"As coisas encobertas pertencem ao nosso Deus, mas as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos todas as palavras desta lei." Deuteronômio 29:29 |
Capítulo e Verso | Comentário Adventista > 2João |
2Jo.1:1 | 1. O presbítero à senhora eleita e aos seus filhos, a quem eu amo na verdade e não somente eu, mas também todos os que conhecem a verdade, Ancião (ARC). Do gr. presbuteros (ver com. de At.11:30). O título pode se referir à idade ou à posição, ou ambas as coisas. Uma vez que este Comentário afirma a autoria do apóstolo João (ver p. 755), pode-se observar que a palavra “ancião” é adequada. No momento em que a carta foi escrita, c. 95 d.C. (ver p. 755), João seria já idoso e o último apóstolo sobrevivente, de acordo com a tradição. Isso o colocaria em uma posição venerada na igreja cristã em expansão. Portanto, ao escrever às pessoas que estavam familiarizadas com ele, não haveria necessidade de qualquer outra identificação do que o título simples e despretensioso de “ancião”. Alguns sugerem que o título “ancião” se refere a outra pessoa, identificada como “João, o Presbítero”, ou “Ancião João”. O apoio para esse ponto de vista se encontra nas palavras de Papias (morto c. 163 d.C.), conforme relatado pelo historiador da igreja Eusébio. Em sua História Eclesiástica (iii.39.4; ed. Loeb, vol. 1, p. 293), Eusébio cita Papias: “Mas se alguém que já tivesse seguido os presbíteros viesse, eu perguntaria nas palavras dos presbíteros, o que André ou Pedro ou Filipe ou Tomé ou Tiago ou João ou Mateus, ou qualquer outro dos discípulos do Senhor, tinha dito, e o que Aristion e o presbítero João, os discípulos do Senhor, estavam dizendo.” É muito improvável que Papias tenha se referido a pessoas diferentes, pelo nome de João. É provável que ele tenha se referido a uma única pessoa, João, o discípulo amado. Na primeira relerência, ele o inclui entre os outros apóstolos que podem ter deixado registros escritos; na segunda, ele parece incluí-lo com Aristion, como alguém de cujos lábios ele próprio (Papias) tinha ouvido o testemunho direto sobre o Senhor Jesus. Assim, a própria existência de um presbítero além de João traz dúvida. O nome pode ser apenas outra designação para o último dos apóstolos. Nesse caso, o título “ancião” tem um significado ainda mais apropriado, quando aplicado a João. Senhora. Do gr. kuria. Duas traduções desta palavra são possíveis. Uma leva ao nome próprio de uma senhora, Kyria ou Cyria, que não é desconhecido em inscrições gregas; porém, a construção grega torna improvável que o escritor esteja, aqui, usando um nome próprio. A segunda tradução possível, kuria, é “senhora”, uma forma cortês de se dirigir ao equivalente feminino de kurios, “senhor” (ver com. de Jo.13:13). Nesse caso, a frase usada aqui, eklekte kuria, significa literalmente, “uma mulher eleita”. Ainda resta o problema da interpretação. A quem João dirigia sua epístola? Para essa pergunta há duas respostas antecipadas: (1) Ele escreveu a uma determinada senhora cristã e a seus filhos literais, (2) à igreja, ou a uma igreja que ele escolheu chamar de “uma senhora eleita”. Uma combinação dos dois pontos de vista acima podem também fornecer a melhor solução para o problema. A senhora a quem a carta é dirigida pode ter sido líder da igreja à qual João escreve, e seus “filhos” podem ser os membros da igreja (cf. 3Jo.1:4). O teor da mensagem é mais adequado a um grupo de crentes do que a um indivíduo, e a cristãos maduros, em vez de a filhos de certa mulher. Eleita. Do gr. eklektos, “eleitos”, de eklego, “escolher”, provavelmente usado aqui no sentido de eminência ética. Alguns preferiram tomar a palavra como um nome próprio feminino, Eklekta, mas tal interpretação é dificilmente sustentável, tendo-se em vista a utilização clara da eklektos como adjetivo no v. 2Jo.1:13. Seus filhos. Estes podem ser os filhos reais da “senhora eleita ou os membros da igreja aos quais a carta foi