"As coisas encobertas pertencem ao nosso Deus, mas as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos todas as palavras desta lei."
Deuteronômio 29:29

Capítulo e Verso Comentário Adventista > 1 Samuel
1Sm.1:1 1. Agora (KJV). Diferentemente das versões portuguesas, a KJV inicia 1 Samuel com a palavra “agora”, proveniente de um termo hebraico que costuma ser traduzido por “e”, mas também por “agora", ‘então’’ ou “mas”, de acordo com o contexto. Isso, necessariamente, não conecta este livro com os escritos anteriores. Ezequiel, por exemplo, também inicia com a mesma palavra, mas ninguém defende que o livro seja uma mera continuação de outra obra.Ramataim-Zofim. Literalmente, “dois lugares altos dos atalaias”, ou “alturas gêmeas dos zofitas”. Isso indica cidades gêmeas ou talvez duas seções da mesma cidade, pois, em 1 Samuel 1:19 e 2:11, Ramataim-Zofim é chamada simplesmente de Ramá. Não se conhece a localização de Ramá, cidade natal de Samuel (ao fim do capítulo, ver Nota Adicional sobre as diversas localizações já propostas).Elcana. Literal mente, "a quem Deus comprou", Um levita (iCr 6:33-38; cf. v. 22-28; PP, 569) da família de Coate que habitava na tribo de Lixaim. É interessante descobrir que Samuel era descendente de Coré (lCr 6:33-38), que tão violentamente se opôs à decisão do Senhor de transformar os filhos de Arão em sacerdotes (ver Nm 16), Essa é uma evidência de que os filhos não são punidos pelos pecados de seus antepassados; em vez disso, “cada qual será morto pelo seu pecado” (Dt 24:16).
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1Sm.1:3 3. Subia. Já que vivia a apenas 19 km do tabernáculo de Siló, era natural que o levita Elcana participasse regularmente das três festas anuais (ver com. de Ex 23:14-17; Lv 23:2) e, em especial, da primeira e mais importante: a Páscoa, no início da primavera. Essa festa, que simbolizava a libertação dos israelitas do Egito, também direcionava o coração do povo para o grande Cordeiro pas- coal antitípico, Jesus, que, por meio de Seu sacrifício, proporcionou o meio para redimir a humanidade da escravidão espiritual (iCo 5:7). Embora seus serviços não fossem exigidos no santuário, Elcana subia como um israelita comum com o próprio sacrifício, assim como muitos outros levitas durante operíodo dos juizes (Jz 17:8, 9), a fim de incentivar seus vizinhos e lhes dar um bom exemplo. Conquanto vivesse num ambiente ímpio, fica evidente que a espiritualidade de Elcana era viva. Mesmo que Hofni e Fineias fossem corruptos, ele era fiel em sua adoração e em oferecer sacrifícios. O mesmo ocorreu com Ana e Simeão nos dias de Cristo (Lc 2:25- 38) e deve ser verdade em todos os tempos. A aliança com Cristo não deve depender das obras dos outros.Filhos de Eli. Já naquela época, o nepotismo, ou seja, favoritismo aos parentes, concedendo-lhes cargos, encontrava-se firmemente arraigado em Israel. Enquanto o desemprego assolava os levitas espalhados nas diferentes tribos, três membros da família de Eli — o pai e dois filhos — garantiram um meio de vida, a despeito de que dois deles eram moralmente desqualificados para o cargo. Tal injustiça é um fator que sempre contribui para descontentamento e revolta.
1Sm.1:4 Sem comentário para este versículo
1Sm.1:5 5. Porção dupla. Literalmente, “uma porção de duas faces”. Elcana exercia toda a influência a seu dispor para promover a unidade, dando uma “porção” a cada membro de sua família. Para mostrar publicamente que não desejava a esterilidade de Ana, dava-lhe uma porção dupla como se ela tivesse um filho (ver PP, 569).
1Sm.1:6 6. Provocava excessivamente. O proceder de Penina se devia, em parte, à bem- intencionada generosidade de Elcana. Assim como sucedeu com Satanás no Céu, a inveja por cansa da atenção destinada a outro, seja no lar ou em qualquer lugar, dá lugar a uma malícia escarnecedora e exasperada que se expressa a cada passo em pequenas gotas dc zombaria. A ridicularização, além de tirar o apetite de Ana, também a levou a se abster de participar da festa. Era porque se sentia indigna, como Arão depois da morte de seus filhos, Nadabe e Abíú (Lv 10:19)? Não precisava ela ainda mais das bênçãos espirituais da festa em tais circunstâncias? A seguintepergunta também podería ser feita: quanto da bênção Penina recebeu da festa, já que se permitia a liberdade de zombar de sua com- panheira? Tal situação é comparável à que Cristo mencionou na história do fariseu e do publicano (Lc 18:10-14). No entanto, assim como o publicano, Ana não pagou injúria com injúria, mas ocultou sua dor e chorou lágrimas si lenciosas.
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1Sm.1:10 10. Levantou-se Ana. Ana não endurecera seu coração com dor e autocomisera- ção, nem ficou mal-humorada quando seu esposo lhe dirigiu a palavra, mas manifestou notável domínio próprio. Procurou refúgio no santuário.
1Sm.1:11 11. Ao Senhor o darei. Ao aceitar a dádiva espiritual que Deus lhe concedia por meio da festa, Ana se sentiu impulsionada a suplicar por um presente mais tangível: um filho, prometendo devolvê-lo imediatamente ao Senhor, torná-lo santo e consagrado a Ele. Talvez Deus já esperasse havia tempo por aquela entrega. Poderia ter-lhe tornado fértil antes, mas estaria Ana pronta para assumir tal responsabilidade?A sabedoria do mundo ensina que a oração não é essencial e cjue não é possível haver resposta real para as preces, porque isso violaria as leis da natureza, e os milagres seriam impossíveis. E parte do plano de Deus conceder, em resposta à oração de fé, o que não daria de outra maneira (GC, 525). Também é parte do plano cio Céu que o ser humano se entregue voluntariamente à ação do Espírito Santo, assim como Cristo fez quando esteve na Terra. Para Deus, não era necessário cjue Abraão esperasse 25 anos pelo cumprimento da promessa. Ouando o patriarca chegou à posição em que pôde entrar plenamente no plano que o Céu tinha para ele, o Senhor converteu todos os fracassos passados em trampolins para bênçãos. O mesmo sucedeu com Ana.Entretanto, Deus não falou a ela por intermédio de um anjo. Ele usou a figuraescolhida do sacerdote, muito embora o sacerdócio fosse imperfeito e necessitasse de uma reforma. O Senhor reconhecia que o desejo natural de Ana por filhos transformara-se numa paixão por consagrar a mais preciosa das dádivas a Ele, e assim respondeu à prece dela mediante Eli.
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1Sm.1:14 14. Embriagada. Eli, o guardião do santuário e a principal autoridade em lei e religião, julgava por evidências circunstanciais, não pelos verdadeiros sentimentos dos adoradores. Julgou Ana pelo critério da própria experiência com seus filhos. No entanto, não havia passado do ponto de conseguir compreender a revelação progressiva de Deus. Mediante a experiência de Ana, o Espírito Santo lhe revelou que o Senhor leva em conta os motivos do coração.
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1Sm.1:16 16. Não tenhas. Com calmo domínio próprio, após a mágoa causada por uma repreensão tão severa, com gentileza de espírito e com deferência a alguém em posição de autoridade, Ana falou delicadamente sobre o sofrimento íntimo que provocara a interpretação equivocada. Sem temor, afirmou sua inocência. Trata-se do mesmo espírito que Cristo demonstrou ao responder a seus acusadores.
1Sm.1:17 17. Vai-te em paz. A paz sobrevêm somente quando cessam as hostilidades, quando há vitória ou entrega plenas. Depois de fazer tal entrega ao Senhor, Ana descobriu que a inimizade e as implicâncias de Penina pararam de magoá-la. Podia dizer com Seu Salvador: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23:34).Logo Eli reconheceu a mão de Deus e foi movido pelo Espírito Santo para indicar a aprovação divina. Cristo exemplificou o verdadeiro espírito de amor e discernimento e concede o mesmo espírito aos pastores sob sua supervisão. Mas, quer O recebam quer não, transmitam-No a outros ou não, nada pode impedir que a mais humilde ovelha de Seu rebanho ouça Sua voz e O siga. Ana nãoera dependente das circunstâncias. Deixou seu caso nas mãos de Deus, e a resposta veio logo em seguida.
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1Sm.1:20 20. Samuel. O nome significa “ouvido por Deus’’ e, assim como outros nomes próprios da Bíblia, era repleto de significado. “Samuel” foi um memorial do pedido de Ana ao Senhor, uma recordação da promessa que fizera e um reconhecimento da aprovação divina. O tempo demonstraria a verdade de tudo isso. Desde a mais terna infância, o menino reconheceu que era servo do Senhor.
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1Sm.1:22 22. Ana, porém, não subiu. A mãe de Samuel não o considerava apenas uma criança, mas uma oferta a Deus. Por isso, procurou educá-lo para o Senhor desde a mais tenra infância. Com muito cuidado e oração constante, ministrou às necessidades físicas do filho, desde muito pequeno, e dirigiu os pensamentos dele ao Senhor dos exércitos. Para cumprir com mais perfeição seu encargo, só voltou a visitar Siló depois de Samuel ser desmamado. Quão abrangente é a influência de uma mãe em fsrael! Os momentos com ela são preciosos, quer se trate de uma exilada e escrava, como Joquebede, a mãe de Moisés, quer de uma mulher perseguida no lar de um levita em Canaã. Levando isso em conta, Ana começou a trabalhar não só para o tempo presente, mas também para a eternidade. Tinha a responsabilidade de imprimir numa alma humana a imagem de Deus. O mesmo ocorreu com Maria, a mãe de Jesus.Mais de uma vez, a uma serva do Senhor foi confiada a tarefa de reavivar a fé decadente de um povo desanimado e amante do pecado, que falhou em perceber que Deus usa as coisas fracas do mundo para confundir as sábias. Medite na consagração de Joquebede à sua tarefa, na clara visão de Ana quando trouxe Samuel ao mundo, ou no sentimento de responsabilidade solene de Maria quando respondeu ao anjo: “Aqui está a servado Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra” (Lc 1:38).Porém, ainda que a mãe tenha os melhores pensamentos, o filho também precisa fazer a própria escolha na vida. Esse foi, por exemplo, o caso de Sansão. No entanto, até mesmo ele, depois de um longo período de autocomplacência, teve uma visão de Deus que o levou a dar sua vida sem esperar recompensa, uma consagração que o colocou na grande galeria dos que triunfaram pela fé, conforme o registro de fiebreus 11. E uma grande verdade o fato de Satanás procurar usar e desviar justamente aqueles a quem Deus Se propõe usar como instrumentos para uma obra especial.Para sempre. Ver com. de Ex 12:14; 21:6. Com as palavras “para sempre”, Ana quis dizer que Samuel seria nazireu durante toda a vida (ISm 1:11; ver também com. de Gn 49:26; Nm 6:2). Um fragmento do livro de 1 Samuel encontrado na quarta caverna de Khirbet Qinnran, publicado em 1954, declara especificamente que Samuel era nazireu.
1Sm.1:23 23. Respondeu-lhe Elcana, seu marido. Elcana consentiu com o voto de sua esposa (Nm 30:6, 7) e, de acordo com 1 Samuel 1:21, o transformou num voto próprio (ver com. de Nm 30:6).Confirme o Senhor, isto é, “que o plano do Senhor para Samuel se realize”. Deus já havia reconhecido Sua parte no cumprimento da oração e do voto de Ana. Elcana cria: (1) que o Senhor de fato tinha falado por meio de Eli (v. 17); (2) que o nascimento de Samuel confirmava a origem divina da promessa de Eli (v. 20); e (3) que a promessa se cumpriría completamente na vida de Samuel dedicada ao ministério.Muitas coisas dependem da cooperação do marido e da esposa no lar cristão. Elcana foi profundamente tocado pela consagração de sua esposa e de todo o coração se uniu a ela em seu desejo. Ele é um excelente exemplo da admoestação de Paulo: “Maridos, amaivossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a Si mesmo Se entregou por ela” (Ef 5:25). EJcana assumiu a responsabilidade pelo voto de Ana e o apoiou da maneira mais direta possível. Ele reconhecia a liberdade de escolha da esposa e desejava que sua decisão de consagrar o filho a Deus tivesse êxito. Sua atitude ilustra o desejo no coração de Cristo de trabalhar com cada pessoa, expressando a individualidade de cada um, revelando assim ao universo a beleza fulgurante do caráter divino.
1Sm.1:24 24. Um novilho de três anos. Ou “três bezerros” (ARC). A LXX traduz: “Um novilho em seu terceiro ano”. De acordo com o v. 25, eles "imolaram o novilho”. Abraão, em seu sacrifício de consagração, usou uma novilha de três anos (Gn 15:9). O sacrifício de Elcana, oferecido em cumprimento do voto (v. 11, 21), consistiu num novilho com sua respectiva farinha e libação, conforme a orientação divina (Nm 15:9, 10). Já que Elcana e Ana levaram um efa inteiro de farinha, e a quantidade exigida para um novilho era três décimas de um efa (Nm 15:8-10), é provável que o novilho mencionado no v. 25 fosse o holocausto com o qual o menino Samuel foi consagrado ao Senhor, e que os outros dois novilhos tenham sido sacrificados como a oferta pelo pecado e a oferta pacífica que acompanhavam o holocausto. Cada uma delas requeria três décimas de um efa de farinha. O lato de Elcanalevar um efa inteiro de farinha, suficiente para três novilhos, sugere que a LXX e as outras traduções, como a ARA, que trazem “um novilho de três anos” estão equivocadas.
1Sm.1:25 Sem comentário para este versículo
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1Sm.1:27 27. Este menino. Não se sabe com que idade Samuel foi desmamado. E comum no Oriente que uma criança seja amamentada até os três anos e é bem possível, por exemplo, que 1 saque tivesse cinco anos quando Abraão celebrou a festa na qual o transformou em seu herdeiro (ver Gn 21:8). Já que Ana não compareceu à festa desde o nascimento de Samuel, é provável que Eli tenha se esquecido do incidente.De acordo com o v. 27, Ana não contara a Eli a natureza de seu pedido, mas, nessa ocasião, o fez com grande alegria. Ao expressar seu regozijo, valeu-se da palavra heb. shaal, “pedir”, usando diferentes formas do verbo. A tradução literal do versículo seria: “A respeito deste menino, eu me interpus, e o Senhor me deu meu pedido que pedi a Ele, e também me encontro obrigada ao pedi-lo para o Senhor. Enquanto ele viver, será pedido para o Senhor.''Ana reconhecia com exultação que sua dádiva para Deus fora, antes de tudo, uma dádiva dEle para ela. Podia dizer como Davi: "Das tuas mãos to damos” (lCr 29:14). Foi um amor como esse que levou Rute a exclamar: “Faça-me o Senhor o que bem Lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti” (Rt 1:17); e Paulo a afirmar: "Para mim, o viver é Cristo" (Fp 1:21).Não se conhece a localização exata de Ramataim-Zofim, a cidade natal de Samuel. Vários lugares foram sugeridos: (1) Beit Rima, em Efraim, 18 km a oeste de Siló, onde as montanhas da Palestina central dão lugar às ondulantes colinas da Sefelá, ou, possivelmente, oito quilômetros mais para o oeste, em fíentis; (2) er-Ram, em Benjamim, 8,8 km ao norte de Jerusalém, na estrada para Siquém; (3) Ramallah em Efraim, 14,4 km a noroeste de Jerusalém, 19,2 km a sudoeste de Siló e 2,8 km a sudoeste de Betei.Beit Rima, cerca de 18 km a oeste de Siló, e Rentis, ainda mais a oeste, ficavam longe demais de Gibeá de Saul (em Benjamim) para que fossem a cidade natal de Samuel(lSm 9:1-10:9; ver PP, 608, 609). Saul não estaria procurando as jumentas de seu pai a 40 ou 50 km de sua casa dois dias depois de sua perda, nem seria possível que ele e seu servo procurassem em todas as colinas, vales e desfiladeiros de todo esse território montanhoso no terceiro dia. As outras cidades com o nome de Ramá, em Aser (Js 19:29), Naftali (Js 19:36), Simeão (Js 19:8) e Manassés (Ramote-Gileade, Dt 4:43, cf. 2Rs 8:29; 2Cr 22:6), ficam ainda mais distantes e, portanto, é impossível que se trate delas.As evidências parecem favorecer Ramallah, nas montanhas do sul de Efraim, perto da fronteira com Benjamim. Uma cidade localizada nessa região atende a todas as especificações conhecidas para ser a cidade em que habitava Samuel. A Ramá de juizes 4:5, em cujas proximidades ficava a palmeira de Débora, não estava longe de Betei. Conforme já mencionado, Ramallah, 2,8 km a sudoeste de Betei, não podería ser a Ramá de Benjamim; pois, nesse caso, o autor teria mencionado qualquer uma das várias cidades mais próximas a Ramá de Benjamim do que Betei, nas montanhas de Efraim.Samuel nasceu em Ramá (lSm 1:1, 19, 20; PP, 572). Foi ali que ministrou a Israel como sacerdote, profeta e juiz, e onde estabeleceu uma das duas primeiras escolas dos profetas (lSm 7:17; 8:4; 15:34; 19:18-20; PP, 593, 604). Evidentemente, essa é a cidade cujo nome não é mencionado, onde Saul se encontrou com Samuel pela primeira vez e foi ungido rei (lSm 9:5, 6, 11, 14, 18; PP, 608, 609). Ali Samuel morreu e foi sepultado (lSm 25:1; 28:3).A Ramá de Samuel também era conhecida como Ramataim-Zofim (lSm 1:1, 19), na “terra de Zufe” (lSm 9: 5; cf. PP, 608, 609). Zufe era descendente de Levi, da linhagem de Coate e ancestral de Samuel de quinta geração (lCr 6:33-38). Quando Canaã foi dividida, os levi- tas coatitas receberam cidades em várias tribos, que incluíam Judá, Benjamim e Efraim (ver Js 21:4, 5; lCr 6:54-70). O distrito onde viviam os descendentes de Zufe, os zofitas, seria, portanto, conhecido como a “terra de Zufe” (lSm 1:1; 9:5), e Ramá, sua cidade, como Ramataim-Zofim, literalmente, “Ramataim dos zofitas”.Elcana, pai de Samuel, era da “região montanhosa de Efraim” e provavelmente era um efrateu, assim como seu antepassado Zufe (lSm 1:1, ARC). Um efrateu residia em Belém (Rt 1:2; lSm 17:12) ou em Efraim (iRs 11: 26). Sem dúvida, Elcana era efrateu neste último sentido. A região montanhosa de Efraim correspondia simplesmente à área serrana que se encontrava dentro dos limites do território da tribo de Efraim e não incluía nenhuma parte das montanhas de Benjamim (ver Jz 18:12, 13; 19:13-16; lSm 9:4). Em nenhum lugar da Bíblia fala-se que Benjamim ficava na “região montanhosa de Efraim”.Posteriormente, o Senhor disse a Samuel que Saul era “um homem da terra de Benjamim” (lSm 9:16). Além disso, quando Saul partiu de Ramá, a cidade de Samuel na região montanhosa de Efraim, atravessou a fronteira de Benjamim a fim de chegar a seu lar em Gibeá (lSm 10:2-9; PP, 608, 609).Alguns identificaram com Belém a cidade cujo nome não é especificado em 1 Samuel 9:1-10:9. Essa identificação se baseia na afirmação de Gênesis 35:16-19, de que Raquel foi sepultada a “pequena distância para chegar a Efrata (...] que é Belém”, bem como na referência de 1 Samuel 10:2 à tumba de Raquel, que estava “no território de Benjamim, em Zelza”. Todavia, como no caso de Ramá, não se conhece a localização exata da sepultura de Raquel. Ela ficava na estrada entre Betei e Belém (Gn 35:16-19), uma distância de pouco mais de 24 quilômetros. O original hebraico de Gênesis 35:16 diz, literalmente, “a alguma distância de Efrata” e parece sugerir uma distância considerável (ver com. de Gn 35:16).A localização tradicional da sepultura de Raquel, quase dois quilômetros ao norte de Belém, estaria a 6,4 km da fronteira de Benjamim. Contudo, de acordo com o sentido original de 1 Samuel 10:2, a sepultura ficava muito mais próxima do limite do que isso, talvez até mesmo dentro do território de Benjamim. No entanto, se for considerado o limite norte de Benjamim, em vez do limite sul, encontra-se harmonia entre o sentido original de Gênesis 35:16 e a localização de Zelza ao norte de Jerusalém.A menção feita por jeremias, de que o clamor de “Raquel chorando por seus filhos” (Jr 31:15; cf. Gn 35:16-19) foi ouvido “em Ramá”, sugere que a sepultura dela não ficava longe da cidade, e isso está de acordo com as instruções de Samuel a Saul (ISm 10:2). Porém o lugar que tradicionalmente se localiza perto de Belém estaria a mais de 14 km da Ramá de Benjamim e a cerca de 20 km de Ramallah, em Efraim. A referência de jeremias a “Raquel chorando por seus filhos” se baseia no incidente histórico da reunião dos cativos judeus em Ramá, em preparação para a jornada rumo a Babilônia (ver Jr 31:1-17; 40:1). A aplicação profética da declaração de Jeremias é feita em Mateus 2:18 (ver com. de Dt 18:15). A menos que essa Ramá ficasse próxima à sepultura de Raquel, a referência do profeta a “Raquel chorando por seus filhos” seria desprovida de sentido. A referência posterior a Samaria e à região montanhosa de Efraim (Jr 31:5, 6) parece exigir uma Ramá próxima ao limite de Benjamim e de Efraim, e isto corrobora a informação dada em 1 Samuel 10:2.Capítulo 2os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória; porque do Senhor são as colunas da terra, e assentou sobre elas o mundo.
1Sm.1:28 Sem comentário para este versículo
1Sm.2:1 1. O meu coração se regozija noSenhor. Esta segunda visita a Siló teve natureza completamente diferente da registrada no cap. 1. Na primeira visita, angustiada, Ana intercedeu em favor de si mesma. Nesta ocasião, tinha no coração um grande cântico de louvor. Como resultado de sua plena entrega ao Senhor, estava feliz pelo privilégio de devolver a seu Criador aquilo que lhe dera. Ao fazer isso, experimentou a forma mais suprema de alegria, pois aprendera a apreciar Sua bondade amorosa de uma forma nova. Ela engrandeceu a Deus como o autor da misericórdia revelada em Sua compaixão pelos desamparados. Adquiriu uma nova visão do poder de Deus, evidente por Seu controle sobre as forças ocultas da natureza, neutralizando em silêncio as forças do mal que a desanimavam e derrotavam, e fazendo com que um ambiente negativo contribuísse imensamente à profundidade e plenitude de sua alegria. Ana entendeu de uma nova maneira a aliança feita com seus antepassados, de que os filhos de Deus se tornariam uma bênção para todas as nações. A canção de Ana foi uma profecia inspirada referente a Davi e ao Messias (PP, 572).A experiência de Ana pode ter resultado na maior bênção que poderia se manifestar na vida de Penina. Deus estava tão ávido por salvar Penina como por redimir Ana. E haveria maneira melhor de fazer issodo que mostrando a exaltação de uma alma que confiava nEle e que não pagava mal com mal? Tal foi o método de Cristo ao tentar salvar Simão, o leproso: revelando a bênção que Maria Madalena podia receber (Mc 14:3-9; Lc 7:37-50). Simão aprendeu a lição e se tornou um fervoroso discípulo (DTN, 567, 568). Será que Penina também aprendeu?
1Sm.2:2 Sem comentário para este versículo
1Sm.2:3 3. Nem saíam coisas arrogantes. Ana poderia ter sentido uma supremacia pessoal em relação a Penina, em vista da maravilhosa experiência que lhe ocorrera. No entanto, não indicariam as palavras de Ana o seu anseio de que sua rival conseguisse ver a beleza de uma entrega plena a Deus e compreendesse a inutilidade da arrogância? Com certeza, ninguém poderia acusar Ana de demonstrar uma atitude de superioridade em relação a Penina, depois da forma como Deus vindi- cara sua humilde consagração. Se Cristo teve lágrimas na voz enquanto pronunciava os ais aos fariseus (CC, 12; DTN, 619, 620), não poderia o espírito de abnegação de Ana ao entregar Samuel ao Senhor ter tocado o coração de Penina de maneira que esta começasse a compreender de forma nova o modo de Deus pesar as ações? Aqueles que, como Penina, se sentem fortes pelo próprio poder sofrem ao colher o fruto de seu egoísmo, que é a morte espiritual. Deus, porém, é capaz de dar vida até mesmo aos que estão espiritualmente mortos. Cristo ofereceu a Judasas mesmas oportunidades que Pedro teve. No entanto, um se entregou e o outro não.
1Sm.2:4 Sem comentário para este versículo
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1Sm.2:7 7. Empobrece e enriquece. Ana reconheceu que sua salvação do opróbrio viera de Deus, que a engrandecera muito acima da zombaria de Penina. O sofrimento do passado se transformara em exaltação ao Senhor. A oração de súplica dera lugar ao louvor pela força divina. Seus lábios, uma vez fechados em sofrimento silencioso, então se abriam para engrandecer o poder infinito de Deus. Pensou que sua experiência era um tipo do triunfo conquistado pelo Senhor para Seu povo, tanto individual como coletivamente. Encontrou inspiração para compor uma canção muito acima do alcance de sua experiência e, sob a orientação do Espírito Santo, apontou para a alegria dos redimidos quando estiverem sobre o mar de vidro entoando um “novo cântico" (Ap 14:3). A felicidade de Ana não foi um deleite egoísta, mas uma compreensão ampliada do caráter de Deus, como aquela que levou os “filhos de Deus" a rejubilar diante da criação do mundo (Jó 38:7). Foi como a experiência que levou os israelitas a aclamarem ao Senhor depois da libertação das hostes egípcias no Mar Vermelho; ou ainda como a que instigou a hoste angelical a exclamar, na ocasião do nascimento de Cristo: “Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens, a quem Ele quer bem" (Lc 2:14). As zombarias e aflições sofridas no lar foram precisamente o ambiente no qual essa visão da salvação de Deus pôde se desenvolver de tal modo que chegou a produzir um Céu na Terra. Ana tinha o Céu no coração, pois aprendera a amar o mundo como Cristo o ama (ver DTN, 331, 641).
1Sm.2:8 8. Levanta. Pelo poder de Deus, a alma cristã, sempre consciente de sua impotência, se eleva acima das forças do egoísmo. Cingida com a força do alto, deixa de lado as dúvidas, os temores e as tentações passadas. A vitória ocupa o lugar da derrota e, naplenitude da alegria, a alma se conforma à imagem de Cristo.
1Sm.2:9 Sem comentário para este versículo
1Sm.2:10 10. Força ao seu rei. Durante anos, Ana vira como em espelho, obscuramente (iCo 13:12), mas, com olhos proféticos, falou de sua fé no triunfo completo e definitivo de Cristo. Assim como Deus a exaltara, também exaltaria seu Ungido (ver Fp 2:9-11). Bom será quando muitos dos crentes permitirem que o Senhor os exalte no meio onde vivem para que, como Ana, cantem um hino de louvor e gratidão a Ele (Ap 14:3).
1Sm.2:11 11.0 menino ficou servindo. A palavra traduzida por “menino" é naar, que significa um garoto de qualquer idade até atingir a maturidade. Aos 17 anos, josé é chamado de naar. O mesmo termo é usado para os filhos de Eli no v. 17. Não se sabe quanto eles eram mais velhos do que Samuel. De acordo com o contexto, Eli os fez sacerdotes antes de haverem atingido a maturidade. Calcula-se que a idade de Samuel variava entre os três e os 15 anos (ver com. do material complementar de Ellen White sobre iSm 1:20-28).Quando um filho assume responsabilidade incomum, muitas vezes os pais tentam obter alguma vantagem para si por meio disso. Elcana merece ser muito elogiado por ter continuado com seu estilo de vida costumeiro em Ramá, mesmo sendo levita. Cientes, como seguramente estavam, da natureza do ambiente a que Samuel ficaria sujeito, Elcana e Ana devem ter sentido al guma preocupação ao entregar sua dádiva ao Senhor nas mãos de Eli e de seus dois filhos, Hofni e Fineias. Quanto maior deve ter sido a preocupação do Pai celestial quando colocou Seu Filho sob a influência e o escrutínio dos indignos sacerdotes de Sua época! Cristo tinha 12 anos de idade quando chamou a atenção dos sacerdotes. No entanto, Sua conduta naquela ocasião testemunha da realidade da proteção divina, que se estende até mesmo sobre as criançasque procuram orientação celestial (ver com. de Lc 2:52). A experiência de Samuel testifica da mesma direção divina.As Escrituras deixam claro que, no meio de um ambiente pecaminoso, Samuel servia ao Senhor. A palavra ‘'servindo” pode se referir tanto a atividades seculares quanto sagradas. E usada para se referir às responsabilidades de José na casa de Potifar e para o auxílio que Josué prestou a Moisés no monte de Deus (Ex 24:13). A habilidade de Samuel de resistir às más influências que o cercavam, demonstrada também por José e Josué, pode ser atribuída à firme decisão de se ocupar com as coisas de Deus.
1Sm.2:12 12. Filhos de Beíiah Literalmente, "filhos sem valor”. Assim Moisés descreve aqueles que incentivavam os companheiros a servir outros deuses (Dl 13:13). Nos primeiros dias dos ju izes, um ievíta saiu de viagem de Belém, parou em Gibeá para passar a noite e foi atacado por “ l ilhos de Belial” (Jz 19:22). No NT, "Belial” é usado como epíteto para Satanás (2Co 6:15). Assim como José foi colocado no seio da degeneração real, Samuel cresceu cercado por um sacerdócio degenerado, "no meio de uma geração pervertida e corrupta” (Fp 2:15).Tendo-se rendido a vis paixões, Hofni e Ei nelas não tinham o conceito adequado do Deus a quem deviam servir. Não desfrutavam de uma comunhão com Ele, não simpatizavam com Seus propósitos, nem sentiam sua obrigação para com Ele. Meramente usavam sua posição, garantida por direito hereditário, para fins egoístas e corruptos. Roubavam ao povo para satisfazer seus apetites. Roubavam de Deus não só a porção que Lhe correspondia nos sacrifícios, como também a reverência e o amor dos adoradores. Por meio de suas ímpias concupiscên- cias, rebaixavam o serviço do Senhor, aos olhos do povo, ao nível das orgias sensuais dos bosques nos quais povos vizinhos adoravam ídolos. Entretanto, Deus permitiu queum menino fosse colocado no meio de tais circunstâncias para provar ao universo que um ambiente ruim não determina o destino de um ser humano. Conhecendo o espírito cobiçoso de Judas, ninguém pensaria hoje em colocá-lo como tesoureiro. No entanto, foi isso que Jesus fez (DTN, 294, 295). Ele tinha o propósito de que Judas ficasse tão impressionado com coisas de valor muito maior, que se entregasse de todo coração ao Salvador. Jesus amava ajudas e ficaria feliz em poder transformá-lo num dos principais apóstolos (ver DTN, 295).
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1Sm.2:18 18. Ministrava. Não no sentido de tarefas humildes, mas de deveres sagrados referentes à obra dos levitas no santuário. A palavra hebraica assim traduzida inclui ambos os tipos de serviço.Uma estola sacerdotal de linho. Neste caso, uma vestimenta usada por sacerdotes de categoria básica e pelos levitas, e, às vezes, ainda por pessoas importantes do povo. Por exemplo, Davi "dançou” perante o Senhor vestido com uma estola sacerdotal de linho (2Sm 6:14). Ela não deve ser confundida com a estola sacerdotal do sumo sacerdote, “de ouro, e estofo azul, e púr- pura, e carmesim e linho fino”, na qual era preso o peitoral com 12 pedras, e o Urim e o Tumim, que serviam para consultar a Deus (ver com. de Ex 28:6; ver Jz 8:27). Se a estola sacerdotal de linho mais simples seguia o modelo da usada pelo sumo sacerdote, como parece provável, era uma vestimenta curta, sem mangas, que consistia num pano dianteiro e outro traseiro unidos nos ombros e cingiclos na cintura com um cinto (ver com. de Jz 8:27).
1Sm.2:19 19. Sua mãe. Além de oferecer seu filho ao Senhor, Ana persistiu em lhe demonstrar amor ano após ano. De igual maneira, Deus guarda Seu povo a todo instante. Não só deu Seu Filho de uma vez por todas, como também tem interesse contínuo de tornar esse sacrifício cada vez mais eficaz em suprir asnecessidades até mesmo do mais frágil de Seus filhos (Mt 6:30-34).
1Sm.2:20 20. Devolveu ao Senhor. Aquilo que é devolvido ao Senhor, certamente retorna com juros. Ana dedicou um filho ao Senhor e foi recompensada com outros cinco. Abraão fez o mesmo com Isaque, e Deus lhe prometeu uma descendência “como as estrelas do céu'' (Gn 22:17). Cristo prometeu devolver cem vezes mais, ainda nesta vida (Mt 19:29; Lc 18:30).
1Sm.2:21 Sem comentário para este versículo
1Sm.2:22 22. Era, porém, Eli já muito velho. Um fragmento de 1 Samuel, encontrado na quarta gruta de Khirbet Oumran e publicado em 1954, diz: “Eli tinha noventa anos”. Albright pensa que se trate de uma transposição da passagem de 1 Samuel 4:15, onde se lê na LXX que Eli tinha 90 anos quando morreu. No entanto, o novo fragmento não indica que essa era a idade do sacerdote na ocasião de sua morte, mas, sim, quando Samuel já o servia por algum tempo.
1Sm.2:23 Sem comentário para este versículo
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1Sm.2:25 25. Não ouviram. O ministério dos filhos de Eli contrasta, nesta passagem, com o de Samuel. Este crescia no favor tanto dos homens como de Deus; Hotni e Fineias não respeitavam as instruções do Senhor e não escutavam os conselhos de seu pai. Iodos os seres humanos são agentes morais livres. Se escolherem permanecer sob a poderosa mão de Deus (1Pe 5:6), serão exaltados no tempo devido; mas, se optarem por seguir os próprios caminhos, sem dúvida, colherão o fruto desse proceder.O Senhor os queria matar. Literal mente, “agraciava ao Senhor levá-los a morrer”. Eles rejeitaram o controle protetor de Deus, escolheram o próprio caminho egoísta e abandonaram deliberada mente o conselho cio Céu. Ao mandar embora o anjo cio Senhor (SI 34:7), selaram sua condenação. Foram os íilisteus que os mataram (iSm 4:10, 11); no entanto, Deus permitiu a morte porque tinham se recusado a segui-Lo. “Deus não fica em relação aopecador como executor da sentença contra a transgressão; mas deixa entregues a si mesmos os que rejeitam Sua misericórdia, para colherem aquilo que semearam” (GC, 36). Esse foi o caso de Judas e será o de todos que recusarem os apelos do Espírito Santo.
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1Sm.2:27 27. Um homem. Eli morreu aos 98 anos (ISm 4:15; ver com. de 2:22), quando Samuel já tinha idade suficiente para ser reconhecido como profeta e provável sucessor de Eli na f unção de juiz (3:19-21). já que naturalmente deve ter decorrido algum tempo entre as duas solenes advertências dos cap. 2 e 3, parece provável que a visita do profeta anônimo tenha ocorrido pouco depois da dedicação de Samuel. Caso contrário, não havería motivo aparente para Samuel não ter transmitido as duas mensagens do Senhor.Como Deus é longanimo! Saul recebeu advertência após advertência, e muitos anos lhe foram concedidos para que refletisse, antes de, finalmente, fazer a escolha de proceder de acordo com a própria vontade.Todavia, Eli se rendeu aos laços familiares, em vez de cumprir seu dever perante Deus em prol do povo. A virtude não é herdada, mas adquirida. Os filhos de Eli herdaram uma responsabilidade santa e um nome honrável. No entanto, por causa do egoísmo, se converteram-se em verdadeiros servos de Satanás, a ponto de merecer as reclamações unanimes do povo. Quando o pai deles deixou de exercer autoridade, foi advertido de que a reverência e a honra produzem bom caráter e muitos benefícios, mas a irreverência e a desonra levam a sofrimento e decepção (v. 32). “A lei do serviço do próprio eu, é a lei da destruição de si mesmo" (DTN, 624).
1Sm.2:28 Sem comentário para este versículo
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1Sm.2:34 34. No mesmo dia. Assim como l lofni e Fineias lidaram de forma agressiva com as coisas do Senhor, sofreriam morte violenta. Com o propósito de desviá-los de seucaminho ímpio, Deus abriu, por um instante, a cortina do futuro. Ter ia sido natural esperar que os jovens mudassem o estilo de vida depois de ouvir esta profecia, a fim de evitar seu cumprimento. Ao fazer essa predição, o Senhor somente previu a destruição dos dois, não a preordenou. Aquele que conhece o fim desde o princípio sabe tudo que afeta o exercício da liberdade de escolha. Ao admoestar determinados indivíduos quanto ao que o futuro lhes reserva, Deus prova ao universo que o livre-arbítrio dado aos seres humanos é tão abrangente, que nem mesmo o conhecimento do futuro os detém.
1Sm.2:35 35. Um sacerdote fiel. As Escrituras não indicam o sacerdote em quem se cumpriu esta profecia. Alguns eruditos pensam que se refere a Zadoque, da linhagem de Eleazar, a quem Salomão deu o sacerdócio quando Abiatar, descendente de Itamar, foi depostopor colaborar com Adonias na tentativa de tomar o trono de Salomão (1 Rs 2:27, 35). Outros acreditam que se refere a Cristo, e outros ainda defendem que a profecia se cumpriu em Samuel e em sua obra. Porém, a lição importante dessa declaração reside no fato de que o ser humano não pode impedir o cumprimento final do desejo de Deus de restaurar Sua imagem no coração da humanidade. Israel recebera o serviço do santuário, com todo seu minucioso simbolismo, para ilustrar a forma de Cristo trabalhar. Entretanto, por mais que sacerdotes e governantes rejeitem o plano, ainda assim o propósito divino, que não pode ser apressado nem adiado, avança constantemente até seu cumprimento pleno. Se as pessoas querem, podem se associar a Cristo no cumprimento desse propósito; se o recusam, são as únicas culpadas. Não poclem acusar o Senhor de conspirar contra elas.CPPE, 374, CS, 50, 102; 426; FEC, 81; LA, 28; MCH, 284; MS, 36; PP, 529, 579; PR, 485; San, 19, 66; T2, 40; 11. 538; 15. 136, 268, 304, 424, 448; T6, 144, 356; T7, 193; T8, 123, 153 35 - PP, 578Capítulo 3Eli. Naqueles dias, a palavra do Senhor era mui tumado o sacerdote Eli, cujos olhos já começa-rara; as visões não eram frequentes. vam a escurecer-se, a ponto de não poder ver,
1Sm.2:36 Sem comentário para este versículo
1Sm.3:1 1. As visões não eram frequentes. Ou, “não havia visão manifesta” (ARC). A palavra traduzida por “manifesta” deriva do verbo parais, que significa “irromper” ou "jorrar”. Portanto, a expressão quer dizer, literalmente, “não havia visão derramada” ou “não irrompiam visões”. Esta declaração, ao revelar que a palavra do Senhor era “preciosa” ou “rara”, descrevia a situação da época, pois mensagens inspiradas raramente eram reveladas ao povo de Deus. Então, o narrador explica o motivo específico daexistência desta situação: Deus não aparecia aos homens em visão com tanta frequência como em outros tempos. A ênfase não é dada tanto à maneira da revelação, mas, sim, a sua frequência.Esse é o primeiro uso da palavra chazon, “visão”, nas Escrituras e o único caso em que é usada nos dois livros de Samuel. Uma comparação de chazon com mar ah, termo tam- hém traduzido por “visão”, esclarece o método de Deus revelar Seus planos para a salvação da humanidade. A palavra chazon se origi nade um verbo que significa “perceber com visão interior", enquanto mar ah deriva de um verbo que significa “ver visualmente”. Ambas são usadas de maneira intercambi- ável com chalom, “sonho”. A palavra mar’ah ocorre muitas vezes nos primeiros livros da Bíblia para representar mensagens de Deus para as pessoas, seja em sonhos ou mediante visitas pessoais de mensageiros do Céu. Quando Jacó começou sua viagem para o Egito (Gn 46:2), Deus lhe falou “em visões [marah], de noite”, jacó se sentiu na presença divina, e a revelação foi tão real como a que Abraão recebeu quando três anjos o visitaram antes da destruição de Sodoma (Gn 18:2- 22). Esse mesmo tipo de revelação divina é também chamado de “sonho”, chalom, como quando Deus advertiu Abimeleque a respeito da mulher de Abraão (Gn 20:3-13). Na ocasião da revolta de Arão e Miriã, Deus disse: “Se entre vós há profeta, Eu, o Senhor, em visão [marah] a ele, Me faço conhecer ou falo com ele em sonhos [chalom]" (Nm 12:6).Daniel usou com frequência as três palavras. Quando relatou a visão das quatro bestas, usou a palavra chazon (Dn 7:1, 2, 7, 13, 15) para descrever o sonho; empregou chalom (Dn 7:1) quando acontecimentos futuros foram representados de maneira simbólica. Também usou o termo chazon, de Daniel 8:1. Porém, quando Daniel ficou perturbado quanto ao significado da visão, desceu pela margem do rio, onde o anjo Gabriel apareceu a ele com a seguinte ordem: “dá a entender a este a visão [marah]”. Mas Gabriel, depois de fortalecer o profeta, disse-lhe: “Entende, filho do homem, pois esta visão [chazon] se refere ao tempo do fim” (Dn 8:16, 17).A impressão que o visitante celestial deixou em Samuel foi tão real, que ele se referiu a ela em 1 Samuel 3:15 como uma marah. Portanto, a declaração do v. 1 não sugere que o Senhor não estivesse disposto a guiar Seu povo. O fato, porém, é ressaltado para mostrar que as percepções espirituais eintelectuais de Israel haviam, na época, atingido um ponto muito baixo.
1Sm.3:2 Sem comentário para este versículo
1Sm.3:3 3. Antes que a lâmpada, O candelabro de ouro com sete lâmpadas, colocado no lado sul do lugar santo, nunca deveria ser apagado (ver com. de Ex 27:20, 21). As lâmpadas eram preenchidas com o melhor azeite de oliva, símbolo do Espírito Santo, e o sumo sacerdote regulava as lâmpadas de manhã e à noite, quando colocava o incenso sobre o altar em frente ao véu que separava o lugar santo do santíssimo (ver com. de Ex 30:7, 8). Assim como o brilho dessas lâmpadas iluminava na escuridão da noite, Cristo é a luz que dá claridade a este mundo escuro, derramando sempre a glória de Seu amor e sacrifício nas trevas do coração humano (ver Jo 1:4, 5, 9).Assim como o candelabro iluminava o santuário da antiguidade, o Espírito Santo provê iluminação espiritual às pessoas, para que possam adquirir percepção mais clara do plano de salvação. Sem a luz interior que ilumina a mente, a luz literal teria pouco valor. A letra do ritual do santuário nada significaria se o Espírito não estivesse ali (ver Is 1:11, 13, 15, 16). Embora tanto os líderes quanto o povo estivessem seguindo o caminho das nações idólatras ao redor, havia algumas pessoas humildes, como Elcana e sua família, que preservavam a tão necessária visão espiritual.
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1Sm.3:8 8. Era o Senhor quem chamava.Quando Samuel foi a Eli pela terceira vez, o idoso sacerdote compreendeu que era Deus quem falava. O fato de Deus o passar por alto para se comunicar com um mero jovem poderia facilmente ter despertado “ciúmes profissionais” em seu coração. No entanto, recordando a mensagem que tinha recebido do homem de Deus anos atrás, Eli pode ter concluído que a mensagem era para ele e também raciocinado que o Senhor deveria lhe ter revelado diretamente. E admirável a honestidade de Eli no trato com Samuelnessas condições. Compreendendo, talvez pela primeira vez, que Deus estava preparando outro para ocupar sua posição, não sentiu rancor; pelo contrário, fez o que estava a seu alcance a fim de preparar Samuel para sua importante missão, dando ao jovem o melhor conselho. Samuel foi instruído a se considerar um servo do Senhor, pronto para ouvir o conselho divino e fazer Sua vontade. Há grandes lições na experiência de Eli para os que temem não receber a honra devida à sua posição e que as mãos de outros substituam as suas nas tarefas relacionadas ao cargo.
1Sm.3:9 Sem comentário para este versículo
1Sm.3:10 10. Veio o Senhor, já que era uma experiência nova para o jovem Samuel, o Senhor, em Sua graça, manifestou Sua presença de alguma forma precisa cujos detalhes não são explicados. Antes que a primeira palavra fosse pronunciada, tanto o idoso sacerdote como seu jovem auxiliar tiveram ampla evidência da presença de um poder sobrenatural e, como filhos instruídos por seus pais, ambos foram induzidos pelo Espírito Santo a uma atitude disposta a escutar e obedecer.isso não teria acontecido se a palavra do Senhor viesse a um homem como Hofni. Por exemplo, como foi diferente a reação à repreensão divina por parte de Saul e de Davi! Saul estava cheio de críticas, desculpas e autojustificação (ISm 15:16-31); Davi, por sua vez, graças aos muitos anos de entrega ao Senhor, não deu desculpas para seu pecado; sua única busca foi por um coração limpo e um espírito reto (2S:m 12:1-14; cf. SI 51:10; 103:12).Pode-se, muito bem, fazer a seguinte pergunta: por que o Senhor não falou diretamente com El ir Ele parecia ser um homem sincero e humilde, que desejava a paz e a justiça acima de tudo. Por que, então, envolver Samuel? Entretanto, Deus já não se comunicava mais com Eli, nem com seus filhos (PP, 581).
1Sm.3:11 11. Vou fazer. Samuel viveu durante anos num ambiente ruim e não podia deixar de notar a diferença entre as instruções dadas nos rolos da lei e a vida dos jovens sacerdotes com quem trabalhava. Se lhes tivesse feito qualquer indagação, só teria recebido repreensões iradas. Seus pais não estavam presentes para aconselhá-lo, e ele hesitava mesmo em recorrer a Eli. Enquanto esse assunto lhe passava pela mente, pode ter-lhe ocorrido a mesma pergunta que passa pela cabeça dos jovens piedosos de hoje: se a Palavra de Deus estabelece certos princípios para realizar a obra divina, e os líderes, além de falhar em seguir essas instruções, são culpados de erros graves de conduta, por que o Senhor permite que continuem ministrando em seu ofício santo?A semente plantada não rende imediatamente uma colheita, porque é preciso tempo para o fruto chegar à maturidade. O processo do desenvolvimento do caráter requer tempo - um tempo de graça. Esse foi o caso de Hofni e Fineias; e o mesmo ocorre hoje. Chega o dia em que Deus reduz a nada os que desafiam Seus estatutos (SI 119:118). Assim como Cristo permitiu que judas ocupasse uma posição na qual tivesse a oportunidade de obter sucesso, também deixou que Hofni e seu irmão fossem colocados num cargo em que, confiando nEle, pudessem se tornar mi nistros aceitáveis da aliança. Porém, da mesma forma que Judas, os filhos de Eli não se renderam à orientação divina. Ao permitir que o eu reinasse com supremacia, impediram que Deus lhes conferisse a preparação necessária. O Senhor sabia o que aconteceria se continuassem naquele rumo perverso e, com amor e longanimi- dade, lhes advertiu de qual seria o resultado. No entanto, tal como Judas, escolheram o próprio caminho, tão só para compreender, por fim, a verdade expressa por Paulo séculos mais tarde: “O que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção” (G1 6:8).Em sua experiência pessoal, Samuel comprovou a admoestação de Paulo: “E não nos cansemos, de fazer o bem; porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos” (Gl 6:9).
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1Sm.3:15 15. Porém temia. Neste mundo de pecado, nunca é fácil ser porta-voz do Senhor. Elias arriscou a vida quando advertiu Acabe da fome iminente, mas foi destemido em sua obediência, e Deus Se responsabilizou pelas consequências. Samuel era jovem ainda e precisou aprender nessa fase da vida a não ter medo dos homens, assim como Jesus, ainda quando era um menino de apenas 12 anos, não temeu enfrentar os líderes de Sua época.
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1Sm.3:19 19. O Senhor era com ele. O sol de Eli estava prestes a se pôr, mas o de Samuel já nascia. Cristo sofreu as angústias da separação do Pai (ver DTN, 685, 686, 753, 756), mas Deus nunca conduziu Seu povo pela total escuridão que representa a separação dEle. Na cruz, Cristo sentia-Se sozinho em Sua missão; no entanto, o Pai estava ali sofrendo com Ele. Talvez Samuel tivesse a impressão, depois de anos observando o pecado a seu redor, de que Deus fechava os olhos ao mal, ou que tinha mudado Seu plano para a humanidade. O que ele não sabia, porém,era por quanto tempo o Senhor havia esperado por um jovem a quem pudesse encher plenamente com Seu Espírito e comissioná- lo com a liderança de Sua obra na Terra.Quando Saul fracassou, não foi substituído imediatamente. Por vários anos, ainda teve a oportunidade de mudar de opinião e de se entregar à orientação de um Pai amoroso. Porém, a intolerância e a crítica logo deram lugar à rebelião contra a liderança divina, enquanto o orgulho e a autojustificação o destituíam de virtude espiritual. No entanto, durante os anos da prova de Saul, Davi foi convidado a se assentar aos pés do Rei dos reis, em preparação para assumir as responsabilidades da liderança de Israel.Nenhuma de todas as suas palavras. Naturalmente Samuel tinha muito a aprender, mas, desde cedo, foi educado na escola da obediência ao chamado de Deus. Deve ter sido uma alegria para o Senhor encontrar um rapaz que almejava o privilégio de aprender Seus caminhos e estava determinado a obedecer-Lhe a qualquer custo. Não é de admirar que o povo o tenha aceitado como profeta quando ainda era pouco mais que uma criança.Capítulo 4a arca de Deus fora tomada e por causa de seu 22 E falou mais: Foi-se a glória de Israel, poissogro e de seu marido. foi tomada a arca de Deus.
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1Sm.4:1 1. A palavra de Samuel» A maioria dos comentaristas concorda que a primeira frase do v. 1 pertence ao último versículo do cap. 3, pois não foi Samuel quem aconselhou Israel a guerrear contra os filisteus. Uma vez que ele só é mencionado novamente depois que a arca havia permanecido em Quiriate- Jearim durante muitos anos, pode ser que os príncipes de Israel houvessem se recusado a consultar o profeta recém-reconhecido (ISm 7:3). O profeta de Deus nunca teria aconselhado a retirada da arca de Siló (ver com. do v. 3). Os que rejeitaram, no entanto, a instrução do Senhor a respeito da adoração que deveria ser prestada a Ele passaram a olhar para a arca com temor supersticioso e a considerá-la um talismã cujas qualidades mágicas garantiríam todo tipo de bênçãos.lodo o Israel, porém, reconhecia a diferença entre Samuel e os filhos de Eli, e os que tinham visão espiritual procuravam o novo profeta para obter conselho e auxílio. Sabiam de sua profecia contra Eli e sua casa, e estavam convencidos de que Samuel tinha sido chamado pelo Senhor. Quando os líderes erram, a vida moral do povo decai. Mas sempre há uns poucos que não se desviam do caminho da justiça por causa da conduta de seus superiores.Os filisteus» O livro dos Juizes declara que Israel foi oprimido pelos filisteus por 40 anos (Jz 13:1), tempo durante o qual Sansão exerceu a função de juiz por 20 anos (Jz 15:20; 16:31). A atuação de Eli como juiz seguiu à de Sansão ou ocorreu na mesma época. Eli foi juiz por 40 anos (1 Sm 4:18). Quando envelheceu tanto que perdeu o controle dos assuntos públicos, talvez os filisteus tenham pensado que havia chegado o tempo de garantir o domínio da parte montanhosa do país. Cientes de que a sede do governoficava em Siló, naturalmente enviaram seu exército para lá.Junto a Afeca. Afeca, “fortaleza” ou "cercado”, se origina de um verbo que significa “forçar”, “compelir”, “segurar”. A cidade foi identificada com Antípatris, vila na planície de Sarom, cerca de 18 km a nordeste de Jope. Estaria a menos de 40 km de Siló, de onde a arca foi carregada até o campo de batalha (ISm 4:10, 11). Com a exceção de Antípatris, não se conhece nenhum lugar definido que possa ser identificado com Afeca. Na tribo de Aser (js 19:30, 31), Afeca ficava muito ao norte para ser levada em conta. Considerando que Afeca significa “fortaleza”, o nome podería ser aplicado a diversos lugares fortificados, quer de forma permanente ou temporária.
1Sm.4:2 2. Israel foi derrotado. Em várias ocasiões anteriores, Deus orientou os exércitos de Israel a sair em batalha contra seus inimigos e, quando o fizeram em resposta à ordem divina, a vitória foi garantida. Desta vez, porém, as circunstâncias eram diferentes. O fato de eles terem levado a arca da aliança para a batalha (v. 3) e de os filisteus conseguirem tomá-la é evidência de que o povo de Israel, motivado por uma falsa confiança na própria força, havia tomado a iniciativa do ataque, na expectativa de uma vitória fácil. Eles saíram para guerrear não com fé e humilde confiança no Senhor, mas com orgulho na própria astúcia e em seu poder. Quando Deus estava com eles, nenhum inimigo era páreo; quando não estava, a derrota era certa.
1Sm.4:3 3. Por que [...]? Quando os povos politeís- tas do antigo Oriente Próximo sofriam reveses, geralmente chegavam â conclusão de que seus deuses estavam irados com eles e que precisavam se esforçar para aplacá-los,carro novo com ofertas votivas, ela é puxada por vacas até Bete-Scmes. Devido a uma praga sobrevinda aos israelitas cia localidade por causa de sua irreverência, a arca é transferida para Quiriate-Jearim, onde é deixada na casa de Abínadabe. 4~ua fim de evitar aflições piores no futuro. Considerando a deterioração da condição religiosa de Israel naquela época, não é de admirar que os israelitas tenham demonstrado uma atitude bem parecida em relação ao Senhor (ver PP, 584). É provável que vitórias passadas durante o tempo da liderança de Eli como juiz levaram a um sentimento de autoconfiança que os cegou para sua necessidade de Deus. Uma vez que os líderes voluntariamente abandonaram a Deus para buscar os deuses das nações a seu redor, o Senhor permitiu que colhessem a própria semente que plantaram. Em vez de humilhar o coração perante Deus, deram evidências de sua atitude supersticiosa em relação a Ele ao considerar a arca um mero talismã que garantia o sucesso.Sem receber nenhum conselho do Céu, os príncipes sugeriram algo nunca antes pensado, e o povo concordou . Estavam a poucos quilômetros do santuário, e pensavam que, se a arca estivesse no meio deles, a vitória seria certa. Esse precioso símbolo da presença de Deus foi coberto com sua capa de tecido, e os levitas encarregados tiraram a arca de seu lugar, após o véu (Nm 4:5, 6). Considerando as ações passadas dos filhos de Eli, não causa surpresa o lato de haverem esquecido toda reverência e de percorrerem apressados os poucos quilômetros que os separavam do exército, esperando que uma matança maior pudesse ser evitada.Contudo, a arca era o símbolo da presença de Deus e, já que os líderes haviam rejeitado a orientação divina, o Senhor não podia colocar Sua mão protetora sobre eles para o bem. Se os líderes tivessem se humilhado e se afastado de seus caminhos pecaminosos, teriam sido guiados pelo profeta, como em anos posteriores. Nos dias de Cristo, as multidões seguiram cegamente a liderança de seus sacerdotes, clamando: “Caia sobre nós o Seu sangue e sobre nossos filhos” (Mt 27:25). De maneira semelhante, oexército de Israel em Ebenézer, ao enfrentar o desastre apegando-se aos frutos da própria imaginação, exclamou que a vitória estava assegurada. O infortúnio ou o bem-estar dos grupos organizados da sociedade, sejam políticos ou religiosos, é, em grande parte, determinado pela atitude e conduta dos líderes.Todavia, os indivíduos podem determinar o próprio destino espiritual independentemente do grupo. Muito embora Samuel tenha experimentado a humilhação que sobreveio a Israel em resultado da insensatez dominante, isso não impediu que Deus o aceitasse pessoal mente. Nos dias de Acabe, quando os líderes se voltaram para Baal, Elias achou que era o único a reconhecer e servir ao Deus vivo. No entanto, o Senhor lhe informou que havia milhares em Israel que tinham escolhido o caminho certo, assim como ele. Os três anos de seca em Israel não mudaram sua fé em Deus, nem a lealdade que nEle depositavam.
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1Sm.4:7 7. Os deuses vieram. Os fiíisteus, que adoravam muitos deuses, reconheciam claramente a diferença entre o Deus de Israel e suas divindades. Embora a palavra para Deus no v. 7 esteja no plural, ’Elohitn, o verbo se encontra no singular. Mas, no v. 8, o verbo está no plural - um claro contraste entre o Deus verdadeiro e os deuses do templo de Asdode.
1Sm.4:8 8. Destes grandiosos deuses. A palavra para “grandiosos’' é addirim, “majestosos”, que deixa subentendida a idéia adicional da nobreza do poder de Deus, que fora reconhecida pelos fiíisteus quando souberam como o Senhor havia tratado as diversas nações e os povos do passado. Quase a ponto de desistir, em desespero, reuniram a coragem, com implacável determinação, de resistir até a morte ao destino de ser escravizados por aqueles que, poucos anos antes, haviam sido dominados por eles.
