am.8:7 7. Glória de Jacó. A LXX traz a seguinte tradução para a primeira metade deste versículo: “O Senhor jurou contra o orgulho de Jacó”, o que aponta os frutos do orgulho em vez de o objeto desse orgulho (ver com. de Am 6:8).
Am.8:8 8. Levantar-se-á. Ou, “a terra tremerá” como o mar agitado. Por causa do julgamento divino impendente, a terra se agitaria e encheria como o rio Nilo, como a inundação do Egito, no tempo da cheia anual.
Am.8:9 9. Farei que o sol. O dia do Senhor é. apresentado, com frequência, acompanhado de cataclismos no mundo natural (ver Is 13:10; ]1 3:15; etc.; cf. Am 5:20).
Am.8:10 10. Converterei as vossas festas. Ver Lm 5:15; Os 2:11; Am 5:16, 17; 8:3.Pano de saco. Este era um símbolo de luto (lRs 20:31; Is 15:3; Jl 1:8, 13), como também a raspagem da cabeça (Jó 1:20; Is 3:24; 15:2).Por filho único. O luto pelo único filho representa, de modo especial, uma profunda tristeza (ver Jr 6:26; Zc 12:10).
Am.8:11 11. Enviarei fome. O profeta aponta diretamente para um tempo em que, devido à contínua desobediência, seria tarde demais para os israelitas buscarem a Palavra de Deus em u ma tentativa de evitar os juízos divinos. Sofrimentos profundos, às vezes, estimulam as pessoas a se refugiarem nas Sagradas Escrituras. Infelizmente esse sofrimento vem, com frequência, tarde demais para produzir um efeito benéfico. Isso não ocorre porque o amor de Deus é retirado do pecador, mas porque o pecador se torna tão endurecido em suas iniquidades a ponto de desejar apenas fugir das consequências de suas transgressões e não abandonar os caminhos ímpios. Assim, ele “entristece” o Espírito Santo para além de toda esperança de verdadeiro arrependimento e reforma de caráter (ver Gn 6:3, 5, 6; ver com. de ISm 28:6).No “Dia do Senhor”, um pouco antes do segundo advento de Cristo, essa experiência do antigo Israel se repetirá. Impenitentes do mundo todo, sofrendo, sob as sete últimas pragas, buscarão escapar da calamidade portodos os meios, até mesmo se voltando para a Palavra de Deus, cujo estudo e obediência foram rejeitados no passado (ver GC, 629).
Am.8:12 12. Andarão. Do heb. nua, "tropeçar”, “cambalear”, ou “mover-se de modo instável”.Até ao Oriente. Alguns acreditam que o “sul” é omitido nas direções indicadas aqui porque ao sul do reino do norte de Israel ficava a cidade de Jerusalém onde havia a verdadeira adoração a Deus, que os apóstatas rejeitaram (ver lRs 12:26-33).Por toda parte. Do heb. shut, “vaguear” (ver com. de Dn 12:4),
Am.8:13 13. As virgens formosas e os jovens. As condições mencionadas nos v, 11 e 12 são tão severas que afetarão até mesmo os que estão no pleno desabrochar da energia da juventude.Desmaiarão. No hebraico, este verbo se refere a um desmaio físico literal, não meramente a “fraqueza” ou “debilidade”.
Am.8:14 14. Juram pelo ídolo. Do heb. 'ashmah, “ofensa”, ou “culpa”. Provavelmente, uma referência ao culto do bezerro de ouro em Betei (ver com. de Os 8:5, 6). A expressão “o teu deus, ó Dã” alude ao outro bezerro posto em Dã, no extremo norte do reino (ver I Rs 12:26-33). Alguns creem que ‘ashmah deve ser considerado como nome próprio, “Asima”, uma divindade cujo culto os hamatitas introduziram em Samaria quando foram levados para lá por Sargão a fim de substituir os israelitas levados cativos (2Rs 17:29, 30).Viver o culto. Literalmente, “modo”, aqui significando um modo de adorar ou um sistema religioso (ver At 9:2; 19:9, 23).Capítulo 9
Am.9:1 1. Vi o Senhor. O profeta recebe um vislumbre da Majestade do Céu, retratada como pronta a punir o povo rebelde (ver Is 6:1; Ez 10:1).junto ao altar. Alguns interpretam esse “altar” como aquele do culto ao bezerro em Betei, e o Senhor colocando-Se alí com o propósito de condenar e julgar. Outros creem que havia mais do que um altar em Betei (Am 3:14), e aqui se trata do altar de holocausto em Jerusalém.Fere. Isto, provavelmente, relira-se ao anjo destruidor (ver 2Sm 24:15, 16; 2Rs 19:35),Capitéis. Do heb. kafior. A palavra é usada para descrever a maçaneta do pedestal do candelabro no antigo santuário (Ex 25:31, 33). Provavelmente aqui kaftor descreve um capitel ou uma coluna.Umbrais. Do heb. sippim, “limiares”, ou “soleiras.” Este ataque seria tão lorte que a estrutura do edifício se abalaria eenfraquecería; os umbrais seriam sacudidos, e a estrutura, destruída.Matarei. A estrutura em colapso é retratada como ferindo ou matando as pessoas, com as ruínas caindo sobre elas.Até ao último deles. Ou, aqueles que sobreviveríam à destruição. Eles não teriam chance de escape, pois seriam mortos à espada.