lida (cf. 1Jo.2:1). A quem. O pronome grego está no plural masculino e se refere à senhora eleita e a seus filhos de ambos os sexos. Eu amo. O pronome é enfático no grego. João também pode ter salientado seu amor, porque os outros não mostravam carinho aos cristãos aos quais ele escreveu aqui (cf. 3Jo.1:9). Na verdade. Literalmente assim, isto é, João ama seus amigos na esfera da “verdade”, isto é, em relação a tudo o que diz respeito à fé cristã. Todos. Embora possa ter havido esses falsos mestres e iniciantes que não amariam os leitores de João, ele toca em uma nota reconfortante referindo-se aos crentes genuínos que amarão aqueles a quem ele escreve. Os que conhecem. Ou seja, vieram a conhecer e ainda conhecem. João fala aos fiéis cristãos que não se apostataram. A verdade. Ou, a doutrina cristã, como exposta por Cristo, que é “a verdade” (ver com. de Jo.8:32; Jo.14:6), e “o Espírito da verdade” (Jo.14:17). Aqueles que defendem essa “verdade” amam aqueles que compartilham de suas crenças. |
2Jo.1:2 | 2. por causa da verdade que permanece em nós e conosco estará para sempre, Por causa da verdade. Literalmente, “por causa da verdade”. É por causa da nossa aceitação comum da verdade que estamos tão intimamente relacionados pelos laços de amor. Que permanece. Do gr. meno (ver com. de 1Jo.2:6). A verdade deve viver no coração dos crentes antes que possa ser um fator de unidade entre eles. João tem confiança em que os membros de sua comunidade cristã cumpriram esta qualificação. Em nós. Presumivelmente, a verdade também havia habitado uma vez no coração daqueles que apostataram, mas aqui o apóstolo expressa firme confiança de que a verdade permanecerá eternamente com os membros de seu círculo. Tal confiança não impede a apostasia individual, mas proclama a adesão consistente da igreja à sua doutrina enviada do Céu. Para sempre. Do gr. eis ton aiona (ver com. de Ap.1:6; Ap.14:11). João jamais teve a intenção de abandonar os fatos centrais da fé cristã nos quais a sua crença se baseia: a natureza amorável de Deus, a encarnação, a morte expiatória e a vida ressurreta do Filho de Deus. |
2Jo.1:3 | 3. a graça, a misericórdia e a paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor. Graça. Do gr. charis (ver com. de Rm.1:7; Rm.3:24; 1Co.1:3). Além de Jo.1:14; Jo.1:16-17; Ap.1:4; Ap.22:21, a palavra charis, “graça”, ocorre só mais esta vez nos escritos de João; contudo, é uma palavra-chave no vocabulário paulino. João faz uso frequente de agape “amor” (ver com. de 1Co.13:1) e a emprega 18 vezes em sua primeira epístola. A saudação tríplice, “graça, misericórdia e paz”, é encontrada nas epístolas pastorais de Paulo (1Tm.1:2; 2Tm.1:2; Tt.1:4). João a usa aqui de forma ligeiramente diferente. Misericórdia. Do gr. eleos (cf. com. de Mt.5:7). A palavra não ocorre em nenhuma outra parte dos escritos joaninos. Paz. Ver com. de Rm.1:7. Quando a graça desperta o desejo de salvação e o coração busca o perdão de Deus e o novo nascimento, então o Senhor pode dar o segundo presente, a “misericórdia”, ou a compaixão, que seria desperdiçada em alguém que não percebeu sua necessidade (Lc.18:10-14). A “paz” vem quando o pecador perdoado percebe que ele foi reconciliado com Deus e já não está sob a condenação da lei por ele transgredida (ver com. de Rm.5:1). Da parte de Deus. Literalmente, “do lado de Deus”, portanto, “da presença de Deus”, indicando que Deus é a fonte da qual a graça, a misericórdia e a paz fluem para o crente. Pai. Ver com. de Rm.1:7, em que Paulo fala do “nosso Pai”. Senhor Jesus Cristo. Evidências textuais podem ser citadas (cf. p. xvi) para a omissão de “Senhor”. O título completo “Senhor Jesus Cristo” não ocorre novamente nos escritos de João (sobre “Jesus Cristo”, ver com. de 1Jo.1:3). O apóstolo enfatiza a igualdade do Filho com o Pai e com o fato de que os dons espirituais são concedidos aos homens por ambas as pessoas da Divindade (cf. com. de 1Jo.1:2-3). O Filho