1Sm.4:9 Sem comentário para este versículo
1Sm.4:10 Sem comentário para este versículo
1Sm.4:11 11. Foi tomada a arca de Deus. Em relação a este acontecimento, o salmistadiz: “Abandonou o tabernáculo de Siló [...] passou a arca da Sua força ao cativeiro, e a Sua glória, à mão do adversário [...] Os Seus sacerdotes caíram à espada” (SI 78:60-64). Embora as perspectivas de vitória de Israel fossem superiores às do inimigo, e conquanto o povo tenha saído para a batalha confiante na vitória, a derrota foi tão completa que todos os sobreviventes fugiram, não para o arraial, como no v. 3, mas “para a sua tenda”. A palavra para tenda é 'ohel, que significa “morada”, “habitação”, e comunica a idéia de que a derrota foi tão grande que cada homem precisou mudar de rumo para a própria segurança, indo para casa o mais rápido possível.Hofni e Fineias. Segundo Josefo, a esse ponto, Eli tinha renunciado ao sumo sacerdócio em favor de Fineias. Mas, quando a arca foi tirada de Siló, ele teria advertido seus filhos de que “se pretendiam sobreviver à retirada da arca, nunca mais deveríam aparecer diante dele” (Antiguidades, v.11.2). Se os dois jovens houvessem sido tão zelosos em segu ir a orientação do Senhor no passado como o foram para defender o símbolo material da presença divina diante do inimigo, a f istória posterior de Israel poderia ter sido muito diferente. Recusaram a orientação de Deus vez após vez e, nesta ocasião, foram levados a compreender que até mesmo a própria vida depende de uma entrega plena ao Senhor. No entanto, aprenderam essa lição tarde demais.
1Sm.4:12 Sem comentário para este versículo
1Sm.4:13 Sem comentário para este versículo
1Sm.4:14 Sem comentário para este versículo
1Sm.4:15 15. Noventa e oito. A LXX traz "noventa” (ver com. de lSm 2:22).
1Sm.4:16 Sem comentário para este versículo
1Sm.4:17 17. Israel fugiu. Quão diferente teria sido a história de Israel se tão somente seus líderes houvessem buscado a face de Deus. No entanto, apesar de líderes egoístas procurarem a própria glória em vez de a divina e assim abrirem caminho para a derrota, o Senhor não fecha os ouvidos ao clamor de qualquer um que O procura com fé.O fato de Jerusalém ter sido esvaziada por Nabucodonosor não impediu que Daniel e seus amigos vivessem tão perto de Deus a ponto de levar as boas-novas a muitos de seus captores. A luz brilha com intensidade ainda maior na noite mais escura; e, com frequência, os melhores caracteres se desenvolvem no meio dos piores ambientes possíveis. O Senhor tem poder para transformar momentos de tremenda humilhação em períodos de gloriosa oportunidade, não só para Israel, mas também para toda a humanidade.
1Sm.4:18 Sem comentário para este versículo
1Sm.4:19 Sem comentário para este versículo
1Sm.4:20 Sem comentário para este versículo
1Sm.4:21 Sem comentário para este versículo
1Sm.4:22 22. Foi-se a glória. A palavra “Icabô” vem de duas palavras heb., ’i e kabod, que significam, literalmente, “não glorioso” ou “inglório”. Foi definida pela esposa de Fineias: “Foi-se a glória [literalmente, ‘foi para o exílio’] de Israel”. O capítulo termina com a descrição de uma jovem mulher que, embora casada com um sumo sacerdote ímpio e egoísta, não participava de sua natureza. Sua preocupação com a morte do esposo e do sogro era uma evidência da afeição natural que nutria por eles; mas sua preocupação muito maior pela perda da arca foi uma demonstração de sua piedosa consagração a Deus e às coisas santas. Nem mesmo os falecimentos ocorridos em sua família a incomodaram tanto quanto a perda da arca. Pouco consolo lhe proporcionou o fato de dar à luz uma criança em Israel, em Siló, quando a arca estava em poder dos filisteus. Ela vivia em tempos de corrupção e era casada com um homem profano; contudo, manteve-se plenamente fiel. Haveria coragem maior em tempos de perplexidade nacional?A presença de Deus sempre deve ser considerada a maior bênção. Já a perda de Sua presença e de Seu poder controlador sobre o mal deveria ser temida como a mais terrível calamidade. As condições da vida só perdem a esperança quando, como no caso de Judas, a pessoa se recusa defiberadamente a ser conduzida pelo Espírito Santo.Capítulo 5de bruços diante da arca do Senhor; a cabeça de Dagom e as duas mãos estavam cortadas sobre o limiar; dele ficara apenas o tronco.
1Sm.5:1 1. Os filisteus. Deus não só permitiu que os filisteus derrotassem o povo de Israel em Ebenézer, mas provavelmente quetambém o perseguissem na direção nordeste até Siló (ver SÍ 78:60-64; Jr 7:12; 26:6, 9). Os filisteus deixaram parte de seu exércitopara guardar os espólios que tomaram de Israel, pois foi do acampamento adversário (iSm 5:1) que tinham começado a viagem de volta às cidades da planície. Há evidências arqueológicas de que Siló foi destruída em torno dessa época. De todo modo, acredita-se que os serviços do tabernáculo foram interrompidos quando a arca foi tomada (ver PP, 609).Que responsabilidade tremenda recaiu sobre os ombros do jovem Samuel quando Eli morreu e a arca, o cerne do serviço de adoração, se encontrava nas mãos do inimigo! Depois do retorno da arca, sete meses mais tarde, certamente deve ter sido pesada a tarefa de Samuel. Ele viajava de um lugar para o outro, a fim de encorajar o povo e impedir o colapso da vida religiosa da nação que, durante séculos, tinha se acostumado a pensar em Siló como o centro de sua vida nacional. O fato de que o Senhor "nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra" (ISm 3:19) indica que o povo o reconheceu como o sucessor lógico de Eli, embora 20 anos tenham se passado até Samuel ser formalmente investido com a autoridade de juiz (ISm 7:1-15; ver PP, 590; T4, 517, 518).
1Sm.5:2 2. Casa de Dagom. Um dos templos mais importantes dos filisteus, pois Dagom era sua principal divindade. Os pagãos nunca consideraram que seus deuses se opunham a relacionar-se com outros deuses, e os filisteus devem ter se sentido contentes por honrar a divindade de Israel junto com os deuses que conheciam havia anos. Provavelmente colocaram a arca ao lado de Dagom e estavam planejando oferecer-lhe um grande sacrifício, como haviam feito anos antes quando Sansão foi levado cativo (jz 16:23, 24). Gabaram-se de seu triunfo sobre o campeão de Israel e mais uma vez exultariam pela suposta captura do Deus de Israel. Alguns creem que a palavra traduzida por "Dagom" esteja ligada à palavra heb. dag, que signif ica "peixe", e queo deus tinha forma humana da cintura para cima e forma de peixe da cintura para baixo. Na obra Nineveh, de Layard, há urna descrição de um baixo relevo de Khorsabad que representa uma batalha entre os assírios e os habitantes do litoral da Síria. O relevo mostra uma figura cuja metade superior é um homem de barba, e um peixe na metade inferior. Outros pensam que o nome "Dagom’' deriva de dagan, que quer dizer "cereal ”; nesse caso, a divindade dos filisteus era um deus dos cereais que representava fertilidade. O fato de ser metade homem e metade peixe não significa necessariamente que era um deus do mar.
1Sm.5:3 3. Caído. Prostrado, com o rosto em terra, como se estivesse fazendo uma súplica.
1Sm.5:4 4. A cabeça. Na segunda manhã, além de Dagom estar caído mais uma vez, a cabeça e as mãos do deus estavam separadas do corpo e jogadas no limiar do templo, lugar por onde deviam passar todos os que entravam. Privado dos emblemas da razão e da ação, jazia ali em sua verdadeira natureza, um mero toco disforme.
1Sm.5:5 5. O limiar. Os sacerdotes não pisavam no limiar; em vez disso, o pulavam. Talvez por isso Sofonias escreveu: "Castigarei naquele dia todo aquele que salta sobre o limiar" (Sf 1:9, ACF).
1Sm.5:6 6. Tumores. O sintoma característico desta praga era um inchaço doloroso.
1Sm.5:7 Sem comentário para este versículo
1Sm.5:8 8. Que faremos [...]? A derrota de Dagom diante da arca pareceu criar um ressentimento contra Deus e uma lealdade ainda maior a Dagom no coração dos senhores da Filístia. Ele ainda era o deus que lhes dera a vitória no campo de batalha, e eles lhe haviam prestado homenagem ao confiar a arca à sua proteção. Embora admitissem que Dagom levara a pior num conflito pessoal, ainda era o deus deles e se recusaram a se render à ideia de reconhecer a supremacia do Criador de todas as coisas. Uma epidemia açoitava a cidade. De acordo comtodo raciocínio pagão, isso era obra da divindade suprema, de quem provinha tanto o bem como o mal. Portanto, a única coisa que podiam fazer era se livrar do símbolo ofen- sor da presença de Deus. Contudo, o Senhor, que não faz acepção de pessoas, almejava que os filisteus reconhecessem as dádivas de Sua providência para eles, o mesmo que esperava dos israelitas (ver PP, 587, 588).No entanto, convencidos contra a própria vontade, os filisteus mantiveram a mesma opinião. Tal foi o caso do faraó do êxodo, mas não precisava ser assim. Nabucodonosor não permitiu que o orgulho o controlasse e, depois de repetidas revelações do poder protetor de Deus, chegou ao ponto de deixar a idolatria e adorar o Deus do Céu (Dn 4:24- 27, 34, 35). Assim como Deus mostrara ao faraó do êxodo Seu poder controlador sobre as pragas, nesta ocasião, demonstrou aospríncipes filisteus Sua habilidade de deter a epidemia que assolava a terra. O orgulho impediu que escolhessem um curso cie ação diferente do que se livrar daquilo que, para eles, era a verdadeira fonte de ofensa — o próprio objeto que Deus desejava usar como meio de salvação.
1Sm.5:9 Sem comentário para este versículo
1Sm.5:10 10. Os ecronitas exclamaram. O egoísmo e a credulidade dos filisteus são ilustrados pelo fato de cada cidade, uma após a outra, enviar a arca à cidade vizinha. Finalmente, ela chegou a Ecrom, a que ficava mais ao norte dentre as cinco principais cidades de Filístia. O clamor dessa cidade demonstrava indignação por ter sido forçada a algo sem seu consentimento. A palavra traduzida neste versículo por “exclamaram” se origina de zaaq, “exclamar alarmado”, enquanto no v. 12, o “clamor" da cidade vem de shaweah, “um clamor por ajuda”.Capítulo 6terra dos filisteus.fenderam a madeira do carro e ofereceram as vacas ao Senhor, em holocausto.
1Sm.5:11 Sem comentário para este versículo
1Sm.5:12 Sem comentário para este versículo
1Sm.6:1 Sem comentário para este versículo
1Sm.6:2 2. Os sacerdotes e os adivinhadores. A arca ficou na terra dos filisteus durante sete meses. Os habitantes das três cidades, Asdode, Gate e Ecrom (ver ISm 5:5-12), sofreram cie uma terrível praga, e o país foi assolado por ratos que destruíam as plantações (v. 5). Entre os povos antigos, o rato era um símbolo de peste, e assim aparece nos hieróglifos egípcios. Naquela situaçãoextrema, os líderes dos filisteus recorreram a seus sábios. Esses “adivinhadores” estudavam os fenômenos e presságios naturais. Examinavam as entranhas de animais oferecidos em sacrifícios, os chamados ‘'agouros do fígado" dos babilônios; observavam o voo das aves, a queda de talismãs, o comportamento das flores, etc. Era responsabilidade dos astrólogos, adivinhos, médiuns espíritase necromantes classificar todas as coisas em duas categorias: cie boa ou má sorte, o bom e o mau, os presságios favoráveis e desfavoráveis. O Senhor ordenou especificamente a Seu povo que não praticasse a arte da adivinhação (Dt 18:10-12). Balaão, profeta apóstata do Senhor, a quem Balaque, rei de JVIoabe, chamou para amaldiçoar Israel, afirmou que não existia tal coisa como adivinhação ou encantamento contra Israel (Nm 23:23). Entretanto, Saul, evidentemente influenciado pelas práticas dos povos vizinhos e levado ao desespero pelo silêncio do conselho divino, recorreu à médium de En-Dor em busca de ajuda (lSm 28).Que faremos [...]? Entre as nações do antigo Oriente Próximo, o rei não ousava dar início a uma campanha militar sem consultar primeiramente seus sábios. Entre as tribos pagãs de hoje, ninguém é mais respeitado e temido do que o curandeiro. Foi em perfeita harmonia com os costumes da época que os senhores dos filisteus se aconselharam com os aclivinhadores quanto à melhor forma de agir.
1Sm.6:3 3. Não a envieis vazia. A resposta dos sacerdotes e aclivinhadores foi que, além de devolver a arca, eles deveríam fazê-lo de uma forma que apaziguasse ao ofendido Deus de Israel e demonstrasse que Ele havia contido a praga. O primeiro requisito foi uma oferta pelo pecado de cinco tumores de ouro e cinco ratos de ouro. Entre as nações pagãs, existia o costume de tentar aplacar a ira de seus deuses por meio de presentes oferecidos em cumprimento de votos, que assumiam o formato dos males dos quais procuravam se livrar. Quanta diferença das instruções dadas a Israel a respeito das ofertas pelo pecado. Se alguém pecava "por ignorância nas coisas sagrados do Senhor", deveria levar ao sacerdote um carneiro sem defeito do rebanho (Lv 5:14-19). Além disso, realizava-se plena compensação financeira por qualquer dano causado, o que incluíanão só pagar o valor estimado da ofensa, mas também uma multa de uma quinta parte do valor do artigo.
1Sm.6:4 Sem comentário para este versículo
1Sm.6:5 5. Daí glória. Isto é, reconhecer o poder de Deus para remover as pragas, qualquer que fosse sua causa, e procurar a cura. Nem todos concordaram com o conselho dos sacerdotes. Sua religião pagã era de temor servil e egoísta. Os filisteus eram leais a Dagom, no entanto, tinham medo do Deus de Israel por causa dos acontecimentos prévios. Estavam num clilema quanto à forma de sair de suas dificuldades. Eles queriam se livrar da arca, todavia o orgulho lhes agitava o coração em razão de sua tomada. Dar glória a Deus seria um desrespeito a Dagom. Estavam ainda menos dispostos a renunciar a sua forma de culto, como fez Nabucodonosor, séculos mais tarde, quando se convenceu do poder supremo do Criador. Antes de chegar a essa conferência final, tentaram vários outros métodos, como enviar a arca de uma cidade para outra.
1Sm.6:6 6. Endurecerieis o coração [...]? Os aclivinhadores acharam necessário advertir o povo a não se rebelar contra o Senhor, como os egípcios o fizeram, já que uma contínua resistência à vontade de Deus só provocaria mais sofrimento a eles e aos outros. Embora, a princípio, não estivesse disposto a escutar, depois de semanas de sofrimento, o povo se sentiu constrangido a aceitar o conselho dos sábios. E assim que, muitas vezes, a convicção se impõe aos mais relutantes. Da mesma forma que o Espírito Santo falou por intermédio cie Balaão, também poderia dar aos filisteus um conselho sábio, ainda que por meio de seus aclivinhadores.Deus sempre fala aos seres humanos mediante formas e meios que lhes são compreensíveis. Os acontecimentos posteriores demonstraram que o Senhor tratou os filisteus de acordo com a luz que tinham, não segundo o conhecimento que ainda não possuíam (ver 2Co 8:12).
1Sm.6:7 7. Um carro novo. A primeira parte do v. 7 diz, literalmente: “Agora, tomai e tazei um carro novo, e duas vacas leiteiras”. Ambos os verbos se referem aos dois objetos. O sentido não era que os filisteus tinham de construir um carro novo. A ênfase recai no fato de que deveria ser novo, ou seja, nunca usado antes. Da mesma forma, as vacas não deveríam ser treinadas, nem ter usado jugo, como sinal de que nunca tinham sido empregadas para fins seculares. Tratava-se de um sinal de reverência. Em Sua entrada triunfal em Jerusalém, Cristo se sentou sobre um jumentinho “o qual ainda ninguém montou” antes (Mc 11:2).Seus bezerros, levá-los-eis. Ao separar os bezerros das mães, os adivinhadores esperavam determinar, para a satisfação de todos os envolvidos, se as pragas haviam sido mandadas por Aahweh ou não. Se quisesse o retorno da arca, o Deus dos israelitas levaria as vacas a lazer algo contrário à natureza: abandonar voluntariamente seus bezerros. O Senhor Se mostrou disposto a ser colocado à prova por aqueles que inquiriam com sinceridade.
1Sm.6:8 8. Num cofre. A palavra traduzida por 'cofre’, 'argaz, só ocorre esta única vez em todo o AT. Sabe-se que 'argaz era uma palavra palestina para designar a “caixa” de um carro. Os filisteus não haviam aberto a arca, nem olhado dentro dela (PP, 589), demonstrando, assim, mais respeito pela arca que os homens da cidade sacerdotal de Bete-Semes, que a receberam de volta. Muitas vezes os pagãos envergonham os cristãos pela atitude que manifestam diante da presença do sobrenatural. Parece que as ofertas de ouro foram cuidadosamente colocadas numa espécie de bolsa ou saco que podia ser bem amarrado às varas com as quais se levava a arca ou ao tecido que a cobria.
1Sm.6:9 9. Bete-Semes. Literalmente, “a casa do sol”. Existiam várias cidades palestinas com o nome de Bete-Semes quando Israel invadiuCanaã. Crê-se que uma delas, pertencente a Issacar (Js 19:22 , 23), ficava no lugar que hoje se conhece como el-Abeidiyeh, pouco ao sul do mar da Galileia. Outra cidade com o mesmo nome pertencia à tribo de Naftali e, provavelmente, ficava a noroeste do mar da Galileia (ver Js 19:38, 39; Jz 1:33). E evidente que 1 Samuel 6:9 se refere a uma terceira cidade de mesmo nome, agora denominada Tell er-Rumeileh, na herança de Judá (Js 15:10, 12), que foi separada para os levi- tas (Js 21:13, 16; lCr 6:59). Situava-se no distrito do filho de Dequer (IRs 4:9; 2Rs 14:11, 13; 2Cr 25:21-23). O fato de tantos lugares terem esse nome revela que os cananeus eram devotos adoradores dos corpos celestes, neste caso, o Sol. De forma semelhante, Ur dos caldeus e Harã eram centros do culto à Lua.Convictos do poder sobrenatural da arca, os adivinhadores filisteus fizeram preparativos para que ela fosse enviada a Bete-Semes, a cidade sacerdotal israelita mais próxima. Raciocinavam que se as vacas, que não estavam acostumadas ao jugo, deixassem seus bezerros para trás e levassem o carro diretamente para essa fortaleza levítica, com toda segurança, o Deus da arca lería sido o responsável pela praga que lhes sobreviera.
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1Sm.6:12 12. As vacas se encaminharam dire- tamente. A declaração diz literalmente: “direito no caminho sobre a estrada para Bete-Semes, por uma rodovia”, ou seja, a estrada direta de Ecrom a Bete-Semes. Somente um poder sobrenatural mante- ria as vacas na estrada principal. Os príncipes filisteus não as conduziram, mas “foram atrás delas”. O tato de as vacas nunca haverem levado jugo antes (v. 7) é uma evidência de que não tinham passado por aquela estrada antes.Que apelo mais poderoso poderiam receber os adoradores de Dago.m'? Se, de forma contrária à natureza, animais irracionais seguiram um Guia invisível, porque entãoo ser humano, generosamente abençoado com as iacuIdades do intelecto, não poderia agir na contramão do orgulho natural e da tradição nacional e se entregar à condução dAquele capaz de conter a praga e os ratos? Por que Balaão não viu o anjo do Senhor, que estava no caminho, com a mesma facilidade que sua jumenta? Sob a inf luência hipnótica do maligno, as pessoas de hoje só veem o que Satanás deseja, sem perceberem que muito perto está Alguém pronto e ávido para retirar as ataduras que as amarram.O, Sega do trigo. Já que a colheita do trigo ocorre na primavera, entre o tempo da Páscoa e a besta das Semanas, ou Pentccostes, e uma vez que a arca ficou em poder dos filis- teus durante sete meses, a batalha na qual ela foi capturada ocorreu no outono, mais ou menos na época da Festa dos Tabernáculos. Por isso, muitos deveríam estar em Síló para a festa e devem ter tentado ajudar a proteger Israel contra os invasores. Após a vitória dos filisteus, eles teriam fugido para seus lares nas diferentes tribos (ver ISm 4:10).Os habitantes de Bete-Semes estavam no campo fazendo a colheita, provavelmente usando a foice e o rastelo, como se faz hoje na Palestina. Não havia plantações na cidade em si. Os campos não eram separados por cercas, mas por pequenos limites de pedras ou marcadores. Os que não eram familiarizados com o local não conseguiam dizer onde terminava um campo e começava outro.
1Sm.6:13 Sem comentário para este versículo
1Sm.6:14 14. Uma grande pedra. No campo de Josué, que provavelmente ficava próximo à estrada. As vacas pararam ao lado desta pedra. Bete-Semes era uma cidade levítica, e seus habitantes tinham tanto o direito como o dever de cuidar da arca. Como não existia tabernáculo, os levitas colocaram a arca sagrada, junto com a oferta pelo pecado dos filisteus, em cirna da grande pedra e ofereceram as vacas como holocausto ao Senhor. Já que Bete-Semes fica no centro da Sefelá, ou região das colinas, onde as estradasatravessam o coração dos vales, é provável que a pedra sobressaísse da lateral cia colina, e que fosse fácil chegar até ela vindo de cima. No entanto, do lado de baixo, ela estaria alguns metros acima da estrada.
1Sm.6:15 Sem comentário para este versículo
1Sm.6:16 16. Voltaram para Ecrom. Que decepção para os filisteus! Eles haviam testemunhado a rendição de Dagom ao Senhor no templo de Asdode. Tinham contemplado a guia sobrenatural das vacas ao enviarem a arca de volta a Judá. Ainda testemunhariam o poder controlador de Deus ao deter a epidemia e lhes dar a cura. Embora convictos de que viram coisas estranhas naquele dia, viraram as costas e voltaram a seus deuses e a seu povo.
1Sm.6:17 Sem comentário para este versículo
1Sm.6:18 18. A grande pedra. Literalmente, "a grande Abel sobre a qual colocaram a arca do Senhor para repousar”. A palavra “pedra” é acrescentada. A maioria dos comentaristas acredita que a palavra abei deveria ser eben, "pedra”. Já que os v. 14 e 15 citam a grande “pedra” na qual a arca foi colocada e que os v. 17 e 18 narram os acontecimentos relacionados a ela, parece evidente que a pedra do campo de Josué é simplesmente mencionada junto com os outros memoriais.
1Sm.6:19 19. Olharam para dentro. Tanto o toque como o espreitar irreverentes seriam punidos com sérias consequências (ver Nm 4:20). A Moisés foi negada a permissão para entrar na terra de Canaã, por deixar de prestar estrita obediência às ordens de Deus. Muito embora fossem sacerdotes, Nadabe e Abiú pagaram com a própria vida por sua falta de reverência.Setenta homens. A ARG traz: “cinquenta mil e setenta homens”. Literalmente, “setenta homens, cinquenta mil homens”. Na contramão da sintaxe normal do hebraico, o número menor vem primeiro. Essa sequência peculiar das palavras torna muito difícil a tradução do texto. Alguns sugeriram: “Feriu deles setenta homens; cinquenta a cada mil”, ou “feriu deles setenta homens de cinquentamil homens”. Três manuscritos hebraicos bem conceituados omitem, assim como a ARA, as palavras “cinquenta mil”. Em Juizes 6:15, élef “mil”, é traduzido por “família”. E possível que também devesse ser traduzido por “família” neste caso. Se assim for, a afirmação diria: “feriu deles setenta homens de cinquenta famílias”. A maioria dos comentaristas está de acordo que somente 70 homens de Bete- Semes morreram. Contudo, numa cidade tão pequena, isso ainda seria uma calamidade terrível. Com certeza, os filisteus escutariam a respeito do acontecido e teriam mais uma evidência de que Deus honrou o fato de se recusarem a olhar dentro da arca e prestigiou a reverência que demonstraram.
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1Sm.6:21 21. Quiriate-Jearim. Literal mente, “a cidade das florestas”. Esta era uma das cidades dos gibeonitas, que procuraram a proteção de Josué depois da destruição de Jerico (Js 9:17). Estava listada dentro da herança de Judá (Js 15:9) e situada nos cumes ocidentais das montanhas próximas a Jerusalém, cerca de 14 km de Bete-Semes. A mensagem para a cidade de Quiriate-Jearim sugere a impressão de que, quanto mais a arca ficasse longe dos filisteus, mais segura estaria. Quiriate-Jearim, situada numa alli- tude ainda mais elevada, podia ser defendida com mais facilidade contra um ataque do que uma cidade numa região mais baixa e ondulada de colinas.Capítulo 7I Os habitantes de Quiriate-Jearim levam a arca para a casa de Abinadabe e consagram seu filho Eleazar para guardá-la. 2 Após vinte anos 3 os israelitas, por intermédio de Samuel, arrependem-se solenemente em Mispa. 7 Enquanto Samuel ora e oferece sacrifícios, o Senhor confunde os filisteus por meio do estampido de trovões em Ebenézer. 13 Os filisteus são derrotados. 15 Samuel julga Israel em paz, seguindo os preceitos religiosos.ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astaroles, e preparai o coração ao Senhor, e servi a Ele só, e Ele vos livrará das mãos dos filisteus.aquele dia e ali disseram: Pecamos contra o Senhor. E Samuel julgou os filhos de Israel em Mispa.
1Sm.7:1 1. Abinadabe. O nome Abinadabe significa “meu pai é nobre’’ ou “meu pai é generoso". O verbo do qual provém é naclab, “incitar”, “impelir”, sempre num bom sentido e, portanto, "estar disposto”, “ser voluntário”. Não se conhece sua genealogia, mas deveria ser um levita estreitamente aparentado com Arão, já que seu filho Eleazar foi nomeado guardião da arca. O filho mais velho de Arão se chamava Naclabe (Nm 3:2), e seria esperado que um de seus descendentes diretos se chamasse Abinadabe.No outeiro. Do heb. baggiheah. Na KJV, a mesma expressão é traduzida por “em Gibeá” (2Sm 6:3; e no v. 4). O contexto deve determinar se a palavra é usada para designar o nome de um lugar ou se a referência é somente a um “outeiro", conforme costuma ser traduzida no AT. Havia uma “Gibeá de Benjamim” (ISm 13:16) ou “Gibeá de Sau.1” (lSm 11:4), além disso, existia um outeiro, literalmente, “Gibeá” de Fineias na regiãomontanhosa de Etraim (Js 24:33). Os gibeo- nitas eram, em sentido literal, “habitantes dos outeiros”, e já que Quiriate-Jearim era uma das quatro cidades que pertenciam a eles (js 9:17), o outeiro (Gibeá) onde morava Abinadabe seria mais bem descrito como um outeiro era Quiriate-Jearim ou próximo à cidade.A julgar pelo comportamento das vacas, seria possível concluir que Bete-Semes era o lugar lógico onde a arca deveria repousar. No entanto, a curiosidade profana do povo e o temor dos que sobreviveram ao castigo indicam que seus habitantes não eram qualificados para a reverente custódia do sagrado símbolo da presença de Deus. A cerca de 15 km de distância, estavam os moradores de Quiriate-Jearim, cuja reputação justificava a crença de que pudessem transportar e guardar com segurança aquilo que seus vizinhos não queriam. Inúmeras vezes Israel atrapalhou a Deus na realização deSeus propósitos, ao não aceitar Seu conselho e não se conformar ao Seu plano. Cristo amava Judas e gostaria de convertê-lo num dos líderes dos apóstolos, mas ele se recusou (ver DTN, 295). Cristo também amava o jovem rico, que perguntou qual era o caminho para o reino de Deus, mas, apesar do convite para seguir a Cristo, o jovem se afastou cheio de pesar.
1Sm.7:2 2. Tantos dias se passaram. Levou 20 anos para os israelitas reconhecerem que não fora Deus quem os abandonara, mas que eles, ao plantar sementes de egoísmo e rebelião, haviam abandonado a Deus e, por isso, colhiam uma amarga ceifa de sofrimento. No passado, foram necessários trabalhadores para construir a arca, e homens dispostos para a tarefa foram encontrados quando Deus delineou o plano. Era preciso designar homens para carregar a arca em suas diversas jornadas, e a disposição dos levitas para ajudar Moisés no monte Sinai proporcionou tais carregadores. Quando Israel falhou em cumprir suas responsabilidades, a arca caiu nas mãos de idólatras, e foi preciso ajuda para levá-la de volta. Os seres humanos fracassaram, mas os animais do campo foram obedientes à orientação de Deus. Bem perto estavam os que podiam levá-la e guardá-la com toda reverência e ordem. Por que não estavam prontos para a responsabilidade? Não é fornecida nenhuma pista da origem ou genealogia deles para servir de base para as conclusões. Tudo o que se encontra registrado é que levou 20 anos para os israelitas aprenderem que a idolatria não compensa e procurarem Samuel arrependidos. A arca ficou na casa de Abinadabe enquanto Samuel foi juiz, durante o reinado de Saul e a primeira parte do reinado de Davi, enquanto um lugar era preparado para ela em Jerusalém. Grande é a paciência de Deus.
1Sm.7:3 3. Os deuses estranhos e os asta- rotes. Uma frase usada para representar os diversos deuses e deusas a quem osisraelitas serviam quando se esqueciam do Senhor. Astarote (plural, astarotes) estava associada aos baalins fenícios ou cananeus, pois era a principal divindade feminina deles (ver Jz 2:13).Acreditava-se que ela representava os poderes reprodutores da natureza. Em geral, seu culto consistia de orgias iascivas fomentadas, muitas vezes, por mulheres líderes que se convertiam em suas devotas e eram conhecidas como “mulheres sagradas” ou prostitutas cultuais. Sem dúvida, estatuetas de deuses e deusas dos cananeus podiam ser encontradas em muitos lares israelitas. Gradualmente, o povo de Israel caíra sob a influência e o controle dos povos da planície, pois tinham tanto acordos comerciais (ISm 13:19) como relacionamento social (Jz 14) com eles. O fato de Israel deixar a arca era Quiriate-jearim durante muitos anos e não fazer nenhuma tentativa para restaurar o serviço do templo ou para proporcionar um lugar de descanso adequado para a arca mostra o quanto o povo havia se afastado de Deus. A história não registra nenhuma deportação dos israelitas para as planícies costeiras, semelhante às deportações posteriores para a Assíria e Babilônia. No entanto, Israel deve ter se associado com os filisteus em quase todos os aspectos da vida, servindo-lhes (ISm 4:9), pagando um tributo anual com diversos tipos de produtos agrícolas e deleitando-se nas orgias dos lugares altos tão comuns em toda a terra. A restauração da arca não significava, de maneira alguma, que os filisteus deixaram de exercer seu domínio sobre israelitas vencidos.Samuel aparece na narrativa pela primeira vez, desde a batalha de Afeca, desempenhando o papel de um reformador na tentativa de fazer um povo idólatra e egoísta se voltar para Deus. Só a imaginação pode conceber o que aqueles anos significaram para ele, enquanto peregrinava de um lugar para o outro. Não visitou apenasos distritos próximos à Filístia; todo o Israel ouviu suas súplicas, advertências e orações, até que de lorma lenta, mas segura, uma convicção do pecado e da necessidade de confiança renovada em Deus tomou conta de toda a nação. Samuel descreveu de maneira vivida a condição em que se encontravam em comparação com o plano de Deus para eles e lhes prometeu libertação dos filis- teus se tão somente se tornassem verdadeiros israelitas, literalmente, “governados por Deus”. Samuel sabia que se o povo abandonasse a idolatria e se recusasse a servir aos deuses filisteus, isso seria interpretado como o equivalente a uma rebelião contra a supremacia filisteia e, é claro, significaria guerra. Contudo, Samuel tinha confiança nas promessas de Deus e prosseguiu inspirando esperança num povo desolado.
1Sm.7:4 4. Os baalins e os astarotes. Ou, baa- lins e Astarote (ver com. de Jz 2:11, 13).Serviram só ao Senhor. Os israelitas permaneceram sob o domínio dos tilis- teus por 40 anos durante os dias de Sansão e Eli; depois da morte de Eli, hesitaram entre duas opiniões por outros 20 anos. O povo arrependido dificilmente sabería o próximo passo a dar, pois permanecera tempo demais sob a influência da idolatria. A arca se fora do tabernáculo, e o serviço do santuário em si fora interrompido (ver PP, 609). Não ocorriam as festas anuais, nas quais os adoradores recebiam instruções. Praticamente uma nova geração tinha surgido desde que a arca fora tomada. O povo de Israel era como ovelhas perdidas na encosta de uma montanha. Percebia que estava perdido, mas não sabia como voltar para o aprisco. Antecipando o momento em que seu povo sentiria o desejo de se afastar de seus maus caminhos, Deus preparou um pastor fiel para sair em busca dos perdidos e levá-los de volta para casa. Tal como Deus planejara, em sua ansiedade Israel procurou Samuel.Um dos maiores incentivos para o cristão é a certeza de que Deus nunca é surpreendido, quaisquer que sejam as circunstâncias. Para Aquele que conhece o fim desde o princípio, não há pressa nem demora. O que teria sucedido a Israel naquele tempo se não houvesse Samuel? Que haveria acontecido com Israel no Egito se Moisés não tivesse existido? Como Nabucodonosor seria instruído nos caminhos de Deus se não houvesse Daniel? Durante toda a história, sempre que uma crise demandou ação, u m líder bem preparado para a tarefa esteve à disposição. Isso não significa que o líder sempre fosse tudo que o Senhor desejava. Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos, porque, à semelhança de Sansão, recusam-se a atentar às instruções que Deus lhes envia. Com certeza, Jeremias estava bem preparado para uma obra especial e cumpriu bem seu papel. No entanto, Israel sofreu terrivelmente porque o rei Jeoaquim se recusou a prestar atenção aos conselhos que o profeta lhe dava. Tanto para as nações, como para os indivíduos, a grande pergunta no dia do juízo será: "Que mais se podia fazer ainda à Minha vinha, que Eu lhe não tenha feito?” (Is 5:4).
1Sm.7:5 5. Mispa. Esta palavra significa “ponto de observação”. Em heb., mizpeh era uma “torre de vigia”, e assim é traduzida em Isaías 21:8. Durante anos, pensou-se (e alguns mantêm essa opinião) que a Mispa de Samuel corresponde à moderna Nebi Samwil, oito quilômetros a noroeste de Jerusalém, mas não foi possível realizar escavações ali, por existir uma sepultura sagrada para os árabes localizada nesse lugar, também considerada o lugar tradicional do sepuitamento de Samuel. No entanto, as escavações favorecem a identificação de Mispa com a moderna Tell en- Natsbeh, 12,2 km ao norte de Jerusalém, na estrada principal para Samaria.
1Sm.7:6 6. Tiraram água e a derramaram. Os comentaristas não entraram em consenso quanto ao significado deste texto.Alguns pensam que se refere à dor de Israel por seu pecado, um reconhecimento de que, se não fosse pelo poder de Deus, o povo seria como águas derramadas na terra (2Sm 14:14). Outros sugerem que estas palavras se referem à água e ao vinho derramados pelo sacerdote no principal dia da Festa dos Tabernáculos, que representavam a alegria com que tiravam água das fontes da salvação (Is 12:2, 3). A Festa dos Tabernáculos era um memorial do cuidado protetor de Deus sobre Israel durante o êxodo, quando fluiu água em abundância da rocha ferida.Referindo-se a esse incidente do deserto, Cristo declarou: "Se alguém tem sede, venha a Mim e beba” (Jo 7:37). Talvez o verdadeiro significado se encontre numa combinação das duas idéias. Realmente Cristo foi derramado "como água” (SI 22:14) para que a salvação fosse possível. Ao derramar esta libação em Mispa, Israel expressou o reconhecimento da própria indignidade e solenemente se alegrou na confiança recém-descoberta num Pai celestial que, apesar dos extravios espirituais de Seu povo, mostrou-se disposto a recebê-lo de braços abertos.Julgou, Este foi o início da longa atuação de Samuel como juiz.
1Sm.7:7 7. Subiram os príncipes dos filísteus. Depois de decidir romper definitivamente com a idolatria, os israelitas se reuniram em Mispa. Os príncipes dos filísteus reconheceram que isso era equivalente a uma declaração de independência e se apressaram para deter qualquer tentativa nesse sentido. Eles atacaram com tamanha rapidez que os israelitas, reunidos de várias partes do país com intenções pacíficas, se viram obrigados a enfrentar-lhes sem estar preparados para a guerra. A única saída seria por meio da oração.
1Sm.7:8 8. Não cesses de clamar. Literalmente, “não fiques em silêncio sem clamar”. Momentos de prova sobrevêm a todos os seres humanos, cada um em sua própriaesfera de atividades. Era um teste, em primeiro lugar, para Samuel, a fim de saber se ele esperaria o Senhor conduzi-los, e, em segundo, para o povo, se confiaria em Deus, em vez de fugir aterrorizado das hostes que avançavam. Foi uma prova severa para os israelitas, pois, após renunciar aos ídolos em quem confiaram durante tantos anos, perguntavam a si mesmos se o profeta, que os visitara vez após vez, lhes garantiría a vitória. Eles deveriam ser uma demonstração prática da declaração de josafá: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis” (2Cr 20:20).
1Sm.7:9 9. O Senhor lhe respondeu. ‘Anah é um verbo comum, traduzido de diversas maneiras, mas com o significado fundamental de “responder”. Da parte de Deus, costuma envolver uma resposta visível, como em 1 Samuel 28:15, quando Saul reclamou ao espírito invocado pela médium de En-Dor que Deus não o ouvia nem lhe respondia.
1Sm.7:10 10. Trovejou o Senhor. Neste caso, a resposta de Deus (ver SI 99:6) veio por meio de uma tempestade de trovões. Há outros exemplos do uso milagroso das forças da natureza por parte de Deus (ver com. de 1 Sm 14:15). Fendo renunciado aos ídolos e confessado o afastamento do Senhor, com espírito de humildade, eles estavam prestes a testemunhar a rapidez com que Deus os colocaria de volta sob Sua proteção e como demonstraria o amor de um Pai celestial pelo filho pródigo que retorna. O Senhor não expressou amargura nem se manteve distante até que Seu povo, após anos de humildade e sacrifício, demonstrasse a mudança de atitude. Estendeu Seu braço protetor sobre os israelitas imediatamente. Os israelitas podiam muito bem transformar aquele lugar num memorial da devoção eterna de Deus, de Seu cuidado amoroso e do poder para proteger e livrar.
1Sm.7:11 11. Bete-Car. A localização é incerta, mas alguns pensam que corresponde àmoderna Ain Karitn, cerca de sete quilômetros a oeste de Jerusalém. Essa é a opinião geral, mas a cidade também tem sido identificada com Ramath-Rahel, 4,6 km ao sul de Jerusalém. Talvez a tempestade de trovões tenha vindo do norte e, já que Baal era considerado o deus das tormentas, os supersticiosos filisteus fugiríam de um deus cuja morada supunham estar nas montanhas ao norte. Em sua fuga para o sul, é provável que os filisteus tenham escolhido a estrada mais fácil para regressar à planície, que os levaria a passar por Bete-Semes até chegar a I .crom. Pelo caminho, foram atormentados pelos israelitas reunidos. E ali, conforme 1 safas declarou séculos mais tarde, Deus bondosamente lhes deu, de uma só vez, “coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto" (Is 61:3).
1Sm.7:12 12. Ebenézer. Literaímente, eben hdezer, “a pedra da ajuda’’, uma referência evidente à libertação providencial mencionada pouco antes. Assim como a ajuda fora específica, também o memorial deveria ser definitivo e permanente. O fato de Deus os livrar dos inimigos naquela ocasião era apenas uma amostra de providências futuras. Samuel desejava que os israelitas compreendessem que o auxílio do Senhor seria deles, contanto que Lhe obedecessem dia após dia, e não uma vez por todas, independentemente das atitudes de alguns ou da maioria. O crente deve voltar constantemente a "Ebenézer”, onde ocorreram livramentos providenciais, para desconfiar de si mesmo e chegar a uma entrega plena e total confiança em Deus.
1Sm.7:13 13. A mão do Senhor. O mesmo incidente providencial pode trazer tanto favor quanto desfavor. Favor para os que se entregam à mão guiadora de Deus e desfavor para aqueles que escolhem servir ao eu. A mesma tempestade levou vitória aos indefesos israelitas e derrota aos filisteus, que confiavamna força de deuses falsos e na habilidade de seus exércitos. A mesma coluna da presença de Deus que lançou luz sobre os exércitos do Senhor envolveu as hostes egípcias em escuridão. Talvez os filisteus tenham concluído que Baal, o deus das tempestades (ver p. 22, 23), estava lutando contra eles e a favor dos exércitos de Israel. Entretanto, graças à renovação do relacionamento com Deus, os israelitas puderam tirar vantagem do ponto de vista pagão tradicional e consumar a mais completa vitória sobre os inimigos.Assim foi naquela época e assim é hoje. O ser humano chega a um ponto em que reconhece que sua vida é totalmente insatisfatória. Encontra-se amarrado a seus ídolos, quaisquer que sejam. Percebe a inutilidade dos hábitos passados, dos motivos que abrigou e dos desejos que satisfez. É atraído à comunhão que vê outros desfrutarem com Deus, assim como Israel viu em Samuel durante 20 anos. Renuncia, então, à vida passada e confessa sua incapacidade para se transformar pelos próprios esforços. Então se entrega ao Espírito Santo e, dentro de si mesmo, descobre autocontrole, aceitação da ajuda espiritual que Deus lhe dá, com toda sabedoria, para capacitá-lo a alcançar uma vida superior até então desconhecida. Os erros do passado se transformam, portanto, em degraus. Os vales de Acor se convertem em portas de esperança (Os 2:15).
1Sm.7:14 Sem comentário para este versículo
1Sm.7:15 15. E julgou Samuel. Mais talentos foram dados ao homem que tinha cuidado com êxito dos que lhe foram confiados anteriormente. Samuel não imaginava a responsabilidade que seria colocada sobre seus ombros quando chegou, pela primeira vez, a Silo. Tampouco Pedro, quando saiu de Betsaida para visitar João, em Betânia, sonhou que um dia se tornaria pescador de homens. Quanto menos pensou que um dia se assentaria ao lado de Cristo no trono do universo!Capítulo 8I I e disse: Este será o direito do rei que houver de reinar sobre vós: ele tomará os vossos filhos e os empregará no serviço dos seus carros e comoseus cavaleiros, para que corram adiante deles;
1Sm.7:16 Sem comentário para este versículo
1Sm.7:17 Sem comentário para este versículo
1Sm.8:1 1. Constituiu seus filhos por juizes. Em harmonia com 1 Samuel 7:15, esta declaração se refere ao fato de Samuel ter chegado a uma idade em que não conseguia mais visitar todas as partes do país; então, nomeou seus filhos como seus assistentes, colocando-os em Berseba, uma das cidades mais ao sul, dentro do território pertencente a Juclá. Eles, porém, eram juizes autônomos.
1Sm.8:2 2. Joel. Os nomes Joel, “Yahweh é Deus”, e Abias, “Yahweh é meu pai”, indicam que Samuel continuava a ter prazer em servir ao Senhor, a despeito da idolatria espalhada pela nação. A declaração de 1 Crônicas 6:28 (ABC), que cita “Vasiri” como o primeiro filho de Samuel, deve ser interpretada como: “E os filhos de Samuel: o primogênito, e o segundo, a saber, Abias.” Essa versão não menciona o nome de Joel, mas o texto deixa claro que havia dois filhos e o segundo se chamava Abias. A ARA acrescenta o nome joel depois da expressão “o primogênito”, em harmonia com o v. 33. A ARC traduz a palavra hebraica washeni como “o segundo”. O plano de nomear responsáveis por administrar certos distritos sob a autoridade do juiz principal também foi realizado por Jair, muito antes dos dias de Samuel (Jz 10:4).
1Sm.8:3 Sem comentário para este versículo
1Sm.8:4 4. Anciãos. Do heb. zaqcm, de um radical cujo significado é incerto; do mesmo radical deriva a palavra ‘‘queixo” ou “barba”. Os “anciãos” eram homens de idade madura que exerciam posições de autoridade. Samuel organizou as tribos com líderes responsáveis em todos os lugares, que prestavam contas a um “juiz” local, o qual atuava sob a coordenação de Samuel. Esses líderes já tinham visto muitas coisas ruins na conduta dos filhos de Samuel para justificar o fato de irem diretamente ao profeta.
1Sm.8:5 5. Não andam pelos teus caminhos. A confiança dos anciãos em Samuel era tal que eles sabiam não ser ele de maneira alguma responsável pela maldade dos filhos. Seria melhor, pensaram, levar a questão paraSamuel resolver do que esperar pela confusão que certamente se seguiría à sua morte, quando os filhos tentariam consolidar a própria autoridade.Constituí-nos, pois, agora, um rei. Deus dissera, por intermédio de Moisés, que chegaria o dia em que o povo pediría por um rei “como todas as nações” (Dt 17:14). Talvez os anciãos estivessem pratica mente citando essa passagem como justificativa para seu pedido. Certamente o plano do Senhor para Israel era diferente do que acontecia nas nações vizinhas. Por séculos, desde o êxodo, Ele tinha protegido e guiado o povo por meio dos juizes. Se os israelitas houvessem aceitado o plano divino para eles, as nações os veriam e ter iam dito: “Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente” (Dt 4:6). Usando a diplomacia costumeira no Oriente, os anciãos, em oposição à vontade de Deus e sem buscar Seu conselho, tornaram conhecida sua limitada decisão. A princípio, declararam simplesmente que queriam um rei para julgá-los assim como ocorria no restante do mundo; mas quando Samuel tentou adverti-los das maldições que estavam prestes a trazer sobre si mesmos, eles acrescentaram um segundo motivo: “o nosso rei poderá [...] sair adiante cie nós e fazer as nossas guerras” (ISm 8:20). O esclarecimento das circunstâncias que levaram os anciãos de Israel a apelar por um rei é dado em 1 Samuel 12:12: “Vendo vós que Naás, rei dos filhos de Amom, vinha contra vós outros, me dissestes: Não! Mas reinará sobre nós um rei.” Josefo conf irma a ideia de que Naás vinha afligindo os israelitas do outro lado do Jordão já por algum tempo, transformando os habitantes das cidades em escravos e arrancando o olho direito dos cativos, a fim de incapacitá-los para a guerra (Antiguidades, vi.5.1).Descobertas arqueológicas na Palestina e na Transjordânia também apontam para o fato de que, no século anterior, todas as nações dessa região começaram a fortificarsuas cidades e a se preparar para resistir aos bandos de migrantes compostos pelos 'povos do mar’’, da região do Egeu (ver p. 15,16), que avançavam contra o Egito tanto por terra quanto por mar. Parte dessa onda migratória se moveu pela Ásia Menor, derrotou os heteus e, então, se dirigiu para o sul, passando pela Síria e Palestina, a caminho do Egito. Depois de derrotados por Ramsés III, alguns se estabeleceram na planície filisteia. As outras nações observavam o panorama político com medo e tremor. Não é de se estranhar, portanto, que os líderes de Israel sentissem preocupação vital pela condição política da nação.Deus estava procurando demonstrar um método singular de lidar com problemas internacionais, mas Israel não conseguiu ver outra saída a não ser imitar as nações ao redor. Por séculos, eles haviam sido um povo seminômade, que habitava principalmente em tendas; não conseguiram expulsar das cidades todos os nativos habitantes de Canaã (Jz 1:27-36). No entanto, no período entre 1200 a 1050 a.C., passaram a morar cada vez mais em regiões urbanas. Nessa nova condição, não viam nada mais a fazer a não ser consolidar seu governo e se fortificar contra invasores.Anos antes, os amonitas haviam acusado Israel de tomar território deles (Jz 11:13-27). Isso ocorreu nos dias de Jefté, quando a opressão amonita, que já durava 18 anos, chegou ao fim. Nos tempos de Samuel, os amonitas faziam uma segunda tentativa de reconquistar esse território das mãos de Israel.
1Sm.8:6 6. Samuel orou. Israel mais uma vez resolveu fazer exatamente o que fizera por séculos: tomar decisões sem esperar a orientação divina. O povo foi advertido contra cair na .idolatria, mas preferiu seguir os caminhos das nações, em vez de permanecer no direcionamento do Senhor. Moisés previra o momento em que os israelitas pediríam um rei, para serem com as outras nações(Dt 17:14); finalmente cumpriu-se essa profecia. Embora seja provável que a motivação dos anciãos fosse apenas política, Samuel lhes mostrou o melhor caminho: buscar a Deus em oração. Eles haviam subestimado seu elevado privilégio religioso e não perceberam que a necessidade real da nação não era de um novo poder, mas da organização permanente da teocracia, para confrontar a confusão que resultava de suas próprias inquietações e perversidades.Não estavam dispostos a submeter o caso a Deus e a conhecer Sua vontade. Samuel exerceu sua prerrogativa oficial insistindo que eles deixassem a decisão de um assunto tão importante nas mãos do Senhor, que sempre estivera pronto para livrá-los nos momentos de perplexidade. Por mais magoado que estivesse por aquele pedido da parte do povo, Samuel dispôs seus serviços como profeta com a mesma fidelidade que o fez em circunstâncias agradáveis. Sua atitude foi semelhante à de Cristo séculos mais tarde, quando clamou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23:34); e à de João, que afirmou acerca de Cristo: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3:30).
1Sm.8:7 "7. Atende à voz do povo. Este versículo é a melhor evidência possível de que as nações, assim como os indivíduos, são agentes morais livres. Se os anciãos tivessem buscado conselho, Deus teria dado; mas como chegaram com um ultimato, o Senhor aceitou a escolha deles.Rejeitou [...] a Mim. Sob a liderança dos juizes, Israel desfrutou diversas vantagens em relação ao governo monárquico. Por exemplo:
1. Durante o período de liderança dos juizes, Deus permitiu a cada uma das tribos ser praticamente independente. Os impostos eram baixos. Embora as tribos trabalhassem juntas, como aliadas, “não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto” (Jz 21:25). E claro que não se tratavade uma bênção sem restrições (ver Dt 12:8). Os anciãos, porém, rejeitaram a independência de uma confederação tribal e escolheram, em vez disso, urna forma autoritária de governo que, em poucas décadas, trouxe consigo uma carga tributária exorbitante. 2. Deus havia dado a cada israelita liberdade individual considerável para ganhar o sustento, escolher a própria forma de adoração e administrar seus negócios em geral. Contudo, os anciãos rejeitaram essa liberdade, preferindo ser servos de um rei que exerce ri a poder de vida e morte sobre seus súditos e que poderia executar aqueles que discordassem dele. 3. Por vários séculos, o Espírito do Senhor desceu sobre pessoas das diversas tribos. Sob a liderança desses indivíduos, Israel desfrutou descanso e certa medida de paz e segurança para ir em busca das vocações que escolhessem. Não havia sucessão hereditária; os juizes eram escolhidos por Deus de tempo em tempo, com base nas qualificações pessoais. Todavia, os anciãos rejeitaram esse auxílio divino e preferiram uma monarquia hereditária. 4. Vez após vez, quando Israel buscou o conselho do Senhor, Ele protegeu miraculo- samente o povo de ataques inimigos (ver lSm 7:10; js 10:11, etc.). Ao rejeitar a crença de que Deus era o supremo Senhor da teocracia, os anciãos estavam, na verdade, abrindo o caminho para a nação se tornar uma mera marionete dos conflitos internacionais. Os israelitas exigiam tributo dos inimigos derrotados e se gloriavam de seus feitos militares. Em contrapartida, caíram sob o domínio de nações mais poderosas. Atribuíram erroneamente seus reveses militares e períodos de opressão à forma de governo, em vez de reconhecer seus caminhos ímpios. 5. Era plano de Deus transformar o vale de Acor em um portal de esperança quando Seu povo se entregasse a Ele (Os 2:15). Sob a orientação divina, os erros se transformariamem degraus para um conhecimento mais profundo do Senhor e do plano da salvação. 6. Deus espalhou os levitas por entre as tribos para que o povo fosse educado de maneira especial em Seus caminhos. Por causa do egoísmo que resultou na falta de disposição em executar esse plano, Israel falhou em sustentar os levitas e permaneceu em analfabetismo e ignorância. A maior parte do povo não queria ser ensinada a pensar por si só. Sentia-se perfeitamente feliz em deixar que os líderes pensassem em seu lugar, contanto que estes não exigissem suas posses, nem perturbassem sua tranquilidade egoísta.Desde o momento em que o grande conflito começou no Céu (Ap 12:7-9) o grandioso plano de Deus para o universo tem sido mal compreendido por alguns. Alegando sabedoria, essas pessoas questionam se a orientação divina é confiável e desejável; decidem, então, seguir aquilo que, em seu raciocínio, parece ser a melhor direção, tão somente para descobrir que tomam caminho sem saída. O Senhor sempre dá oportu- u nidade para os seres humanos provarem que Seus caminhos são os melhores. As vezes, porém, Ele cede aos desejos das pessoas e permite que sigam o rumo que escolhem, a fim de que seus fracassos, por mais graves que sejam, acabem levando-as a se prostrarem de joelhos e reconhecerem a superioridade de Seu plano eterno (ver Fp 2:10, 11; PP, 605, 606).está cometendo um erro. Se você sente que deve seguir o caminho que propôs, terá de arcar com as consequências.” Entretanto, após a advertência contra a mudança proposta, Deus declarou claramente o seguinte: “Se vocês sentem que essa é a coisa certa a se fazer, tentem. Embora Eu saiba que o plano não terá sucesso, vocês precisam aprender por experiência própria que não funcionará. Só então ficarão satisfeitos em seguir Meu conselho.” Assim, Samuel foi instruído a advertir Israel do resultado daquele plano. O Senhor, contudo, seria com eles e lhes ajudaria a transformá-lo em sucesso (ver a relação do Sl 139, especialmente os v. 7-13, com essa questão)."
1Sm.8:8 Sem comentário para este versículo
1Sm.8:9 9. Adverte-o solenemente. Literalmente, ‘advertindo-os, tu os advertirás”. Por ser um agente moral livre, o ser humano deve decidir, com base nas evidências à sua disposição, o que deseja fazer com a própria vida. Existem duas maneiras de obter essas evidências: por meio de estudo cuidadoso dos conselhos, estatutos e julgamentos de Deus aplicáveis ao caso, ou experimentando outras sugestões na tentativa de se verificar o valor delas. Um pai pode dizer: "Filho, você está cometendo um erro. Se você sente que deve seguir o caminho que propôs, terá de arcar com as consequências.” Entretanto, após a advertência contra a mudança proposta, Deus declarou claramente o seguinte: “Se vocês sentem que essa é a coisa certa a se fazer, tentem. Embora Eu saiba que o plano não terá sucesso, vocês precisam aprender por experiência própria que não funcionará. Só então ficarão satisfeitos em seguir Meu conselho.” Assim, Samuel foi instruído a advertir Israel do resultado daquele plano. O Senhor, contudo, seria com eles e lhes ajudaria a transformá-lo em sucesso (ver a relação do Sl 139, especialmente os v. 7-13, com essa questão).
1Sm.8:10 Sem comentário para este versículo
1Sm.8:11 11. O direito do rei. Literalmente, “o julgamento de um rei”. A palavra mishfcit, “julgamento”, descreve o ato ou a decisão de um shopet,, “juiz”. A decisão de um rei deveria ser aceita como legal e inquestionável. Se ele sentisse necessidade de auxílio para desempenhar suas responsabilidades, tinha o direito de buscá-lo, fosse para fins civis ou militares.
1Sm.8:12 Sem comentário para este versículo
1Sm.8:13 13. Perfumistas. Palavras da mesma raiz foram empregadas para se referir ao trabalho de determinados sacerdotes que “confeccionavam as especiarias” (lCr 9:30). Sa muel também pode ter mencionado o fato de que muitas das filhas do povo se tornariam concubinas no harém do rei (lRs 11:3).
1Sm.8:14 14. Aos seus servidores. Literalmente, “escravos”. A mesma palavra é usada para se referir ao Egito como a “casa da servidão” (Êx 13:3; Dt 5:6, etc.). O rei tinha poder de vida e morte sobre os súditos e, na maioria das nações do antigo Oriente, as pessoas existiam principalmente para o benefício do rei, que podia fazer o que quisesse com elas. Além de suprir as necessidades da casa real, o povo costumava prover-lhe os meios necessários para enriquecer seus preferidos, fossem esposas, concubinas ou oficiais civis e militares.
1Sm.8:15 Sem comentário para este versículo
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1Sm.8:18 18. Não vos ouvirá. Literalmente, “não vos responderá”. O verbo ‘anak aparece 35 vezes em 1 Samuel e só nesta vez é traduzido por “ouvir”. Em 1 Samuel 7:9, o termo aparece como “respondeu”, ocasião em que Deus atendeu ao pedido de Samuel por uma tempestade de trovões. Mas, neste texto, a idéia não é que Deus seja incapaz de ouvir, mas que Ele não respondería por causa da rejeição voluntária de Israel a Ele. Isso está em harmonia com o contexto, pois 1 Samuel 8:7 afirma que não foi o Senhor quem planejou mudar a forma de governo, mas, sim, os líderes de Israel. Portanto, quando posteriormente ficassem insatisfeitos com as condições, eles deveríam se lembrar de que, ao pedir um rei, estavam colocando em vigor um novo regime que certamente afetaria sua vida material. Novas tentações, novos relacionamentos e problemas afetariam a nação. Os israelitas, por vontade própria, lançaram as sementes da obstinação e, ao fazer isso, colocaram o Senhor numa posição em que era necessário permitir que a semente produzisse a própria colheita. Ele não interferiría na lei universal de que a semente lançada produz colheita de sua própria espécie.E por isso que Deus muitas vezes permite ao ser humano ter o que Ele não aprova. Libera aquilo que antes, por misericórdia, havia retido. Ao questionar a palavra do Senhor, Adão trouxe à luz um novo regime, que deve seguir seu rumo para demonstrar a pessoas e anjos, sem sombra de dúvida, que somente o plano ordenado por Deus é capaz de trazer vida e felicidade. Os acontecimentos posteriores na história de Israel mostraram que, embora o Senhor tenha permitido que o povo colhesse a messe que plantou, Ele nunca o abandonou e sempre esteve disposto a salvá-lo. Além disso, os profetas testificaram de que, em meio a tal ambiente, qualquer pessoa pode escolher se afastar dos caminhos da multidão e ser guiada por Deus (ver Ez 18:1-24).estilo de vida diferenciado. Indignados com a ganância e a corrupção de líderes sacerdotais como os filhos de Eli e de Samuel, pensaram que a solução se encontrava em se submeter ao juízo de um rei, como o faziam as outras nações. Ignoraram o fato de que um rei encontraria ainda mais oportunidades para demonstrar favoritismo e gratificar desejos egoístas do que faziam os dissolu- tos sacerdotes.No início de seu período como juiz, Samuel mostrara ao povo que a verdadeira solução para os problemas não era uma mudança de administração, mas, sim, de coração, numa entrega contrita ao Senhor.Capítulo 9I Saul, ao perder as esperanças de encontrar as jumentas de seu pai, 6 segue o conselho âe seu servo, 11 e a informação de umas moças. 15 Segundo a revelação de Deus, 18 ele vai até Samuel. 19 O profeta recebe Saul na festa. 25 Depois de uma comunicação secreta, Samuel leva Saul a seu caminho.elas não estavam ali; passaram ainda à terra de Benjamim; todavia, não as acharam.acabou, e presente não temos que levar ao homem cie Deus. Oue temos?