Am.9:2 2. Ainda que desçam. Os v. 2 a 4 enfatizam a inutilidade da tentativa de fuga (ver SI 139:1-12).Ao mais profundo abismo. Do heb. sheol, o lugar figurativo de habitação dos mortos, onde os que morreríam foram representados como dormindo juntos (ver com. de Pv 15:11).
Am.9:3 3. Carmelo. Particularmente aqui referido como um esconderijo, talvez por causa de seus penhascos, cavernas, bosques e densa vegetação que permitia muitas oportunidades para se ocultar.Buscá-los-ei. Com o propósito de punição.
Am.9:4 4. Para o cativeiro. Esses apóstatas ímpios não escapariam da espada, até mesmo no país do cativeiro (ver Lv 26:33).Porei os olhos. Ver SI 34:15, 16; Jr 44:11.
Am.9:5 5. O Senhor dos Exércitos. Ver com. de jr 7:3. Deus é capaz de cumprir Seus juízos, pois é o rei de todos os “exércitos” dos céus, não apenas dos corpos celestes, mas dos seres celestiais de todas as ordens e posições.Ela se derrete. Comparar com SI 46:6; 97:3-5; Mq 1:4; Nm 1:5.Ela subirá. Ver com. de Am 8:8.
Am.9:6 6. Câmaras. Do heb. maaloth, literalmente, “alturas”. A palavra frequentemente descreve “degraus” (Êx 20:26; iRs 10:19; Ez 40:6; etc.). O significado aqui é incerto. "Câmaras” designam poeticamente o lugar de habitação de Deus.Abóbada. Do heb. agudah, palavra de significado incerto aqui. E traduzida como “molho” em Êxodo 12:22, que descreve um molho de hissopo. Em 2 Samuel 2:25, a palavra descreve um bando de homens que seguiram atrás de Abner. Ocorre como “jugo” em[saias 58:6, em que as ligaduras de um jugo são descritas. Nenhum desses significados parece se adequar ao contexto da declaração de Amós. Alguns sugerem o significado de “estrutura” ou “abóbada ”.Derrama. Ver com. de Am 5:8.
Am.9:7 7. Como [...] os etíopes. Israel estava em igualdade com outras nações. Os israelitas eram o povo escolhido somente sob condição de obediência à vontade de Deus (ver com. de Êx 19:5, 6; ver Mt 3:7-9). Israel permanecia como escolhido de Deus à medida que escolhesse a Deus. Quando o povo se apartava de Deus, tornava-se estranho para Ele.Filisteus. A menção dos filistrais e siros pode ter chamado a atenção de Israel para o fato de que eles, como filhos de jacó, não eram os únicos que receberam o privilégio cie viver na terra prometida. Na verdade, tanto os siros como os filisteus habitavam no território que Deus prometera à semente de Abraão (Gn 15:18). Israel havia falhado em seguir adiante pela fé para possuir toda a terra. Então, nos dias de Amós, o povo rebelde cio reino do norte devia saber que viver na terra prometida não significava necessariamente a aprovação de Deus; pois, seus vizinhos pagãos também moravam lá.Caftor. Provavelmente deve ser identificado com a ilha de Creta (ver com. de Gn 10:14).Quir. De local ização incerta (ver com. de Am 1:5).
Am.9:8 8. Reino pecador. Embora a nação fosse tão ímpia e merecedora de completa destruição, Deus graciosamente prometeu que um remanescente seria salvo (ver Jr 30:3, 1 1). iVIuitas pessoas das tribos de Israel haviam retornado com os exilados de Judá (ver com. de Os 1:11; 9:17).
Am.9:9 9. Sacudirei. Literalmente, “agitarei”, ou “abalarei”, forma eausativa do verbo nua' (ver com. de Am 8:12). Israel seria espalhado “entre todas as nações e ali seria sacudido no crivo da aflição e da perseguição".Através desse juízo, havería uma definição de quem permanecería como fiel seguidor de Deus e de quem se separaria para se agregar aos pagãos e se recusar a voltar do cativeiro.