do Pai. A única expressão nas Escrituras que enfatiza a ideia central na teologia de João, a divindade de seu Mestre, Jesus Cristo. Convosco (ARC). Evidências textuais favorecem (cf. p. xvi) a variante de “conosco” (ARA). O apóstolo ainda inclui a si próprio e a seus amigos cristãos na mensagem à “senhora eleita”. Em verdade e amor. Os dois elementos necessários para a recepção dos dons de graça, misericórdia e paz concedidos por Deus. As duas palavras, “verdade” e “amor”, podem ser tomadas como os termos-chave desta curta epístola. Embora seja comum que ambas as palavras estejam no NT, especialmente nos escritos de João, sua justaposição não ocorre noutras partes do NT. |
2Jo.1:4 | 4. Fiquei sobremodo alegre em ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na verdade, de acordo com o mandamento que recebemos da parte do Pai. Fiquei sobremodo alegre. Depois de estender a saudação, o apóstolo inicia sua mensagem. Como Paulo em suas epístolas (Rm.1:8; 1Co.1:4; Fp.1:3) e semelhantes a Cristo em suas cartas às sete igrejas (Ap.2; Ap.3), João começa com assuntos agradáveis e louváveis (cf. 3Jo.1:3). Ter encontrado. Ou, “eu encontrei”. João pode ter formado seu conceito sobre a fidelidade dos crentes por observação pessoal ou, como em 3Jo.1:3, a partir dos relatos de irmãos visitantes. Dentre teus filhos. Literalmente, “de teus filhos”. Isto pode refletir a possibilidade de que todos os membros da igreja não tenham permanecido fiéis. Também pode ser que João não tenha encontrado ou ouvido relatos de todos os “filhos”, e que outros também fossem fiéis. Andam. Do gr. peripateo (ver com. de Ef.2:2). A palavra é usada nas Escrituras para descrever a conduta diária (cf. Fp.3:17). Na verdade. Ou, “sempre vivendo sob o controle da verdade”, desempenhando fielmente todos os deveres na Terra como parte da caminhada em direção ao lar eterno (ver com. de 1Jo.1:7). De acordo com o mandamento que recebemos. Ou, “conforme o mandamento que recebemos.” Embora o mandamento não seja definido, os escritos anteriores de João sugerem uma referência ao “novo mandamento” do amor (ver com. de 1Jo.2:7-8; 1Jo.3:23; 1Jo.4:21). |
2Jo.1:5 | 5. E agora, senhora, peço-te, não como se escrevesse mandamento novo, senão o que tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. E agora. No v. 2Jo.1:4, o apóstolo registra a satisfação passada sobre a condição de seus amigos. Aqui, ele se preocupa com seu comportamento futuro. Peço. Do gr. erotao, “pedir”, “orar”, “suplicar” e “desejar”. Te. O uso do pronome singular é citado por alguns como prova de que o destinatário da carta era uma senhora literal, mas esse raciocínio é enfraquecido pelo uso posterior que o escritor faz de “vos” (v. 2Jo.1:8), “convosco” (v. 2Jo.1:10; 2Jo.1:12), no plural. Parece que João usa ambas as formas singular e plural alternadamente nesta carta. Senhora. Do gr. kuria (ver com. do v. 2Jo.1:1). Mandamento novo. Ver com. de 1Jo.2:7-8; 1Jo.3:11. É provável que os leitores da epístola tenham lido também a primeira carta. |
2Jo.1:6 | 6. E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este mandamento, como ouvistes desde o princípio, é que andeis nesse amor. E o amor é este. Literalmente, “este é o amor”; parafraseando, isto é, “este é o amor sobre o qual eu estou falando. João, então, define que o amor é “seguir os mandamentos”. O amor não consiste apenas em acalentar sentimentos afetuosos para com os outros, mas em observar a conduta correta para com os nossos semelhantes, conforme indicado nos mandamentos de Deus. Esses comandos, observados fielmente, resultarão em demonstrações práticas de amor aos nossos semelhantes (cf. com. de 1Jo.2:3-6; 1Jo.3:23; 1Jo.5:3). Que andemos. Ou, “que continuem a andar nele; ou, que molde a vida de acordo com a lei do amor. Seus mandamentos. A um mandamento sobre o amor correspondem todos os outros preceitos dados pelo Senhor. Isso explica o uso alternado que João faz das formas singular e plural, “mandamento” e “mandamentos” (ver com. de Jo.13:34; Rm.13:8). O apóstolo não define o mandamento, mas lembra a seus leitores que, ao assumir que eles estejam muito bem familiarizados com ele, não precisam de mais do que um lembrete. |