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1Sm.8:20 "20. Como todas as nações. Durante o tempo em que habitaram na Palestina, os israelitas testemunharam os esforços unidos dos povos do mar e de outras nações na conquista de todas as terras do antigo Oriente Próximo, superando qualquer resistência e levando medo a todo coração. No entanto, o povo não sabia nada sobre o medo que tomou conta dos cananeus quando Josué liderou os filhos de Israel na conquista da Palestina (ver Js 2:9-11). Seus antepassados foram tolos e acreditaram que o tributo cobrado das nações conquistadas enriquecería a nação. Esqueceram-se de que as verdadeiras riquezas vêm por meio de um estilo de vida diferenciado. Indignados com a ganância e a corrupção de líderes sacerdotais como os filhos de Eli e de Samuel, pensaram que a solução se encontrava em se submeter ao juízo de um rei, como o faziam as outras nações. Ignoraram o fato de que um rei encontraria ainda mais oportunidades para demonstrar favoritismo e gratificar desejos egoístas do que faziam os dissolu- tos sacerdotes. No início de seu período como juiz, Samuel mostrara ao povo que a verdadeira solução para os problemas não era uma mudança de administração, mas, sim, de coração, numa entrega contrita ao Senhor."
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1Sm.9:1 1. Quis. A palavra transliterada como "Quis" vem de qosh, "colocar uma armadilha" (ver Is 29:21). Uma palavra árabe relacionada cjuer dizer "estar curvado como um arco”. Se for considerado que "Quis”significa “arco", então Ouisi (1 Gr 6:44) sig- nificaria “meu arco" (ver também o substantivo "eleosita” em Naum 1:1, de 'elkosíii, "Deus é meu arco”). Às vezes, o nome era composto com o da divindade, como o casode Cusaías, “o arco de Deus" (lCr 15:17). O pai de Quis era Abiel, "Deus é meu pai”, e o nome de seu avô era Zeror, "atados juntos". O mesmo radical é usado em 1 Samuel 25:29-31, passagem na qual Abigail implora a Davi que esqueça a afronta de Nabal contra ele. O pai de Zeror era Becorate, de bekor, "primogênito ", e o nome de seu avô era Afias, cujo significado é desconhecido. A ascendência de Saul é delineada por um período de mais de um século.Filho de Abiel. Ver com. de ISm 14:50.
1Sm.9:2 2. SauL Do heb. shaui, derivado do \crbo shaal, "pedir", “solicitar". Um dos príncipes de Edom também se chamava Saul (Gn 36:37, 38). Se Quis era conhecido como “o arco de Deus” (ver com. do v. 1), por libertar Israel das mãos das nações vizinhas, também deveria haver flechas para sua aljava. Zacarias se refere a juclá como o arco de Deus e a Efraim como suas flechas; Sião é "como a espada de um valente" (Zc 9:13).Com uma altura em que ombros e cabeça sobressaíam em relação a seus compatriotas, Saul tinha um porte real que lhe granjeou o favor da multidão. Que lição melhor Deus poderia dar àqueles que desejavam ser como as nações a seu redor do que escolher para eles um rei que seria julgado conforme os padrões humanos? De maneira semelhante, os discípulos de Jesus consideraram Judas um líder, pouco sabendo das trevas que envolviam seu coração. O povo do Senhor, de todo os tempos, deve pedir o colírio celestial para os olhos, o qual provê o claro discernimento das qualificações da verdadeira liderança.
1Sm.9:3 3. As jumentas. Com frequência o destino de nações e povos depende de incidentes aparentemente inconsequentes. Saul ha\ ia saído de casa com o objetivo de encontrar jumentas perdidas, sem saber que chegara o dia de assumir as responsabilidades de um rei. Os acontecimentos posteriores demonstraram que ele não estava preparado para a tarefa à qual Deus lhe chamou.Poucos estão preparados para esse tipo de liderança. Moisés não estava plenamente preparado para ser líder nem mesmo quando teve um encontro com Deus junto à sarça ardente. Porém, o aspecto animador de um chamado à liderança é que o Senhor toma as pessoas como as encontra, com o propósito de capacitá-las para a obra. Tudo que Deus espera de qualquer indivíduo é que pratique a justiça, ame a misericórdia e ande humildemente com Ele (Mq 6:8); literal mente, "humilhe-se para andar com Deus". Pedro fez isso; Judas não. Davi fez isso, mas Saul se recusou. O Senhor sempre é capaz de habilitar os que Ele chama. Mas, às vezes, alguns não humilham o coração diante d Ele para que, no tempo devido, Deus possa exaltá- los (iPe 5:6).
1Sm.9:4 4. Região montanhosa de Efraim. Quem se aproximava do vale do Jordão ou das colinas ondulantes da Selelá a oeste, conseguia ver a região montanhosa de Elraim à frente. Era a cordilheira que f icava no norte da região de Betei rumo a Saiim, alguns quilômetros a leste de Siquém. Essas montanhas formavam uma bacia hidrográfica a cerca de 800 a 900 m acima do nível do mar, da qual saíam riachos que corriam para o leste, até o Jordão, e para o oeste, até o Mediterrâneo.Terra de Salísa. Nada se sabe quanto à localização da "terra de Salisa”. Alguns já sugeriram que ficava nos montes ocidentais, a noroeste de Betei; outros pensam que estava situada no vale do Jordão, a noroeste de Jerico.Saalim. Ou, Suai (ISm 13:17), âeshual, "raposa" ou “chacal"; ou então de shoal, “cavidade da mão". E bem provável que a região de Saalim fosse considerada uma terra de chacais. As encostas ocidentais das montanhas da Palestina central eram, em sua maior parte, selvagens, rudes e desoladas, o habitat natural de leras.Depois de atravessar os distritos mencionados, no terceiro dia de buscas, Saule seu servo chegaram a Ramá, 9,56 km ao norte de Gibeá (v. 20; ver com. de ISm 1:1). Os animais estavam perdidos haviahá dois dias completos (v. 20; ver p. 119, 120) e podiam ter perambulado a poucos quilômetros de casa. Em sua busca pelas jumentas perdidas, Saul investigou todas as colinas, os vales e desfiladeiros e parou em vários lugares para perguntar a respeito dos animais. A área coberta em dois ou três dias obviamente tinha uma extensão limitada. Assim, é provável que Saul e seu servo não estivessem longe de Gibeá e Betei, ao norte de Benjamim e ao sul de Efraim. Conforme 1 Samuel 13:17, a “terra de Suai” ficava na vizinhança de Ofra, cerca de oito quilômetros a nordeste de Betei. Eles não fizeram uma busca completa em todas as regiões citadas, mas somente naquelas partes onde as jumentas poderiam ter se perdido. Durante os dois dias ou mais, até o momento em que encontraram Samuel, eles viajaram entre 48 e 64 km, incluindo as buscas pelos topos e encostas das colinas, dos vales e desfiladeiros.
1Sm.9:5 5. Terra de Zufe. Ver com. de ISm kl.
1Sm.9:6 6. Nesta cidade. Ou seja, Ramá, a cidade natal de Samuel (PP, 608-610; ver com. de ISm 1:1).
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1Sm.9:11 11. Subindo eles pela encosta. Natural mente, as jumentas não estariam em cidades. Saul e seu servo procuravam pelos animais na zona rural, onde as pessoas tinham plantações, ou em campos abertos.
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1Sm.9:14 14. Samuel lhes saiu ao encontro. Ou, “veio em direção a eles”; ou ainda “saiu para lhes chamar”. Todas essas traduções são possíveis, de acordo com o texto hebraico e com o contexto.
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1Sm.9:16 16. Enviarei. Este é o pano de fundo do v. 14. Os versículos anteriores mostram que Saul não tinha certeza se cra adequado se apresentar a um profeta sem levar um presente, boi preciso que o servo o persuadisse para Saul consentir com a ida à cidade.Isso ilustra o direcionamento do Espírito Santo, que leva as pessoas em dificuldades ao encontro daqueles que podem ajudá-las. De maneira semelhante, Rute foi providen- cialmente guiada ao campo de Boaz (Rt 2:3) e Filipe foi dirigido ao eunuco, que ia de Jerusalém para a Etiópia (At 8:26-29). E um privilégio santo render-se de tal maneira ao controle do Espírito Santo, que pode guiar, assim como guiou Samuel, às almas que necessitam de ajuda.
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1Sm.9:18 18. No meio da porta. Depois de receber instruções do Senhor e de sc lembrar da hora do dia em que a mensagem lhe tora dada, Samuel saiu para encontrar o jovem de que Deus falara. Os dois se encontraram “no meio da porta”, o lugar onde os anciãos se assentavam e davam conselho, ou ajudavam o estrangeiro a encontrar seu caminho. A Li Samuel poderia obter informações acerca de qualquer estrangeiro que chegasse à cidade. O momento foi preciso. Antes de Saul falar, Samuel sabia que ele era o homem de quem o Senhor lhe falara no dia anterior (v. 17). Talvez os v. 18 e 19 sejam uma explicação detalhada do v, 14. Que emoção Samuel deve ter sentido ao perceber que estava sendo conduzido por Deus, a quem Ele servia fiel mente! Não há motivo algum para não vi vendar a mesma emoção, quando a pessoa se entrega ao Senhor de maneira completa como o fez Samuel.
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1Sm.9:20 20. já se encontraram. Samuel afirma que as jumentas ficaram perdidas por três dias, literalmente, “hoje, três dias". Antes de falar a Saul sobre seu importante chamado, Samuel o tranquilizou quanto ao propósito prático de sua visita. Cristo sempre ministrava às necessidades tísicas de Seus ouvintes, bem como aos anseios espirituais. O próprio fato de Jesus se interessar pelo bem-estar físico das pessoas as levava a ouvi-Lo quando Ele atendia suas necessidades espirituais. Portanto, a informação de que as jumentas tinham sido encontradasdesempenhou um papel primordial em convencer Saul da origem divina da mensagem de Samuel acerca do reino.Precioso em Israel. Embora fosse profeta e juiz, Samuel aceitou o conselho do Senhor de conceder a Israel o desejo de seu coração. Ele não expressou sentimentos de pesar ou inveja ao conhecer o jovem que estava prestes a assumir a responsabilidade de livrar Israel da mão dos filisteus (v, 16). Em vez disso, deu a Saul evidências de honra e respeito (ver v. 20-24). Nessa ocasião, Samuel demonstrou o verdadeiro espírito de altruísmo. Assim como Moisés, ele estava desejoso de que o Espírito do Senhor viesse sobre todas as pessoas (Nm 11:29). Cristo não considerou a igualdade com Deus Pai algo a que se apegar, porém, manifestou o princípio verdadeiro de renúncia ao eu capaz de levar o vencedor a se assentar com Ele em Seu trono (Ap 3:21). De maneira semelhante, Samuel demonstrou que estava disposto a delegar a responsabilidade a Saul e que faria tudo ao seu alcance a fim de preparar o futuro rei para suas funções.
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1Sm.9:22 22. Sala de jantar. Tratava-se do cômodo ligado ao alto onde se comia a carne dos sacrifícios. Saul e seu servo foram conduzidos aos lugares de honra, junto com cerca de 30 anciãos. Saul fora persistente no trabalho de procurar as jumentas do pai; e talvez os anciãos, ao olharem para ele e ouvirem sua história, tenham sentido que se tratava de um homem que podería usar a mesmapersistência para encontrar livramento das hostilidades infligidas pelos filisteus.
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1Sm.9:24 24. A coxa. A festa para a qual Saul foi convidado era um sacrifício de ofertas pacíficas, do qual os anciãos de Ramá participaram (ver vol. 1, p. 754, e o com. de Lv 3:1). Os filhos de Israel fizeram esse tipo de sacrifício no Sinai, quando conf irmaram a aliança (Ex 24:4-8). Nele, o peito e a coxa direita pertenciam ao sacerdote oficiante (Lv 7:33, 34). A carne do sacrifício devia ser ingerida no mesmo dia ou no seguinte; nada podia ficar para depois disso (Lv 746). Não se menciona se a coxa dada a Saul era a esquerda, que os laicos podiam comer, ou a da direita, que pertencia ao sacerdote, mas a porção foi reservada a ele, como convidado de honra.Disse Samuel. Embora o nome “Samuel” não esteja no hebraico, ao que tudo indica, foi ele quem falou. Ficou claro para Saul que sua chegada fora prevista e planejada, e isso deve tê-lo convencido do convite de Deus para assumir responsabilidades de liderança.
1Sm.9:25 25. Falou Samuel com Saul. Saul não ficou sabendo de seu importante chamado naquele dia. Evidentemente, Samuel passou algum tempo explicando aos convidados os grandes princípios do governo teocrático que estava em vigor fazia séculos e as consequências da mudança solicitada pelos anciãos. Entretanto, os acontecimentos inesperados do dia não parecem ter perturbado o coração de Saul, pois ele dormiu até ser chamado pelo profeta na manhã seguinte.Capítulo 10I Samuel tinge Satã. 2 O profeta dá provas a Saul por meio da predição de três sinais. 9 O coração de Satã é transformado, e ele profetiza. 14 Ele oculta ao tio a questão do reino. 17 Satã é escolhido em Mispa por sortes.
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1Sm.10:1 1. Vaso de azeite. O azeite de oliva era símbolo de prosperidade (Dt 32:13; 33:24). A Linção do corpo com óleo era prática comum desde o início da história e continua a ser entre povos primitivos. Posteriormente, unguentos perfumados passaram a ser usados. As pessoas eram ungidas por vários motivos: como distinção de honra (Lc 7:46; jo 11:2), em preparação para eventos sociais (Rt 3:3), ou com o significado da qualificação apropriada para um serviço, nobreza, função ou privilégio especial.Não te ungiu, porventura, o Senhor? Para os hebreus, a unção de um homem por um profeta era um símbolo do recebimento de um dom especial do Espírito Santo, para realizar a tarefa designada. O óleo santo da unção era usado para consagrar objetos usados para propósitos religiosos, como o tabernáculo (Ex 30:26-29) e para a consagração dos sacerdotes (Ex 29:7; 30:30; Lv 8:10-12; etc.). Havia cuidados especiais a serem tomados em seu preparo e uso (Ex 30:23-33). E claro, porém, que não havia santidade no óleo, assim como não há nas águas do batismo; ele não transmitia virtude especial, era apenas um símbolo. Alguns pensam que a prática de ungir os reis se originou no Egito; outros consideram seu antigo uso em rituais cana- neus uma evidência da primeira vez que foi empregado.A unção com azeite é uma excelente ilustração de como Deus usa costumes humanos para levar as pessoas a um conhecimento mais profundo e verdadeiro da salvação. O Senhor instruiu os israelitas a fazer tipos familiares de capas e varas para os móveis e utensílios sagrados do tabernáculo, semelhantes, até certo ponto, aos que os egípcios usavam em seus templos. Artigos parecidos foram encontrados na tumba de Tutancâmon. Ali também foram encontradas imagens similares às de querubins, cujas asas se tocavam, entalhadas em alto relevo. Aos magos dos dias de Cristo, Deus deu um sinal usando um meio que lhes era conhecido: uma estrela para guiá-los até Belém. Em qualquer era e em todos os costumes dos povos, o Senhor usa instrumentos familiares para ensinar as pessoas sobre Sua santidade e sobre a beleza do plano da redenção.
1Sm.10:2 2. Acharás. Era natural que Saul ficasse espantado pela mudança inesperada dos acontecimentos. Que surpresa eleve ter sido para ele se descobrir no centro das atenções. Samuel, o líder do povo, estava preparado para recebê-lo com honra. Ele deve ter se perguntado o significado de tudo aquilo. Como evidência de que o Senhor o estava chamando, o Espírito Santo falou por intermédio de Samuel e revelou eventos futuros. As evidências da presciência de Deus, confirmadas poucas horas depois da unção,deram coragem a Saul para aceitar a responsabilidade à qual foi chamado. Teve certeza de que o Senhor estaria com ele. Samuel já lhe havia informado que as jumentas tinham sido encontradas; em seguida, mais testemunhos inspirados foram acrescentados a fim de confirmar a mensagem do profeta.Deus multiplica as evidências do caminho a seguir para o coração humilde e desejoso (Is 30:21; jr 33:3; ver DTN, 224, 330, 331, 668; MDC, 150). E a beleza disso é que Ele tem milhares de maneiras de manifestá- las; o Senhor não se limita a um método pre- estabelecido. O fato de o Espírito Santo ter falado mediante línguas de fogo nos dias dos apóstolos não significa que Ele precisa Se manifestar da mesma forma em outras ocasiões. Os apóstolos foram instruídos a lançar sortes para escolher o 12° membro de seu grupo. Isso não significa, porém, que usar o mesmo método hoje seja a resposta para problemas pessoais.Junto ao sepulcro de Raquel. Ver Nota Adicional a 1 Samuel 1.
1Sm.10:3 3. Ao carvalho de Tabor. Os carvalhos tinham vida longa e se tornavam grandes árvores; eram, portanto, excelentes pontos de referência. Os deuses estrangeiros da casa de jacó foram enterrados “debaixo do carvalho que está junto a Siquém” (Gn 35:4). Débora, a ama de Rebeca, foi sepultada perto de Betei, “debaixo do carvalho" (Gn 35:8). Em algum lugar entre o sepulcro de Raquel e Gibeá ficava essa árvore, que pertencia a Tabor, ou se localizava na região com este nome.
1Sm.10:4 Sem comentário para este versículo
1Sm.10:5 5. Gibeá-Eloim. Literalmente, “Gibeá de Deus". Uma vez que era em Gibeá que Saul morava (v. 26), é provável que “Gibeá de Deus’’ fosse a parte da colina onde se situava o alto de onde desceu o grupo de profetas.Um grupo de profetas. O contexto sugere que os profetas estavam usando aquela música para relembrar as providências de Deus no passado. A palavra traduzidapor “estarão profetizando’’ significa, literalmente, “estarão agindo como profetas”. Eles estavam cantando louvores a Deus com fervor. Esse parece ter sido um dos métodos instituídos por Samuel como parte do currículo das escolas que fundou, para refinar e espiritualizar a mente dos profetas (ver Ed, 47).
1Sm.10:6 6. Profetizarás. O verbo é uma forma do termo navd, “agir como porta-voz de Deus”. Neste caso, a referência não é à previsão de acontecimentos futuros, mas à expressão da verdade divina na forma de música sacra. A mesma forma do verbo é usada para descrever os falsos profetas de Baal que se cortaram como se estivessem possuídos por um espírito maligno (lRs 18:28, 29), embora ninguém questione que se tratava de um espírito completamente diferente do que possuía aqueles profetas pagãos. Os filhos dos profetas cantavam louvores ao Senhor quando Saul se encontrou com eles e começou a cantar junto. As muitas evidências da providência divina pelo caminho durante as horas anteriores, de fato, provocaram uma transformação que, mesmo temporária, deixou clara a promessa daquilo que Deus estava pronto e disposto a fazer por ele, caso permanecesse humilde e submisso.Tu serás mudado em outro homem. Chega o instante na vida do ser humano em que uma mudança de circunstâncias ou algum dom divino o libera de impedimentos anteriores. Ele é, então, submetido a uma mudança tão rápida, inovadora e marcante quanto a de uma borboleta que sai do casulo, ou da flor noturna do cacto, que, de repente, começa a desabrochar, revelando sua beleza magnífica e exalando seu perfume, onde poucos momentos antes não havia nada visível. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito ’ vêm de Deus (Tg 1:17). Bezalel e Aoliabe receberam sabedoria e habilidades especiais para a obra do tabernáculo (Ex 31:2-6); Moisés foi transformado, quase que de uma hora para a outra, de um tímido pastor deovelhas para um libertador que se apresentava sem medo diante de um rei. De maneira semelhante, Gideão se tornou um homem de grande coragem, capaz de conduzir um exército à vitória, não por sua própria sabedoria e capacitação, mas inspirado por Deus. O egocêntrico Pedro, cheio de justiça própria, foi transformado num líder intrépido da igreja apostólica. Essas mudanças são operadas quando o Espírito de Deus comunica às pessoas uma visão de novas possibilidades e elas respondem com santa alegria e júbilo, regozijando-se na aceitação da responsabilidade dada pelo Senhor.A realidade da transformação se torna evidente à medida que ocorrem mudanças nos pensamentos, nos hábitos e na vida. As coisas velhas passam, tudo se faz novo (iCo 5:17). Contudo, é preciso lembrar que a mudança só se torna permanente com a reafirmação diária da escolha feita. Gideão, por exemplo, conduziu os israelitas de sua época à mesma idolatria da qual os fizera sair pouco tempo antes (Jz 6:1, 10, 25; 8:24-33). Saul, de igual modo, se recusou a continuar a conhecer ao Senhor. Como resultado, acabou se deixando chegar ao ponto de estar sob controle total de Satanás. Muitas pessoas, tanto hoje como nos tempos antigos, lamentam sobre o que “poderia ter sido”.
1Sm.10:7 7. Faze o que a ocasião te pedir. Saul deveria perceber, em tudo que o começou a acontecer, que Deus estava lhe dando evidências de seu chamado. Por que ele não havia encontrado as jumentas antes? Por que tinha seguido aquele caminho até encontrar Samuel, sem saber nada sobre os animais? Em todas essas coisas, deveria entender que, embora não conseguisse ver, o Senhor estava com ele em todo o percurso. Com tantas evidências a sua disposição, deveria ficar atento a outras provas da orientação divina. Naquele momento, isso foi tudo que Deus considerou adequado revelar a Saul acerca do futuro.Deus é contigo. Todo o Céu estava interessado em ajudar Saul a tomar a decisão de deixar sua vida ser controlada por Deus. Nas circunstâncias de sua experiência cotidiana, ele deveria reconhecer a direção divina. Bem diferente teria sido a história de Israel se Saul houvesse se contentado em esperar pela orientação do Senhor. Ele teve evidências de que as circunstâncias de seu retorno para casa seriam ordenadas por Deus. Ficou sabendo o que iria acontecer, para que fosse encorajado a cooperar com o Senhor, permitindo que o Espírito o instruísse, protegesse e guiasse suas ações.
1Sm.10:8 8. Descerás. Samuel deu a Saul um vislumbre suficiente do futuro, para provar que Deus estava trabalhando por ele. O Senhor não podia, naquele momento, dizer a Saul que circunstâncias ele encontraria em Gilgal. Se o fizesse, poderia confundir o jovem, em vez de ajudá-lo (ver lSm 11:15; 13:4, 8). Samuel simplesmente garantiu ao futuro rei que, ao agir conforme a ocasião pedisse e ao aguardar a orientação divina, ele sempre poderia esperar tanto sucesso quanto no dia de sua unção.
1Sm.10:9 9. Deus lhe mudou o coração. Literalmente, “Deus transformou outro coração para ele ”, com o significado de “Deus o converteu”. Esta mudança de coração também seria acompanhada por uma mudança na orientação da atividade mental. Em vez de pensar sobre jumentas e fazendas, Saul deveria aprender a pensar nos problemas que confrontam os estadistas, generais e reis. (3 Senhor estava pronto a conferir a Saul habilidade proporcional à suas novas res- p o n sa bi lidades. Pensa men to s s u r p re e n de n - tes devem ter passado pela mente de Saul naquele dia, enquanto evento após evento preditos por Samuel se cumpriram (v. 2-7).Deus estava pronto para transformar a visão, a ambição e as aspirações de Saul, a fim de que as coisas celestiais de tornassem as mais importantes da vida para ele. Séculos mais tarde, um profeta declarou: “Dar-lhes-eium só coração, espírito novo porei dentro deles; tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes darei coração de carne” (Ez 11:19). Saul buscava ao Senhor por meio de Samuel na tentativa de encontrar uma saída para problemas pessoais. Deus respondeu a súplica por orientação pessoal e chamou Saul para aceitar seu direcionamento em questões que aletavam o bem-estar de toda a nação. O mesmo ocorre hoje. Deus toma os homens onde os encontra e os convida a cumprir Seu plano glorioso para a vida deles.
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1Sm.10:11 11. Está também Saul entre os profetas? Para o povo, isso parecia inacreditável. Ao que tudo indica, a vicia de Saul até então não fora um exemplo de piedade. Era quase um milagre ele ter se tornado um profeta, embora, na verdade, não tenha sido chamado a exercer o ofício profético. Ali ele estava exaltando a majestade e o poder de Deus, proferindo sagradas verdades por meio da inspiração. Em seu coração, acalentava um segredo difícil de se guardar. As evidências recentes da graça e da providência divinas a ele conferidas mexiam prol unclamente com seus sentimentos. Suas emoções contidas irromperam com a evidência de que as palavras de Samuel tornaram-se realidade: Saul foi. “mudado em outro homem” (v. 6). Sua experiência também deu testemunho de que Deus é capaz de transformar até mesmo a pessoa menos promissora num instrumento útil. Além disso, no caso de Saul, essa mudança notável atrairía a atenção e a confiança das pessoas, bem como as prepararia para seguir sua liderança.Muitas vezes, Deus trabalha de maneira contrária ao planejamento humano. Os judeus pensaram que era inacreditável os discípulos falarem em línguas estrangeiras no dia de Pentecostes. Não parece sensato Cristo ter colocado judas na posição de tesoureiro dos discípulos, conhecendo seu caráter (Jo 12:6). Naamã achou absurdo que as águas lamacentas do Jordão possuíssem maior poderde cura do que os rios límpidos de Damasco (2Rs 5:12). A cruz de Cristo foi desprezada pelos gregos, considerada por eles o mais desprezível meio de salvação (ICo 1:18-24). A mente moderna, pode parecer injusto o Senhor ter instruído Abimeleque a devolver Sara a Abraão e pedir que este orasse por ele, pois a havia tomado com sinceridade de coração (Gn 20:5). João Batista achava inapro- priado batizar o Filho de Deus (Alt 3:13-15). A mentalidade de Simão discordava do posicionamento de Jesus, de que Ele deveria permitir a Maria ungir Seus pés, caso soubesse o tipo de mulher que ela era (Lc 7:37-40). No entanto, todas essas aparentes inconsistências foram resolvidas quando a obra e o poder do Espírito Santo foram levados em conta.As escolas dos profetas, administradas por Samuel, foram organizadas para que jovens fossem instruídos nas verdades de Deus. Era dedicado tempo ao estudo da história, à memorização das Escrituras, à oração e ao canto. Em vez de declarações poéticas sobre Baal, o deus da chuva, Israel aprendeu sobre as obras maravilhosas do Senhor, e louvores a Ele eram expressos em cânticos. A contemplação dos benefícios de Deus levava alegria e paz ao coração desses jovens. Isso iluminava sua face, num reflexo da luz interior do Espírito Santo.
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1Sm.10:16 16. Não Iho declarou. O sábio afirmou que há “tempo de estar calado e tempo de falar” (Ec 3:7). Quanta diferença da reação de Jeú à sua unção pelo profeta (2Rs 9:4-13), se comparada ao procedimento de Saul. Se Deus era responsável por chamar Saul para ser rei, Ele tornaria o fato conhecido às pessoas certas no tempo certo. Sob o controle do Espírito Santo, Saul seguiu a orientação dada por Samuel de esperar o direcionamento divino. Para estar apto a exercer o elevado ofício, o novo rei precisava aprender primeira mente a controlar a língua. Sua discrição era evidência da consciência da responsabilidade que passara a repousar sobre si.
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1Sm.10:19 19. Rejeitastes, hoje, a vosso Deus. O ser humano é por demais limitado quando pensa em opor sua sabedoria finita à onisciên- cia do Criador. Durante o período dos juizes, quando as forças egípcias marcharam pela terra vez após vez, os israelitas foram salvos dos ataques que subjugaram diversas cidades na Palestina. Eles não sabiam que os senhores egípcios voltaram para sua terra com a notícia de que não havia nada a temer quanto aos israelitas, que habitavam nas montanhas. Israel não tinha consciência de que esse exército, ao passar pela terra, era um instrumento de restrição às tribos vizinhas, que, sem dúvida, olhavam com cobiça para as colinas bem irrigadas da terra a oeste do Jordão (ver com. de Ex 23:28).Ao longo de toda a história do mundo, pessoas questionam os planos de Deus. Após o dilúvio, o Senhor tez uma aliança com a humanidade, de que a Terra nunca mais seria destruída pela água. Em vez de confiar na promessa, os seres humanos acharam que deveríam construir uma torre cujo topo a água nunca alcançaria. Por segurança, deveríam construir cidades e viver em contato próximo com seus vizinhos. Os judeus dos dias de Cristo não colocavam o reino de Deus e Sua justiça em primeiro lugar, a fim de permitir que o Senhor lhes provesse as necessidades temporais e materiais conforme Lhe parecesse melhor.Na ansiedade de ser como as nações ao redor, os israelitas não perceberam que estavam colocando mais um obstáculo aos planos do Rei celestial. Na condição de agentes morais livres, estavam limitando a Deus por escolha própria (SI 78:41); e, ao fazer isso, lançaram as sementes do egoísmo e da rebelião. A colheita fatal certamente chegaria, contudo o Senhor, em sua misericórdia e lon- ganimidade, nunca os abandonou.
1Sm.10:20 Sem comentário para este versículo
1Sm.10:21 Sem comentário para este versículo
1Sm.10:22 22. A bagagem. Literalmente, "as coisas”, “o equipamento”, uma referência aos objetos a juntados para a reunião especial.
1Sm.10:23 Sem comentário para este versículo
1Sm.10:24 24. A quem o Senhor escolheu. Muitos já perguntaram: “Por que Deus escolheu Saul para ser rei, sabendo dos resultados de seu reinado?” O contexto revela que o povo desejava um homem de personalidade imponente, que provesse forte liderança na guerra (lSm 8:19, 20). O Senhor escolheu em harmonia com o desejo dos israelitas para lhes ensinar: (1) que Ele não limita a liberdade de escolha; (2) que, a despeito da escolha insensata, Ele controlaria as influências malignas que acompanhavam a monarquia; (3) que eles deveríam aprender por experiência própria que as pessoas colhem aquilo que plantam; e (4) que o afastamento nacional do caminho escolhido por Deus não impede que indivíduos desse povo vivam em harmonia com Sua vontade e recebam Suas bênçãos.
1Sm.10:25 Sem comentário para este versículo
1Sm.10:26 Sem comentário para este versículo
1Sm.10:27 27. Filhos de Belial. Ou, "pessoas de mau caráter” (NTLH, ver com. de ISm 2:12). Já era de se esperar que Saul, membro da menor tribo de Israel, se deparasse com duas classes de pessoas: aquelas "cujo coração Deus tocara” (v. 26) e que estariam dispostas a seguir a orientação divina; e outras - talvez incluindo alguns dos anciãos de Judá, a maior tribo, que haviam feito o pedido por um rei - que se sentiríam diminuídas e se recusariam a prestar sua lealdade (ver PP, 612). O mesmo ocorreu quando o Senhor ordenou a Moisés que trocasse os primogênitos de todas as tribos pelos levitas, limitando o ofício sacerdotal aos filhos de Arão. Na época, Corá e 250 príncipes de Israel se recusaram a seguir a ordem de Deus e culparam Moisés por colocar membros de sua família no sacerdócio. O fato de Saul ter reagido com paciência à rejeição de sua autoridade e de não ter se esforçado para manter seu direito ao trono usando a força é a maior evidência de que o Senhor havia tocado em seu coração e que estava lhe comunicando sabedoria necessária para reinar.Capítulo 11
1Sm.11:1 1. Naás, amonita. O nome Naás é a palavra popular usada para designar ''serpente”. A serpente era um importante elemento decorativo dos templos pagãos da Palestina. Os filhos de Israel quiseram guardar a serpente de bronze depois da experiência com os répteis venenosos no deserto de Zim, quando partiram de Cades (Nm 20:1; 21:5-9; ver 2Rs 18:4). Ao ver a importância que todas as religiões dos povos vizinhos atribuíam a esse animal, logo os israelitas também começaram a venerar a serpente que, segundo o pensamento deles, os havia salvado no deserto (ver Ez 8:7-12). Mais tarde, nos dias de Ezequias, a serpente de bronze foi destruída por causa dessa idolatria (2Rs 18:4). Uma vez que o nome das pessoas costumava ser composto com o das divindades, Naás possivelmente recebeu esse nome por causa de determinadas características da serpente, como sagacidade, astúcia e engenhosidade.Jabes-Gileade. No passado, os eruditos defenderam que a cidade ficava nos montes em frente ao Wadi Yabis (jabes), 11,5 km a leste do rio Jordão. Porém, essa localização seria distante demais para que os moradores de Jabes-Gileade carregassem Saul e jônatas na mesma noite que tiraram o corpo decap- tado desses homens do muro de Bete-Seã, onde haviam sido afixados (ISm 31:11-13). O arqueólogo Nelson Glueck descobriu várias evidências que o levaram a identificar Jabes-Gileade com Tell el-Meqbereh e Tell Abu Kharaz, cerca de quatro quilômetros a leste do Jordão, em frente ao rio Jabes, depois que ele emerge de sua garganta profunda nas colinas de Gileade e corre para o oeste, rumo a sua união com o Jordão (The River Jorclan, p. 159-167). Essa cidade fora o lar das 400 virgens cujos pais foram mortos por não participar da guerra civil contra Benjamim. A mão delas foi dada aos remanescentes dos benjamitas após a destruição quase total da tribo (Jz 21:8-14).Muitos anos antes de Naás, Israel fora dominado pelos amonitas por 18 anos. Seria natural que os amonitas, ainda ressentidos pela derrota que sofreram nas mãos de Jefté, estivessem em busca de uma oportunidade para retomar o controle de Gileade. Os gadi- tas e a meia tribo de Manassés dispunham de um solo rico, irrigado pelos rios Jaboque, Jabes e Jarmuque. Bem localizados, acima do calor do deserto, suas vinhas e verdes pastos causavam inveja nos povos dos desertos orientais. Jabes-Gileade se reerguera das ruínas de tempos passados, mas é provável que seus habitantes nunca tenham esquecido a punição brutal resultante da questão de Benjamim. Contudo, mais forte do que a rixa entre os homens de Jabes-Gileade e os de sua parentela era o ódio que Amom sentia por todo o Israel.
1Sm.11:2 2. Vergonha sobre todo o Israel. Parece que Naás não sabia do desejo israelita de uma organização mais centralizada das tribos, sob a autoridade de um rei. Se os habitantes de Jabes-Gileade sabiam do plano — todas as tribos foram representadas na ocasião da escolha de Saul em Mispa (ISm 10:17) -, parece que isso pouco importou para eles. A atitude de Jabes-Gileade dá uma ideia do estado de desorganização da nação, não tanto pelo desejo de ter um rei, mas por haver rejeitado o plano do Senhor. O egoísmo crescera a tal ponto que qualquer solução oferecida por Deus não seria aceita por todos (ver ISm 10:27). Naás não tinha uni ressentimento especial contra os anciãos de Jabes; seu propósito era demonstrar desprezo por todo o Israel, humilhando alguns dos seus. De igual modo, o inimigo das almas trama semear desprezo nas hostes celestiais ao levar sofrimento a urna pessoa perdida e fazer a acusação de que o castigo é resultado natural de servir a Deus.
1Sm.11:3 3. Enviemos mensageiros. Parece que, desde que Israel sofrerá uma dominação amonita, Jabes havia perdido contato atémesmo com as tribos mais próximas, como Issacar, Efraim e Benjamim. A cidade ficava a menos de 50 km de Silo, e o ministério de Samuel parece ter se limitado principalmente a Elraim, Benjamim e judá. Seria possível que os habitantes de Jabes-Gileade guardassem rancor das outras tribos havia tanto tempo que não sabiam que Samuel era juiz? Ao que parece, eles nada sabiam da nomeação de Saul. E provável que não tenham participado das campanhas militares contra os filisteus, fechando-se, indispostos a cumprir sua parte nas responsabilidades tribais. Eles nem tinham certeza de que as tribos responderíam à sua súplica. Em total desespero, praticamente reconheceram suas falhas e se colocaram à mercê dos compatriotas israelitas, a quem haviam negligenciado no passado.
1Sm.11:4 Sem comentário para este versículo
1Sm.11:5 5. Atrás dos bois. Fica claro que Saul estivera arando a terra e, após isso, guardava os bois para passar a noite. Josefo entende que isso aconteceu pelo menos um mês após sua nomeação (Antiguidades, vi.5.1). Uma vez que a escolha não agradara a muitos, ele voltou para casa, a fim de esperar instruções do profeta que o ungira. O que t 'ria acontecido se Naás houvesse cercado jabes antes de Saul se tornar rei? E que ocasião seria mais essencial do que aquela para o novo rei provar seu valor perante os descontentes que se recusaram a reconhecer sua legitimidade no poder? O acontecimento e o rei precisavam um do outro. Não há nada a temer, a menos que se esqueça de como Deus guiou Seu povo no passado (cf. ME3, 162). Essa experiência assegura a cada crente que ele só é colocado em situações para as quais o Senhor já tem tudo preparado para o apoiar.
1Sm.11:6 6. O Espirito de Deus Se apossou. Literalmente, “se apressou”. A mesma palavra é usada para descrever a experiência de Saul a caminho de casa, depois de ungido (ISm 10:6, 10). Em relação ao chamado de Gideão,o registro diz, literalmente, que “o Espírito do Senhor Se vestiu de Gideão” (jz 6:34). Assim como Josué foi instruído a ajudar os gibeoni- tas quando os cinco reis do sul de Canaã tentaram puni-los por fazer aliança com os filhos de Israel, o Espírito de Deus demonstrou que a resposta à oração dos habitantes de Jabes, estava a caminho. Deus tem inúmeras respostas para cada desafio.
1Sm.11:7 7. Junta de bois. Talvez fossem os mesmos bois com os quais ele estava arando a terra. Os instrumentos que Deus usa para demonstrar Seu poder geralmente estão próximos. Moisés não precisou dos cavalos e carros do Egito. Seu bordão de pastor se tornou a vara de Deus. Gideão não necessitou das lanças de ferro que os filisteus julgavam necessárias. Alguns vasos cie barro e velas foram melhores. Saul não requisitou equipamentos especiais. Por meio do sacrifício dos próprios bois, convenceu Israel de sua disposição de ser usado pelo Senhor. Sua energia e desenvoltura foram contagiantes, e “caiu o temor do Senhor sobre o povo”. Mais uma vez ele demonstrou que, sob o controle do Espírito, seria guiado a fazer a coisa certa. O eu foi completamente esquecido. As críticas dos filhos de Belial, que provavelmente vieram a seu pensamento muitas vezes durante aquele último mês, perderam toda a significância. Sob a influência de um poder novo e. estranho para ele, Saul sentiu sua coragem multiplicar-se. Confiante quanto ao sucesso, ele não hesitou em se colocar ao lado de Samuel a fim de levar proteção a uma cidade aflita.
1Sm.11:8 8. Bezeque. Este local de reunião do exército das tribos fica 20 km a nordeste de Siquém, na estrada para Bete-Seã, e cerca de 16 km a sudoeste de Jabes-Gileade. Não era muito longe para as tribos do norte, mas ficava a 67 km ao norte de Jerusalém; portanto, seria impossível para muitos da tribo de Judá reunirem-se ali no tempo determinado. Bezeque fica a mais de 300 macima do nível do mar. De lá, o exército descería pelo Wadi el-Khashneh até o Jordão, nesse ponto, a aproximadamente 270 m abaixo do nível do mar. Seguindo a margem do rio, percorrer iam mais de um quilômetro para o leste. O ajuntamento dos homens armados seria possível num prazo de seis dias. Marchando a partir de Bezeque durante a noite, Sauí conseguiría chegar a jabes no início da manhã do sétimo dia. Na manhã do sexto dia, Saul tinha um exército em número suficiente para garantir aos anciãos de jabes que eles receberíam ajuda em tempo.
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1Sm.11:11 11. Pela vigília da manhã. Entre os antigos hebreus, a noite era dividida em três vigílias militares. A primeira delas é mencionada em Lamentações 2:19. Gideão e seu exército atacaram os midianitas no início da segunda vigília (Jz 7:19). Foi no período da terceira vigília, ou “vigília cia manhã”, que Moisés estendeu sua vara, e as águas do Mar Vermelho voltaram, submergindo os egípcios que perseguiam os israelitas (Ex 14:24-27). Nesta ocasião, Saul e suas três companhias, depois de marcharem a noite inteira, atacaram os amonitas durante a vigília da manhã, logo antes da aurora, sem que os inimigos suspeitassem, e a batalha continuou até o meio-dia. A derrota foi completa: os adversários não puderam se agrupar nem mesmo em duplas.Muitos dos livramentos providenciais de Deus aconteceram a essa hora do dia. Davi devia estar pensando na libertação no Mar Vermelho quando cantou: “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (SI 30:5). Nas palavras do guarda que respondeu: “Vem a manhã, e também a noite" (Is 21:12), a manhã trouxe alegria aos anciãos de Jabes, mas a noite, a destruição para Naás e seus seguidores. O destino que ele havia planejado para os habitantes da cidade sitiada se voltou contra a própria cabeça, em porção dobrada.Foi nessa hora da manhã que o oponente de Jacó disse: "Deixa-me ir, pois já rompeu o dia” (Gn 32:26). A aurora de um novo dia trouxe consigo consolo e segurança. Foi na vigília da manhã (a quarta, segundo a contagem romana), que Jesus foi até o barco assolado pela tempestade na Galileia e acalmou o coração dos discípulos, perturbado por dúvidas sobre o fato de Cristo ser mesmo o Messias (ver com. de Alt 14:25). Foi na vigília da manhã que o Céu enviou um anjo poderoso, na velocidade do relâmpago, para a sepultura do lado de fora de Jerusalém, a l im de derrubar a guarda ali colocada e exclamar: “Filho de Deus, ressurge! Teu Pai 4e chama” (DTN, 779, 780).Saul não parou para perguntar por que os anciãos de jabes não haviam se apresentado a Samuel quando o novo rei seria escolhido. Não quis saber do passado, a despeito de qual fosse. Aquelas pessoas estavam em necessidade; o Espírito de Deus se apossou de Saul e o constrangeu a ajudá-los. Deus está muito mais interessado na atitude do ser humano depois do erro do que no erro em si. A conduta posterior dos habitantes cie jabes provou que eles haviam passado por genuína mudança de coração (ICr 10:11, 12).
1Sm.11:12 12. Disse o povo a Samuel. Este versículo, juntamente com a declaração de Saul no v. 7, indica que o profeta foi com o novo rei pelo menos até Bezeque e o ajudou a planejar o ataque. E provável que o exército tenha retornado a Bezeque antes de se dispersar, muito feliz pela vitória e pronto para punir todos aqueles que haviam se oposto à unção de Saul. A força militar manifestada nos últimos dias era, para eles, uma maior confirmação do título do que tinha sido a escolha por sortes (ISm 10:19-21) e a unção por Samuel (10:1).
1Sm.11:13 13. Porém Saul disse. Sem esperar pela resposta de Samuel, Saul deu ainda mais provas de que fora transformado em outro homem, ao dizer que avitória pertencia ao Senhor e que nenhum homem deveria ser morto. Se, por causa dos acontecimentos então recentes, o inimigo pudesse se transformar em amigo, a vantagem seria maior do que matá-lo. Falou por intermédio de Saul o mesmo Espírito que se manifestou por meio de Cristo no sermão do monte, na seguinte declaração: "Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem’’ (Mt 5:44, ARC).
1Sm.11:14 Sem comentário para este versículo
1Sm.11:15 15. Gilgal. A localização é incerta. A tradição moderna favorece en-Nitla, cerca de cinco quilômetros a sudeste da Jerico do AT; contudo, é mais provável que corresponda a Khirbet el-Mejier, dois quilômetros a nordeste. De acordo com Josué 15:7, ficava ao norte do vale de Acor, portanto, no território de Benjamim. Durante os seis anos de guerra pela posse da Palestina, foi a sede de Israel. No entanto, depois da conquista da terra, o tabernáculo foi levado para Siló (Js 18:1). Mesmo assim, Gilgal era considerado um local santo. Samuel o visitava em seu itinerário anua! (iSm 7:16). Era um lugarespecial para sacrifícios (ISm 13:8; 15:21; etc.) e, posteriormente, talvez para a prática da idolatria (ver p. 936, 937).Samuel chamou o povo de Israel a esse lugar tão repleto de memórias dos leitos mi lagrosos de Deus, a fim de fortalecer o compromisso com a monarquia. Ali, sem dúvida, ele relembrou o povo do cuidado amoroso e da paciência longânima do Pai celestial durante os séculos passados. Teria sido muito melhor se eles tivessem ficado satisfeitos com o plano de governo original do Senhor. Mas, como desejaram um rei, Deus prometeu derramar Seu Espírito sobre o monarca assim como fizera sobre os juizes. Embora houvessem rejeitado ao Senhor, tiveram muitas evidências de que Deus ainda estava com eles. Ao estabelecer a sucessão governamental por hereditariedade, Israel estava abrindo as portas para muitos problemas e perigos que não enfrentavam sob o governo dos juizes. No entanto, por meio de Samuel, Deus afirmou Seu amor e Sua dedicação eterna e prometeu cercar os israelitas com a mesma proteção solícita que eles receberam durante os séculos passados.Capítulo 12I Samuel testifica de sua integridade. 6 Ele reprova a ingratidão do povo. 16 Ele os aterroriza com trovoadas no período de colheitas 20 e os conforta com a misericórdia de Deus.diante de vós desde a minha mocidade até ao dia de hoje.aceitei suborno para encobrir com ele os meus olhos? E vo-lo restituirei.Deus, tanto vós como o vosso rei que governa sobre vós, bem será.L Eis que ouví. O reino de Deus se baseia no princípio da liberdade de escolha. O fato de o Senhor conhecer o fim desde o princípio não limita, de maneira alguma, as decisões tomadas pelo ser humano (ver Ld. 178). Deus revelou aos israelitas, antes da entrada na Palestina, que chegaria o momento em que eles pediríam um rei ( Dt 17:14). Nisso, Ele não estava expressando Sua vontade, mas tão somente mostrando o rumo que os acontecimentos tomariam.Em tudo quanto me dissestes. Deus concedeu ao povo um rei que correspondia a seus ideais, pelo menos no que dizia respeito à aparência, e também parecia corresponder aos padrões espirituais desejados pelo Senhor. Durante os meses anteriores, Saul dera indícios de que era guiado pelo Espírito de Deus. Era calmo na conduta, paciente com os inimigos, humilde perante o Senhor, obediente aos conselhos do profeta, enérgico na guerra, decidido em emergências e disposto a se sacrificar.Sobre vós um rei. Se Deus houvesse permitido que Israel realizasse uma eleição, sem dúvida as aspirações políticas das tribos maiores teria resultado em confusão e ressentida divisão. Por meio do lançamento de sortes, foi escolhido alguém da menor dentre as tribos. O povo deveria perceber a necessidade contínua da orientação divina. Embora tivessem um rei de acordo com seu desejo, os israelitas precisavam se lembrar de que não era por força, nem por poder que fariam progresso, mas pelo Espírito de Deus (ver Zc 4:6). Eles deveríam ter permanecido dispostos a seguir o juiz Samuel, que os conduzira durante muitas crises ao longo das décadas de sua liderança. Entretanto, uma vez que a decisão pelo regime de governo monárquico foi confirmada de maneira irrevogável, Samuel procurou deixar claro que o líder sé) consegue andar segundo a disposição do povo em segui-lo, e que suas ações são condicionadas pela escolha voluntária dossúditos. Embora pressentisse perigos incontáveis à frente, não tinha ressentimentos em seu coração, não abandonou os israelitas nem os deixou à própria mercê.
1Sm.12:1 "1. Eis que ouví. O reino de Deus se baseia no princípio da liberdade de escolha. O fato de o Senhor conhecer o fim desde o princípio não limita, de maneira alguma, as decisões tomadas pelo ser humano (ver Ld. 178). Deus revelou aos israelitas, antes da entrada na Palestina, que chegaria o momento em que eles pediríam um rei ( Dt 17:14). Nisso, Ele não estava expressando Sua vontade, mas tão somente mostrando o rumo que os acontecimentos tomariam. Em tudo quanto me dissestes. Deus concedeu ao povo um rei que correspondia a seus ideais, pelo menos no que dizia respeito à aparência, e também parecia corresponder aos padrões espirituais desejados pelo Senhor. Durante os meses anteriores, Saul dera indícios de que era guiado pelo Espírito de Deus. Era calmo na conduta, paciente com os inimigos, humilde perante o Senhor, obediente aos conselhos do profeta, enérgico na guerra, decidido em emergências e disposto a se sacrificar. Sobre vós um rei. Se Deus houvesse permitido que Israel realizasse uma eleição, sem dúvida as aspirações políticas das tribos maiores teria resultado em confusão e ressentida divisão. Por meio do lançamento de sortes, foi escolhido alguém da menor dentre as tribos. O povo deveria perceber a necessidade contínua da orientação divina. Embora tivessem um rei de acordo com seu desejo, os israelitas precisavam se lembrar de que não era por força, nem por poder que fariam progresso, mas pelo Espírito de Deus (ver Zc 4:6). Eles deveríam ter permanecido dispostos a seguir o juiz Samuel, que os conduzira durante muitas crises ao longo das décadas de sua liderança. Entretanto, uma vez que a decisão pelo regime de governo monárquico foi confirmada de maneira irrevogável, Samuel procurou deixar claro que o líder sé) consegue andar segundo a disposição do povo em segui-lo, e que suas ações são condicionadas pela escolha voluntária dos súditos. Embora pressentisse perigos incontáveis à frente, não tinha ressentimentos em seu coração, não abandonou os israelitas nem os deixou à própria mercê."
1Sm.12:2 Sem comentário para este versículo
1Sm.12:3 3. Eis-me aqui. O idoso profeta não era egocêntrico. Procurou levar o povo, que estava muito animado pelas vitórias então recentes e feliz por causa da nomeação do rei, a fazer uma calma recordação da atuação de Deus no passado e a examinar as perspectivas quanto ao futuro. Com o estabelecimento da monarquia, os serviços de Samuel como juiz não seriam mais necessários. O rei se cercaria de homens de guerra (ISm 14:52), e a influência moral de Samuel seria obscure- cida pela força física sob o comando de Saul. Ainda assim, Samuel podería continuar a ser o porta-voz de Deus, o canal por meio de quem o Espírito Santo dirigiría o povo.Era um momento de crise para Samuel. Ele sentia que, em grande medida, o grau de persuasão da mensagem que estava prestes a apresentar dependia de sua integridade de caráter. Caso contrário, seu conselho teria pouco peso. Os israelitas o conheciam desde seu nascimento; sabiam de sua obra profética; eram testemunha de sua conduta como profeta e juiz; conheciam seu caráter exemplar; estavam, pessoalmente familiarizados com a justiça e imparcialidade de suas decisões judiciais; prontamente admitiram que Samuel nunca se enriquecera com seu ofício; e tinham convicção de que seu único objetivo era cumprir as ordens de Deus para o bem-estar do povo.A vida de Samuel mostra, de maneira clara, que o caráter, assim como uma planta, cresce gradualmente. Desde a infância, o espírito de consagração controlava suas faculdades. Assim como a seiva fornece os elementos necessários ao crescimento da planta, o Espírito Santo se tornou a força interna e silenciosa que permeava todos os seus pensamentos, sentimentos e ações, até que todas as pessoas eram capazes dever que sua vida seguia o padrão divino. O caráter simétrico de Samuel era resultado de atos individuais de cumprimento do dever, realizados sob a orientação do Espírito Santo. O mesmo se dá hoje. '‘O Espírito de Deus consumirá o pecado em todos quantos se submeterem a Seu poder" (DTN, 107), É completamente possível ser um Samuel hoje, assim como milhares de anos antes de Cristo.
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1Sm.12:6 6. E o Senhor. O Senhor a quem eles invocaram para testemunha era o mesmo que “escolheu" (literalmente, "fez") Moisés e Arao. Fora Ele quem os protegera da vingança do faraó e os tirara da casa da escravidão. No entanto, ao pedir um rei, eles deixaram subentendido não crer que Deus os protegeria dos ataques dos bandos saqueadores das nações vizinhas, mesmo já estando estabelecidos nas próprias cidades e não sendo mais escravos.
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1Sm.12:9 9. Esqueceram-se do Senhor. Cercados por idólatras quando estavam no Egito, e vivendo então entre nações que praticavam as formas mais degradantes de idolatria, Israel achou difícil ser o povo escolhido de Deus e testemunhar, por meio do exemplo, acerca da melhor maneira de enfrentar os complexos problemas da vida. Os estilos de adoração da época eram tão fixos quanto os modernos modos de se vestir. Era necessária muita coragem para resistir à maré da opinião pública, e poucos estavam dispostos a fazê-lo. Muito antes da migração para o Egito, Ló havia pensado que ele e sua família poderiam viver em Sodoma e não ser influenciados pelos costumes predominantes ao redor. Os resultados dessa decisão foram tristes. O Senhor proibiu o povo de fazer aliança com os idólatras nativos. Entretanto, cansados da guerra, os israelitas pensaram ser melhor se associar intimamente aos cananeus. A opressão resultante de Eglom, rei de Moabe (Jz 3:12-14), de Sísera, capitão dos exércitos de Jabim (jz 4:2),dos filisteus (jz 13:1) e de outros foram tristes episódios da história de Israel.
1Sm.12:10 10. Clamaram, A súplica teve duas partes: (1) a confissão da apostasia, por não seguir Aquele que os guiava; e (2) um pedido por livramento, acompanhado da promessa de servir a Deus fiel mente a partir de então. Todavia, o ser humano parece incapaz de aprender com a experiência dos outros. Segue as próprias inclinações até ser tarde demais e, finalmente, em puro desespero, admite a necessidade de auxílio exterior. Pensa ter aprendido a lição e que nunca cairá novamente.Salomão entrou no laboratório da vida e tentou, de todas as maneiras possíveis, encontrar o caminho da felicidade. Contudo, a cada experimento, só descobriu vaidade e tédio (Ec 1:14, 17; 2:11, 15, 17, 23, 26; etc.). Por fim, chegou à conclusão de que o temor do Senhor e a obediência a Seus preceitos são o dever de todo homem (Ec 12:13). Contudo, mesmo com esses exemplos diante de si, as pessoas logo esquecem as conclusões dos sábios até cruzarem a mesma estrada e provarem que o ser humano colhe aquilo que planta.
1Sm.12:11 11. Jerubaal. Outro nome de Gideão, uma lembrança da ocasião em que ele derrubou o altar a Baal (ver Jz 6:25-32).Baraque. Ou, "Bedã" (ARC). Não houve juiz com o nome de "Bedã". A LXX e a versão siríaca, assim como a ARA, trazem “Baraque". A letra d no hebraico se parece com o r, e o n com o k (ver com. de Gn 10:4; 25:15). Outros identificam "Bedã” com "Abdom” (ver Jz 12:13, 15), defendendo que há mais semelhança entre os dois nomes no hebraico do que entre “Bedã" e “Baraque".Jefté. O campeão de Israel quando os filhos deAmom fizeram a primeira tentativa de retomar a terra de Gileade (jz 11). Jefté disse aos amonitas que dependia do poder de Deus para proteger Israel na posse da terra (Jz 11:24). Sua vitória sobre esses inimigos foi tão completa quanto a de Saul,Samuel. A versão siríaca e o texto bizantino, revisões da LXX, trazem “Sansão” em vez de “Samuel”, talvez por pensar que Samuel fosse modesto demais para citar o próprio nome. Outros eruditos pensam que “Samuel” foi acrescentado na margem por um escriba posterior e, finalmente, inserido no texto. Contudo, enquanto o nome hebraico “Baraque ’ poderia ser facilmente confundido por “Beda”, ou, ainda mais provável, “Abdom” por “Bedã”, por causa da similaridade das letras, “Sansão" nunca seria trocado por “Samuel”, pois as letras são bem diferentes.
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1Sm.12:14 14. Se temerdes ao Senhor. Fora de si pela alegria da vitória, os israelitas coroaram Saul, sem pensar no futuro nem na liderança protetora de Deus no passado. Assim como Adão, por livre escolha, optou por um estilo de vida contrário à vontade divina, Israel lançou as bases daquilo que afetaria a vida subsequente de toda a nação. O Senhor, porém, garantiu ao povo que o guiaria, caso reconhecesse que dependia dEle, aceitasse Seu conselho e seguisse Suas ordens.
1Sm.12:15 15. Se, porém, não derdes ouvidos. Israel havia se rebelado contra Deus, ao pedir um rei. O povo se rebelara muitas vezes no passado, mas, em todas as ocasiões que clamou ao Senhor, a ajuda foi imediata.A mão do Senhor. Os israelitas não podiam dizer que a mão de Deus fora contra eles, pois o Senhor os protegera e salvara em repetidas circunstâncias, embora, em egoísmo e loucura, eles tivessem se afastado dEle vez após vez. Deus tentou levá-los a responder voluntariamente a Seu amor. De que outra maneira poderíam aprender que nenhum povo é salvo como nação, mas que cada indivíduo deve decidir por s:i só a despeito do ambiente em que vive?