Am.9:10 10. Morrerão à espada. Nenhum dos que se iludiram com uma falsa segurança, recusando-se a dar ouvidos à advertência do profeta, seria salvo.Encontrará. Do heb. qadham, “estar em frente”, “encontrar”, ou “confrontar”. Os que desconsideraram os avisos do profeta, orgulhosamente declararam que “o mal” não poderia “alcançá-los’’ nem “encontrá-los ”,
Am.9:11 11. Naquele dia. Amós muda de uma imagem escura da pecaminosidade de seu povo e do consequente castigo, para as promessas brilhantes e gloriosas de restauração futura. Estas promessas foram cumpridas parcialmente naqueles que retornaram do exílio babilônico. Elas poderíam ter sido plenamente realizadas, mas tanto Israel como Judã falharam em viver à altura dessas possibilidades (ver p. 17-19). Consequentemente, o Senhor deu aos gentios a oportunidade que Israel perdeu, e essas promessas gloriosas seriam cumpridas nos fiéis de todas as nações que iriam compor o Israel espiritual de Deus (ver At 15:13-17; PR, 714, 715).O tabernáculo. Literal mente, “uma tenda” (ver Jn 4:5), ou “um abrigo coberto de folhagem”. Um “tabernáculo que cai” é uma figura trágica que representa o estado espiritual de Israel antes do cativeiro. Com a queda do Israel étnico, o cumprimento desta passagem deve ser encontrado no Israel espiritual e universal de Cristo, o Israel que surgiu da oportunidade perdida pelo Israel literal (ver Mt 23:37, 38; At 13:44-48; ver também p. 21-23).Brechas. A casa de Davi foi quebrada internamente pela rebelião de Jeroboão I (ver lRs 12) e, externamente, pelas conquistas dos assírios e babilônios (ver 2Rs 15:29; 17:1-6; 18:9-13, 24, 25). Essas “brechas” foram parcialmente reparadas; as “ruínas” foram erguidas, até certo ponto, quando os prisioneiros foramdevolvidos. Mas, quando a nação judaica rejeitou o Salvador, as bênçãos e promessas da nação de Israel foram dadas àqueles que são a semente espiritual de Abraão, os seguidores de Cristo (ver G1 3:29; ver com. do v. II).
Am.9:12 12. Edom. Do heb. 'Edom. Os edomi- tas, mais tarde chamados de idumeus, eram os mais intimamente relacionados com Israel dentre as nações vizinhas, e estavam entre os mais hostis (ver com. de Am 1:11). "Remanescente”, evidentemente, é uma referência àqueles que escapariam da punição pronunciada em Amós 1:11 e 12.No lugar de “Edom”, a LXX diz “homens”, evidentemente, uma tradução do heb. ‘adam, que difere de Edom apenas em suas vogais (ver vol. 1, p. 1, 2).E todas as nações. Ou, “gentios”. A citação desta passagem (v. 11, 12) pelo apóstolo Tiago se aproxima da LXX (ver At 15:16, 17).
Am.9:13 13. Eis que vêm dias. Os v. 13 a 15 descrevem, em linguagem impressionante, as muitas bênçãos que poderíam ter sido recebidas pelo Israel literal (ver com. do v. 11), mas que seriam dadas a todos os que compusessem o verdadeiro Israel de Deus (ver PR, 300).O que lavra. O “lavrador” alcançaria o “ceifeiro”, porque semeadura e colheita seguiríam uma à outra sem pausa. Tão abundante seria a colheita e a vindima que, figu- rativamente falando, não haveria tempo de se fazer a colheita completa antes que a semeadura seguinte começasse.
Am.9:14 14. Reedificarão. A referência principal desta frase era ao retorno dos judeus do exílio, no final dos 70 anos de cativeiro (ver 2Cr 36:22, 23; Jr 29:10-14). No entanto, este versículo também aponta para o futuro, para as cenas finais do grande conflito entre Cristo e Satanás, quando os “cativos” resgatados do pecado habitarão em eterna paz e felicidade (ver Is 65:21, 22; PR, 300).
Am.9:15 15. Plantá-los -ei. Uma figura de linguagem que denota a permanência da restauração (ver Jr 24:6).Que lhes dei. A promessa feita a Abraão de que sua semente herdaria a terra de Canaã (ver com. de Gn 15:13) foi cumprida parcial mente quando os filhos de Israel entraram na terra prometida, sob liderança de Josué. O propósito de Deus ainda estava sendo realizado quando os judeus voltaram à Palestina depois docativeiro babilônico. No entanto, o cumprimento final desta maravilhosa promessa virá quando “a cidade santa, a nova Jerusalém,” descer “do céu, da parte de Deus" (Ap 21:2) e for estabelecida cie forma permanente na nova terra de Canaã (ver com. de Zc 14:4; para comentários adicionais, ver p. 16, 17).