2Jo.1:7 | 7. Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo. Porque. A palavra liga os v. 2Jo.1:6-7. A razão imediata para a ênfase de João sobre o “mandamento” é a atividade dos “enganadores”, que podem ser combatidos apenas pela prática da lei do amor. Enganadores. Os desordeiros são identificados no fim deste versículo como aqueles que negam as implicações da encarnação. Têm saído. Ver com. de 1Jo.4:1. Não confessam. Ver com. de 1Jo.2:22; 1Jo.4:3. Veio (ARC). O texto original diz, literalmente, “aqueles que não confessam que Jesus Cristo veio em carne”. A forma do verbo grego enfatiza a atemporalidade da verdade da encarnação, em contraste com 1Jo.4:2, em que o fato histórico é enfatizado (ver com. ali). O enganador. Ou, “o impostor”. O anticristo. Ver com. de 1Jo.2:18; 1Jo.2:22. João identifica todos os “enganadores como sendo, em última análise, representados pelo grande enganador e anticristo, Satanás. Todo o trabalho de embuste procede do diabo, não importa que forma local seus servos possam assumir. |
2Jo.1:8 | 8. Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão. Olhai por vós mesmos (ARC). O apóstolo emite um alerta geral contra os enganadores (2Jo.1:7), mas faz também uma aplicação pessoal aos seus leitores. Pode-se notar que ele se dirige a um grupo, “vós mesmos”, em vez de um indivíduo, “a ti mesmo” (cf. com. do v. 2Jo.1:5), apoiando a ideia de que João está escrevendo para uma igreja e não apenas para um membro, individualmente. Não perderdes. Evidências textuais favorecem (cf. p. xvi) esta variante que se harmoniza com o contexto. João está ciente da possibilidade do desvio da fé, e quer abrir os olhos de seus leitores para os perigos que enfrentam (cf. 1Co.9:27; 1Co.10:12). Entretanto, a responsabilidade final recai sobre os próprios crentes, daí a admoestação “olhai por vós mesmos”. Temos realizado. Ou, João e seus cooperadores realizaram – uma referência ao seu trabalho evangelístico, cujos resultados não devem se perder para os crentes. Para receberdes. Evidências textuais favorecem (cf. p. xvi) a variante “recebestes”. A palavra traduzida por “receber” pode ser traduzida por “receber de” ou “receber de volta”, isto é, de Deus, Aquele de quem todas as boas recompensas vêm. Galardão. Do gr. misthos (ver com de Rm.6:23). A “plena recompensa” não pode ser outra senão a imortalidade, que será desfrutada apenas por aqueles que permanecerem fiéis até o fim (cf. com. de Mt.24:13; Gl.6:9). |
2Jo.1:9 | 9. Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho. Todo aquele que prevarica (ARC). Evidências textuais favorecem (cf. p. xvi) a variante “todo aquele que ultrapassa” (ARA), isto é, quem tenta ir além do ensinamento de Cristo, como os gnósticos faziam (ver p. 687, 688). A fraseologia remete à primeira epístola de João (cf. em 1Jo.3:6). Não permanece. A construção grega mostra que essas palavras qualificam “todo aquele que prevarica”, isto é, aquele que vai à frente. Não há nada errado em ir à frente, enquanto dentro da doutrina do Salvador. Porém, aquele que tenta ir aonde Cristo não guiou, sai do domínio de Cristo, portanto, não permanece na doutrina dada por Ele. Doutrina. Ou, “ensino” (ver com. de Jo.7:16). Enquanto “a doutrina de Cristo” pode ser tomada como o ensino sobre Cristo, o contexto favorece uma referência ao ensinamento dado por Ele. A expressão abrange a doutrina entregue pelo Mestre e sua continuação na pregação dos apóstolos. Os “enganadores” não estavam dispostos a se limitar a tais ensinamentos, mas se inclinaram sobre a adição de outros pontos por conta própria, indo além do que o próprio Salvador ensinou. Não tem Deus. Esta frase é uma reminiscência da primeira epístola (cf. 1Jo.5:12). Uma vez que o Filho e o Pai são um (Jo.10:30), aquele que rejeita o ensinamento de Cristo também rejeita o Pai e mostra que está tentando superar a Deus. Tal pessoa não se contenta com a altura e a profundidade do conhecimento espiritual que Deus colocou à disposição do homem, mas quer sondar outros domínios que só podem conter falsidade. Permanece. Do gr. meno (ver com. de 1Jo.2:6). A única maneira de garantir uma relação salvadora com o Pai é permanecer e edificar sobre a doutrina que Cristo ensinou e acreditou, em vez de se afastar para os domínios da especulação filosófica, ou seguir os brilhos enganosos das ilusões satânicas. Tem tanto. No desenvolvimento de uma declaração positiva a partir de uma negativa, João, conforme é seu costume (cf. 1Jo.1:6-7; 1Jo.2:21), enriqueceu seu pensamento. Aquele que vagueia fora da verdade perde o Pai, e quem permanece nela tem o Pai e também o Filho por meio do qual toda a verdade é revelada (1Jo.2:23). |
2Jo.1:10 | 10. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Se alguém vem. Isto é, quando “lá vêm eles”, indicando, por antecipação, a visita de mestres hereges. Não traz esta doutrina. A frase serve para identificar o visitante e para mostrar que ele é um mestre da doutrina anticristã empenhado em seduzir os membros fiéis da igreja. Não o recebais. Este conselho aparentemente rude só se aplica no caso de um “enganador” e “anticristo” (v. 2Jo.1:7), e não tem relação direta com a hospitalidade que os cristãos devem alegremente mostrar aos amigos estrangeiros e necessitados (ver Mt.25:35; Hb.13:2). Não haveria motivo algum para receber um visitante determinado a enganar a igreja de Deus. Casa. Isto pode se referir à própria casa do indivíduo, ou ao local onde a igreja se reunia. Saudeis (ARC). Do gr. chairein, literalmente, “alegrar-se”, usado muitas vezes no NT como uma saudação (ver com. de Rm.1:7). Não é possível para um cristão “alegrar-se” ou desejar a bênção de Deus sobre um “enganador”. Pode orar por ele, para que o enganador enxergue o erro de seus caminhos e volte ao evangelho pleno de Cristo, mas não é possível manter uma comunhão cristã entre o crente e o falso mestre (cf. 1Co.5:9-13). |
2Jo.1:11 | 11. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más. Cúmplice. Do gr. koinoneo, “ter em comum”, “partilhar”. João deixa claro por que não devemos entreter os falsos mestres: a associação voluntária com eles vai fazer parecer que aprovamos seus ensinamentos, e os incautos poderiam interpretar mal até mesmo a hospitalidade mesmo bem-intencionada concedida a esses mestres. |
2Jo.1:12 | 12. Ainda tinha muitas coisas que vos escrever; não quis fazê-lo com papel e tinta, pois espero ir ter convosco, e conversaremos de viva voz, para que a nossa alegria seja completa. Muitas coisas. Nesta carta, o apóstolo tem tratado apenas com a questão mais urgente para alertar seus leitores sobre o perigo dos falsos mestres. Muitos outros temas chamam atenção, mas podem ser abordados de forma mais clara e rápida, pessoalmente. João aparenta ser o secretário dele mesmo. Papel. Do gr. chartes, “uma folha de papiro”, material comum de escrita. A palavra ocorre somente aqui, no NT, embora também ocorra na LXX (Je.36:23). Tinta. Sobre os materiais de escrita antiga, ver vol. 5, p. 98-101. Viva voz. Literalmente, “de boca a boca” (cf. Nm.12:8). A ênfase de João está mais na interação verbal do que na mera visão de seus amigos. Nossa alegria. A visita do apóstolo seria motivo de alegria não só aos crentes, mas também a ele (cf. com. de 1Jo.1:4). |
2Jo.1:13 | 13. Os filhos da tua irmã eleita te saúdam. Tua irmã eleita. Estas palavras podem se referir a (1) uma irmã real de certa “senhora eleita” (v. 2Jo.1:1), ou (2) uma igreja irmã na área em que João escreveu. As duas ideias podem estar combinadas como no v. 2Jo.1:1 (ver o com. ali). Amém (ARC). Evidências textuais favorecem a omissão desta palavra (cf. p. xvi). |