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1Sm.12:17 17. Trovões e chuva. Deus não poderia dar evidência mais impressionante do que chuva na época da colheita do trigo (maioou junho, ver p. 92, 94). Chuva nessa época era surpreendente. Na Palestina, as chuvas de primavera costumam cessar antes da Páscoa, e a estação seca se inicia imediatamente. Volta a chover no outono, antes do plantio do trigo e da cevada.Sabereis e vereis. Os israelitas deveríam saber e ver duas coisas: (l) que haviam pecado diante do Senhor, ao pedir um rei, e (2) que Deus os amava e nunca os abandonaria. Naquele dia, eles acrescentaram outra lembrança às muitas evidências que já possuíam: de que o pródigo, quando volta, é mais do que bem-vindo á casa do Pai.
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1Sm.12:20 20. De todo o vosso coração. Servir a Deus é uma forma voluntária de serviço, que resulta do amor. As pessoas fazem por amor aquilo que não fariam de outra forma. Samuel amava a Deus e seu serviço era como o de um servo que se agrada em estar com seu senhor. A medida que o povo testemunhava a proximidade entre Samuel e o Senhor, a observação tendia a criar o mesmo desejo em seu coração.
1Sm.12:21 21. Não vos desvieis. O amor verdadeiro não é estático, mas progressivo. Deus estava pronto a revelar Seu amor contínuo pelos israelitas e Se entristecia quando eles se tornavam egocêntricos e ingratos. O Senhor ama o ser humano a todo tempo e o convida a retribuir o amor na forma de serviço dedicado.
1Sm.12:22 Sem comentário para este versículo
1Sm.12:23 23. Antes, vos ensinarei. Samuel garantiu ao povo que não guardava rancor por causa da escolha feita e que dedicaria sua vida a instruí-lo ainda mais nos caminhos de Deus. Embora não tivesse mais responsabilidade pelo governo, sendo que um rei fora nomeado, ainda seria o representante do Senhor na função de profeta. Samuel pressentia os perigos do futuro. Sabia que seria impossível ao ser humano fazer o que é certo, sem a orientação do Espírito de Deus. Começou a se dar conta de que seu fardo de profeta provavelmente seria ainda mais pesado do que antes. Contudo, tinhaa certeza de que ninguém podia apontar o dedo para ele com repreensão, declarando que não permanecera ao lado de Israel em meio a todas as vicissitudes. Ele fora leal à nação como juiz. E, mesmo que os israelitas o tivessem demovido de seu posto, Samuelprovou que seu amor por eles não havia mudado, assim como o de Deus.
1Sm.12:24 24. Vede. Uma das maiores necessidades das pessoas é a de refletir, meditar na infinita bondade de Deus e ver as evidências de Seu cuidado e amor.Capítulo 13I Os escolhidos de Saul. 3 Ele convoca os hehreus em Gilgal para lutar contra os filisteus, cuja guarnição jônatas havia derrotado. 5 O grande exército filisteu.buracos, e pelos penhascos, e pelos túmulos, e pelas cisternas.
1Sm.12:25 Sem comentário para este versículo
1Sm.13:1 1. Um ano reinara Saul. Todos os tradutores e comentaristas concordam que o sentido desta passagem não é claro. Uma tradução literal do texto hebraico disponível seria: “Saul ano|s] de idade quando começou a reinar, e dois anos reinou sobre Israel’' (sobre "ano[s] de idade”, ver o vol. 1, p. 160 e também o com. de Gn 5:32). Desde que a primeira versão da Bíblia foi feita, este texto confunde os tradutores. As primeiras edições da LXX evitaram essa dificuldade por meio da omissão do versículo inteiro. Os targuns parafrasearam da seguinte forma: “Saul era tão inocente quanto uma criança de um ano de idade quando começou a reinar.” A versão siríaca traz: "Quando Saul havia reinado por um ou dois anos.” Assim como as traduções precedentes da passagem, a da ARA é uma paráfrase que expressa não a ideia do texto hebraico disponível hoje, mas aquilo que os tradutores pensaram que o original deveria comunicar. A NTLH assume a primeira omissão: “Saul tinha ... anos de idadequando se tornou rei e governou o povo de Israel dois anos.”Alguns comentaristas concordam que, sem dúvida, este é um exemplo de texto no qual ocorreu uma omissão no processo de cópia, embora ninguém saiba dizer ao certo em que momento ela aconteceu (ver vol. 1, p. xix). Se o texto hebraico atual é resultado de uma omissão, trata-se de uma evidência do cuidado e da consciência dos copistas tardios no trabalho de produzir novos manuscritos, pois não preencheram a lacuna por conta própria. Em vez disso, deixaram a passagem corno estava, embora o significado tenha ficado enigmático.Pouco se ganha fazendo conjecturas; todavia, é possível oferecer uma explicação experimental. A declaração em análise corresponde exatamente à fórmula usada em geral pelos escritores da Bíblia ao registrar a idade de um monarca ao começar a reinar e a duração de seu governo. A fórmula correspondente para Davi está registrada emDe acordo com outra explicação,E razoável compreender que o sentido da passagem é uma tentativa feita por Saul de dominar os filisteus no segundo ano de seu reinado, embora a primeira derrota real (a efetuada por Jônatas e registrada neste texto) tenha ocorrido depois. Caso seja entendido dessa forma, está em harmonia com a tradução e a primeira interpretação mencionada para 1 Samuel 13:1. Caso se conclua que a afirmação de Ellen Wbite de que "não foi senão no segundo ano do reinado de Saul que se fez uma tentativa para submeter os filisteus” (PP, 616) tenha sido baseada na interpretação da KJV deste versículo (semelhante à da ARA), é importante destacar que a declaração era si pode serconsiderada referente à primeira tentativa. Contudo, a despeito da tradução ou da interpretação dada nesta passagem, ainda permanece dúvida quanto ao registro original do texto. Mas, nesta e em outras ocorrências de textos difíceis e enigmáticos, nenhuma questão doutrinária, pertinente à salvação, está envolvida.
1Sm.13:2 Sem comentário para este versículo
1Sm.13:3 3. A guarnição. Do heb. netsiv, "estátua”, "prefeito”, "deputado”, "guarnição” ou “coluna”. Os comentaristas defendem, de modo geral, que o sentido de “prefeito” ou "governador” estaria mais em harmonia comGibeá. Ou, Geba (NTLH, KJV; ver v. 16). Aproximadamente seis quilômetros a nordeste desta Gibeá fica o Wadi Medineh, grande rachadura na superfície da Terra, quase imperceptível mesmo a uma pequena distância de sua beirada. Suas laterais se erguem, formando precipícios intransponíveis, com muitos metros de altura. No lado sudoeste desse desfiladeiro fica Gibeá. A cidade de Micmás fica 2,8 km a nordeste, de frente para o desfiladeiro, num planalto cerca de 200 m mais baixo do que a região em torno de Gibeá ('Tell el-Ful). A terra a leste de Micmás forma pequenas colinas por alguma distância, constituindo uma boa região para a agropecuária, com uma visão clara de quem se aproxima de Jerico. Betei fica cerca de dez quilômetros ao norte e mais de 30 m de altitude acima de Gibeá.Micmás comandava a estrada principal de Jerico e do vale do Jordão para Betei etambém a mais importante rodovia no sentido norte, de Jerusalém a Siquém. Saul posicionou o filho Jônatas e um terço dos soldados armados em Gibeá, enquanto ficou vigiando o acesso a Betei e Gibeá pelo leste, com dois terços do exército. Essa seria a estrada mais provável que os amonitas esco- Iheriam para se vingar de Saul por sua vitória em jabes-Gileade. Ele não previa problemas provenientes do oeste, pois estava em paz com os filisteus (ISm 7:13).Os filisteus. Embora não estivessem em guerra contra Israel, os filisteus mantinham guarnições nos montes, como o que ficava em Geba, a sudoeste de Micmás, de frente para o desfiladeiro e mais de 200 m acima. A palavra netsiv, traduzida por ‘guarnição”, se origina do verbo natsav, “tomar o lugar de alguém”, “ficar posicionado”, a saber, por designação ou na linha do dever. Em Ramá (ver com. de ISm 1:1), não muito longe, havia uma escola de profetas organizada por Samuel. Fica claro que o profeta tentou combater a influência paga dos filisteus, colocando sua escola ali perto, na esperança de atrair o povo de volta à adoração a Yahvveh. Se a influência da escola houvesse permeado a vida dos habitantes de Geba, de uma maneira que levasse os filisteus a ver a verdadeira importância da salvação que vem de Deus, a sangrenta batalha podería ter sido evitada e muitos filisteus quem sabe serviríam ao Senhor, como o siro Naamã fez anos depois (2Rs 5).Ouçam isso os hebreus. O substantivo "hebreus”, usado para se referir ao povo hebreu, ocorre apenas 35 vezes em toda a Bíblia, 31 delas no AT e quatro no NT. Das 31 referências do AT, 16 estão ligadas à permanência de Israel no Egito e cinco a esta guerra contra os filisteus (ISm 13 e 14). Em contrapartida, a palavra “Israel” é usada centenas de vezes nas Escrituras. Surge, portanto, o questionamento de por que ocorre o contraste nessas duas ocasiões. Porém, umfato fica claro: o termo “hebreus” sempre é usado por estrangeiros ou pelos próprios israelitas quando se referem a si mesmos como estrangeiros. Acredita-se hoje, de modo geral, que “hebreus” era o nome comum pelo qual os israelitas eram conhecidos por seus vizinhos (ver com. de Gn 10:21; 14:13). O faraó e seu povo pareciam usar as duas designações intercambiavelmente (ver Ex 1:16; 5:2; 14:5; etc.; ver também com. de ISm 13:7).
1Sm.13:4 4. Saul [...] se fez odioso» O mesmo verbo é usado para descrever o maná que foi armazenado de um dia para o outro (Êx 16:20, 24).Para junto de Saul, em Gilgal. Uma vez que o reino fora confirmado em Gilgal (ISm 11:14, 15), Saul convocou todo o Israel para se reunir lá, em vez de em Gibeá ou Micmás, onde seus preparativos poderíam ser observados pelos filisteus. Estes não teriam dificuldades de chegar a Micmás, marchando pelos vários vales da região. E difícil entender por que Saul não pediu ao povo que reforçasse o exército já posicionado no distrito de Benjamim. Estaria perto da casa de Samuel e do local sagrado de Betei (ver com. de ISm 1:1). As rochas do desfiladeiro em Geba formariam uma excelente fortaleza, e certamente os habitantes daquela região conheciam melhor o campo de defesa do que os filisteus, então sedentos de vingança. Nesse dilema, Sau l parece ter se lembrado de Samuel lhe dizer para ir a Gilgal (ISm 10:8).
1Sm.13:5 5. Trinta mil. O texto bizantino e a versão siríaca traduziram como "três mil”. A diferença entre as palavras hebraicas que designam três e 30 é mínima. E fácil confundir uma com a outra.
1Sm.13:6 6. Esconderam-se. Com a nítida lembrança da derrota anos antes perto de Siló, especialmente na ausência de Samuel, os israelitas se encheram de pânico. A mobilização dos filisteus assustou tanto o povo que Saul não conseguiu manter a ordemDepois de perder a guarnição em Geba, os filistcus acampam em Micmás (F). Saul vai a Gilgal para convocar o exército, mas segue para Geba com apenas 600 homens. Os invasores filisteus perseguem os israelitas em três direções (1, 2, 3), mas Saul guarda a área ao sul. Como filisteus e hebreus acampam em lados opostos dos desfiladeiros em Micmás e Geba, respectivamente, Jônatas c seu escudeiro atravessam o vale (wadí) pelo lado norte, defronte a Micmás e surpreendem os filisteus (F) que fogem apavorados para o oeste, ü exército de Saul os persegue por 32 km até Aijalom. sosno acampamento, e os ânimos se deterioraram com rapidez. A vitória em Jabes poucos meses antes foi esquecida por completo. Também foram esquecidos os sacrifícios e as confissões realizados em tempos então recentes, quando os israelitas se alegraram diante de Deus no mesmo lugar (ISm 11:15). Há grande contraste entre o temor do povo e a té manifesta posteriormente por Eliseu quando seu servo, amedrontado pelas hostes sitias às portas da cidade, teve os olhos abertos e conseguiu contemplar a montanha repleta de exércitos angelicais. Era muito importante, naquele momento de crise, que Saul e os homens esperassem pelo conselho e pela bênção do profeta antes de dar início à batalha.
1Sm.13:7 7. Alguns dos hebreus passaram. Quando Saul fez o chamado às armas, disse: “Ouçam isso os hebreus” (v. 3). No entanto, o v. 7 constata que “os hebreus” fugiram, atravessando o Jordão (a expressão “alguns dos” não figura no texto original), enquanto o v. 6 declara que os homens de Israel se esconderam pelas cavernas "pela região montanhosa de Efraim” (ISm 14:22). O termo “hebreus” é usado repetidamente pelos filisteus para se referir a seus adversários, mas o autor de Samuel parece diferenciar as palavras “Israel” e “hebreus", como, por exemplo, no v. 19, o qual faz menção de que os filisteus controlavam todos os ferreiros, “para que os hebreus não” fizessem “espadas”. Em contrapartida, o mesmo autor diz que “todo o Israel tinha de descer aos filisteus” para amolar suas ferramentas. Entretanto, a LXX traduz a palavra “hebreus”, neste caso, por “escravos” (ver com. do v. 3).
1Sm.13:8 8. Esperou Saul sete dias. Isto não quer dizer necessariamente que Saul já havia aguardado sete dias inteiros e que Samuel só chegou no início do oitavo dia, estando, portanto, uma dia atrasado para seu compromisso. I possível que, ao ver que o profeta não chegara no começo do dia designado(ver PP, 617, 618), Saul tenha assumido a responsabilidade de oferecer o sacrifício. Quando Samuel ungiu Saul para o ofício de rei, instruiu o monarca com respeito a essa ocasião; ele deveria ir a Gilgal e esperar a chegada do profeta (ver ISm 10:8; PP, 617). Samuel, porém, chegou logo depois do horário marcado para o sacrifício, ocasião em que descobriu o ato de desobediência de Saul (ISm 13:10).
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1Sm.13:11 11.0 povo se ia espalhando. Quando predisse que Israel pediria um rei, Moisés advertiu que o monarca não deveria multiplicar “para si cavalos”, ou seja, confiar em equipamentos materiais para sua proteção (Dt 17:16; ver ls 31:3). Pelo contrário, o rei, por ser o líder da nação e um exemplo para o povo, deveria obter uma cópia da lei, se tornar um estudioso diligente das ordenanças e obedecer às instruções ali registradas.Entretanto, Saul, pensando nos equipamentos militares dos povos vizinhos de Israel, juntamente com os soldados, passou a considerar a segurança e o sucesso como elementos separados da simples fé e confiança em Deus. Com esse conceito em mente, não conseguiu inspirar em seus homens a coragem que resulta da fé no Senhor. Sem coragem e sem armas das quais depender, seus soldados — com urna visão mais clara que a do próprio Saul - não conseguiam ver motivo para contar com a vitória. As perspectivas pareciam desprovidas de qualquer esperança. Portanto, na primeira insinuação de perigo real, a maior parte do exército de Saul desertou. Temendo pela própria segurança, eles deixaram o rei com apenas 600 homens em Gilgal. Seus espias haviam levado informações sobre a concentração dos inimigos a 18 km de distância, em Micmás, e Saul temeu não só pela nação, mas também pela própria vida.Saul perdera a confiança e o respeito de seu exército. A cada dia, mais e mais de seus homens desertavam. Ele perdeucompletamente a coragem. Sua popularidade estava caindo rapidamente. Ele parecia pronto a colocar toda a culpa da situação em Samuel, que não aparecera. Saul se sentiu aflito por Samuel não estar presente. Com esse espírito, não pediu desculpas ao se encontrar com o profeta, mas passou a se justificar. Houve um grande contraste com o espírito com que ele se prepara para o ataque aos amonitas.
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1Sm.13:13 13. Procedeste nesciamente. Samuel se referiu ao fato de Saul permitir que os sentimentos assumissem o controle, em lugar da confiança em Deus, baseada nas providências passadas. Se o Senhor estiver contigo, quem será contra ti? (ct. Rm 8:31). O mesmo que Gideão tez com 300 dentre 32 mil homens, Saul certamente poderia realizar com 600, de três mil. Porém, caso ele se recusasse a confiar nas promessas divinas e na palavra do profeta e manifestasse atitude de descrença e hesitação num momento de crise, como poderia Deus continuar ao lado dele? Se Saul houvesse se mostrado disposto a humilhar o coração, a história de Israel poderia ter sido diferente.
1Sm.13:14 14. Teu reino. Saul não deu a desculpa de que não havia compreendido as instruções de Samuel, ou de que estas não foram explicadas com clareza. Pelo contrário, admitiu abertamente a violação deliberada das instruções do profeta em favor da própria vontade. O posicionamento de Saul se compara com o de Adão no jardim do Éden e contrasta com o de Cristo no monte da tentação. Antes de ir para o deserto ser tentado pelo diabo, Jesus recebeu a certeza de que era o Filho amado de Deus. Seis semanas depois, faminto e sem saber o que encontraria à frente, esperou com paciência pela direção divina. Quando Ele parecia abandonado, desgastado e fatigado pela pressão mental, Satanás fez todas as tentativas de abalar a confiança de Cristo na Palavra de Deus. Contudo, naquilo em que Adão falhoue que Saul escolheu o caminho decadente, Jesus foi vitorioso.A repreensão de Samuel foi proferida com o objetivo de despertar contrição e humildade, mas foi em vão. A própria presença do profeta deveria ter evocado lembranças da solicitude e do interesse altruísta de Samuel no passado então recente. No entanto, tudo isso fora esquecido. Saul tentou se justificar, colocando a culpa em Samuel. Assim como ocorreu com Saul, acontece a pessoas em todas as eras. Quando os problemas pressionam, o medo do perigo iminente suprime o raciocínio sensato e induz a uma impaciência nervosa para resolver a questão de uma vez. Com tanto estresse, a razão l ica cega ao dever e coloca, em seu lugar, uma condenação crítica dos outros e a violenta determinação de justificar a ação escolhida. A confiança no cuidado protetor e na orientação de Deus abre caminho para a descrença cínica e, por fim, à rebelião.
1Sm.13:15 15. Gibeá. Do heb. gib‘ah (ver com. do v. 16).
1Sm.13:16 16. Geba. A ARC traz “Gibeá”, mas o hebraico menciona Geba, não Gibeá como no v. 15. Geba ficava bem em frente ao desfiladeiro, a partir de Micmás (ver iSm 14:4, 5; Geba, não Gibeá, se encontra no original do v. 5). É provável que a contusão na tradução tenha surgido da opinião de que Geba e Gibeá eram apenas variações da grafia do mesmo lugar, como ainda mostram os mapas mais antigos. É verdade que Geba, às vezes, é chamada de Gibeá, mas parece que existiam clois lugares distintos (ver com. de ISm 14:16). Uma vez que escavações arqueológicas, aliadas a outras informações bíblicas, permitiram localizar corretamente a fortaleza de Saul em Tell el-Ful, cinco quilômetros a sudoeste de Geba e bem ao norte de Jerusalém (ver vol. 1, p. 103-104), então Jônatas não foi para lá, mas evidentemente ficou em Geba, em frente a Micmás, como a passagem sugere, depois de derrotar oslilisteus (v. 3). Saul deve ter se unido a ele depois de voltar de Gilgal.
1Sm.13:17 17. Três tropas. Ofra devia estar localizada onde as duas estradas principais se encontravam, a noroeste de jericó. A região de Suai (literalmente, “terra dos chacais") provavelmente designava as montanhas cavernosas da região a leste de Ofra, na qual os cumes tinham uma acentuada queda de altitude desde a região montanhosa de Eíraim até o Jordão. Essa terra é repleta de cavernas calcárias, que formam exce- 1 e n t e s e s c o n d e r i j o s.
1Sm.13:18 18. Bete-Horom. A Bete-Horom de cima e a Bete-Horom de baixo ficam 15 e 18 km, respectivamente, a oeste de Micmás, perto da fronteira de Efraim e Benjamim, onde as montanhas sofrem uma queda abrupta, até formar a Sefelá. Zeboim ficava perto de Anatote e de outras cidades ao sul de Micmás, na direção do deserto de Judá (ver Ne 11:34), A batalha de Micmás mostra, de forma clara, que os Lilisteus não avançaram para Gilgal; mas, por meio de movimentos nas extremidades norte, oeste e sul, tentaram eliminar os reforços dos homens de Saul, pensando que estes estavam escondidos nas cavernas a leste de Micmás.
1Sm.13:19 19. Nem um ferreiro. Parece que, por um tempo, os lilisteus praticavam o monopólio da produção de materiais de ferro e talvez de outros metais em Canaã. Naquela época, o ferro usado na Palestina vinha da Asia Menor e era importado pelas cidades litorâneas. Portanto, era relativamente fácil para eles colocar em prática aquilo que, do ponto de vista deles, era uma política sábia para manter os hebreus desarmados.
1Sm.13:20 20. Arado. Ou, “charrua”.Enxada. Ou, “picareta".Foice. Ou, “foicinha”.
1Sm.13:21 21. Tinham [...] limas adentadas (ARC). O texto deve ser traduzido, porém, como “dois terços de um sicIo” (ARA; ver vol. 1, p. 142), o que equivaliam a 7,6 g.Das relhas e das enxadas. O hebraico diz “dos arados e das enxadas ’.Um terço de um siclo. Ou, “forqui- nhas de três dentes” (ARC). Do heb. lishelosh qilleshon. Não se sabe ao certo o significado desta expressão. Lishelosh vem de shalosh, que significa “dividir em três partes"; o termo é composto de duas palavras: le, “para”, e shelosh, uma “terceira parte”. Qilleshon não é usado em nenhum outro lugar do AP e seu significado é duvidoso. A tradução “for- quinhas de três dentes'' é apenas uma conjectura, baseada parcial mente numa palavra aramaica semelhante que significa "ser fino”, e no termo precedente, lishelosh, o qual parece sugerir que o objeto “fino ’, qualquer que fosse, era “dividido em três partes”. A tradução hebraica moderna cie Alexander Harkavy também verte a expressão como “torquinhas de três dentes”, apoiando a ARC.Já a ARA traduz lishelosh qilleshon por “um terço de um siclo”. Mas, assim como a tradução da .ARC e de outras, isso também é urna conjectura, provavelmente baseada fia transposição de letras da palavra qilleshon, formando shequel, “siclo”, em vez de qilleshon (on seria o diminutivo).A tradução “forquinhas" é questionável porque essas ferramentas, na época, assim como nos dias de hoje, em muitos lugares do Oriente onde ainda se usam utensílios primitivos, eram de madeira, não de metal. Os israelitas não levariam forquinhas de madeira para os Lilisteus amolarem (ver v. 19-21). Se lishelosh qilleshon fosse uma ferramenta, ela deveria ser feita por um "ferreiro" (v. 19). Levando-se em conta que os dois terços de um siclo eram uma unidade monetária, a tradução “um terço de um siclo”, adotada pela ARA, se torna mais preferível, embora não seja conclusiva (ver vol. 1, p. 142).
1Sm.13:22 22. Nem espada, nem lança. Após anos sofrendo opressão por parte dos filis- teus, Saul e Jônatas eram os únicos israelitas que possuíam armas de metal. Os soldadoscomuns tinham flechas e fundas, equipamentos poderosos nas mãos de pessoas hábeis (ver jz 20:16), mas não estavam aptos a competir no combate direto contra as armas de ferro dos filisteus. Este versículo revela duas coisas: (1) a batalha ocorreu antes de Israel estar hem organizado, provavelmente no início do reinado de Saul, e (2) a falta de equipamentos deixou evidente, para osdois lados, que Deus interveio a favor de Seu povo. Saul poderia se rebelar e, por causa disso, fazer muitas coisas tolas; mas o Senhor ainda atuava em prol de Israel encorajando os soldados a se unirem a Seu reino e a depositarem confiança nEle. Saul se recusou a ir aonde Deus mandava, mas jônatas estava pronto e cheio de disposição para realizar o que seu pai deveria ter feito.Capítulo 14I Jônatas, sem avisar o pai, o sacerdote e o povo, sobe e derrota milagrosamente a guarnição dos filisteus. ISO terror divino leva os filisteus a atacarem-se uns aos outros. 17 Saul, sem dar ouvidos à resposta do sacerdote, sai contra o inimigo. 21 Os hebreus cativos e os israelitas escondidos se unem à batalha. 24 O voto insensato de Saul dificulta a vitória. 32 Ele impede o povo de comer sangue. 35 Constrói um altar. 36 A sorte recai sobre jônatas, que é salvo pelo povo. 47 A força e a família de Saul.
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1Sm.14:1 1. Não o fez saber a seu pai. Jônatas surge pela primeira vez na narrativa no cap. 13, quando recebeu a responsabilidade de comandar um terço da guarda nacional localizada em Gibeá. Saul, com os outros dois terços, acampou no nordeste, em Micmás. Quando os filisteus chegaram para se vingar da derrota de sua guarnição em Gibeá, efetuada por Jônatas, Saul se retirou para Gilgal. jônatas parece ter ficado em Geba, e os filisteus ocuparam Micmás (ISm 13:16). O texto não é claro em dizer se Samuel voltou para Ramá ou se permaneceu em Gibeá(v. 15). É certo, porém, conforme a narrativa se desenvolve neste capítulo, que Deus estava tentando convencer os israelitas da necessidade de depender estritamente d Ele. O sigilo de jônatas é uma evidência clara de sua fé no Senhor, a despeito da rejeição de Saul em Gilgal. Aquilo que poderia ser classificado como imprudência se transformou em forte evidência da atuação da providência divina. Deus usou todas as proxas materiais possíveis para convencer u m po\o ignorante de Sua fidelidade e mostrou que todas as coisas são possíveis para aquelescujo coração anseia por livramento da escravidão do pecado.
1Sm.14:2 Sem comentário para este versículo
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1Sm.14:4 4. Entre os desfiladeiros, josefo escreve: “Agora o acampamento inimigo estava sobre um precipício que tinha três cumes, os quais terminavam numa extremidade pequena, mas brusca e alongada. Ao mesmo tempo, havia uma rocha que os cercava, como linhas feitas para impedir ataques de um adversário’’ (Antiguidades, vi.6.2). Os que já visitaram o local, do lado norte do desfiladeiro, dizem que os moradores ainda se referem a ele como “o forte ”. Esse penhasco tinha o nome de Bozez, que pode significar “branco”’ ou “brilhante”, contudo, mais provavelmente, “macio” ou “tenro”. Na face sul do desfiladeiro fica outro penhasco de altura semelhante chamado “Sené”, "espinheiro”, bem mais fácil de se escalar do que o localizado do lado norte. As informações topográficas desta passagem da Bíblia, segundo se acredita, foram usadas pelo general britânico Edmund Allenby [líder da campanha que tornou a Palestina um protetorado britânico, precursor do estado de IsraelJ, ao tomar Micmás dos turcos, em 1917.
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1Sm.14:6 6. O Senhor nos ajudará. Jônatas dependia muito mais do poder ilimitado de Deus do que de sua armadura. Ele simplesmente usou o que tinha em mãos, e o Senhor abençoou sua confiante dependência do Céu. Mesmo quando o rei havia se afastado do caminho da obediência, Deus se propôs a provar para todo o Israel que a salvação depende de escolhas e ações individuais, não de um movimento em massa. A situação teria sido trágica caso o Senhor tivesse rejeitado todo o povo quando Saul escolheu não obedecer.
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1Sm.14:10 10. Se disserem. Gicleão havia pedido um sinal quase impossível, humanamente falando, ao sugerir que o orvalho caísse na terra, mas não na lã (Jz 6:39). De maneira semelhante, Jônatas transformou o chamadodos inimigos em um sinal de que Deus lutaria em favor deles. Escalar as paredes perpendiculares do penhasco setentrional era um feito aparentemente impossível, especialmente, com uma armadura. O Senhor fica honrado quando seres humanos esperam grandes coisas d Ele e procuram fazer grandes coisas por Ele.
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1Sm.14:13 13. Trepou Jônatas. Josefo acredita que o sol havia acabado de nascer quando Jônatas e seu escudeiro se aproximaram do acampamento filisteu. Chegaram lá quando a maior parte dos homens ainda estava dormindo (Antiguidades, vi.6.2). A narrativa do v. 14 confirma a idéia de que era o início da manhã (ver v. 15, 16, 20, 23, 24-28, 30, 31, 45). Não se sabe se os dois israelitas esperaram até a noite para fazer a subida, ou se só levaram poucos minutos para escalar. E evidente que tomaram a fortaleza de surpresa, pois grande confusão se espalhou por entre a guarnição dos filisteus.
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1Sm.14:15 15. Um terror de Deus. Literalmente, “um tremor de Deus [elohim]”. A palavra elohim, neste texto, se refere à intensidade do tremor e reflete o espanto e a confusão que prevaleceram. (3 termo 'elohim é usado, às vezes, como superlativo (ver com. de Gn 23:6; 30:8). O tremor de terra foi, com certeza, uma intervenção divina (ver PP, 623). O Senhor Se manifestou muitas vezes por meio das forças da natureza, como no Mar Vermelho (Êx 14:21-28), no vale de Aijalom (Js 10:11-14) e em Ebenézer, onde os filisteus foram derrotados (lSm 7:10).
1Sm.14:16 16. Gíbeá de Benjamim. Gibeá e Geba, respectivamente, formas feminina e masculina de uma palavra que significa “monte” ou “altura”, eram cidades de Benjamim (Js 18:24, 28; lSm 13:16). Parece que as formas feminina e masculina do nome eram, às vezes, usadas de maneira intercalada. A distinção entre os dois lugares fica clara em Isaías 10:29, em que são mencionadas na ordem em que um viajante proveniente do norte as alcançaria.Uma vila com o nome dejeba existe hoje no antigo local, 2,2 km a sudoeste de Micmás e cerca de dez a nordeste de Jerusalém. A moderna vila de Tell el-Fitl costuma ser identificada com a Gibeá de Saul, 5,6 km ao norte de Jerusalém. Escavações realizadas ali mostraram o que se acredita ter sido o palácio de Saul (ver p. 56, 57; vol. 1, p. 103- 104). A “Gibeá’’ de 1 Samuel 14:16 é Geba, em frente ao desfiladeiro de Micmás (ver v. 5; PP, 622), não a Gibeá que era a cidade natal de Saul, caso esta esteja corretamente identificada com Tell el-Ful (ver com. ISm 13:2, 3). De Gibeá de Saul, sete quilômetros a sudoeste de Micmás, com duas cordilheiras entre os locais, teria sido pouco provável conseguir observar o que estava se passando em Micmás, mas de Geba, bem do outro lado do desfiladeiro, seria relativamente fácil.
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1Sm.14:21 21. Hebreus. Ver com. de ISm 13:3.
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1Sm.14:23 23. Livrou o Senhor a Israel. Este é um exemplo notável do poder de Deus em cooperação com o esforço humano. Jônatas almejava por livramento das incursões dos filisteus. Os acontecimentos do dia não deixaram dúvida de que essa aspiração provinha do Espírito Santo. Jônatas percebeu o ataque impulsivo de depressão que afligia seu pai, mas isso só lhe inspirou mais confiança no Governante divino, que pusera Saul em primeiro lugar. A cada passo a frente, Jônatas sentia uma corrente de poder, nascida da fé, que o encorajava a prosseguir. Naquele dia, ele comprovou que Yahweh é o Deus que guarda a aliança, Aquele capaz de transformar a ira dos homens em louvor a Si.Grande significado se concentra nas palavras “Livrou o Senhor a Israel’’. A força e coragem do jovem guerreiro, o companheirismo e o apoio leal do escudeiro, o atrevimento das sentinelas do penhasco, o tempo preciso da ofensiva, o pânico criado pelo ataque surpresa, o terremoto, a fuga do exército confuso, a libertação dos escravos que estimulados pela façanha de Jônatas criaram coragem de se rebelar contra seus captores, o retorno de um rei e de seu exército antes humilhados por seus inimigos, tudo aponta para a mão divina em ação. Por fim, todos pareciam ansiosos por demonstrar avidez em tornar completa a derrota dos adversários.Bete-Áven. Este nome provavelmente significa “a casa dos ídolos’’, ou talvez “a casa do vazio”. Pensa-se que se referia a uma localidade na região ao norte de Micmás e ao leste de Betei. O caminho direto para a terra dos filisteus era pelo oeste, mas sua confusão foi tão evidente que fugiram para todas as direções.
1Sm.14:24 24. Saul conjurara o povo. Fica claro que Saul estava tentando se preservar. Ele não mais considerava que a vitória vinha do Senhor (ver ISm 11:13), mas somente que precisava se vingar de “seus” inimigos.Esta foi a segunda ocasião no mesmo dia em que ele deixou de buscar o conselho de Deus. Então, forçou sua vontade ao povo, assim como o fizera antes com o sacerdote (ISm 14:19). Talvez ainda estivesse ressentido pela repreensão de Samuel em Gilgal. A presença do sacerdote Aías como conselheiro (v. 3) sugere que o profeta havia retornado para Ramá, em vez de permanecer com Saul em Gibeá (ISm 13:15).Jônatas era muito cuidadoso em ouvir as palavras de Deus, ao contrário do pai. E provável que isso fosse resultado direto da influência de Samuel (ver PP, 623). Pode ser que u ma palavra anterior de ânimo da parte do profeta o tenha inspirado a empreender o ousado leito. Assim como Saul fora advertido quanto à experiência em Gilgal, meses antes (ISm 10:8; 13:8), uma mensagem semelhante de Samuel pode ter preparado o filho do rei para fazer sua parte nos acontecimentos daquele d.ia memorável. De qualquer maneira, jônatas foi humilde, assim como seu pai no início, ao aguardar a orientação divina, segui-la e voluntariamente atribuir a Deus o crédito pelos resultados (ISm 14:10, 12). A exigência arbitrária e radical de Saul por um dia de jejum é um agudo contraste com a fiel obediência do povo a suas instruções, independentemente dos desejos e necessidades pessoais.A humildade de Saul se fora para sempre e, em seu lugar, surgiu um falso zelo, um orgulho secreto e um abuso de autoridade que crescería ao longo dos anos até ele tirar a própria vida. Assim como Judas, Saul foi bem por um tempo. Se tivesse morrido antes de convocar Israel em Gilgal, teria sido considerado digno do mais alto lugar da lista de honra dos reis. Contudo, naquela ocasião, traiu seu sagrado encargo, mas foi-lhe permitido que continuasse a viver para que todos vissem os frutos de suas decisões equivocadas.
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1Sm.14:29 29. Meu pai turbou. Ao ficar sabendo da ordem radical do pai, jônatas logo reconheceu o problema imposto sobre o exércitoe não hesitou em deixar o povo saber que não concordava com aquelas restrições. Isso é de grande interesse, levando em conta as repetidas declarações sobre a devoção inquestionável dos soldados. O hebraico deixa subentendido que Saul fez o povo jurar. Depois disso, é claro que as pessoas se sentiam obrigadas a cumprir o voto, enquanto Jônatas, por não tê-lo feito, não se encontrava sob a mesma obrigação pessoal.A terra. Isto é, o povo (ver v. 25).
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1Sm.14:31 31. De Micmás até Aijalom. Uma distância de 21 km pelo elevado planalto montanhoso da Palestina central e pela região ondulada da Sefelá, 300 m mais baixa do que Micmás, por entre cânions como o Wadi Selmcm. O caminho mais direto de Lida para Micmás passava pelo Wadi Selmcm depois de atravessar a estrada norte para Siquém, oito quilômetros ao norte de Jerusalém. Uma caminhada normal por um terreno como esse, entre Micmás e Aijalom, seria considerada a jornada de um dia inteiro. O contexto sugere que o ataque de jônatas ocorreu bem no início da manhã (ver com. do v, 13). Se esse for o caso, Israel perseguiu o inimigo durante todo o dia, mal parando para pegar os espólios, que, nesse caso, deviam ser muitos. Os filisteus haviam reunido grande número de carros e cavalos em Micmás. Além disso, havia lanças, escudos, alimentos e vários outros suprimentos que um exército deve carregar. A realização militar dos homens de Saul já seria uma grande tarefa para um exército bem alimentado, muito mais para o bando faminto de homens do campo indisciplinados que ele liderava. Que lição essa experiência podería ter sido para Saul, ainda amargando a repreensão e o zelo apenas pela própria reputação. Assim que colocou os pés na areia movediça do orgulho, cada tentativa frágil e indecisa de sair só o levava a afundar cada vez mais.
1Sm.14:32 32. Lançando-se ao despojo. Era noite, e o povo estava liberado do voto (verv. 24). Famintos, mataram bois e bezerros; na pressa, negligenciaram a maneira correta de eliminar o sangue (Lv 17:10-14).
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1Sm.14:34 34. Cada um me traga. Assim como os fariseus nos dias de Cristo, Saul era meticuloso na observância das formalidades externas, embora ele mesmo estivesse deixando de lado questões bem mais importantes. O povo, mais uma vez, foi leal à ordem do rei. O pecado tira a visão espiritual. O registro seria diferente se Saul houvesse refletido por alguns instantes sobre até que ponto as transgressões do povo se deviam a seu pecado. Deus dá muitas oportunidades à pessoa que escolhe rejeitar o conselho divino, mas volta atrás e busca Sua face em humildade, No entanto, é difícil para a mente cega pelo pecado aceitar tais oportunidades e fazer como o filho pródigo: voltar para a casa do Pai.
1Sm.14:35 35. Este foi o primeiro altar. Literalmente, "começou a construir um altar”. Alguns pensam que Saul começou a construir uni altar, mas não terminou; outros acreditam que este foi o primeiro altar que ele construiu. Os tradutores evidentemente aceitaram a última interpretação, vertendo hechel por "o primeiro”, em vez de "começou", pensando que esta forma se conformaria melhor ao hebraico idiomático. Contudo, trata-se do único caso no AT em que hechel é traduzido desta maneira.
1Sm.14:36 36. Faze tudo o que bem te parecer. Ao perceber que uma grande oportunidade estava ficando para trás, Saul propôs que, depois de comer, eles continuassem durante a noite. Esse tipo de estratégia não era inédito. Saul realizara uma marcha noturna de Bezeque para Jabes-Gilcadc a tim de livrara cidade do amonita Naás (lSm 11:11). Gicleão seguiu o mesmo procedimento em sua campanha contra os midianitas (Jz 7:19- 23). O povo logo concordou com a proposta de Saul, mas o sacerdote Aías sugeriu que se perguntasse ao Senhor. Fica claro que elepercebeu o erro do rei ao não buscar o conselho divino anteriormente (lSm 14:18, 19).
1Sm.14:37 Sem comentário para este versículo
1Sm.14:38 Sem comentário para este versículo
1Sm.14:39 39. Ainda que com meu filho. Por que Saul não disse: ‘‘Ainda que com o rei esteja a culpa”? Ter ia alguém contado a Saul que Jônatas se alimentara? O silêncio do Senhor indicava Sua desaprovação, e o monarca decidiu que havia pecado no acampamento. O povo demonstrara sua lealdade vez após vez ao longo do dia, e a consciência de Saul, sem dúvida, apontava um dedo acusador para o próprio coração. Contudo, talvez na tentativa de encobrir sua sensação de culpa, ele praticamente acusou o filho, que, pela força de Deus, havia conquistado grande vitória. Assim como havia sugerido em Gilgal que a culpa não era dele, mas do Senhor, mais uma vez deixava subentendido que, por ser rei, estava Livre da culpa. E provável que ele sentisse que o povo não era culpado; portanto, o único que poderia estar errado era seu filho. De igual modo, os líderes dos dias de Cristo achavam que estavam acima de qualquer censura e decidiram que o grande Herói de nossa salvação deveria suportar a calamidade de toda a nação. Espantados sem medida pela violência radical de Saul, os soldados de Israel não lhe disseram uma só palavra. Deus estava em silêncio e o povo também; o que mais restava a Saul senão lançar sortes?
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1Sm.14:42 42. Foi indicado Jônatas. Os questio- nadores podem se perguntar: por que Deus permitiu que a sorte caísse sobre jônatas, em vez de Saul, sendo que o rei demonstrara clara evidência de culpa diversas vezes, enquanto seu filho era inocente? Com certeza, o Senhor não aprovava os votos que Saul fizera (v. 24, 39) nem concordava com a execução de Jônatas após guiá-lo de maneira tão milagrosa ao longo do dia. Contudo, assim como nos dias de Cristo, quando o inocente foi condenado para expor a maldade dos líderes de Israel, Deus expôs com eficácia os maus caminhos do rei aodeixar que a sorte recaísse sobre o inocente Jônatas. Saul, que começara a reinar com toda humildade, havia resvalado para um estado de autojustificativas sem esperança. A menos que uma experiência extraordinária o expusesse de tal forma que o chacoalhasse em sua ilusão (a crença de que um rei nunca erra), Saul logo arruinaria sua utilidade como líder.
1Sm.14:43 43. Estou pronto para morrer. Jônatas tinha uma excelente justificativa para seus atos, mas falou a verdade e se submeteu às ordens do rei. Existiría maneira melhor de condenar seu pai por desobedecer às ordens do Rei dos reisf Saul, perante Samuel, havia justificado suas ações em rebelião aberta, mas Jônatas justificou seu comportamento do dia submetendo-se ao julgamento precipitado do pai.
1Sm.14:44 44. E certo que morrerás, jônatas. E impressionante como Saul pronunciou o julgamento com aparente facilidade. Ao passo que Jônatas admitiu seu erro cerimonial, algo que poderia ser retificado com uma simples oferta pelo pecado, Saul cometeu um erro moral, algo que foi publicamente demonstrado na severidade da sentença contra o filho. A consciência de Saul o condenava por exigir que o povo se absti- vesse de alimento, mas esperava conseguir esconder sua apreensão pela forma como pronunciou o voto. Lm vez disso, conseguiu apenas condenar a si mesmo.
1Sm.14:45 45. O povo salvou a Jônatas. O povo havia seguido Saul fiel mente o dia inteiro. Os soldados o ouviram dar as ordens mais irracionais, porém, mesmo assim, obedeceram. Viram-no se apegar a minuciosas restrições, mas cederam. Viram-no ressentir o silêncio cio Urim e do Tu mim, mas concordaram em lançar sortes. Viram a sorte cair sobre (ônatas, mesmo sabendo que ele era inocente. Então se lembraram dos feitos poderosos do herói do dia e de como o Senhor lhes dera vitória por meio da bravura e dafé do príncipe. O mesmo Deus que impressionara jônatas a fazer sua famosa façanha inspirou o exército a clamar como um só homem: “Não lhe há de cair no chão um só cabelo da cabeça!''Jônatas tinha um papel ainda mais difícil a desempenhar, e ninguém poderia tocá-lo até que sua obra estivesse terminada. A despeito de como foi tratado, permaneceu leal a seu pai. Em algumas ocasiões, essa lealdade o levou a acalmar a impulsividade do pai e a lutar novamente ao lado dele, algo que fez até o fim. A honestidade, integridade e fé demonstradas por Jônatas eram atributos extremamente necessários naquele momento da história de Israel. Nem mesmo Saul podia ultrapassar os limites estabelecidos pelo Espírito Santo.
1Sm.14:46 Sem comentário para este versículo
1Sm.14:47 47. Era vitorioso. A ênfase dos últimos versículos deste capítulo é colocada sobre o avanço material do reino, não sobre o desenvolvimento espiritual. Saul parecia exultar em sua genialidade militar. Em vez de proteger os direitos de seu povo, assumiu uma posição ofensiva contra as nações vizinhas, com o propósito de melhorar a própria reputação como rei. Ele imitava essas nações, ao passo que deveria ter apresentado ao mundo um método novo e mais perfeito de administração.
1Sm.14:48 Sem comentário para este versículo
1Sm.14:49 49. Isvi. Evidentemente, Isbaal, ou Isbosete (ver com. de 2Sm 2:8).
1Sm.14:50 50. Abner, filho de Ner. Este versículo, por si só, não deixa completa mente claro quem era o tio de Saul: Abner ou Ner. Ner é chamado de filho de Abiel (v. 51) e também, de jeiel (ICr 9:35, 36). Portanto, é provável que Abiel e jeiel sejam dois nomes da mesma pessoa (ver com. de Ex 2:18). Uma vez que Quis, pai de Saul, também é chamado de “filho de Abiel'’ (ISm 9:1), parece que Quis e Ner eram irmãos, mas o registro diz que “Ner gerou a Quis’’ (ICr 9:39). A aparente contradição não envolve somente uma diferença de nomes, mas de gerações, pois Nertambém é chamado filho de Abiel. Isso, porém, não significa necessariamente um conflito entre os livros de Samuel e Crônicas. Assim como em outras partes das Escrituras, relatos independentes parecem diferir nos detalhes apresentados, mas descobre-se harmonia entre eles quando analisados à luz dos costumes e dos modos de pensamento e expressão hebraicos. Existem duas situações possíveis para explicar os nomes em conflito: (I) A lista era 1 Samuel 9:1 pode ter omitido o nome de Ner e registrado Quis como filho ou neto de Abiel, pois ''filho”, às vezes, é usado para se referir a um neto oumesmo a um descendente mais distante; as genealogias bíblicas nem sempre incluem todos os elos da corrente familiar (ver com. de lRs 19:16; Dn 5:11, 13, 18; ver também vol. 1, p. 160, 165). (2) Quis, filho de Ner, pode ter se tornado filho do avô por adoção, assim como Manassés e Efraim, filhos de José, se tornaram filhos de Jacó e foram mencionados entre seus filhos como chefes cie tribos (Gn 48:5, 6; Ntn 1:10; Js 14:4). Qualquer dessas explicações estaria em harmonia com os fatos fornecidos e fariam de Abner um tio de Saul (ver casos semelhantes nos com. de Nm 10:29 e \ll 1:12).Capítulo 15Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros.
1Sm.14:51 Sem comentário para este versículo
1Sm.14:52 Sem comentário para este versículo
1Sm.15:1 1. Atenta. Literalmente, “ouve", com o sentido adicional de obedecer. Samuel deixou subentendido que Saul havia ouvido as especificações a respeito de sua presença em Gilgai, mas não fora obediente. Então, mais uma vez foi testado para ver se realizaria a vontade de Deus, ou se cederia de novo aos próprios desejos.
1Sm.15:2 2. Eu Me recordei (ARC). Literalmente, “dei atenção a”. Os amalequitas eram uma etnia nômade que habitava a região desértica entre a Palestina e o Egito. Seu meio de vida parecia ser garantido principalmente por ataques predatórios a tribos vizinhas (ver com. de Gn 36:12). Eles fizeram um ataque sem motivo aos filhos de Israel na região do monte Sinai (Ex 17:8-16). Depois da batalha, Moisés denominou o local “O Senhor E Alinha Bandeira", dizendo: "haverá guerra do Senhor contra Amale- que de geração em geração". Na profecia de Balaão, Amaleque é chamado “o primeiro das nações”, mas acrescentou que "o seu fim será destruição" (Mm 24:20).Sem dúvida, os amalequitas vinham atacando a parte sul de Judá, na região de Berseba, e esse pode ter sido um dos motivos para os anciãos da tribo terem pedido um rei (ver lSm 8:1-5). Assim como Josué foi instruído a defender os gibeonitas do ataque sem motivo dos cinco reis da confederação do sul, o rei Saul recebeu a ordem de libertar Israel dos ataques dos amalequitas. Nos dias de Josué, a morte dos cinco reis gerou paz. Se Saul tivesse cumprido o plano de Deus, é bem provável que Israel houvesse obtido paz naquela região por muito mais tempo. A referência aos amalequitas em 1 Samuel 14:48 pode ser a essa campanha, uma vez que os v. 49-52 certamente são parentéticos.
1Sm.15:3 3. Destrói totalmente. Literal mente, “destruam totalmente”. A responsabilidade por banir as posses dos amalequitas repousava no próprio exército. Todavia, o verbo "ferir”, da ordem "fere a Amaleque”,se encontra na segunda pessoa do singular, colocando a responsabilidade pelo extermínio dos amalequitas de maneira pessoal sobre Saul, o rei de Israel. A palavra heb. charam, traduzida por “destruir”, significa “banir”, “sacrificar”, portanto, “exterminar”. Quando um país era banido, tudo que pertencia à nação era visto como amaldiçoado. As pessoas deveriam ser mortas, assim como o gado e outros seres vivos, mas os objetos de ouro e prata deveriam ser levados para o tesouro do Senhor (ver Js 6:17-19). Um costume semelhante existia entre as outras nações do antigo Oriente Próximo.
1Sm.15:4 4. Em Telaim. Alguns eruditos identificam o local com Telém, de Josué 15:24, cidade na fronteira sul de Judá, próxima ao território amalequita, mas não se sabe nada de definitivo acerca de sua localização. Telaim serviu de base para a campanha contra os amalequitas, assim como Bezeque fora a sede da guerra contra os amonitas (ver com. de lSm 11:8). E estranho que apenas 5% do exército de Saul fosse proveniente de Judá, uma vez que era essa tribo a que mais sofria nas mãos dos amalequitas.
1Sm.15:5 Sem comentário para este versículo
1Sm.15:6 6. Aos queneus. Os membros da família da esposa de iVloisés são chamados tanto de midianitas (Nm 10:29), quanto de queneus (Jz 1:16), porque ambos os nomes se referiam à mesma linhagem familiar, ou porque as duas famílias haviam se unido. Alguns comentaristas identificam os queneus com os descendentes de Quenaz, neto de Saul, filho de Elifaz, mas nada se sabe ao certo quanto à sua origem (ver com. de Gn 15:19). Os queneus devem ser diferenciados dos quenezeus (Gn 15:19). Os midianitas e, provavelmente, os queneus também, eram descendentes de Abraão por sua esposa Quetura (ver com. de Ex 2:16). Os amalequitas eram descendentes de Esaú (ver com. de Gn 36:12) e, portanto, parentes de sangue tanto cios queneus quanto dos israelitas. Alguns dos queneus, ou midianitas, acompanharam osíilhos de Israel à terra prometida (ver com. de Nm 10:29-32). Receberam herança ali, entre a tribo de Judá (jz 1:16) e, mais ao norte, no território de Naítali (Jz 4:10, 11). E possível que os queneus mencionados nesta passagem fossem descendentes daqueles que se estabeleceram na parte sul de Judá, próxima ao território amalequita, e se casaram com amaiequitas (ver ISm 27:10).
1Sm.15:7 7. Havilá. A localização de Havilá é desconhecida. Alguns eruditos pensam que se refere a uma "terra das areias”; outros, a "dunas arenosas”. A partir do rio do Egito (ver com. de Nm 34:5), a fronteira sudoeste de Judá, a oeste do Egito, nada mais é, hoje, do que um deserto estéril de areia. Acredita-se que a palavra shur (‘'muro”) se refira a muros de fortalezas construídas por reis egípcios ao longo de sua fronteira oriental, do Mar Vermelho até o Mediterrâneo, a fim de se proteger de invasões asiáticas (ver com. de Êx 2:15; 13:20; 14:2). O deserto ao leste do Egito é chamado de Sur (ver com. de Gn 16:7; 25:18; Ex 25:22). Considerando que os amaiequitas ainda habitavam a mesma região sul nos dias de Davi (ISm 30), é provável que a "cidade de Amaleque” (ISm 15:5) fosse a residência cio rei Agague. Além disso, o exército de Saul deve ter destruído o local e espalhado os amaiequitas até o deserto de Sur. Esse ataque contra os amaiequitas deve ter sido bem semelhante ao que eles realizavam em Israel antes e depois dos dias de Saul (Jz 6:3-5; 10:12; ISm 30:1-18). Ao que parece, Saul ficou contente com a campanha incompleta. Ele capturou Agague e, nos tempos antigos, sempre que um rei era dominado, sua terra era considerada tomada (ver Js 12:7-24).
1Sm.15:8 8. Agague. Significa, talvez, '‘inflamado” ou “violento”. E possível, embora não se tenha certeza, que se tratasse de um título assumido pelos reis amaiequitas, semelhante a "faraó” entre os egípcios. De acordo com Josefo (Antiguidades, xi.6.5), o agagita Hamãera descendente do amalequita Agague, da 16a geração (ver com. de Et 3:1).A todo o povo destruiu, isto é, os amaiequitas que viviam na região do ataque realizado por Saul. Os amaiequitas ficavam dispersos por uma grande área da península do Sinai, o Neguebe e pelo norte da Arábia (ver com. de Gn 36:12). Não teria sido possível a Saul derrotar todos eles nesta curta expedição. Fica claro que não foi isso que aconteceu ao se levar em conta o fato de que Davi realizou outras campanhas contra os amaiequitas depois desta ocasião (ISm 27:8; 30:1-20; 2Sm 8:12). Foi somente no tempo de Ezequias que eles foram exterminados por completo (lCr 4:42, 43).
1Sm.15:9 9. Toda coisa vil. Ao destruir o que não valia a pena ser guardado, Saul e seus homens se convenceram de que haviam obedecido à ordem divina de destruir “total- mente a tudo o que tiver” (v. 3). Enquanto isso, os israelitas vitoriosos preservaram “o melhor que havia”.
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1Sm.15:11 11. Arrependo-Me. Ver com. de Gn 6:6; Êx 32:14; jz 2:18. Muitos acham difícil conciliar esta declaração com 1 Samuel 15:29: “Também a Glória de Israel não mente, nem se arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa.” Ambos os verbos são formas de nacham, que podem ser traduzidos como '‘lamentar” ou “entristecer-se” pela miséria dos outros, portanto, “ter pena”; além disso, “arrepender-se” por causa das próprias ações. Em nenhum lugar a Bíblia diz que o ser humano se arrepende do bem que faz, somente do mal. Contudo, declara que Deus se arrepende tanto cie coisas boas quanto ruins (ver Jr 18:7-10). '‘O arrependimento do homem implica mudança de intuitos. O arrependimento de Deus implica mudança de circunstâncias e relações” (PP, 630). A palavra nacham, devería ser traduzida de maneira a expressar tal pensamento.Pelo princípio da liberdade de escolha, Deus não usa nenhum ser humano comouma mera máquina para cumprir Seus propósitos. E verdade que esses propósitos, por fim, sempre se realizarão (Is 46:10), mas a nação ou o indivíduo selecionado para isso não fica sem o privilégio de escolher, aceitar ou rejeitar as propostas do Senhor (ver Ed, 178). Aquele que diz a princípio, “Não irei", mas muda de ideia, está em posição muito melhor do que a pessoa que promete ir, mas depois decide não fazê-lo (ver Mt 21:28-32). Em cada caso, se o instrumento de Deus se mostrar indigno, Ele “Se entristece” pela decisão do indivíduo, mas permite que siga o caminho que escolheu e colha a semente que plantou. A decisão de Saul de seguir os próprios desejos não subverteu o propósito divino, mas abriu a oportunidade para o Senhor demonstrar Sua longanimi- clade, ao permitir que ele continuasse a ser rei A sequência natural de causa e efeito é uma das grandes lições que o ser humano precisa aprender no grande conflito entre Deus e o diabo.Samuel se contristou. Literalmente, “Samuel se inflamou”. Quando este verbo é usado em conexão com a palavra “ira”, costuma ser traduzido: “inflamou-se sua ira”. Este é o único exemplo no AT em que o verbo charah é traduzido por “se contristou”. Seria incorreto traduzir “Samuel se irou”, pois a afirmação seguinte acrescenta que “toda a noite clamou ao Senhor” (ver v. 11). O profeta ficou tão decepcionado e perplexo que buscou ao Senhor de todo coração para descobrir uma saída para a situação deplorável.
1Sm.15:12 12. Carmelo. Não se trata do monte Carmelo, onde Elias teve um confronto com os profetas de tíaal, mas de uma cidade 11,6 km a sudeste de Hebrom, onde Davi encontrou Nabal (ISm 25).Levantou para si ura monumento. Nesse local, Saul ergueu um monumento à sua vitória e, em seguida, foi para Gilgal, perto de Jerico, talvez para se redimir da desgraça que havia vi vendado (ISm 13:11-16).
1Sm.15:13 13. Executei. Com aparente demonstração de grande respeito, Saul esperou, com expectativa, receber um elogio de Samuel. Assim como outras pessoas ao longo da história, Saul estava pronto para crer que havia efetuado a ordem que lhe fora dada ao realizar apenas a parte agradável a ele. O monarca fez uma incursão contra os tradicionais inimigos de Israel e voltou com Agague como prova do cumprimento de sua missão. O monumento de vitória levantado em Carmelo é uma evidência de satisfação pessoal. Assim como Sauio de Tarso, Saul, filho de Quis, não tinha dúvida de que suas escolhas estavam em harmonia com a vontade de Deus. Todavia, nesse ponto termina a semelhança entre as duas histórias, pois um sabia qual era a vontade do Senhor, enquanto o outro não, e agia em ignorância (iTm 1:13).
1Sm.15:14 14. Que balido. Embora a consciência de Saul parecesse limpa no momento, o balido das ovelhas revelava sua desobediência e o fato de que a consciência dele não era confiável. A consciência pode estar cau- terizada (iTm 4:2), em vez de purificada de obras mortas (Hb 9:14) e limpa diante de Deus e dos homens (At 24:16). Desde que fora ungido, Saul havia demonstrado muitos traços nobres de caráter, e Samuel o amava, assim como Jesus amava Judas. Porém, o aumento de poder transformara o homem num déspota que não toleraria interferências. Embora ele estivesse no próprio ato de proclamar sua obediência, os animais revelavam em alta voz sua desobediência.
1Sm.15:15 15. O povo poupou o melhor. Assim como Adão e Eva, Saul tentou se eximir da culpa. Será que o povo não teria sido leal à ordem de destruir tudo que pertencia aos amalequitas assim como tora anteriormente ao se abster de alimento no dia em que colocaram os filisteus em fuga (ISm 14:24)? Para alguém com a natureza e a inteligência de Saul, procurar refúgio numa desculpa como essa era evidência clara de colapso espiritual.
1Sm.15:16 Sem comentário para este versículo
1Sm.15:17 17. Sendo tu pequeno. A tradução literal do hebraico do v. 17 permite duas interpretações: “Embora [ou quando] tu [eras] pequeno aos teus olhos, não [foste feito] cabeça das tribos de Israel'?”, ou “Embora tu [sejas] pequeno aos teus olhos, não [sois] cabeça das tribos de Israel?” No texto hebraico, os verbos são sugeridos, em vez de expressos, e a tradução para o português exige que eles sejam acrescentados. Presumindo que Samuel se refere, nesta ocasião, a uma experiência passada, a ARA usa o passado, enquanto a NTLH considera que o profeta está pensando na declaração do rei feita no v. 15 e, por isso, se dirige a ele no presente. A ARA interpreta que Samuel estava traçando um contraste entre a humildade anterior e o orgulho presente de Saul. Já a NTLH considera que a declaração expressa um contraste entre a suposta subordinação de Saul à vontade do povo (v. 15), uma falsa humildade e sua nomeação divina como líder (v. 17).A expressão “não te ungiu o Senhor rei sobre ele” parece ser apenas uma repetição do questionamento anterior: “não toste por cabeça das tribos de Israel". Além disso, Saul justificou sua conduta, dizendo que fora “o povo” quem poupara “o melhor” do espólio, deixando subentendido que não conseguira contê-lo (v. 15). De acordo com a NTLH, Samuel desafiou a fuga de responsabilidade da parte de Saul — "você pode pensar que é uma pessoa sem importância", ou seja, incapaz de exercer controle eficaz sobre seus homens - com a afirmação solene de que ele era o líder. Nos v. 17-19 (ver v. 1-3), Samuel continuou a lembrar Saul de sua responsabilidade pessoal naquela situação: o Senhor (1) o ungira rei e, portanto, líder de todo o Israel, (2) o enviara contra os amalequitas, e (3) ordenara que ele os destruísse totalmente. Por que Saul não obedecera? A questão da obediência é central no relacionamento com o Deus.Samuel lembrou a Saul sua declaração quando fora ungido (lSm 9:21), ocasião em que ele passara de uma posição humilde para ser o líder de Israel. Não é plano de Deus colocar Seus servos onde não possam ser tentados, nem lançá-los no meio da tentação, onde, depois cederem, Ele precise perdoá-los para permitir que voltem a pecar. Pelo contrário, Seu desejo é restaurá-los a ponto de que possam vencer a batalha contra o pecado. O Espírito Santo levou Cristo para o deserto a fim de que fosse tentado por Satanás (Mc 1:12). Saul recebeu evidências inconfundíveis de que o Senhor o amava e o ajudaria em todo o tempo. Ele nunca podería acusar Deus de, conhecendo sua natureza egocêntrica, falhar em lhe dar a oportunidade possível de fazer o bem e superar seus defeitos. O fato de o Senhor ter dado um novo coração a Saul não significa que o rei não podería voltar a seu velho estilo de vida caso escolhesse fazê-lo. Saul se exaltaria? Então Deus precisaria humilhá-lo.
1Sm.15:18 Sem comentário para este versículo
1Sm.15:19 Sem comentário para este versículo
1Sm.15:20 20. Pelo contrário, dei ouvidos. Somente um coração empedernido tentaria fazer a desobediência passar por obediência. Ao proferir esta declaração, Saul deu evidências de como se afastara do caminho da retidão. Foi quando Eva concluiu que a árvore proibida “era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento” que tomou “do fruto e comeu” (Gn 3:6). Quando a pessoa se convence de que algo claramente marcado por Deus como veneno moral é desejável para uma vida mais plena, ela renega a lealdade ao Senhor e se alia ao diabo. Quando aquilo que Deus rotulou como errado parece certo, o indivíduo pode saber que colocou os pés em terreno proibido e se encontra sem proteção em meio às seduções hipnóticas do tentador. Cegou sua visão espiritual e endureceu o próprio coração (Ef 4:30; ver com. de Ex 4:21).Cristo advertiu seus discípulos de que chegaria o dia “em que todo o que vos matarjulgará com isso tributar culto a Deus” (jo 16:2). Desde os dias da igreja apostólica (At 26:9-11; ver iTm 1:13) até o presente, as mais graves perseguições contra os servos do Senhor têm sido travadas em nome da religião. Após o fechamento da porta da graça, homens maus continuarão a exercer formas de religião com aparente zelo por Deus (GC, 615). A mais astuta armadilha de Satanás é camuflar o erro, fazendo-o se passar por verdade. É por isso que a Testemunha fiel e verdadeira à igreja de Laodiceia, em cujo período o grande falsificador empreenderá seus mais bem-sucedidos esforços, a aconselha a fazer uso do “colírio” espiritual, para que possa ver (Ap 3:18) sua verdadeira condição, distinguir a verdade do erro, discernir os ardis do inimigo e repeli-los, detectar o pecado e aborrecê-lo, reconhecer a verdade e obedecê-la (T5, 233). Do contrário, assim como os judeus dos dias de Cristo, acabarão aceitando como doutrina mandamentos de homens (ver Ml 15:9).Trouxe a Agague. Isso foi absurdo, embora verdadeiro. Saul ofereceu seu supremo ato de desobediência como prova de obediência completa à ordem de Deus dada por intermédio do profeta Samuel. No estado de cegueira espiritual em que se encontrava, considerava o errado como certo e ficou ofendido por que Samuel não abriu uma exceção àquilo que ele considerava (e que em certo sentido era) uma vitória muito grande (ver PP, 629).
1Sm.15:21 21.0 melhor do designado à destruição. Toda esta expressão vem de uma única palavra heb. cherent, “as coisas consagradas”, "as coisas dedicadas”, "as coisas amaldiçoadas” ou “coisas designadas à destruição”. Cherent se origina do verbo charani, "proibir o uso comum”, "consagrar a Deus”, “extirpar”. Acã se apropriou, para o uso pessoal, de coisas condenadas [cherem]'’ (js 7:1, 11, 13, 15; ver ISm 6:17, 17), que incluíam prata e ouro (Js 7:21) reservados para o serviço dosantuário (Js 6:19). O fato de uma pessoa ou objeto ser “amaldiçoado” ou “dedicado” não significa, necessariamente, que deva ser destruído, mas, sim, que é importante seguiras orientações precisas de Deus. Em contraste com a prata e o ouro, tudo o mais na cidade deveria ser totalmente destruído (Js 6:21); no entanto, isso também havia sido “condenado", ou reservado para o Senhor (js 6:17). A mesma palavra heb., cherent, é usada para ofertas “consagradas” ao uso santo (ver Lv 27:21, 28, 29; Nm 18:14; etc.).A declaração de Saul referente às coisas “designadas à destruição”, ou, literalmente, “as coisas consagradas”, assume novo significado ao se considerar o uso bíblico da palavra hebraica assim traduzida. Samuel havia instruído Saul a “destruir totalmente [charain]” os amalequitas e todas as suasposses, matando-os. Eles não eram apenas “consagrados” ou “designados à destruição”. Ao que parece, Saul pensou que era seu privilégio decidir como a ordem divina seria cumprida.Sem dúvida, ele falou a verdade quando disse que “o povo” quis poupar o melhor das ovelhas e dos bois. Os soldados não tinham permissão de pegar os rebanhos amalequitas para si. Porém, podiam se enriquecer substituindo animais dos amalequitas pelos próprios que seriam necessários para oferecer sacrifícios (PP, 629). Saul apenas aprovou a sugestão que recebeu, presumindo que tinha o direito de interpretar a ordem de Deus da maneira que achava melhor. De sua parte, Saul não estava interessado nos animais; com certeza, ele já tinha gado o suficiente. Entretanto, se voltasse com um rei conquistado sob seu poder, segundo os costumes da época, poderia apresentá-lo a todo o Israel como evidência tangível de s u a f a ç a n h a m i 1 i t a r, a lgo q u e a mp I i a r i a s e u prestígio. Ê certo que Saul planejava executar Agague depois de apresentá-lo como troféu de suas habilidades como guerreiro. Samuel, instruído por Deus, privou Saul daexibição planejada, realizando ele mesmo a execução.Saul, provavelmente, raciocinou que estaria obedecendo à ordem de Deus a respeito dos animais e do rei e, ao mesmo tempo, acrescentando riqueza a seus súditos e a seu próprio nome. Ele realizaria a vontade de Deus da maneira que escolhesse. Afinal, tanto os animais quanto o rei seriam mortos; mas, no meio tempo, ele e o povo podiam tirar proveito. Nisso repousava a fraqueza do caráter de Saul: enquanto fingia servir a Deus, na verdade, ele estava servindo aos próprios interesses em primeiro lugar e deixando os do Senhor por último. Sem dúvida, foi justamente por esse motivo que, ao enviar Saul contra os amalequitas com a ordem de “consagrar” a Ele os habitantes e todas as suas posses, Deus especificou de que maneira eles deveríam ser “consagrados” - pela eliminação.Saul falhou nesse grande teste fina! de caráter. Até mesmo Samuel, que passara a noite inteira em oração em prol dele, para que a sentença de rejeição fosse revertida (PP, 630), se encheu de indignação quando viu a evidência da rebelião do rei (PP, 631). Pelo fato de Saul ter abandonado o Senhor, o Céu o abandonou aos caminhos que ele mesmo escolheu. Samuel, por sua vez, “nunca mais viu a Saul até ao dia da sua morte” (v. 35). Saul se desqualificou por completo como rei ao se submeter aos desejos do povo, ao colocar a culpa por sua decisão errada nos súditos e ao tentar atribuir a si a honra que pertencia a Deus.Em Gilgal. Embora não fosse a residência de Saul, Gilgal parece ter sido, em alguns aspectos, a capital funcional da monarquia hebraica. A cidade representava o local do primeiro acampamento depois da travessia do Jordão (Js 4:19) e a sede militar para a conquista de Canaã (Js 10:15; etc.). Ali a terra foi dividida (Js 14:6-17:18). Quando a conquista original da terra terminou, seis ousete anos após a travessia do Jordão, a arca foi levada de Gilgal para Siló (Js 18:1), Nessa época, Josué morava em “Timnate-Sera, na região montanhosa de Efraim” (Js 19:49, 50).O serviço do santuário em Siló foi interrompido quando a arca foi tomada pelos filis- teus (lSm 4:11; Sl 78:60; PP, 609) e a cidade, destruída (ver Jr 26:6, 9). Mais tarde, a arca voltou, primeiramente para Bete-Semes (lSm 6:7-15) e depois para Quiriate-Jearim (lSm 7:1), onde permaneceu até Davi transportá-la para Jerusalém (2Sm 6:2-12; ver Js 15:9, 60). A adoração a Deus era, portanto, descentralizada. Samuel oferecia sacrifícios em vários lugares (PP, 609), e é provável que também em Gilgal (lSm 7:16). Foi em Gilgal que Samuel reuniu o povo para confirmar Saul como rei após a vitória em Jabes-Gileade (lSm 11:14, 15). Ali também as forças foram convocadas para atacar a guarnição dos filisteus em Micmás (lSm 13:4). Também deve ter sido a base para a campanha militar contra os amalequitas, conforme se subentende pela proposta de Saul de voltar a Gilgal para oferecer sacrifícios a Deus.
1Sm.15:22 22. Tem, porventura, o Senhor [...]? Impulsionado pelo Espírito Santo, Samuel proferiu esta profunda verdade que ecoaria vez após vez em eras por vir (ver Sl 51:16-19; Is 1:11; Os 6:6; Mq 6:6-8; etc.).
1Sm.15:23 23. Rejeitou a ti. Este versículo deixa claro por que o relacionamento entre Deus e o ser humano muda: “visto que rejeitaste”. Quando o indivíduo escolhe seguir o próprio caminho, o Senhor precisa reajustar as condições para lidar com a situação. Quando Israel quis um rei, Deus lhe deu a oportunidade de testar a viabilidade do plano. O próprio fato de o Senhor ter permitido que Saul continuasse a ser rei mostra que não o havia abandonado. Se não queria seguir a Deus, Saul precisaria desenvolver a própria ideia de monarquia sem a ajuda do conselho divino, não porque o Senhor estivesse sem disposição para guiá-lo,mas porque o monarca se recusou a aceitar a orientação divina.
1Sm.15:24 24. Pequei. Antes de Samuel anunciar que Deus havia rejeitado Saul como rei (v. 23), este defendeu resolutamente suas ações. Somente quando a sentença foi pronunciada e a penalidade se tornou conhecida é que ele se mostrou disposto a admitir o desvio da ordem divina. Saul falhou em manifestar a evidência de uma vida transformada, que acompanha a "tristeza segundo Deus”; o que ele sentia era a "tristeza do mundo” (2Co 7:9-11). Não foi o desejo sincero de fazer o certo que o motivou a admitir sua culpa, mas o medo cie perder o reino. Somente quando confrontado com essa perspectiva ele fingiu estar arrependido, com o objetivo de resguardar, se possível, sua posição monárquica. Os louvores humanos significavam mais para ele do que a aprovação divina.
1Sm.15:25 25. Perdoa-me o meu pecado. Quanta diferença deste pedido para o que o povo fez em Mispa, quando clamou: "Pecamos contra o Senhor [...] Não cesses de clamar ao Senhor, nosso Deus, por nós” (ISm 7:6, 8). Era o pecado dele contra Samuel ou contra o Senhor? Estava ele tão preocupado com a mudança de coração necessária de sua parte quanto estava com a perda do prestígio diante do povo, diante da possibilidade de perder o reino? Suas ações futuras iriam revelar claramente as verdadeiras razões de sua atitude.
1Sm.15:26 26. Não tornarei contigo. Sentindo que Deus havia rejeitado Saul, Samuel a princípio se recusou a adorar com o rei. Humanamente falando, ele não queria ter nada que ver com um homem que tinha tão pouco apreço por aquilo que o Senhor fizera em sua vida. A atitude de Samuel foi apenas um reflexo da atitude de Deus. Se o Senhor não queria mais se envolver com Saul (ver ISm 28:6), tampouco Samuel, o representante de Deus, o faria (ISm 15:35), para que tal associação não fosse interpretada como aprovação divina.
1Sm.15:27 Sem comentário para este versículo
1Sm.15:28 28. E o deu. Deus fala da unçâo e coroação de Davi, eventos futuros, como se já houvessem se cumprido. Saul havia se desqualificado para ser rei irremediavelmente, e a decisão divina a respeito dele era irrevogável. Na vontade e no propósito do Senhor, o reino já fora dado a outra pessoa. Nada do que Saul fizesse em adoração (v. 30) teria qualquer utilidade para mudar a sentença. Nem mesmo a oração a mudaria (ver Jr 7:16; 11:14; 14:11; PP, 630). Para ser preciso, a rejeição de Saul como rei não significou necessariamente que a porta da graça havia se fechado para ele e que Deus Se recusaria a aceitá-lo como pessoa. Ele ainda podería se arrepender e se converter. Caso Saul estivesse disposto, na época, a abdicar do trono e a viver, a partir de então, como um cidadão comum, quem sabe teria encontrado salvação. Entretanto, ficou claro que ele não poderia ocupar a função de rei em harmonia com a vontade divina.Melhor do que tu. Até onde o registro revela, o único erro de Saul até então fora o de Gilgal (ISm 13:8-14). Não houve nenhuma mancha em sua história como o caso de Davi com Bate-Seba e o heteu Urias. Ambos foram grandes pecadores; a diferença entre eles repousa no fato de que, quando os pecados foram apontados, Saul justificou sua ação (ISm 13:11, 12; 15:20), enquanto Davi se arrependeu sinceramente (2Sm 12:13; SI 51).
1Sm.15:29 29. A Glória de Israel. Este título para Deus só aparece neste lugar do AT. A palavra traduzida por “glória” é netsah, que vem do verbo natsah, “ser preeminente”, “ser perseverante”. No contexto, esta forma de se referir a Deus é extremamente apropriada. Netsah costuma ser traduzido em “para sempre” (ver 2Sm 2:26; SI 52:5; etc).Nem Se arrepende. Sobre Deus “se arrepender”, ver com. de Gn 6:6; Ex 32:14; Jz 2:18; ISm 15:11.
1Sm.15:30 30. Para que adore. Para Saul, as formas de adoração só eram importantes comomeio de assegurar a lealdade do povo. Seu objetivo era dar a impressão de que suas políticas se originavam em Deus, para que os israelitas cressem que, ao segui-lo, estavam fazendo a vontade do Senhor. Dessa forma, a religião era degradada para servir ao poder civil, pois Saul se propunha a usar Deus como meio para obter os fins que desejava.
1Sm.15:31 31. Samuel seguiu a Saul. Existem, talvez, dois motivos para Samuel ter mudado de ideia: (1) ele queria fazer tudo que fosse possível para salvar Saul; ou (2) a desaprovação declarada a Saul de sua parte pode- ria levar alguns descontentes em Israel a usar isso como desculpa para se revoltar. A ordem no governo deveria continuar, mesmo que o rei houvesse rejeitado a liderança divina para fazer as coisas a seu modo.
1Sm.15:32 Sem comentário para este versículo
1Sm.15:33 33. Samuel despedaçou a Agague. De acordo com o código civil entregue aIsrael (Êx 21:23, 24), Agague era culpado de morte, e Samuel o executou “perante o Senhor”, assim como Elias matou posteriormente os profetas de Baal no Carmelo, acusados de blasfêmia (Lv 24:11, 16). Ao despedaçar Agague, Samuel frustrou o propósito de Saul, de exibir o rei cativo como prova de sua suposta liderança astuta.
1Sm.15:34 Sem comentário para este versículo
1Sm.15:35 35. Nunca mais viu Samuel a Saul. Ver com. do v. 26; e ISm 16:14.Tinha pena de Saul. Por mais relutante que tenha ficado, a princípio, em dar um rei para Israel, depois que o monarca foi escolhido, Samuel permaneceu leal a ele, a despeito das falhas de Saul. Para o profeta, assim como para Davi mais tarde, Saul era “o ungido de Deus” (ISm 24:10). A pena de Samuel pelo caminho que Saul escolhera (ISm 15:11; PP, 630) é uma evidência da sinceridade da preocupação que tinha por ele.Capítulo 16belemita; porque, dentre os seus filhos, Me provi de um rei.Toma contigo um novilho e dize: Vim para sacrificar ao Senhor.
1Sm.16:1 1. Até quando [...]'? Saul era um líder inspirador. Por ser o primeiro chefe de estado de uma nova forma de governo, tinha poder quase que hipnótico sobre os israelitas de espirito altivo e amantes da independência.Porém, logo se transformou num déspota cruel, tirano e rancoroso. No entanto, é preciso lembrar que, embora o rei tenha se afastado de Deus e separado a nação da orientação divina, isso não o impedia deser salvo como indivíduo. Nabucodonosor, por exemplo, se gloriava no pensamento de que seu deus Marduque era mais forte do que Yahweh; o Espírito de Deus, porém, apelou a ele por meio de Daniel de tal maneira que o soberano exaltou o Deus de Daniel como o Altíssimo (Dn 4:34-37).Jessé, o belemita. E provável que Samuel conhecesse alguns moradores de Belém, de visitas anteriores à cidade. Embora devesse conhecer Jessé, não fora apresentado ao restante da família (v. 11, 12).
1Sm.16:2 2. Toma contigo um novilho. Era completamente natural e adequado o profeta visitar Belém para fazer um sacrifício. A arca ainda se encontrava em Quiriate- Jearim. Sabe-se que o santuário esteve em Nobe durante, pelo menos, parte do reinado de Saul (lSm 21:1-6), mas não é informado se as festas anuais eram realizadas ali como costumava acontecer em Silo no passado. Desde que os sacrifícios deixaram de ser oferecidos em Silo, eles passaram a ser realizados em várias cidades (PP, 609). Nessas reuniões para sacrifícios, o profeta instruía o povo acerca do grande plano da salvação e o encorajava a enviar seus jovens para as várias escolas de profetas, a fim de elevar o nível intelectual e espiritual da nação. Portanto, o rei não questionaria a visita de Samuel a Belém. Até onde as pessoas sabiam, tratava-se de uma ministração rotineira do profeta, semelhante a uma reunião comunitária hoje.Dize: vim para sacrificar. Não era de interesse público que a unção de Davi fosse conhecida de todos imediatamente. A unção de Saul não foi realizada da mesma maneira? Os 30 anciãos que responderam ao convite de participar da festa sabiam por que Samuel dera a Saul um lugar de honra? Eles não estavam presentes quando Samuel e Saul conversaram depois da festa (lSm 9:25). Nem eles, nem o servo de Saul testemunharam a unção no início da manhã (lSm 9:27-10:1). A família de Saul soubeda unção só na reunião em Mispa para a escolha de um rei (lSm 10:20-27). A unção de Saul foi, para ele, uma declaração do plano de Deus para sua vida. Ele loi convocado, mas não intimado, a aceitar o chamado divino. A unção não deu licença para que iniciasse as ações para levá-lo à consolidação pública como rei. O registro é claro em mostrar que, mesmo depois de ser escolhido em Mispa, Saul voltou para casa e esperou que o Senhor dirigisse seu passo seguinte.A única diferença entre a unção de Saul por Samuel e a visita do profeta à casa de Jessé é que, desta vez, já havia um rei, o qual suspeitava de todos os movimentos de Samuel desde que ele anunciara sua rejeição por Deus. Sem dúvida, essa sensibilidade aumentou a hesitação de Samuel em adorar com o rei. Pode ter ocorrido um grande intervalo entre os cap. 15 e 16.
1Sm.16:3 Sem comentário para este versículo
1Sm.16:4 4. E de paz a tua vinda? Com base na descrição apresentada em 1 Samuel 9, fica claro que a festa da unção de Saul foi realizada no alto, junto com outra festividade já conhecida de antemão. Contudo, a chegada de Samuel a Belém sem aviso, trazendo um novilho e convocando os anciãos a estar presentes, naturalmente levou a especulações consideráveis. Os anciãos compareceram cheios de temor, questionando se havia acontecido algo de ruim. Essa reação à chegada inesperada de um importante oficial era muito natural e acabou por acrescentar um toque de autenticidade à narrativa.
1Sm.16:5 5. E de paz. Samuel dissipou todo o medo dos anciãos e os autorizou a se santificar, ou seja, passar pelo procedimento de purificação cerimonial, que incluía lavar o corpo, as roupas e praticar abstinência (ver Êx 19:10-15; lSm 21:4-6). Samuel se certificou pessoalmente de que Jessé e pelo menos seus filhos mais velhos se purificassem (lSm 16:5). Então, todos foram chamados para o sacrifício. Algumas horas se passariam entre o sacrifício e a festa, pois o novilho precisariaser temperado e assado antes de ser ingerido. Samuel aproveitou esse intervalo para conhecer melhor jessé e sua família. O fato de ainda não haverem se reunido para a festa fica claro no v. 11, pois Davi foi chamado do campo antes que se assentassem para comer.
1Sm.16:6 Sem comentário para este versículo
1Sm.16:7 7. O Senhor [vê] o coração. A palavra “coração” aponta para o intelecto, as afeições e a vontade (SI 139:23; Mt 12:34; etc.). É o fator determinante para o destino, pois, como o homem “imagina em sua alma, assim ele é” (Pv 23:7). O livre-arbítrio é, em essência, uma questão do intelecto, mas geralmente é influenciado por sentimentos e emoções. Dentro dos limites do tempo da graça, Deus convida os seres humanos: “Vinde, pois, e arrazoemos” (Is 1:18). Ele quer que nos familiarizemos com Ele e com Seu plano, pois é pela contemplação que somos transformados (ver 2Co 3:18). Deus faz um apelo ao intelecto. As aparências exteriores não revelam os reais motivos da vida, pois, muitas vezes, as ações são mal interpretadas. Quando Moisés disse aos filhos de Israel: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Dt 6:5), estava pensando na influência orientadora que o conhecimento pessoal de Deus traz à vida. O fato de os discípulos terem visto a Deus por meio da associação íntima com Jesus (Jo 14:9) os fortaleceu muito para se entregarem ao plano do Senhor para eles. Davi aprendera a conhecer a Deus enquanto apascentava as ovelhas e, embora não fosse algo reconhecido por seus irmãos, esse conhecimento possibilitou que o Espírito Santo lhe guiasse a cada passo.
1Sm.16:8 Sem comentário para este versículo
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1Sm.16:10 Sem comentário para este versículo
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1Sm.16:12 12. Boa aparência. Ou, “belo”.Unge-o. Por que Deus escolhe determinadas pessoas para serem Seus representantes, deixando outras? Qual era a diferença entre a escolha de Saul e a de Davi? Por ser onisciente, o Senhor sabia exatamente o caminho que Saul escolhe- ria; mesmo assim, o ungiu e prometeu estarcom ele (ISm 10:7). Contrariando os melhores interesses dos israelitas e Sua vontade em favor deles, Deus atendeu ao pedido por um rei. Saul era popular entre o povo - um rei segundo o coração dos homens, não do Senhor. Os filhos de Israel não estavam pensando em liderança espiritual, mas em fortalecer a nação. Quando escolhido, Saul tinha sérios defeitos. Deus os reconheceu, mas advertiu o novo rei sobre os perigos que enfrentaria e deu conselhos precisos sobre como encará-los.Com Davi, a situação era outra. Não havia evidências de que o povo estivesse insatisfeito com Saul; na verdade, os israelitas estavam contentes com o resultado da campanha contra os amalequitas. Davi era o mais novo da casa de seu pai, e, no antigo Oriente, a idade era sinônimo de respeito e prioridade (Gn 29:25, 26). Ele era um rapazinho, sem direito nem mesmo a ser reconhecido pelos membros da própria família (ISm 17:28). Não tinha a estatura elevada de Saul, nem o físico de Sansão. Saul foi chamado a deixar o arado em resposta às súplicas urgentes dos anciãos por um rei. Teve pouco tempo para ser treinado. Davi foi chamado enquanto ainda era jovem e apascentava o rebanho; teria mais de uma década a fim de se preparar para a árdua tarefa de liderar as doze tribos.Escolhido ainda jovem, Davi teve a oportunidade de um período de capacitação e teste antes de assumir as responsabilidades do ofício. Nos pontos em que o caráter de Davi falhava em alcançar os padrões divinos, era possível realizar as mudanças necessárias antes da coroação. Deus lida de maneira semelhante com cada indivíduo a quem convida para fazer parte de Seu reino, em especial, com aqueles chamados a exercer funções de responsabilidade. Todo ser humano é inconscientemente testado pelos acontecimentos comuns da vida, até Deus poder dizer. “Muito bem, servo bom e fiel;foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei” (Mt 25:23). Até então, Davi mostrou que possuía o vigor da juventude, um espírito manso e amoroso e uma intrepidez nascida da confiança no poder divino. Ele não foi corrompido pelo mundo; era uma pessoa meditativa que crescera no tranquilo isolamento das colinas de Belém. Lá, ao apascentar as ovelhas, como Moisés em Midiã, ele adquiriu senso de responsabilidade e desenvolveu as qualidades de liderança que levaria consigo ao longo da vida.
1Sm.16:13 13. Chifre. Do heb. qeren, o “chifre” de um touro, bode ou carneiro. A palavra portuguesa “corno” se origina de qeren, por meio do latim cornu.Espírito do Senhor. O Espírito do Senhor não faz acepção de pessoas. Ele deu a Saul um novo coração e advertiu das armadilhas à sua frente. Todavia, Saul logo recusou a orientação divina. Nesta ocasião, Deus Se propôs a guiar Davi ao mesmo tempo em que tentava, em vão, guiar Saul. Assim como muitos dos grandes líderes mundiais, Davi cresceu num ambiente humilde, desenvolvendo tranquilamente um caráter excelente sob a orientação do Espírito Santo, que o qualificava para exercer o papel a ele destinado no grande conflito. O Espírito de Deus veio sobre ele no momento de sua unção assim como desceu sobre jesus na ocasião do batismo (ver com. de Mt 3:16).
1Sm.16:14 14. Tendo-se retirado de Saul o Espírito do Senhor. Saul rejeitou o Espírito de Deus - cometeu o pecado imperdoável - e não havia nada mais que Deus pudesse fazer por ele (ver com. de ISm 15:35). O Espírito do Senhor não Se retirou de Saul de maneira arbitrária. Em vez disso, Saul se rebelou contra a orientação divina e, por vontade própria, se afastou da influência do Espírito. E preciso compreender isso em harmonia com o Salmo 139:7 e com o princípio fundamental do livre-arbítrio. Se Deus, por meio do Espírito Santo, forçasseSua presença na vida de Saul, a despeito dos desejos do monarca, estaria transformando-o numa mera máquina.Da parte deste. As vezes, as Escrituras representam Deus fazendo algo que, na verdade, Ele não impediu. Ao dar a Satanás oportunidade de demonstrar seus princípios, na verdade, o Senhor estaria restringindo Seu próprio poder. E claro que há limites que o inimigo não pode ultrapassar (ver jó 1:12; 2:6), mas, dentro de sua esfera limitada, ele tem permissão divina para agir. Portanto, embora os atos do inimigo sejam contrários à vontade divina, ele só pode fazer aquilo que Deus permite; tudo o que ele e seus espíritos malignos fazem é realizado com a permissão do Senhor. Quando Deus retirou Seu Espírito de Saul (ver com. do v. 13), Satanás ficou livre para operar.Um espírito maligno o atormentava, josefo descreve o mal da seguinte maneira: “E quanto a Saul, algumas desordens estranhas e demoníacas lhe sobrevieram, pro- vocanclo-lhe a sensação de sufocamento, como se estivesse pronto para estrangulá-lo” (.Antiguidades, vi.8.2). Com certeza, uma grave melancolia se desenvolveu à medida que ele se preocupava com o anuncio do profeta de que a coroa fora dada a um homem “melhor” do que ele (ISm 15:28). A possessão intermitente por um espírito maligno levou Saul a se sentir e a agir como uma pessoa demente.
1Sm.16:15 15. Um espírito maligno, enviado de Deus. Ver no com. do v. 14 uma expressão equivalente.
1Sm.16:16 16. Harpa. Ou melhor, “lira”. Saul foi aconselhado a procurar alívio na musicotera- pia. O som da lira de Davi e o canto de hinos consagrados proporcionavam a Saul libertação temporária do espírito mau que o atormentava. Enquanto ouvia a música de Davi, seus sentimentos perversos de autopiedade e inveja o deixavam por um tempo, mas voltavam com o dobro de poder à medida que o tempo passava. Por rejeitar continuamentea orientação divina, ele se tornou como o homem da parábola que Jesus contou sobre possessão demoníaca (Lc 11:24-26), na qual o "último estado” da alma acabou sendo muito “pior do que o primeiro”.
1Sm.16:17 17. Buscai-me. Nenhum meio que oferecesse esperança de libertação do espírito maligno que atormentava Saul deveria ser negligenciado.
1Sm.16:18 18. Filho de Jessé. Ao que parece, a reputação de Davi como músico e homem de coragem, bom julgamento e tato já era consolidada antes de se apresentar à corte e antes da vitória contra Golias. Davi devia ser um jovem chegando à idade adulta, pois, pouco depois, na época do confronto com Golias, é descrito como um “jovem”, do heb. ndar (ISm 17:56, 58).O Senhor é com ele. Embora não fosse do conhecimento público que Davi fora ungido rei, nada podia esconder o fato de que o Espírito Santo, o qual assumira controle de sua vida de maneira especial na época de sua unção (ver com. do v. 13), o estava preparando com êxito para as importantes tarefas à sua frente.
1Sm.16:19 Sem comentário para este versículo
1Sm.16:20 20. Um jumento. O presente de Jessé tinha a intenção de expressar boa vontade com respeito ao desejo do rei de que Davi o servisse na corte. Caso um presente não fosse enviado, isso seria interpretado como urna expressão de má vontade, que prejudicaria o sucesso de Davi.
1Sm.16:21 21. Esteve perante ele. Esta declaração não se refere à postura de Davi na presença de Saul, mas que ele entrou no serviço do rei (ver Gn 41:46; Dn 1:19). Pela providência divina, Davi foi levado a uma situação em que pôde ter contato com os negócios do governo e com os líderes da nação, os quais apreciariam seus talentos. Saul teria permissão de permanecer no trono até queas sementes do mal em sua vicia produzissem sua colheita certa e até que o treinamento inicial de Davi terminasse.Este o amou muito. Até Saul começou a honrar e a respeitar a personalidade naturalmente atrativa de Davi, bem como a estimar no jovem as qualidades implantadas pelo Espírito Santo. Mais tarde, Saul reconheceu a superioridade notória do rapaz promissor, admitindo tacitamente a sabedoria da escolha de Deus para ser seu sucessor no trono.Escudeiro. Ao ser nomeado nesta função, Davi foi colocado no relacionamento mais próximo possível do rei e se tornou pessoalmente responsável pela segurança do monarca. É possível que esta declaração tenha sido feita antecipando o papel de Davi na corte após a vitória sobre Golias (\er ISm 18:2, 5).
1Sm.16:22 22. Deixa estar Davi. Após um período de experiência de Davi na corte, Saul transformou numa função permanente aquilo que, a princípio, era apenas uma tarefa temporária.Pois me caiu em graça. Ver com. do v. 21. Deus olhou para o coração de Davi e ficou satisfeito ao ver que ele era o tipo de homem que poderia ser usado em Seu serviço (ver v. 7). Olhando apenas para a aparência e as ações externas, que, até certo ponto, espelhavam o coração do jovem, Saul chegou à mesma conclusão (ver Pv 23:7).
1Sm.16:23 23. Saul sentia alívio. Literalmente, “Saul respirava”. O termo ruach significa “respirar”, “soprar”. O uso do verbo sugere um exalar forte e pronunciado do fôlego, como o que costuma acompanhar o relaxamento após um período de tensão, seguido de respiração normal. Os ataques de possessão demoníaca dos quais Saul sofria eram, ao que parece, acompanhados de tensão física e nervosa.T3, 201, 244, 301; T5, 31, 333, 625, 658; T6, 197; T7, 88, 282; T8, 146 8-11 - PP, 638 10 - Ed, 266 11-13 -CBV, 44; PP, 592Capítulo 17e o matou, cortando-lhe com ela a cabeça. Vendo os filisteus que era morto o seu herói, fugiram.
1Sm.17:1 1. Socó. A moderna Khirbet ‘Abbâd, situada na metade do caminho entre Jerusalém e a cidade filisteia de Gate, que pertencia à tribo de Judá. Ficava cerca de 27 km a sudoeste de Jerusalém.Efes-Damim. Ou, Pas-Damim, como em 1 Crônicas 11:11-13, que menciona a lista dos valentes de Davi. Não se sabe ao certo o significado do nome.
1Sm.17:2 2. Vale de Elá. Vale fértil com picos suaves que se erguem a leste e a oeste, que se estende por vários quilômetros na direção noroeste a partir de Socó.
1Sm.17:3 3. Entre eles, o vale. O vale de Elá era uma depressão que ficava no centro do chamado Wadi es-Sant, que o versículo denomina “vale”, do heb. gaye. O termo é bemdiferente do “vale” (do heb. emeq) de Elá (v. 2). A primeira palavra hebraica é usada para designar um desfiladeiro irrigado por uma torrente de água durante a estação chuvosa; e a segunda, de um amplo vale fértil. Este gaye’ era praticamente intransponível, com exceção de alguns pontos; nesse aspecto, era parecido com o desfiladeiro em frente a Micmás (ver com. de ISm 14:4-10). Saul e seu exército acamparam nas colinas do lado oriental do gaye, e os filisteus fortificaram os montes a oeste (ver lCr 11:13).
1Sm.17:4 4. Golias. Morador de Gate, mas provavelmente não era filisteu, exceto pelo fato de viver entre esse povo. Acredita-se que era descendente de Enaque (ver com. de Dt 9:2). Sua altura de seis côvados e envergadurade seis côvados e meio seria equivalente a 2,9 metros. E possível que o nome Golias signifique “notável”. Contudo, esse sentido, assim como “exilado”, se baseia na possibilidade de Golias ser um nome de origem semita.Gate. Uma das principais cidades da Filístia. Sua localização exata é desconhecida (ver com. de 2Rs 12:17).
1Sm.17:5 5. Escamas. Armadura corporal dos soldados, feita de peças de metal de cinco a 20 cm de comprimento, costuradas sobre uma base de couro ou tecido. Protegia a parte superior do corpo. Nos pontos em que as partes de metal não se encaixavam com perfeição, o soldado ficava vulnerável (lRs 22:34). A armadura de Golias era de bronze.Cinco mil síclos. Pouco menos de sete quilos,
1Sm.17:6 6. Caneleiras. Essas finas placas de metal, postas na parte da frente da perna, abaixo do joelho, eram usadas pelos gregos, mas não pelos soldados semitas ou egípcios. Os filisteus, originários de Creta, podem ter adotado a proteção ao observar seus vizinhos gregos.Dardo. Neste caso, uma lança, carregada a tiracolo entre os ombros.
1Sm.17:7 7. A haste da sua lança. O peso era de quase sete quilos. A bola usada no esporte de arremesso de peso tem pouco mais do que isso. Embora a armadura do campeão fosse de bronze, a ponta da lança era de ferro, um metal relativamente novo e mais caro.
1Sm.17:8 8. Filisteu. Literalmente, “o filisteu”. O uso do artigo definido nesta declaração sugere o egocentrismo do oponente de Davi. Ele tinha orgulho de sua habilidade e se gloriava no título que o distinguia. O título de Golias é usado mais de 25 vezes no capítulo, em contraste com seu nome, que só é mencionado duas vezes (v. 4, 23). Os filisteus conheciam, é claro, a superioridade do Deus de Israel sobre Dagom (ISm 5:1-7). Eles fugiram com medo em Mispa (ISm 7:10-13). Então, depois de anos de calmaria (ISm
1Sm.17:9 9. Se eu o vencer. Era costume, nos tempos antigos, decidir-se uma batalha tribal por meio de um só combate. O exército que perdesse o rei ou líder, era considerado vencido. Quando Josafá guerreou junto com Acabe contra os siros, o rei de Damasco ordenou a seus capitães que pelejassem “somente contra o rei de Israel” (lRs 22:31). Isso, porém, não ocorreu num só combate. Quando houve guerra entre a casa de Saul e a de Davi, foram escolhidos 12 homens de cada lado para determinar o resultado. A consequência foi que “Abner e os homens de Israel foram derrotados” (2Sm 2:12-17), embora Abner não tenha participado do conflito.
1Sm.17:10 10. Afronto as tropas. Literalmente, "repreendo” ou “escarneço”, por não aceitarem o desafio. Golias estigmatizou os homens de Israel de serem covardes e indignos. O desfiladeiro que separava os dois exércitos era tão difícil de se atravessar que se qualquer um dos lados se aventurasse a realizar um ataque frontal, a derrota seria quase certa. Os filisteus estavam tão confiantes de que ninguém seria páreo para seu campeão, que propuseram decidir a batalha por meio de um único combate. Esse desafio continuou todos os dias por mais de um mês (v. 16).
1Sm.17:11 11. Espantaram-se. Em 1 Samuel 2:10, a mesma forma verbal é traduzida por “que- brantados”. O significado principal é “estar despedaçado”', em referência a um estado mental ou físico. Nessa ocasião, o egocêntrico Saul não sabia o que fazer. Além disso, Saul era o gigante entre seu povo, e seria esperado que ele aceitasse o desafio. Seus companheiros lhe batiam nos ombros e ele tinha um capacete de bronze e uma couraça (v. 38); mesmo assim, tremeu diantede Golias. Embora houvesse rejeitado a presença e a proteção do Espírito de Deus, ele percebeu que precisava vencer o impasse, ou perdería sua reputação entre o povo. Seu espírito estava despedaçado, sua consciência o perturbava e ele se dava conta de que o dilema no qual colocara a si mesmo e a seu exército piorava a cada hora. O comprimento da garganta profunda do vale de Elá era de uns poucos quilômetros. Isso indica que as tropas não eram muito grandes, do contrário, antes de completar um mês, um dos dois lados teria dado a volta pelas extremidades do vale.
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1Sm.17:15 15. Davi, porém, ia a Saul e voltava. Não fica claro se a referência é ao compa- recimento de Davi à corte a fim de tocar e cantar para Saul, ou às repetidas viagens ao acampamento israelita, Jevando alimento. O fato de a declaração se encontrar no contexto da narrativa de Golias parece sugerir a última explicação. Talvez Davi fosse membro de um comboio de suprimentos, encarregado de fornecer comida para os homens no front. Por outro lado, os v. 13-15 podem explicar por que Davi — já colocado na corte de Saul, segundo o capítulo anterior (lSm 16:19-23) - se encontrava em casa, em vez de com o rei. O autor de 1 Samuel talvez tenha achado necessário explicar o lato a seus leitores, e o fez declarando que Davi não era permanentemente ligado à corte de Saul, mas apenas ia para lá em determinadas ocasiões. O autor observa ainda que Davi era um mero jovem 1 2Jo 17:14, 42, 56), em contraste com seus irmãos mais velhos, que "seguiram Saul" (v. 14).Não há acordo entre os comentaristas se este embate com os filisteus ocorreu antes ou depois de Davi ir à corte tocar para Saul (ISm 16:18-23). O fato de Saul não reconhecê-lo depois (ISm 17:55-58) e a repetição do nome de seus irmãos em 1 Samuel 17:13 e 14 (ver ISm 16:6-11) indica que a sequência dos dois capítulos poderiaser invertida sem dificuldades cronológicas sérias. Muitas vezes, na Bíblia, se desenvolve um pensamento ou relato até sua conclusão, antes de voltar para retomar outro fio do argumento ou da narrativa, a fim de tornar cada tópico completo em si mesmo (ver com. de Gn 25:19; 27:1; 35:29; Êx 16:33, 35; 18:25). Se esse foi o caso nessa ocasião, a declaração do cortesão de Saul acerca de Davi como “forte e valente, homem de guerra” (ISm 16:18) parece ainda mais significativa. Em contrapartida, caso Davi já houvesse matado Golias, o interlocutor provavelmente teria se referido a ele como o grande herói nacional (ISm 18:5-9). Todavia, se Davi já fosse conhecido como aquele que venceu Golias, seria necessário que alguém dissesse a Saul quem ele era? Além disso, depois que Davi derrotou o gigante, "Saul [..,] o tomou e não lhe permitiu que tornasse para casa de seu pai" (ISm 18:2; PP, 649). No entanto, quando Saul mandou procurar Jessé a fim de que Davi fosse levado para tocar e cantar na corte, ele se referiu ao rapaz como “teu filho, o que está com as ovelhas" (ISm 16:19). No início da narrativa de Golias, Davi estava justamente apascentando as ovelhas em Belém. (ISm 17:15; ver também os com. de ISm 17:55; 18:1),
1Sm.17:16 16. Quarenta dias. Por mais de um mês, Golias fez seu desafio diário. O fato de que, durante este intervalo, os filisteus não tentaram derrotar o exército de Israel sugere que, desde sua derrota desastrosa em iMicmás, os filisteus não conseguiram reunir forças suficientes para um ataque completo. Dependiam da intimidação e da possibilidade de vitória num combate único. Tal conclusão é fortalecida pela fuga imediata assim que Golias foi vencido.
1Sm.17:17 17. Trigo. Refere-se ao grão, ao próprio trigo ou então, à cevada.
1Sm.17:18 18. Ao comandante. O objetivo do presente era que o comandante do regimento em que serviam Eliabe, Abinadabe e SamáOs invasores filisteus e os defensores israelitas ficam num impasse de 40 dias, em lados opostos de um longo rio no vale de Elá (F, H). Davi leva suprimentos de Belém (a 24 km de distância para o exército de Saul), ouve os desafios diários de Golias para decidir a questão com um combate individual. Davi atravessa o rio (de onde pega as cinco pedras) e vence o gigante. Os filisteus, apavorados, se espalham pelo oeste, são perseguidos pelo exército de Saul até Gate e Ecrom. (As linhas tracejadas indicam estradas como possível rota para abastecimento). 0 536notasse esses três indivíduos de seu escalão e lhes demonstrasse favor.Trarás uma prova. Davi deveria levar um sinal de que os irmãos passavam bem.
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1Sm.17:20 20. Davi [...] se levantou de madrugada. A distância de Belém a Socó era de apenas 25 km. E provável que Davi, familiarizado com a região, conhecesse atalhos que reduziam consideravelmente o tempo de viagem (ver mapa "O Confronto de Davi e Golias”, p. 576). Parece que ele não levou mais do que quatro ou cinco horas para fazer a jornada. Talvez fosse o final da manhã quando Davi chegou, na hora em que Golias se posicionou para fazer seu desaf io (ver v. 16).Acampamento. A KJV fala em “trincheiras”, mas não se faziam guerras com trincheiras nos tempos antigos.
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1Sm.17:26 26. Quem é, pois, esse incircunciso filisteu [...]? Literalmente, “Quem é o filis- teu, este incircunciso?”. Davi fez uma declaração enfática de seu desdém pelo gigante que deixou Saul e seus homens aterrorizados. Com fé em Deus, uma fé que Saul também poderia exercer, Davi não ficou nem um pouco impressionado com a estatura de Golias. Se Saul fosse obediente ao Senhor, a vitória poderia muito bem ter sido dele; mas Deus não lhe podia confiar uma vitória como essa. Golias é chamado no capítulo inteiro de “o filisteu”. Davi mal conseguia esconder seu desprezo pelo grande arrogante. Nem mesmo a repreensão de seu irmão o deteve (v. 28). Ele ouviu a história de Golias de tantas pessoas, e falou com tanta ousadia que a notícia logo chegou até Saul.
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1Sm.17:32 32. Davi disse a Saul. Que contraste: um humilde e jovem pastor de ovelhas encorajando um guerreiro experiente e bem-sucedido de Israel! Saul, o único “gigante” de Israel (ISm 10:23), sabia que era ele quem deveria ter aceitado o desafio de Golias. Entretanto, sua consciência culpada o tornara temeroso. Se o amor por Deus estivesse em seu coração, seria suficiente paralançar fora todo o medo; mas ele não tinha mais esse amor dentro de si. Em lugar dele, havia apenas o tormento de uma consciência culpada (ver IJo 2:5; 4:18). Davi, por sua vez, irradiava um espírito de coragem e otimismo genuínos, a expressão de urna “consciência pura diante de Deus e dos homens” (At 24:16; ver SI 51:10, 11). Davi tinha coragem proporcional à covardia de Saul.
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1Sm.17:36 36. Afrontou. Davi era zeloso pelo bom nome de Israel e de seu Deus, assim como Moisés no passado (Ex 32:12, 13; Nm 14:13-16; Dt 9:26-29; ver Ez 20:9). A inatividade do povo do Senhor num tempo de vergonha e crise era mais do que Davi conseguia suportar.
1Sm.17:37 37. Ele me livrará. No passado, Saul havia pedido grandes coisas a Deus e tentara fazer grandes coisas por Ele. No entanto, o orgulho e a glorificação do eu encheram seu coração, e então cada obstáculo parecia intransponível. No esforço de se defender, esqueceu-se de que, com o Senhor, tudo é possível. Não havería maneira melhor de Deus impressioná-lo com suas carências do que deixando Davi falar sobre a proteção providencial, que estivera sobre ele no passado. Mais uma vez, o Espírito do Senhor se apoderou de Saul. Ele teria a oportunidade de ver o que ele mesmo poderia ter feito caso não se rebelasse contra o Espírito. Mais uma vez, encontrava-se num dilema. Caso se recusasse a permitir que Davi lutasse, o exército esperaria que ele, o rei, advogasse a causa. Se deixasse Davi lutar e Golias o matasse, a batalha seria perdida e Israel se submetería à servidão aos filisteus mais uma vez. Foi para salvar a própria vida e reputação que Saul mandou Davi para o combate. Porém, o instrumento que ele usou para resguardar sua reputação de rei e líder causou justamente a perda dela (ISm 18:6-9). Ficou evidente que, sem Deus, Saul não tinha poder perante seus inimigos (ISm 14:24; 15:23) e que as vitórias do passado, pelasquais ele assumira o crédito, vinham, na verdade, do Senhor.
1Sm.17:38 38. Saul vestiu a Davi da sua armadura. Saul estava enérgico e fez tudo que podia para garantir o sucesso de Davi. O rei confiava em sua armadura, mas Davi confiava em Deus Der v. 45).
1Sm.17:39 39. Experimentou andar. Ou, "tentou ir em vão”.Nunca o usei. Saul tinha a armadura, mas sabia que não podia enfrentar Golias com sua força física. Com falsa prudência, a princípio negou a permissão para Davi lutar, por causa da juventude do rapaz. Então, deu evidência de sua insensatez, tentando dar a própria armadura a Davi.A resposta cortês de Davi, "Nunca o usei”, demonstra; (1) sua fé em outro equipamento já testado; e (2) sua confiança na experiência passada para enfrentar novas situações que surgiam (ver LS, 196). Davi atribuía ao poder de Deus a vitória até mesmo sobre os animais selvagens. O perigo desenvolvera nele uma coragem santificada, e a fidelidade nas pequenas coisas o preparara com eficácia para incumbências mais elevadas. Ele, que demonstrou ser um pastor confiável do rebanho de seu pai, foi então chamado para defender a causa do rebanho de seu Pai celestial (ver Ez 34:5, 23; 37:24; Mt 9:36; 25:33; jo 10:12, 13). O procedimento que ele escolheu foi determinado por suas convicções espirituais, não pelo julgamento profano de outros, a despeito da posição que ocupavam. Muito depende da pureza dos motivos quando se empreende uma iniciativa perigosa. Davi não conseguiría lutar na armadura de Saul; precisaria ser ele mesmo. Deus deseja que cada pessoa trabalhe com a própria experiência. Muitas vezes, a pessoa vê alguém de vida pública que obtém sucesso e procura copiar seus trejeitos, na expectativa de encontrar sucesso por meio deles. No entanto, o Senhor quer pessoas que sejam autênticas, que aprendam dasexperiências cotidianas aquilo que precisarão saber para resolver os problemas por vir. Cada um deve usar o equipamento que o Senhor lhes oferece.
1Sm.17:40 Sem comentário para este versículo
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1Sm.17:44 44. Darei a tua carne. Provavelmente era um desafio comum e formal para o combate (ver Ap 19:17, 18).
1Sm.17:45 45. Eu, porém, vou. Este é o contraste definitivo entre dois estilos de vida distintos. Golias representa a segurança carnal da força do indivíduo, o orgulho do auto- engrandecimento, a vaidade da aclamação popular, a ousadia indomável da paixão humana. Davi manifesta confiança tranquila na força divina e na determinação em glorificar a Deus, fazendo Sua vontade. A motivação de Davi, expressa nessa ocasião e posteriormente em sua vida, não era a de fazer as coisas à sua maneira, nem de se tornar famoso aos olhos de seus compatriotas, mas de fazer saber a "toda a terra que há Deus em Israel” (v. 46).
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1Sm.17:50 50. Assim, prevaleceu Davi. Uma prova logo se seguiu à outra. Esta foi a terceira vitória de Davi em um só dia. A primeira ocorreu quando foi menosprezado por Eliabe, quando disse que Davi só servia para cuidar de ovelhas. Ele poderia ter dado uma resposta rude, mas se recusou a reagir no mesmo tom. Com calma, apenas disse: “Que fiz eu agora? Fiz somente uma pergunta” (v. 29). Esse tipo de caráter não surge de unia hora para a outra. Se não houvesse aprendido a paciência com seu rebanho, não teria demonstrado paciência com o irmão invejoso. Ao ignorar a oportunidade de entrar numa discussão insignificante, Davi mostrou que era mestre do próprio espírito. O mesmo ocorreu com Cristo que, ao demonstrar sua mansidão diante das piores provocações, disse: "aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11:29). Somente assim uma pessoa pode se tornar um verdadeiro líder e guia dos outros.Davi obteve a segunda vitória quando foi levado à presença do rei. Ao olhar para o rapaz impetuoso, o rei não pôde deixar de contrastar a alegria jovial e a falta de treinamento militar com a astúcia do veterano de guerra. Se Saul, com toda sua personalidade dominante, havia se esquivado do combate contra Golias, de que maneira um adolescente como Davi tentaria fazê-lo (lSm 17:33)7 Sem nem sonhar com a possibilidade de uma intervenção sobrenatural, Saul plantou sementes,de dúvida na mente de Davi e tentou fazê-lo usar sua armadura de rei. Entretanto, usando mais uma vez de deferência cortes, Davi foi vitorioso sobre a dúvida ao se apegar ao propósito inspirado pelo Céu de manter sua fé no Senhor, numa atitude de total dependência.Tudo isso o preparou para sua terceira vitória: sobre o filisteu, que era um blasfemo. Foi uma vitória das forças espirituais sobre a força bruta material. Levando em conta os acontecimentos dos meses anteriores, era de fato necessário que Israel aprendesse essa lição. Em resposta às imprecações de Golias, Davi exclamou exultante: 'eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor cfos Exércitos" (v. 45). Uma simples pedra de um riacho, aliada à habilidade de um garoto e à confiança no Deus eterno, deu aos israelitas uma lição que nunca esqueceríam, embora nem sempre a tenham imitado.
1Sm.17:51 51. Fugiram. A perfídia dos filisteus se tornou aparente assim que seu campeão foi morto. Eles haviam prometido ser servos dos israelitas caso Golias morresse (v. 9).Contudo, ao fugir, deram as costas à cláusula proposta no próprio desaf io ao exército de Saul e demonstraram ainda mais que, se Golias houvesse vencido, não teriam misericórdia de Israel. A morte seria preferível à escravidão que tinham proposto num gesto de magnanimidade.
1Sm.17:52 Sem comentário para este versículo
1Sm.17:53 53. E lhes despojaram os acampamentos. Quando Israel perseguiu os inimigos, que se espalhavam por todas as direções, é provável que também tenham devastado as cidades que ficavam próximas à linha de combate e matado muitos além dos filisteus em Socó. Josefo diz que 30 mil foram mortos e os feridos foram o dobro disso (.Antiguidades, vi.9.5).
1Sm.17:54 54. A Jerusalém. Davi não teria levado a cabeça do gigante para Jerusalém imediatamente, pois a cidade ainda se encontrava em posse dos jebuseus e só foi tomada após a coroação de Davi (ver iCr 11:4-8; 2Sm 5:6-9). Neste versículo, o historiador registra o último lugar onde o troféu da vitória foi colocado, sem pensar no tempo que isso levou. Ao que tudo indica, a armadura de Golias foi levada para a casa de Davi em Belém (ver com. de 2Sm 18:17; ver também lSm 4:10; 13:2; etc.) e sua espada, para Nobe (ver iSm 21:9).
1Sm.17:55 55. De quem é filho [...]? Ver com. de 1 Sm 18:1, 2.Não o sei. Abner ainda não conhecia Davi; portanto, este ainda não era tão conhecido no palácio. Ele fora levado como músico visitante e ainda não se tornara membro da corte (ver PP, 643).Capítulo 18homens; trouxe os seus prepúcios e os entregou todos ao rei, para que lhe fosse genro. Então, Saul lhe deu por mulher a sua filha Mical.
1Sm.17:56 Sem comentário para este versículo
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1Sm.18:1 1. Acabando. A narrativa continua sem intervalo. Saul, depois de prometer recompensas atraentes para quero matasse Golias (lSm 17:25), chamou Davi e lhe perguntou sobre sua identidade. Caso se insira 1 Samuel 16:14-23 entre os v. 9 e 10 do cap. 18, como fazem alguns eruditos, o primeiro contato de Saul com Davi teria ocorrido no jront de batalha, e o motivo para a perturbação mental do rei seria a adu- lação que Davi recebeu do povo (v. 6, 7). No entanto, se o registro estiver em ordem cronológica, a pergunta de Saul (lSm 17:55) pode ser explicada ao se supor que Saul prestara tão pouca atenção no humilde tocador da lira durante seus surtos de abstração que não sabia quem era Davi. Nesse caso, 1 Samuel 16:21 estaria mencionando acontecimentos futuros. A última hipótese parece preferível (ver com. de lSm 16:21). De todo modo. uma vez que Davi era tanto um herói militar quanto um músico inspirado não e de se espantar o fato de Saul ‘ não lhe . nernmir) que tornasse para casa de seu p.u ti Sm i 8-2; ver também o com. de lSm 17:oi.A alma de jônatas. á anuzaóe vare Davi e Jônatas é um exemplo emssmo ar união de seres humanos que reconhecem mutuamente ideais semelhantes e se alegram nisso, (ônatas já havia manifestado sua desaprovação pela atitude do pai e por seus atos(lSm 14:29). Para ele, as respostas humildes e espirituais de Davi aos questionamentos de Saul, dando a Deus toda a glória por conquistas passadas, eram como água fresca e revigorante ao espírito exausto e sedento. Jônatas, o herói de Micmás, deve ter passado por horas solitárias de desapontamento e frustração por causa da falta de discernimento espiritual do pai. Mal sabia Jônatas que a mesma fé em Deus e o espírito de entrega à liderança divina estavam moldando outra vida poucos quilômetros ao sul de onde ele vivia.
1Sm.18:2 2. Saul, naquele dia, o tomou. Davi se tornou um cortesão de Saul, permanentemente ligado à casa do rei. E difícil que os fatos narrados em 1 Samuel 16:14-23 tenham ocorrido depois desta ação por parte de Saul (ver com. de lSm 18:1).
1Sm.18:3 3. Aliança. E provável que tenha sido feita posteriormente e registrada neste versículo para introduzir o relato da amizade entre Davi e Jônatas. O pacto de amizade deve ter sido resultado de incontáveis conversas, de expedições que fizeram juntos, de uma afeição madura. Na amizade amável entre esses dois ».vais consagrados e vibrantes espelna-se m i»> do sentimento de Cristo quando \e na \ ma dos redimidos a mesma \ isão espiritual, humildade de alma, calma de espírito e obediência aos princípios eternos da verdade que Seu coração expressouenquanto esteve na Terra. Ao ver o fruto do penoso trabalho de Sua alma, ficará satisfeito (!s 53:11). Que alegria o Céu será para os amigos, quando terão toda a eternidade para o companheirismo!
1Sm.18:4 4. Despojou-se Jônatas. O amor de Jônatas por Davi era tão grande que ele estava preparado para dizer, como João Batista, séculos mais tarde: ‘'Convém que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3:30). Ele contemplou em Davi aquilo que um dia sonhara se tornar. Todas as qualidades louváveis de ambos os caracteres foram unidas pela afeição verdadeira, e Jônatas se deu conta, de que a felicidade consiste em amar, em vez de ser amado. Cristo nos amou tanto que voluntariamente renunciou a todas as prerrogativas divinas (Fp 2:6-8) para que pudesse implantar a influência da verdade em cada ser humano (Jo 1:9).
1Sm.18:5 5. Saía Davi. Como Moisés na corte do faraó, Davi recebeu treinamento nas questões administrativas a fim de estar bem preparado para os anos por vir. Ele foi colocado numa posição da qual podia ver as coisas de variados ângulos e recebeu discernimento espiritual para diferenciar entre o bem e o mal. Assim como Daniel, Davi manteve sua integridade num ambiente que não escolhera, sem temer a contaminação. Deus não hesita em colocar Seus servos no centro do egoísmo humano, ciente de que, quanto mais escura for a noite, maior será a intensidade da luz. Davi, que fora um filho diligente na casa de seu pai Jessé, passou a provar seu valor como um embaixador leal do rei.Saul o enviava. O rei cumpriu a promessa de honrar o homem disposto a aceitar o desaf io que seus próprios soldados recusaram. Embora fosse pouco mais do que um rapaz, Davi se portava com uma discrição tão notável que logo foi aceito por todos. Seus excelentes traços de caráter eram óbvios. Isso não significa que ele substituiu Abner, o qual continuou a ser o capitão das forças armadas.
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1Sm.18:8 8. Que lhe falta [...]? Não é mencionado o intervalo entre o anúncio da escolha de Deus de outro homem 'melhor do que tu" (ISm 15:28) para ser rei e a experiência presente de Davi na corte de Saul, Embora seja provável que muitos anos tenham se passado, com certeza, Saul estava atento para os sinais do homem que o sucedería (ver v. 9). Ele havia recentemente provado sua impotência diante cios filisteus; e, se não fosse pela façanha corajosa do jovem pastor, o rei poderia ter perdido a própria vida. No entanto, ele ressentia o fato de que o rapaz a quem ele havia honrado e associado intimamente a si estivesse roubando a afeição do povo e do exército. Que tipo de gratidão seria essar O tempo não havia diminuído a dor aguda da repreensão profética (ver ISm 15:23). Mais uma vez, Saul cedeu aos sentimentos de descontentamento e conjecturas malignas, até que sua mente ciumenta ficou fora de controle.
1Sm.18:9 Sem comentário para este versículo
1Sm.18:10 10. Um espírito maligno. Ver com. de ISm 16:15, 16. Embora Deus permita que a tentação ocorra, Ele nunca induz os seres humanos a pecar (Tg 1:13; ver iCo 10:13).Teve uma crise de raiva. Ou, “e profetizava” (ARC). A forma verbal usada no versículo é, com frequência, usada para se referir a uma profecia verdadeira, mas também pode se tratar das murmu rações de falsos profetas. O frenesi e o êxtase de Saul se deviam a um espírito de paixão violenta, talvez na esperança de impressionar seus cortesãos com um aspecto de santidade.Davi [...] dedilhava a harpa. Tomado por uma fúria invejosa, Saul pegou sua lança com o intuito deliberado de matar Davi. Este, provavelmente pressentindo o perigo e percebendo o motivo da exaltação de Saul, pegou sua harpa, com a qual tentou aliviar a i tensão mental do rei.
1Sm.18:11 Sem comentário para este versículo
1Sm.18:12 12. Saul temia. O motivo para Saul temer Davi era a convicção de cjue Deus se afastara dele, em favor do jovem.Porém, foi o Senhor quem voluntariamente deixou Saul, ou o rei abandonou seu Pai celestial? Por ter dado ao homem o poder da liberdade de escolha, Deus não o segura à força caso rejeite Seu conselho. Adão abandonou o Senhor quando cedeu às sugestões do inimigo, mas Deus não o abandonou. Paulo perseguiu a igreja de Cristo por vontade própria, mas Deus também não o abandonou. Se esse fosse o caso, como o apóstolo teria afirmado mais tarde: "Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (lTm 1:15)?Por meio do ministério de Davi, o Senhor estava apelando ao coração endurecido de Saul, convidando-o a voltar e a se dar conta do poder divino de cura em seu favor. Embora Saul tenha se desqualificado irremediavelmente para ser rei, ainda podia encontrar salvação como indivíduo (ver com. de ISm 15:23, 25).
1Sm.18:13 13. Saul o afastou de si. Do ponto de vista egocêntrico de Saul, um dos maiores erros de sua vida foi ter tirado Davi da corte e tê-lo nomeado “chefe de mil”. A melodia da música de Davi não mais acalmaria a aflição do rei. Ninguém mais seria capaz de erguer a mão do monarca diante do público, como Davi fizera, indo “aonde quer que Saul o enviava” (v. 5). Obcecado pelo desejo de matar Davi, Saul fez justamente aquilo que dificultou ainda mais o processo necessário de humilhação e retorno ao Pai celestial.
1Sm.18:14 14. Lograva bom êxito. Ou, “era bem- sucedido”, conforme sugere a forma do verbo hebraico. Os erros humanos no poder, ao lidar com subordinados, podem facilmente ser usados por estes como degraus para o sucesso, caso se portem com sabedoria. Davi aceitou seu rebaixamento, como parece ter sido o caso, com toda a humildade e, neste novo papel, conquistou a admiração de todo o Israel. Não houve recriminações, nem auto- piedade por causa do tratamento injusto. Davi continuou a ser a mesma al ma brilhantee espiritual de sempre. Muito amado pelo Senhor, ele estava, a despeito da ira do rei, recebendo justamente o treinamento de que necessitava antes de assumir as responsabilidades da liderança. Deus adapta a disciplina da vida às necessidades especiais de cada pessoa que se propõe a ser fiel ao clever.
1Sm.18:15 Sem comentário para este versículo
1Sm.18:16 16. Fazia saídas e entradas militares. Os deveres atribuídos a Davi o deixavam constantemente sob o olhar público.
1Sm.18:17 17. Sê-me somente filho valente. Neste texto, duas personalidades distintas se apresentam em grande contraste: a duplicidade sagaz de Saul contra a simplicidade e a conduta franca de Davi. A consciência de Saul o incomodava; além disso, secretamente ele tinha medo do povo, que amava Davi e expressava lealdade a ele. Invejoso cie cada palavra de louvor ao jovem, Saul recorreu a uma atitude dupla, a arma secreta de todo egoísta: elogios abertos e ardis em segredo. A princípio, Davi não parecia consciente da armadilha preparada para ele. Aceitou tanto a promoção quanto o rebaixamento com o mesmo espírito humilde e cooperador. Seu coração era puro diante de Deus, e ele só se preocupava com o cumprimento eficiente de qualquer tarefa a ele designada, com calma indiferença quanto aos perigos pessoais.Não seja contra ele a minha mão. Saul ainda não estava pronto para tirar a vida de Davi de maneira direta. Ele tinha a expectativa de realizar este propósito de forma indireta, a fim de evitar a desaprovação do povo.
1Sm.18:18 18. Quem sou eu [...]? Fica claro que Merabe, a filha mais velha de Saul, cujo nome significa “aumento”, “multiplicação” (ver Is 9:6, 7), fora prometida a Davi como parte da recompensa por matar Golias (ISm 17:25), ou na esperança de persuadi-lo a aceitar o risco de outros ataques dos filisteus. A hesitação de Davi em se casar com Merabe provém do fato de que ele não tinha condições de providenciar o dote exigido.
1Sm.18:19 19. Foi dada. A princípio irritado com a recusa de Davi, Saui não conseguia esconder sua crescente antipatia pelo recém-nomeado chefe de mil; ele deu Merabe a Adriel - “meu auxílio é Deus”, presumindo-se que a palavra seja aramaica.Meolatita. Abel-Meolá, a cidade natal de Eliseu, era uma cidade próxima a Bete- Seã (lRs 4:12; 19:16), provavelmente a leste do Jordão em Teli el Maqlub, lugar identificado, no passado, com Jabes-Gileade (ver com. de Jz 7:22). A duplicidade de Saui deve- i ia ter aberto os olhos de Davi, mas como este considerava os outros tão sinceros quanto ele mesmo, submeteu-se humildemente ao cancelamento do primeiro contrato matrimonial por parte do rei.
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1Sm.18:21 21. Para que ela lhe sirva de laço. O ardiloso Saui viu em sua filha Mical a oportunidade para executar seu nefasto plano da destruição de Davi. Ele exigiría um dote que cumpriría seu propósito de maneira ainda melhor do que se houvesse dado a mão de Merabe ao jovem. Saui estava satisfeito, mas precisava agir com cuidado, pois Davi não podería saber que Mical o amava.Com esta segunda. Referência ao fato de esta ser uma segunda proposta de Saui a Davi.
1Sm.18:22 22. Ordenou Saui aos seus servos. Depois de deliberadamente tomar Merabe de Davi, Saui informou ao jovem que ainda o queria como genro, usando um método traiçoeiro. Ele procurou pegar Davi por meio de uma campanha de convencimento dentro da corte. E provável que os servos não percebessem o papel que estavam realizando incons- cientemente no drama.
1Sm.18:23 23. Sendo eu homem pobre. Talvez esta seja uma expressão de Davi de suaperplexidade quanto à duplicidade de Saui. Contudo, não demonstrou amargura, pensando, provavelmente, que a decisão do rei se devia à sua pobreza.
1Sm.18:24 Sem comentário para este versículo
1Sm.18:25 25. Não deseja dote algum. O interesse de Davi foi despertado com tanta discrição que não levantou suspeitas. Na verdade, a ideia lhe foi muito atraente. Ele podería, ao mesmo tempo, vingar Israel dos inimigos de longa data e receber a mão de uma jovem que talvez fosse ainda melhor para ele do que a irmã mais velha, mas que talvez não pudesse se casar antes da primogênita (ver Gn 29:26). Uma vez que os casamentos da época eram arranjados pelos pais, Davi não pressentiu nada de errado nas intenções de Saui.Cem prepúcios. Relevos egípcios retratam pilhas de prepúcios cortados de inimigos mortos, os quais eram contados e levados até o faraó como prova da vitória. Portanto, a proposta de Saui estava de acordo com o costume pagão de sua época.
1Sm.18:26 26. Antes de vencido o prazo. Esta sentença pertence ao v. 27.
1Sm.18:27 27. Duzentos homens. Saui havia estipulado 100. O rei fizera a questão tão pública que foi forçado a cumprir a própria parte na barganha. Desta maneira, Deus dirigiu aatenção de Saui mais uma vez ao homem a quem Ele Se agradava em honrar.
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1Sm.18:29 29. Foi seu inimigo. Desgostoso pelo fracasso de sua trama, Saui teve ainda mais ódio de Davi. Em vez de se render a Deus, ele se entristeceu porque seu orgulho foi ferido. O prestígio de Davi era maior do que nunca. Então, completamente possesso por um espírito mau, a mente sombria de Saui procurou assiduamente uma nova armadilha para seu inimigo, que se tornara seu genro.Capítulo 19I jônatas revela o propósito do pai de matar Davi. 4 Persuade o pai a se reconciliar. 8 Por causa do sucesso de Davi numa nova guerra, a ira maliciosa de Satã irrompe outra vez. 12 Mical engana o pai com uma imagem na cama de Davi.por Mical, sua mulher, que lhe disse: Se não salvares a tua vida esta noite, amanhã serás morto.Seco, perguntou: Onde estão Samuel e Davi? Responderam-lhe: Eis que estão na casa dos profetas, em Ha má.
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1Sm.19:1 1. Matar Davi. Literalmente, “causar a morte de Davi”. Saul decidiu fazer de Davi o alvo de um expurgo político e discutiu o assunto com Jônatas e com alguns oficiais do governo. Sem dúvida, garantiu-lhes imunidade de qualquer punição.Esta foi a quinta tentativa de Saul para eliminar Davi: (1) atirou sua lança contra ele (ISm 18:10, 11); (2) tentou realizar seu mau desígnio, colocando Davi na frente da batalha, na expectativa de que fosse morto (ISm 18:17); (3) enganou-o, prometendo a mão de Merabe, mas dando-a a outro, talvez pensando que Dav i reagí ria com violência e, como resultado, fosse punido (ISm 18:19); (4) depois disso, deu permissão a Davi para obter o dote de Mical por meio de uma missão poderosa (ISm 18:25); e (5) como era evidente que o Senhor estava com Davi, Saul procurou a ajuda de outros para matá-lo.
1Sm.19:2 Sem comentário para este versículo
1Sm.19:3 3. Falarei. A adversidade prova a sinceridade de uma amizade verdadeira, jônatas sabia que Davi não pensava em usurpar o trono, mas não conseguiu convencer Saul disso. A posição de Jônatas não era fácil, pois ele se colocaria no papel de se opor aos desejos de um tirano, e o povo podería pensar que estava sendo desleal ao próprio pai. No entanto, como um amigo verdadeiro, Jônatas contou a Davi a verdade sobre Saul, não para assustá-lo, mas para adverti-lo e lhe garantir a aliança de um amigo verdadeiro. Esta foi uma prova real para Jônatas. Ele precisou se decidir entre a lealdade ao pai ou a Davi. Era impossível continuar leal a ambos. Jônatas demonstrou sensatez ao se comportar de uma maneira que conservoucasa dos profetas, em Ramá.a influência sobre o pai e, ao mesmo tempo, salvou o amigo da morte certa.
1Sm.19:4 4. Não peque o rei. Ligado a seu amigo por laços ainda mais próximos que os de sangue, com o amor “ultrapassando o amor de mulheres” (2Sm 1:26) e conhecedor dos pensamentos mais íntimos do coração de Davi, Jônatas se encontrava na posição ideal para fazer mediação entre Davi e Saul. Ao suplicar a seu pai, foram manifestos o respeito pela autoridade e uma estrita consideração pelo princípio. Sendo filho cie Saul, ele conhecia os argumentos que teriam mais peso junto ao rei: a vitória de Davi sobre Gol ias e seu serviço leal e contínuo ao rei, pessoalmente, em todas as ocasiões.
1Sm.19:5 5. Sem causa. Com tato, jônatas provou a Saul que ele não tinha motivo para matar Davi, ao lembrá-lo de que, na verdade, ele contava com diversas razões para apreciar o serviço leal do súdito.
1Sm.19:6 6. Saul atendeu. Como são eficazes as palavras certas no momento certo (ver Pv 25:11; Is 50:4)1 Jônatas sabia que seu pai estava errado, não só nesta ocasião, mas em muitas outras. No entanto, nada teria ganhado se tivesse repreendido o pai com severidade por seus erros.
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1Sm.19:8 8. Com grande derrota. O Senhor deu ao rei novas evidências da lealdade de Davi c do valor de seus serviços.
1Sm.19:9 9. O espírito maligno. Ver com. de ISm 16:14,15.0 diabo sabia, desde o momento da unção de Davi, que ele estava sendo capacitado para assumir o reino. Por isso, já era de se esperar que o maligno tentasse subverter o plano de Deus. Ele não podería terconcebido um método mais eficaz de fazê-lo do que convencendo Saul de que Davi estava tentando usurpar o trono.
1Sm.19:10 10. Fugiu Davi e escapou. Seguindo o estilo narrativo hebraico, os resultados f inais da fuga de Davi são dados e mais detalhes são acrescentados. Davi não escapou de uma vez; primeiramente, ele foi para sua casa.
1Sm.19:11 11. Naquela mesma noite. O relato não revela como Mical ficou sabendo da ordem de Saul para matar Davi. Ela pode ter visto os oficiais aguardando por seu marido e, conhecedora do caráter do pai, discerniu o propósito deles. Ou, talvez Davi tenha se sentido impressionado a contar para ela. Quem sabe ele estivesse pensando nessa experiência, quando cantou com fervor: “O Senhor firma os passos do homem bom” (SI 37:23). É como se Davi estivesse na encosta de uma montanha, sem teto e sendo caçado como um animal selvagem. No entanto, depois de uma noite de temor, ele podia dizer: “Eu, porém, cantarei a Tua força; pela manhã louvarei com alegria a Tua misericórdia; pois Tu me tens sido alto refúgio e proteção no dia cia minha angústia” (SI 59:16; ver o título deste salmo).
1Sm.19:12 12. Por uma janela. A palavra traduzida por “janela” provém de um verbo que significa “cavar”, "perfurar”. Antigamente, as casas costumavam ser construídas com todas as entradas voltadas para um pátio fechado, com exceção de uma entrada principal. Em geral, os telhados eram planos, sendo possível subir até eles pelo interior da casa ou pelo pátio. O registro não diz se a janela pela qual Mical desceu Davi ficava no telhado, ou se dava para a parte de trás da casa. De todo modo, era em algum lugar oposto à entrada da frente, onde os emissários do rei montavam guarda. Os espias desceram os muros dc jerico de maneira semelhante (Js 2:15); do mesmo modo, desceram Paulo pelo muro de Damasco (At 9:25); os discípulos abriram o telhado plano de uma casa para colocar umparalítico na presença de Jesus (Lc 5:19). A sabedoria da ação imediata de Mical se tornou evidente quando os oficiais comissionados a prender Davi pediram para entrar na manhã seguinte.Há momentos em que a causa do bem avança melhor pela fuga do que pela luta. Alguns podem pensar que, como Deus havia ungido Davi e Saul se afastara tanto do direito que planejava um assassinato, teria sido melhor que Davi ficasse firme. Até essa ocasião, ele nunca dera as costas a um inimigo. Caso houvesse enfrentado Saul com o mesmo espírito usado no embate com Golias, teria conseguido atrair muitas pessoas para seu lado; mas tal ação levaria a uma guerra civil, pois Saul também era popular e muitos lhe obedeciam. Conforme os acontecimentos posteriores demonstram, foram necessários sete anos após a morte de Saul para Davi ser aceito por todo o Israel. Davi, portanto, procedeu como Cristo. Destemido, o Salvador poderia ter convocado os exércitos do Céu para auxiliá-lo. Em vez disso, permitiu que homens maus triunfassem tem pora ri amente.
1Sm.19:13 13. Um ídolo do lar. Do heb. t era fim (ver com. de Gn 31:19; Lv 19:31). Um ídolo de tamanho suficiente para ser confundido com um homem é bem incomum.A cabeça. Ou, “à cabeceira” (ARC).Um tecido. A palavra traduzida neste versículo por “tecido” não ocorre em nenhuma outra passagem do AT, e seu significado é incerto. Pode ser que se tratasse de uma espécie de peruca feita de pelo preto de cabra, colocada na cabeça do ídolo, imitando cabelo humano.
1Sm.19:14 14. Está doente. Embora Davi pudesse estar literalmente “doente”, é mais provável que Mical tenha contado uma mentira deliberada. Se esse for o caso, sua atitude não deve ser desculpada, apesar de ter dado mais tempo para Davi conseguir fugir (ver v. 15, 16).
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1Sm.19:17 17. Por que assim me enganaste [...]? Saul ficara feliz de usar Mical como engodo para atrair Davi à própria morte; mais tarde, ficou nervoso por que a filha escolheu ser leal a Davi, não a ele. Ludibriado, temia perder autoridade com seus oficiais, fica claro que Mical herdara algumas das características do pai; ela não hesitou em dar a desculpa de que o marido havia ameaçado matá-la. Essa mentira deu a Saul um motivo para buscar com-ainda mais vigor seu propósito de assassinar Davi, pois, ele teria ameaçado sua filha. Se Davi ousava matar a filha do rei, não havería segurança para nenhum membro da família real até que ele fosse exterminado. A falsidade, porém, era resultado da educação dada por Saul, e ele só podia culpar a si mesmo. O exemplo de engano dado por Labão também retornou para ele em forma de praga (Gn 31:14-20, 35). Labão, Jacó e Saul verificaram a verdade da declaração de Cristo: "com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também” (Mt 7:2).
1Sm.19:18 18. Veio a Samuel. Sem dúvida, Davi estava muito perplexo com a conduta do líder escolhido por Deus, Saul. Por que o Senhor permitia que Saul continuasse a ser rei? Deus o preferia? Havia abandonado a nação? O tabernáculo e o serviço religioso em Silo foram interrompidos; a arca estava na casa de um levita em Ouiriate-Jearim. 'feriam sido um engano todos os séculos de serviço e religião? Existia mesmo um Deus no Céu? Ele tinha um plano para Israel? Por que ele, Davi, deixaria seu trabalho com as ovelhas para ajudar no desenvolvimento de um reino, se os elevados padrões pelos quais ele sempre prezara eram deixados de lado? Qual fora o ganho de combater os lilisteus, se o rei estava determinado a assassinar aquele que obtivera a vitória? Davi não ousava colocar as mãos no ungido do Senhor (ISm 24:6, 10), mas não sabia o que fazer (ver "Peregrinações de Davi enquanto fugia de Saul”, p. 597, 599).Totalmente assustado pela tentativa de Saul de tirar sua vida, Davi naturalmente procurou o conselho daquele que o chamara do aprisco para uma posição de responsabilidade em Israel e que, possivelmente, o ensinara em Rama. Com Samuel, ele se sentiría tão seguro quanto se houvesse um santuário para onde pudesse fugir (ver JRs 1:50- 53; 2:28-34).Ficaram na casa dos profetas. Talvez "sentaram-se nos alojamentos ”, mas o significado é incerto. O verbo yctshab, "habitar”, também quer dizer "sentar”, como um rei em seu trono, um juiz perante o tribunal ou um professor em sua classe. A "casa dos profetas” ficava em Ramá (v. 19, 22, 23); talvez fosse um dormitório construído por Samuel para jovens que estudavam em sua escola. Davi encontrou Samuel em Ramá, instruindo seus alunos, não em seu circuito anual por Israel * 2Jo 7:16, 17).
1Sm.19:19 Sem comentário para este versículo
1Sm.19:20 20. Enviou Saul mensageiros. Por três vezes, o desígnio de Saul foi frustrado pelo comportamento dos homens que ele mandou para levar Davi a Gibeá (ver v. 21). Um grupo após o outro foi impedido, pelo Espírito Santo, de prender Davi e começou, em vez disso, a participar das atividades da escola dos profetas.Oue lhes presidia. Ou seja, era o diretor da escola.
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1Sm.19:23 23. Espírito de Deus. A distância de Gibeá a Ramá era cerca de 12 km. Saul ficou tão furioso com os acontecimentos do dia que tomou a decisão de matar Davi com as próprias mãos, a despeito das consequências (ver PP, 653, 654). No entanto, o poder do Espírito foi tão forte que levou Saul a revelar toda a sua perfídia, mas a ira do homem se transformou em louvor a Deus.
1Sm.19:24 24. Profetizou diante de Samuel. Em sua unção, Saul se uniu aos profetas, e a sinceridade de seu propósito ocasionou mudança em seu coração (ISm 10:5- 11). Desta vez, sua ira foi restringida e elerecebeu uma evidência clara de que Deus estava protegendo Davi. Josefo afirma: ''Ele estava com a mente desordenada e sob a veemente agitação de um espírito; tirando as vestes, ele se prostrou no chão o dia e a noite inteira, na presença de Samuel e de Davi” (.Antiguidades, vi.11.5).Deitado. Ou, “nu” (ARC). A palavra hebraica pode significar completamente nu (jó 1:21), maltrapilho ou mal vestido (Jó 22:6; 24:7, 10; Is 58:7), ou, possivelmente, vestido com urna túnica, sem o manto (ver Is 20:2). Neste versículo, é provável que tenha o último sentido. Em outras palavras, Saul tirou seu manto real e ficou vestido apenas de túnica, uma peça de roupa interna, usada normalmente em casa. Em geral, na rua, o manto exterior ou a capa eram usados por cima. Ao tirar seu manto real, Saul ficouvestido mais ou menos como qualquer um dos alunos da escola.Talvez ali o Espírito Santo tenha insistido com Saul pessoalmente pela última vez. É possível que tenha saído de seus lábios não só uma confissão da justiça da causa de Davi, mas também a condenação de seus atos voluntariosos. No dia do juízo final, o grande inimigo admitirá a justiça do excelso plano divino de salvação e o erro de seus caminhos (ver Fp 2:10, 11). Não obstante, antigas invejas e inimizades ressurgirão numa impetuosa expressão final de ódio e fúria (ver GC, 671, 672). Assim ocorreu no caso da animosidade de Saul contra Davi. Ao retornar, o espírito maligno que o controlara por tanto tempo encontrou seu coração desprovido da graça de Deus e se apossou dele com mais lorça do que antes (ver Mt 12:44, 45).Capítulo 20Senhor, e tu vives, jônatas, apenas há um passo entre mim e a morte.e voltou ao seu senhor.
1Sm.20:1 1. Fugiu Davi. Com. certeza, para Gibeá, a fim de conversar com Jônatas. Davi não teria ousado voltar para lá enquanto Saul ali estava, mas, sob o poder de restrição do Espírito, o rei permaneceu em Ramá a maior parte do dia e da noite (ver ISm 19:23, 24). A demora deu a Davi uma oportunidade de se encontrar com Jônatas e descobrir qual era a atitude de Saul. Não se faz menção a Davi visitando a esposa nessa ocasião. Ele tinha certeza de que jônatas guardaria segredo, mas não sabia qual seria a reação de Mical (ver "As Peregrinações de Davi enquanto fugia de Saul”, p. 598).Minha culpa. As duas palavras, 'culpa” e “pecado”, não são sinônimos repetitivos. A palavra aivon, traduzida por "culpa”, vem do radica] awah, “ter uma mente perversa”. ‘Áwon costuma envolver a culpa e o castigo pelo pecado. A palavra chattaah, traduzida por “pecado”, vem do radical chata, "errar o alvo”. Davi estava perguntando: “Qual é minha culpa e em que fui perverso em minha atitude contra o rei ou o reino? Eu não lutei por Saul nas circunstâncias mais provadoras? Não fiz um serviço valente por Israel, combatendo os inimigos da nação? Meus motivose desejos não foram sempre trazer sucesso a meu amado povo? Em que errei o alvo e falhei em meu propósito?”
1Sm.20:2 2. Tal não suceda. Do heb. chalilah, usado como exclamação de aversão, um protesto; também é traduzido por "longe de ti”, como no v. 9. jônatas parece ter certeza de que as ações de seu pai se devem ao estado de loucura. Ele garante a Davi que Saul não faria nada em segredo, pois já havia conversado anteriormente com Jônatas e seus oficiais sobre matar Davi (ISm 19:1). jônatas conseguira arrazoar com Saul e acalmá-lo; tinha certeza de que havia solução para o problema. Porém, depois de ver a atitude do rei na casa dos profetas em Ramá, Davi não se convenceu.
1Sm.20:3 3. Davi respondeu enfaticamente.Ou seja, afirmou com um juramento que sabia daquilo que falava. Davi chamou a atenção de jônatas para o fato de que Saul tinha conhecimento da amizade entre eles. Embora Jônatas houvesse conseguido persuadir o pai no passado, Davi temia que Saul prosseguisse com seus planos malignos em segredo, sem falar sobre o assunto com ninguém, quanto menos com o próprio filho.Talvez Jônatas não houvesse visto o pai logo antes da experiência em Ramá e não soubesse da mudança súbita para pior.Passo. Do heb. pesa. A palavra só ocorre nesta passagem no AT. Seu uso na expressão ilustra um coloquialismo comparável a expressões idiomáticas modernas. Elas dão cor à narrativa e evidenciam a autenticidade da história.Davi tivera poucas horas para se recuperar do susto, e, então, era capaz de pensar e planejar com clareza. Ele demonstrou verdadeira liderança ao delinear o plano de obter as informações necessárias para determinar as ações futuras.
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1Sm.20:5 5. Festa da Lua Nova. Os israelitas, como muitos dos povos vizinhos ao redor, seguiam um calendário lunar, no qual o primeiro dia do mês começava na noite do surgimento da lua crescente. O primeiro dia do mês, chamado de "lua nova”, era um momento de festividades especiais, que incluía ofertas (Nm 28:11-15) e o toque de trombetas sobre as ofertas e sacrifícios (Nm 10:10). Essas festas eram rituais tribais e comunitárias da época, e seria esperado que Davi, genro de Saul, estivesse presente. A narrativa não diz qual era o mês. No entanto, uma vez que estava ocorrendo também uma festa em Belém chamada de “sacrifício anual” (lSm 20:6), é possível que se tratasse de uma festa anual, provavelmente o ano novo, que ocorria no primeiro dia do sétimo mês, tisri, no outono, como hoje no calendário judaico moderno (ver p. 92). Esse ajuntamento fora autorizado no lugar de um encontro central de todas as tribos (Dt 12:5-16). Nos dias de Eli, era em Silo; mais tarde, na época da monarquia, Jerusalém. Depois que a arca foi tirada de Silo, é bem provável que cada região realizasse o próprio encontro. Portanto, o mesmo tipo de festa em Belém poderia ser realizado em Gibeá.
1Sm.20:6 6. Para toda a família. Ou, "para todo o clã”. Israel era dividido em 12 tribos, masas tribos eram agrupadas em clãs, ou famílias (ver Ex 6:14-30). Nas tribos de Benjamim e judá, é possível que um clã se reunisse em Gibeá e outro em Belém.Alguns questionam a integridade de Davi ao pedir a Jônatas que falasse a Saul sobre uma suposta visita a sua casa, pois acreditam que Davi não planejava ir a Belém. No entanto, uma análise cuidadosa do contexto não confirma o argumento. Com frequência, as narrativas bíblicas omitem muitos detalhes que, se fornecidos, esclareceríam o panorama. O breve relato aqui fornecido dá a impressão de que todo o incidente era uma invenção para testar a atitude de Saul. Todavia, a declaração de jônatas ao pai (v. 28, 29) sugere fortemente que os amigos discutiram bem a questão e que falaram muito mais do que o registrado. Fica claro que Davi planejava ver seus irmãos, e é provável que tenha feito uma breve visita a Belém (ver PP, 654, 655). Porém, antes de Saul mandar alguém buscá-lo, ele voltou e se escondeu no campo, esperando a informação de Jônatas sobre a reação do rei.
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1Sm.20:8 8. Se, porém. Davi tinha consciência de que sua condição não se devia a nenhum pecado de sua parte. Se o fardo da culpa fosse acrescentado ao infortúnio de ser tratado como inimigo político e à tristeza de viver fugindo, o peso teria sido quase esmagador. A certeza de sua inocência sustentou Davi na hora de provação.Uma consciência limpa pode compensar qualquer perda neste mundo. Aqueles que sentem inveja dos ímpios, que se permitem desfrutar os prazeres do pecado, devem se lembrar que esses prazeres são pagos com horas de remorso e aversão a si mesmos. Muitos que beberam da fonte poluída da Terra dariam tudo o que têm para desfazer o passado e apagar a mancha vil de sua vida. Em contrapartida, os que podem olhar para Deus e para Seus semelhantes com a consciência livre de ofensas são pessoasmais felizes. Talvez possuam poucas vantagens materiais, mas têm um tesouro que nem mesmo toda a riqueza do mundo seria capaz de comprar (ver lPe 3:13-17).
1Sm.20:9 9. Este mal estava, de fato, determinado. Jônatas sentia que Davi estava errado em suas deduções relativas à atitude de Saul. ide parecia estar certo de que era apenas a loucura do pai que o fazia agir, às vezes, como um demônio. Ele poderia ter contradito Davi abertamente; mas, como a questão afetava o amigo de forma pessoal, ele cedeu, por vontade própr ia, ao método de Davi para descobrir a intenção de Saul. O futuro revelaria a verdade e, afinal, não havia mal algum em seguir a proposta do amigo.Há uma lição valiosa nessa experiência. As pessoas não têm a mesma herança genética nem viveram no mesmo ambiente; por isso, não abordam os problemas da vida da mesma forma. Cada uma acredita que seu método é o correto. O resulto é, com frequência, uma divergência de opiniões, contradições e recriminações. Palavras precipitadas são lançadas de um lado para o outro, separando famílias, amigos e até cônjuges. O egoísmo cresce e o orgulho toma o lugar, quer seja justificável, quer não. Este capítulo apresenta o contraste marcante entre a maneira de Saul e a de Jônatas de lidar com tais situações. Saul, em sua impaciente tirania e intolerância, sentia que precisava ser o primeiro, e o que ele dizia precisava ser correto e a palavra final. Qualquer pessoa que discordasse deveria ser eliminada, a despeito dos meios usados para fazê-lo. Contudo, seu filho abordava a vida por um ângulo completamente diferente. Por que existia essa diferença entre pai e filho que viviam no mesmo ambiente e tiveram a mesma educação? Deus iluminava a vida de um e não a do outro? Saul nasceu para ser mau, e seu filho, para refletir traços nobres de caráter? As pessoas eram obrigadas a aceitar Saul com todas as suasexcentricidades, fazendo concessões a todo seu jeito dominador e autoritário?A resposta a essas perguntas se encontra nas palavras de Paulo: "desse mesmo a quem obedeceis sois servos” (Rm 6:16). Por causa do livre-arbítrio, o ser humano dá seu serviço, seus pensamentos e sua perspectiva na vida a um dos dois mestres, dois líderes que representam padrões diametralmente opostos. Talvez Saul tenha servido ao eu durante a juventude. É possível que fosse o filho problemático da casa de seu pai, praticasse o bullying contra seus colegas, mas, assim como judas, era um líder nato. Se isso for verdade, é fácil entender a ansiedade de seu pai quando Saul estava longe de casa, procurando suas jumentas. Contudo, em sua unção, houve provas abundantes de que Deus o aceitava, a despeito de suas faltas, e lhe deu um novo coração (ISm 10:6, 9). Apesar disso, Saul se recusou a anelar de acordo com a luz do Céu. Em contrapartida, seu Pilho jônatas escolheu seguir interesses altruístas. Cedo na vida, por meio da oração e da entrega à providência divina, esse príncipe desenvolveu aos poucos a política consolidada de seu ponto de vista. Essa experiência, junto com outras, deve ter se passado pela mente de Davi quando posteriormente cantou: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” (Sl 133:1).
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1Sm.20:13 13. E seja o Senhor contigo. No campo, Jônatas se aliou a Davi por meio do juramento solene de que nunca o abandonaria, a despeito do que acontecesse. Se a notícia fosse boa, conforme esperava, ele não abandonaria Davi. Por outro lado, se a notícia fosse ruim, contaria e verdade e oraria para Deus abençoá-lo enquanto fugia para salvar a vida. Jônatas fora pessoalmente convencido da presença do Senhor com seu pai quando este assumiu as pesadas responsabilidades do reino. Porém, desde o encontro com Davi, ele recebeu a impressão divina de que Deus também havia planejado umimportante destino para seu amigo, que seria realizado, a despeito da malícia de Saul contra ele. Por meio dessa atitude, jônatas demonstrou verdadeiro altruísmo.
1Sm.20:14 Sem comentário para este versículo
1Sm.20:15 15. Jamais. Ou, “eternamente” (ARC). Do heb. ‘ad-‘aolam, literal mente, “até uma idade". A idade era determinada pela idéia com a qual estava associada. Neste caso, o período seria a duração da existência simultânea das duas casas. O termo "eternamente", ou "para sempre”, nem sempre significa um período de tempo ilimitado (ver no com. de Êxodo 21:6).Da minha casa. Por laços de sangue, Jônatas fazia parte da casa que havia jurado inimizade contra Davi. Todavia, ele reconhecia o propósito de Deus de confiar a liderança de Israel a seu cunhado. Jônatas escolheu se aliar à casa indicada pelo Senhor para substituir a família decadente na qual ele nascera. No coração de Jônatas, o plano divino era mais importante que os laços familiares. Isso não ocorreu porque ele almejava a sua segurança pessoal, mas por entender que a verdade deve triunfar.
1Sm.20:16 16. Fez jônatas aliança. E difícil traduzir o hebraico deste versículo. Aversão da LXX diz: "E se tu não, quando o Senhor eliminar todos os inimigos de Davi da face da terra, caso ocorra que o nome de Jônatas seja descoberto pela casa de Davi, então que o Senhor persiga os inimigos de Davi."
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1Sm.20:23 23. Entre mim e ti. Naturalmente, Jônatas esperava boas notícias. Se algo diferente acontecesse, ele tinha a certeza de que, de algum modo, o Senhor realizaria Seus propósitos. Estava certo de que o mesmo Deus que dera a ele e a Davi tantas horas preciosas de companheirismo continuaria a cuidar de ambos.
1Sm.20:24 Sem comentário para este versículo
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1Sm.20:26 26. Não está limpo. Mesmo com todos os seus traços de maldade, Saul continuava a se apegar à forma. Ele compreendia que qualquer impureza cerimonial seria motivo suficiente para Davi se ausentar da festaespecial (ver Lv 15; lSm 21:3-5; etc.). Sua principal preocupação no momento não era, porém, com a forma do culto, mas com o paradeiro do jovem que ousara receber os aplausos do povo à frente do rei.
1Sm.20:27 27. Ao outro dia, o segundo. Se fosse simplesmente uma questão de impureza, Davi poderia se lavar e estaria limpo à tarde, portanto, presente no segundo dia. Quando Saul descobriu que Davi estava ausente, revelou seus reais sentimentos ao perguntar a seu filho onde estava “o filho de Jessé". Seu ódio era tão grande que as palavras provavelmente não foram nada gentis (ver v. 31). Por duas vezes, Davi escapara de suas mãos; ele estava determinado a não deixar isso acontecer de novo.
1Sm.20:28 28. Pediu, encarecidamente. Vercom. do v. 6.
1Sm.20:29 Sem comentário para este versículo
1Sm.20:30 30. Mulher perversa e rebelde. A palavra "mulher” é omitida no hebraico, mas perfeitamente justificada, pois as palavras "perversa" e "rebelde" se encontram no feminino. Por isso, “mulher" deve ser subentendido. Alguns já sugeriram que, ao deixar de incluir "mulher" e colocar os dois adjetivos no gênero feminino, Saul estava fazendo um insulto da pior forma possível ao se recusar até mesmo a proferir a palavra "mulher" ou “mãe", tão nervoso que só conseguiu emitir adjetivos. Um dos piores insultos entre os orientais é falar mal da mãe de alguém.
1Sm.20:31 31. Nem tu estarás seguro. Saul estava determinado a manter sua dinastia, a despeito de qualquer questionamento sobre o certo e o errado. Ao fazer essa escolha, o rei de Israel seguiu o exemplo dos monarcas dos povos vizinhos, que estabeleciam o trono à força, lutavam e morriam para manter sua dinastia. Saul não estava disposto a reconhecer que Deus era o supremo governante de Israel.
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1Sm.20:34 34. Ficara muito sentido por causa de Davi. A experiência foi uma desilusãochocante para jônatas. O rompimento aberto com o pai foi algo muito doloroso para ele. Sua decisão de se aliar ao “filho de Jessé” estava sendo testada, mas ele se recusou a deixar o que é correto. Assim como Moisés, que deu as costas ao trono do Egito, Jônatas preferiu “ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado” (14b 11:25). Ele sabia, por experiência própria, da verdade que Cristo declarou mais tarde: “Quem ama seu pai [...] mais do que a Mim não é digno de Mim” (Mt 10:37).
1Sm.20:35 35. Um rapaz. Uma vez que o “rapaz” levou arco e flechas, Jônatas disfarçou opropósito de sua ida ao campo. Os outros pensariam que ele fora apenas caçar ou treinar tiro ao alvo.
1Sm.20:36 Sem comentário para este versículo
1Sm.20:37 Sem comentário para este versículo
1Sm.20:38 38. Apressa-te. Ver o v. 22. Estas palavras foram acrescentadas para impressionar Davi quanto à gravidade da situação.
1Sm.20:39 Sem comentário para este versículo
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1Sm.20:41 41. Davi, porém, muito mais. Literalmente, “Davi fez se tornar grande”. O significado exato da frase é incerto. A LXX transmite a idéia de chorar por muito tempo ou de um grande clímax. Alguns entendem as palavras no sentido literal, de que Davi “se fortaleceu” para o desafio à sua frente.Capítulo 21viagem comum, quanto mais serão puros hoje!
1Sm.20:42 Sem comentário para este versículo
1Sm.21:1 1. Nobe. E sta é a primeira referência das Escrituras ao local. Ele é citado apenas seis vezes no AT, quatro delas em 1 Samuel 21 e 22. Em nenhuma das passagens é mencionada a posição relativa a outros locais conhecidos. No entanto, em Neemias 11:32, Nobe é listada logo depois de Anatote, cidade localizada cerca de quatro quilômetros a nordeste da área do templo, em Jerusalém. Na visão que Isaías teve do exército assírio se aproximando de Jerusalém pelo norte, ele mencionou Nobe entre Anatote e Jerusalém (Is 10:30-32). Contudo, nessa visão, duas outras cidades são citadas entre Anatote e Nobe. A Assíria é vista agitando o punho contra o monte Sião, quando chega a Nobe. A estrada principal para Siquém passa pelo norte de Jerusalém, sobre o monte Escopo, de onde se tinha a última visão da cidade. À direita da estrada, próximo ao cume do monte, fica um planalto que alguns pensam corresponder à localização de Nobe. Essa posição ficava mais ou menos no meio do caminho entre Jerusalém e Anatote. Outros pensam que Nobe ficava no monte das Oliveiras. Foi para Nobe que o tabernáculo foi levado, saindo de Siló, depois que a arca foi tomada pelos filisteus. Porém, a arca permanecia na casa de Abinadabe em Quiriate-Jearim. Mais tarde, Davi transportou a arca para Jerusalém (2Sm 6:2, 3). Uma vez que a arca não se encontrava no tabernáculo na época,os cultos provavelmente eram realizados assim como nos dias de Cristo, quando o lugar santíssimo do templo estava vazio.Ao sacerdote. Certamente o sumo sacerdote, o responsável pelo santuário. A presença dos pães da proposição (ver v. 6) mostra que o tabernáculo na época se encontrava em Nobe (ver PP, 656).Aimeleque. Ver com. de 2Sm 8:17.Tremendo. A ansiedade e o medo eram manifestos na face de Davi. Aimeleque sabia que algo estava completamente errado. Toda a atitude de Davi era tão diferente de antes que Aimeleque ficou perplexo, sem saber o que fazer.
1Sm.21:2 2. O rei deu-me uma ordem. Nãohá dúvida quanto ao fato de que Davi deu a Aimeleque uma versão errada dos fatos. Davi se encontrava numa posição de grande perigo. Estava tão transtornado pela recente mudança nos acontecimentos que foi difícil para ele encarar as provações à luz das evidências manifestas do chamado e do cuidado protetor de Deus. Se fugisse para Samuel, poderia colocar em perigo a vida do venerável profeta. Se voltasse para casa, em Gibeá, sua presença poderia levar à morte da esposa. Na sinceridade de sua alma, ansiava por consultar ao Senhor, e o único lugar em que pôde pensar era o tabernáculo em Nobe. Uma vez que Saul exigia o auxílio dos sacerdotes durante as guerras, é provável que Davi, na posição de chefe de mil (ISm 18:13), jáhouvesse passado antes por Nobe para pedir ajuda antes de prosseguir nos empreendimentos militares.Seu problema era como consultar Aime- leque sem lhe contar a verdade sobre a situação. O sacerdote fez a consulta. Isso fica claro no relato de Doegue a Saul (ISm 22:10) e pela admissão subentendida de Aimele- que de não saber de nada sobre os problemas entre Saul e o genro (ISm 22:14, 15). Davi achou a situação em Nobe muito complicada pela presença de Doegue. Parecia que tudo estava contra ele. Ele precisava de ajuda e, no momento da tentação, parecia que a única forma de conseguir auxílio e, ao mesmo tempo, proteger o sacerdote, era falar de um jeito que não revelasse a Aime- leque seu motivo para estar ali. Ao recorrer ao engano, Davi errou (ver PP, 656).O fato de a Bíblia não condenar a duplicidade de Davi não deve ser usado como justificativa para o ato. As Escrituras exigem que se fale a verdade sempre.Do ponto de vista dos padrões da época, a dissimulação de Davi seria considerada razoável, com fins de defesa. Entre os povos do antigo Oriente Médio, era - e, até certo ponto, ainda é - costume acreditar que não é errado contar uma mentira para salvar uma vida. Os gibeonitas recorreram a essa estratégia, e a vida deles foi poupada (Js 9:13-18). Embora Deus aceitasse pessoas contaminadas pelos costumes prevalecentes, procurava conduzi-las a um padrão mais elevado. Ele não as rejeitava, nem as abandonava pela prática ocasional ou talvez habitual desses costumes da época. Era Seu plano produzir uma reforma em todas essas questões.Embora Davi não pudesse alegar ignorância por seu ato, o Senhor não o abandonou. Talvez tivesse sido melhor para ele ir a Samuel, que já conhecia todo o assunto. Deus tinha milhares de saídas para a dificuldade. Se Davi houvesse contado a verdade para Aimeleque, o sacerdote estaria cientee poderia ter escapado da mão assassina do rei (ver PP, 656).Combinei. Gramaticalmente, a frase pode ser interpretada como palavras de Saul ou de Davi. Talvez Davi tenha posicionado seus homens perto da estrada oriental que ia de Gibeá a Belém para vigiar se havia oficiais de Saul a caminho para prendê-lo. O conhecimento da movimentação dos emissários de Saul teria grande valor para Davi.
1Sm.21:3 Sem comentário para este versículo
1Sm.21:4 4. Pão sagrado. Os 12 pães da proposição eram trocados todos os sábados por uma nova fornada. De acordo com as leis levíticas, o pão velho só podia ser comido pelos sacerdotes, no lugar santo (Lv 24:5-9).Das mulheres. De acordo com as informações disponíveis, não havia nada na lei mosaica proibindo que o pão fosse ingerido por aqueles que estavam cerimonialmente limpos. Alguns já observaram que era costume das nações antigas que até os sacerdotes pagãos de abstivessem de relacionamento com mulheres antes de desempenhar seus deveres oficiais, e é bem provável que os levitas também observassem tal prática. Segundo a lei mosaica, esse tipo de intimidade tornava a pessoa cerimonialmente imunda até a tarde (Lv 15:16-18; ver também Ex 19:15). E provável que, por causa da urgência dos negócios de Saul, também porque Davi era seu genro e, ao que parecia, um agente do rei, Aimeleque fechou os olhos para a letra da lei, considerando que Davi e seus homens estavam cerimonialmente limpos.O pão da proposição, literal mente, “pão da presença”, tipificava Cristo, o “Pão da Vida” (Jo 6:28-51). Todo e qualquer alimento humano, tanto espiritual quanto material, é recebido somente pela mediação de Cristo. O maná e o pão da proposição davam testemunho de que “não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor” (Dt 8:3). Do ponto de vista do alimento físico, cinco pães era pouco para DaviSempre afligido pelo ciúme de Saul, algumas vezes traído por aqueles a quem ajudou, Davi é divinamente protegido e guiado em cavernas, florestas e desertos. Apesar de cometer graves erros, sua experiência como líder de um bando fugitivo lhe provê treinamento prático para o trono que lhe foi prometido, mas que ele nunca ousa usurpar.Confira na página seguinte uma chave numérica de lugares do mapa e também uma lista dos salmos davídicos ligados a determinados eventos de sua vida. Í556e seus homens. Mas, se Aimeleque “consultou o Senhor” e forneceu “provisões, como alegou Doegue (lSm 22:10), a visita ao sacerdote valeu a pena. Além disso, se Davi pensasse no significado do pão em suas mãos, percebería mais uma vez a realidade da presença de Deus com ele por onde fosse. Ele precisaria desse tipo de garantia durante os anos difíceis que se seguiríam.
1Sm.21:5 Sem comentário para este versículo
1Sm.21:6 6. Pão quente. Alguns dizem que esta é uma evidência de que Davi visitou o taber- náculo no sábado, mas o registro diz apenas que os pães eram tirados quando havia outros, quentes, para substituí-los.
1Sm.21:7 7. Doegue, edomita. Provavelmente um dos reféns ou escravos levados da guerra de Saul contra Edom (lSm 14:47).Detido perante o Senhor. Doegue havia aceitado a religião hebraica e estava no tahernáculo cumprindo seus votos (PP, 656). As circunstâncias desses votos são desconhecidas. Fica claro que ele havia cometido algum deslise que lhe valeu a repreensão de Aimeleque, pois esse ato do sacerdote foi umNo.LugarRef.EventoSalmoGibeáDavi escapaRama\e Saul un llamaGibcaLa/, aliança com lonataslk li mGibcaDeixa (onalasNobelogepna AimelequeGaleVisita Aquis\dul.toFxconde-xc na ia\emu\ln.lkVisit i o iet de MoabeRetorna para |udaOueilaSalva OueilaZikIraklo pelos zileusMaomLseapa paia MaomLm (a cliPaiaGarmelo\ isita NabalL n e o n 1 ra - s e c o m SaulCateboge para Aquis/k lagueReside em ZiclagueMee aDespedido poi Aquis/ lelagucVe a etdade devastadaBesorlicsgal 1 os ratixoxZiclüguePuse ntua os anciãosHcbromMuda-se para HebromOs x limos h-a ulos na ultim u oltina suo iGacionadus aos respectivos i ir nlos i m st ns piopnox subtítulos exceto os com asterisco. .Alguns eruditos questionam t sst s subtítulos C ontudo. eles ocorrem nos munusiiitos hcbtaicos mus amigos Lm ilmms casos, essa inhirma- çao no texto hebraico e incerta.'“Ver PR 6h I. (>ò4dos principais motivos para Doegue delatá-lo posteriormente (PP, 659).
1Sm.21:8 8. Lança ou espada. Ao ver Doegue, Davi se deu conta de que partira de Gibeá com tanta pressa que não tivera tempo de pegar armas para se proteger em caso de ataque. Por ser foragido, estava à mercê de qualquer um que o encontrasse.
1Sm.21:9 9. Espada de Golias. Toda a armadura de Golias havia se transformado em propriedade pessoal de Davi. E provável que, numa ocasião anterior, ele houvesse dado a espada ao tabernáculo, como oferta de gratidão a Deus. Davi sabia muito bem que o tabernáculo não era um depósito de armas, mas deve ter pensado na possibilidade de a espada ainda estar ali e, por isso, perguntou de maneira indireta ao sacerdote se havia alguma arma que ele podia pegar emprestada.Não há outra semelhante. Pela posição da espada no tabernáculo e pela forma como estava embalada, fica claro que era guardada como lembrança da grande vitória dada provideneialmente a Israel. Davi pareceu feliz com o pensamento de ter a espada em mãos, não tanto por seu valor militar, mas como lembrete constante de que a proteção do Senhor seria com ele. Ele precisava de ânimo naquele momento.
1Sm.21:10 10. Aquis. Aquis é chamado de Abime- leque no título do Salmo 34. Aquis era um nome filisteu, e Abimeleque, semita. O salmo foi escrito por Davi quando fingiu estar louco perante os filisteus. Por ser foragido, Davi não encontraria auxílio em Israel. Era comum que os foragidos de uma nação recebessem abrigo em terras inimigas. Gate não ficava longe, talvez a menos de 50 km de Nobe. Saul dificilmente pensaria em procurá-lo ali. Davi conhecia bem a região onde obtivera o dote para se casar com Mical. Se pudesse confiar em Aquis, tinha certeza de que Saul não teria permissão para levá-lo.A história revela muitas ocasiões em que os filhos de Deus foram perseguidos pelopróprio povo e ajudados por aqueles considerados seus inimigos. Zedequias, por exemplo, prendeu Jeremias por causa de sua profecia (Jr 32:3), mas os conquistadores babilônios mostraram misericórdia ao profeta (Jr 40:1-6). As experiências de Davi revelam contrastes e paradoxos estranhos. Por que Deus permitiu que ele se tornasse um exilador Que tipo de treinamento recebería ao ser o genro do rei num dia, para logo em seguida suplicar por pãor
1Sm.21:11 11. O rei da soa terra. Esta conclusão não deve ter ocorrido porque os filisteus sabiam da unção de Davi, mas, sim, porque fora ele quem aceitara o desafio de Golias. A façanha lhe dera uma forte reputação entre aliados e inimigos, pois foi o herói do evento, provando ser o mais valente defensor de Israel.
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1Sm.21:13 13. Em cujas mãos se fingia doido. Um segundo erro para o qual não existe justificativa (ver lSm 21:2). Os resultadosdesta experiência levaram Davi a reconhecer a necessidade de depender mais de Deus. Nesse novo relacionamento, seu coração se encheu de ações de graça e o louvor o inspirou a compor o Salmo 34. Alguns acreditam que ele compôs o Salmo 56 durante a primeira visita ao rei de Gate. E mais provável encaixá-lo na segunda visita, depois de Saul persegui-lo incansavelmente, levando-o a quase desistir da própria vida (ver lSm 27).Há períodos de grande tentação e provação para toda pessoa, quando os inimigos são exaltados e os amigos humilhados, quando, não importando o caminho escolhido, é impossível encontrar o conselho e auxílio necessários. Nessa situação, é bom relembrar o relato da fuga de Davi, de seu contato com Aimeleque e Doegue em Nobe, da fuga para os inimigos de Israel em Gate e, em seguida, ler seu inspirado cântico de gratidão (SI 34) composto nessa época.Capítulo 22até que eu saiba o que Deus há de lazer de mim.Saul em Gibeá, debaixo de um arvoredo, numa colina, tendo na mão a sua lança, e todos os seus servos com ele,e honrado na tua casa?
1Sm.21:14 Sem comentário para este versículo
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1Sm.22:1 1. Caverna de Adulão. Segundo Josefo (.Antiguidades, vi.12.3), uma caverna que ficava próxima à cidade de Adulão. Adulão foi identificada com Khirbet esh-Sheikh Madhkür, 26 km a sudoeste de Jerusalém, nas encostas ocidentais das montanhas que vão se rebaixando em direção a Sefelá. A cidade fica na extremidade oriental do vale de Elá, onde Davi enfrentou o gigante filisteu. Existemmuitas cavernas nesses montes; algumas delas são muito grandes. A formação arenosa é tão macia que as paredes podem ser cortadas com pedra. Nem mesmo os séculos apagaram as marcas das conchas. Em algumas das cavernas, os pastores guardavam o rebanho. Em outras, alguns quilômetros ao sul de Adulão, os cristãos primitivos viveram na época em que a perseguição os levou a fugir das cidadesda Palestina. Algumas cavernas contêm câmaras mortuárias e criptas semelhantes às catacumbas de Roma. Adulão era o esconderijo de Davi quando ele teve o desejo de beber da água do poço de Belém. Três de seus valentes arriscaram a vida, passando pelas Fileiras dos lilisteus, que haviam atacado o vale de Refaim, próximo a Jerusalém, para levar água a seu amacio líder. Davi ficou tão impressionado com a lealdade daqueles homens que derramou a água como libação ao Senhor (2Sm 23:13-17; lCr 11:15-19). Esse incidente ocorreu durante o período de colheita (2Sm 23:13; ver ISm 23:1), na primavera ou no começo do verão. Davi provavelmente passou o inverno na caverna.Enquanto se encontrava na caverna de Adulão, Davi escreveu o Salmo 57, de acordo com a introdução do mesmo. Depois de recuperar a té e a coragem, ele expressou sua confiança no livramento de Deus, muito embora estivesse “entre leões, ávidos de devorar os filhos dos homens; lanças e flechas são os seus dentes, espada afiada, a sua língua” (SI 57:4). A mudança de atitude se deve, em parte, à presença do profeta Gade, que, conforme sugeriram alguns, se uniu a Davi e a seus companheiros na caverna (ver com. do v. 5).
1Sm.22:2 Sem comentário para este versículo
1Sm.22:3 3. MIspa. Literalmente, “torre de vigia”. Em toda a região montanhosa de Moabe, foram encontradas ruínas dessas “torres” ou fortalezas. Elas foram construídas nas encostas de picos de montanhas, à vista uma da outra. Os observadores eram posicionados nessas fortalezas para formar uma cadeia de comunicação. A localização exata desta Mispa, em Moabe, é desconhecida. É provável que se tratasse de uma das fortalezas nos montes moabitas próximos a Quir. Ao que parece, Quir, pelo menos posteriormente, foi a capital de Moabe (ver 2Reis 3:25-27). Seu nome moderno é Kerak, cidade situada nos monte do Wadi Kerak, numa proeminência bem adequada para a defesa. A cerca de 22 km de Quir, fica o Wadi Hesa, o ribeiro bíblicode Zerede, que formava a fronteira norte de Edom. Saul guerreou contra Moabe depois de assumir o trono (ISm 14:47). Portanto, qualquer foragido do rei de Israel encontraria refúgio no país inimigo. Além disso, Davi pode ter sido influenciado pelo fato de sua bisavó Rute ter origem moabita.
1Sm.22:4 4. Lugar seguro. Do heb. metsudah, “fortificação”, “fortaleza”, do radical tsud, que significa “caçar”.
1Sm.22:5 5. Gade. Esta é a primeira menção ao homem que teria um papel tão proem inente na vida de Davi. Uma vez que Saul se voltou não só contra os sacerdotes, mas também contra os profetas, a quem Samuel presidia, seria de se esperar que a mente de todas as pessoas verdadeiramente religiosas se distanciasse do rei. Talvez o próprio Samuel tenha enviado Gade para formar vínculos com Davi. O futuro rei de Israel seria muito beneficiado pela presença de um profeta inspirado por Deus. Enquanto Davi viveu, Gade foi seu profeta (2Sm 24:11-19). Gade, junto com o profeta Natã, compilou a biografia de Davi (lCr 29:29). O fato de ter morrido depois do rei e amigo de uma vida inteira sugere que Gade ainda era jovem quando foi se encontrar com Davi. Embora o registro não afirme, é provável que Gade tenha se juntado a Davi em Adulão e o acompanhado a Moabe, em vez de ter viajado até Mispa para encontrá-lo. Ao tentar reunir as porções de informação sobre Davi em várias partes das Escrituras, é possível perceber quantos detalhes interessantes foram omitidos na narração da história do auxílio providencial de Deus a Seus filhos.O mesmo que o Senhor fez por Davi, em termos de orientação profética, ele havia proporcionado a Saul. Essas duas vidas são contrastadas uma com a outra para demonstrar que Deus não faz acepção de pessoas. Aqueles que não alcançam o padrão divino falham não porque o Senhor deixa de fazer tudo que o Céu pode conceber para tornarpossível o sucesso, mas, sim, porque o plano celestial é rejeitado com toda persistência.Não fiques. Davi não devería permanecer em Moabe. Sua presença era necessária em judá. O exército de Saul parecia impotente diante dos contínuos ataques filisteus (2Jo 23:1, 27; lCr 11:15), e as condições eram instáveis. A história de Nabal sugere que os pastores necessitavam de proteção armada (iSm 25:15, 16, 21). O ódio de Saul por Davi não era motivo para este fugir a uma terra estrangeira. Deus, que o protegera tantas vezes no passado, não o abandonaria, mas moldaria os acontecimentos de maneira que Davi recebería capacitação necessária para a liderança futura, por meio das dificuldades e do sofrimento.A disciplina do sofrimento entrou em ação até mesmo na vida de Jesus. O Capitão de nossa salvação foi aperfeiçoado “por meio de sofrimentos” (Hb 2:10). Davi, ao voltar para o meio de todos os indivíduos controversos em Judá, deveria se comportar de modo a levar coragem a todos. Deus quer exaltar a lealdade de Seus filhos em todo tipo de ambiente. Não deseja que retrocedam quando as circunstâncias se tornam difíceis. Quer que Seus seguidores demonstrem a beleza da religião cristã e revelem sua superioridade em relação ao serviço ao eu e a Satanás.Herete. E identificada por alguns com a moderna Kharâs, a noroeste de Hebrom, no final da região montanhosa; mas essa identificação é incerta.
1Sm.22:6 6. Foram descobertos. Alguns comentaristas usam a narrativa do restante do capítulo para ilustrar como o texto hebraico, às vezes, se distancia da sequência cronológica dos acontecimentos, a fim de concluir um pensamento antes de debater outro. Essa interpretação da passagem presume que a acusação de Doegue contra o sacerdote Aimeleque e o massacre de Nobe ocorreram logo depois da descoberta da primeira fuga de Davi, mas a narrativa continua como relato de Davi e seus homens até que se torna necessário falar do massacre para explicar a chegada de Abiatar a Oueila, no capítulo seguinte. Essa interpretação se baseia principalmente no fato de Aimeleque ter dito que desconhecia a verdadeira situação de Davi. A dedução não é ilógica.É igualmente razoável considerar que a narrativa seja consecutiva. Nesse caso, a declaração de que Davi e seus homens foram descobertos significa que se tornou conhecido o fato de que saíram de seu esconderijo na fortaleza de Adulão e se acamparam no bosque de Herete. Então, quando o rei ficou sabendo disso, reclamou que seus oficiais haviam colaborado traiçoeira mente com o foragido (v, 8). Foi nessa ocasião que Doegue aproveitou a oportunidade para delatar Aimeleque (v. 9, 10). Não há motivo para supor que alguém da posição de Doegue saberia, ao ver Davi no santuário, qualquer coisa quanto ao motivo real de sua ida até ali. Sendo que não havia nada de estranho em Davi parar com o objetivo de pedir conselho antes de executar uma tarefa para Saul, sem dúvida, Doegue considerou na época que não valia a pena relatar o fato. A resposta de Aimeleque não ajuda a determinar a sequência dos acontecimentos, pois a alegação de ignorância na ocasião da visita de Davi ainda seria uma defesa lógica (ver com. dos v. 14, 15), a despeito do intervalo entre a suposta traição e a denúncia dos sacerdotes a Saul. Portanto, a morte dos sacerdotes e o massacre em Nobe não ocorreram necessariamente logo após a visita de Davi ao santuário (ver PP, 658, 659).Debaixo de um arvoredo, numa colina. Ou, “debaixo de um arvoredo, em Ramá" (ARC). Uma vez que Ramá e Gibeá são locais distintos, separados por uma distância considerável (ver com. de ISm 1:1), Saul dificilmente estaria em Gibeá, mas sentado sob um arvoredo na cidade de Ramá. A palavra heb. ratnah devería, neste caso, ser traduzida por “altura", ou “colina”, conforme a opção feita pela ARA. A colina em Gibeádeveria ser um dos lugares preferidos para reunião dos homens da cidade.
1Sm.22:7 Sem comentário para este versículo
1Sm.22:8 8. Conspirado contra mim. Por causa de seu ciúme doentio, Saul começou a sentir pena de si e a culpar a todos, menos a si próprio, pelas tentativas frustradas de capturar Davi. Desta vez, resolveu envergonhar os membros de sua tribo, por ocultarem informações dele a fim de ajudar um rival de Judá. Pensava que até o próprio filho havia se voltado contra ele e que era culpado de traição. Ele ja havia ameaçado matá-lo numa ocasião anterior (iSm 14:44); desta vez, sentia que a simpatia do povo estava do lado de Jônatas ainda mais do que antes.
1Sm.22:9 9. Então, respondeu Doegue. Como maioral dos pastores, Doegue percebeu sua chance de se vingar do sacerdote Aimeleque (ver com. de ISm 21:7), bem como de melhorar sua posição junto ao rei. Ele contou a Saul que Jônatas e os benjamitas não haviam errado tanto quanto o sacerdote, que, além dc providenciar alimento para Davi, consultou ao Senhor por ele e lhe. deu uma arma (v. 10). Ao que parece, Doegue só forneceu essas informações depois de ser subornado com a oferta de ricas recompensas e de posição elevada (ver PP, 659).
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1Sm.22:14 14. Respondeu Aimeleque. O sacerdote não negou a acusação de ajudar Davi, mas, sim, de ter sido desleal. De sua resposta, surgiu uma diferença de opinião quanto ao momento em que ocorreu esse incidente (ver com. do v. 6). Os que defendem ter sido logo depois da fuga de Davi de Gibeá interpretam que as palavras de Aimeleque significam que ele ainda não havia descoberto, até aquele momento, que Davi não era mais o servo fiel de Saul e um honrado membro da casa do rei. Ele não seria tão ignorante ou tão tolo a ponto de dizer a Saul, após Davi estar foragido por muitos meses, que este era “fiel [...] e honrado na tua casa”.Essa conclusão se baseia em traduções (como as inglesas e portuguesas) quecolocam o verbo no presente. Na verdade, o hebraico só tem um verbo, sur, omitido na ARA. A palavra “há” é acrescentada. A forma verbal de sur pode ter sentido presente ou passado, portanto a afirmação é bem indefinida em relação ao período em questão. O tempo verbal deve ser subentendido pelo contexto. Uma tradução literal das palavras de Aimeleque seria: “E quem dentre todos os teus servos tão fiel como Davi, que, o genro do rei, que se vira [ou virava] sob tuas ordens e honrado na tua casar” O passado parece ser obrigatório pelo contexto. A inserção das formas verbais necessárias na tradução de uma frase como esta para o português depende do julgamento dos tradutores. Mas, dependendo do caso, permite diferenças de opinião. Aimeleque certamente quis dizer que havia ajudado alguém que supunha, na época - fosse ela recente ou remota ser um honrado representante do rei.
1Sm.22:15 15. Acaso, é de hoje [...]? Literalmente, "hoje comecei a consultar a Deus por ele?' Ele sugere que se houvesse começado, naquele momento, ciente da condição de Davi, a buscar orientação divina para ele, isso seria prestar auxílio a um inimigo declarado de Saul. No entanto, aquilo que ele fizera antes de saber do conflito entre Saul e Davi não deveria ser considerado como quebra de sua lealdade. Com calma e dignidade, Aimeleque respondeu à acusação de Saul de que usara o Urim e o Tumim de maneira contrária às idéias do rei, afirmando que havia consultado em prol da pessoa mais próxima do monarca, alguém que sempre fora leal e devoto, e que havia prestado o serviço a um mensageiro para Saul. Suas últimas palavras foram de negação de saber qualquer coisa acerca da situação.
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1Sm.22:17 17. Aos da guarda. Do heb. ratsim, literalmente, “os corredores”, termo às vezes usado para designar a guarda real, como é o caso neste versículo. Samuel provavelmente se referiu a este ofício quando advertiu Israel de que o rei pedi ria seus filhos e os recrutariapara correr adiante de seus carros (lSm 8:11). Saul ficou frustrado pela recusa dos guardas em levantar as mãos contra os sacerdotes do Senhor. 0 ato que o rei exigia era chocante. Mesmo em meio às tribos pagãs da atualidade, o pajé é considerado santo, e ninguém ousa atacá-lo. Ao contrário disso, Saul mostrou mão ter respeito pelos servos do Deus Altíssimo.
1Sm.22:18 18. Doegue, o edomita. Este descendente de Esaíí parece ter sido um homem segundo o coração de Saul: invejoso, ressentido, perverso, esperando ansiosamente por qualquer desculpa mínima para realizar os desejos de sua natureza má. Com a permissão do rei de Israel, Doegue não hesitou em levantar as mãos contra os servos de Deus, desconsiderado até mesmo as vestes sagradas que Aimeleque e seus colegas estavam usando. Naquele dia, 85 homens morreram por causa da ganância e do egoísmo. Isso contrasta grandemente com o suposto fervor religioso de Saul que o levou a deixar Agague vivo (lSm 15:20) e o frenesi que o fez cometer um ato sem paralelos na história judaica, por sua barbaridade.
1Sm.22:19 19. Homens, e mulheres. Os inocentes sofreram junto com os supostamente culpados. E provável que os habitantes de Nobe nada tivessem que ver com a mudança do tabernáculo e das famílias dos sacerdotes para Nobe (ver com. de lSm 21:1), mas a fúria satânica e sem sentido de Saul causou a execução de uma cidade inteira. No passado, os filisteus haviam destruído a cidade sagrada de Siló. Eles eram inimigos de Israel, mas não se tem registro do extermínio de toda a população.
1Sm.22:20 20. Abiatar. O único sobrevivente de Nobe do qual se tem notícia. Fugiu “para" Davi, e só deve tê-lo alcançado depois queeste havia deixado o bosque de Herete e se dirigido à cidade de Queila (ver com. de lSm 23:2, 6).
1Sm.22:21 21. E lhe anunciou. Literalmente, “fez Davi saber”. Fica claro que Davi não havia escutado a notícia antes. Portanto, o versículo indica que a atrocidade aconteceu logo antes da chegada de Abiatar a Queila, em vez de em algum momento anterior, em conexão com a visita de Davi a Nobe.
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1Sm.22:23 23. Fica comigo. Deve ter sido um consolo para Davi receber Abiatar em seu grupo. Ele certamente teve ânimo por ver o Ur im e o Tumim (lSm 23:6) e por saber que, a despeito da devastação de Nobe, a mão de Deus permaneceu sobre a estola sacerdotal e o sacerdote que a guardou. No entanto, quando ficou sabendo dos abomináveis fatos da tragédia, Davi ficou cheio de remorso, ao perceber que fora responsável pela morte do sumo sacerdote e daqueles que pereceram juntamente com ele. Arrependeu-se de ter se curvado à dissimulação. Com alegria, teria agido de forma diferente, se pudesse viver aquele ano de novo. O passado, contudo, não pode ser desfeito. Por mais terrível que fosse a repreensão que lançou sobre si mesmo, não havia nada a fazer, a não ser avançar para as coisas adiante (Fp 3:13).Depois de ouvir o que Doegue fizera, Davi escreveu o salmo 52 (veja a introdução). Ele ficou perplexo ao saber que alguém se colocaria em arrogante antagonismo ao plano de Deus, em vez de repousar na misericórdia eterna do Senhor. Com a língua afiada como uma lâmina, Doegue semeou engano e calamidade em tal medida que se tornou a personificação da fraude e do mal. Entretanto, estava para chegar o dia em que ele colhería o que plantara.Capítulo 23I Davi consulta ao Senhor por intermédio de Abiatar e salva Queila. 7 Deus o avisa sobre a chegada de Saul e a traição dos moradores de Queila, e ele foge. 14 Em Zije, jônatas vai confortá-lo. 19 Os zifeus delatam Davi a Satã. 25 Em Maom, ele é salvo Saul por uma invasão dos filisteus. 29 Davi habita em En-Gedi.para escapar de Saul; porém este e os seus homens cercaram Davi e os seus homens para os prender.
1Sm.23:1 1. Queila. Cidade cerca de quatro quilômetros ao sul de Adulão, localizada nas encostas rochosas do Wadi es-Siir, no ponto em que este emerge da região montanhosa para a planície de Elá. Queila ficava a aproximados 14 km da cidade de Hebrom. Hoje é conhecida como Khirbet Qfla.Eiras. Era o começo do verão, pois os grãos já haviam sido colhidos e debulhados; os feixes dourados eram empilhados nas eiras, a fim de serem distribuídos. Grande parte desse tipo de trabalho era um projeto comunitário. Três fatores eram levados em consideração na escolha do locai para as eiras; (1) a necessidade de uma superfície e, de preferência, rochosa; (2) a necessidade de um lugar alto o suficiente para permitir que uma boa brisa levasse a palha embora; e (3) a conveniência da localização mais central possível para a comunidade (ver ICr 21:18-26).
1Sm.23:2 2. Consultou Davi. Alguns consideram que esta é uma evidência de que Abiatar estava com Davi e consultou a Deus por meio do Urirn e do Tu mim (ver com. do v. 9), embora o texto não mencione a forma de consulta. Porém, o v. 6 parece deixar subentendido que Abiatar só alcançou Davi em Queila. Antes disso, porém, o profeta Gade já estava com Davi • 2Jo 22:5). As pessoas costumavam consultar ao Senhor por meio dos profetas naquela época (ISm 9:9). Portanto, Davi pode ter buscado a orientação divina pela intervenção de Gade.
1Sm.23:3 3. Temos medo aqui em Judá. Se os homens de Davi aparecessem em público naquela ocasião, correríam o risco de ser imediatamente achados. Assim que Saul descobrisse seu esconderijo, enviaria uma guarnição contra eles. Com medo de perder a vida dentro da própria tribo, hesitaram em enfrentar um forte inimigo estrangeiro. Eles ficariam felizes em proteger Israel dos ataques não provocados dos adversários. Mas, que bem os supostos criminosos poderíam fazer em cidades que deveríam ser leais à coroa e das quais se esperava que ajudassem o rei na captura das forças de oposição? A despeito das fraquezas de Saul, a maior parte do povo era obediente à monarquia. Davi e seus conselheiros se encontravam num verdadeiro dilema e sentiram que a única decisão sábia seria apresentar o problema ao Senhor.
1Sm.23:4 4. Desce. Deus fica feliz quando Seus filhos consultam a vontade dEle. Quanto mais O consultam, mais confiança têm em sair das dificuldades. Deus estava fortalecendo Israel para extinguir as pilhagens dos filisteus. Se assumisse posição ativa nessa questão, Davi podería ganhar o favor do povo, que ficaria ciente de que a política dele visava a fortalecer o reino, não a fomentar uma revolução contrária.
1Sm.23:5 5. Partiu Davi com seus homens. O consentimento dos homens de seguir a orientação divina revela que, durante osmeses de companheirismo, Davi os convenceu da necessidade de conhecer, antes de tudo, a vontade de Deus e depois de ir em frente sem medo, confiando na providência divina. O mesmo cuidado em consultar a vontade do Senhor em todos os atos e em todas as atitudes deve marcar a vida do cristão.Queila era uma cidade cercada (v. 7), mas seus habitantes despreparados não tinham chance contra os experientes soldados da Filístia. Saul estava a muitos quilômetros de distância, mas Davi e seus homens estavam próximos. A ação foi imediata, e os filisteus, surpresos, debandaram.Levou todo o gado. Ou os filisteus derrotados foram levados para tão longe, dentro de seu território, que Davi conseguiu recolher despojos em compensação do dano realizado, ou se tratava do gado que os filisteus levaram para carregar o grão. Não se relata quanto dos espólios Davi deu a Queila e quanto guardou para si. Centenas de homens precisavam de um grande estoque de provisões.
1Sm.23:6 6. Abiatar. O supervisor de Nobe parece ter alcançado Davi em Queila com a notícia do massacre (iSm 22:20, 21). Embora alguns interpretem que “a Queila” está ligado ao verbo seguinte, “desceu”, a expressão costuma ser considerada uma evidência de que Abiatar se encontrou com Davi pela primeira vez em Queila.
1Sm.23:7 7. Está encerrado. Davi com certeza ficou em Queila o suficiente para Saul pensar que seu inimigo estava sem saída.
1Sm.23:8 8. Cercassem Davi. Em seus esforços contra Davi, Saul provavelmente se convenceu de que Deus o estava dirigindo. O ser humano pode pensar no mal por tanto tempo, que ele se torna bom a seus olhos, e a pessoa se torna minuciosa na realização de suas intenções. Por exemplo, Corá sentiu convicção de que o Senhor o designara para liderar uma rebelião contra Moisés; Miriã tinha certeza de que estava com a razão quandocriticou a mulher de Moisés; Jeoaquim, aparentemente sem nenhum escrúpulo, se recusou a aceitar a profecia de Jeremias quanto ao cativeiro de Israel em Babilônia e queimou o rolo profético (Jr 36:22-30).Davi, em contrapartida, tinha no coração o desejo de manter a justiça e a dignidade de seu povo perante as tribos vizinhas, bem como de ajudar qualquer um em Israel que estivesse passando por dificuldades. Não se revoltou contra Saul ao se integrar com os membros da própria tribo. Nem estava lutando, como os filisteus, por despojos obtidos, saqueando cidades nas regiões vizinhas.
1Sm.23:9 9. A estola sacerdotal. Por seu próprio ato de maldade cometido contra os sacerdotes, Saul se privou dos benefícios do Urim e do Tumim, caso o Senhor houvesse Se comunicado com ele dessa forma desde que fora rejeitado (ver ISm 28:6). Sem receber comunicações divinas, ele acalmou a consciência ao ver em cada oportunidade uma revelação de que Deus concordava e abençoava os desejos de sua mente enferma. Pela providência divina e, sem dúvida, graças à consagração de Davi à vontade do Senhor a qualquer custo, a estola sacerdotal, que Saul perdeu, chegou às mãos do foragido.As Escrituras não revelam como exatamente o Urim e o Tumim davam respostas às consultas. Esse silêncio gerou muita especulação entre os rabis. O talmude babilônico diz que o oráculo se chamava Urim porque provia luz explanatória a suas declarações, e Tumim, porque estas sempre eram completas. A tradição considera que as pedras tinham o nome das 12 tribos inscrito e que as letras necessárias para formar a resposta eram ressaltadas como as letras numa moeda. As letras que compõem o nome das 12 tribos não formam todo o alfabeto hebraico, mas a tradição acrescenta a elas os nomes: “Abraão”, “Isaque”, “Jacó” e “tribos de leshurun” (Tratado Yoma, 73, a, b).Josefo diz que “Deus declarava de antemão, por meio das doze pedras que o sumo sacerdote levava no peito, inseridas no peitoral, quando os israelitas seriam vitoriosos na batalha; ura esplendor tão grande brilhava delas, antes de o exército começar a marchar, que todos ficavam sensíveis à presença do Senhor para ajudá-los” (Antiguidades, iii.8.9). No entanto, o Urim e o Tumim não eram as 12 pedras do peitoral, mas, sim, duas pedras de grande esplendor, uma de cada lado do peitoral. A aprovação era indicada por uma luz circundando a pedra direita, e a desaprovação por uma sombra na pedra à esquerda (ver PP, 351). As respostas atribuídas ao Urim e ao lumim nem sempre eram equivalentes a sim ou não (ver Jz 1:2; 20:18; ISm 23:11, 12), mas é possível que o sacerdote desse a resposta em forma de frase, solucionando uma série de questionamentos.
1Sm.23:10 10. Destruir a cidade. Não há dúvida de que os habitantes de Queila tinham ficado gratos pela ajuda de Davi, e é provável que, no momento, não tenham pensado em nenhum envolvimento futuro. Em vez de permanecer no bosque de Herete, Davi achou que a cidade era receptiva a ele e a seus homens e, sem dúvida, os moradores fizeram todo o possível para atender às necessidades de todo o grupo. Contudo, as notícias se espalharam rápido, e não demorou até Saul ser informado dos detalhes do confronto contra os filisteus. Por causa disso, a situação mudou repentinamente. Os habitantes de Queila perceberam que seriam forçados a se decidir entre a lealdade a Saul, mantendo sua posição em Israel, e a rejeição do rei, por receber o foragido Davi, com a consequente destruição da cidade.Davi revelou precaução ao prever uma situação como essa, mas, mesmo com toda sua experiência, não sabia aonde ir. Ele havia chegado a Herete por orientação divina justamente na época em que sua presença era necessária para salvar Queila. No entanto,sabia que, se permanecesse dentro dos muros da cidade, estaria lutando contra o ungido do Senhor e daria início a urna revolução civil, algo a que sua consciência era absoluta mente contrár ia.
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1Sm.23:12 12. Entregarão. Deus não instruiu Davi a deixar Queila, como o dissera para lutar pouco tempo antes. O Senhor deixou Davi usar o próprio bom-senso depois de saber o que aconteceria. Ele demonstrou boa liderança ao não pensar tanto na própria segurança quanto na de toda a comunidade.Deus providenciou a mesma orientação divina para Saul no início de sua carreira, mas Saul se recusou a agir de acordo com o conselho divino. Davi tez bom uso dele e prosseguiu de vitória em vitória. Sem alarde, partiu de Queila, e seus homens o seguiram sem hesitar. Dia após dia, novas experiências encorajavam seu coração e inspiravam a confiança de seus homens no líder.
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1Sm.23:14 14. Zífe. Cidade localizada num planalto seis quilômetros a sudeste de Hebrom, que fica a oeste de duas montanhas de 915 m de altura. Um profundo desfiladeiro fica entre os dois. No declive do monte oriental, na direção do Mar Morto, começa o deserto de Zife, que se estende para o leste por vários quilômetros. Essa região é estéril, assolada pelo sol, cheia de desfiladeiros profundos que formam excelentes esconderijos. Os “lugares seguros”, ou fortalezas, eram observatórios das principais áreas da terra, colocados perto uns dos outros; era, portanto, impossível que alguém atravessasse a região sem ser visto. Provavelmente, Davi colocou seus homens em várias posições estratégicas e todos os dias ele recebia notícias da localização do exército de Saul. Em Zife era quase impossível obter água e alimento.
1Sm.23:15 15. Horesa. Do heb. chorsah. Alguns localizam este lugar 2,8 km ao sul da cidade de Zife, na estrada mais trafegada de Hebrom a En-Gedi. Talvez Davi tenha se dirigido para ali em busca de comida ou água.
1Sm.23:16 16. Foi para Davi. Jônatas encontrou um jeito de marcar uma reunião com Davi. Talvez alguns dos soldados enviados nos grupos de busca tenham dado a Jônatas informações que ocultavam de Saul. Se for o caso, Davi contava com a simpatia de muitos.Ele precisava do ânimo que uma visita corno esta seria capaz de proporcionar. Embora o título do Salmo 11 não especifique o momento de sua composição, seu tom de conf iança leva alguns a pensar que, depois da v isita de jônatas, Davi expressou sua confiança na atuação providencial do Senhor em seus versos (ver SI 11; PP, 660, 661).
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1Sm.23:19 19. Os zifeus. O hebraico não usa um artigo definido aqui; portanto, a expressão seria mais bem traduzida por “alguns zifeus”. Isso sugere que nem todos os zifeus tentaram trair Davi. Quando este ouviu que tora traído, compôs o Salmo 54.Outeiro de Haquila. A localização exata deste outeiro é desconhecida. Alguns o identificam com a longa cadeia de rocha calcária que se estende do deserto de Zife em direção ao Mar Morto.Jesimom. Literalmente, “deserto” (ver Dt 32:10; SI 68:7; 78:40; 106:14; Is 43:19, 20). E questionável se “Jesimom” deveria ocorrer na passagem como nome próprio.
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1Sm.23:24 24. Maom. Cidade localizada cerca de 13 km ao sul de Zife. O deserto de Maom fica a leste da cidade e se estende em direção ao Mar Morto. O local é conhecido hoje como Tell Mcíin.
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1Sm.23:28 28. Pedra de Escape. Literalmente, “despenhadeiro das divisões”. De acordo com o explorador britânico Claude Reigner Conder, “entre o desfiladeiro de El Kôlah (antigo outeiro de Haquila) e a região de Maom existe um grande abismo chamado ‘Vale das Rochas', um precipício estreito, mais profundo, intransponível, a não ser por meio de um desvio de vários quilômetros. Portanto, é possível que Saul estivesse à vista de Davi, mas incapacitado de dominar o inimigo. O nome Malâky se aplica hoje a este 'despenhadeiro das divisões’, palavra que se aproxima muito do termo heb. mah- lekoth. As redondezas são entremeadas por muitos leitos dkigua, mas não existe nenhum outro lugar próximo a Maom onde se possa encontrar despenhadeiros como os que se infere da palavra sela. Parece, portanto, bem seguro considerar que este foi o local do escape de Davi, por causa de uma súbita invasão dos filisteus, que pôs fim à história de suas fugas por um triz na região sul” (Tent Work, vol. 2, p. 91).Capítulo 24e dos seus homens, nas faldas das penhas das cabras monteses.aliviar o ventre. Ora, Davi e os seus homens estavam assentados no mais interior da mesma.
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1Sm.24:1 1. Deserto de En-Gedi. Este capítulo deveria começar com o v. 29 do anterior, como no texto hebraico atual. En-Gedi é um belo oásis às margens do Mar Morto, na abertura do Wadi el-Kelb, um cânion tortuoso e íngreme que começa cerca de 13 km antes, no alvo deserto calcário de En-Gedi até uma elevação de aproximados 370 m acima do nível do mar.e não pequei contra ti, ainda que andas à caça da minha vida para ma tirares.Nessa pequena distância, o leito do wadi desce de 760 m até chegar ao nível do Mar Morto, a 398 m abaixo do nível do mar. Os despenhadeiros abruptos do deserto, com cerca de 610 m de altura, chegam a 2,4 km do mar, formando uma formidável fortificação a oeste da cidade. Na parte de cima do desfiladeiro, centenas de metros acima da base, a bela fonte termal de En-Gedi jorra darocha à temperatura de 28° C. Nas laterais do desfiladeiro, encontram-se muitas cavernas, naturais e artificiais. O local é conhecido, nos tempos modernos, como 'Am jidi.
1Sm.24:2 2. Penhas das cabras monteses. A região do deserto a oeste do oásis sofreu um processo tão forte de erosão que é praticamente intransponível. Contudo, existe uma estrada proveniente de Carmelo, em judá, que atravessa os desertos de Maom e En-Gedi, descendo pelo Wadi el-Kelb até o oásis. 1 provável que Saul tenha percorrido essa estrada em sua busca determinada por Davi.
1Sm.24:3 3. Currais de ovelhas. Em toda a Palestina, os pastores usam cavernas naturais como lugar para proteger as ovelhas do mau tempo. Em geral, junto com as cavernas, existiam cercados circulares, de pedra e espinheiros, chamados de “currais”, que, durante períodos de clima bom, ofereciam proteção ao rebanho contra ladrões e animais selvagens.Aliviar o ventre. Vindo de fora, Saul não conseguia ver nada, mas os homens dentro da caverna enxergavam com clareza, pois seus olhos estavam acostumados com a escuridão.
1Sm.24:4 4. A orla do manto de Saul. Literalmente, “a borda da veste exterior de Saul''. O manto provavelmente era a túnica exterior sem manga, ampla e chegava até o tornozelo. Era usado pelas mulheres e também por homens de posição importante, como reis, sacerdotes, etc. Sem dúvida, os homens de Davi reconheceram o rei tanto por suas roupas quanto pela aparência. Embora não se tenha registro de uma promessa divina de que o inimigo de Davi seria entregue em suas mãos, o que os homens disseram pode ria ser verdade. A oportunidade veio como um teste para Davi, a fim de capaeitá-lo a exibir as características que desenvolvera. Se, nessa ocasião, ele tivesse matado Saul, haveria mostrado que, pelo menos em umaspecto, não era melhor do que este, que, em circunstâncias contrárias, teria prazer em eliminar Davi.Satanás desafiou a bondade de Jó, argumentando que ele amaldiçoaria a Deus caso certas bênçãos lhe fossem retiradas e restrições colocadas em sua vida. Para enfrentar tal acusação, o Senhor permitiu que Satanás afligisse Jó, a fim de provar a falsidade das declarações do inimigo, bem como a retidão de seu servo. Assim como Jó, Davi passou na prova. Ele estava tão perto de Deus que, mesmo com o inimigo em suas mãos, se recusou a lhe causar dano e ainda impediu que seus homens cometessem qualquer ato rebelde em seu nome.
1Sm.24:5 5. Sentiu Davi bater-lhe o coração. Ou seja, sua consciência o acusou. Os antigos usavam a palavra ‘'coração'’ para descrever o centro do intelecto (Pv 15:28; 16:9, 23; 23:7, 12; Mt 12:34; Lc 6:45). A palavra “consciência” não ocorre no AT. No NT, ela se origina do verbo "saber”; enfatiza, portanto, a faculdade do intelecto em lugar dos sentimentos. Muitas pessoas dizem que são governadas pela consciência, quando, na verdade, costumam ser controladas pelos sentimentos. A consciência só é um guia seguro, se for iluminada pela luz que vem do Céu. A consciência de Saul estava obscurecida, manchada por ciúme e inveja (ver 11 m 4:2). A consciência de Davi recebera treinamento divino e, assim como a de Paulo, estava, em grande medida, pura diante de Deus (At 24:16). Depois de receber a unçào divina do discernimento espiritual, havia demonstrado ser um líder de verdade. Não dependia dos costumes e das tradições de sua época, mas tinha um conhecimento vindo do alto e intrinsecamente correto.
1Sm.24:6 Sem comentário para este versículo
1Sm.24:7 7. Conteve os seus homens. E possível que seus homens, assim como os discípulos mais tarde, estivessem almejando ocupar posições de honra quando o reino de Davi fosse estabelecido. Haviam chegadoa uma condição em que não estavam mais satisfeitos com a comida escassa, os dias e noites de vigília e fuga. Com Saul em suas mãos, pensaram exultantes que a causa fora ganha e se encontravam impacientes para dar fim à longa vida de fugitivos. Davi os corrigiu, desculpando-se pela pequena liberdade que tomara ao estragar a veste do rei. Provavelmente os informou, como fez mais tarde ao rei, que o único caminho para o sucesso verdadeiro é esperar pelo tempo de Deus.Abraão esperou a sugestão de Deus e conseguiu livrar Ló, alguém que seguia em frente pela própria sabedoria. Moisés recusou as honras do Egito e precisou de 40 anos de provas para se tornar profeta do Altíssimo. De que outra maneira pode o ser humano, ao entrar no laboratório da vida para ser aprendiz de Cristo (ver DTN, 297), fazer as obras de Deus7
1Sm.24:8 8. Fez-lhe reverência, com o rosto em terra. A aguda percepção espiritual e o amor profundo à justiça impediram Davi de odiar Saul, de criticá-lo perante os outros e de atacá-lo na primeira oportunidade. Davi não tinha necessidade de sentir uma suposta indignação justa pelo tratamento que recebera. Podia deixar a atitude de Saul em relação a ele nas mãos de Deus, que faz todas as coisas com perfeição. Sentia em sua alma a confiança tranquila de que o Senhor estava com ele e havia, em seu coração, pena por seu rei. Ninguém ficaria mais feliz do que Davi se Saul crucificasse o egoísmo e humilhasse o coração diante de Deus Na sinceridade de sua alma, Davi pro\a\eimente ansiava que Saul desfrutasse a mesma comunhão com o Senhor que ele tinha P
1Sm.24:9 9. Palavras dos homens. Observe a maneira gentil e cortês de Davi se dirigir ao rei. Em vez de culpar Saul por todas as suas ações, Davi se lembrou da influência das falsas línguas, repletas da malícia do interesse próprio, que instigavam o rei a prosseguir e o usavam para seu benefício. O fato de Saul ser afetado por essas más línguas pode ser inferido de 1 Samuel 22:7. Assim como Saul, muitos líderes têm a seu redor a companhia de pessoas que estão com ele por causa dos pães e dos peixes. A segurança de sua posição depende do amparo que podem dar ao líder no poder. Se ocorrer uma mudança de administração, perdem o apoio. Os adeptos de Saul haviam negligenciado as crescentes evidências do cuidado protetor cie Deus sobre Davi. Não prestaram atenção à estima de Jônatas pelo “filho de Jessé”. Embora muitos estivessem convencidos dos erros nas ações de bani, por motivos pessoais o defendiam e maculavam o nome de Davi (ver Si 55:3; 56:5, 6; 57:4; etc.). O fato de Davi pertencer a outra tribo pode ter sido relacionado com notícias malignas que disseminavam.
1Sm.24:10 10. Que eu te matasse. Leitores superficiais das Escrituras pensam que existe um contraste entre a filosofia “olho por olho” de determinadas passagens do AT e a filosofia do amor dos escritos do NT. Neste texto, porém, séculos antes de Cristo, as ações de Davi ilustram o mesmo espírito ensinado por jesus nas bem-aventuranças (Mt 5:11). Os homens de Davi estavam dispostos a amar seus amigos, mas ainda nutriam ódio pelos inimigos. Com essa atitude, Davi demonstrou respeito por seu pior inimigo (ver Mt 5:43-48).
1Sm.24:11 11. Vê aqui a orla. Provavelmente Saul havia prestado pouca atenção nas palavras de Davi sobre estender a mão contra o ungido do Senhor, mas, quando viu a beirada de seu manto com os próprios olhos e percebeu como chegara perto da morte, tremeu diante da evidência material da inocência de Davi. Foi o triunfo da força espiritual sobre a proeza física.
1Sm.24:12 12. Julgue o Senhor. O rei podia falar apenas em termos de conquistas físicas e, quando Davi se referiu à questão d Aquele que ungira Saul, o rei soube que precisava reconhecer a própria culpa. A resposta de Saul foi voluntária, assim como a de Judas quando devolveu o suborno que tanto cobiçara (Mt 27:3-5). Assim será no dia do juízo. Quando a inocência de Cristo e o sacrifício eterno ficarem evidentes diante das hostes de todas as eras reunidas, todo joelho se dobrará e toda língua confessará a perfeição de Seu caráter (Fp 2:10, 11).
1Sm.24:13 13. Provérbio dos antigos. Davi não acrescentou o inverso: “dos bons procede a bondade”, mas Saul provavelmente tirou as próprias conclusões. Se Davi estivesse tramando para matar Saul, não teria perdido urna oportunidade como a que tivera poucos momentos antes. E natural que as ações das pessoas reflitam seus sentimentos, assim,de um coração real mente perverso, procedem ações malignas. Ao dar essa prova adicional de inocência, Davi estava insistindo com o rei para que percebesse que cada ser humano é responsável por seus atos diante de Deus. Garantiu que, a despeito da profundidade na qual o monarca havia caído, o Senhor ainda podia transformar sua natureza má e estava disposto a fazê-lo. Tudo de que Ele precisava era da escolha e da cooperação de Saul.
1Sm.24:14 14. A uma pulga. Literalmente, “atrás de uma pulga”. A declaração é uma manifestação evidente da humildade de Davi. Isso se compara com a atitude da mulher de Tiro que pediu a Cristo que ajudasse sua filha (Mc 7:24-30).
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1Sm.24:17 17. Mais justo és do que eu. O respeito de Davi por Saul, como sogro e rei, e sua reverência por ele ser o ungido do Senhor se contrastam com o egoísmo impetuoso de Saul ao barganhar, usando Mical, com o objetivo de matar Davi, com o ódio invejoso que o transformou num demônio e com a sede insaciável pelo sangue do homem que poupara sua vida. Os lábios indispostos de Saul se sentiram forçados a confessar a verdade, à medida que o calor da bondade de Davi o constrangia.
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1Sm.24:19 19. O Senhor, pois, te pague combem. Isso mostra uma mudança em relação à crítica que Saul lançou aos próprios membros de sua tribo porque não conseguiram notícias do paradeiro de Davi (ISm 22:8). Naquela ocasião, o rei foi duro e exigente, mas, por fim, sua voz demonstrou ternura. A emoção foi tão grande que ele chorou. Mal conseguia acreditar que fora salvo por tão pouco. Antes fora tão arrogante; então, muito humilde. O mesmo ocorrerá com os ímpios diante do trono de julgamento do Altíssimo (ver GC, 668, 669).Capítulo 25] Samuel morre. 2 Em Parã, Davi manda mensageiros a Nabal. 10 Provocado pela grosseria de Nabal, Davi se propõe a destruí-lo. 14 Ao saber disso, Abigail 18 prepara- lhe um presente 23 e, com sua sabedoria, 32 apazigua Davi. 36 Quando ouve essas coisas, Nabal morre. 39 Davi desposa Abigail e Ainoã. 44 Mical é entregue a Palti.atada no feixe dos que vivem com o Senhor, teu Deus; porém a vida de teus inimigos, este a arrojará como se a atirasse da cavidade de uma funda.assistiam; e ela seguiu os mensageiros de Davi, que a recebeu por mulher,
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1Sm.25:1 1. Faleceu Samuel. Sobre a relação entre a idade de Samuel, Saul e Davi, ver p. 115, 116.Samuel fez uma contribuição notável quando organizou escolas para os jovens, a fim de que Israel fosse instruído nos grandes princípios da salvação. O plano original de Deus era que os levitas se espalhassem por toda a terra e ensinassem ao povo as coisas espirituais. Todavia, por se verem desempregados, os membros dessa tribo foram forçados a encontrar outro meio de ganhar a vida. O resultado foi que o povo estava rapidamente se tornando pouco melhor que os pagãos a seu redor. Por isso, as escolas dos profetas foram instituídas.Na sua casa. A palavra "casa” não deve ser entendida como a residência de Samuel, mas é pro\ á\ el que seja usada, neste contexto, para se referir a um local de sepultamento. Se Samuel fosse enterrado literalmente "na sua casa”, havería profanação perpétua (Nm 19:11-22). O lugar que a tradição acredita corresponder à sepultura de Samuel é uma caverna sobre a qual se construiu uma mesquita, cm Nebi Samwil, cidade cerca de oito quilômetros a noroeste de Jerusalém, mas a identificação é incerta.Deserto de Parã. Deserto que se estendia do sul dejudá até o Sinai (ver Nm 30:12). Parã é, em uma ocasião, igualado com Seir (Dl 33:2). Seir era a terra dos descendentes de Esaú, no Neguebe, abaixo de Hebrom (ver Gn 32:3, etc.). Acredita-se que o deserto de Parã incluía o deserto de Zim, entreCades-Barneia e a grande Arabá, ou a planície entre o Mar Morto e o Golfo de Aqaba. Como as tribos que habitavam a região tinham natureza predatória, Davi encontraria uma recepção muito fria ao fugir para Parã e, sem dúvida, reconheceu seu erro. Tal recepção, aliada à consciência da inimizade de Saul, seria ainda mais amarga após a morte de Samuel, isso levou Davi a sentir a necessidade de auxílio definitivo do Céu. Em grande ansiedade, compôs os Salmos 120 e 121 (ver PP, 664).
1Sm.25:2 2. Carmelo. Cidade localizada quase dois quilômetros ao norte de Maom, no topo das montanhas. Toda água a leste deste lugar flui para o Mar Morto; toda água a oeste corre para o Mediterrâneo. O deserto de Maom, unia região esparsamente povoada, repleta de leitos secos de rios, fica a sudeste do Carmelo. Durante sua permanência no deserto de Zife e de Maom (iSm 23:24-26). antes da retirada para En-Gedi (ISm 23:29), Davi e seus homens conheceram os pastores de Nabal e deixaram a melhor das impressões. Nabal morava perto do deserto e, por isso, estava exposto, a todo tempo, a bandos de saqueadores. A cidade hoje é conhecida como Kermel.
1Sm.25:3 3. Nabal. Literalniente. "tolo", "sem juízo’'. O provável significado do nome de sua esposa, Abigail, é "meu pai é alegria” ou "pai do regozijo”,
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1Sm.25:8 8. Davi, teu filho. Davi assumiu este título em respeito a alguém mais velho do que ele. Viajantes modernos que passam pelaregião observam que as maneiras e os costumes do presente são quase idênticos aos da época de Davi.Embora fosse um foragido de Saul, Davi agira como protetor de seu povo dos ataques predatórios no deserto. Preservara os rebanhos de Nabal sem qualquer custo para o proprietário. Normalmente, os donos de ovelhas ficariam felizes em recompensar aqueles que impediram perdas. O pedido de Davi por provisões era legítimo e estava em harmonia com os costumes da época.
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1Sm.25:10 10. Quem é Davi [...]? Esses comentários repletos de Insultos dificilmente teriam sido feitos se Davi ainda morasse em Maom. A referência a servos que fogem pode ser à situação de Davi com Saul ou aos jovens que Nabal logo dispensou com a insinuação de que não tinha certeza se eles pertenciam ou não aos homens de Davi (ver v. II).
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1Sm.25:13 13. Também Davi. O guerreiro cometeu um grave erro ao decidir apressadamente buscar vingança pessoal. Ele ainda precisava aprender a lição da paciência. Essa valiosa característica foi adquirida depois. Observe o contraste entre a atitude dele nessa ocasião e mais tarde, quando Absalão tentou usurpar o reino. Enquanto Davi fugia de Jerusalém, Simei, da casa cie Saul, jogou pedras nele e o amaldiçoou. Quando um de seus homens quis matar o ofensor, Davi disse: “Deixai-o; que amaldiçoe [...|. Talvez [...] o Senhor me pagará com bem a sua maldição deste dia'’ (2 Sm 16:11, 12).
1Sm.25:14 14. Abigail. Não se sabe que acontecimentos ligaram uma mulher de disposição tão sábia a um homem rude e impetuoso como Nabal, porém, muitas vezes, duas pessoas de natureza diametralmente oposta são unidas no relacionamento íntimo de marido e mulher. É provável que essa não tenha sido a primeira vez que Abigail foi chamada para apaziguar as coisas entre o esposo e aqueles com quem se relacionava. Mal sabia ela que, ao cuidar de Nabal todos os dias, estavadesenvolvendo uma clara percepção espiritual e fortalecendo sua intuição feminina, elementos que, um dia, a ajudariam a impedir Davi de cometer um grave erro (v. 18-28).
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1Sm.25:17 17. Filho de Belíai. Literalmente, “filho da inutilidade’' ou “filho da perversidade”. Belial não parece ser nome próprio nesta ocasião, embora mais tarde tenha sido considerado como tal (ver 2Co 6:15, ARC).
1Sm.25:18 18. Cinco medidas. Literalmente, “cinco seás" Um seá equivale a 7,38 litros. Cinco seás, portanto, totalizariam 36,65 litros.Cachos. Provavelmente "montes”. O costume antigo era pressionar as uvas passas, formando bolos.
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1Sm.25:24 24. Caía a culpa sobre mim. Um gesto gracioso, algo que provavelmente se tornara habitual para Abigail. É certo que frequentemente, sem o conhecimento de Nabal, ela transformava a loucura do marido em uma nova oportunidade de vida, na esperança de que ele percebesse a beleza de um conceito de vida bem diferente. Essa nobre mulher se apresentou como aquela sobre quem repousava a insensatez e que, portanto, deveria receber o castigo.
1Sm.25:25 25. O que significa seu nome ele é. Ver com. do v. 3.Não vi os moços. Nabal, o chefe do lar e representante da família nos negócios, não incluiu a esposa em seu pensamento. Se houvesse confiado nela, poderia ter evitado problemas infindáveis, mas então ela precisava reorganizar a situação e assumir a culpa por incidentes desfavoráveis.
1Sm.25:26 26. Impedido. Abigail não atribuiu o crédito à própria genialidade, mas ao Senhor, por impedir Davi de realizar seu propósito impensado. As palavras por ela proferidas só poderíam vir de alguém profundamente religioso.
1Sm.25:27 27. Presente. Ou, “bênção" (ARC). Ao chamar seu presente de bênção, Abigail sugeriu que estava retirando a atenção de si mesma como doadora, para dar crédito aDeus, que estava suprindo as provisões em resposta ao pedido de Davi,
1Sm.25:28 28. Perdoa a transgressão. Ver v. 24. Abigail baseou seu pedido em duas considera ç õ e s i m p o r t a n t e s:(1) Davi estava lutando as batalhas do Senhor. A referência a esse fato era uma repreensão indireta ao fato de ele não estar, naquele momento, numa missão divina, mas, sim, buscando algo que ele mesmo escolhera. No confronto contra os fiíisteus em Queila, Davi consultou cuidadosamente a vontade de Deus sobre o assunto (lSm 23:2). Nenhuma consulta do tipo fora feita nessa ocasião. Davi não tinha aprovação celestial para matar Nabal e seus homens.(2) Davi seria culpado, algo de que estivera livre até o momento. A expressão "não se ache mal em ti" é uma observação do ponto de vista humano. Davi cometera erros graves (ver lSm 21:1, 2, 12, 13). Com certeza, Abigail avaliou o caráter de Davi com base em sua competência para ser o futuro rei de Israel. Seus defeitos, até então, não o desqualificavam para exercer tal posição. Caso houvesse cumprido seu propósito contra Nabal, o incidente teria levantado sérias dúvidas na mente do povo em relação ele como o futuro monarca. Se continuasse com a política de exterminar os cidadãos do reino que se opunham a fazer sua vontade, sua administração estaria sob suspeita.
1Sm.25:29 29. Se algum homem. O hebraico parece ser geral. Com certeza, Abigail estava pensando em Saul, mas usou um vocabulário diplomático.Feixe dos que vivem. Do heb. tseror hachchuyyim. Literal mente, "feixe dos vivos". A imagem é emprestada do costume de amarrar os bens numa trouxa que o dono podia carregar sobre si. Essas palavras hebraicas são usadas em sepulturas de judeus hoje com referência, segundo autoridades judaicas, à vida futura.
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1Sm.25:31 31. Tropeço. Do heb. pncjah. A palavra é usada de forma figurada para designar escrúpulos da consciência. Abigail suplicou que Davi se portasse de forma que, depois de se tornar rei, podería agradecer a Deus ter enviado um poder para detê-lo nos momentos de desespero e autopiedade pela ingratidão dos outros a ele. Afinal, ela era obrigada a suportar aquele homem rude, independente, rancoroso e ciumento por muito mais tempo do que Davi.
1Sm.25:32 Sem comentário para este versículo
1Sm.25:33 33. Bendita seja a tua prudência. E necessária humildade para aceitar a repreensão com tranquilidade. Davi não fez esforço algum para justificar suas ações. Seu coração se encheu de agradecimento por aquela que o salvara de um ato apressado e assassino.
1Sm.25:34 Sem comentário para este versículo
1Sm.25:35 35. Ouvi a tua petição. A aceitação imediata da repreensão é digna de elogios. Davi acostumou-se a testemunhar atuações misteriosas da Providência, e reconheceu a mão de Deus naquilo que acontecia. Agradeceu ao Senhor por desencadear os eventos que culminaram em seu encontro com Abigail no lugar certo e na hora certa, e pelo encorajamento de uma alma tão espiritual como a daquela mulher.
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1Sm.25:37 37. E se amorteceu nele o coração, Ou seja, ele caiu numa condição de insensibilidade.Ficou nele como pedra. Ou, paralisado.
1Sm.25:38 38. Feriu o Senhor a Nabal. As Escrituras costumam dizer que Deus fez algo que Ele simplesmente não impediu. Nabal teve sua oportunidade. A presença de uma esposa piedosa não exerceu influência alguma sobre ele. Ele abdicou do direito de receber a proteção divina sobre sua vida.
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1Sm.25:42 42. Que a recebeu por mulher. Davi já era casado (lSm 18:27). A poligamia era um costume da época, e o ato não seria considerado digno de repreensão pelo povo. Deus tolerava o costume nesse período, assim como fizera no passado (ver com. de Dt 14:26), não levando em conta os temposde ignorância (ver At 17:30). Contudo, a poli- estivesse disposto a aceitar o padrão originalgarnia trazia consigo muito sofrimento e tris- estabelecido pelo Senhor no Éden (Gn 2:24;teza, dos quais o povo seria poupado caso ver Mt 19:5).Capítulo 26agora, encravá-lo com a lança, ao chão, de um só golpe; não será preciso segundo.I 5 Então, disse Davi a Abner: Porventura, não és homem? E quem há em Israel como tu? Por que, pois, não guardaste o rei, teu senhor? Porque veio um do povo para destruir o rei, teu senhor.Israel em busca de uma pulga, como quem persegue uma perdiz nos montes.
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1Sm.25:44 Sem comentário para este versículo
1Sm.26:1 1. Haquila. Ver com. de iSm 23:19. Muitos tentam igualar a narrativa deste capítulo com o registrado dos cap. 23 e 24, citando como motivo as seguintes semelhanças: (1) os zifeus são os informantes de Saul, (2) Davi se encontra em Haquila, (3) Saul está acompanhado de 3 mil homens, (4) os homens de Davi insistem para que ele mate Saul, (5) Davi se recusa a tocar no ungido do Senhor, (6) Saul demonstra arrependimento, e (7) Davi se compara a uma pulga. Em contrapartida, há diferenças marcantes, como: (1) o local do esconderijo de Davi; (2) a forma de descoberta de Saul, no primeiro caso, depois que ele entrou na caverna; no segundo, os movimentos do rei eram observados por vigias; e (3) a evidência material que Davi recolheu: na primeira situação, um pedaço da roupa de Saul, na segunda, a lança e a bilha da água do rei. Não existe motivo válido para presumir que os dois relatos são variantes do mesmo incidente.Entrc os dois acontecimentos, Davi se escondeu no deserto de Parã e teve a infeliz experiência com Nabal. Ao voltar para o norte, os zifeus o delataram a Saul. Exasperado pela ousadia de Davi de voltar à região de Hebrom, Saul se esqueceu da recente promessa ao genro e, num ataque de loucura, voltou a trilhar o caminho bélico para capturar seu rival.
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1Sm.26:5 5. Acampamento. Do heb. mdgal, "trilho [de trem]”, “entrincheiramento” e, talvez, “acampamento. A palavra ocorre em 1 Samuel 17:20 para designar o acampamento ou trincheira cio exército de Saul na época do desafio de Golias. E provável que Davi e seus homens tenham visto o exército inimigo armar suas tendas para passar a noite, e Davi tenha avistado o local de Saul em meio ao exército. Abner, primo de Saul (ISm 14:50), era o guarda-costas do rei.
1Sm.26:6 6. Aimeleque, o heteu. O nome deste homem só ocorre neste versículo. Os heteus (hititas) são mencionados desde os tempos deAbraão (Gn 23:3-20). Os descendentes de Hete se estabeleceram em Hebrom. Foi deles que Abraão comprou um lugar para sepultar sua esposa Sara. Posteriormente, os heteus se transformaram numa nação poderosa, que ocupava uma posição estratégica na Ásia Menor e, com o tempo, se tornaram o equilíbrio do poder numa região próxima ao grande arco do Eufrates, no que hoje se conhece como o norte da Síria e a Turquia. Quando os egeus (os povos do mar) migraram pela Asia Menor a caminho do Egito, o império heteu foi praticamente eliminado. Ainda existiam heteus na Palestina nos dias de Salomão (lRs 9:20, 21). E provável que esse Aimeleque fosse ligado à tribo de Judá por meio de casamento e sentiu que seria seguro se aliar a Davi. Ele deve ter se distinguido tanto que Davi lhe concedeu uma posição em sua guarda.Abisai. Neto de Jessé. Abisai era filho da irmã de Davi, Zeruia, portanto, seu sobrinho. Joabe, irmão de Abisai (lCr 2:16) foi o comandante do exército de Davi.
1Sm.26:7 Sem comentário para este versículo
1Sm.26:8 8. Deixa-me, pois, agora, encravá-lo. Abisai não aprendera a difícil lição de estender bondade a um inimigo. Saul começou um conflito intertribal entre Benjamim e Judá; Abisai, com certeza, concluiu que isso exigia retaliação. Saul havia arremessado sua lança contra Davi, mas errara. Segundo a opinião de Abisai, era a vez de Davi e, como guarda-costas, se ofereceu para agir em lugar do tio.
1Sm.26:9 9. Não o mates. Davi exercitava o pensamento independente. Era superior à atitude de tomar qualquer ser humano como critério para sua conduta. Ele desenvolveu sua filosofia de vida não com base na tradição, mas nos princípios estabelecidos pela revelação divina. Entre os preceitos da lei mosaica, com a qual Davi era familiarizado, estava o seguinte: “Contra Deus não blasfemarás, nem amaldiçoarás o príncipe do teu povo” (Ex 22:28). Davi possuía refinado discernimento espiritual e compreendia que essa leiproibia qualquer ação contra o rei, como a que Abisai defendia. A interpretação espiritual de Davi das leis de Moisés era muito mais avançada do que a dos líderes judeus dos dias de Cristo, que tentavam manter a letra da lei, ao passo que violavam seu espírito. A habilidade de Davi de interpretar corretamente as Escrituras era ajudada pela orientação que recebia por meio: (1) dos profetas, (2) do Urim e do Tumim, (3) dos grandes pontos de proteção providencial que, ao longo de muitos anos, foram erguidos em sua vida, (4) das evidências históricas do poder de Deus nos séculos passados aprendidos aos pés de Samuel nas escolas dos profetas, (5) da inspiração recebida por sua associação com pessoas amigas repletas do mesmo discernimento espiritual e (6) do dom do Espírito Santo, que o capacitava a falar sob inspiração (ver 2Sm 23:2).
1Sm.26:10 10. Tão certo como vive o Senhor. Davi se contentava em deixar tudo nas mãos de Deus e, de maneira nenhuma, tentava prescrever um caminho para o Senhor seguir. Com alegria, depositava todos os planos aos pés do Mestre e esperava com paciência o desenrolar das obras misteriosas de Deus.
1Sm.26:11 11. A lança. Davi estava bem ciente da necessidade de garantir provas materiais de sua atitude em relação a Saul. Ao mesmo tempo em que esperava Deus fazer grandes coisas por ele, sabia que também tinha uma parte a desempenhar.
1Sm.26:12 12. Profundo sono. Davi deve ter recebido encorajamento ao perceber a proteção do Altíssimo à medida que ele e Abisai percorriam com cuidado o caminho por entre as fileiras do exército de Saul. O milagre que permitiu a esses homens caminhar em meio a 3 mil soldados, até o centro do grupo, sem serem vistos, foi uma evidência do lado do conflito em que se encontrava a Providência. A intervenção foi uma condenação da natureza instável de Saul, que prometera uma coisa e, pouco tempo depois, violou sua palavra, fazendo exatamente o contrário.
1Sm.26:13 Sem comentário para este versículo
1Sm.26:14 Sem comentário para este versículo
1Sm.26:15 Sem comentário para este versículo
1Sm.26:16 Sem comentário para este versículo
1Sm.26:17 17. Não é a tua voz [...]? É provável que ainda estivesse escuro, portanto Saul só poderia reconhecer Davi pela voz.
1Sm.26:18 18. Que fiz eu? A atitude de Davi em relação a Saul foi respeitosa e cheia de amor. Ele poderia ter dito: "Por que violaste tua aliança comigo perante Deus? Até quando continuarás a pecar contra mim e contra o Senhor." Mas, tais palavras só teriam provocado a raiva de Saul. É preciso tato para conseguir repreender e obter mudança de atitude da parte de quem está no erro. O esforço de Davi realizou tudo que se poderia esperar de alguém tão endurecido como Saul (verv. 21).
1Sm.26:19 19. Se é o Senhor. Davi apresentou a Saul duas possíveis soluções, que poderíam ser parafraseadas da seguinte forma: (1) "Se, por algum pecado de minha parte, cometido em ignorância contra ti ou contra todo o Israel, do qual foste ungido rei, Deus te impressionou a executar juízo contra mim, permite-me seguir as instruções da Torali e buscar perdão da maneira constituída pelo Senhor” (Lv 4); e (2) "mas, se resolveste me caçar como se fosse um rebelde por causa de fofocas vis e caluniosas e difamações sussurradas, sentindo que estou tentando usurpar tua posição, a evidência em En-Gedi e mais uma vez neste local prova a falsidade de tais palavras e ações. Portanto, aqueles que estão te instigando são amaldiçoados diante de Deus, de acordo com as leis da Torah (Dt 27:24-26), e tu não deves segui- los, nem se deixar guiar pelo conselho deles”.Eles me expulsaram. Davi abriu seu coração a Saul num arroubo de desalento. Em vez de ser aceito como servo (v. 18), função que exercería com alegria, era perseguido como um criminoso; seu rei se tomara um inimigo, e aquele a quem ele seguiría com prazer e respeito o obrigara a fugir como uma perdiz para as montanhas (v. 20). Todavia, muito pior do que isso, ele foi afastado da “herança do Senhor”, a terra de seus pais,e da religião que fora sua maior alegria e seu grande refugio ao longo de tantos anos. Fora forçado a viver nos buracos da terra, no ermo do deserto e em meio a inimigos de seu próprio povo. Nessa condição, a única segurança para ele e seus homens parecia se encontrar no exílio completo.
1Sm.26:20 20. Uma pulga. Ver ISm 24:14.
1Sm.26:21 21. Então, disse Saul. Saul ficou emocionado quando percebeu que sua vida fora preciosa aos olhos de Davi mais uma vez. A bondade do patriota foragido forçou várias confissões notáveis de seus lábios: (1) "pequei”, ao planejar em segredo a morte de um próximo; (2) "tenho procedido como louco”, ao tentar novamente matar aquele que graciosamente poupou sua vida; e (8) “tenho [...] errado excessivamente”, ao dar lugar à autopiedade e à paixão da natureza inferior. O rei convidou Davi a voltar para Gibeá e prometeu proteção. Embora o convite para voltar tenha sido um gesto gentil, levaria a uma situação muito difícil, pois Saul dera a mulher de Davi a outro homem (ISm 25:44).
1Sm.26:22 22. Davi, então, respondeu. A narrativa não registra uma resposta direta de Davi aceitando o convite de Saul. Talvez houvesse algo no tom de voz de Saul, não em suas palavras, um ar de complacência que Davi logo discerniu e o convenceu de que aquele que parecia humilde no momento continuava a ser orgulhoso e obstinado. Davi não tinha garantia alguma de que o estado de espírito de Saul continuaria o mesmo por muito tempo.
1Sm.26:23 Sem comentário para este versículo
1Sm.26:24 24. Muita estima. Literal mente, "mag- nificado”, ou seja, de grande valor. Duas vezes, Davi asseverou sua integridade ao preservar a vida de Saul, mas, em vez de se confiar às mãos do rei, orou pedindo proteção divina para si em todas as tribulações.
1Sm.26:25 25. Continuou o seu caminho. Descrente em relação a uma mudança definitiva na atitude de Saul, Davi escolheu permanecer fugitivo.Capítulo 27I Ao ouvir que Davi se encontra em Gate, Saul para de persegui-lo. 5 Davi pede que Aquis lhe dê Ziclague. 8 Davi invade outros territórios, persuadindo Aquis que lutaria contra Judá.
1Sm.27:1 1. Venha eu a perecer. Davi falhou em perceber que, a despeito das conspirações de Saul, Deus estava operando Sua vontade em silêncio. Ele interpretou os acontecimentos então recentes como evidência da impossibilidade de reconciliação e do sucesso gradual do plano do rei de arruiná-lo e destruí-lo. No passado, Davidesfrutara a orientação de Gacle e Abiatar, do Urim e do Tunnim; mas, por fim, desanimado, ele se afastou da ajuda divina e fez seus próprios planos. No entanto, o Senhor, em Sua graça, transformou os erros de Davi em degraus para seu sucesso final.Nada há, pois, melhor. A despeito de tudo que Davi fizera por seus compatriotas,eles manifestaram pouca simpatia por ele, que incorrera no desfavor do rei. Os habitantes de Oueila o teriam entregado a Saul (ver i Sm 23:1-13). Os zifeus informaram duas vezes a Saul o local de esconderijo de Davi (ISm 23:19; 26:1) e Nabal se mostrara tão hostil quanto Doegue (ISm 25:10, 11). Por duas vezes, ele estendeu a mão de misericórdia ao rei insano e invejoso que abertamente procurava tirar sua vida (ISm 24:6-11; 26:8-12). Do próprio povo, que deveria ter demonstrado toda cortesia, recebeu somente censura e ingratidão; sua vida com seu povo fora um pesadelo constante. Vivia com pouca comida em cavernas e florestas, em desertos e montanhas e era tratado como um criminoso.Pouco antes desses incidentes (ISm 22:5), Deus havia orientado Davi a voltar de Moabe para Judá. Havia muito a ser feito por seus conterrâneos, e Davi atendeu com alegria. Ele pode ter concluído que o chamado para voltar a Judá surgiu da necessidade de proteger seu povo contra os ataques de nações vizinhas. No entanto, é provável que o propósito divi no fosse demonstrar a todo o Israel a (orça, a humildade e a coragem daquele escolhido para ser rei - uma fé que esperava com paciência o Senhor operar Sua vontade no tempo certo.Vez após vez, o Senhor atuou em prol de Davi, e o povo comum deve ter começado a considerá-lo um sortudo. Porém, depois de cada livramento maravilhoso, vinha outra provação intensa e, com o tempo, Davi começou a sentir a inutilidade do perigo e da incerteza aparentemente infindáveis. Prover as necessidades das centenas de homens que o seguiam e mantê-los unidos consumiría as energias da pessoa mais capaz. E verdade que Abigail e Jônatas encorajavam Davi, mas a maioria era contra ele. Sua fé ficou fraca.Desanimado, finalmente buscou refúgio em meio aos inimigos do Senhor. Dessa decisão dependia sua segurança, ao menosera o que pensava. Contrariando a vontade de Deus, Davi colocou os pés na espinhosa estrada da dissimulação e da intriga.Ao sacrificar a confiança no Senhor por sua ideia pessoal de segurança, manchou a fé que Deus deseja que todos os Seus servos demonstrem perante anjos e homens. Teria sido bem diferente a história de Israel se Davi houvesse buscado e seguido o conselho divino com a mesma avidez como o fizera antes de sair cie Judá, como fizera ao partir de Moabe (ISm 22:5).
1Sm.27:2 2. Aquis, filho de Maoque. O nome “Aquis” é de origem incerta. Alguns eruditos pensam que este Aquis é o mesmo mencionado em I Reis 2:39 como filho de Maaca. Maoque, porém, era a forma masculina da palavra, enquanto Maaca era a teminina (ver 1 Rs 15:2; ICr 2:48; 3:2; 7:15; etc.). Caso as duas passagens se refiram à mesma pessoa, o Aquis de 1 Reis 2:39 seria então muito idoso, s§ pois o incidente registrado ocorreu quase 50 anos depois de Davi fugir para Aquis pela primeira vez (ISm 21:10). Contudo, se Aquis, filho de Maoque, se casou com uma mulher chamada Maaca, seu filho podería ser mencionado como “filho de Maaca”, portanto, neto de Maoque. É provável, porém, que o Aquis para quem Davi fingira estar louco (ISm 21:12, 13) seja o mesmo rei ao qual este recorreu novamente. Pelo menos, os dois incidentes não estão separados por muitos anos. No primeiro caso, Davi estava sozinho; desta vez tinha a companhia de centenas de seguidores com seus familiares. Durante um tempo, os refugiados permaneceram em Gate. De acordo com os tar- guns, “os lagares” na introdução dos Salmos 8, 81 e 84 designam um instrumento musical inventado ou. um tipo de música composta pela primeira vez por Davi durante a permanência em Gate, pensando que a palavra original gittith se origina de Gate. Foi numa de suas visitas a Gate que Davi compôs o Salmo 56, cuja introdução diz: “quandoos filisteus o prenderam em (.ale" (ver com. de ISm 21:13).
1Sm.27:3 Sem comentário para este versículo
1Sm.27:4 4. Desistiu de o perseguir. Saul natural mente se absteve de invadir território hostil para capturar Davi; caso o fizesse, poderia provocar uma guerra para a qual não estava preparado. O vocabulário do texto deixa pouca dúvida de que, se Davi houvesse permanecido em Judá, Saul logo se esquecería da última promessa e o perseguiría de novo. Talvez o monarca esperasse que, desta vez, como numa ocasião anterior (ISm 18:17, 25), Davi caísse nas mãos dos filisteus.
1Sm.27:5 Sem comentário para este versículo
1Sm.27:6 6. Ziclague. A origem deste nome é incerta. E mencionado pela primeira vez em Josué 15:31, como uma das cidades da herança de Judá. Quando Sirneão recebeu algumas cidades dentro dos limites de Judá, Ziclague foi transferida para a tribo (ver Js 19:1-5). Ela se situava na parte leste da região plana e fora tomada pelos filisteus na época dos juizes. Provavelmente ficava no local que hoje se conhece como Tell el-Khmveilfeh, 32 km a sudoeste de Adulão e 15 km a nordeste de Berseba. Foi em Ziclague que muitos das tribos de Benjamim, Gade, Manassés, Judá e outras se uniram a Davi (ICr 12).
1Sm.27:7 7. Um ano. Do heb. yamim, literalmente, “dias". Em Levítico 25:29, yamim, “um ano” [literalmente, “dias“|, é claramente equivalente a “um ano inteiro” \shanah, a palavra costumeira para “ano”j. Em 1 Samuel 1:3, afirma-se que Elcana ia a Siló “de ano em ano”, literalmente, “de dias em dias”. Em I Samuel 2:19, a tradução é a mesma.
1Sm.27:8 8. Subia Davi com os seus homens, e davam contra. Embora Davi fosse perseguido como u ma presa por Saul e desprezado por seus conterrâneos, nunca vacilou em seu cuidado por Israel. Ziclague ficava perto do território dos saqueadores do deserto que perturbavam Israel desde sua entrada em Canaã. O Senhor havia ordenado a aniqui- lação completa de tribos predatórias como os amalequitas (Ex 17:16; Nm 24:20; Dt 9:1-4;Os gesuritas. Quando Israel invadiu as terras de Seom e Ogue (Js 12), chegou à fronteira dos gesuritas, perto do monte Hermom (js 12:5; 13:11). E possível que este povo tenha migrado para o norte, partindo do Neguebe (ver com. de Gn 12:9; Jz 1:9) e do deserto de Parã, e fosse uma tribo parente que vivia perto da Filístia.Os gersitas. Mais precisamente, “gir- sitas”. A única coisa que se sabe acerca da localização deles é a associação íntima com os amalequitas no deserto “na direção de Sur, até a terra do Egito”.Os amalequitas. Ver com. de ISm 15:2.
1Sm.27:9 9. Davi feria aquela terra. As tribos do deserto eram inimigas de Israel havia séculos e, regularmente, atacavam as comunidades israelitas que ficavam próximas à sua região. No passado, quando Saul “destruiu a fio da espada” os amalequitas (ISm 15:8), é provável que muitos tenham desaparecido no deserto, mas retornado pouco depois para continuar os saques. Os povos nômades beduínos têm uma forma misteriosa de sumir de repente, tão só para voltar no tempo devido. A declaração de que Davi “não deixava com vida nem homem nem mulher” se refere, é claro, somente àqueles que viviam nas comunidades atacadas por ele. A única maneira de proporcionar paz permanente às cidades fronteiriças de Israel era levar essas tribos a maior distância possível dentro do deserto, de modo que hesitassem em retornar. Era quase impossível exterminá-las. Viviam de espólios conseguidos por meio de táticas de guerrilha; grande parte do gado e dos outros suprimentos que Davi capturou nessas ocasiões, provavelmente, havia sido tomada de comunidades israelitas.
1Sm.27:10 10. O Sul de Judá. Literalmente, “o Neguebe de Judá” (ver com. de Gn 12:9). A área ocupada por essas tribos ficava dentro do Neguebe. Portanto, enquanto Davi atacava “o Neguebe de Judá”, não estava lutanclo contra o próprio povo, mas contra povos estrangeiros que invadiram o território de judá. Ao mesmo tempo, a declaração era ambígua o bastante para permitir que Aquis a interpretasse de outra maneira.Jerameeíitas. jerameel foi o primogênito de Hezrom, neto de Judá (lCr 2:9, 25). E provável que tenha nascido depois de Jacó ir para o Egito, pois não é mencionado entre os 70 da casa de jacó que migraram para o país (Gn 46:12). Não se sabe ao certo se este clã acompanhou ou não Israel no movimento do êxodo. Eles parecem ter se estabelecido na região sul de Hebrom. Provavelmente viviam como nômades e não participavam das questões nacionais de Israel.Queneus. Ver com. de Gn 15:19.
1Sm.27:11 11. Para os trazer. “Para trazer notícias” (KJV). A palavra “notícias” foi acrescentada e deveria ser omitida. O sentido é que Davi não levou prisioneiros com ele para Ziclague, para que os escravos não informassem os filisteus do ataque.
1Sm.27:12 12. Aquis confiava. O fingimento de Davi foi outro erro sério, indigno de alguém tão exaltado com privilégios espirituais. O preço da vitória no conflito com o pecado é vigilância incessante e entrega completa à vontade de Deus. O Senhor, contudo, em Sua bondade, não abandonou Davi nessa hora de desânimo. Davi tinha o propósito fixo e o sincero desejo de cooperar plenamente com o plano de Deus. Tal atitude o levava a reconhecer seus pecados quando eram revelados e a corrigir de imediato os erros.Davi cometeu o primeiro erro ao sair de judá. Ao pecado de desertar de seus compatriotas sem permissão divina, acrescentou a transgressão do fingimento. Caso permanecesse em judá, o Senhor poderia tê-lo livrado, como o fizera antes. Quando Israel foi para Gilboa resistir a um ataque dos filisteus (iSm 28:4), Davi poderia ter sido usado por Deus para conquistar uma vitória tão completa que lhe granjearia a aclamação popular de todo o país. Ao passo que Saul cometera sério erro ao procurar tirar a vida de Davi, este cometeu falha quase fatal ao deixar a própria terra sem o consentimento claro de Deus.Capítulo 28cjue comigo sairás à peleja, tu e os teus homens.l Sucedeu, naqueles dias, que, juntando os filisteus os seus exércitos para a peleja, para fazer guerra contra Israel, disse Aquis a Davi: Fica sabendoa Davi: Por isso, te tarei minha guarda pessoal para sempre.
1Sm.28:1 1. Sairás. Não se tratava cie um convite, mas de uma ordem. Davi era vassalo de Aquis; portanto, estava sob o comando do rei pagão. O governante filisteu observara os movimentos de Davi durante os meses passados, e aquilo que ouvira o satisfizera de que este se encontrava tão intimamente associado aos filisteus, que as tropas israelitas seriam um valioso acréscimo às forças expedicionárias que se dirigiríam para o norte dentro de poucos dias.
1Sm.28:2 2. Saberás. O próprio Davi não sabia como evitar o conflito, caso fosse mesmo para a batalha. Em seu coração, não pensava em levantar a espada contra sua nação, mas, por causa cia associação passada com Aquis, sentia que não podia se recusar a acompanhá-lo na batalha. Mais uma vez, sentiu-se forçado a recorrer à duplicidade. A resposta ambígua era parecida com o oráculo dos deuses. Qualquer que fosse o resultado, o oráculo estaria correto. No entanto, sua resposta foi compreendida por Aquis como uma promessa de auxílio e, em troca, prometeu a Davi uma recompensa grande e atraente (ver PP, 674).
1Sm.28:3 3. Samuel. O profeta morrera algum tempo antes (lSm 25:1). Este versículo parece ter sido acrescentado como um parêntese para introduzir o tema principal do capítulo, a visita de Saul à médium de En-Dor.Havia desterrado. A narrativa não dá pistas quanto ao período de seu reino em que Saul aboliu a necromancia na terra. Alguns acreditam que provavelmente foi no princípio, mas outros sugerem que a ação foi realizada quando Saul foi possuído por um espírito maligno e tinha a expectativa de se ver livre da causa de seu problema. O espiritismo era uma prática comum entre as nações ao redor, mas Israel recebera a proibição de se envolver com isso (Dt 18:9-14; ver PP, 676).
1Sm.28:4 4. Suném. Hoje Solem, cerca de cinco quilômetros a nordeste de Jezreel, na basesul do outeiro de Moré, em frente ao vale do monte Gilboa. Esse vale, chamado de jezreel ou Esdraelom, era uma planície bem irrigada e de fácil acesso a partir das planícies litorâneas pela passagem em Megido. O vale se estendia para o sudeste, atravessando as montanhas centrais e descendo na direção oriental para o vale do Jordão e Bete- Seã. O outeiro de Moré e o monte Gilboa ficam na extremidade leste da grande planície de Esdraelom propriamente dita e formam um divisor de águas dessa parte da Palestina. Toda a água a leste escoa para o Jordão; toda a água a oeste deságua no rio Quisom e, portanto, no mar Mediterrâneo. O grande vale que fica entre as duas montanhas e que forma uma extensão mais baixa do Esdraelom é o vaie de Jezreel, cortado pelo rio Jalude, que corre de Bete-Seã em direção ao Jordão.Embora não haja nenhuma declaração definitiva sobre o assunto, o fato de os filisteus conseguirem passar pelo vale de Suném indica que, enquanto Saul estava tão concentrado em encontrar Davi, foi omisso na proteção de suas fronteiras, e os filisteus tiraram vantagem dessa facilidade. A paixão irracional de Saul em eliminar Davi da terra, involuntariamente, abriu o país inteiro às invasões filisteias. E provável que os invasores já tivessem se espalhado por grande parte do território que pertencia a Issacar, Zebulom e Aser. Do cume do monte Gilboa, Saul podia ter uma visão abrangente do vale de Jezreel. O exército adversário estava reunido na base do outeiro de Moré, a sete ou oito quilômetros de distância. Talvez os vigias israelitas tenham intensificado o desespero de Saul ao avisá-lo que Davi estava presente com a hoste dos filisteus, e ele temia que ele agora tentasse se vingar (ver PP, 675).
1Sm.28:5 Sem comentário para este versículo
1Sm.28:6 6. Consultou Saul ao Senhor. A aparente discrepância entre esta declaração e a de 1 Crônicas 10:13, 14, que diz que Saul não consultou ao Senhor, é facilmente resolvida.Os (ilistcus (I-’) se acampam em Suném, no lado norte do vale de Jezreel; os hebreus (H) se reúnem no monte Cilboa. Davi, enviado por Aquis a fim de voltar para casa com seus homens, não está na batalha. Saul atravessa o vale de En-Dor para consultar a médium e é morto na batalha que se segue no monte Gilboa. Os corpos de Saul e de seus filhos são presos ao muro de Bete-Seã, mas são resgatados pelos homens de Jabes-Gileade, a leste do Jordão, para serem queimados e enterrados.As paJavras hebraicas costumam ter significado mais inclusivo dos que as de língua portuguesa. A palavra “consultar” (lCr 10:13) pode incluir todo o processo de: (1) pedir informação, (2) receber uma resposta, e (3) agir de maneira favorável à resposta. No versículo em questão, Saul não fez esse tipo de consulta. Nesse caso, o termo “consultou'' é usado no sentido mais restritivo. Ele pediu informação a Deus, mas o Senhor não lhe respondeu.Não lhe respondeu. O Senhor nunca rejeita aquele que se aproxima dEle com humildade e sinceridade. A resposta pode não vir do modo ou tempo esperado, mas Deus atenta à petição e faz o melhor de acordo com as circunstâncias. O apelo frenético de Saul chegou aos ouvidos do Senhor, mas, levando em conta a situação, Ele escolheu não dar a informação que o rei queria. Saul havia se recusado cleliberadamente a esperar pelo conselho divino em Gilgal (ISm 13:8-14) e a aceitar quaisquer mensagens contrárias a suas idéias. Antes ele tinha o acesso ao tabernáculo em Nobe, mas mandara matar os sacerdotes dali. Uma vez que Saul tomara a decisão voluntária de seguir os próprios impulsos, Deus permitiu que ele colhesse os frutos daquilo que semeara. Se ele tivesse se arrependido e sido submisso, o Senhor poderia ter transformado seus erros em degraus para o sucesso. A experiência de Saul ilustra a verdade: “aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (GJ 6:7; ver T5, 119).O texto parece indicar que, em seu desespero, Saul tentou apressada mente consultar por meio de sonhos, do Urini e de profetas, mas os três permaneceram em silêncio. Uma vez que a estola sacerdotal estava com Abiatar, alguns pensam que Saul mandou fazer outra.
1Sm.28:7 7. Apontai-me uma mulher. Em sua pressa, Saul recorreu à fonte de informação que ele mesmo havia condenado (v. 3). Aquele que, no passado, estivera cheio ciezelo espiritual, então, abriu espaço para a superstição pagã de invocar supostos espíritos de almas falecidas para lhes pedir ajuda.Que seja médium. Do heb. baalatk-'ob. Baalath significa “senhora”. ’0b deveria ser vertido por “necromante”, ou, em linguagem moderna, “médium” (ver também com. de Lv 19:31). A palavra também é usada para se referir à necromancia, como no v. 8, em que Saul diz literalmente: “Consulta, eu te peço, para mim, por necromancia.” O termo necromancia, em português, provém de duas palavras gregas: nekros, .morto, e manteia, adivinhação; e descreve a arte de descobrir o futuro por meio de supostas comunicações com os espíritos dos mortos.En-Dor. Cidade do lado norte do outeiro de iVloré, em frente ao acampamento filis- teu, a 11 km de onde Saul estava com seu exército no monte Gilboa. O local mantém o mesmo nome, Endôr.
1Sm.28:8 Sem comentário para este versículo
1Sm.28:9 9. Adivinhos. Literalmente, "conhecedores”. Supunha-se que os adivinhos tinham conhecimento especial do mundo invisível. Eram classificados junto com os necroman- tes e igualmente abominados por Deus (ver Lv 19:31; 20:6, 27; Dt 18:11; 2Rs 21:6; 23:24; 2Cr 33:6; Is 8:19; 19:3).Para me matares. O decreto nacional de Saul não contou com a colaboração completa de todos os súditos. Com frequência, os decretos imperiais falham em garantir conformidade universal. A perseguição romana aos cristãos não impediu que o cristianismo sobrevivesse e, em muitos casos, triunfasse.A mulher, aparentemente informada pelos espíritos quanto à identidade de Saul (ver com. no v, 12), passou a temer pela própria vida (ver com. do v. 25). Com a total consciência de que sua arte oculta fora banida pelo rei, continuava a praticá-la em segredo. Mal sabia que o próprio Saul era perturbado havia tempos por espíritos maus (ISm 16:14-16) e que estava completamente à mercê dos mesmos.
1Sm.28:10 10. Nenhum castigo. Por ser o rei, Saul achava que podia reivindicar imunidade de qualquer lei para si e ainda prometer imunidade a quem quer que o ajudasse em sua dificuldade.
1Sm.28:11 11. Faze-me subir Samuel. Por que Saul pediria a presença de Samuel, em vez de tantos outros? O profeta fora o guia e mentor do rei e fizera várias predições na ocasião da unção de Saul, as quais proporcionaram paz e alegria quando se cumpriram. Tão logo o comportamento despótico do monarca começou a se manifestar, seu respeito pelo conselho divino diminuiu. Essa atitude, por sua vez, se transformou em indiferença e até mesmo em ódio, até o rei negligenciar todas as responsabilidades administrativas na tentativa de exterminar seu rival. Com a lembrança da bondade de Davi em duas circunstancias diferentes ainda amargurando sua mente enferma, Saul começou a perceber que havia falhado aos olhos de muitos de seus súditos, aos quais viu desertarem para Davi. Muito irritado pelo silêncio celestial, procurou um método de forçar uma resposta.
1Sm.28:12 12. Tu mesmo és Saul. A informação foi dada de forma sobrenatural; porém, não era de origem divina. O Senhor havia demonstrado sua abominação pela prática da necromancia ao ordenar a morte de todos que a praticassem (Lv 20:27). Até mesmo aqueles que consultavam médiuns espirituais deviam ser eliminados (Lv 20:6). Portanto, a comunicação deveria vir de alguma outra fonte. Há os que defendem que os espíritos dos mortos retornam para se comunicar com os vivos. Afirmam que foi o espírito de Samuel que atendeu ao chamado da médium. Entretanto, uma comunicação da parte de Samuel, em sua função de profeta, seria, de maneira indireta, uma mensagem de Deus e fica claramente expresso que o Senhor havia se recusado a falar com Saul (ISm 28:6). A Bíblia declara que Saul morreu “porque interrogara e consultara uma necromante e não ao Senhor” (ICr 10:13, 14).O ensino de que o espírito dos mortos volta para se comunicar com os vivos se baseia na crença de que o espírito do ser humano sobrevive em estado consciente após a morte e de que, na verdade, o espírito é a pessoa. A Bíblia ensina que o espírito volta, por ocasião da morte, a Deus que o deu (Ec 12:7). Mesmo assim, o AT nega enfaticamente que o espírito seja uma entidade consciente (Jó 14:21; SI 146:4; Ec 9:5, 6). O NT ensina a mesma doutrina. Jesus apontou para o momento de Sua segunda vinda, não para a morte, quando se referiu ao instante em que os fiéis estarão com o Senhor (Jo 14:1-3). Caso contrário, Cristo podería ter confortado Seus discípulos tristes com o pensamento de que a morte logo os levaria e eles iriam imediatamente para o reino celestial, onde estariam com Ele. Ao confortar os que haviam perdido entes queridos, Paulo claramente declarou não haver precedência dos vivos sobre os mortos, mas que todos se encontrariam com Deus no mesmo momento (lTs 4:16, 17).Fica evidente, então, que, nessa circunstância, o espírito de Samuel não se comunicou com Saul. Deve-se lembra*', porém, que há uma forma de inteligência que atua no mundo espiritual. As Escrituras revelam que Satanás e seus anjos têm habilidade de dar informações e de alterar sua aparência (ver Mt 4:1-11; 2Co 11:13, 14). A figura que apareceu à médium de En-Dor era uma personificação satânica de Samuel, e a mensagem comunicada, portanto, se originava do príncipe das trevas.Embora diversos fenômenos de sessões espíritas envolvam fraude e truques, nem todos eles podem ser explicados dessa forma. Muitos dos que investigaram sessões admitem a presença de um poder que não pode ser atribuído a truques ou a leis científicas conhecidas.As Escrituras predizem o aumento das manifestações sobrenaturais nos últimos dias(Mt 7:22, 23; 2Ts 2:9; Ap 13:13, 14; 16:14). A única proteção contra esses instrumentos do engano é ter a mente tão fortificada com as verdades da Bíblia, de modo que o tentador seja desmascarado em seu disfarce. Uma fé firme na verdade do estado inconsciente dos mortos tornará impotente qualquer tentativa de o inimigo infiltrar suas mentiras por meio de médiuns espíritas e supostas mensagens dos falecidos (ver GC, cap. 34).Parece que o espírito informante da mulher teve prazer em divulgar a identidade verdadeira de Saul e zombou do estranho rumo que o rei tomou ao, finalmente, buscar ajuda do poder que ele colocara em silêncio no passado. Na presença do poder sobrenatural de Satanás, a bravata, as autojustifi- cativas e os álibis de toda sorte usados pelo monarca desaparecem como a palha levada pelo vento.
1Sm.28:13 13. Um deus. Do heb. elohim, título usado mais de 2,5 mil vezes para o Deus verdadeiro (ver vol. 1, p. 148, 149) e, com frequência, para se referir a deuses falsos (Gn 35:2; Êx 12:12; 20:3; etc.). Três vezes, a ARA traduz o termo por “juizes” (Ex 21:6; 22:8, 9). E possível que a palavra pudesse ser traduzida assim neste texto, e a mulher, portanto, diria: “Vejo um juiz que sobe da terra.” Embora ela tenha usado a forma plural, Saul parece ter compreendido no singular, pois perguntou: “Como é a sua figurar” Em contrapartida, ela pode ter usado ’elohim, em seu sentido mais comum: “deus" ou “deuses”.
1Sm.28:14 14. Como é a sua figura? As perguntas de Saul, somadas às respostas da mulher, evidenciam que ele não viu a aparição. Talvez estivesse separado da médium por uma cortina ou bem à frente dela na total escuridão da caverna. Quando ela descreveu a figura, Saul entendeu “que era Samuel”.Seria contrário a qualquer princípio da justiça imaginar que uma necromante teria recebido autoridade divina para chamar Samuel de seu lugar de repouso. Pensar queDeus, Aquele que proibiu a necromancia (Dt 18:10-12), cederia ao pedido de uma médium para perturbar o descanso de seu santo Samuel é algo totalmente inconcebível. No entanto, assim como Satanás teve poder para aparecer diante de Jesus no deserto como um anjo de luz, ele ou um de seus agentes poderia, caso permitido, personificar Samuel, tanto em aparência quanto em voz. O diabo aproveitou a oportunidade para escarnecer da ironia do destino de Saul. O próprio homem que perseguira os expoentes da magia negra estava de joelhos perante aquele poder, implorando por ajuda.
1Sm.28:15 15. Samuel disse. Não se deve pensar que o próprio Samuel falou. O escritor descreveu os acontecimentos como eles pareciam, algo normal numa narrativa. A Bíblia também fala sobre o sol nascer e se pôr, assim como nós. Ninguém se engana nem se confunde com o fato de falarmos apenas das aparências. Na realidade, não é o sol que nasce e se põe, mas, sim, a Terra que gira. No versículo em análise, o contexto e uma comparação com outras passagens deixam claro que uma personificação de Samuel estava proferindo as declarações atribuídas ao falecido profeta (ver com. do v. 12).Fazendo-me subir. Ver o v. 11, no qual o termo “subir” é usado duas vezes. Fica claro que os antigos, de modo geral, imaginavam que uma região subterrânea constituía a morada dos mortos. Caso a doutrina apoiada pela maior parte dos cristãos, de que o justo sobe ao Céu por ocasião da morte, fosse defendida desde a Antiguidade, o pedido seria para fazer Samuel descer, e o espírito que personificou Samuel teria dito: “Por que me inquietaste, fazendo-me descer?” Este único momento no registro já é suficiente para descartar a narrativa como prova da doutrina do estado de consciências dos justos mortos.
1Sm.28:16 16. Teu inimigo. Estas palavras identificam seu autor. A declaração feita nesteversículo e nos seguintes ilustra uma estratégia característica do diabo. Desde sua queda, Satanás tenta retratar o caráter divino de maneira distorcida. Ele representa Deus como um tirano vingativo, que empurra para o inferno todos que não O temem (ver GC, 534). Seduz os seres humanos ao pecado e depois apresenta o caso deles como totalmente desprovido de esperança. Insinua que o Senhor não está disposto a perdoar o pecador enquanto existe uma mínima desculpa para não aceitá-lo. Assim, retrata Deus para as pessoas como se Ele fosse inimigo delas. Tal conceito reside na base das religiões pagãs, as quais ensinam a necessidade de sacrifícios para apaziguar um deus irado. Essa doutrina é absolutamente contrária aos ensinos da Bíblia, que mostram Deus estendendo amor a todos e disposto a realizar o sacrifício supremo para salvar os culpados (Jo 3:16; 2Pe 3:9).
1Sm.28:17 17. Tirou o reino da tua mão e o deu. O espírito, fingindo ser uma voz do Céu, escarneceu de Saul ao dizer que sua coroa iria para seu rival. Satanás inspirou os homens de Saul a suscitar a animosidade do rei contra Davi e então transformou o ódio do rei em amargura, ao anunciar como já realizado, justamente aquilo que o monarca lutara tanto para impedir. Ele ouvira que Davi estava com os filisteus (PP, 675) e, provavelmente, imaginava os inimigos do Senhor derrotando-o e entregando o reino a Davi.
1Sm.28:18 18. O Senhor te fez. Embora Satanás tenha inspirado os pensamentos que levaram à desobediência de Saul em sua forma de tratar os amalequitas, ele agora lançava condenação ao rei em nome de Deus. Dessa maneira, o Senhor foi representado como alguém que usa as mesmas táticas que o diabo. Deus não se tornou inimigo de Saul. Ele simplesmente permitiu que a colheita revelasse a natureza da semente. Saul estava em apuros por escolha própria. O Senhor havia tentado poupá-lodo desastre, enviando diversas advertências e repetidos conselhos, mas ele persistiu em colocar seu julgamento finito em oposição à instrução divina.
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1Sm.28:20 20. De súbito. Literalmente, “apressou- se”. Uma vez que a ação foi involuntária, o sentido seria que, pouco depois de ouvir a terrível mensagem, ele desmaiou.Estendido por terra. Literalmente, “a plenitude de sua estatura”. A pressão física, a preocupação mental e, por fim, a horrível notícia da derrota e morte iminentes perturbaram tanto Saul que seu corpo sucumbiu.
1Sm.28:21 Sem comentário para este versículo
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1Sm.28:23 Sem comentário para este versículo
1Sm.28:24 Sem comentário para este versículo
1Sm.28:25 25. Depois, se levantaram. Assim como Judas, Saul saiu de noite. Deixada sozinha, a médium, sem dúvida, ficou tão perturbada quanto o rei. Saul fora culpado de falsidade e traição no trato com Davi. Como ela poderia saber se sua vida não seria o preço dos acontecimentos daquela noite? Saul estava muito mal para proferir qualquer palavra de apreço pelos serviços dela. Aquela mulher não tinha o consolo da oração e da fé. Era escrava de um poder que poderia zombar dela como o fizera com o rei.Capítulo 29i Davi marcha com os filisteus, 3 mas os príncipes destes desaprovam sua companhia. 6 Aquis o dispensa, com elogios a sua fidelidade.
1Sm.29:1 1. Afeca. Nome de várias cidades (ver com. de lSm 4:1), mas não de alguma localidade próxima ao monte Gilboa, conformeficaria subentendido, se os cap. 28 e 29 estiverem em ordem cronológica: os filisteus se acampam primeiro em Suném, em frente aosisraelitas em Gilboa (lSm 28:4) e depois se dirigem para Afeca (lSm 29:1). A opinião se divide, em várias obras de referência, entre uma Afeca mais ao norte e outra mais ao sul. Se a narrativa, após o relato da visita de Saul a En-Dor (1 Sm 28:3-25), volta para retomar o evento mencionado em 1 Samuel 28:2 (Davi sendo convocado por Aquis para ajudar os lilisteus a guerrear contra Israel), o cap. 29 continua com sua dispensa pelos príncipes lilisteus em Afeca, onde eles haviam ajun- tado “todos os seus exércitos" (lSm 29:1). Caso seja o mesmo ajuntamento mencionado logo antes da chegada a Suném (lSm 28:4), Afeca ficaria na rota da Filístia para Suném, mas não necessariamente perto da última. Por isso, muitos consideram que se trate cia Afeca identificada com Antípatris, da qual os lilisteus haviam atacado Israel no passado (lSm 4:1) e tomado a arca.A fonte que está em Jezreel. Existem cluas grandes fontes no vale de jezreel. Uma delas, Ain Jalud, conhecida como "fonte de Harode", que jorra da encosta norte do monte de Gilboa, centenas de metros acima do vale, e a outra, 'Ain Tubdun, no centro do vale. E mais provável que Saul tenha permanecido na encosta da monta nha acima de Ain Jalud, uma posição bem inacessível do vale, e não descido a Ain Tubdiin, que, por ficar mais perto dos lilisteus, não lhe daria nenhuma vantagem tática.
1Sm.29:2 Sem comentário para este versículo
1Sm.29:3 3. Estes hebreus, que fazem aqui? Para Davi, uma pergunta como esta deve ter soado como uma repreensão estarrecedora. Ele estava totalmente deslocado no acampamento dos inimigos de seu povo. Em primeiro lugar, não deveria ter buscado refúgio entre os lilisteus. Esse passo fora dado sem procurar a orientação divina. Naquele momento, a crise se aproximava. Davi estava em grande apuro. Ele não tinha o desejo de empunhar armas contra seus irmãos.Coisa nenhuma achei contra ele.A expressão de confiança de Aquis nahabilidade e na lealdade de Davi se contrasta com o pensamento que este tinha a seu próprio respeito, ao se lembrar de sua dissimulação e desonestidade. Deus se compadece daqueles que passam por perplexidade e aflição. Por causa de sua bondade, Ele abre uma porta de escape para que certas pessoas não sejam deixadas completamente à mercê das próprias escolhas. Em misericórdia, Ele pode transformar erros graves e tolos em degraus para o sucesso. Quem se dispõe a aceitar a orientação divina com humildade encontra livramento provindo de fontes inesperadas, de maneiras impensadas, justo nas horas mais sombrias. Por meio da exigência dos príncipes lilisteus de que Davi deixasse o acampamento, o Senhor estava atuando para livrar Seu servo.
1Sm.29:4 4. Faze voltar este homem. Literalmente, “faze o homem voltar!" A palavra “este" não se encontra no hebraico. Os príncipes foram respeitosos com Aquis ao se referir ao companheiro do monarca, mas o vocabulário revela que havia grande ressentimento no coração deles por causa da presença de Davi.
1Sm.29:5 Sem comentário para este versículo
1Sm.29:6 6. Tão certo como vive o Senhor. Trata-se de uma declaração marcante por ter vindo de um rei pagão. Alguns sugerem que Aquis pode ter sido atraído à religião dos hebreus por meio de seu contato com Davi, assim como Nabucodonosor foi levado a exaltar o “Rei do céu" pela influência de Daniel e seus amigos (Dn 4:37). Outros defendem que a expressão é uma mera substituição adaptada daquilo que Aquis de fato disse. Não se pode negar que o comportamento de Davi causou impressão profunda em Aquis. Por três vezes, o rei chamou atenção para a retidão da vida de Davi (lSm 29:3, 6, 9), comparando-o, em um dos casos, a “um anjo de Deus" (lSm 29:9).
1Sm.29:7 Sem comentário para este versículo
1Sm.29:8 8. Que fiz eu? Davi estava animado pela virada imprevista dos acontecimentos que o livrou de seu dilema. No entanto, paranão demonstrar seus reais sentimentos, dirigiu esta pergunta evasiva ao rei para dar a impressão de que estava sendo lesado pela rude dispensa (ver PP, 691).Num momento de desânimo, sem saber para onde ir, Davi havia dado passos que o conduziram a um dilema do qual não teria condições de fugir sem ajuda externa. Caso abandonasse Aquis e se voltasse contra os filisteus na batalha, provaria a veracidade da acusação dos príncipes filisteus. Se guerreasse contra Israel, estaria lutando contra o ungido do Senhor e ajudando estrangeiros a subjugar a própria terra natal (ver PP, 690). Deus foi misericordioso ao usar a má vontade e a hostilidade dos filisteus para abrir a porta de libertação da desgraça, qualquer que fosse o resultado da batalha.Davi percebeu como teria sido melhor se tivesse permanecido em Juclá. Caso não se encontrasse em seu coração o desejo de ser fiel a Deus acima de tudo o mais, o Senhor não teria operado este livramento oara ele. Os pecados de Davi não consistiam em desvios conscientes e voluntários do caminho da justiça, mas numa fraqueza de fé e em julgamento equivocado. Ele tinha que tomar decisões rápidas e nem sempre esperava pela resposta divina, confiando, talvez, que o Céu aprovaria suas idéias. De todo o coração, deve ter desejado que houvesse se comportado de maneira diferente. Naquele momento, ele estava diante de um anfitrião gentil que acreditava nele, que o considerava um amigo, mas que, finalmente, por pressão política, o dispensou. Ao ouvir a resposta do rei, cheia de confiança e amor, o coração de Davi deve ter ardido de vergonha por sua dissimulação e também se inflamado de gratidão porque, a despeito de seu pecado, Deus, em misericórdia, desfizera a armadilha à cjual ele próprio se lançara.
1Sm.29:9 Sem comentário para este versículo
1Sm.29:10 10. Os teus servos. Ou, ''os criados de teu senhor” (ARC). Literalmente, “osservos do teu senhor”. A palavra adhxm, traduzida por “senhor” (v. 4 e 8), é o termo hebraico comum para se dirigir a um superior. Não deve ser confundido com a palavra seren, aplicada aos príncipes filisteus (v. 2, 6, 7), governantes de cinco cidades (lSm 6:17; ver com. de Jz 3:3). Outra palavra, sar, geralmente traduzida por “príncipe”, é usada como sinônimo de seren em 1 Samuel 29:3, 4 e 9, em referência aos mesmos governantes. Nos v. 4 e 10 (ARC), 'adlion parece se aplicar a Saul; e no v. 8, Davi usa o termo quando faia de Aquis. O uso dessas palavras pode sugerir que Aquis não mais considerava Davi seu vassalo e, com del icadeza, sugeriu que ele tinha liberdade para deixar a Filístia caso desejasse.Logo que haja luz. Provavelmente este foi um modo diplomático de dizer a Davi que, se o dia raiasse e seus homens ainda estivessem no arraial, os príncipes os matariam. Sem dúvida, Davi se sentiu aliviado com a liberação oficial. Não poderia haver o sentimento de que ele e seu grupo haviam falhado cm apreciar a bondade demonstrada por Aquis ao lhes oferecer asilo. Ao começar a jornada para casa, Davi com certeza louvou a Deus pela proteção e pelo livramento milagroso.A narrativa deste capítulo ilustra como Deus trabalha para salvar Seus filhos. Ele procura convencer os seres humanos a aceitar Seus caminhos, mas os deixa livres para os rejeitar caso queiram. Isso se aplica não só à decisão principal de servir a Deus, mas também a todas as escolhas de maior ou menor importância que somos chamados a fazer. E inevitável que se cometam erros, e as provas resultantes revelam o erro de julgamento. Davi escolheu se refugiar na Filístia a fim de se proteger de Saul. Adaptando as ações a seus sentimentos, logo descobriu que as sementes do interesse próprio produziram uma colheita de dissimulação e falsidade. Davi, no entanto, reconheceu seu erroe buscou, de coração, seguir a orientação divina. Essa atitude permitiu que o Senhor dirigisse as circunstâncias que levaramlivramento a Davi, embora a dificuldade em que se encontrava fosse resultado de seu próprio erro.Capítulo 30í Sucedeu, pois, que, chegando Davi e os seus homens, ao terceiro dia, a Ziclague, já os amalequitas tinham dado com ímpeto contra o Sul e Ziclague e a esta, ferido e queimado;Respondeu-lhe o Senhor: Persegue-o, porque, de fato, o alcançarás e tudo libertarás.entregarás nas mãos de meu senhor, e descerei e te guiarei a esse bando.responderam e disseram: Visto que não foram conosco, não lhes daremos do despojo que salvamos; cada um, porém, leve sua mulher e seus filhos e se vá embora.
1Sm.29:11 Sem comentário para este versículo
1Sm.30:1 1. Ao terceiro dia. Embora a localização exata de Ziclague seja desconhecida, ficava no território de Gate. Alguns a identificam com Tell el-Khuweilfeh, a sudeste de Gaza. Nesse caso, ficaria a cerca de 80 km de Afeca, na planície de Sarom (ver com. de ISm 29:1). Uma vez que Davi e seus homens só partiram no dia seguinte à sua dispensa, tiveram apenas o segundo dia completo para andar até começar o ''terceiro dia”, quando chegaram a Ziclague. Portanto, eles provavelmente caminharam toda a distância em duas etapas. Isso seria equivalente a uma média de 40 km por dia, e o esforço dariamotivo suficiente para a completa exaustão que alguns dos homens sentiram ao começarem a perseguição aos amalequitas (v. 10).
1Sm.30:2 2. A ninguém mataram. Não foi uma questão de misericórdia, mas, sim, porque as mulheres e crianças renderíam bom dinheiro corno escravas e concubinas. Parecia ser um costume entre os povos de guerra do antigo Oriente Próximo preservar mulheres e crianças, em especial virgens e meninas (ver Nm 31:15-18; Jz 21:1-24). Davi não agiu com sabedoria ao deixar Ziclague sem proteção. É provável que ele tivesse a expectativa de que suas então recentes incursõesao deserto detivessem os saqueadores de fazer ataques por um tempo. Estava ávido por deixar a melhor impressão possível junto ao exército filisteu enquanto se dirigia para o norte com Aquis. Com certeza, ele não esperava que a notícia da campanha filisteia, completada havia pouco tempo, se infiltrasse pelo deserto com tamanha rapidez (ver com. de ISm 27:9).
1Sm.30:3 Sem comentário para este versículo
1Sm.30:4 Sem comentário para este versículo
1Sm.30:5 5. A jezreeiita. “Ainoã, a jezreelita”, foi a mãe de Amnom, o primogênito de Davi, que posteriormente seduziu sua meia-irmã Tamar (2Sm 13). Havia pelo menos dois lugares com o nome de Jezreel, na Palestina; um ficava na tribo de Issacar (Js 19:18), onde os israelitas estavam guerreando contra os filisteus, e outro em Judá (js 15:54-56), local fortemente ligado a l lebrom, Maom, Zife, etc. Alguns localizam esta Jezreel entre Zife e o Carmelo, num lugar hoje conhecido como Khirbet Ter rama, mas a identificação é incerta.
1Sm.30:6 6. Em amargura. Do heb. marah, literalmente, "foi amargo” (ver derivados do radical marah em Ex 15:23; Rt 1:20). A amargura dos homens contra seu líder se devia, com toda certeza, ao fato de Davi ter deixado os lares desprotegidos.No Senhor. A atitude de Davi era totalmente diferente da que demonstrara durante os meses de dissimulação diante de Aquis. Ele recebera evidências inconfundíveis da proteção de Deus durante o momento de seu grave erro ao fugir de Judá e ali, com o coração humilde, enfrentou a nova crise. Ele '‘reanimou”, literalmente "fortaleceu”, seu coração no Senhor e chamou Abiatar para consultar ao Senhor por meio do Urim e do Tumim (v. 7), Este era o rumo que deveria ter tomado quando pensou em fugir para a Filístia.
1Sm.30:7 Sem comentário para este versículo
1Sm.30:8 Sem comentário para este versículo
1Sm.30:9 9. Ao ribeiro de Besor. Acredita-se que seja o curso de água que passa por Gerar e desemboca no Mediterrâneo, perto de Gaza. Não se pode determinar sua distância de Ziclague, pois não se sabe se a referência é àparte norte ou sul do rio. Além disso, é desconhecida a localização exata de Ziclague.
1Sm.30:10 Sem comentário para este versículo
1Sm.30:11 11. Um homem egípcio. O fato de este homem ser egípcio acrescenta uma informação sobre o caráter dos saqueadores. Assim como invadiram Judá e o território filisteu, possivelmente tinham entrado em partes do Egito e levado cativos para os vender como escravos. Nenhuma nação ou tribo estava a salvo de suas incursões.
1Sm.30:12 12. Três dias e três noites. Uma vez que o homem tinha a informação sobre o ataque a Ziclague (v. 14), a destruição deve ter ocorrido pelo menos três dias antes, pois ele fora abandonado pelos saqueadores impiedosos havia três dias (v. 13). O tempo era suficiente para que o bando fugisse e se escondesse no deserto sem deixar vestígios.
1Sm.30:13 Sem comentário para este versículo
1Sm.30:14 14. O lado sul dos queretítas. Literalmente, “o Negue.be dos quereiilas". Alguns acreditam que os queretítas provinham de Creta. Uma comparação de Ezequiel 25:16 com Sofonias 2:5 sugere que eles ocupavam parte do litoral filisteu; com certeza, a região sul, pois os amalequitas chegaram a eles antes, ao se aproximarem do deserto de Sur. Ziclague ficava dentro do território dos queretítas, ou próximo a ele.Lado sul de Calebe. Ou, "o Neguebe de Calebe”. O quenezeu Calebe (js 14:14) recebeu uma porção da herança de judá, perto de Hebrom (js 15:13-19). Uma vez que os amalequitas residiam no deserto a caminho do Egito (ISm 15:7) e sendo que o ataque aos calebitas é mencionado depois do saque aos queretitas, é provável que a invasão tenha sido do oeste para o leste, chegando primeiramente à fronteira dos queretitas. Enquanto os saqueadores se dirigiam para o leste, levando consigo prisioneiros queretitas, provavelmente ficaram sabendo que Davi não estava em sua cidade e decidiram voltar para casa passando por Ziclague para destruí-la e depois fugir pelas profundezas do deserto de Sur com seus cativos.
1Sm.30:15 Sem comentário para este versículo
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1Sm.30:17 17. Quatrocentos moços. O número que fugiu é um indício do tamanho do grupo que participou do ataque e da quantidade de gado que deveria ter consigo quando Davi se aproximou. Por ter deixado a bagagem no ribeiro de Besor, Davi podia superar o exército sobrecarregado com os espólios. Depois de lutar a noite inteira e durante o dia seguinte, Davi finalmente conseguiu libertar os cativos, recuperar os animais e reunir suprimentos para retornar a Ziclague.
1Sm.30:18 Sem comentário para este versículo
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1Sm.30:20 20. Todas as ovelhas e o gado. Este versículo é um pouco enigmático. A LXX traduz: “E ele tomou todas as ovelhas, e os rebanhos, e os levou adiante dos espólios. Acerca desses espólios se dizia: estes são os espólios de Davi.” O hebraico parece indicar que Davi recuperou o gado e outras posses que pertenciam anteriormente a seu grupo. Além disso, havia muitos outros animais que os amalequitas acumularam em sua recente expedição de saques. Esses foram designados como o despojo de Davi e colocados à frente do gado recuperado enquanto o grupo fazia o caminho de volta para casa.
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1Sm.30:24 24. Partes iguais. Um sistema definitivo de distribuição dos espólios foi estabelecido na primeira vez que Israel lutou contra os midianítas. Somente uma parte do arraial foi à guerra, mas, logo depois da batalha, o Senhor instruiu Moisés a dividir o despojo em duas partes, a fim de que os guerreiros e aqueles que ficaram para vigiara bagagem recebessem porções iguais. Uma quantidade definida também era reservada para os levitas e para servir de oferta ao Senhor (ver Nm 31:25-54). O plano nem sempre foi seguido, mas, a partir desta ocasião, Davi parece tê-lo transformado numa ordenança em Israel.
1Sm.30:25 Sem comentário para este versículo
1Sm.30:26 26. Um presente. Davi estava longe de ser egoísta e avarento. Durante os anos de suas peregrinações, além dos muitos de Judá que se uniram a ele, vários outros lhe deram provisões. Até então, ele não tivera condições de recompensar a generosidade dessas pessoas. O gesto, naturalmente, abriu caminho para a continuidade de um relacionamento de amizade com seus conterrâneos, prestes a voltar a Hebrom depois da morte de Saul.
1Sm.30:27 27. Betei. Dificilmente seria a Betei da tribo de Benjamim. E mais provável que se trate de Betul, uma das cidades da porção de judá que foi dada a Simeão (Js 19:4) e ficava próxima a Ziclague.Ramote do Neguebe. Uma das cidades dadas a Simeão (Js 19:8, "Ramá do Neguebe”), mas sua localização exata é desconhecida.Jatír. Acredita-se que corresponda à moderna Khirbet Attir, vários quilômetros a leste da estrada principal entre Hebrom e Berseba, cerca de 13 km a sudoeste de Maom.
1Sm.30:28 28. Aroer. Não a Aroer do rio Arnom (Js 12:2), a cidade mais ao sul do reino de Seom de Hesbom, mas uma cidade no Neguebe, por volta de 17 km a sudeste de Berseba, hoje conhecida como 'Ararah.Sifmote. Possivelmente seja uma das cidades que ajudou Davi quando ele foi para o deserto de Parã (ISm 25:1), mas é desconhecida hoje.Estemoa. Associada a Debir na lista de cidades pertencentes a Judá (Js 15:20, 49, 50) e identificada com a moderna es-Semu, entre 13 e 14 km ao sul de Hebrom, próxima ao deserto de Zife.
1Sm.30:29 29. Racal. Esta é a única referência ao local em toda a Bíblia. A localização é desconhecida. A LXX o chama de "Carmelo",
1Sm.30:30 30. Horma. Era chamada, em tempos mais antigos, de Zefate (Jz 1:17). Uma das cidades do Neguebe atacadas pelos filhos de Israel quando tentaram entrar em Canaã a partir de Cades-Barneia, contrariando a ordem do Senhor (Nm 14:45), e mais uma vez quando o cananeu Arade pelejou contra o povo após a morte de Arão (Nm 21:1-3).Borasã. O mesmo que Asã (Js 15:42-44), a noroeste de Berseba. Uma das nove cidades da Seíelá, associada a Queila e dada a Judá.Atace. Mencionada apenas neste versículo. A localização é desconhecida.
1Sm.30:31 31. Todos os lugares. Como alguém que fora ungido rei, Davi deu evidência de seu espírito generoso ao demonstrar real liberalidade. O registro não menciona presentes aos anciãos de Queila, nem à cidade hostil de Zife (ver lSm 23:11, 12, 19), embora estas possam estar incluídas em “todos os lugares”.O fato de ter dado presentes para “todos os lugares” mostra como Davi dependera da hospitalidade de várias partes da terra de Judá.Capítulo 31dos filisteus, em redor, a levar as boas-novas à casa dos seus ídolos e entre o povo.
1Sm.31:1 1. Tendo os homens de Israel fugido. O exército cie Israel parecia ter a vantagem tática de escolher o monte Gilboa para ficar. Para os filisteus era difícil, do ponto de vista militar, atravessar o rio [alude e subir o monte. Mesmo assim, Israel perdeu. A apostasia de Saul, que levara à procura do auxílio de uma médium, desencadeou o desastre. Israel fora advertido de qtie, no dia em que se recusasse a ser guiado pelos estatutos e pela aliança do Senhor, precisaria fugir “sem ninguém [lhe] perseguir” (Lv 26:17).Caíram feridos. O sentido principal do verbo heb. chalal, do qual se deriva o termo traduzido no versículo por “feridos” é "trespassar". Pode significar ferir mortalmente, ou somente ferir sem causar morte imediata, corno no v. 4.
1Sm.31:2 2. Apertaram com. A desastrosa derrota mostrou aos israelitas a loucura dc aderir aos caminhos do mundo ao exigir um rei. Ouanclo o rei se tornava tirano, toda a nação participava de suas falhas e. partilhava da responsabilidade com ele.Mataram Jônatas. A pergunta surge naturalmente: por que o Senhor permitiu que Jônatas morresse junto com o pai, se as atitudes dele eram contrárias às de Saul? Por que ele, que tinha uma mente espiritual, condenava as idéias do pai e se unira em simpatia com Davi na aceitação da providência divina, não teve permissão de viver? Por que lsbosete não partiu em seu lugar, em vez de permanecer vivo para seguir os passos do pai? Tais questionamentos vão além da habilidade humana de responder (ver GC, 47).Os registros da história sagrada revelam que a perseguição e a morte têm sido o quinhão dos justos de todas as eras. Por causa das consequências do grande conflito, Satanás tem oportunidade de afligir os justos. O conforto do cristão é lembrar que, embora o inimigo possa destruir o corpo, ele não é capaz de tirar a salvação cias pessoas (Mt 10:28). Depois que o relacionamento da pessoa com Deus foi decidido com convicção, a continuidade ou o fim da vida presente deixa de ter suma importância. Podemos engrandecer a Cristo ‘‘quer pela vida, quer pela morte” (Fp 1:20-23).
1Sm.31:3 3. Os fleclieíros o avistaram. Literalmente, eles “o encontraram”.Muito os temeu. Os filisteus sabiam da vantagem cie matar o rei de Israel. L provável que um destacamento especialmenle treinado tenha recebido a missão de encontrar Saul. Uma manobra semelhante foi realizada pelos siros em sua batalha contra Acabe e Josafá (2Cr 18:28-34).
1Sm.31:4 4. Escarneçam de mim. Ou, “lidem brutalmente [ou impiedosamente] comigo”. Saul temia que os filisteus o tratassem como trataram Sansão. Ele não teve a mesma preocupação quanto a Davi, pois, certa vez, tramou que este caísse nas mãos dos incir- cuncisos filisteus (iSm 18:21-25).Saul [.,,] se lançou sobre ela. Assim como judas, ele tirou a própria vida. E possível que, influenciado pelas zombarias do espírito mau de que iria morrer, ele tenha perdido a razão e se suicidou para evitar abusos do inimigo.Existem diferentes opiniões quanto à forma exata de sua morte. Baseado presumivelmente no relato do amalequita (2Srn 1:1-10), Josefo diz que os amalequitas o mataram quando o encontraram ainda vivo depois de ter se lançado sobre sua espada (Antiguidades, vi.14.7). No entanto, parece elaro que o homem inventou a história com o propósito de ganhar a aprovação de Davi (ver PP, 682, 695).
1Sm.31:5 Sem comentário para este versículo
1Sm.31:6 6. Morreu, pois, Saul. Ver lCr 10:13, 14. Desse modo terminou urna vida, que, no passado, parecera tão brilhante e promissora. A ruína da carreira de Saul e a perda de seu reino foram os resultados de suas próprias escolhas. As pessoas não são pedaços de barro inanimado nas mãos de um oleiro arbitrário, mas seres sensíveis que se oferecem, por vontade própria, à orientação de um dos dois poderes diametralmente opostos. Saul, por escolha pessoal, permitiu ao príncipe das trevas controlá-lo. Seu mestre lhe deu então o pagamento escolhido.
1Sm.31:7 7. Deste lado do vale. No lado norte do vale de Jezreel ficavam as tribos de Naftali e Zebulom e parte da tribo de Issacar. A leste do Jordão, localizavam-se a meia tribo de Manasses e a tribo de Gade. Ao ocupar os vales de Esdraelom, de jezreel e do Jordão, os filisteus criaram uma linha completa de separação pelo centro do domínio de Israel. O povo que pedira um rei com tanta insistência teve então a oportunidade de ver os resultados de sua decisão. Diante de uma derrota tão vergonhosa, podería perceber como teria sido melhor esperar pela palavra do Senhor do que correr à frente dEie. Tanto a realeza quanto a plebe sofreriam dos males que lhes sobreviríam.Uma análise do reinado inglório de Saul mostra que, enquanto a administração da lei por parte de Samuel fora útil, a de Saul trouxera resultados contrários. Sob seu governo, não houve segurança para as pessoas nem para as propriedades. Tampouco havialiberdade de agressões externas ou boas relações internacionais. Por meio da dura lição cia experiência, Israel precisou aprender a inutilidade de colocar, no poder, um rei que estava mais preocupado em enriquecer a própria casa e em satisfazer seus desejos arbitrários. O povo cometeu um erro de julgamento, e Saul errou por não exercer sabedoria.
1Sm.31:8 Sem comentário para este versículo
1Sm.31:9 9. Cortaram a cabeça. O tratamento mostra o desdém dos filisteus por Israel e reflete o fracasso de Saul em quebrar o jugo filisteu. A decapitação estava de acordo com os costumes da época e provavelmente fosse, em parte, uma retaliação ao modo que Israel tratara Golias (ISm 17:51-54). A cabeça de Saul foi colocada no templo de Dagom (lCr 10:10), que devia ficar localizado em Asdode (ISm 5:2-7). Esse ato revela que os filisteus atribuíram a Dagom o crédito por sua grande vitória no monte Gilboa. Eles não perceberam que não tinham poder nenhum, a não ser o que lhes era concedido do alto (Jo 19:11). Os filisteus tiveram diversas evidências da superioridade de Yahvveh sobre Dagom (ver ISm 5), mas preferiram depender da própria habilidade e rejeitar a Deus.
1Sm.31:10 10. Astarote. Deusa cananeia frequentemente confundida com outras divindades como Aserá e Anate. Muitas vezes, é mencionada na Bíblia em conexão com o deus cana- neu Baal (também chamado de Eladade). Para os filisteus, colocar a cabeça de Saul no templo de Dagom e suas armas no templo de Astarote representava uma vitória sobre o Deus de Israel, Yahweh.Bete-Seã. Localizada na extremidade leste do vale de jezreel, Bete-Seã, hoje Tell el-Husn, próximo à moderna Beisan, ficava entre 13 e 16 km. do campo de batalha. Não se sabe se a cidade já estava ocupada pelos filisteus antes ou se fora tomada depois da batalha.
1Sm.31:11 11. Jabes-Gileade. Ver com. de 2Jo 11:1-11. Ao lembrar que Saul operara um maravilhoso livramento da cidade, os anciãossentiram que era seu privilégio honrar o corpo de seu resgatador. Infortúnios, derrotas e morte trazem à tona a simpatia oculta no coração das pessoas e revelam seus sentimentos mais nobres.
1Sm.31:12 Sem comentário para este versículo
1Sm.31:13 13. Jejuaram sete dias. Os habitantes de jabes-Gileade demonstraram lealdade inabalável pelo líder caído. Depois de realizarem um funeral respeitoso a Saul e a seus filhos, observaram um período de luto.